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ESCOLA DE APLICAÇÃO
COORDENAÇÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL II
PROFESSOR GEOVANI PARENTE
7ª SÉRIE
A FILOSOFIA E O AGIR ÉTICO
A palavra “moral” deriva dos termos latinos “mos”, “moris”, “morale” que significam “cos-
tume”, isto é, a maneira do ser humano se comportar regulada pelos costumes. Já a palavra “ética”
vem do termo grego “éthos” que significa também “costume” ou “hábito”.
Podemos compreender o termo “moral”, apropriadamente, em referência aos conjuntos de
valores compartilhados entre os indivíduos, que regulam suas ações dentro de uma determinada so-
ciedade.
Desta forma, a palavra “moral” tem um sentido amplo, e à sua história compete a descrição
dos conjuntos de regras e normas, que desdes as primeiras sociedades, determinaram o comporta-
mento humano.
A resposta a estas perguntas são muito importantes para nossa orientação referente a conduta
adequada que devemos ter com relação as outras pessoas e a nós mesmo. O que entendemos por
“bem” ou por “mal”, poderá determinar que tipo de pessoa queremos ser e que compromisso temos
com os valores éticos e morais. (Idem).
A ação moral é capaz de provocar efeitos não só na pessoa que age moralmente, mas tam-
bém nas pessoas que a cercam, na sociedade como um todo. A ação moral é um ato que, no indiví-
duo, envolve, a liberdade, a intenção e, também, a solidariedade. O ato moral supõe a solidariedade
e a reciprocidade com as pessoas com que convivemos.
Quando um indivíduo cultiva e possui, por exemplo, o valor do respeito, ele poderá agir, nas
diversas situações de sua vida, conforme seus deveres para com as outras pessoas e para consigo
mesmo.
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Aristóteles (384-322 a.C) é considerado por muitos, o primeiro filósofo a tratar de forma sis-
temática os problemas que envolvem a ética. A ética, como dissemos acima, é uma disciplina da fi-
losofia que nos ajuda a refletir sobre o fim último de todas as atividades humanas. Tudo o que nós
fazemos na vida tem por finalidade algum bem - ou que nos parece ser um bem.
Em sua obra chamada ”Ética a Nicômaco”, Aristóteles examinou todos os bens desejáveis,
tais como os prazeres, a riqueza, a honra, a fama, etc. Ele constatou que esses bens não eram toma-
dos por si mesmo, mas sempre em vistas de outras coisas. Levantou-se, então, a questão sobre qual
seria o sumo bem (bem supremo), aquele que é tomado com o fim em si mesmo. Aristóteles chegou
ao conceito de “vida feliz”, “boa vida”. (Idem, p. 203).
A Felicidade
Em geral, os bens desejáveis, como a riqueza e a fama, não fornecem as condições necessá-
rias à felicidade. Isto porque, para Aristóteles, as ações, que podem nos tornar felizes, só podem ser
aquelas mais próximas do que é essencial ao ser humano. Isto é, o que nos diferencia dos diversos
outros seres da natureza, e o que mais bem nos caracteriza, é a racionalidade. Desta forma, para o
filósofo de Estagira, as ações que podem nos conduzir à felicidade, envolvem o exercício da inteli-
gência teórica, da contemplação. (Idem)
A Virtude
A vida humana, porém, não se resume ao intelecto e encontra sua realização na ação, em
uma atividade bem realizada. Por exemplo: “a função do tocador de lira é tocar lira, e a de um bom
tocador de lira é fazê-lo bem”. Este exemplo, dado por Aristóteles, caracteriza a virtude ou a exce-
lência como exercer bem uma atividade. (Idem)
A Teoria da Mediania
As virtudes éticas se definem pelo controle de nossas paixões e ações. Isto é, para Aristóte-
les, a virtude se caracteriza pela moderação, encontrada na mediania, entendida também como justo
meio ou justa medida entre os excessos e as faltas em nossas ações.
Para o filósofo estagirita, as virtudes são de dois tipos, a virtude intelectual e a virtude ética
ou moral. A virtude intelectual é principalmente produzida e ampliada pela educação, empenho e
experiência. A virtude ética, por sua vez, é produzida pelo hábito.
Assim, para Aristóteles, nós não nascemos virtuosos, bons ou maus, mas sim, aptos por natu-
reza, ao desenvolvimento da virtude ou excelência em nossas ações. Essa aptidão para agir com vir-
tude é aprimorada e amadurecida pelo hábito. (ARISTÓTELES, 2007, p. 67)
A ética, diferentemente dos outros ramos da filosofia, possui um propósito prático. Assim,
Aristóteles formulou a teoria da mediania como um princípio para o “agir corretamente”. Este prin-
cípio, como já mencionado, é entendido como “agir conforme a reta razão”.
Agir corretamente é agir de forma equilibrada, moderada, com justiça. Isto é, a ação ética,
para Aristóteles é a ação virtuosa. A virtude envolve a escolha e a disposição para ser tornar um
bom ser humano e desempenhar bem sua função. (Idem, p.75)
FONTES:
ARANHA, M. Filosofando: introdução à filosofia / Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena
Pires Martins. 5ª Ed. - São Paulo: Moderna, 2013.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Edson Bini. Ed. EDIPRO: Bauru, SP, 2007.
CHAUÍ, M. Iniciação à filosofia. Editora Ática. São Paulo, 2000.
MORA, J. F. Dicionário de filosofia. Trad. Roberto Leal Ferreira e Álvaro Cabral. Ed. Martins
Fontes: São Paulo, 1998.