Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONCEITO DE ALIENAÇÃO
Em termos gerais, a alienação vem do latim alienus, e significa estar alheio ou não ter consciência
sobre algo. Frequentemente, diz-se que alguém está alienado de suas ações e de suas condições, tornando-se
suscetível a ser controlado por outra pessoa, uma instituição ou um sistema.
Outro sentido comum de alienação é de estar sepado, cindido de algo. Assim, é possível estar alienado
em variados contextos.
TIPOS DE ALIENAÇÃO
Sob as mais diversas condições, um indivíduo pode estar alienado de algo. Veja a seguir alguns
exemplos mais contextualizados do uso da palavra para entendê-la melhor:
• Alienação no trabalho: o trabalho é o contexto que foi pensado por Marx. Em geral,
um indivíduo pode estar alienado, ou seja, não ter plena consciência do que produz ou das condições
de trabalho em que ele é submetido.
• Alienação moral: ocorre quando uma pessoa perde a sua autonomia ou perde seus
próprios valores.
• Alienação na psiquiatria: frequentemente, a loucura é associada à alienação, ou seja,
a condição de um indivíduo estar dissociado da realidade.
• Alienação de um bem: nesse caso, a alienação tem o sentido de separação. Assim, um
indivíduo é alienado de sua propriedade para esta ser passada a um terceiro.
• Alienação parental: consiste na manipulação e na distorção de alguém da família,
difamando outro membro parental. Isso ocorre geralmente em casos de separação, em que o lado
materno ou paterno faz com que a criança fique hostil em relação ao outro.
• Alienação fiduciária: trata-se de um contrato imobiliário, em que o devedor transfere
(se aliena) sua propriedade ao credor como garantia do futuro pagamento.
Em todos esses casos, a alienação envolve uma relação de poder. Além disso, há a separação de algo
de si (por exemplo, a consciência, uma propriedade ou a força de trabalho), que é transferido a um outro.
Portanto, se alienar é se tornar dependente, menos autônomo e/ou mais suscetível a manipulações
ALIENAÇÃO NA FILOSOFIA
Hegel (1770-1830), um dos mais importantes filósofos alemães, foi o primeiro a utilizar o termo
“alienação”. Segundo ele, a alienação do espírito humano está relacionada com as potencialidades dos
indivíduos e dos objetos que ele cria.
Assim, é transferida a potencialidade dos indivíduos nos objetos produzidos, criando uma relação de
identidade entre os indivíduos, como por exemplo, na cultura.
Na filosofia, desde então, o conceito de alienação está associado a uma espécie de vazio existencial.
Relaciona-se, assim, com a falta de consciência própria, de modo que o sujeito perde sua identidade, seu valor,
seus interesses e sua vitalidade.
Como consequência, o sujeito tende a objetificar-se, tornar-se coisa. Em outras palavras, ele torna-se
uma pessoa alheia a si mesma.
Além do trabalho alienado, conceito bem fundamentado por Marx, na filosofia podemos ainda
considerar o consumo alienado e o lazer alienado.
A ideia-chave no conceito de alienação é o fato do indivíduo perder o contato com a totalidade das
estruturas. Sua visão parcial faz com que ele não compreenda as forças que atuam no contexto.
Isto acarreta uma mistificação da realidade. As coisas são entendidas como necessárias, a forma na
qual a sociedade se encontra passa a ser entendida como o único modo possível de organização.
No consumo alienado, conceito muito explorado, sobretudo nas sociedades capitalistas atuais, os
indivíduos são bombardeados por propagandas disseminadas pelos meios de comunicação. Sua liberdade
passa a estar constrangida a determinados padrões de consumo.
Assim, o indivíduo alienado relaciona sua essência com um padrão de consumo. Os produtos passam
a possuir uma aura capaz de atribuir características ao sujeito e suprir suas necessidades.
Da mesma forma, a alienação pelo lazer gera indivíduos frágeis, com dificuldade de compreender
sua própria personalidade. Isto afeta diretamente sua autoestima, espontaneidade e processos criativos.
No lazer, a alienação pode ser gerada pelos produtos e objetos de consumo incentivados pela indústria
cultural.
ATIVIDADE I
RESPONDA NO CADERNO
1ª) O compositor Zé Ramalho, em seu poema musical “Vida de Gado”, apresenta a seguinte forma de
vida:
A forma de vida cantada pelo eu-poético em ‘Vida de gado’ revela a atitude de um povo diante das
questões de vida. Pode-se relacionar a atitude cantada ao conceito de alienação, na perspectiva
filosófica. Justifique sua resposta.
2ª) “Há muitas semelhanças entre o homem e a ovelha. Não fabricamos lã nem balimos. Mas, muitas
vezes, seguimos o rebanho passivamente e temos pavor de nos separarmos do grupo”. Alain de Botton
✓ INDIVIDUALISMO
✓ NARCISISMO
✓ NIILISMO
O Niilismo é uma concepção filosófica baseada na ideia de não haver nada ou nenhuma certeza que
possa servir como base o conhecimento. Ou seja, nada existe de fato.
Assim, em sua extensão para o existencialismo, o niilismo é a compreensão de que a vida não possui
nenhum sentido ou finalidade.
O conceito está pautado na subjetividade do ser, onde não existe nenhuma fundamentação metafísica
para a existência humana. Ou seja, não há “verdades absolutas” que alicercem a moral, os hábitos ou as
tradições.
Do latim, o termo “nihil” significa “nada”. Trata-se, portanto, de uma filosofia, que apoiada ao
ceticismo radical, é destituída de normas indo contra os ideais das escolas materialistas e positivistas.
Note que o termo niilismo é utilizado de diferentes maneiras. Para alguns estudiosos é um termo
negativo, pessimista, associado à destruição e negação de todos os princípios (sociais, políticos, religiosos).
Já para outros filósofos, a essência do conceito, se observada de maneira mais minuciosa, pode levar
a libertação do ser humano.
Filósofos Niilistas
Os principais filósofos alemães que abordaram e se aprofundaram sobre o tema do niilismo foram:
• Friedrich Schlegel (1772-1829)
• Friedrich Hegel (1770-1831)
• Friedrich Nietzsche (1844-1900)
• Martin Heidegger (1889-1976)
• Ernst Jünger (1895-1998)
• Arthur Schopenhauer (1788-1860)
• Jürgen Habermas (1929-)
O Niilismo de Nietzsche
Por meio da corrente niilista, o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, propõe a “ausência de
sentido” atrelado ao conceito de “Super-Homem”. Eles surgem a partir da “Morte de Deus” e da libertação do
sujeito à moral de rebanho.
Dessa maneira, estando os homens destituídos de normas, crenças, dogmas, tradições, eles regerão
suas vidas. Isso resultará na criação de “homens novos” por meio do que ele denomina de “vontade de
potência”.
De tal modo, o poder e os valores, fruto das instituições (religiosas, sociais e políticas) tornam-se
inexistentes. Surge assim, um homem livre e não corrompido por qualquer tipo de crença, o qual realiza suas
próprias escolhas.
Quando o “Super-Homem” determinado por Nietzsche adquire esse poder, ocorrerá a transvaloração
de todos os valores e poderá "viver a vida como obra de arte".
O Niilismo não é somente um conjunto de considerações sobre o tema 'Tudo é vão', não é somente a
crença de que tudo merece morrer, mas consiste em colocar a mão na massa, em destruir. (...) É o estado dos
espíritos fortes e das vontades fortes do qual não é possível atribuir um juízo negativo: a negação ativa
corresponde mais à sua natureza profunda. (Nietzsche, Vontade de Potência)
ATIVIDADE II
03. Freud descreveu a escolha do objeto de amor de dois modos: anaclítico e narcisista. Pelo modelo
narcisista, Freud afirma em Obras Completas de Sigmund Freud (Imago, 1974), que os narcisistas:
“Procuram, inequivocamente, a si mesmas como objeto amoroso e exibem um tipo de escolha objetal que
deve ser denominado narcisista.”
Neste contexto, qual a exceção ao tipo narcisista de amor?
a) O narcisista ama a ele próprio.
b) O narcisista ama o que ele próprio foi.
c) O narcisista ama quem lhe cuidou e protegeu.
d) O narcisista ama o que gostaria de ser.
e) O narcisista ama alguém que foi uma vez parte dele mesmo.
05. “Minha fórmula para o que há de grande no individuo é amor fati: nada desejar além daquilo que é,
nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável,
e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.” NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos
tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).
Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que:
a) Combate as práticas sociais de cunho afetivo.
b) Impede o avanço científico no contexto moderno.
c) Associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
d) Condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
e) Consagra a realização humana ao campo transcendental.
06. “Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-
se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho
foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos
de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo.
Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não
nos querem tragar!” NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro: Ediouro, 1977
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez
que:
a) Reforça a liberdade do cidadão.
b) Desvela os valores do cotidiano.
c) Exorta as relações de produção.
d) Destaca a decadência da cultura.
e) Amplifica o sentimento de ansiedade.