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Sociologia
Sumário
AÇÃO SOCIAL: De forma ampla, pode ser conceituada como todo esforço organizado, vi-
sando alterar as instituições estabelecidas. De forma particular, é conceituada pelos auto-
res que utilizam a abordagem da ação na análise sociológica da sociedade, sendo que os
principais representantes são Max Weber e Talcott Parsons. Para Weber, a ação social
seria a conduta humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; por-
tanto, é uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente. Por sua
vez, Parsons tem como ponto de partida a natureza da própria ação: toda a ação é dirigida
para a consecução de objetivo. Um indivíduo (ator), esforçando-se por atingir determi-
nado objetivo, tem de possuir algumas ideias e informações sobre os “objetos” que são
relevantes para a sua consecução, além de ter alguns sentimentos a respeito deles, no que
concerne às suas necessidades; e, finalmente, tem de fazer escolhas. Outro aspecto é a
necessidade de possuir certos padrões de avaliação e seleção. Todos esses elementos ou
aspectos de motivação e avaliação podem tornar-se sociais por intermédio do processo
de interação (veja INTERAÇÃO). Assim, a ação social é vista por Parsons como comporta-
mento que envolve orientação de valor e como conduta padronizada por normas culturais
ou códigos sociais.
AÇÃO AFIRMATIVA: Esforços positivos para recrutar membros dos grupos de minorias
para empregos, promoções, oportunidades educacionais, na tentativa de reparar injusti-
ças sociais.
ACEITAÇÃO SOCIAL: É o cumprimento por parte das pessoas de determinadas regras, nor-
mas e padrões de comportamento praticados pelo grupo social a que pertencem. Pode
ser também o grau de prestígio social de uma pessoa na sociedade, ou seja, como ela é
“aceita” pelos outros.
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SOCIOLOGIA
ACOMODAÇÃO: Processo social pelo qual uma pessoa ou um grupo de pessoas se ajustam
a uma situação de conflito, sem que tenham sofrido transformações internas. É quando as
partes chegam a um acordo temporário, mas as causas que deram origem ao conflito não
estão resolvidas.
AGREGAÇÃO: Reunião de indivíduos em uma forma social mais ou menos estável; associ-
ação; agrupamento físico.
ALDEIA GLOBAL: Uma noção associada ao escritor canadiano Marshall McLuhan, que viu
a expansão da comunicação eletrônica como algo que junta o mundo numa pequena co-
munidade. Deste modo, as pessoas, em partes muito diferentes do mundo, seguem as
mesmas notícias através da televisão.
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SOCIOLOGIA
ANARQUISMO: Doutrina que preconiza a criação de uma sociedade sem classes e sem
qualquer tipo de Estado e na qual os indivíduos viveriam livremente. A sociedade anár-
quica (ou anarquista) se realizaria por meio de um elevado nível de consciência social de
todos os indivíduos, já que o anarquismo, como doutrina, não significa a desorganização
total da sociedade. O anarquismo é uma corrente de pensamento, uma teoria e ideologia
política que não acredita em nenhuma forma de dominação – inclusive a do Estado sobre
a população – ou de hierarquia e prega a cultura da autogestão e da coletividade. Sua ideia
principal é a horizontalidade: um território em que não exista Estado nem hierarquia e em
que a população faça a autogestão da vida coletiva. O anarquismo critica principalmente
exploração econômica do sistema capitalista e o que chama de dominação político-buro-
crática e da coação física do Estado. Alguns dos valores defendidos pelos anarquistas são:
liberdade individual e coletiva, para o desenvolvimento de pensamento crítico e todas as
capacidades individuais das pessoas; igualdade – em termos econômicos, políticos e soci-
ais, valor que inclui questões de gênero e raça; solidariedade – a teoria anarquista só tem
sentido se há entre as pessoas apoio mútuo, com colaboração e espírito de coletividade.
ANCIEN RÉGIME: Expressão francesa que significa “antigo regime”. Foi criada durante a
Revolução Francesa de 1789 para designar o regime político anterior, o absolutismo mo-
nárquico, derrubado por aquela revolução.
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SOCIOLOGIA
ANIMISMO: É uma forma de religião baseada na crença de que espíritos habitam seres
vivos e objetos sem vida, tais como árvores, rochas, nuvens, ventos ou animais. Os Mbuti
da África, por exemplo, consideram a floresta como a fonte sagrada da morte e da vida.
As religiões animistas incluem frequentemente xamãs, figuras carismáticas que se acredita
que possam comunicar-se com espíritos e influenciá-los. Os xamãs adquirem seu status
especial em uma grande variedade de maneiras, incluindo experiências religiosas de êx-
tase, tais como sonhos ou visões inspiradoras, ou porque possuem características pessoais
que são definidas culturalmente como tendo significação religiosa, como certas deformi-
dades.
ANTISSEMITISMO: É o ódio generalizado ao povo judeu, que culminou num dos maiores
genocídios já registrado na história, o Holocausto. Ocorreu durante a Segunda Guerra
Mundial, em função do nazismo na Alemanha.
ANTROPOLOGIA: Ciência social que estuda as manifestações culturais dos grupos huma-
nos, assim como a origem e a evolução das culturas. São objeto de estudo da Antropologia
a organização familiar, as religiões, a magia, os ritos de iniciação dos jovens, o casamento
etc. A palavra antropologia – do grego antropos, homem, e logia, estudo – significa, eti-
mologicamente, ciência do homem. Divide-se em Antropologia Física, Antropologia Cultu-
ral e Antropologia Filosófica.
ARISTOCRACIA: Sistema político em que o governo é exercido por poucas pessoas, geral-
mente da nobreza, classe social cujos privilégios são transmitidos hereditariamente. A pa-
lavra também é usada como sinônimo de nobreza.
ARRAIGADO: Diz-se de algo que está enraizado, consolidado. Costumes arraigados, por
exemplo, são costumes consagrados pela tradição e praticados por sucessivas gerações.
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SOCIOLOGIA
AURA: Segundo Walter Benjamin, a aura é uma figura simbólica que se projeta no espaço-
-tempo. Esta forma simbólica corresponde ao valor da obra de arte. A modernidade e a
sua reprodução mecânica produziram uma ruptura nesta forma simbólica. Essa ruptura
produziu uma necessidade da posse do objeto e implicou alterações nas suas formas de
reprodução e a construção da sua imagem simbólica. As formas de reprodução implicam
que o objeto de arte passa a ser transitório e é repetível. Por outro lado, a sua imagem,
nos diferentes objetos reproduzidos, passa a ser uma unidade, e são duráveis. A destruição
da aura, o objeto de arte, pela sua reprodução mecânica, para além de afetar a sua auten-
ticidade, retira esse objeto do seu invólucro e transforma-o em mercadoria. A arte, como
mercadoria, passa então a constituir-se como um valor de culto que necessita de se exibir
de forma constante e renovada no tempo.
AUTARQUIA: As autarquias são criadas por meio de lei e prestam serviços à população de
forma descentralizada, nas mais diferentes áreas. A administração indireta, onde encon-
tramos as autarquias, é formada pelo conjunto de pessoas jurídicas vinculadas à adminis-
tração direta (governo) dotadas de personalidade jurídica própria, possuindo competência
para o exercício de atividades administrativas com autonomia. Um exemplo de autarquia
são as universidades federais; outra é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
AUTOCRACIA: Uma autocracia é um Estado governado por um único líder, tal como um
ditador. Nas sociedades agrárias, a liderança autocrática assumiu, ao longo da história, a
forma de famílias reais que governavam por direito tradicional. No século XX, o governo
autocrático tem se baseado mais em liderança carismática e controle do aparelho político
e militar do Estado, como aconteceu na Alemanha nazista sob Hitler, na União Soviética
sob Stalin, na Nicarágua sob Somoza, e no Iraque sob Saddam Hussein. Uma vez que tende
a depender fortemente da capacidade de coagir a população à submissão, a autocracia
costuma também ser uma forma relativamente instável de governo, especialmente vulne-
rável a golpes de estado e revolução.
AUTOGESTÃO: Em sentido restrito, a autogestão é a gestão das empresas por aqueles que
nelas trabalham; em sentido amplo, é um modelo que, opondo-se ao modelo leninista de
um socialismo “estatal”, “burocrático”, “autoritário”, define uma gestão descentralizada
da sociedade e da sua economia socializada. A autogestão confunde-se, então, com o “fe-
deralismo” de Proudhon, que via nela um regime “que permite suprimir o entrave consti-
tuído pela propriedade sem cair nas contradições da comunidade”.
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SOCIOLOGIA
BABY BOOM: É uma expressão que se refere ao período que se seguiu à guerra de 1939-45,
quando as taxas de natalidade cresceram rapidamente na América do Norte, Austrália, Nova
Zelândia e partes da Europa Ocidental. A explosão de nascimentos terminou em princípios
da década de 1960 e foi seguida, na década de 1970, por uma queda na fecundidade. O baby
boom se deveu principalmente ao inesperado “emparelhamento” da fecundidade, que so-
frera um retardo com o grande número de homens convocados para o serviço militar du-
rante a guerra, mas também devido a um aumento modesto no tamanho da família.
BARREIRA SOCIAL: É todo traço cultural capaz de dificultar ou impedir mudanças na soci-
edade ou a ascensão social de um grupo, bloqueando, assim, a mobilidade social vertical.
A barreira social se verifica por meio de obstáculos e resistências. Obstáculos são barreiras
oriundas da própria estrutura social, que dificultam ou impedem a mobilidade social. Re-
sistências são atuações conscientes e deliberadas para impedir a mudança social.
BENS: São todas as coisas palpáveis, concretas, produzidas (ou retiradas da natureza) por
meio do trabalho para satisfazer necessidades humanas.
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SOCIOLOGIA
BURGUESIA: Classe social que surgiu na Europa ocidental com o advento do capitalismo
comercial, no período final da Idade Média. Atualmente, o termo é utilizado para designar
empresários, banqueiros e outros capitalistas (grande burguesia). É a classe social propri-
etária dos meios de produção e que emprega trabalhadores assalariados.
BUROCRACIA: Organização com cargos hierarquizados, delimitados por normas, com área
específica de competência e de autoridade, dotados tanto de poder de coerção quanto da
limitação desta, onde a obediência é devida ao cargo e não à pessoa que o ocupa; as rela-
ções devem ser formais e impessoais, sem apropriação do cargo que, para ser preenchido,
exige competência específica; todos os atos administrativos e decisões têm de ser formu-
lados por escrito.
CAMPO (Bourdieu): É sempre um campo de forças, onde os agentes sociais estão dispos-
tos em diferentes posições, cada qual com suas estratégias para tentar dominar o campo
ou conseguir seus troféus específicos. É interessante entender que não há determinismo
nenhum: as tomadas de posições, os movimentos e as ações de cada agente, são previstas
probabilisticamente. Investigar um campo é prezar, sobretudo, pela empiria, pela pes-
quisa de campo, pela coleta de dados.
CAPITAL: No linguajar comum, capital é tudo aquilo que pode ser usado para gerar renda ou
produzir riqueza, incluindo dinheiro emprestado a juros, ferramentas e maquinaria utilizadas
para fabricar produtos e o tempo do trabalhador, vendido por salário. Esse significado amplo,
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contudo, é pouco útil para fins analíticos, em parte porque inclui tanta coisa que nunca pode-
mos ter certeza do que a palavra está aludindo em um caso particular. Mais importante ainda,
se capital é usado para referir-se a qualquer coisa que gere riqueza ou renda, não fica muito
claro o que se deve entender por capitalismo como sistema econômico, uma vez que riqueza
e renda são produzidos em quase todos os sistemas econômicos, sejam eles capitalistas ou
não. Uma definição alternativa é fornecida pelo ponto de vista marxista, que utiliza o conceito
de capital para descrever não como alguma coisa é usada para produzir riqueza, mas o tipo de
sistema econômico utilizado. Nesse particular, capital refere-se a alguns meios de produção –
como maquinaria e ferramentas – usados por trabalhadores que nem os possuem, nem con-
trolam, mas que com eles produzem riqueza em troca de salário. Quando uma máquina é de
propriedade e operada pela mesma pessoa, ela constitui um meio de produção, mas não capi-
tal, porque as relações sociais através das quais é usada, possuída e controlada são uma única
e mesma coisa. Se o indivíduo que possui a máquina passa a contratar trabalhadores que a
usam para produzir bens em troca de salário, então a máquina se transforma em capital atra-
vés da criação de um novo conjunto de relações sociais. Essa maneira de encarar o capital o
define como um fenômeno basicamente social, que tanto deriva como reflete as relações so-
ciais através das quais ocorre a atividade econômica.
CAPITAL CULTURAL: De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o capital cultural
consiste de ideias e conhecimentos que pessoas usam quando participam da vida social.
Tudo, de regras de etiqueta à capacidade de falar e escrever bem, pode ser considerado
capital cultural. Bourdieu estava particularmente interessado na distribuição desigual do
capital cultural em sociedades estratificadas e na maneira como essa desigualdade despri-
vilegia as pessoas. Esse fato é verdadeiro sobretudo em escolas e profissões, onde a igno-
rância do que as classes dominantes definem como conhecimento tácito torna muito difícil
a membros de grupos marginais ou subordinados competir com sucesso. Imigrantes étni-
cos, por exemplo, frequentemente têm desempenho medíocre nas escolas porque care-
cem do importante capital cultural requerido pela nova sociedade onde vivem. Bourdieu
referiu-se a essa carência como privação cultural.
posse privada dos meios de produção – ignora o fato de que indivíduos vinham produzindo
bens há milhares de anos com ferramentas próprias, muito antes do aparecimento do ca-
pitalismo. Sob o capitalismo, portanto, a posse dos meios de produção não é simples-
mente privada; é também exclusiva e fornece base à classe social e à exploração no inte-
resse do lucro e da acumulação de ainda mais meios de produção. Como tal, a identifica-
ção costumeira de capitalismo com “livre iniciativa” induz, de certa maneira, ao erro, pois
a tríade de relações entre meios de produção, trabalhadores e capitalistas não é condição
necessária para a livre iniciativa e, de várias formas, pode prejudicá-la. Uma vez que a
concorrência ameaça o sucesso de toda empresa capitalista (por mais que ela possa con-
tribuir para o sistema como um todo), as empresas geralmente a enfrentam tentando au-
mentar seu controle sobre o trabalho, a produção e os mercados, com o resultado de que
a economia se torna cada vez mais dominada por um número relativamente pequeno de
grandes empresas. Neste sentido, o exercício efetivo de liberdade no capitalismo de livre
mercado torna-se possível apenas em níveis cada vez mais vastos de organização social. À
medida que milhares de pequenas empresas concorrentes são substituídas por enormes
conglomerados (muitos deles transnacionais), assim, também, a liberdade da “livre inicia-
tiva” é exercida por um número cada vez menor de atores econômicos. A ideia de livre
mercado está provavelmente associada de forma mais correta ao que poderia ser deno-
minado de “capitalismo primitivo”, aquele período anterior à revolução industrial, quando
o capitalismo adotou a forma de busca de lucros por meio da compra e venda de bens. Os
precursores do capitalismo moderno não possuíam nem controlavam pessoalmente os
meios de produção, embora, como mercadores, obtivessem lucros aproveitando as con-
dições de mercado, tais como comprando e transportando bens para venda em locais
onde não existiam. Os mercadores contribuíram para a emergência do capitalismo ao de-
senvolver a ideia do lucro, do uso de bens como veículos para transformar dinheiro em
mais dinheiro. Só mais tarde é que o capitalismo surgiu como sistema, cuja principal base
de poder e lucro era o controle sobre o próprio processo de produção. Na forma avançada
que assumiu em sociedades industrializadas capitalistas modernas, afastou-se do capita-
lismo competitivo, que implicava um conjunto de empresas relativamente pequenas, evo-
luindo para o que Marx chamou de capitalismo monopolista (ou avançado). Nessa forma,
empresas se fundem e formam centros globais cada vez maiores de poder econômico,
com potencial para rivalizar com nações-estado em sua influência sobre os recursos e a
produção e, através deles, sobre as condições em que a vida social ocorre, no seu sentido
mais amplo. À medida que as tensões e contradições no sistema se tornam mais severas,
governos intervêm com uma frequência e rigor cada vez maiores para controlar mercados,
finanças, trabalho e outros interesses capitalistas. Marx considerava essa situação como o
estágio final que levaria à revolução socialista.
CASTA SOCIAL: Grupo social fechado, endógamo, cujos membros seguem tradicional-
mente uma determinada profissão herdada do pai. É uma forma de estratificação social
rígida, geralmente de fundo religioso.
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SOCIOLOGIA
CATEGORIAS: Pluralidade de pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo
fato de serem efetivamente semelhantes em um ou mais aspectos (Fichter). Não há ne-
cessidade de proximidade ou contato mútuo para que as pessoas pertençam a uma cate-
goria social.
CIBERESPAÇO: Expressão que designa o espaço virtual criado pela internet para a “nave-
gação”, o conhecimento e a comunicação. Esse espaço virtual é formado pelo conjunto de
usuários conectados à rede mundial de computadores e abarca as chamadas “comunida-
des virtuais” ou eletrônicas.
CIÊNCIAS NATURAIS: O estudo das características físicas da natureza e das maneiras pelas
quais elas interagem e mudam.
CIÊNCIAS SOCIAIS: O estudo das características sociais dos seres humanos e das formas
pelas quais eles interagem e mudam.
CLÃ: Grupo de parentes baseado numa regra de descendência, geralmente medida tanto
pela linha masculina quanto pela linha feminina (parentesco através de um dos pais) e
numa regra de residência (mesma localidade). Os membros do clã traçam a sua linha de
ascendência a partir de um antepassado original, que pode existir somente no passado
mitológico: um animal, um ser humano, um espírito ou uma característica da paisagem.
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maneira que riqueza não traz automaticamente poder ou prestígio. Além dos determinan-
tes da localização da classe e da dinâmica das relações entre classes, as questões funda-
mentais nesse estudo incluem o ponto em que se deve traçar as linhas entre elas (ou, na
opinião de alguns, se tais linhas existem mesmo, fora dos modelos sociológicos de estrati-
ficação); a invisibilidade relativa das mulheres na análise de classe, uma vez que percen-
tagens substanciais delas (embora rapidamente declinando agora) não trabalham fora de
casa, ainda que contribuam muito para a manutenção e a reprodução dos trabalhadores;
e a questão de se a família ou o indivíduo deve ser a principal unidade da análise de classe.
COERÇÃO SOCIAL: O mesmo que pressão social. Ação persistente de um grupo que leva o
indivíduo a comportar-se de determinada maneira, sob pena de sofrer sanções sociais.
COLETIVISMO: É uma ideia ou visão que enfatiza o valor dos grupos e entende que os
objetivos e interesses do grupo devem prevalecer sobre os interesses dos indivíduos. O
coletivismo – e a esquerda, na maioria dos assuntos – valoriza a igualdade, a coesão dos
grupos e o altruísmo. O grupo oferece segurança aos indivíduos em troca de lealdade.
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SOCIOLOGIA
CONFLITO: Luta consciente e pessoal, entre indivíduos ou grupos, em que cada um dos
contendores almeja uma condição, que exclui a desejada pelo adversário.
CONFLITO DE PAPÉIS: Situação que ocorre quando surgem expectativas incompatíveis en-
tre duas ou mais posições ocupadas pela mesma pessoa.
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SOCIOLOGIA
CONGLOMERADO: É uma empresa que controla certo número de outras que, entre si,
produzem uma grande variedade de bens e serviços. Um conglomerado, por exemplo,
pode possuir uma companhia de alimentos congelados, uma fábrica de malas, uma em-
presa que produz armas, uma agência de publicidade e assim por diante. Os conglomera-
dos são sociologicamente importantes porque sua posição complexa e diversificada torna-
-os muito mais poderosos, estáveis e competitivos do que outros tipos de empresas. À
medida que empresas bem-sucedidas usam seus lucros para adquirir ou se fundir com
outras, os mercados tornam-se cada vez mais dominados por conglomerados e a distribui-
ção da riqueza e do poder econômico torna-se mais desigual. Esse fato assume importân-
cia especial quando os conglomerados são de âmbito internacional. Em alguns casos, seus
recursos econômicos excedem o produto nacional bruto da maioria das nações.
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SOCIOLOGIA
CONSUMISMO: É uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma ilimitada e sem
necessidade bens, mercadorias e/ou serviços. Ele se deixa influenciar excessivamente pela
mídia, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na
qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo
contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”.
CONSUMO COLETIVO: É um conceito que se refere aos numerosos bens e serviços que,
nas cidades, tendem a ser produzidos e consumidos em nível coletivo. Incluem escolas
públicas, bibliotecas, ruas, pontes, transporte público, serviços de saúde, coleta do lixo,
habitação financiada pelo Estado, bem-estar, proteção policial e contra incêndios, parques
e equipamentos de recreação. Manuel Castells utiliza esse termo em seu trabalho sobre
comunidades urbanas, em especial na medida em que elas se desenvolvem e funcionam
em relação ao capitalismo industrial. De muitas maneiras, empresas capitalistas depen-
dem desses bens e serviços – assim como de uma força de trabalho educada e de meios
de transporte – para que possam funcionar. Não obstante, relutam em pagar por eles por-
que não geram lucros. Como resultado, cidade, Estado e governos nacionais constituem
os maiores fornecedores desses serviços, mas lutam com uma crônica falta de recursos.
Esse fato, argumenta Castells, ocasiona crises repetidas, movimentos sociais e outras for-
mas de luta política em torno do fornecimento de serviços e controle sobre as instituições
do Estado por eles responsáveis.
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SOCIOLOGIA
duos tendem a compartilhar das suas experiências particulares; envolvem elemento emo-
cional, permitindo certa fusão de individualidades que dão a origem ao “nós”); contatos
secundários (são contatos formais, impessoais, calculados e racionais, geralmente super-
ficiais, envolvendo apenas uma faceta da personalidade); contatos do “nosso grupo” (fun-
damentados no fenômeno do etnocentrismo (veja ETNOCENTRISMO) com a sobrevalori-
zação da cultura e dos costumes. Há uma tendência para a identificação com os elementos
do grupo, mantendo relações baseadas em simpatia, sentimento de lealdade, amizade e
até mesmo de altruísmo; contatos do “grupo alheio” (contato com pessoas estranhas, cuja
cultura e costumes são menosprezados. Considerados estranhos, forasteiros, adversários
ou inimigos, os sentimentos que eles despertam são de indiferença ou inimizade); conta-
tos categóricos (resultam da classificação que fazemos de uma pessoa desconhecida, ba-
seada na sua aparência física, cor da pele, feições, profissão etc., de acordo com as carac-
terísticas atribuídas a ela pelo “nosso grupo”); contatos simpatéticos (baseados em quali-
dades manifestadas pelos indivíduos, e não em características de categorias) (vide CATE-
GORIAS).
CONTRACULTURA: (Ou cultura alternativa) – é uma subcultura que rejeita e combate ele-
mentos importantes da cultura dominante da qual faz parte. Durante a década de 1960,
por exemplo, movimentos contraculturais nos Estados Unidos criticavam em altos brados
os valores da corrente principal da vida americana, como o materialismo, o apoio à Guerra
do Vietnã, o respeito à autoridade e as opções do estilo de vida conservador refletidas no
vestuário, corte de cabelo e rejeição de drogas como a maconha e o LSD. As contraculturas
podem assumir grande variedade de formas, de cultos religiosos a comunas e movimentos
políticos, como o Partido Verde na Europa Ocidental.
CONTRATO SOCIAL: Contrato social é uma ideia que tem sido usada um tanto metaforica-
mente para descrever a relação entre cidadãos e Estado. Thomas Hobbes, filósofo do sé-
culo XVII, considerava o Estado uma instituição necessária para evitar que pessoas fizes-
sem mal umas às outras. Era uma proteção, contudo, que requeria que pessoas renunci-
assem a parte de sua liberdade e autonomia em favor do Estado. Esse fato gerou a ideia
de contrato, de proteção em troca de submissão à autoridade, com o entendimento de
que ambas as partes – o Estado e o corpo de cidadãos – deveriam ficar à altura de sua
parte na barganha, sem abuso dos termos do acordo. Pessoas, claro, não entram consci-
entemente em um contrato de tal tipo e essa não foi a maneira como o Estado veio de
fato surgir. Daí a natureza metafórica do conceito. A ideia de contrato social desempenhou
um papel importante na discussão dos direitos dos cidadãos em relação ao Estado, bem
como da base da legitimidade do Estado como instituição, em especial da forma proposta
por Jean-Jacques Rousseau. Outros autores, Talcott Parsons entre eles, argumentaram
que a coesão social repousa em consenso sobre valores, e não sobre um contrato social.
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SOCIOLOGIA
CORPORAÇÃO: Organização social que reúne patrões e empregados em torno dos mes-
mos objetivos e interesses. A palavra é também utilizada para designar entidades profis-
sionais que atuam em defesa de seus interesses e privilégios em detrimento do interesse
público. Corporações de Ofício foram as associações de artesãos durante a Idade Média
na Europa ocidental.
CRENÇA: Aceitação como verdadeira de determinada proposição, que pode ou não ser
comprovada. Tem a possibilidade de ser tanto intelectual (crença científica) como emoci-
onal, falsa ou verdadeira. A realidade da crença independe da verdade intrínseca e obje-
tiva de dada proposição (ou a ausência dela).
CRIME: Uma infração do direito penal para a qual uma autoridade governamental aplica
penalidades formais. Cabe ressaltar que nem todo crime se trata obrigatoriamente de um
ato violento, assim como determinadas violências podem não ser consideradas formal-
mente crimes.
CRIME DO COLARINHO AZUL: Descreve aqueles que, em sua grande maioria, são cometidos
por pessoas menos afortunadas, moradoras de comunidades e com pouca aprendizagem es-
colar.
em si partes da cultura e não devem ser confundidos com esses padrões. O que torna uma
ideia cultural, e não pessoal, não é simplesmente o fato de ser comum a duas ou mais
pessoas: ela deve ser vista e vivenciada como tendo uma autoridade que transcende os
pensamentos do indivíduo. Não consideramos um símbolo ou uma ideia como culturais
porque a maioria das pessoas deles compartilha; na verdade, não temos meios de saber o
que a maioria das pessoas numa sociedade pensa. Em vez disso, supomos que a maioria
das pessoas compartilha de uma ideia cultural porque a identificamos como cultural.
CULTURA DE FOLK: É a cultura dos grupos iletrados. Trata-se de um conceito utilizado pela
Antropologia Cultural para designar o sistema de crenças e valores das sociedades mais
ou menos isoladas, de caráter predominantemente rural e que se caracterizam por uma
cultura basicamente oral.
CULTURA ERUDITA: Ou cultura de elite – É a cultura (entendida, neste caso, como con-
junto de conhecimentos) que se adquire de maneira organizada e formal, por meio de
escolas e livros, ou ainda dos meios de comunicação – jornais, revistas, televisão, rádio,
cinema.
CULTURA IMATERIAL: Formas de usar objetos materiais, bem como costumes, crenças,
filosofias, governos e padrões de comunicação.
DARWINISMO SOCIAL: Uma adaptação feita no século XIX da Teoria da Evolução de Char-
les Darwin, é uma explicação teórica da vida social humana em geral e da desigualdade
social, em particular. Da forma exposta por Herbert Spencer na Grã-Bretanha e, em maior
extensão, por William Graham Sumner nos Estados Unidos, o desenvolvimento das socie-
dades assemelha-se à evolução natural, com competição entre vários grupos (raciais, ét-
nicos, de classe etc.) fornecendo a dinâmica necessária para que a sociedade progrida
através da vitória de grupos superiores sobre os inferiores e menos “aptos”. No tocante à
desigualdade social, o darwinismo social atribuía a brecha entre ricos e pobres principal-
mente à maior “aptidão” dos primeiros para sobreviver e prosperar. A sociedade era as-
semelhada ao mundo natural, governada pela competição e pela “sobrevivência dos mais
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aptos”, frase esta cunhada por Spencer, e não por Darwin. Como argumento, o darwi-
nismo social tem defeitos profundos e goza de pouca ou nenhuma credibilidade entre os
modernos cientistas sociais. Em certo sentido, baseia-se em uma tautologia porque mede
aptidão em termos do que a aptidão deve supostamente explicar: os ricos são mais ricos
porque são mais aptos, e a prova de sua maior aptidão está na riqueza de que dispõem.
Esse argumento é verdadeiro por definição enquanto aceitarmos a ideia de que a posse
de grande riqueza é uma medida válida de aptidão (e não um acidente, como nascer em
família rica, por exemplo). Como tal, pode ser sempre usado para justificar o status quo,
começando com a opressão social, racial e de outros tipos, e o imperialismo.
DEFLAÇÃO: Situação na qual os preços das mercadorias de uma economia estão, em mé-
dia, diminuindo em vez de aumentar.
DEPRESSÃO (economia): Uma recessão mais severa. Geralmente é definida pela contra-
ção do PIB em 10%, ou quando a recessão dura três anos ou mais.
ou grupo social. Essa forma de desigualdade prejudica e limita o status social dessas pes-
soas por determinados motivos, além de seu acesso a direitos básicos, como acesso à edu-
cação e saúde de qualidade, direito à propriedade, direito ao trabalho, direito à moradia,
ter boas condições de transporte e locomoção, entre outros.
DESIGUALDADE DE GÊNERO: É uma pauta muito discutida desde o início desta primavera
feminista do século XXI. Ela se manifesta na discriminação de oportunidades, de trata-
mento, de direitos, de liberdade. Por vezes, no sistema patriarcal, mulheres recebem sa-
lários mais baixos que um homem, embora fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau
de ensino e cumprindo os mesmos horários – na esfera pública, também é discutida a
representatividade da mulher em cargos de poder e na política.
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SOCIOLOGIA
DETERMINISMO: É um modo de pensar que supõe que tudo é, de modo previsível, cau-
sado por alguma coisa. Mais especificamente, determinismo descreve qualquer teoria que
explique o mundo em termos de alguns fatores estreitamente definidos, com exclusão de
todos os demais (prática conhecida também como reducionismo). O determinismo bioló-
gico, por exemplo, argumenta que a fisiologia, a genética e as pressões demográficas de-
terminam como sociedades são organizadas. O determinismo social (ou cultural) adota a
postura oposta, atribuindo a vida social exclusivamente a sistemas sociais, que se supõe
estarem além da influência dos aspectos biológicos da existência humana. Ambas as pers-
pectivas implicam que o homem tem relativamente pouco controle ou livre-arbítrio em
face de fatores biológicos ou sociais. A teoria marxista tem sido criticada como sendo uma
forma de determinismo econômico (conhecida também como economismo), ao argumen-
tar que as forças e relações de produção que definem os sistemas econômicos determi-
nam as condições sociais, da religião e literatura ao governo e à vida familiar. Da perspec-
tiva sociológica, o pensamento determinista/reducionista é falho por sua própria natu-
reza, uma vez que deixa de compreender a complexidade inerente à vida social, que a
sociologia tenta abranger e descrever. Na verdade, o surgimento da sociologia no século
XIX teve origem em parte na crítica de Émile Durkheim à tendência de reduzir os fenôme-
nos sociais à psicologia individual.
DIFUSÃO CULTURAL: Processo pelo qual traços culturais de uma sociedade são transferi-
dos para outra, ocasionando nesta última, mudanças culturais. Essa difusão ocorre geral-
mente pela ação dos meios de comunicação.
DIREITOS HUMANOS: Direitos que, por princípio, aplicam-se a todos os seres humanos.
São garantidos por leis internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos do Ho-
mem, adotada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), e consistem em três
grupos de direitos: direitos e liberdades civis, como a liberdade de consciência, de palavra
e de opinião, o direito de ir e vir, a liberdade de imprensa, a proibição da prisão arbitrária,
a condenação da tortura e dos maus-tratos etc.; direitos e liberdades políticas, como a
liberdade de associação e de filiação partidária, o pluripartidarismo, o direito de voto (su-
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SOCIOLOGIA
frágio universal), o direito a ocupar um cargo público etc.; e os direitos sociais, ou coleti-
vos, como o direito à saúde e à educação, a proteção do menor, da mulher e dos idosos,
os direitos trabalhistas (jornada de oito horas de trabalho, descanso semanal remunerado,
aposentadoria, férias) etc.
DUPLA JORNADA: A carga dupla – trabalho fora de casa mais cuidado das crianças e tare-
fas domésticas – que muitas mulheres enfrentam e poucos homens compartilham de
forma justa.
ELITE: É qualquer grupo ou categoria em um sistema social que ocupa uma posição de
privilégio e dominação. Os exemplos incluem a classe alta, os altos comandos militares, os
professores catedráticos em algumas universidades, executivos-chefes de empresas, líde-
res da religião organizada, altos funcionários de partido na oligarquia política ou peritos
em sistemas sociais que dependem de conhecimentos especializados.
EMPIRISMO: É um método filosófico baseado na ideia de que a única forma válida de co-
nhecimento é aquela obtida através do emprego dos sentidos. De acordo com esse ponto
de vista, se alguma coisa não pode ser observada, então de nada adianta tentar explicar
fenômenos naturais ou de qualquer outro tipo.
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SOCIOLOGIA
ESFERA PÚBLICA: Termo associado ao sociólogo alemão Jürgen Habermas. A esfera pú-
blica é um espaço de debate público e de discussão nas sociedades modernas.
ESPAÇO SOCIAL: É uma espécie de universo constituído pela população humana; sem ha-
ver seres humanos, ou existindo apenas um, não há espaço social. Sendo assim, o espaço
social é totalmente contrário do espaço geográfico, cuja existência de seres humanos é
indiferente.
ESTADO: É uma nação politicamente organizada. É constituído, portanto, pelo povo, ter-
ritório e governo. Engloba todas as pessoas dentro de um território delimitado – governo
e governados. Da forma definida por Max Weber, o Estado é a instituição social que man-
tém monopólio sobre o uso da força. Neste sentido, o Estado é definido por sua autoridade
para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as instituições sociais, o
Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei,
a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do sistema judiciário, en-
carregar-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de maneira que estão
além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover
educação de massa e financiar pesquisa médica dispendiosa. De uma perspectiva de con-
flito, no entanto, o Estado opera também no interesse dos vários grupos dominantes,
como as classes econômicas e grupos raciais e étnicos. Estado não é a mesma coisa que
governo, embora os termos sejam muitas vezes usados um pelo outro fora da sociologia
e da ciência política. O Estado é uma instituição social, o que significa que consiste de uma
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SOCIOLOGIA
forma ou plano social de como várias funções devem ser desempenhadas. O sistema par-
lamentar, por exemplo, é uma maneira de realizar as várias tarefas de governo, tal como
promulgar legislação. O governo, contudo, é um conjunto particular de pessoas que, em
qualquer dado tempo, ocupam posições de autoridade dentro do Estado. Neste sentido,
os governos se revezam regularmente, ao passo que o Estado perdura e só pode ser mu-
dado com dificuldade e muito lentamente.
ESTAMENTO: Constitui uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fe-
chadas do que as classes (veja CLASSE SOCIAL) e mais abertas do que as castas (veja CAS-
TAS), reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra.
ESTEREÓTIPOS: São construções mentais falsas, imagens e ideias de conteúdo alógico, que
estabelecem critérios socialmente falsificados. Os critérios baseiam-se em características
não comprovadas e não demonstradas, atribuídas a pessoas, a objetos e a situações soci-
ais, mas que, na realidade, não existem. O estereótipo é uma crença rígida, excessiva-
mente simplificada, não raro exagerada, aplicada tanto a uma categoria inteira de indiví-
duos como a cada indivíduo desta. (A palavra é tomada de empréstimo do processo de
impressão gráfica, no qual uma única impressão é usada para produzir muitas cópias idên-
ticas.) A crença em que pessoas que trabalham em assistência social são indolentes é um
estereótipo, como também a crença de que homens não sabem cuidar de crianças. É im-
portante, porém, distinguir entre estereótipo e generalização. A generalização é qualquer
declaração descritiva aplicada a uma categoria ou grupo de pessoas como um todo.
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SOCIOLOGIA
ESTIGMA: É um rótulo social negativo que identifica pessoas como desviantes, que seu
comportamento viole normas, mas porque elas têm características pessoais ou sociais que
levam outras pessoas a excluí-las. Indivíduos obesos, com defeitos físicos ou desfigurados
(sobretudo no rosto) não violaram normas, mas frequentemente são tratados como se o
tivessem feito. Esse fato aplica-se também aos que são identificados como homossexuais,
doentes mentais ou infectados pelo vírus da AIDS, ou parentes de alguém que seja um
traidor ou assassino que violou normas importantes. O estigma também pode ser aplicado
a grupos minoritários, tais como negros, judeus e mulheres, cujo único crime consiste sim-
plesmente em fazer parte de uma categoria social estigmatizada.
as críticas à tese de Weber (tal como se o catolicismo também fornecia ou não algum apoio
cultural à prática capitalista). Talvez sua contribuição mais duradoura, contudo, resida sim-
plesmente no argumento de que certos aspectos da cultura afetam de forma profunda a
estrutura dos sistemas sociais. Essa tese choca-se de frente com a opinião marxista de que
o modo de produção é que molda a cultura, e não o inverso.
FAMÍLIA: Grupo de indivíduos ligados por laços consanguíneos, casamento ou adoção, que
formam uma unidade socioeconômica, sendo os membros adultos os responsáveis pela
criação dos filhos.
FATO SOCIAL: De acordo com Émile Durkheim, o fato social é uma característica cultural
e estrutural de sistemas políticos que experimentamos como externa a nós e que exerce
uma influência e autoridade que equivalem a mais do que a somadas intenções e motiva-
ções de indivíduos que, por acaso, participem desses sistemas em um determinado tempo.
Uma “empresa”, por exemplo, existe como sistema que envolve pessoas que nela traba-
lham, mas, de várias formas, é independente delas. A empresa pode ir à falência ou desa-
parecer por completo, mas esse fato não significa que as pessoas que nela trabalham terão
o mesmo destino. A empresa, então, com uma cultura e estrutura que a definem como
sistema, é um conjunto de fatos sociais que limitam e moldam a vida das pessoas que dela
fazem parte. Até certo ponto, a sociologia teve origem como reação a uma perspectiva
individualística, psicológica, da vida humana que dominou o pensamento europeu no sé-
culo XIX. Durkheim argumentava em especial que a natureza coletiva da sociedade e da
vida social não podia reduzir a experiência do indivíduo ou representações desta, que ex-
perimentar a lei como indivíduo, por exemplo, não poderia explicar a lei como fenômeno
social. Durkheim afirmava ainda que os fatos sociais deveriam ser considerados como algo
a ser examinado e compreendido em grande parte como se fossem coisas, que só podiam
ser explicadas em relação a outros fatos sociais. Essa foi uma das grandes contribuições
ao que se tornaria a moderna sociologia.
FEMINISMO: O feminismo pode ser definido de duas maneiras principais. No sentido mais
restrito, é um conjunto complexo de ideologias políticas usadas pelo movimento feminista
para promover a causa da igualdade das mulheres com os homens e pôr fim à teoria se-
xista e à prática de opressão social. Em sentido mais amplo e mais profundo, constitui uma
grande variedade de enfoques usados para observar, analisar e interpretar as maneiras
complexas como a realidade social dos sexos e a desigualdade entre eles são construídas,
impostas e manifestadas, desde ambientes institucionais mais vastos aos detalhes do dia
a dia da vida das pessoas. Esses enfoques geram não só teorias sobre as vidas psicológica,
espiritual e social e suas consequências — da música, literatura e ritual religioso a padrões
de violência e distribuição desigual de renda, saúde e poder –, mas também metodologias
de pesquisas distintas, que frequentemente se chocam com métodos consagrados, como
o método científico. Parte da crítica feminista às práticas padronizadas de pesquisa é que
elas servem ao status quo, ao tornarem quase invisíveis as experiências e pontos de vista
das mulheres.
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SOCIOLOGIA
FEMINISMO LIBERAL: Forma da teoria feminista que acredita que a desigualdade de gênero é
produzida pelo acesso reduzido das mulheres e raparigas aos direitos civis e a certos recursos
sociais, como a educação e o emprego. As feministas liberais tendem a procurar soluções por
meio de mudanças na legislação que asseguram a proteção dos direitos individuais.
FEMINISMO NEGRO: Uma corrente do pensamento feminista que insiste nas múltiplas
desvantagens de gênero, classe e raça, que moldam as experiências das mulheres não
brancas. As feministas negras rejeitam a ideia de uma única opressão de gênero sofrida
do mesmo modo por todas as mulheres, e defendem que as primeiras análises feministas
refletiam as preocupações específicas das mulheres brancas da classe média.
FEMINISMO RADICAL: Forma da teoria feminista que acredita que a desigualdade de gênero
é o resultado da dominação masculina em todos os aspectos da vida social e econômica.
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SOCIOLOGIA
si, como acontece quando a inflação é explicada como “dinheiro demais caçando merca-
dorias de menos”. O problema com esse tipo de pensamento é que ele tende a obscurecer
os relacionamentos sociais subjacentes entre pessoas, que constituem a origem real da-
quilo que atribuímos às mercadorias. Não teríamos que comprar e vender em mercados
competitivos, por exemplo, se organizássemos a vida de modo cooperativo, baseado na
propriedade e trabalho comuns.
FORÇAS SOCIAIS: De modo geral, pode ser entendida como todo o estímulo ou impulso
efetivo que conduz a uma ação social. De forma concreta, uma força social, representa o
consenso por parte de um número suficiente de membros de uma sociedade, que tenha
a finalidade de acarretar uma ação ou mudança social de certa índole. No plural – forças
sociais – é utilizada para designar os impulsos básicos típicos, ou motivos, que conduzem
aos tipos fundamentais de associação e de formação de grupos.
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SOCIOLOGIA
FORDISMO: O sistema desenvolvido de modo pioneiro por Henry Ford, que implicou a
introdução da cadeia de montagem e que ligou crucialmente métodos de produção em
série com o cultivo de um mercado de massas para os bens produzidos – no caso de Ford,
em particular, o seu famoso automóvel Ford modelo T.
FUNCIONALISMO: Uma abordagem sociológica que enfatiza a maneira pela qual as partes
de uma sociedade são estruturadas para manter sua estabilidade.
FUNÇÕES LATENTES: Consequências não pretendidas, não esperadas e, inclusive, não re-
conhecidas.
GENTRIFICAÇÃO: Uma mudança no caráter de uma comunidade urbana decadente, que é ob-
servável por meio do aumento no preço das propriedades e influxo de indivíduos mais ricos.
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SOCIOLOGIA
GLOBALIZAÇÃO: É um processo no qual a vida social nas sociedades é cada vez mais afe-
tada por influências internacionais com origem em praticamente tudo, de laços políticos
e de comércio exterior à música, estilos de vestir e meios de comunicação de massa co-
muns a vários países. Talvez a forma mais poderosa de globalização seja a econômica, na
qual o planejamento e o controle expandem-se de um foco de interesse relativamente
estreito – como uma empresa isolada que negocia em base regional ou nacional – para
um foco global, no qual o mundo inteiro serve como fonte de trabalho, de matérias-primas
e de mercados. Quando os negócios são realizados em nível local, por exemplo, os proble-
mas das relações com os trabalhadores, a obtenção de matérias-primas e outros bens, o
transporte e a venda dos produtos finais ocorrem todos no mesmo ambiente social. Na
economia globalizada, porém, as empresas transnacionais operam simultaneamente em
muitos países diferentes e exploram em vantagem própria as variações nas condições lo-
cais. Se trabalhadores em uma sociedade industrial mais afluente, como a Grã-Bretanha
ou Estados Unidos, por exemplo, entram em greve para conseguir remuneração mais alta
ou melhores condições de trabalho, a empresa transnacional pode simplesmente transfe-
rir suas atividades para outro país, onde os trabalhadores são mais condescendentes e
têm expectativas mais baixas. Nas indústrias de serviço, tais como atividade bancária e
seguros, esse resultado pode ser também obtido apenas transferindo o trabalho de um
para outro computador. A globalização econômica é importante não só porque complica
as relações econômicas, mas porque concentra ainda mais o poder econômico e debilita
a posição dos trabalhadores sob o capitalismo industrial.
HABITUS: Partindo da ideia de Tomás de Aquino de que cada um de nós pensa como um
certo tipo de pessoa, o conceito de Pierre Bourdieu se refere a um conjunto de disposições
adquiridas em que as pessoas de uma classe social compartilham valores culturais. São
disposições sociais que se enraízam individualmente, ou seja, aquele elemento que se en-
contra na interseção entre o indivíduo e o coletivo. O habitus é um dos conceitos da teoria
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SOCIOLOGIA
HIPER-REALIDADE: Conforme definida por Jean Baudrillard, a ideia de que não existe mais
uma “realidade” separada à qual se referem imagens e símbolos, mas, em vez disso, uma
versão simulada da realidade que parece mais real que qualquer coisa que existe no
mundo físico.
HIPÓTESES: São formulações provisórias do que se procura conhecer, de cuja ajuda necessi-
tamos para explicar os fatos, descobrindo o seu ordenamento; são supostas respostas para
o problema ou assunto de pesquisa. A hipótese, uma vez verificada (com certeza de ser vá-
lida ou plausível e sustentável) pela pesquisa empírica, pode-se transformar em teoria.
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SOCIOLOGIA
nha ao regime, e para lá foram muitos judeus, mortos então pela polícia. Durante a Se-
gunda Guerra Mundial, milhares de judeus foram deportados do país para guetos e cam-
pos de extermínio; lá, eram levados a câmaras de gás, em que morriam por asfixia. Em
1945, dois em cada três judeus europeus tinham sido mortos, em torno de 6 milhões de
pessoas. Mais de 1,5 milhão de crianças com idade inferior a 12 anos foram assassinadas,
sendo mais de 1,2 milhões de crianças judias, dezenas de milhares de crianças ciganas e
milhares de crianças deficientes.
HOMO FERUS: Animal humano que, devido ao isolamento total de outros seres humanos,
foi privado, durante os primeiros anos de vida, de interação com eles (veja INTERACÇÃO),
fator essencial para a sua socialização (veja SOCIALIZAÇÃO), e que, por este motivo, não
adquiriu, ou o fez apenas de forma rudimentar, personalidade e cultura.
INCLUSÃO SOCIAL: Processo pelo qual, devido à melhoria crescente de seu padrão de vida,
pessoas antes marginalizadas ou excluídas passam a integrar a sociedade de forma mais
digna, com a satisfação de suas necessidades básicas.
INDIVIDUALISMO: É uma ideia ou visão que enfatiza o valor moral do indivíduo e entende
que os objetivos e interesses de cada um devem prevalecer sobre os interesses dos grupos
e do Estado. O individualismo valoriza a independência, a autonomia, a responsabilidade
sobre si mesmo e a tolerância aos outros indivíduos. Nesse contexto, cada um deve se
responsabilizar por suas ações e colher o sucesso ou o fracasso de suas decisões.
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SOCIOLOGIA
INFLAÇÃO: Ritmo com que aumentam os preços dos bens em uma economia.
INFRAESTRUTURA: É a parte que sustenta uma estrutura. Para as Ciências Sociais, é a base
material ou econômica de uma sociedade ou de uma organização social.
INTERAÇÃO SOCIAL: É a reciprocidade de ações sociais entre indivíduos, por meio da qual
os seres humanos se aproximam ou se afastam, associam-se ou se dissociam.
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SOCIOLOGIA
famosa declaração ao Senado francês: “l’Étatc’ést moi” (O Estado sou eu). Essa declaração
teve consequências extraordinárias, uma vez que Napoleão se identificava como o maior
componente da própria sociedade e, dessa forma, colocava-se de maneira a transcender
limitações que, em condições normais, se aplicariam à sua conduta e aos usos que desse
ao poder. Tal como a maioria dos aspectos da vida social, instituições são experimentadas
como externas aos indivíduos que delas participam. Mas são também moldadas e muda-
das por essa participação.
INSTITUIÇÃO TOTAL: Da forma definida por Erving Goffman, a instituição total é um sis-
tema social isolado, fechado, tal como prisões, hospitais de doentes mentais, conventos,
internatos ou acampamentos militares, que têm como objetivo principal controlar a mai-
oria, se não todos os aspectos da vida dos que deles participam. A maneira como as insti-
tuições totais conservam seu poder sobre a vida de pessoas, as consequências que geram
para elas e os sistemas sociais, e o modo como as pessoas se adaptam às limitações im-
postas por essas circunstâncias são, sem exceção, questões de interesse sociológico.
ISOLAMENTO SOCIAL: Situação na qual uma pessoa ou um grupo social ficam desprovidos
de contatos sociais com outras pessoas, ou grupos, devido a fatores físicos, psíquicos, cul-
turais ou sociais.
LATIFÚNDIO: Propriedade rural de grande extensão, cuja maior parte aproveitável não é
utilizada em exploração econômica.
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SOCIOLOGIA
LEGITIMAÇÃO: É o processo por meio do qual um sistema social ou algum aspecto deste
vêm a ser aceitos como justos e são em geral apoiados pelos que deles participam. Uma
vez que é difícil manter por muito tempo um sistema pela coerção, a maneira mais eficaz
para conservar a coesão social consiste em fazer com que as pessoas acreditem no sistema
e o aceitem como é. A legitimação é um conceito crucial no estudo da autoridade e da
estratificação social, porque desempenha um importante papel não só na estabilidade de
sistemas sociais de todos os tipos, mas, acima de tudo, na perpetuação da desigualdade e
da opressão social.
LOBBY: É uma atividade em que empresas, entidades, pessoas físicas, segmentos da soci-
edade lutam para viabilizar seus interesses perante o governo, seja no Congresso, seja no
Executivo.
LUCRO: De modo geral, lucro é o excesso resultante de uma troca econômica quando o
preço daquilo que é vendido é maior do que o que custou ao vendedor para fornecê-lo ou
produzi-lo. A importância social do lucro foi desenvolvida ao máximo sob o capitalismo.
LUTA DE CLASSE: Segundo Marx, o conflito e a luta de classe são dissensões inevitáveis
que ocorrem devido à organização econômica da maioria das sociedades, como entre os
camponeses e a nobreza sob o feudalismo, por exemplo, ou entre trabalhadores e empre-
gadores sob o capitalismo. Em suas teorias de história, Marx argumentou que essas lutas
eram o motor que impulsionava e moldava a mudança social. Foi, por exemplo, a luta en-
tre a aristocracia possuidora de terras e os empreendedores capitalistas emergentes que
resultou no declínio do feudalismo e na ascensão do capitalismo. Do ponto de vista mar-
xista, o conflito e a luta de classe são inevitáveis nas sociedades capitalistas porque os
interesses de trabalhadores e dos capitalistas divergem fundamentalmente: os capitalistas
acumulam riqueza mediante exploração dos trabalhadores que a produzem; os trabalha-
dores mantêm ou promovem seu próprio bem-estar apenas resistindo à exploração capi-
talista. Os resultados do conflito de classe se refletem virtualmente em todos os aspectos
da vida social – do trabalho para promover a sindicalização e as greves a campanhas polí-
ticas, políticas de imigração e conteúdo da arte, literatura e cultura popular.
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SOCIOLOGIA
MALTHUSIANISMO: A ideia, avançada em primeiro lugar por Thomas Malthus há dois sé-
culos, de que o crescimento da população tende a ultrapassar os recursos disponíveis para
a sustentar. Malthus defendia que as pessoas têm de limitar as suas relações sexuais para
evitar um crescimento excessivo da população e um futuro de miséria e fome.
MERCADORIA: É qualquer bem ou serviço produzido para venda ou para ser trocado por
alguma outra coisa em um sistema de mercado. Se cultivamos tomates para consumo pró-
prio, o tomate não é uma mercadoria, mas se os plantamos para vender ou trocar por bens
ou serviços, tais como roupas ou serviços dentários, eles se transformam em mercadoria.
Desse ponto de vista, nada é inerentemente uma mercadoria. Ela existe apenas através
de sua posição em relação a mercados e ao processo de troca. Uma das mudanças mais
importantes trazidas pela emergência do capitalismo industrial, por exemplo, foi que o
trabalho se tornou uma mercadoria que as pessoas vendem nos mercados em troca de
salário. Esse fato estende-se mesmo a serviços outrora prestados como partes da vida fa-
miliar, como o cuidado de crianças. Ao nos aproximarmos do século XXI, os serviços de
cuidado de crianças estão adquirindo o caráter de mercadorias em muitas sociedades in-
dustriais. Um número crescente de famílias depende da renda de ambos os pais, que pro-
curam por serviços comerciais de cuidado de crianças a fim de preencher algumas defici-
ências nesse particular, pelo menos entre as classes mais abastadas, que podem custeá-
-los. A transformação de bens e serviços em mercadorias é importante porque traz consigo
uma dependência cada vez maior de mercados para satisfazer necessidades básicas, e isso,
por seu lado, torna pessoas dependentes da capacidade de ganhar dinheiro, em geral ven-
dendo trabalho em troca de salários. Nas sociedades não industriais, as famílias tendem a
ser relativamente autossuficientes no sentido em que produzem a maior parte do que
consomem. Progredindo a industrialização, contudo, ela assume a produção de quase to-
dos os bens consumidos pela família, do preparo do pão e fabricação caseira de manteiga
à produção de tecidos. Como resultado, uma parte cada vez maior das necessidades bási-
cas só pode ser atendida através de relações com os mercados, e famílias que anterior-
mente viviam de acordo com padrões estáveis de vida, ainda que modestos, podem des-
cobrir de repente que foram reduzidas à pobreza e que não dispõem mais de meios de
sustento.
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SOCIOLOGIA
MÉTODO CIENTÍFICO: Uma série de passos organizados e sistemáticos que garante má-
xima objetividade e uniformidade na pesquisa de um problema.
MÍDIA: Palavra derivada da pronúncia em inglês da expressão latina media, que em por-
tuguês significa meios. Refere-se, especificamente, aos meios de comunicação de massa
usados para transmitir informações ou trocar mensagens. A mídia escrita reúne jornais,
revistas e livros. O rádio constitui a mídia falada.
MISOGINIA: É uma atitude cultural de ódio às mulheres simplesmente porque elas são
mulheres. Trata-se de uma parte fundamental do preconceito e da ideologia sexistas e,
como tal, constitui uma base importante para a opressão das mulheres em sociedades
dominadas pelos homens. A misoginia se manifesta de várias maneiras diferentes, de pia-
das e pornografia à violência e ao autodesprezo que mulheres podem ser ensinadas a sen-
tir em relação ao próprio corpo.
MITO: É uma história sobre experiência humana envolvendo o SAGRADO. Nos sistemas de
crenças religiosas, o mito é muitas vezes usado para explicar as origens de tradições reli-
giosas, como nas narrativas sobre o nascimento, a vida e a morte de Jesus, ou a difícil
jornada espiritual de Buda. É usado também para ilustrar as muitas maneiras como valores
e crenças religiosas fundamentais se aplicam às experiências da vida diária. Em suma, o
mito serve frequentemente como uma maneira ritualística de afirmar um senso comum
do “de onde viemos e como chegamos aqui”. Em sentido relacionado e mais amplo, pode
ser usado para legitimar sociedades inteiras. Mitos heroicos sobre figuras decisivas na for-
mação de nações-estado (tais como heróis revolucionários), por exemplo, desempenham
papel importante na glorificação e perpetuação de arranjos sociais correntes. O antropó-
logo Claude Lévi-Strauss argumentava que a função principal do mito pouco tem a ver com
a explicação ou justificação da realidade social, mas serve, sim, para corporificar categorias
linguísticas básicas, que são fundamentais para qualquer compreensão cultural da reali-
dade. Dualidades como amor/ódio, homem/mulher, bem/mal, alto/baixo situam-se no
núcleo da ordem cultural que usamos para extrair sentido da realidade. O mito, de acordo
com Lévi-Strauss, aplica-se a essas categorias de maneiras que as reafirmam como forma
legítima de pensar sobre o mundo.
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SOCIOLOGIA
MODO DE PRODUÇÃO: Conceito criado por Karl Marx para designar o conjunto formado
pelas forças produtivas e pelas relações de produção de uma sociedade em um período
histórico determinado. É a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços,
como os utiliza e como os distribui. Segundo Marx, teriam existido na História os modos
de produção comunal primitivo, escravista, asiático, feudal e capitalista. Marx previa ainda
a formação de um modo de produção que superaria o capitalismo: seria o modo socialista
de produção.
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SOCIOLOGIA
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SOCIOLOGIA
MUTIRÃO: Sistema de trabalho (não assalariado) entre vizinhos e amigos que implica re-
ciprocidade.
NAÇÃO: Um corpo de pessoas unidas pela cultura, pela história ou pela língua, quase sem-
pre compartilhando uma área geográfica específica.
NACIONALISMO: É uma ideologia política, uma corrente de pensamento que valoriza to-
das as características de uma nação. Uma das formas pelas quais o nacionalismo se ex-
pressa é por meio do patriotismo, que envolve a utilização dos símbolos nacionais, da ban-
deira, de cantar o hino nacional etc. O nacionalismo provém desse sentimento de perten-
cimento à cultura de um país e de identificação com a pátria. Um dos ideais nacionalistas
é a preservação da nação, na defesa de territórios e fronteiras, assim como na manuten-
ção do idioma, nas manifestações culturais, opondo-se a todos os processos que possam
destruir essa identidade ou transformá-la.
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SOCIOLOGIA
NEOTRIBALISMO: Grupos de vida curta, flexíveis e fluidos, dos quais as pessoas, num
mundo de rápida mudança, buscam dá sentido à sua vida.
NORMA INFORMAL: Norma que, em gral, é entendida, mas não exatamente registrada.
OBSCURANTISMO: Estado de quem vive em total ignorância, ou que, por motivos irracio-
nais, recusa-se a aceitar mudanças. Atitude de quem rejeita as descobertas da ciência por
seguir ao pé da letra certos textos considerados sagrados. O poder público também pode
assumir posições obscurantistas, ao impedir inovações ou a propagação de propostas de
mudanças na estrutura da sociedade, por considerá-las um perigo para a ordem social ou
por achar que estejam em conflito com seus interesses.
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SOCIOLOGIA
PENA CAPITAL: A execução, sancionada pelo estado, de uma pessoa que foi condenada
por um crime punível com a pena de morte. A pena capital é vulgarmente conhecida como
pena de morte.
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SOCIOLOGIA
PIRÂMIDE SOCIAL: Representação gráfica das diferentes camadas sociais, de acordo com
o critério de distância social existente entre elas.
POBREZA: Em sentido geral, pobreza é uma situação na qual pessoas carecem daquilo de
que têm necessidade para viver. Os limites de “necessidade para viver”, no entanto, são
matéria de definição. Se a pobreza é definida em termos absolutos – aquilo de que indiví-
duos precisam para sobreviver fisicamente –, torna-se mais simples definir o ponto em
que pessoas se tornam pobres. A experiência de pobreza, porém, depende também do
quanto as pessoas têm em comparação com outras pessoas na sociedade e com os valores
culturais que definem a “boa vida”. Em muitas partes do mundo, por exemplo, água enca-
nada é considerada sinal de prosperidade, ao passo que, nas sociedades industriais, é co-
mum, e sua ausência numa casa passa a ser considerada sinal de pobreza. A maneira como
definimos pobreza tem grande importância, especialmente nas sociedades industriais, nas
quais a pobreza relativa é mais comum do que a pobreza absoluta. Quanto mais comum a
pobreza, maior a pressão pública para que alguma coisa seja feita a respeito.
POLIANDRIA: Forma de poligamia na qual a mulher pode ter mais de um marido ao mesmo
tempo.
POLÍTICA: Expressão que deriva da palavra polis, que em grego significa cidade. A pólis era
a cidade-Estado na Grécia Antiga. Em algumas delas, a assembleia de cidadãos decidia so-
bre todas as questões que diziam respeito a seu Estado, isto é, à pólis. Política tem a ver,
portanto, com Estado, governo e poder. Em sentido mais amplo, é toda atividade ligada
ao exercício de um poder organizado em uma coletividade, seja esta um Estado, uma ci-
dade, uma empresa, um sindicato, uma universidade, etc. Assim, pode-se falar, por exem-
plo, na política sindical de determinado líder trabalhista, na política salarial de uma em-
presa, etc. Para o senso comum, política é a “arte de governar um povo”.
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SOCIOLOGIA
POPULISMO: É uma prática que busca a simpatia das classes sociais mais baixas, defen-
dendo seus interesses por meio de políticas paternalistas e assistencialistas. Segundo Cas
Mudde, professor da Universidade da Geórgia (EUA), o populismo é uma ideologia rasa
que considera que a sociedade se divide em dois grupos antagônicos, o ‘povo’ e a ‘elite
corrupta’. Essa versão é bastante aceita academicamente e enfatizada por outros estudio-
sos, como Luiz Ramiro (Universidade de Leicester – Reino Unido), que completa dizendo
que “tais grupos possuem interesses irreconciliáveis, o que leva a enfatizar a soberania
nacional ou popular”. Populismo (da palavra latina que significa “povo”) é uma ideologia
ou movimento social que deposita fé na sabedoria do homem comum e por isso mesmo
desconfia das elites, tais como a política, a intelectual, a empresarial etc. Como movimento
político, o populismo tem frequentemente pregado o governo direto pelo povo e contra
os padrões de mudança preconizados pelas elites, como o capitalismo industrial, a urba-
nização e outras formas de “progresso”.
PÓS-VERDADE: Foi eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford. De acordo com
o Dicionário Oxford, pós-verdade é: um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstân-
cias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que
apelos à emoção e às crenças pessoais”. Um mundo com a pós-verdade é uma realidade
em que acreditar, ter crença e fé de que algo é verdade é mais importante do que isso ser
um fato realmente. A explicação da palavra “pós-verdade”, de acordo com o Oxford, é de
que o composto do prefixo “pós” não se refere apenas ao tempo seguinte a alguma situa-
ção ou evento – como pós-guerra, por exemplo –, mas sim a “pertencer a um momento
em que o conceito específico se tornou irrelevante ou não é mais importante”, nesse caso,
a verdade. Portanto, pós-verdade refere-se ao momento em que a verdade já não é mais
importante como já foi.
POSITIVISMO: O Positivismo foi criado no século XIX por autores como Auguste Comte.
Pode ser visto como uma adoção radical dos valores iluministas. Comte propôs, por exem-
plo, que a ciência seria mais do que o principal norteador dos progressos sociais: ela seria
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SOCIOLOGIA
a única fonte legítima do conhecimento humano. Por isso, apenas aquilo que possa ser
comprovado por métodos científicos pode ser considerado como válido. Os positivistas
chegaram a criar uma nova religião, denominada por Comte de religião da humanidade.
Até hoje, existe uma Igreja Positivista do Brasil. Outra influência do positivismo em terras
tupiniquins é o lema “Ordem e Progresso”, inscrito na bandeira nacional.
que carregam uma longa história de preconceito e discriminação são ativamente sondados
como candidatos a empregos, contratos governamentais e admissão nas universidades. Em-
bora esse tipo de discriminação positiva venha provocando bastante controvérsia, geral-
mente tem tido pouco efeito na distribuição total de homens, mulheres, negros e brancos
entre as ocupações.
PRESTÍGIO SOCIAL: Posição desfrutada por um indivíduo que desperta confiança em ou-
tras pessoas e é capaz de exercer influência sobre elas. O prestígio social pode ser adqui-
rido em virtude de qualidades especiais atribuídas pelos outros à pessoa prestigiada. Tais
qualidades podem ser reais ou imaginárias. O prestígio pode ser obtido também por meio
da conquista de posições sociais consideradas influentes na sociedade. Assim, um atleta
pode desfrutar de prestígio apenas por ter vencido competições e conquistado medalhas
em torneios esportivos.
PRIVAÇÃO: De modo geral, privação refere-se a uma condição na qual pessoas carecem da-
quilo deque necessitam. O conceito é sociologicamente importante devido à relevância so-
cial do que as pessoas estão dispostas a suportar para melhorar sua qualidade de vida, do
crime à participação em movimentos sociais. A privação absoluta é a falta de atendimento
das necessidades de vida, como alimento, água, abrigo e combustível. O estado de privação
relativa, contudo, baseia-se na diferença percebida entre o que alguns indivíduos têm em
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SOCIOLOGIA
comparação com outros. Implícita nesta situação está a ideia de que pessoas são seletivas
no tocante a outras com quem resolvem se comparar. Os que se encontram no mais baixo
degrau do sistema de classe social em muitas sociedades industriais, por exemplo, são, em
termos objetivos, mais prósperos do que muitos dos mais altamente colocados em sistemas
de classe de sociedades não industriais. Os que pertencem às sociedades industriais, porém,
não encontram consolo nisso, porque não usam tais sociedades como pontos de compara-
ção. Nesse sentido, a privação relativa existe quando indivíduos se consideram carentes do
que acreditam que deviam ter, no contexto do sistema social em que vivem e da posição
que nele ocupam. O conceito de privação relativa tem sido usado principalmente no estudo
de movimentos sociais e de revolução, casos em que se argumenta que a privação relativa,
e não a absoluta, terá mais probabilidade de promover pressão por mudança.
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SOCIOLOGIA
REDE SOCIAL: Uma série de relações sociais que ligam uma pessoa diretamente a outras
e, indiretamente, a um número ainda maior de pessoas. Nos últimos anos, a expressão
também se direciona para sites e aplicativos virtuais.
REIFICAÇÃO: É o processo de tomar uma ideia ou conceito e tratá-los como se fossem algo
concreto e real. “Sociedade”, por exemplo, é um conceito usado por sociólogos para des-
crevera organização da vida social. A sociedade não é algo que possamos ver ou experi-
mentar de alguma outra forma com nossos sentidos; ela também não é capaz de pensar,
sentir ou agir. Ainda assim, pessoas reificam frequentemente a sociedade, referindo-se a
ela como se fosse uma entidade viva, concreta, com necessidades, vontades, intenções e
comportamento, um ser consciente que pode ser julgado culpado por variados resultados.
Da forma usada por Georg Lukács e Karl Marx, o conceito de reificação revela que nos
separamos e nos alienamos de nós mesmos, e de nossas relações com outras pessoas,
quando começamos a considerá-las como semelhantes a coisas, geralmente além de
nossa capacidade de controle. Esquecemos, por exemplo, que computadores e outras tec-
nologias são invenções humanas e, em vez disso, pensamos nelas como se fossem forças
independentes, capazes de controlar nossas vidas. Ou pensamos no trabalho humano
como uma mercadoria vendida em troca de salário, e não como uma parte profundamente
importante de nossa vida social.
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SOCIOLOGIA
RELIGIÃO: Tal como todas as instituições sociais, religião é definida sociologicamente pe-
las funções que desempenha em sistemas sociais. De modo geral, é um arranjo social cons-
truído para prover uma maneira compartilhada, coletiva, de lidar com aspectos desconhe-
cidos e incognoscíveis da vida humana, com os mistérios da vida, morte e existência, e
com os dolorosos dilemas que surgem no processo de tomar decisões de natureza moral.
Como tal, a religião fornece não só respostas a duradouros problemas e perguntas huma-
nos, mas forma também uma das bases da coesão e da solidariedade sociais. Fundamental
para a realidade social da religião é a distinção estabelecida por Émile Durkheim entre o
sagrado e o profano. O profano consistiria de tudo que podemos saber através dos senti-
dos. É o mundo natural da vida diária, que experimentamos como compreensível ou, pelo
menos, em última análise, como cognoscível. Em contraste, o sagrado abrange tudo que
existe além do mundo da vida diária, natural, que vivenciamos com nossos sentidos. Como
tal, o sagrado inspira sentimentos de respeito porque é considerado incognoscível e além
das limitadas capacidades humanas de perceber e compreender. A religião é organizada
principalmente em torno dos elementos sagrados da vida humana e cria condições para
uma tentativa coletiva de construir uma ponte entre o sagrado e o profano.
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SOCIOLOGIA
Unidos, figuras heroicas como George Washington e Abraham Lincoln assumiram um sig-
nificado mítico, inclusive com o poder de gerar certa medida de coesão social até mesmo
numa sociedade onde é grande a diversidade étnica e racial.
RENDA NACIONAL: É a soma das rendas de todas as pessoas físicas e jurídicas de uma
nação num período determinado.
RENDA PER CAPITA: É o valor resultante da divisão da renda nacional pelo número total
de habitantes de uma nação.
mesmo tempo, o chefe de Estado e o chefe de governo, exceto nas repúblicas parlamen-
taristas. O seu tempo no poder costuma ser curto e muito bem definido. Ele também não
tem como transferir seu cargo para uma pessoa de sua família ou de seus círculos. Além
disso, é na república em que estão mais claramente divididos os poderes Executivo e Le-
gislativo, que são exercidos respectivamente pelo presidente e por um grupo de represen-
tantes do povo, chamados de deputados ou senadores. O presidente deve executar os
planos do governo, enquanto o cargo de elaborar e analisar novas propostas de leis recai
sobre o Poder Legislativo. No Brasil, tivemos um período de monarquia entre 1822 (data
da nossa independência) até 1889, quando foi proclamada a república. Essa é a forma de
governo adotada até hoje no país.
REVOLUÇÃO: É uma mudança social que altera aspectos básicos de uma sociedade ou ou-
tro sistema social. Em política, por exemplo, a revolução consiste de mais do que uma
mudança de liderança, não importa o quão violenta ou súbita possa ser. Para que a mu-
dança política seja revolucionária, o próprio sistema político tem de passar por alguma
mudança básica, como da aristocracia para a democracia ou da democracia para a dita-
dura militar. Dada essa definição, as verdadeiras revoluções são muito raras e difíceis de
manter, uma vez que as forças da legitimação, que promovem o status quo, tendem a ser
muito fortes, até nos sistemas mais opressivos. Embora a revolução esteja, com mais fre-
quência, associada à política e à mudança súbita, violenta, ela pode ocorrer em qualquer
área da vida social e acontecer sem violência, durante longos períodos de tempo. A Revo-
lução Industrial constitui exemplo de uma das transformações sociais mais profundas já
ocorridas, como aconteceu também com o desenvolvimento do capitalismo como sistema
econômico. Ambas as mudanças evoluíram no decorrer de vários séculos, sem que uma
ordem fosse derrubada pela força por outra. O fundamental para a ideia de revolução é o
tipo de mudança que ocorre, e não tanto como ela ocorre.
RIQUEZA: É todo objeto material de valor de que o homem não necessita para consumo
em futuro próximo e que pode, por conseguinte, ser mantido em reserva e acumulado.
Propriedades imobiliárias, ações, títulos, poupança, pecúlio de aposentadoria, máquinas,
veículos, joias, obras de arte e peças importantes de mobiliário são considerados como
formas de riqueza nas sociedades industriais capitalistas.
RISCO: Segundo Ulrich Beck, tentativas de evitar ou mitigar potenciais perigos, sobretudo
os “riscos fabricados” que são produtos da atividade humana.
RITO DE PASSAGEM: Ritual que marca a transição simbólica de uma posição social para outra.
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SOCIOLOGIA
SAGRADO: Algo “intocável” e oposto ao mundano. De acordo com sua utilização, encontramos
várias referências ao termo sagrado. Tudo o que está relacionado à divindade e culto, costuma
referir-se ao termo sagrado. Por exemplo, na maioria das religiões, tudo o que se relaciona com
o mais fundamental de sua adoração será considerado como sagrado.
SECULARIZAR: Tomar secular ou laico o que era eclesiástico, o que era ligado à Igreja. A
Revolução Francesa de 1789, por exemplo, secularizou os bens do clero, ou seja, confiscou
as propriedades da Igreja e entregou-as a particulares ou ao Estado. Por secularização do
pensamento entende-se a passagem de um pensamento puramente religioso para um
pensamento científico, baseado na razão humana.
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SOCIOLOGIA
SÍMBOLO: Algo concreto que representa uma realidade abstrata. Por exemplo, as cores
verde e amarela, quando utilizadas conjuntamente, representam o Brasil; a aliança é um
objeto que simboliza a união e a fidelidade entre os cônjuges em nossa sociedade; a cruz
simboliza o cristianismo, e assim por diante.
SIMULACRO: Noção utilizada pelo autor francês Jean Baudríllard. Um simulacro é uma có-
pia de um item de que não existe um original. Por exemplo, uma casa “pseudoTudor” em
nada se parece com os edifícios originais Tudor.
SINDICATO: Associação profissional que tem por objetivo a defesa dos interesses dos que
exercem determinada atividade.
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SOCIOLOGIA
que, originalmente, não promovia ideais racistas. Mas, na década seguinte, devido à re-
cessão econômica e à fragilização da relação com imigrantes, o grupo se uniu ao partido
neonazista inglês Frente Nacional – em inglês, National Front –, que promovia a superio-
ridade branca. A partir de então, são diretamente associados a ideais neonazistas, fascistas
e de extrema-direita. Os skinheads ganharam mais notoriedade a partir dos anos 1980,
com grupos nos Estados Unidos que praticavam vandalismo e violência contra grupos de
pessoas negras, homossexuais, judeus e imigrantes latinos.
SOCIALISMO: Expressão que designa tanto uma doutrina como um sistema social. Como
doutrina, o socialismo é uma corrente de ideias que propõe a superação da sociedade
capitalista por meio da socialização (ou coletivização) dos meios de produção – que pas-
sariam a pertencer à sociedade e não mais a capitalistas privados – e da entrega do poder
político às associações dos trabalhadores. Como sistema social, o socialismo teve um ca-
ráter marcadamente autoritário em países como a antiga União Soviética e a China. Ali, a
propriedade social ou coletiva acabou se transformando em propriedade do Estado e o
governo tornou-se monopólio de uma burocracia privilegiada que nega os ideais igualitá-
rios dos fundadores do pensamento socialista. Em sua essência, o socialismo é muito mais
um conceito econômico que político; baseia-se no princípio da propriedade pública (cole-
tiva) dos instrumentos materiais de produção. Diferentemente do que ocorre numa eco-
nomia de mercado (veja CAPITALISMO), o capital das empresas não é propriedade privada,
mas pertence à coletividade, representada pelo Estado. Na realidade, o socialismo não
pressupõe a abolição total da propriedade privada, mas somente a dos meios de produção
(bens de capital), mantendo se a propriedade individual dos bens de consumo e de uso.
Por outro lado, no sistema socialista, inexiste o capital particular, auferidor de lucros, em
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SOCIOLOGIA
função do que é acionada toda a economia de mercado: o estímulo que dinamiza a eco-
nomia deverá ser o progresso, assim como o desejo coletivo de alcançar níveis elevados
de bem-estar econômico e social. As decisões sobre o objeto, o volume e os preços da
produção não são da alçada do administrador de empresa, mas constituem metas estabe-
lecidas no planejamento governamental.
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SOCIOLOGIA
SOCIEDADE DO RISCO: Noção associada ao sociólogo alemão Ulrich Beck. Beck defende
que a sociedade industrial criou muitos novos perigos de riscos desconhecidos em épocas
anteriores. Os riscos associados ao aquecimento global são um exemplo.
SOCIEDADE INDUSTRIAL: Sociedade que emprega máquinas para produzir seus bens e
serviços.
SOCIOLOGIA: Ciência social que estuda as relações sociais e as formas de associação dos
seres humanos, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. A Socio-
logia estuda os grupos sociais, a divisão da sociedade em camadas ou classes sociais, a
mobilidade social, os processos de mudança, cooperação, competição e conflito que ocor-
rem nas sociedades, etc.; é a ciência social que estuda os fatos sociais.
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SOCIOLOGIA
SOLIDARIEDADE SOCIAL: Vínculo recíproco entre pessoas que envolve ações de ajuda mú-
tua e está baseado em interesses e sentimentos de responsabilidade comuns a esse grupo
de pessoas. Uma das manifestações da solidariedade é a cooperação.
STATUS QUO: Expressão em latim que significa o estado atual em que se encontram as
coisas. Em certos contextos, pode designar também a ordem social estabelecida.
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SOCIOLOGIA
SUBEMPREGO: Emprego temporário, não qualificado, não coberto pela legislação traba-
lhista em vigor e, em geral, mal remunerado.
SUICÍDIO: O ato de acabar com a própria vida figura com destaque no desenvolvimento
da sociologia ao longo da história, porque constituiu tema da primeira obra sociológica a
usar sistematicamente dados empíricos para submeter a teste uma teoria. A obra clássica
de Émile Durkheim, intitulada Suicídio, tinha por fundamento a premissa de que os pa-
drões de suicídio podiam ser explicados com simplicidade, como resultado de patologia e
psicologia individuais, mas que eram causados por fatos sociais. Durkheim argumentava,
por exemplo, que as taxas de suicídio tenderiam a ser altas em comunidades com fracos
laços sociais. Essa ideia levou ao prognóstico de que os protestantes teriam taxas mais
altas de suicídio do que os católicos, uma vez que os primeiros apresentavam uma ten-
dência mais alta para enfatizar a autonomia pessoal, a independência e o sucesso. Os da-
dos (registros públicos de taxas de mortalidade) e os métodos usados por Dukrheim foram
desde então muito criticados por suas falhas de adequação. A concentração de Durkheim
em causas sociais, e não individuais, e o uso de dados para submeter a teste uma teoria,
forneceram um modelo que influenciou profundamente a pesquisa e o pensamento soci-
ológicos.
SUPERESTRUTURA: Expressão utilizada por Karl Marx para designar a parte superior da
estrutura social, que é sustentada pela base material, econômica, denominada infraestru-
tura. Na superestrutura se localizam o Estado, a vida cultural e o conjunto das ideologias,
filosofias, religiões, princípios jurídicos e políticos da sociedade.
TENSÃO SOCIAL: Estado emocional que resulta das oposições e conflitos que ocorrem en-
tre grupos sociais. Na terminologia marxista, as tensões sociais são expressão e conse-
quência da luta de classes. Uma greve de operários, por exemplo, é uma das manifesta-
ções da tensão social.
TEOCRACIA: Sistema de governo no qual o poder político aparece unido ao poder religio-
so. O Vaticano, por exemplo, é um caso típico de Estado sob governo teocrático. Localizado
no interior da Itália, o Vaticano é um Estado independente governado pelo papa, chefe da
Igreja católica. A teocracia pode ser definida também como um sistema de poder no qual
o governo está nas mãos do grupo sacerdotal.
TEORIA CRÍTICA: Em seu sentido mais geral, a teoria crítica é uma teoria sociológica que
tem por objetivo explorar o que existe por trás da vida social e descobrir os pressupostos
e máscaras que nos impedem de compreender plena e verdadeiramente como o mundo
funciona. Os países da Europa Ocidental e América do Norte, por exemplo, com frequência
são descritos como democracias e seus povos, tipicamente, os descreveriam como tais.
Uma análise crítica da política sob o capitalismo industrial, porém, revelaria as muitas ma-
neiras em que o poder político e econômico estão efetivamente concentrados nas mãos
de poucos, contradizendo os princípios democráticos básicos. Um dos grandes objetivos
da teoria crítica consiste em revelar como a realidade superficial muitas vezes é desmen-
tida pela realidade subjacente. Os marxistas levam esse fato um passo adiante, ao argu-
mentar que o pensamento crítico deve ser combinado com a ação crítica (práxis), a fim de
acarretar mudança naquilo que criticamos. A teoria crítica é mais comumente vinculada a
um grupo de cientistas sociais da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, que se autode-
nominavam de Escola de Frankfurt. Formado em 1922, o grupo transferiu-se para os Esta-
dos Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e voltou à Alemanha em 1949, onde con-
tinuou a existir até 1969. A dinâmica principal do trabalho desse grupo consistia em criticar
a vida sob o capitalismo e as maneiras predominantes de explicá-la. Embora o método que
usavam se fundamentasse no marxismo, eles modificaram alguns de seus pressupostos
básicos e combinaram-no com outros métodos, que deram ao trabalho da Escola de Frank-
furt uma atração especial. Como tal, eles voltavam de certa maneira à obra do jovem Marx,
que era mais humanista e menos rigidamente determinista do que o marxismo que estava
sendo promovido como parte da ideologia política da União Soviética. Ao contrário das
versões mais divulgadas do marxismo, por exemplo, os membros da Escola de Frankfurt
argumentavam que a economia não determinava a forma da vida social. Enfatizavam a
importância da cultura e elaboraram um enfoque crítico da arte, da estética e da mídia.
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SOCIOLOGIA
Combinaram marxismo com análise freudiana para criar uma compreensão da personali-
dade e do indivíduo em relação à sociedade capitalista. Em todos esses trabalhos, estavam
resolvidos a libertar a existência humana do que consideravam o controle sufocante de
uma sociedade cada vez mais dominada por valores de eficiência e controle, em especial
através do uso de tecnologia sofisticada. Da perspectiva que adotavam, o potencial do
Iluminismo de libertar a humanidade havia sido cooptado, pervertido e transformado em
um estilo cada vez mais opressivo de vida que, progressivamente, privava o homem de
sua liberdade. Os mais conhecidos entre os numerosos sociólogos ligados à Escola de
Frankfurt são Theodor Adorno, Erich Fromm, Jürgen Habermas, Max Horkheimer, Herbert
Marcuse e Felix Weil (o fundador da Escola).
TEORIA DO DESVIO E DA ANOMIA: A teoria do desvio de Robert Merton como uma adap-
tação às metas socialmente prescritas, ou aos meios que regulam as formas de atingi-las.
TEORIA QUEER: Uma teoria cultural que desafia as noções binárias de sexualidade, suge-
rindo, em vez disso, que as sexualidades são construções culturais influenciadas pelo
tempo e pelo lugar.
TERCEIRO SETOR: É um grupo que abarca todas as entidades sem fins lucrativos (mesmo
aquelas cujo fim não seja uma causa política), como as ONGs. São exemplos de outras
entidades do terceiro setor as associações de classe e organizações religiosas.
TERRORISMO: O termo terrorismo pode ser extremamente vago e servir meramente para
fins retóricos, mas existem algumas tentativas de elaborar uma definição precisa do que
“terrorismo” de fato significa. A Organização das Nações Unidas define terrorismo da se-
guinte forma:
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SOCIOLOGIA
De maneira semelhante, o governo dos Estados Unidos também traz uma definição explí-
cita do que seria o terrorismo: “[…] violência premeditada e politicamente motivada, per-
petrada contra alvos não combatentes e praticada por grupos ou agentes clandestinos,
normalmente com a intenção de influenciar um público”. Ou seja, os ataques terroristas
teriam alguns fatores em comum, que seriam:
• Fim político: o grupo pretende causar algum efeito na esfera política, como motivar
governantes a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
• Vítimas são civis: atos terroristas não acontecem em um campo de batalha, onde o
conflito e a violência já são esperados; o terrorismo ocorre de maneira inadvertida
em espaços públicos de grande circulação (prédios, praças, shoppings, voos comerci-
ais, aeroportos, boates, etc.).
• Grupos são clandestinos: os grupos políticos que realizam ataques terroristas existem
sem reconhecimento e respaldo legal: não são partidos políticos, entidades governa-
mentais, intergovernamentais. Normalmente, são grupos que procuram justamente
derrubar governos ou até mesmo a ordem internacional de uma forma geral.
• Objetivo é obter audiência: o ato terrorista serve tanto para aterrorizar a população,
quanto para convencer outras a aderir às causas do grupo (o Estado Islâmico, por
exemplo, tem conquistado novos adeptos ao longo do tempo, até mesmo em países
ocidentais).
TIPO IDEAL: Ligado sobretudo ao sociólogo alemão Max Weber, o tipo ideal é um modelo
abstrato que, quando usado como padrão de comparação, permite-nos observar aspectos
do mundo real de uma forma mais clara e mais sistemática. O socialismo e o capitalismo
de livre mercado, por exemplo, podem ser descritos como tipos ideais quando identifica-
mos suas características essenciais – sua essência – em uma forma pura, algo exagerado,
que é improvável que exista em algum lugar, exceto em nossa mente. Sociedades capita-
listas e socialistas diferem de muitas maneiras de seus respectivos tipos ideais: Estados
socialistas têm sido, em geral, autoritários e indiferentes aos interesses dos trabalhadores,
por exemplo, da mesma maneira que os mercados capitalistas são cada vez mais contro-
lados por oligopólios, em vez de ser livremente competitivos. A falta de aderência entre
tipos ideais e o mundo real não cria problema, contudo, pois não constitui objetivo dos
tipos ideais descrever ou explicar o mundo. Em vez disso, fornece-nos pontos de compa-
ração a partir dos quais podemos fazer nossas observações. Comparando o tipo ideal de
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SOCIOLOGIA
socialismo com sociedades socialistas concretas, por exemplo, podemos pôr em destaque
suas características, ao notar como elas se ajustam ou se afastam do tipo ideal. Sociólogos
usam muitos tipos ideais dessa maneira, incluindo grupos primários e secundários, buro-
cráticos, tipos de autoridade (carismática, racional-legal e tradicional) e a suposição de
que indivíduos agem racionalmente. É importante notar que tipos ideais são ideais apenas
no sentido em que são puros e abstratos, não no sentido mais comum de serem desejáveis
ou bons. O totalitarismo não é menos ideal como tipo do que a democracia, por exemplo,
porquanto ambos são construtos abstratos, com os quais podemos comparar e contrastar
sistemas políticos reais, com o objetivo de observar com mais clareza suas várias caracte-
rísticas.
TIRANIA: Governo arbitrário exercido por um ditador cruel e sanguinário (o tirano) ou por
um grupo de indivíduos com autoridade absoluta.
TORTURA: A tortura é o ato de aplicar a indivíduos dor e sofrimento por meio de mecanis-
mos desumanos. Ela vem caracterizada de longas datas como uma prática extremamente
cruel, sendo por isso combatida através de diversos instrumentos legais, internacio-
nais e nacionais, como declarações e constituições. Mas, nem sempre foi assim: por muito
tempo na história, a tortura era aceita socialmente e sua “eficácia” era considerada incon-
testável, já que facilmente se alcança o desejado. No entanto, essa prática foi e ainda é
bastante discutida devido aos seus reflexos.
TOTEM: Animal, planta ou objeto do qual deriva o nome de um grupo ou clã (veja CLÃ) e
que se constitui supostamente em seu ancestral ou está relacionado de maneira sobrena-
tural com um antepassado. Sobre o totem recai tabu alimentício (veja TABU) e manifes-
tam-se atitudes especiais.
TOTEMISMO: Forma de organização social e prática religiosa que supõe, de modo típico,
uma íntima associação entre o grupo ou clã (veja CLÃ) e o seu totem (veja TOTEM).
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SOCIOLOGIA
TRABALHO: Atividade pela qual os seres humanos produzem riqueza a partir do mundo
natural e asseguram a sua sobrevivência. O trabalho não deve ser considerado exclusiva-
mente como consistindo num emprego remunerado. Nas culturas tradicionais havia ape-
nas um sistema monetário rudimentar, e poucas eram as pessoas que trabalhavam a troco
de dinheiro. Nas sociedades modernas persistem ainda muitos tipos de trabalho, como o
trabalho doméstico, que não implicam pagamentos salariais diretos.
TRIBO: Forma de organização social entre povos antigos. Podia incluir vários grupos locais
– fossem eles aldeias ou bandos – unidos por uma mesma língua e uma cultura comum.
Entre os povos pré-letrados, a tribo tinha, geralmente, um chefe e estava unida também
por laços de parentesco e de solidariedade muito fortes. Na Grécia e na Roma antiga, o
termo era aplicável mais à população de determinados territórios.
UTOPIA: Designa o regime social, econômico e político que, por ser perfeito e ideal, não
pode ser encontrado em nenhum lugar.
VALORES: Ideias de indivíduos ou grupos acerca do que é desejável, decente, bom ou mau.
A variação em termos de valores constitui um aspecto fundamental da diferenciação entre
culturas humanas. O que os indivíduos valorizam é fortemente influenciado pela cultura
específica em que vivem.
VERSTEHEN: Palavra alemã para “compreensão” ou insight, usada para enfatiza a neces-
sidade dos sociólogos de levar em conta o significado subjetivo que as pessoas atribuem
às suas ações.
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SOCIOLOGIA
VIOLÊNCIA: Define-se como uma ação que gera, de maneira intencional, dano, ou intimidação
moral, a outro indivíduo ou ser vivo. A violência pode implicar um trauma, dano psicológico,
ou também uma morte. Então, ela tem consequências relativamente diversas, mas todas inci-
dem em traumas. Existem diferentes tipos: a violência entre pessoas, a violência de Estado, a
violência criminal, a política, a econômica, a natural e também a simbólica.
VISÃO DE MUNDO: Em uma cultura, visão de mundo é uma maneira geral de considerar
o universo e nossa relação com ele, um conjunto geral de pressupostos sobre o significado
da vida, sobre o que é importante e sobre como as coisas funcionam. Ao comparar comu-
nidades tradicionais e modernas, por exemplo, os sociólogos identificam pontos de vista
diferentes, sendo os tradicionalistas menos receptivos à mudança e a novas ideias, mais
confiantes na fé religiosa e, de modo geral, desconfiados da tecnologia, da ciência e da
racionalidade imparcial como maneira de encarar a vida humana. A visão de mundo está
costumeiramente associada a um grupo ou sociedade, o que significa que, como acontece
com todos os aspectos da cultura, há em geral variação entre indivíduos no grau em que
dela compartilham. Radicais e revolucionários seriam, por definição, contrários à visão de
mundo predominante na sociedade onde vivem.
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SOCIOLOGIA
XAMÃ: Um indivíduo que se crê ter poderes mágicos especiais; um feiticeiro ou bruxo.
XENOCENTRISMO: Crença de que produtos, estilos ou ideias da própria sociedade são in-
feriores àqueles procedentes de outros países.
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SOCIOLOGIA
ALFRED SCHÜTZ (1899 – 1959): Nasceu em Viena, Áustria, em 13 de abril de 1899. Alfred
Schütz era um filósofo e sociólogo americano nascido na Áustria, que se destacou por ter
desenvolvido uma ciência social baseada na fenomenologia. A fenomenologia é um movi-
mento filosófico desenvolvido no século XX, cujo objetivo é descrever vários fenômenos
de acordo com a forma como são experienciados conscientemente. Schütz mudou-se para
os Estados Unidos quando tinha 50 anos e lecionou na New School of Social Research,
localizada em Nova Iorque. Seu trabalho chamou a atenção de seus colegas estudando o
desenvolvimento cotidiano das pessoas, além da criação da realidade através de símbolos
e ações humanas.
ANTHONY GIDDENS (1938): É considerado um dos autores que mais se destacam na socio-
logia contemporânea, tanto do ponto de vista de sua análise fundada na teoria da estru-
turação social quanto em sua reinterpretação crítica dos autores clássicos da Sociologia.
Nascido em Londres, Inglaterra, em 1938, Giddens é atualmente professor emérito da Lon-
don School of Economics and Political Science (Escola de Economias e Política Econômica
de Londres). Conhecido por seu trabalho de renovação da Social-Democracia, tem como
temas centrais de pesquisa as questões relacionadas à globalização e à modernidade. Com
objetivo de reformular a teoria social, Giddens desenvolveu a Teoria da estruturação. Em
linhas gerais, essa teoria pretende, com base na releitura de diversas correntes e tradições
teóricas, transcender o quadro clássico de divisão disciplinar, mostrando a necessidade de
incorporar a História e a Geografia à análise sociológica. Nesse sentido, Giddens explicita
as diferenças entre a ciência social e a ciência natural, evidenciando como a primeira se
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SOCIOLOGIA
funda e se especifica na ação humana. Além disso, Giddens entende que a especificidade
das Ciências Sociais não se concentra na ação individual (como para Weber) nem nas to-
talidades sociais (como para Durkheim), mas sim nas práticas sociais ordenadas no espaço
e no tempo. Segundo Giddens, a modernidade se funda em uma duplicidade sombria. Ao
mesmo tempo que cria uma estrutura de possibilidades e de oportunidades, fruto do de-
senvolvimento científico, promove também consequências degradantes como a explora-
ção do trabalho, o autoritarismo na utilização do poder político e as guerras. Com relação
à pós-modernidade, Giddens indica uma de suas características centrais: a ausência de
certezas no processo de conhecimento.
ANTONIO CANDIDO (1918-2017): Escritor, crítico literário, sociólogo, professor. Nascido no Rio
de Janeiro e criado em Minas Gerais, em 1942 obteve os graus de bacharel e licenciado em
Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Em
1945, obteve o título de livre-docente da cadeira de Literatura Brasileira na mesma universi-
dade. Doutor em Ciências Sociais (1954) com a tese Os parceiros do rio Bonito, a partir de 1958
dedicou-se inteiramente à literatura. Como crítico literário, ensaísta e professor, ministrou cur-
sos no Brasil e no exterior (universidades de Paris, França, e Yale, Estados Unidos) e escreveu
obra extensa e influente. Entre seus livros, destacam-se Formação da literatura brasileira
(1959), Tese e antítese (1964), O discurso e a cidade (1993).
ANTONIO GRAMSCI (1891-1937): A teoria política de Antonio Gramsci pode ser conside-
rada uma das mais notáveis e profundas do século XX. Gramsci nasceu em Ales, na ilha
mediterrânea da Sardenha, região autônoma da Itália, em 22 de janeiro de 1891. Filho de
Francesco Gramsci e Giuseppina Marcias, destacou-se desde muito cedo pelo brilhantismo
intelectual. O jovem Gramsci iniciou sua prática política e intelectual escrevendo em jor-
nais e participando do movimento socialista na Sardenha e depois em Turim. Em 1920, foi
um dos criadores de L´Ordine Nuovo, uma revista socialista que ganhou a aceitação de
milhares de leitores. Além de escrever sobre as condições de trabalho e da vida proletária
na Itália, Gramsci traduziu e publicou textos de Lenin (1870-1924) e outros intelectuais
comunistas. Mesmo desfrutando de imunidade parlamentar por ser deputado eleito pelo
Partido Comunista Italiano (PCI), Gramsci foi preso em 1926 pelo regime fascista de Benito
Mussolini. Transferido para várias prisões, nelas permaneceu por quase dez anos. Morreu
em 1937, pouco depois de ter encerrado seu período de liberdade condicional. Ainda que
sua vida na prisão tenha sido marcada por enfermidades, Gramsci escreveu, entre 1926 e
1934, suas principais obras, publicadas como Cadernos do cárcere (1948). Embora esses
escritos tenham como tema central a análise da sociedade italiana, seus princípios de te-
oria política se caracterizam como gerais no contexto das sociedades capitalistas. Os con-
ceitos de hegemonia e de revolução passiva sintetizam um pouco de sua produção inte-
lectual, que ainda hoje é umas das mais lidas, atuais e relevantes.
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CAIO PRADO JÚNIOR (1907-1990): Filho de uma família abastada da capital paulistana,
bacharelou-se em Direito em 1928. Ligado ao marxismo, teve intensa atividade política no
Partido Comunista Brasileiro (PCB). Publicou obras historiográficas consideradas de fun-
damental importância para o entendimento do Brasil. Foi deputado federal pelo PCB, per-
seguido pela ditadura de 1964 e fundador da editora Brasiliense. Publicou, entre outros
livros, Formação do Brasil contemporâneo (1942) e História econômica no Brasil (1945).
CARLOS NELSON COUTINHO (1943 – 2012): Foi um dos cientistas políticos marxistas mais
reconhecidos do Brasil. Nascido em Itabuna, na Bahia, é conhecido no Brasil e no exterior
como um dos maiores especialistas na obra de Antonio Gramsci, foi responsável pela edi-
ção brasileira dos Cadernos do cárcere (Civilização Brasileira, 1999-2002). Foi professor
titular de Teoria Política na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (ESS–UFRJ). É autor de vários livros, entre os quais Gramsci, Um estudo sobre seu
pensamento político (Civilização Brasileira, 3. ed., 2007), Contra a corrente: ensaios sobre
democracia e socialismo (Cortez, 2. ed., 2008) e O estruturalismo e a miséria da razão (Ex-
pressão Popular, 2. ed., 2010). Em 29 de junho de 2012 recebeu o título de professor emé-
rito da Escola de Serviço Social da UFRJ. Faleceu meses depois, aos 69 anos, em sua casa,
no bairro de Cosme Velho, no Rio de Janeiro, em consequência de um câncer de pulmão,
diagnosticado em fevereiro do mesmo ano.
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DARCY RIBEIRO (1922-1997): Nascido em Montes Claros (MG), estudou na Escola de So-
ciologia e Política de São Paulo, onde se graduou em 1946. Antropólogo, político e educa-
dor, desenvolveu pesquisas entre várias populações indígenas e foi um dos fundadores da
pós-graduação em Antropologia na Universidade do Brasil, hoje pós-graduação do Museu
Nacional. Como chefe da Casa Civil no governo João Goulart, desempenhou papel rele-
vante na elaboração das chamadas reformas de base. Com o golpe militar de 1964, teve
os direitos políticos cassados e foi exilado. Viveu em vários países da América Latina, foi
professor na Universidade Oriental do Uruguai e assessorou os presidentes Salvador Al-
lende (Chile) e Velasco Alvarado (Peru). Em 1976 voltou ao Brasil. Em 1982, elegeu-se vice-
governador do Rio de Janeiro e trabalhou na criação dos Centros Integrados de Educação
Pública (Ciep). Em 1990, foi eleito senador; em 1992, passou a integrar a Academia Brasi-
leira de Letras. Além da obra antropológica, publicou vários romances. Entre seus princi-
pais livros estão Religião e mitologia Kadiwéu (1950), A política indigenista brasileira
(1962) e O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (1995).
DAVID HARVEY (1935): Geógrafo britânico, é professor na City University de Nova Iorque
(Cuny). Teórico social renomado internacionalmente, doutor pela Universidade de Cam-
bridge (1961). Seu trabalho trouxe grande contribuição ao debate sociopolítico. Ele tam-
bém é responsável por restaurar o conceito de classe social e o método marxista como
ferramentas da crítica ao capitalismo em tempos de globalização. Entre suas obras de
maior referência estão Condição pós-moderna (1993) e o Enigma do capital (2011).
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ÉMILE DURKHEIM (1858-1917): Viveu entre 1858 e 1917, na França. Formou-se em Filo-
sofia na École Normale Supérieure (ENS), em Paris. Desde cedo se interessou pelo estudo
da sociedade, influenciado pela leitura do pensador inglês Herbert Spencer e do filósofo
francês Auguste Comte. Passou um tempo na Alemanha, em seguida trabalhou na Univer-
sidade de Bordeaux, já como cientista social, e aí fundou o primeiro departamento de So-
ciologia da Europa. Depois passou a lecionar Sociologia na Sorbonne (Universidade de Pa-
ris), ganhando grande prestígio internacional. O trabalho intelectual de Durkheim o tornou
conhecido como um dos pais da Sociologia, responsável por estabelecer o ponto de vista
sociológico como fundamental para o entendimento da vida em sociedade. Suas percep-
ções sobre o fato social, a coesão social, a importância do sistema social e do método
sociológico foram muito influentes no mundo inteiro. A sociologia de Durkheim e sua pre-
ocupação com a integração e coesão sociais foram essenciais para o reconhecimento aca-
dêmico da disciplina. Sua obra foi também fundamental para o desenvolvimento da An-
tropologia, principalmente com seu livro As formas elementares da vida religiosa, texto
obrigatório nos cursos de formação antropológica. Sua influência sobre a antropologia in-
glesa, por um lado, e francesa (por meio de seu sobrinho Marcel Mauss), por outro, ajudou
a definir essa disciplina no século XX.
por mais de duas décadas. Sua obra é considerada uma das maiores contribuições da his-
toriografia brasileira acerca do período colonial. Entre suas principais publicações estão
Da Monarquia à República (1977) e Da senzala à colônia (1966).
FERNANDO NOVAIS (1933): Nascido em São Paulo, graduou-se em História pela Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), onde lecionou
de 1961 a 1985. Em 1986, transferiu-se para o Instituto de Economia da Unicamp. Em 1996
publicou, em colaboração com Carlos Guilherme Mota, A independência política do Brasil.
Foi o organizador geral da coleção História da vida privada no Brasil, de 1997, que reuniu
trabalhos de renomados historiadores contemporâneos brasileiros.
FLORESTAN FERNANDES (1920-1995): Nasceu em São Paulo, em 1920. Filho de uma imi-
grante portuguesa que o criou trabalhando como empregada doméstica, começou a tra-
balhar com 6 anos de idade, primeiro como engraxate, depois em vários outros ofícios.
Precisou abandonar o curso primário por questões de ordem material. Depois de se for-
mar no curso de madureza (supletivo), ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciên-
cias Humanas da Universidade de São Paulo em 1947, formando-se em Ciências Sociais.
Doutorou-se em 1951 e foi assistente catedrático, livre-docente e professor titular na ca-
deira de Sociologia. Depois do golpe militar de 1964, protestou contra o tratamento dado
a seus colegas presos e também foi detido. Cassado em 1969 pelo AI-5, deixou o Brasil e
lecionou nas universidades de Toronto (Canadá), Columbia e Yale (Estados Unidos). De
volta ao Brasil em 1972, passou a lecionar na PUC-SP. Ligado ao Partido dos Trabalhadores
(PT) desde sua fundação, elegeu-se deputado federal em 1986 e 1990. Morreu em 1995,
deixando uma obra fundamental para as Ciências Sociais e para a área das Ciências Huma-
nas.
FRANZ BOAS (1858-1942): Nasceu em Minden, Alemanha, em 1858. Filho de judeus libe-
rais relativamente abastados, iniciou sua carreira acadêmica nas áreas de Física e Geogra-
fia ao se doutorar na Universidade de Kiel em 1881, aos 23 anos. Seus interesses giravam
em torno da relatividade das percepções físicas, e seu doutorado foi sobre variações no
entendimento da cor da água. Em 1883, participou de uma expedição ao Ártico, onde en-
controu a população inuíte, o que marcou uma mudança em sua carreira. Passou a se in-
teressar pela Antropologia. Em 1887, abandonou a carreira de geógrafo e se mudou para
os Estados Unidos, onde passou por universidades e museus até se fixar na Universidade
Columbia. Nessa instituição criou um departamento de Antropologia e um curso de dou-
torado, formando a primeira geração de antropólogos “acadêmicos” norte-americanos.
Boas teve atuação política marcante, assumindo posição antirracista em um país profun-
damente marcado pela discriminação racial. Fundou a Associação Americana de Antropo-
logia, hoje a maior e mais importante associação antropológica no mundo. Por ter for-
mado antropólogos importantes para a história da disciplina e por sua contribuição teó-
rica, Boas ficou conhecido como “o pai da Antropologia estadunidense”. A influência de
suas ideias fez-se sentir no Brasil, principalmente na obra de Gilberto Freyre (1900-1987),
que afirmou, no prefácio do clássico Casa--grande & senzala, de 1933, que a obra de Boas
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GABRIEL COHN (1938): Sociólogo brasileiro. Graduado em Ciências Sociais pela Universi-
dade de São Paulo, obteve na mesma universidade os graus de mestre (1967), doutor
(1971) e livre-docente (1977, com a tese Crítica e resignação, sobre Max Weber). Professor
aposentado do Departamento de Ciência Política da USP, é membro do Conselho Delibe-
rativo do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec). Produziu trabalhos de
destaque na área de teoria social, especialmente seu clássico estudo sobre Max Weber.
GEORG SIMMEL (1858-1918): Nasceu em Berlim, cidade na qual passaria quase toda a sua
existência. Estudou história e filosofia na Universidade de Berlim, onde também se douto-
rou, em 1881, com uma tese sobre a filosofia kantiana. Na mesma instituição passou a
oferecer cursos independentes que se tornaram populares entre os estudantes e a elite
letrada alemã. Foi, a exemplo de Max Weber, um dos fundadores da Sociedade Alemã de
Sociologia. Escreveu diversos livros, entre os quais Sobre a diferenciação social (1890); In-
trodução à ciência da ética (1892-93); A filosofia do dinheiro (1900); Sociologia: investiga-
ção sobre formas de sociação (1908) e Questões fundamentais da sociologia (1917).
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cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais, manuscritos de arquivos públi-
cos e privados, anúncios de jornais e outras fontes até então ignoradas. Usou também
seus conhecimentos de Antropologia e Sociologia para interpretar fatos de forma inova-
dora. Seus livros tornaram-se base de uma ideologia da miscigenação brasileira, que acre-
ditava no Brasil como nação racialmente mais justa. É considerado um dos pensadores
mais importantes do Brasil no século XX.
GILLES DELEUZE (1925-1995): Considerado um dos maiores filósofos do século XX, for-
mou-se na Universidade de Sorbonne, Paris, em 1948. Durante sua vida foi professor pri-
meiro em liceus e depois em universidades como Lyon, Paris VIII e Vincennes. Dedicou-se
amplamente aos estudos da História da Filosofia, notadamente acerca da Filosofia mo-
derna, e aos estudos de artistas da modernidade. No entanto, explorou também temas
filosóficos ecléticos, atraindo inúmeros estudantes do mundo inteiro para suas aulas.
HANNAH ARENDT (1906-1975): Filósofa alemã, uma das grandes pensadoras políticas do
século XX, em especial por sua contribuição para o estudo dos regimes políticos totalitários
da Alemanha nazista e da União Soviética sob o governo de Stalin. Perseguida pelo regime
da Alemanha nazista por ser judia, exilou-se e ficou sem direitos políticos até 1951, quando
conseguiu a cidadania norte-americana. Formulou uma concepção da política voltada so-
bretudo para a participação cívica e a discussão pública, destacando a participação cidadã,
sem a qual Estados e partidos podem se voltar contra os cidadãos da maneira mais violenta
possível.
HARRIET MARTINEAU (1802-1876): Foi uma escritora, economista, ativista feminista e so-
cióloga britânica do século XIX. Ela ficou conhecida como a “primeira mulher socióloga” e
ganhou notoriedade por defender os direitos das mulheres. Nasceu em 1802 e faleceu,
aos 74 anos de idade, em 27 de junho de 1876, na cidade de Ambleside (Inglaterra). Mar-
tineau começou sua carreira, na área de Sociologia, com a redação e publicação de um
artigo intitulado Sobre a educação feminina, em que denunciou o fato de não poder estu-
dar na universidade, como seus irmãos homens. Escreveu 35 obras e mais de mil artigos.
Seus livros mais conhecidos são aqueles que falam sobre política e economia, assuntos
que eram tratados, na Inglaterra da primeira metade do século XIX, apenas pelos homens.
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HERBERT MARCUSE (1898-1979): Nascido na Alemanha, filho de pais judeus. Estudou Li-
teratura e Filosofia em Berlim e Freiburg, onde foi orientado por Martin Heidegger em seu
doutorado sobre o filósofo Hegel. Em 1933, por causa do governo nazista, imigrou para a
Suíça, indo em seguida para os Estados Unidos, onde obteve a cidadania em 1940. Durante
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), trabalhou para o governo norte-americano anali-
sando relatórios do serviço de espionagem sobre a Alemanha, atividade que durou até
1951. No ano seguinte, começou a carreira de professor universitário de Teoria Política,
primeiro em Columbia e em Harvard, depois em Brandeis, onde ficou de 1954 até 1965.
Já perto de se aposentar, foi lecionar na Universidade da Califórnia em San Diego. Suas
críticas à sociedade capitalista, em especial na obra Eros e civilização, de 1955, e em O
homem unidimensional, de 1964, fizeram eco aos movimentos estudantis de esquerda dos
anos 1960.
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assim como seus dois livros seguintes, A Sociedade de Consumo (1970) e Por uma Crítica
da Política Econômica do Signo (1972). Outras de suas obras que merecem destaque são:
À Sombra das Maiorias Silenciosas (1978), Simulacros e Simulações (1981), América
(1986), A Troca Impossível (1999) e O Lúdico e o Policial (2000).
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LEONARDO AVRITZER (1959): Cientista político brasileiro com doutorado pela New School for
Social Research de Nova Iorque, Estados Unidos. Professor da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). Especialista em Teoria Política Contemporânea e em estudos sobre a demo-
cracia. Entre outros livros, escreveu Democracy and the Public Space in Latin America (2002).
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SOCIOLOGIA
MAX HORKHEIMER (1895-1973): Junto com Theodor Adorno e Herbert Marcuse, compõe
o coração da Escola de Frankfurt. Doutorou-se em Filosofia em 1922 na Universidade de
Frankfurt e em 1926 tornou-se docente na mesma instituição, onde criou, com Adorno, o
Instituto de Pesquisas Sociais (que se tornou conhecido como Escola de Frankfurt). Com a
ascensão do nazismo, refugiou-se nos Estados Unidos, onde passou a lecionar na Univer-
sidade Columbia. Em 1949, de volta a Frankfurt, reabriu o Instituto de Pesquisas Sociais.
Como participante da construção da “teoria crítica” (conjunto de ideias e conceitos sobre
cultura contemporânea, fortemente influenciado pelo marxismo), produziu livros de
grande importância para a História da Sociologia, como Teoria tradicional e teoria crítica
(1937), Eclipse da razão (1955) e Dialética do esclarecimento (em parceria com Adorno,
em 1940).
MAX WEBER (1864-1920): Nascido em Erfurt, na Alemanha, Max Weber (1864-1920) foi
um dos mais importantes cientistas sociais de todos os tempos, e seus trabalhos tiveram
grande influência sobre o estudo da sociedade moderna. Embora reconhecesse, como
Marx, a importância do trabalho e da economia sobre a vida social, Weber se interessou
mais pelo modo como a economia era influenciada por outros aspectos da sociedade, em
especial pela religião. Em sua obra mais famosa, A ética protestante e o espírito do capita-
lismo (1904-1905), Weber analisou a maneira pela qual algumas ideias do protestantismo,
como a valorização do trabalho como sinal de predestinação à salvação, favoreceram o
desenvolvimento do capitalismo nos países onde essa religião era mais forte. Isso não sig-
nificaria que o capitalismo se desenvolveria apenas nos países protestantes, mas que, no
contexto europeu, algumas ideias de origem religiosa podem ter favorecido a formação e
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expansão do capitalismo. Por outro lado, Weber via na sociedade moderna um processo
crescente de racionalização: na economia, por exemplo, as formas tradicionais de trabalho
foram substituídas pela fábrica e pela gestão científica da produção; na política, a obediência
à tradição foi substituída pelo respeito à lei e pela burocracia. Embora todos esses aspectos
favoreçam a eficiência, Weber temia que, com o tempo, a racionalização causasse uma de-
terioração dos valores (não só religiosos, mas também os valores liberais ligados à liberdade
individual, à democracia) que produziram a sociedade moderna.
MICHEL FOUCAULT (1926-1984): Filósofo francês, suas obras tiveram profundo impacto
sobre a maneira moderna de entender o poder, em especial em sua relação com o saber.
Seus principais trabalhos analisaram temas como a loucura, a sexualidade e o Direito, sem-
pre sob o ângulo de como os comportamentos sociais são disciplinados de múltiplas ma-
neiras. Foi professor das universidades de Paris (França) e Berkeley (Califórnia, Estados
Unidos), além de membro do Collège de France.
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527): Como diplomata, representou sua cidade natal, Flo-
rença, em reinos importantes da Europa. Vendo sua cidade de fora, Maquiavel percebeu
que ela estava em uma situação muito difícil. Naquela época, Estados modernos já haviam
se formado em lugares como França e Espanha, mas não na região que hoje corresponde
à Itália. Cidades como Florença eram autônomas, e a Itália só se unificaria no século XIX.
Diante dos poderosos exércitos espanhóis e franceses, essas cidades pareciam frágeis, o
que se provou na derrubada do governo de Florença após um conflito com a Espanha. O
novo governo prendeu, torturou e exilou Maquiavel. No exílio, ele escreveu O príncipe,
sua obra mais famosa. O príncipe se propunha a orientar líderes políticos. Um líder deveria,
por exemplo, ter seu próprio exército, em vez de confiar em mercenários, que sempre
fogem depois de receber seu pagamento. Ele deveria, também, se informar sobre os cos-
tumes dos povos que habitam os territórios conquistados (apesar de seu território pouco
extenso, a Itália até hoje é marcada por grande diversidade cultural). O príncipe precisaria
tomar todo cuidado com os nobres e poderosos que pudessem vir a se tornar seus rivais
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e não deveria vacilar quando fosse necessário cometer violências e crueldades contra seus
inimigos. Hoje não aceitaríamos muitas das orientações que Maquiavel deu em O príncipe,
como sua defesa do uso da crueldade em várias situações. Mesmo assim, podemos apren-
der algo com elas: o caráter violento da formação dos Estados nacionais modernos.
NORBERT ELIAS (1897 – 1990): Era judeu-alemão, nascido em 1897 na cidade de Breslau,
Amsterdã. Formou-se em medicina, filosofia, e psicologia nas universidades de Breslau e Hei-
delberg. Logo após trabalhou com Mannheim em Frankfurt. Durante o regime nazista na
Alemanha, em 1933, exilou-se na França e depois para a Grã Bretanha, onde foi professor
de Sociologia. Na Universidade de Leicester (1945-62) também exerceu função de docente
em Gana (1962-4) e depois trabalhou no Zentrum fur Interdisziplinare Forschung em Biefeld
(Alemanha). Desenvolveu uma abordagem que deu o nome de “sociologia figuracional”, a
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OCTAVIO IANNI (1926-2004): Os grandes temas da extensa obra do sociólogo paulista Oc-
tavio Ianni foram a questão racial no Brasil e as mudanças no capitalismo brasileiro na
segunda metade do século XX (e suas consequências políticas). Ao lado do sociólogo Re-
nato Ortiz (1947-) e do geógrafo Milton Santos (1926-2001), Ianni foi um dos pioneiros no
estudo da globalização no país. Mesmo em seus trabalhos mais antigos, já se percebe a
preocupação de Ianni com a relação entre racismo e desigualdade econômica (no Brasil,
há preconceito contra os negros porque eles são negros, porque são pobres, ou pelas duas
coisas?) e com as dificuldades de construir um capitalismo dinâmico estando fora do cen-
tro do capitalismo mundial. Os trabalhos de Ianni sobre globalização analisam as conse-
quências desse processo para a teoria sociológica: para ele, boa parte das ideias produzi-
das na Sociologia (incluindo as suas) tinha sido pensada para o âmbito nacional — e, por-
tanto, precisaria ser reformulada diante do novo quadro mundial. Intelectual de formação
marxista, Ianni era consciente das desigualdades e injustiças que a nova realidade global
gera. Mas teve grande disposição para tentar apreender o que, exatamente, havia de novo
e interessante nesse novo contexto.
pioneiras referentes ao papel dos capitais cultural, social e simbólico na estruturação so-
cial. Criou conceitos como os de habitus e de violência simbólica para buscar revelar as
dinâmicas das relações de poder na vida social. Autor de grande influência na Sociologia e
Antropologia contemporâneas, publicou, entre vários outros livros, O poder simbólico
(1992); As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário (1999); Esboço de uma
teoria da prática, precedido de três estudos de etnologia cabila (2002) e A distinção: crítica
social do julgamento (2007).
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RENATO ORTIZ (1947): Sociólogo brasileiro, doutor pela École des Hautes Études en Sci-
ences Sociales (Paris), é autor de estudos sobre a cultura brasileira e sobre sociologia das
religiões. A partir dos anos 1990, produziu importantes estudos sobre a cultura na época
da globalização. É professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
cidadania como um progresso dos direitos civis, seguidos dos direitos políticos e dos direi-
tos sociais, nos séculos XVIII, XIX e XX, respectivamente. Introduziu o conceito de direitos
sociais, sustentando que a cidadania só é plena se dotada dos três tipos de direito. Um
aspecto fundamental do trabalho de Marshall é que ele nos permite compreender as so-
ciedades modernas como formadas a partir de duas dinâmicas conflitantes: de um lado, a
economia de mercado tende a produzir crescente desigualdade; de outro, a luta pela ci-
dadania tende a reduzir as desigualdades. É em meio a essa tensão que se desenvolve a
política moderna.
THOMAS HOBBES (1588-1679): Filósofo inglês, foi um dos fundadores do pensamento político
moderno. Sua obra Leviatã (1651) estabeleceu as bases para grande parte da filosofia política
ocidental na perspectiva da teoria do contrato social, que vê o Estado como resultado de um
contrato entre indivíduos livres, iguais e racionais. Sua obra é uma notável defesa da existência
do Estado como garantidor da paz, mas sua defesa do absolutismo foi objeto de crítica de ou-
tros pensadores, especialmente dentro da própria tradição contratualista.
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SOCIOLOGIA
REFERÊNCIAS
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica. Marx, Durkheim e Weber. 7. Ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2015.
www.politize.com.br/dicionario-politica
Pat/VM/AC
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