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23/05/2022

L
LITERATURA BRASILEIRA
I
ERA COLONIAL ERA NACIONAL
T
QUINHENTISMO –
ROMANTISMO – 1836/1881
E 1500/1601
R
BARROCO – 1601/1768 REALISMO –1881
NATURALISMO – 1881
A
ARCADISMO – 1768/1808 PARNASIANISMO –1882
T Período de Transição SIMBOLISMO – 1893/1922

U 1808- Família Real no Brasil MODERNISMO – 1922/dias


atuais
1822- Independência do Brasil
AULA 9 R

A LITERATURA TRANSPLANTADA BUSCA DE IDENTIDADE CULTURAL

L ERA COLONIAL L Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra
I I o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de
1. QUINHENTISMO: “Literatura sobre o Brasil”.
T T que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que
E
1500 ................................................. 1601 E
haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. (...)
R “A CARTA” – Pero Vaz de Caminha R
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou
A A
CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL: outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a
T T
 Grandes Navegações / Mercantilismo; terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como
U U
 Capitanias Hereditárias / Ciclo do Pau-Brasil;
R  Atuação dos Jesuítas (Contrarreforma); R os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora
 Formação dos primeiros núcleos habitacionais.
A A assim os achávamos como os de lá.

Delírios da natureza
L
QUINHENTISMO BRASILEIRO L
Em um ponto me alegro, e me entristeço,
I I Choro, e rio, ouso, e temo, vivo, e morro,
Valor histórico- Cartas, relatórios, Caio, e grito, contemplo, e não discorro,
T T
Literatura documental supera documentos, Parto, e fico, não vou e me despeço.
E E
informativa valor literário. crônicas, mapas, etc. Lembrando-me de mim, de mim me esqueço,
“Tratado da terra do Brasil”: nativismo / Ora fujo, ora torno, paro e corro,
R (predominante) R
Já atado, já solto, preso e forro,
“espanto” europeu / estímulo à imigração /
A A Lince, e cego, me ignoro, e me conheço.
descrição da fauna e flora;
T T Eu mesmo me acredito, e me desminto,
Eu mesmo agravo o mal, e peço a cura,
U
Informativa em geral / poesia de devoção e U Eu mesmo me consolo e me ressinto.
Literatura teatro de caráter pedagógico;
Saiba, pois, toda a humana criatura,
R jesuítica Pe. José de Anchieta: poesia e teatro (moldes de R
Que, para escapar deste labirinto,
A Gil Vicente – pecado X perdão). A Há de fugir às mãos da formosura. (Francisco de Pina e Melo, Rimas, 1a parte, 1725)

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L 2. BARROCO: “Arte do Contraste”. L CARACTERÍSTICAS


I I Fusionismo: Teocentrismo X Antropocentrismo;
1601 ................................................. 1768
T T Bifrontismo / dualidades / Eu X Mundo / tensão;
E
“Prosopopeia” – Bento Teixeira E Corpo (vida, prazeres terrenos, pecado)
R R X
CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL:
A A
Alma (morte, salvação, perdão)
Contrarreforma: Católicos X Protestantes;
T T Figuras de Linguagem (antítese, paradoxo, hipérbato...);
Domínio Espanhol (1580/1640); Amor: matéria X espírito / Sofrimento / Dúvida;
U Ciclo da cana-de-açúcar: Bahia / Recife / Olinda; U
Valores terrenos X Valores espirituais / Fé X Razão;
R Invasões Holandesas / Guerra dos Mascates; R Efemeridade / Fugacidade / Feísmo (cruel e grotesco);
A Sociedade patriarcal / Tráfico negreiro. A Linguagem Rebuscada / Cultismo e Conceptismo.

Achando-se um braço perdido do menino Jesus de Nossa Senhora das


L Maravilhas que desacataram infiéis na Sé da Bahia.
I O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
GREGÓRIO DE MATOS
T Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
CULTISMO: jogo de

E
Não se diga que é parte, sendo todo. palavras / detalhismo / “BOCA DO INFERNO”
Em todo Sacramento está Deus todo, prolixidade / preciosismo.
R E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
A Em qualquer parte sempre fica todo.

T O braço de Jesus não seja parte,


 Utilizou o CULTISMO e o CONCEPTISMO;
Pois que feito Jesus em partes todo, CONCEPTISMO: jogo de  Momentos de coloquialismo e ousadia;
U Assiste cada parte em sua parte. ideias, de conceitos /
 Polêmico / irônico / filosófico (Eu x Mundo) / erótico;
R Não se sabendo parte deste todo, raciocínio lógico /
Um braço, que lhe acharam, sendo parte, argumentação concisa.  Sua obra divide-se resumidamente em três fases:
A Nos disse as partes todas deste todo. C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

L Poesia lírica-amorosa: influência camoniana L Poesia sacra-religiosa = a consciência da grandeza e


da bondade de Deus ao perdoar um pecador /
I I
Amor = puro/espiritual Mulher = anjo/ pureza arrependimento / pecado x perdão.
T T
X X A Jesus Cristo Nosso Senhor
E amor = carnal / tentação mulher = diabo / tentação E Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
R À mesma D. Ângela R Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
A Anjo no nome, Angélica na cara! A
Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Se basta a vos irar tanto pecado, Se uma ovelha perdida e já cobrada
T Ser Angélica flor e Anjo florente, Se pois como Anjo sois dos meus altares, T A abrandar-vos sobeja um só gemido: Glória tal e prazer tão repentino
Em quem, senão em vós, se uniformara: Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
U U Vos tem para o perdão lisonjeado. Vos deu, como afirmais na sacra história,
Livrara eu de diabólicos azares.
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
R Do verde pé, da rama florescente; Mas vejo que, por bela e por galharda, R Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
E quem um Anjo vira tão luzente; Posto que os Anjos nunca dão pesares, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
A Que por seu Deus não o idolatra? Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. A Perder na vossa ovelha a vossa glória.

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Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:


Poesia satírica = linguagem brasileira; “Eu sou aquele, Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
que os passados anos / cantei na minha lira maldizente / Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
torpezas do Brasil, vícios e enganos”. Temas principais: Mostra o patife da nobreza o mapa:
Torna a definir o poeta os maus modos
de obrar na governança da bahia,
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; principalmente naquela universal
A CIDADE DA BAHIA / OS NEGROS E MULATOS; Quem menos falar pode, mais increpa: fome, que padecia a cidade.
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
Que falta nesta cidade? . . . Verdade.
A SOCIEDADE BAIANA: NOBREZA, CLERO E BURGUESIA; A flor baixa se inculca por tulipa; Que mais por sua desonra? . . . .Honra.
Bengala hoje na mão, ontem garlopa: Falta mais que se lhe ponha? . . . Vergonha.
A CORRUPÇÃO POLÍTICA E SOCIAL; Mais isento se mostra, o que mais chupa.
O demo a viver se exponha,
Para a tropa do trapo vazo a tripa, por mais que a fama a exalta,
ECONOMIA / CANA-DE-AÇÚCAR / MERCANTILISMO. E mais não digo, porque a Musa topa. numa cidade onde falta
Em apa, epa, ipa, opa, upa. Verdade, honra, vergonha.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

PADRE ANTÔNIO VIEIRA "Não é o homem um mundo pequeno que está dentro do mundo
grande, mas é um mundo grande que está dentro do pequeno. Basta
Mestre da oratória de Língua por prova o coração humano, que sendo uma pequena parte do
Portuguesa / jesuíta / polêmico / homem, excede na capacidade a toda a grandeza do mundo. (...) O
mar, com ser um monstro indômito, chegando às areias, para; as
escreveu cerca de 200 sermões; árvores, onde as põem, não se mudam; os peixes contentam-se com
Conceptista (predomínio); o mar, as aves com o ar, os outros animais com a terra. Pelo
 Temas: os costumes sociais, o mito contrário, o homem, monstro ou quimera de todos os elementos, em
nenhum lugar para, com nenhuma fortuna se contenta, nenhuma
sebastianista (“grande império”), a ambição ou apetite o falta: tudo confunde e como é maior que o
política, a pátria, a economia, a mundo, não cabe nele". VIEIRA, A. Obras completas do padre Antônio
literatura... Vieira: Sermão do Bom Ladrão. Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto:
Lello e Irmão – Editores, 1993. v. III)
 Defesa dos índios e negros.
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3. ARCADISMO: “O campo e a vida simples”. CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL


1768 ................................................. 1836  Iluminismo / Ilustração / Independência dos E.U.A.;
 Administração Pombalina / Ciclo da Mineração (ouro);
 Minas Gerais (capital social e econômica) / Despotismo;
“OBRAS POÉTICAS” – Cláudio Manuel da Costa
 A Corte no Rio de Janeiro (capital político-
administrativa).
“Arcádia” é o nome da academia onde os poetas se
 Cobrança de Impostos e Repressão Portuguesa
reuniam para falar de Literatura;
(Derrama);
O movimento recebe ainda os nomes Neoclassicismo e
 Inconfidência Mineira (1789) / Revolução Francesa
Setecentrismo. (1789).
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"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,


L CARACTERÍSTICAS L
Que vive de guardar alheio gado;
I I De tosco trato, de expressões grosseiro,
Retomada dos valores clássicos;
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
T
Marcas do Racionalismo/ Universalismo / Objetividade; T Tenho próprio casal e nele assisto
Formalismo / Culto da Beleza / Simetria; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
E Classicismo E
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
R Cultura greco-romana / Equilíbrio / R E mais as finas lãs, de que me visto.
Harmonia / Mitologia / Fingimento poético;
A A Graças, Marília bela,
“Enquanto pasta alegre o manso gado,
T
Simplicidade / Linguagem direta / Contenção lírica; T
Graças à minha Estrela!"
minha bela Marília, nos sentemos
Pastoralismo / Bucolismo / natureza como cenário; à sombra deste cedro levantado.
U U Um pouco meditemos
Fugere Urbem / Áurea Mediocritas;
R R na regular beleza,
Inutilia Truncat / Locus Amoenus / Pseudônimos; que em tudo quanto vive nos descobre
A C A R P E D I E M. A a sábia Natureza.”

ARCÁDES LÍRICOS Tomás Antônio Gonzaga: Dirceu / Critilo

Cláudio Manuel da Costa – Glauceste Satúrnio Magistrado / reflete o ideal de vida burguesa;
Líder intelectual e político da Inconfidência
 oposição campo X cidade; poeta inconfidente; Prisão e degredo para Moçambique.
 influência camoniana na estrutura e linguagem;
 poeta de transição entre o Barroco e o Arcadismo; Obra Lírica: Marília de Dirceu (liras em duas partes
 exímio sonetista / bucolismo e pastoralismo; inspiradas em seu romance com Maria Dorotéia Joaquina
 Musa: Nise. de Seixas) / lirismo amoroso (ficcional e verossimilhante).

OBRAS: Lírica = “Obras Poéticas” / Épica = “Vila Rica” Eu tenho um coração maior que o mundo! / Tu, formosa Marília,
bem o sabes: / Um coração..., e basta, / Onde tu mesma cabes.
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Com os anos, Marília, o gosto falta,


L LIRA IV 2ª parte = escrita no cárcere / sofrimento / melancolia /
e se entorpece o corpo já cansado;
I triste, o velho cordeiro está deitado, Marília, teus olhos solidão / reflexões sobre o destino e a justiça / lírica apolínea
e o leve filho, sempre alegre, salta. São réus, e culpados, / tom confessional (pré-romantismo).
T A mesma formosura Que sofra, e que beije
é dote que só goza a mocidade: Os ferros pesados “Esprema a vil calúnia muito embora
E rugam-se as faces, o cabelo alveja, Entre as mãos denegridas, e insolentes,
De injusto Senhor.
R
mal chega a longa idade. Marília, escuta Os venenos das plantas, Obra Satírica: Cartas
Um triste Pastor. E das bravas serpentes. Chilenas (pseudônimos Critilo e
Que havemos de esperar, Marília bela?
A Chovam raios e raios, no meu rosto
que vão passando os florescentes dias? Mal vi o teu rosto, Não hás de ver, Marília, o medo Doroteu) poemas de crítica
as glórias que vêm tarde, já vêm frias,
T
e podem, enfim, mudar-se a nossa estrela.
O sangue gelou-se, escrito: política à Fanfarrão Minésio
A língua prendeu-se, O medo perturbador, (Luiz da Cunha Menezes,
U Ah! Não minha Marília, Tremi, e mudou-se Que infunde o vil delito.” (...) Governador de MG até pouco
aproveite-se o tempo, antes que faça
R Das faces a cor.
o estrago de roubar ao corpo as forças, antes da Inconfidência).
Marília, escuta
A e ao semblante a graça!
Um triste Pastor. C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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ARCÁDES ÉPICOS INSCREVAM-SE E
I
O URAGUAI CARAMURU ATIVEM A
T
Basílio da Gama Santa Rita Durão NOTIFICAÇÃO
E
CONFIRAM AS SEGUINTES PLAYLISTS:
R
INDIANISMO INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A
GÊNEROS TEXTUAIS
T
LITERATURA
U Glorificação do homem Glorificação do índio
natural que enfrenta os coadjuvante que se converte à HORA DA QUESTÃO (Arte)
R
representantes da civilização religião do dominador luso e o
prof_alexromero
A europeia. auxilia na conquista da terra. alexromerolima

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