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06/06/2022

L
LITERATURA BRASILEIRA
I
ERA COLONIAL ERA NACIONAL
T
QUINHENTISMO –
ROMANTISMO – 1836/1881
E 1500/1601
R
BARROCO – 1601/1768 REALISMO –1881
NATURALISMO – 1881
A
ARCADISMO – 1768/1808 PARNASIANISMO –1882
T Período de Transição SIMBOLISMO – 1893/1922

U 1808- Família Real no Brasil MODERNISMO – 1922/dias


atuais
R
1822- Independência do Brasil

AULA 12 A LITERATURA TRANSPLANTADA BUSCA DE IDENTIDADE CULTURAL

L L “... SE O ROMANCISTA DE ONTEM ESCOLHIA E NARRAVA AS


I I
CRISES DA VIDA, OS ESTADOS AGUDOS DA ALMA E DO
CORAÇÃO, O ROMANCISTA DE HOJE ESCREVE A HISTÓRIA DO
T T
CORAÇÃO, DA ALMA DA INTELIGÊNCIA NO ESTADO NORMAL.
E E
PARA PRODUZIR O EFEITO QUE ELE PERSEGUE, ISTO É, A
R R
EMOÇÃO DA SIMPLES REALIDADE, E PARA EXTRAIR O
A A
ENSINAMENTO ARTÍSTICO QUE DELA DESEJA TIRAR, ISTO É, A
T T REVELAÇÃO DO QUE É VERDADEIRAMENTE O HOMEM
U U CONTEMPORÂNEO DIANTE DE SEUS OLHOS, ELE DEVERÁ
R R EMPREGAR SOMENTE FATOS DE UMA VERDADE IRRECUSÁVEL
A A E CONSTANTE”. (GUY MAUPASSANT-ESCRITOR FRANCÊS)

L CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL-POLÍTICO O progresso definitivo das cidades, a industrialização, o


I avanço das ciências e o florescimento de novas correntes
2ª Revolução Industrial / Capitalismo x Socialismo;
T filosóficas criaram um ambiente hostil ao sentimento
Medicina experimental / Evolucionismo (Darwin);
E romântico.
O pessimismo humano de Schopenhauer;
R
A psicanálise de Freud (id/ego/superego); Os autores realistas valeram-se de temas inovadores
A
A negação de Deus por Nietzsche;
e revelaram espírito crítico, participativo e reformista.
T
- Positivismo de Augusto Comte;
U
- Determinismo (Hipólito Taine). É uma literatura que busca estimular a mudança das
R instituições e dos comportamentos humanos.
A
HOMEM: meio / raça / momento histórico.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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L CARACTERÍSTICAS L CARACTERÍSTICAS
I I
Racionalismo / Objetividade / Linguagem clássica; BURGUESIA
T Verossimilhança (observação da realidade e do cotidiano); T
CRÍTICA ROMANTISMO
E Pessimismo / ironia / Análise psicológica e social / E
CLERO (anticlericalismo)
R personagens-tipo / visão crítica (sociedade e costumes). R
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a
A A mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não
1857 – 1º romance realista digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo,
T
“Madame Bovary” T porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os
Gustave Flaubert Tema: adultério olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto
U U
nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da
R “Thérese Raquin” 1867 / Romance de tese R natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a
outro indivíduo, para os fins secretos da criação”. ASSIS, Machado de. Memórias
A Émile Zola Origem do Naturalismo A póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.

[...] Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de [...] Antes de casar ela julgara ter amor, mas como a felicidade
suprema elegância. O vestido que o moldava era cinzento com que deveria ter resultado daquele amor não viera, ela deveria
orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses ter-se enganado, pensava. (...) Não conseguia frear seus
rostos suaves, puros e diáfanos, que parecem vão desfazer-se sentimentos nem abdicar de sua paixão sofrida, (...), os apetites
ao menor sopro, como os tênues vapores da alvorada. da carne, a ambição do dinheiro e a melancolia da paixão, tudo
Ressumbrava na sua muda contemplação doce melancolia e não confundia-se num mesmo sofrimento... [...] (FLAUBERT, Gustave.
sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar Madame Bovary)
repousou calmo e sereno na mimosa aparição. [...] (ALENCAR,
José de. Lucíola) DESCRIÇÃO REALISTA
DESCRIÇÃO ROMÂNTICA
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

A Marquesa de Alegros ficara viúva aos quarenta e três anos, e passava


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E Ç A D E Q U E I R Ó S ( 1845-1900) L
a maior parte do ano retirada na sua quinta de Carcavelos. Era uma
I I pessoa passiva, de bondade indolente, com capela em casa, um respeito
"O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a devoto pelos padres de S. Luís, sempre preocupada dos interesses da
T apoteose do sentimento - o Realismo é a anatomia do caráter. É a T igreja. As suas duas filhas, educadas no receio do céu e nas preocupações
E
crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - E
da moda, eram beatas e faziam o chic, falando com igual fervor da
para condenar o que houver de mau na nossa sociedade." humildade cristã e do último figurino de Bruxelas. Um jornalista de então
R R dissera delas:
A
 Participou das Conferências do Cassino Lisbonense A
- Pensam todos os dias no toilette com que hão de entrar no Paraíso.
(...). QUEIRÓS, E. O Crime do Padre Amaro. São Paulo: Moderna, 1998.
T
(1871) / realista-naturalista / linguagem culta; T
 Análise social e psicológica / sarcasmo; Romances:
U U
“O Crime do Padre Amaro” (Cenas
 Crítica à burguesia, ao parasitismo social e ao “O Primo Basílio”
R R Portuguesas)
A
clero / visão e mentalidade reformistas. A “Os Maias”

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REALISMO NATURALISMO
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ERA NACIONAL L

I I
ROMANCE DOCUMENTAL ROMANCE DE TESE
2. REALISMO/NATURALISMO: “A vida como ela é...” ANÁLISE INDIVIDUAL ANÁLISE COLETIVA
T T
ANÁLISE PSICOLÓGICA DETERMINISMO
E E
1881 ...............................1881............... 1922 NARRATIVA LENTA PATOLOGIAS/ZOOMORFISMO
R R
PERSONAGENS ESFÉRICOS PERSONAGENS PLANAS
A A
FOCO NA BURGUESIA FOCO NAS CAMADAS BAIXAS
T
“MEMÓRIAS PÓSTUMAS “O MULATO” – Aluísio de T
DE BRÁS CUBAS” – Azevedo
U U
Machado de Assis
R R

A A

L
MAC HADO DE ASSIS (1839-1908) FASES DO ROMANCE
I 1ª FASE: Marcas românticas / descritivismo
Desmascaramento das relações sociais: cinismo,
T Ressurreição; - Enredos lineares;
hipocrisia, egoísmo, interesse, adultério... - Imaginação > observação;
E A mão e a Luva;
Universalismo: essência humana / temas filosóficos; Helena; - Capítulos longos;
R
Narrativa documental e crítica à burguesia; Iaiá Garcia. - Esquemas psicológicos.
A Parasitismo social, econômico e político da elite; 2ª FASE: Salto qualitativo / prosa antilinear / loucura /
T
Desmistificação das idealizações românticas; humor e ironia / metalinguagem / diálogo com o leitor.
U Quebra da estrutura tradicional da narrativa: antilinear; Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) / Quincas Borba (1891);
Dom Casmurro (1899 e 1900) /Esaú e Jacó (1904) ;
R
 DIÁLOGO COM O LEITOR / CARÁTER MODERNO. Memorial de Aires (1908).
A C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

AO VERME L CAPÍTULO I
QUE I Óbito do autor
PRIMEIRO ROEU AS FRIAS T Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio
CARNES ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento
E
DO MEU CADÁVER “Eu gosto de catar o mínimo ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo
e o escondido. Onde R
nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente
DEDICO ninguém mete o nariz, aí A método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor
COMO SAUDOSA entra o meu, com a
T
defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro
LEMBRANÇA curiosidade estreita e aguda berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais
ESTAS que descobre o encoberto”. U
novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no
MEMÓRIAS PÓSTUMAS R introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O A Pentateuco. (...) Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)

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TEORIA DO HUMANITISMO ALUÍSIO DE AZEVEDO (1857-1913)


− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a Naturalista / cientificista / romance de tese
expansão de duas formas, pode determinar a supressão de experimental / início romântico (“Uma lágrima de mulher”).
uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida,
porque a supressão de uma é princípio universal e comum. “O MULATO” – marcas românticas / descritivismo / preconceito racial
/ crítica ao provincianismo de São Luís.
Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um
campo de batatas e duas tribos famintas. (..) A paz nesse “CASA DE PENSÃO” – romance de tese / determinismo.
caso, é a destruição; a guerra é a conservação. (...) “O CORTIÇO” – romance de espaço: o grande personagem é o
Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. próprio cortiço / denúncia social / enfoque das classes marginais /
Quincas Borba (1891) domínio do coletivo sobre o individual / Determinismo Genético e
Biológico / patologia sexual / zoomorfismo / Cientificismo /
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O degradação moral e social do Homem.

L E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade L


R A U L P O M P E I A (1863-1895)
quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer,
I I
um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar O ATENEU: “Crônica de saudades”
T espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como T
Romance de classificação problemática;
E larvas no esterco (...). E
Autobiográfico / análise psicológica e social.
R
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, R
não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.  Personagens: Sérgio, Aristarco, Ema.
A A
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada Corrupção do ambiente dominado pelo sexo, dinheiro e
T sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na T
ânsia do poder;
indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da
U U Crítica ao sistema de ensino falido;
noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora,
R
que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. R Destruição moral e psicológica do menino Sérgio;
A (Azevedo, A. O Cortiço) A Domínio da impressão sobre a análise.

L 3. PARNASIANISMO: “Arte pela Arte” L RAZÃO X EMOÇÃO


I I
1882 ................................................ 1922 OBJETIVIDADE SUBJETIVIDADE
T T
Parnase Contemporain remete à Antiguidade
E Clássica: o Monte Parnaso, na região da Fócida E
“Fanfarras” (Grécia) – era a morada dos deuses e poetas
R R  Linguagem culta e descritiva;  Linguagem vaga e ilógica;
que se isolavam do mundo para dedicar-se
Teófilo Dias exclusivamente à Arte.  Cultura greco-romana;  Negação da Ciência;
A A
 Mitologia / Impessoalidade;  Religiosidade / Pessimismo;
T T
4. SIMBOLISMO: “Arte da sugestão”  Encadeamento sintático.  Misticismo e Metafísico;
U U  Equilíbrio e impassibilidade;  Sonho e transcendência;
1893 ............................................... 1922 Hermetismo / Musicalidade.
R R  Preocupação com a Forma. 
A
“Missal” / “Broquéis” – Cruz e Sousa A PARNASIANISMO SIMBOLISMO

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A um poeta
L
Longe do estéril turbilhão da rua,
L ALBERTO DE OLIVEIRA (1857-1937)
I Beneditino escreve! No aconchego OLAVO BILAC I “2º Príncipe dos poetas”; o mais ligado aos padrões do
Do claustro, na paciência e no sossego, (1865-1918): movimento / evasão da realidade / “alheio” ao mundo /
T T
Trabalha, e teima, e lima e sofre, e sua! “Príncipe dos
linguagem trabalhada e complexa / excessivo rigor formal /
E Mas que na forma se disfarce o emprego poetas” E
objetividade / descritivismo / impassibilidade.
Do esforço; e a trama viva se construa
R R Vaso chinês
De tal modo, que a imagem fique nua, Preocupação formal / a
A Rica, mas sóbria como um templo grego. mitologia A Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
/ a poesia Casualmente, uma vez, de um perfumado
T Não se mostre na fábrica o suplício histórica / a natureza / o T Contador sobre o mármor luzidio,
Do mestre. E, natural, o efeito agrade, amor sensual (subjetividade) Entre um leque e o começo de um bordado.
U Sem lembrar os andaimes do edifício: U
/ alguns poemas satíricos Fino artista chinês, enamorado,
Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Nele pusera o coração doentio
R (políticos) / a pátria (Hino da R
Arte pura, inimiga do artifício, Em rubras flores de um sutil lavrado,
A
Bandeira). A Na tinta ardente, de um calor sombrio.
É a força e a graça na simplicidade.

L
RAIMUNDO CORREIA (1859-1911) O Simbolismo é originário da França e se iniciou com
I
a publicação de As Flores do Mal, de Charles
Poesia com marcas românticas e simbolistas /
T
alguns poemas sociais. Baudelaire, em 1857. Nome inicial: Decadentismo.
E
TEMAS: a melancolia / a natureza / religiosidade / BAUDELAIRE: Teoria das Correspondências
R
reflexão existencial, moral e filosófica / a (sensorialismo / sinestesia)
A
metafísica / idealização da mulher.
T VERLAINE: A MUSICALIDADE
U CARACTERÍSTICAS: pessimismo / “filosofia da dor” MALLARMÉ: “SUGERIR, EIS O SONHO”
R / contenção verbal / rigor formal / alguns RIMBAUD: A ALQUIMIA VERBAL
A momentos de lirismo e musicalidade. C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

L Coexistência CORRESPONDÊNCIAS
I
Dissidência A Natureza é um templo onde vivos pilares
T Deixam às vezes sair confusas palavras;
antipositivista, O homem aí passa através das florestas de símbolos
antinaturalista
E
Realismo


Que o observam com olhares familiares.
anticientificista
R
Naturalismo Simbolismo Como os longos ecos que de longe se confundem
A Numa tenebrosa e profunda unidade,
T
Parnasianismo Vasta como a noite e a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se correspondem.
U
Os Simbolistas representam a reação da (A Flores do Mal – Charles Baudelaire)
R
intuição contra a lógica, do subjetivismo
A sensorial contra a explicação racional. C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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ALPHONSUS DE GUIMARÃES (1870-1921) C R U Z E S O U S A (1861-1898)


“solitário de Mariana” “Cisne negro” / o melhor simbolista
Temas: marcado pela morte da noiva (Constança) / misticismo
Temas: morte / misticismo / busca da transcendência /
religioso / liturgia surreal / loucura.
sofrimento da condição humana (dor de ser negro);
Características: estilo medieval / simples / musicalidade.
Principais Obras: “Septenário das dores de Nossa Senhora” / “Dona Características: pessimismo / egocentrismo / poesia
mística” / “Kyriale”. sinestésica / musicalidade / termos científicos / letras
Mãos que os lírios invejam, mãos eleitas maiusculizantes / obsessão pela cor branca.
Para aliviar de Cristo o sofrimento Principais Obras: “Faróis” / “Evocação” / “Últimos sonetos”.
Cujas veias azuis parecem essência lirial feitas Poema de destaque: “Antífona” – síntese do Simbolismo.
Da mesma essência lirial dos óleos bentos.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


De luares, de neves, de neblinas!... INSCREVAM-SE E
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... ATIVEM A
Incensos dos turíbulos das aras... NOTIFICAÇÃO
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas... CONFIRAM AS SEGUINTES PLAYLISTS:
Brilhos errantes, mádicas frescuras INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
E dolências de lírios e de rosas...
GÊNEROS TEXTUAIS
Indefiníveis músicas supremas, LITERATURA
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, HORA DA QUESTÃO (Arte)
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... (...)
alexromerolima prof_alexromero
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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