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20/06/2022

L
QUADRO GERAL DA LITERATURA PORTUGUESA
AULA 16 I

T
ERA MEDIEVAL ERA CLÁSSICA ERA ROMÂNTICA
E
OU MODERNA
R

A
TROVADORISMO CLASSICISMO ROMANTISMO
T
BARROCO REALISMO
HUMANISMO
U
ARCADISMO SIMBOLISMO
R MODERNISMO
A

L L
DIVIDIDO EM 4 FASES DIVIDIDO EM 4 FASES
I I
Gaibéus – Alves Redol / prosa
T Revista orpheu: saudosismo e renovação T 3ª FASE neorrealista / engajamento / Fernando
E 1ª FASE / Fernando Pessoa, Almada Negreiros, E 1940/1960 Namora, Vergílio Ferreira, Ferreira e
1915/1927 Mário de Sá-carneiro e Ronald de
R R Castro.
Carvalho.
A A
4ª FASE / LITERATURA CONTEMPORÂNEA
T
Revista presença: filosofia / Estado T 1960 / ATUALIDADE
2ª FASE Novo / existencialismo / psicologismo /
U
1927/1940 José Régio, Miguel Torga, Branquinho da U Questionamentos sociopolíticos e crítica engajada / realismo
R Fonseca... R mágico / Surrealismo / Agustina Bessa-Luís, Herberto Hélder,
Antônio Lobo Antunes e José Saramago.
A A

L CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL-POLÍTICO L
1ª FASE
I I
Final do século XIX: monarquia contestada / crise 1915 ........................................................... 1927
T T
econômica e financeira / Ultimatum Inglês (1890). Idealizadores: Fernando
E E Revista Orpheu Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Século XX / XXI (1910 – 2022):
R R Almada Negreiros, Luís de
 Proclamação da República (1910) / sucessivas crises republicanas; Montalvor e Ronald de
A  Organização da Extrema Direita / golpe militar (1926) – A Carvalho (brasileiro).
T integralistas; T
 O Estado Novo: 1928-Salazarismo até 1974 (“Revolução dos Escandalizou a literatura portuguesa
U U
Cravos”);
Heranças simbolistas / liberdade de expressão
R  Guerras civis e perdas das colônias africanas nos anos 1970; R

A
 Portugal é parte da União Europeia (reestruturação). A Nacionalismo / tradição / Vanguarda (Cubismo e Futurismo)

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CARACTERÍSTICAS GERAIS FERNANDO PESSOA (1888 – 1935)


REFORMULAÇÃO FORMAL E LINGUÍSTICA: ousadia /  Poeta / contista / teatrólogo / crítico literário
revolução / originalidade / atender às transformações / estudioso da astrologia e do ocultismo;
tecnológicas;
 Colaborou em várias revistas literárias da
época;
QUESTIONAMENTOS: sociais, políticos, históricos, artísticos;
RUPTURAS: linguagem / normas / regras / passado histórico;  Atuou como crítico em A Águia, Dirigida por Teixeira
TRANSIÇÃO TEMÁTICA: saudosismo / nacionalismo / de Pascoaes (influência nacionalista e visionária).
cotidiano / dinamismo / objetividade x “Eu” metafísico / espírito  Escreveu em língua inglesa por algum tempo, fase da
cosmopolita / formalismo x anarquia verbal. qual resultou a obra 35 sonnets, publicada em 1918.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

L
A solitária L “viver não é necessário; o que é necessário é criar.”
multidão de um só (“navegar é preciso, viver não é preciso”)
I I
pessoa (Ele- “As artes todas são uma futilidade perante a Literatura”.
T T
mesmo) criou
E entidades poéticas E

R com traços físicos, R


PRINCIPAIS HETERÔNIMOS:
A
biografia, A Alberto Caeiro / Ricardo Reis /
formação cultural, Álvaro de Campos
T T
profissão,
U ideologia e estilo U
“Multipliquei-me para me sentir
R próprio (127 R
Para me sentir, precisei sentir tudo,
A heterônimos). A Transbordei-me, não fiz senão extravasar-me”.

Isto
FERNANDO PESSOA – ELE- MESMO-ORTÔNIMO L Autopsicografia
Dizem que finjo ou minto
Escrita em língua portuguesa em duas linhas: poesia saudosista- I Tudo que escrevo. Não. O poeta é um fingidor.
Eu simplesmente sinto Finge tão completamente
nacionalista-épica (Mensagem) e a poesia lírica (Cancioneiro e T Com a imaginação.
Que chega a fingir que é dor
Quadras ao Gosto Popular). E
Não uso o coração.
A dor que deveras sente.
Tudo o que sonho ou passo
POESIA LÍRICA: R O que me falha ou finda, E os que leem o que escreve,
 Reflexões sobre a própria arte poética e sobre o papel do É como que um terraço Na dor lida sentem bem,
A Sobre outra coisa ainda. Não as duas que ele teve,
artista; Essa coisa é que é linda. Mas só a que eles não têm.
T
O mistério da existência / solidão e tédio / o destino cósmico Por isso escrevo em meio E assim nas calhas de roda
U
do ser humano / remessa a uma outra realidade, oculta, Do que não está ao pé, Gira, a entreter a razão,
Livre do meu enleio,
invisível / natureza e a realidade do EU. R
Sério do que não é.
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O A Sentir? Sinta quem lê!

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MENSAGEM (1934): é um poema nacionalista místico, L Mar Português


mítico, ocultista, esotérico... I Ó Mar salgado, quanto do teu sal
Obra de dimensões universais: o homem e suas São lágrimas de Portugal!
T
potencialidades. Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
O mito do retorno: Dom Sebastião E Quantos filhos em vão rezaram!
▼ Quantas noivas ficaram por casar
R
Para que fosses nosso, ó mar!
O desejado A
▼ Valeu a pena? Tudo vale a pena
Galaaz T Se a alma não é pequena.
▼ U
Quem quere passar além do Bojador
O Messias Tem que passar além da dor.
R Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O A Mas nele é que espelhou o céu.

L 4ª FASE / LITERATURA CONTEMPORÂNEA L QUESTÃO EXTRA


I I 1) Os enunciados seguintes versam sobre o Modernismo em Portugal, suas fases e
 A Literatura e as questões relacionadas com a identidade seus autores. Assinale a alternativa correta.
T nacional portuguesa e a internacionalização (geração de T
A) Divide-se o Modernismo português em quatro momentos, todos eles marcados
abril/1974);
E E pelo viés surrealista e cubofuturista.
 Metalinguagem / experimentalismo linguístico / metáforas B) Fernando Pessoa, inserido no primeiro momento do Modernismo em Portugal,
R oníricas ; R experimentou radicalmente a poesia, atribuindo, inclusive, muitos poemas a
A
 Abordagens engajadas / Questionamento do passado colonial; A
heterônimos determinados.
 Várias correntes e técnicas: surrealismo / “realismo fantástico” C) O segundo momento do Modernismo português ficou conhecido como Orfismo,
T T caracterizado pelo diálogo intenso com as vanguardas europeias.
ou “realismo mágico” / Existencialismo ... D)O neorrealismo português coincidiu com o neorrealismo brasileiro, e se
U  Principais autores: Herberto Helder, José Cardoso Pires, António U caracterizou pelo retorno ao positivismo dominante nas obras de Eça de Queirós,
Lobo Antunes (“Os Cus de Judas”), Eugênio de Andrade, Gonçalo M. escritor eleito como modelo da escrita realista.
R R
Tavares, Agustina Bessa-Luís (“A Sibila”), Alexandre O’neill, Inês E) Florbela Espanca e José Saramago marcaram o início do quarto momento do
A Pedrosa (“Fazes-me falta”), José Saramago... A Modernismo português, caracterizado por uma estética romântico-sentimental.

L Principais romances:
JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)
I • Terra do Pecado (primeiro livro - 1947);
• Levantado do chão (prêmio Cidade de Lisboa);
PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA (1998) T
• Memorial do Convento (1982);
E
 Ateu / comunista / polêmico / parte da vida com privações • O ano da morte de Ricardo Reis (1984);
financeiras / jornalista / representante da previdência social, editor, R • A jangada de pedra (1986);
tradutor / literatura como meio de vida; A • O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991 - polêmico);
 Engajamento / crítica / ironia / abordagem sócio-política; • Ensaio sobre a Cegueira (1995 – Prêmio Camões);
T
 Linguagem culta, popular, intertextualidades... • A caverna (2001) /Ensaio sobre a lucidez (2004);
U • As Intermitências da Morte (2005);
 Polígrafo / ideológico / realismo fantástico (surrealismo);
 Narrativa experimental / pontuação inovadora (vírgulas). R • A Viagem do Elefante (2008) / Caim (2009);
A
• O Caderno 2 (2010) / Claraboia (2011) / Alabardas (2014).
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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Estilo narrativo: 3ª + 1ª Pessoa - cambiante QUESTÃO EXTRA


“A pontos de há pouco tempo terem soltado uns cento e cinquenta de
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui,
culpas menos pesadas, que então estavam no Limoeiro, por junto, mais de
Anda à procura de comida, Sim, há quatro dias que não comemos, E
quinhentos, com as muitas levas de homens que vieram para a Índia e
como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o
que acabaram por não ser necessários, e era tanto o ajuntamento, e a
meu marido e uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete, Se estão a
fome tanta, que se declarou uma doença que nos ia matando a todos,
pensar em ficar conosco, tirem daí o sentido, já somos muitos, Só
por isso soltaram aqueles, um deles sou eu.“
estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a
ou: cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não serviu de nada, Por que
"(...) enquanto não vai corporalmente acabar em Angola, para onde irá diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento
degredado por toda a vida, e esta sou eu, Sebastiana Maria de Jesus, percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E
um quarto de cristã-nova, que tenho visões e revelações, mas disseram- saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda
me no tribunal que era fingimento, que ouço vozes do céu, mas a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
explicaram-me que era efeito demoníaco (...) Memorial do convento SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

2) (ENEM/C5H16) A cena retrata as experiências das personagens


em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de INSCREVAM-SE E
determinadas regras de pontuação ATIVEM A
A) revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação NOTIFICAÇÃO
convencional e a produção do gênero romance.
B) provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica CONFIRAM AS SEGUINTES PLAYLISTS:
a verossimilhança. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
C) singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente
caótico. GÊNEROS TEXTUAIS
D) representa uma exceção às regras do sistema de pontuação LITERATURA
canônica. HORA DA QUESTÃO (Arte)
E) colabora para a construção da identidade do narrador pouco
escolarizado. prof_alexromero
alexromerolima
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