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ARCADISMO

E
ROMANTISMO
ARCADISMO
CONTEXTO HISTÓRICO
● "Ouse saber" era o lema do Iluminismo, que estimulou a discussão de assuntos
políticos e ajudou a criar o clima de contestação que culminaria com a Revolução
Francesa, em 1789, provocando o fim da monarquia na França.

● O nome Arcadismo deriva de Arcádia, região da Grécia onde, segundo os poetas


da Antigüidade, pastores e pastoras viveriam uma existência feliz e tranquila,
dedicando-se à música e à poesia e gozando os prazeres da vida simples do
campo. Esse mito da Arcádia, onde a vida correria como num paraíso terrestre, foi
retomado no século XVIII, dando origem a um estilo poético que recebeu o nome
de Arcadismo.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

● Rejeição da linguagem rebuscada da poesia barroca.


● Inspiração na Antigüidade (grega e romana) e em Camões, o grande nome do
Classicismo português. Daí o nome de Neoclassicismo.
● Carpe diem (aproveita o dia presente): o pastor convida sua amada a gozar o
quanto antes os prazeres do amor porque a vida é breve e o futuro, incerto.
● Locus amenus (lugar ameno): o poeta idealiza paisagem agradável e propícia
aos encontros amorosos. uma
● Aurea mediocritas (o equilíbrio de ouro): o ideal de uma vida equilibrada,
sem excessos ou extremos.
fugere urbem (fuga da cidade): fuga da agitação e violência da vida da cidade
ou da Corte, em favor da simplicidade do campo, onde se pode levar uma vida
calma e feliz.

Inutilia Truncat (cortar o inútil): simplicidade linguística, rompe com o


rebuscamento barroco.
ARCADISMO EM PORTUGAL
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805)
é um dos maiores sonetistas líricos da literatura portuguesa. No início de sua atividade
literária, seguiu a moda do Arcadismo, escrevendo poesias que falam de pastores e
ninfas; porém, abandonou essa poesia artificial e passou a falar mais de seu mundo
interior. de seus dramas existenciais e amorosos. Essa poesia individualista e pessoal
de Bocage já é uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX.

"Razão, de que me serve o teu socorro? Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro."
ARCADISMO NO BRASIL
No Brasil, o Arcadismo encontrou expressão num grupo de poetas que viviam em
Minas Gerais, mais precisamente na região de Vila Rica, o principal cen tro
económico do país, no século XVIII, em razão da descoberta de ouro e diamante.

A publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768, é o marco inicial


do Arcadismo brasileiro.

Além desse poeta, merecem destaque Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama,
Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto e Santa Rita Durão.
PRINCIPAIS AUTORES

Tomás Antônio Gonzaga(1744-1810)


Com o pseudônimo árcade de Dirceu, escreveu o livro Marília de Dirceu, que é
dividido em duas partes:
Na primeira, o poeta fala do amor, canta as delícias de uma vida simples em
contato com a natureza, ao lado de seus amigos pastores e de sua querida
pastora Marília.
Na segunda parte, encontramos as poesias que Gonzaga escreveu na cadeia,
quando estava preso por seu envolvimento na Conjuração Mineira. Nesses
textos, o tom é outro, com o poeta lamentando-se do destino, afirmando sua
inocência e queixando-se das saudades de Marília e da liberdade:
Gonzaga escreveu ainda uma obra satírica em versos, Cartas Chilenas, que
circulou anonimamente sob forma manuscrita em Vila Rica. Eram textos que
ridicularizavam a figura de Luís da Cunha Meneses por suas arbitrariedades
como governador da capitania de Minas.

Claudio Manuel da Costa (1729-1789)


Publicou Obras, com o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio. Esse livro
marca o início do Arcadismo no Brasil.
Sua formação é barroca, mas pretende a simplicidade árcade; sua educação
artística é portuguesa, mas deseja cantar o "pátrio Rio", isto é, a terra natal,
mesmo que ela não corresponda à paisagem idealizada pelos poetas árcades
europeus.
Basílio da Gama (1741-1795)

Sua principal obra é o poema épico O Uraguai, de 1769, cujo assunto é a guerra
movida pelos portugueses e espanhóis contra os Sete Povos das Missões do
Uruguai.

A sangrenta destruição das missões foi realmente um fato histórico. Pelo Tratado
de Madri, de 1750, Portugal e Espanha remarcaram as fronteiras de suas
colônias na América do Sul, porque os dois países haviam desrespeitado os
termos do Tratado de Tordesilhas, de 1494.
Frei José de Santa Rita Durão (1722-1784)
É o autor do poema Caramuru, a outra obra épica do nosso Arcadismo. O assunto
do poema são as aventuras meio lendárias meio históricas de Diogo Álvares
Correia, o Caramuru, palavra traduzida pelo autor como "filho do trovão", apelido
que, segundo ele, os índios tupinambás deram ao náufrago português quando o
viram usar uma arma de fogo.

Do ponto de vista histórico, esse poema tem importância pelo destaque que dá à
natureza brasileira. O autor descreve o nosso clima, a fertilidade da terra, as
riquezas naturais, os costumes indígenas, lembrando os cronistas do século XVI.
São características nativistas que ganharão força no século XIX, com o
Romantismo.
ROMANTISMO
CONTEXTO HISTÓRICO

Dois fatos importantes que influenciaram o desenvolvimento do Romantismo: a


Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Juntas, provocaram o absolutismo na Europa
e incentivaram a livre iniciativa, o individualismo econômico e o liberalismo político,
estimulando também o nacionalismo.
CARACTERÍSTICAS

Uma das características que distingue o escritor romântico dos escritores de outras
épocas é o gosto pela confusão plena dos sentimentos e emoções que agitam seu íntimo,
numa atitude individualista e profundamente pessoal, que recusa o controle da razão. É o
triunfo da paixão e da sensibilidade.
ROMANTISMO EM PORTUGAL

O Romantismo português teve início com a publicação, em Paris, do poema Camões, em


1825, em que o autor, Almeida Garrett, faz uma espécie de biografia sentimental do
famoso poeta-soldado. Mas, como movimento literário, o Romantismo só se firmou a
partir de 1836, com a criação da revista Panorama, na qual se publicaram textos já
claramente românticos de importantes escritores portugueses com: Almeida Garrett,
Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis.
PRINCIPAIS AUTORES
● Almeida Garrett não era propriamente um autor romântico, mas também não era
clássico, mas ele teve papel importante na introdução das idéias românticas em
Portugal.
● Alexandre Herculano sua produção possui um tom reflexivo que o afasta dos poetas
tipicamente românticos, cuja característica principal é a expressão plena dos
sentimentos e emoções. No entanto este tom reflexivo foi ideal para os movimentos
libertários.
● Camilo Castelo Branco é considerado o criador da novela passional portuguesa, de
que Amor de Perdição, cheia de sentimentalismo e amores impossíveis, é o seu
melhor exemplo.

ROMANTISMO NO BRASIL

O romantismo pode ser considerado o período do verdadeiro nascimento da vida literária


brasileira. Nesses anos criam-se o romance e o teatro nacionais, a poesia enriqueceu-se e
formou-se um razoável público leitor, que passou a estimular cada vez mais a produção
literária.

É dividido em poesia e prosa.

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