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LUCINEI EVANGELISTA DOS SANTOS

Março de 2024
Romantismo - Brasil e Portugal

O Romantismo é uma corrente literária surgida na Europa no final do século XVIII.


Em Portugal o Romantismo é trazido por Almeida Garrett, que, exilado na Inglaterra,
conhece Shakespeare com suas obras românticas que levavam à morte.

As obras tinham temáticas voltadas para triunfos medievais e amor.

No Brasil a corrente chega com Gonçalves de Magalhães com o poema Suspiros


Poéticos e Saudades e tem seu auge com Gonçalves Dias com A canção do exílio.
Esse período tem como características poemas narrando a Pátria, numa tentativa de
apresentar o Brasil para o mundo; e mostrando o índio, como único e verdadeiro
brasileiro (americano), pois tinham o branco como europeu-colonizador, o negro como
africano-escravo, e o nativo seria o único herói, pois na Europa narravam-se fatos de
cavaleiros medievais e esse período não existiu na história brasileira, então, decidiu-se
falar sobre o índio.

As obras desta primeira Geração tinham, também, como característica a religiosidade,


herança dos portugueses, já que em Portugal a religião era predominantemente
influente.

A Segunda Geração é marcada pelo exagero, chamada de Ultrarromantismo. O


pessimismo, o egocentrismo exacerbado, culto à morte, medo de amar e o
subjetivismo são características desta fase. No Brasil Álvares de Azevedo, Casimiro
de Abreu, Junqueira Freire são os principais autores, eram estudantes que se
reuniram.

Estes poetas sofriam do “mal do século” em que o medo de amar e o amor não
correspondido levava à morte. A mulher, que no romantismo é perfeita, virgem e pura,
neste período é exageradamente pura, eram anjos, crianças, defuntas, etc. Têm uma
imagem de sem vida “sem sal”. O sexo é subjetivo, escondido, dificilmente acontece.

Em Portugal a segunda fase do Romantismo é também marcada pelo exagero. Camilo


Castelo Branco é o grande autor desta fase portuguesa e ele traz para suas obras a
vida conturbada, principalmente em Amor de Perdição.

A Terceira geração do Romantismo trás tendências pré realistas, tanto no Brasil,


quanto em Portugal. Lá, somente a prosa influencia, com Júlio Diniz, principal obra As
pupilas do Senhor Reitor.

No Brasil, Castro Alves é o “Poeta dos Escravos”, traz para seus poemas, a vida
sofrida dos africanos, que eram traficados para o Brasil. O Amor agora é mais sensual,
característica do realismo.

O Romance Indianista retrata o índio (herói romântico) como “o bom selvagem”, como
na primeira geração da poesia. O Autor desta fase do romantismo é José de Alencar
com Iracema, Ubirajara e o Guarani, em suas obras Alencar tenta apresentar o
romance entre o índio e o europeu, mostrando assim as diferentes culturas e também
o nascimento do povo brasileiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3584674
Enviado por Luiz Juniores em 30/03/2012
Reeditado em 30/03/2012
Código do texto: T3584674
Acessado em 11/03/2024
LUCINEI EVANGELISTA DOS SANTOS
Março de 2024
Lembrando que na Europa na prosa abordava-se o cavaleiro medieval, como no Brasil
não tínhamos esse protagonista, o índio foi escolhido para nos representar.

O Romance Regionalista surge com a necessidade de mostrar para as cidades a vida


no campo, então as obras destinavam-se a descrever os ambientes, tentando mostrar,
para o leitor burguês das cidades, o interior do Brasil. José de Alencar publica O
Gaúcho,

O Sertanejo e outras; Inocência de Visconde de Taunay representa bem esse período.

O Romance Urbano narra a vida burguesa do Rio de janeiro, A moreninha de Joaquim


Manuel de Macedo como primeiro romance brasileiro é marca deste momento. José
de Alencar lança a série “perfis femininos” com: Senhora, Diva e Lucíola, trazendo, já
nestas obras, críticas realistas sobre a sociedade.

Principais características do Romantismo

Além do byronismo, do culto ao fantástico, do egocentrismo, do mal-do-século, do


medievalismo e da religiosidade, são características do Romantismo:

Libertação Estilística
O Romantismo é oposição ao Classicismo, dada a liberdade da criação existente
nesse novo estilo, que dispensa as regras exaltadas pelos clássicos e, inclusive, usa
uma linguagem muito próxima à coloquial.

Subjetivismo
Valorização de opiniões e expressão de pensamento de acordo com as percepções
individuais em detrimento da objetividade.

Sentimentalismo
Exaltação dos sentimentos, em detrimento do racionalismo. Há uma forte expressão
de tristeza, melancolia e saudade.

Idealização
Visão ideal das coisas, que não são vistas de forma verdadeira, mas idealizadas,
perfeitas.

Nacionalismo ou Patriotismo
Como uma forma de recuperar o orgulho português e os seus valores, a pátria é
exaltada, destacando-se apenas suas qualidades.

Culto ao Fantástico
Forte tendência para a fantasia, para os sonhos, em detrimento à razão.

Culto à Natureza
Forte tendência para expressar sentimentos situando-os em ambientes naturais.

Saudosismo
Necessidade de refugiar-se no passado, com forte expressão de melancolia e
saudade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3584674
Enviado por Luiz Juniores em 30/03/2012
Reeditado em 30/03/2012
Código do texto: T3584674
Acessado em 11/03/2024
LUCINEI EVANGELISTA DOS SANTOS
Março de 2024

Obras do Romantismo

Poesia
 Camões, de Almeida Garrett (1825)
 D. Branca, de Almeida Garrett (1826)
 A noite do castelo e Os ciúmes do bardo, de António Feliciano de Castilho
(1836)
 A harpa do crente, de Alexandre Herculano (1838)
 Poesias, de Soares de Passos (1856)
 Odes modernas, de Antero de Quental (1865)
 Flores do campo, de João de Deus (1868)
Teatro
 Um auto de Gil Vicente, de Almeida Garrett1 (1838)
 A crente na liberdade, de Alexandre Herculano (1838)
 O alfageme de Santarém, de Almeida Garrett (1842)
 Os infantes em Ceuta, de Alexandre Herculano (1842)
 Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (1843)
 Um rei popular, de Júlio Dinis (1858)
 Um segredo de família, de Júlio Dinis (1860)
 O morgado de Fafe em Lisboa, de Camilo Castelo Branco (1861)
Romance
 Eurico, o presbítero, de Alexandre Herculano (1844)
 Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco (1862)
 Coração, cabeça e estômago, de Camilo Castelo Branco (1862)
 As pupilas do senhor reitor, de Júlio Dinis (1867)
Prosa
 A voz do profeta, de Alexandre Herculano (1836)
 Viagens na minha terra, de Almeida Garrett (1846)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3584674
Enviado por Luiz Juniores em 30/03/2012
Reeditado em 30/03/2012
Código do texto: T3584674
Acessado em 11/03/2024

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