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As novas ideologias políticas, econômicas e sociais, vieram intervir na sociedade do século XIII. A
influência das revoluções francesa e industrial e do pensamento liberal se deu em todos os campos, e a
própria literatura mostra essas influências. A liberdade sobrepuja as regras, a razão predomina sobre a
emoção. O romantismo instaura-se um novo modo de expressão em toda a Europa e, consequentemente
em Portugal.
O Romantismo, designa uma tendência geral da vida e da arte, um certo momento delimitado. O
comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva, subjetiva,
diante das coisas. Afinal, o pensamento romântico vai muito além do que podemos ver; procura
desvendar o que estamos sentindo. O Romantismo não conta, faz de conta, idealiza um universo melhor,
defendendo a ideia da expressão do eu-lírico, onde prevalece o tom melancólico, falando de solidão e
nostalgia.
Enfim, o ideal romântico, tenta colocar o universo que presenciamos, de forma subjetiva, sendo que a
expressão do sentimentalismo não precisa obedecer a nenhuma regra, antes adorada pelos clássicos.
Características
O Romantismo foi encarado como uma nova maneira de se expressar, enfrentar os problemas da vida e
do pensamento.
Esta escola, repudiava os clássicos, opondo-se às regras e modelos, procurando a total liberdade de
criação, além de defender a “impureza” dos gêneros literários. Com o domínio burguês, ocorre a
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profissionalização do escritor, que recebe uma remuneração para produzir a obra, enquanto o público
paga para consumi-la.
O escritor romântico projetava-se para dentro de si, tendo como fonte o eu-lírico, do qual fluía um
diverso conteúdo sentimentalista e, muitas vezes, melancólico da vida, do amor e, às vezes,
exageradamente, da própria morte. A introversão era característica essencialmente romântica.
A natureza, assim como a mulher são importantes pontos desse momento. O homem, idealizava a mulher
como uma deusa, coisa divina e, com isso, retornava ao passado, no trovadorismo, onde as “madames”
eram tão sonhadas e desejadas, mesmo que fossem inatingíveis.
Ao procurar a mulher de seus sonhos e, então, frustrar-se por não encontrá-la ou, muitas vezes, por
encontrá-la e perdê-la, o romântico entrava em constante devaneio. Para amenizar a situação, ao escrever
despojava todos os seus anseios, procurando fugir da realidade, usando do escapismo, onde, não
raramente, tinha a natureza como confidente. Outra forma de escapismo utilizada, era o escapismo pela
obscuridade, onde buscavam o bem-estar nos ambientes fúnebres e obscuros.
Essas frustrações tidas por amores ou simples desilusões com a vida, provocaram muitos suicídios. Daí
a grande frequência dos temas de morte nos poemas românticos, o que caracteriza o mal-do-século.
Almeida Garrett
Almeida Garrett, cultivou a oratória parlamentar, o pensamento pedagógico e doutrinário, o jornalismo,
a poesia, a prosa de ficção e o teatro, o qual entrou em contato com o de Shakespeare quando em exílio
na Inglaterra. Teve uma vida sentimental bastante atribulada em que se sobressai o seu romance adúltero
com a viscondessa da Luz, a qual inspirou seus melhores poemas.
Na poesia, assimilou os moldes clássicos e morreu sem tornar-se romântico autêntico, pois carecia do
egocentrismo tão almejado pelos românticos, deixando sua fantasia no teatro e na prosa de ficção.
Escreveu Camões (1825), Dona Branca (1826), Folhas Caídas (1853), Viagens na minha terra (1846),
dentre outras.
Alexandre Herculano
Herculano, exilou-se na Inglaterra e na França, criando polêmica com o clero, por participar da lutas
liberais. Junto com Garrett, foi um intelectual que atuou bastante nos programas de reformas da vida
portuguesa.
Na ficção de Alexandre Herculano, prevalece o caráter histórico dos enredos, voltados para a Idade
Média, enfocando as origens de Portugal como nação. Além disso, ocorrem muitos temas de caráter
religioso. Quanto à sua obra não-ficcional, os críticos consideram que renovou a historiografia, uma vez
que se baseia não mais em ações individuais, mas no conflito de classes sociais para explicar a dinâmica
da história.
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Sua obras principais são: A harpa do crente (1838), Eurico, o presbítero (1844), dentre outras.
Castilho
Castilho, tem como principal papel traduzir poetas clássicos. Sua passagem pelo Romantismo é discreta,
mesmo que tenha sido o provocador da Questão Coimbrã.
A história de Castilho é a dum grande mal-entendido: graças à cegueira, que lhe dava um falso brilho de
gênio à Milton, mais do que à sua poesia, alcançou injustamente ser venerado como mestre pelos
românticos menores. Não obstante válida historicamente, sua poesia caiu em compreensível
esquecimento.
Conclusão
Compreendemos que o Romantismo, não passou de uma forma de repudiar as regras que contornavam
e preenchiam o campo literário da época que, juntamente com a ideologia vigente, traziam um enorme
descontentamento. Este momento em que a literatura presenciava, talvez fosse, o marco principal para a
definitiva liberdade de expressão do pensamento, que viria se firma, tardiamente com o Modernismo.
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