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REALISMO

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O realismo, movimento estético predominante no mundo
ocidental no último quartel do século XIX, surgiu como
uma onda de oposição à subjetividade e ao
individualismo da tendência artística anterior, o
romantismo. Com a intenção de fazer da arte uma
representação fidedigna e verossímil da realidade,
escritores, pintores, escultores, músicos e dramaturgos
privilegiaram a objetividade em suas obras, atentos à
veracidade das situações cotidianas.
CONTEXTO HISTÓRICO
✣ Segunda Revolução Industrial.
✣ Questão Coimbra, em Portugal
elite intelectual portuguesa insatisfeita com o clero e a
monarquia;
período de debates de grande agitação política, social e cultural
na Universidade e Coimbra.
✣ Segundo reinado e D. Pedro II quase indo embora.
✣ Abolição da Escravatura (1888).
✣ Imigrantes começando a vir para trabalhar no lugar dos
escravos.
Teorias Filosóficas e Científicas

✣ Comunismo;
✣ Evolucionismo; Evolucionismo
✣ Positivismo; Positivismo
✣ Determinismo. Positivismo
Características do Realismo
✣ Aceitação da realidade tal como ela é, em oposição aos
anseios de liberdade dos românticos;
✣ Esteticismo: linguagem culta e estilizada, escrita com
proporção e elegância;
✣ Tentativa de explicar o real, recorrendo muitas vezes à
ciência ou ao determinismo;
✣ Abordagem psicológica das personagens como
composição da realidade que veem.

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✣ Início do Realismo
✣ Na Europa: Madame Bovary (1857), de Gustave
Flaubert. Madame de Bovary(Enredo)
✣ No Brasil: Memórias Póstumas de Brás Cubas(1881),
de Machado de Assis.
Memórias Póstumas de Brás Cubas

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AUTORES
✣ Destacam-se ainda no contexto do realismo europeu as
obras dos ingleses Charles Dickens, George
Eliot (pseudônimo de Mary A. Evans) e Henry James;
do norueguês Henrik Ibsen; do sueco August
Strindberg; e dos
russos FiódorDostoiévski, Liev Tolstói e Anton Tchek
hov.

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AUTORES E OBRAS DO REALISMO
PORTUGUÊS
✣ Eça de Queiroz: O crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os
Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as
Serras; A Tragédia da Rua das Flores.
✣ Antero de Quental: Sonetos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes
Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas.
✣ Cesário Verde: A Débil; A Forca; Cadências Tristes; Deslumbramentos; Em Petiz; Flores
Velhas; Heroísmos; Ironias do Desgosto; Lágrimas; Merina; Noite Fechada; O Sentimento
dum Ocidental; Provincianas; Responso; Setentrional; Vaidosa.
✣ Fialho de Almeida: A cidade do vício; O país das uvas; Contos.
✣ Guerra Junqueiro: A musa em férias; Os simples; A velhice do Padre Eterno.
✣ Gomes Leal: Claridades do sul; O anti- Cristo; O fim do mundo.

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Eça de queiroz
✣ O principal romancista do realismo português foi Eça de Queirós, que além de
escritor era diplomata, tendo viajado para diversos lugares, como Cuba, Egito
e América do Norte. Sua obra pode ser dividida em três fases: uma de
preparação, composta majoritariamente por produções veiculadas na imprensa
(1866-1867) e alguns textos ainda de cunho romântico; uma de realismo
agudo, quando escreve os grandes romances críticos O crime do padre
Amaro (1875/1876/1880), O primo Basílio (1878) e Os Maias (1888); e uma
de maturidade, caracterizada por um humanismo saudosista, época em que
publica A ilustre casa de Ramires (1900) e A cidade e as serras (1901).

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O Primo Basílio
✣ Trecho da carta de Eça de Queiroz a
Teófilo Braga.

“Perfeitamente: mas eu não ataco a família -


ataco a família lisboeta - a família lisboeta
produto do namoro, reunião desagradável de
egoísmos que se contradizem, e mais tarde
ou mais cedo centro de bambochata. ”

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Trechos da Obra
✣ “Basílio, ao pé de Luísa, ia calado. "Que horror de
cidade!" — pensava. —"Que tristeza!" E lembrava-lhe
Paris, de verão; subia, à noite, no seu faéton, os
Campos Elísios devagar; centenares de vitórias
descem, sobem rapidamente, com um trote discreto e
alegre; e as lanternas fazem em toda a avenida um
movimento jovial de pontos de luz; vultos brancos e
mimosos de mulheres reclinam-se nas almofadas,
balançadas nas molas macias; o ar em redor tem uma
doçura aveludada, e os castanheiros espalham um
aroma sutil.”
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✣ “Depois de jantar, à janela da sala, ficou a reler a carta
de Jorge. Pôs-se a recordar de propósito tudo o que a
encantava nele, do seu corpo e das suas qualidades. E
juntava ao acaso argumentos, uns de honra, outros de
sentimento, para o amar, para o respeitar. Tudo era por
ele estar fora, na província! Se ele ali estivesse ao pé
dela! Mas tão longe, e demorar-se tanto! E ao mesmo
tempo, contra a sua vontade, a certeza daquela
ausência dava-lhe uma sensação de liberdade; a ideia
de se poder mover à vontade nos desejos, nas
curiosidades, enchia-lhe o peito de um contentamento
largo, como uma lufada de independência.”

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“Mudava de amos mas não mudava de sorte.”
✣ "vinte anos a dormir em cacifos, a
levantar-se de madrugada, a comer os
restos, a vestir trapos velhos, a sofrer os
repelões das crianças e as más palavras das
senhoras, a fazer despejos, a ir para o
hospital quando vinha a doença, a esfalfar-
se quando voltava a saúde !".

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“(…) e Jorge, chegando despercebido ao quarto,
surpreendeu Juliana comodamente deitada na chaise longue,
lendo tranquilamente o jornal.
(…)
Jorge não encontrou Luísa na sala de jantar, foi dar com ela
no quarto de engomados, despenteada, em roupão de
manhã, passando roupa, muito aplicada e muito
desconsolada.
– Tu estás a engomar? — exclamou. Luísa corou um pouco,
pousou o ferro.
– A Juliana estava adoentada, juntara-se uma carga de
roupa…
– Dize-me cá, quem é aqui a criada e quem é aqui a
senhora?”
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exercícios

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