Você está na página 1de 67

Desespero

ou Autorretrato
Gustave Courbet
45 cm x 55 cm
Coleção Privada
Tinta a óleo
1844–1845

REALISMO @euclaudiabraz
Quando lhe pediram que pintasse
anjos, respondeu:

“Nunca vi anjos.
Se me mostrarem um, eu pinto.”
“Moças peneirando trigo”
1853-1854
Courbet.
“A pintura é essencialmente uma arte
concreta e tem de ser aplicada às coisas

reais e existentes”,
“Tudo o que não aparece na

retina está fora do domínio


da pintura.”
Carruagem da terceira classe
Honoré Daumier
1863
óleo sobre tela
65,4 cm × 90,2 cm
Galeria Nacional do Canadá, Ottawa
VESTIBULAR DE VERÃO 2017
No século XIX, o desenvolvimento da sociedade
industrial e a nova realidade urbana
modificaram o ideal de beleza das artes, as quais
passaram a representar os problemas sociais, as
guerras e os demais conflitos sociais.
O beijo
Auguste Rodin
1,82 m x 1,12 m x 1,17 m
Mármore
1882–1882
Musée Rodin
CONTEXTO

HISTÓRICO
• Consolidação do poder burguês.

• Industrialização e mecanização.
CORRENTES
FILOSÓFICAS
E
CIENTÍFICAS
QUE INFLUENCIARAM
O REALISMO
POSITIVISMO

(Auguste Comte)

Ordem e Progresso.
EVOLUCIONISMO

(Charles Darwin)

Seleção Natural.
PSICANÁLISE

(Freud)

Consciente e Inconsciente
PESSIMISMO
(Arthur Schopenhauer)

"A vida é um
processo
constante de
morte"
MATERIALISMO
HISTÓRICO
(Karl Marx)

“A história de toda a
sociedade que até hoje
existiu é a história da luta
de classes”
DETERMINISMO

(Hippolyte Taine)

Herança genética, meio social e momento histórico.


GENÉTICA
(Mendel)

As leis de Mendel.
VESTIBULAR DE INVERNO 2015

As formas realistas estão presentes

na atualidade, no teatro, no cinema e


na televisão.
David
Michelangelo Buonarroti
Academia de Belas Artes, Florença
1501 - 1504
517 × 199
FÁBIO
MAGALHÃES
Gottfried
Helnwein
Sam Jinks
Alyssa Monks
Robin Eley
Eloy Morales
Diego Fazio.
GRANDES

AUTORES

E OBRAS
BALZAC
França

“Estamos habituados a julgar os


outros por nós próprios, e se os
absolvemos complacentemente
dos nossos defeitos, condenamo-
los com severidade por não terem
as nossas qualidades.”
BALZAC
França

“É mais fácil ser amante do que


marido, pois é mais fácil dizer
coisas bonitas de vez em quando do
que ser espirituoso dias e anos a
fio...”
BALZAC
França

“É tão natural destruir o que não se


pode possuir, negar o que não se
compreende, insultar o que se
inveja.”
BALZAC
França
“(...) As moças com frequência criam
imagens nobres, deslumbrantes, figuras
totalmente ideais, e forjam idéias quiméricas
acerca dos homens [...] e entregam-se a isso,
amam no homem que escolheram essa
criatura imaginária; porém, mais tarde, [...] a
enganadora aparência que embelezaram [...]
transforma-se enfim num esqueleto odioso.
(...)”
MADAME BOUVARY
França, 1857.

Gustave Flaubert
O romance conta a história de
Emma, uma mulher sonhadora
pequeno-burguesa, criada no campo,
que aprendeu a ver a vida por meio
da literatura sentimental.
MADAME BOUVARY
França, 1857.

Gustave Flaubert
Bonita e requintada para os padrões
provincianos, casa-se com Charles,
um médico interiorano tão
apaixonado pela esposa quanto
entediante.
MADAME BOUVARY
França, 1857.

Gustave Flaubert
Nem mesmo o nascimento da filha
dá alegria ao indissolúvel casamento
ao qual a protagonista se sente presa.
“Antes de se casar, julgara sentir
amor; mas, como a ventura
resultante desse amor não aparecia,
com certeza se enganara, pensava
ela. E procurava saber qual era,
afinal, o significado certo, nesta
vida, das palavras “felicidade”,
“paixão” e “embriaguez”, que nos
livros pareciam tão belas. [...]”
“Um homem, pelo menos, é livre; pode
percorrer as paixões e os lugares,
atravessar os obstáculos, consumir as
felicidades mais distantes. Mas a mulher é
impedida continuamente. Inerte e flexível
a uma só vez, tem contra si as molezas da
carne com as dependências da lei. Sua
vontade, como o véu de seu chapéu preso
por um cordão, palpita a todos os ventos;
há sempre algum desejo que carrega,
alguma conveniência que detém.” (p. 178)
“Não estava feliz, nunca tinha
estado. De onde vinha então
essa insuficiência da vida, essa
podridão instantânea das coisas
em que ela se apoiava?” (p. 403)
“Emma Bovary
c'est moi”

Gustave Flaubert
ANNA KARENINA
Rússia, 1877.

Liev Tolstói
Anna Karenina, uma aristocrata
casada, envolve-se em um caso
extraconjugal com o conde Vrónski e
experimenta as virtudes e as tristezas
de um amor profundo, porém
recheado de conflitos.
ANNA KARENINA
Rússia, 1877.

Liev Tolstói
O marido de Anna é um homem frívolo,
distante e contido e, mesmo em alguns
momentos de suposta fragilidade e
compaixão, durante toda a narrativa ele
se mantém uma das personagens mais
odiosas do livro.
“As famílias felizes parecem-se
todas; as famílias infelizes são
infelizes cada uma à sua
maneira.”

“Dizer que se vai amar uma


pessoa a vida toda é como dizer
que uma vela continuará a
queimar enquanto vivermos.”
“Dar centavos com a mão
esquerda depois de tirar
milhares com a direita,
chama-se caridade.”

“Deve valorizar-se a opinião


dos estúpidos: são a
maioria.”
REALISMO
EM PORTUGAL
A QUESTÃO

COIMBRA
ALUNOS
Antero de Quental, Teófilo Braga e Eça de Queirós.

Defendiam uma revolução literária em oposição ao


romantismo fervoroso do...

PROFESSOR
Antônio Feliciano de Castilho.

Os jovens, começam a se reunir a partir de 1868,


originando um espaço para debates, o Cenáculo.
“BOM SENSO E BOM GOSTO”
ANTERO DE QUINTAL, 1865.

“Paro aqui, ex.mo sr. Muito tinha eu ainda que


dizer: mas temo, no ardor do discurso, faltar ao
respeito a v. ex.ª, aos seus cabellos brancos.
Cuido mesmo que já me escapou uma ou outra
phrase não tão reverente e tão lisongeira como
eu desejára. Mas é que realmente não sei como
hei de dizer, sem parecer ensinar, certas cousas
elementares a um homem de sessenta annos;
dizel-as eu com os meus vinte e cinco!”
“BOM SENSO E BOM GOSTO”
ANTERO DE QUINTAL, 1865.

"Concluo daqui que a idade não a


fazem os cabelos brancos, mas a
madureza das ideias, o tino e a
seriedade: e, neste ponto, os meus vinte
e cinco anos têm-me as verduras de V.
Exª convencido valerem pelo menos os
seus sessenta."
EM
VERSO
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce, MORS AMOR
E, passando a galope, me aparece ANTERO DE QUINTAL
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas


E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,


Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:


E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
OBRA RELACIONADA
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!" ÀS ANGÚSTIAS.
VAIDOSA
CESÁRIO VERDE

Dizem que tu és pura como um lírio


E mais fria e insensível que o granito,
E que eu que passo aí por favorito
Vivo louco de dor e de martírio.

Contam que tens um modo altivo e sério,


OBRA ESSENCIALMENTE
Que és muito desdenhosa e presumida,
URBANA:
E que o maior prazer da tua vida, CAOTICIDADE E ATENÇÃO
Seria acompanhar-me ao cemitério. AO COTIDIANO.
Chamam-te a bela imperatriz das fátuas, VAIDOSA
a déspota, a fatal, o figurino, CESÁRIO VERDE
E afirmam que és um molde alabastrino,
E não tens coração como as estátuas.

E narram o cruel martirológio


Dos que são teus, ó corpo sem defeito,
E julgam que é monótono o teu peito
Como o bater cadente dum relógio.

Porém eu sei que tu, que como um ópio


Me matas, me desvairas e adormeces
És tão loira e doirada como as messes
E possuis muito amor... muito "amor próprio".
EM
PROSA
EÇA DE
TEMÁTICAS QUEIROZ
DE CARÁTER:

- social;
- combativo às instituições da
Igreja, burguesia, monarquia
e casamento;
- crítico à hipocrisia.
DIFERENTES EÇA DE
FASES:
QUEIROZ
1ª - Influência de Victor Hugo,
escreve um Romantismo Social,
tal como Castro Alves;

2ª - Inquérito da vida portuguesa,


crítica à hipocrisia popular e das
instituições;

3ª - Meditação filosófica e
valorização humana e social.
CURIOSIDADE: Eça de Queirós levou dez
anos para escrever o romance.

DOIS VOLUMES: é o mais extenso de


todos os romances que escreveu.

DOIS PLANOS NARRATIVOS:


1. Abrange as três gerações da família
Maia, centrado em suas tragédias
particulares que culminam no processo do
amor incestuoso entre Carlos da Maia e
Maria Eduarda.

2. Crônica crítica da alta sociedade lisboeta


de 1880.
“Aos políticos: menos liberalismo e
mais carácter; aos homens de letras:
menos eloquência e mais ideia; aos
cidadãos em geral: menos progresso e
mais moral.”

― Eça de Queirós, Os Maias


TEMÁTICA: a corrupção moral
dos membros do clero,
contrapondo os mandamentos da
Igreja Católica com os
comportamentos dos padres
descritos por Eça.

A TRAMA: se centra sobretudo


no romance proibido
entre Amaro, padre jovem que
chega à cidade de Leiria, e
Amélia, filha da dona da pensão
que o recebe.
“Depois via-o um pouco triste. Por quê? Não conhecia o
seu passado; e lembrada do frade de Évora, pensou que ele
se fizera padre por um desgosto de amor. Idealizou-o então:
supunha-lhe uma natureza muito terna, parecia- lhe que da
sua pessoa airosa e pálida se desprendia uma fascinação.
Desejou tê-lo por confessor: como seria estar ajoelhada aos
pés dele, no confessionário, vendo de perto os seus olhos
negros, sentindo a sua voz suave falar do Paraíso! Gostava
muito da frescura da sua boca; fazia-se pálida à idéia de o
poder abraçar na sua longa batina preta!.”

― Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro


TRAMA: narra a história do
casal Jorge e Luísa, e a
infidelidade da esposa com
seu primo, Brasílio.

CRÍTICA: análise e crítica da


família e da sociedade
burguesa da época.
“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao
calor amoroso que saía delas, como um corpo
ressequido que se estira num banho tépido; sentia um
acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que
entrava enfim numa existência superiormente
interessante, onde cada hora tinha o seu encanto
diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma
se cobria de um luxo radioso de sensações!.”

― Eça de Queirós, O Primo Basílio

Você também pode gostar