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*Os 50 melhores livros da história da literatura*

Os 50 melhores livros da história da literatura


Os 50 melhores livros da história da literatura
Carlos Willian Leite Por Carlos Willian
Leite em Livros

 Para se chegar ao resultado fizemos uma


compilação de listas publicadas por jornais,
revistas e sites especializados em listas,
mercado editorial e livros. O objetivo da
pesquisa era identificar, baseado nestas listas,
quais eram os melhores livros da história da
literatura. Algumas das listas pesquisadas
incluíam apenas romances, outras — livros não
ficcionais. Algumas traziam apenas obras do
século 20, outras — obras seminais, formadoras
da cultural ocidental. Após a seleção das listas,
criamos uma base de dados para que todos os
livros fossem pontuados igualmente
independentemente do gênero ou período em
que foi escrito. Obviamente que listas são
sempre incompletas, idiossincráticas. Sabe-se
que, como a percepção, a opinião — que é a
base de todas as listas —, é algo individual. De
qualquer forma, os livros selecionados, se não
são unanimidades entre as publicações
pesquisadas (e possivelmente não serão entre os
leitores), são referências incontestes da grandeza
e importância da literatura para a humanidade.
O resultado não pretende ser abrangente ou
definitivo, antes é apenas um reflexo da paixão
de leitores e críticos que ajudaram a construir,
com suas opiniões, um vasto guia literário que
percorre mais de 2 mil anos de história. As
sinopses são das respectivas editoras.

1 — Dom Quixote, Miguel de Cervantes, 1605


Dom Quixote “Dom Quixote de La Mancha não
tem outros inimigos além dos que povoam sua
mente enlouquecida. Seu cavalo não é um
alazão imponente, seu escudeiro é um simples
camponês da vizinhança e ele próprio foi
ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para
completar, o narrador da história afirma se tratar
de um relato de segunda mão, escrito pelo
historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que
seu trabalho se resume a compilar informações.
Não é preciso avançar muito na leitura para
perceber que ‘Dom Quixote’ é bem diferente
das novelas de cavalaria tradicionais — um
gênero muito cultuado na Espanha do início do
século 17, apesar de tratar de uma instituição
que já não existia havia muito tempo. A história
do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país
para lutar em nome da justiça contém elementos
que iriam dar início à tradição do romance
moderno — como o humor, as digressões e
reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a
metalinguagem — e marcariam o fim da Idade
Média na literatura.”

2 — Guerra e Paz, Liev Tolstói, 1869 Guerra e


Paz “‘Milhões de pessoas praticaram, umas
contra as outras, uma quantidade tão inumerável
de crimes, embustes, traições, roubos, fraudes,
falsificações de dinheiro, pilhagens, incêndios e
assassinatos, como não se encontra nos autos de
todos os tribunais do mundo em séculos inteiros.
O que produziu tal acontecimento
extraordinário?’. Empenhado em responder a
esta pergunta, através da busca pela verdade
histórica dos fatos, e em argumentar com os
historiadores de sua época, que no seu entender
resumiam os acontecimentos nas ações de
algumas figuras poderosas, Liev Tolstói
escreveu um dos maiores romances da literatura
mundial. ‘Guerra e Paz’ descreve a campanha
de Napoleão Bonaparte na Rússia e estende-se
até o ano de 1820. Baseado em meticulosa e
exaustiva pesquisa — com fontes que vão dos
estudos do francês Adolphe Thiers e do russo
Mikháilovski-Danílevsk a testemunhos orais —,
Tolstói reconta os episódios que culminaram na
derrota francesa e retrata, à sua maneira,
personagens reais, como o próprio Napoleão e
uma série de comandantes militares.”

3 — A Montanha Mágica, Thomas Mann, 1924


A Montanha Magica “Neste clássico da
literatura alemã, Mann renova a tradição do
Bildungsroman — o romance de formação — a
partir da trajetória do jovem engenheiro Hans
Castorp. Durante uma inesperada estadia em um
sanatório para tuberculosos, Hans relaciona-se
com uma miríade de personagens enfermos que
encarnam os conflitos espirituais e ideológicos
que antecedem a Primeira Guerra Mundial. Um
dos grandes testamentos literários do século 20
e uma das obras inesgotáveis da ficção
ocidental.”

4 — Cem Anos de Solidão, Gabriel García


Márquez, 1967 Cem Anos de Solidão “‘Muitos
anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o
Coronel Aureliano Buendia havia de recordar
aquela tarde remota em que seu pai o levou para
conhecer a fábrica de gelo’… Com essa frase
antológica, García Márquez, Prêmio Nobel de
Literatura de 1982, introduz a fantástica
Macondo, um vilarejo situado em algum recanto
do imaginário caribenho, e a saga dos Buendia,
cujo patriarca, Aureliano, fez 32 guerras civis…
e perdeu todas. García Márquez já despontava
como um dos mais importantes escritores latino-
americanos, no início da década de 1970,
quando ‘Cem Anos de Solidão’ começou a
ganhar público no Brasil. O livro causou enorme
impacto. Na época, o continente estava
pontilhado de ditaduras. Havia um sentimento
geral de opressão e de impotência. Então, essa
narrativa em tom quase mítico, em que o tempo
perde o caminho, em que os episódios
testemunhados e vividos acabam se
incorporando às lendas populares, evoca nos
leitores uma liberdade imemorial, que não pode
ser arrebatada. E tão presente. Tão familiar e
necessária.”

5 — Ulisses, James Joyce, 1922 Ulisses “Um


homem sai de casa pela manhã, cumpre com as
tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi
em torno desse esqueleto enganosamente
simples, quase banal, que James Joyce elaborou
o que veio a ser o grande romance do século 20.
Inspirado na ‘Odisseia’, de Homero, ‘Ulysses’ é
ambientado em Dublin, e narra as aventuras de
Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus
ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como
o Ulisses homérico, Bloom precisa superar
numerosos obstáculos e tentações até retornar ao
apartamento na rua Eccles, onde sua mulher,
Molly, o espera. Para criar esse personagem,
Joyce misturou numerosos estilos e referências
culturais, num caleidoscópio de vozes que tem
desafiado gerações de leitores e estudiosos ao
redor do mundo. O culto em torno de ‘Ulysses’
teve início antes mesmo de sua publicação em
livro, quando trechos do romance começaram a
aparecer num jornal literário dos EUA. Por
conta dessas passagens, ‘Ulysses’ foi banido nos
Estados Unidos, numa acusação de obscenidade,
dando início a uma longa pendenga legal, que
seria resolvida apenas 11 anos depois, com a
liberação do romance em solo americano.”
6 — Em Busca do Tempo Perdido, Marcel
Proust, 1913 Em Busca do Tempo Perdido
“Ciclo de sete romances do escritor francês,
inter-relacionados e com um só narrador, dos
quais os três últimos são póstumos: ‘O Caminho
de Swann’, ‘À Sombra das Raparigas em Flor’,
‘O Caminho de Guermantes’, ‘Sodoma e
Gomorra’, ‘A Prisioneira’, ‘A Fugitiva’ e ‘O
Tempo Redescoberto’. São dezenas de
personagens que se cruzam em histórias de
amor, ciúmes e inveja, na França da Belle
Époque. A narrativa vai passando do detalhe ao
painel e do painel ao detalhe sem projeções
definidas, num constante reajuste de tudo aquilo
que nunca será perfeitamente ajustado. A obra é
um retrato da sociedade de uma época, um
mergulho no universo da burguesia francesa que
permite que o leitor sinta as divergências entre
nobres e burgueses.”

7 — A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321


A Divina Comedia “Texto fundador da língua
italiana, súmula da cosmovisão de toda uma
época, monumento poético de rigor e beleza,
obra magna da literatura universal. É fato que a
‘Comédia’ merece esses e muitos outros
adjetivos de louvor, incluindo o “divina” que
Boccaccio lhe deu já no século 14. Mas também
é certo que, como bom clássico, este livro
reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa
de renascer revigorado, como vem fazendo de
geração em geração há quase 700 anos.”

8 — O Homem sem Qualidades, Robert Musil,


1930-1943 O Homem sem Qualidades “Nesta
que é considerada uma das obras literárias mais
importantes do século 20, o autor Robert Musil
tece uma intrincada trama centralizada em
Ulrich. O personagem principal vive diversas
experiências, viaja ao exterior e, às vésperas da
Primeira Guerra Mundial, retorna a Viena.
Também, convive com os mais diversos tipos
humanos, matéria de que se ocupa boa parte do
livro. Esta obra de difícil classificação mostra,
sobretudo, a decadência dos valores vigentes até
o início do século 20, marcando a perda de
posição da Europa na decisão dos rumos
políticos e econômicos mundiais.”

9 — O Processo, Franz Kafka, 1925 O Processo


“A história de Josef K. atravessa os anos sem
perder nada do seu vigor. Ao contrário, a
banalização da violência irracional no século 20
acrescentou a ela o fascínio dos romances
realistas. Na sua luta para descobrir por que o
acusam, por quem é acusado e que lei ampara a
acusação, K. defronta permanentemente com a
impossibilidade de escolher um caminho que lhe
pareça sensato ou lógico, pois o processo de que
é vítima segue leis próprias: as leis do arbítrio.”

10 — O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929


O Som e a Fúria “Este romance, finalizado em
1929, marca o início da chamada ‘segunda fase’
da carreira de William Faulkner e é considerado
sua obra mais importante. Vinte anos depois, o
autor se consagraria definitivamente, ao receber
o Prêmio Nobel de Literatura. O ambiente da
escritura de Faulkner é o sul dos Estados
Unidos, escravocrata e derrotado na Guerra da
Secessão. O som e a fúria narra a agonia de uma
família da velha aristocracia sulista, os
Compson, entre os dias 2 de julho de 1910 e 8
de abril de 1928. Um apêndice, acrescentado
pelo escritor em 1946, fornece outras
informações sobre a história dos Compson entre
1699 e 1945. Assim, é possível afirmar que o
grande personagem desta obra-prima é o tempo,
o que lhe confere interesse universal.”

11 — Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski,


1866
12 — Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813
13 — Anna Kariênina, Liev Tolstói, 1877
14 — Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa,
1956
15 — O Leopardo, Tomaso di Lampedusa, 1958
16 — Édipo Rei, Sófocles, 427 a.c.
17 — 1984, George Orwell, 1949
18 — O Castelo, Franz Kafka, 1926
19 — As Asas da Pomba, Henry James, 1902
20 — Ilíada e Odisseia, Homero, século 8 a.c.
21 — A Vida e as Opiniões do Cavalheiro
Tristram Shandy, Laurence Sterne, 1759
22 — Doutor Fausto, Thomas Mann, 1947
23 — Lolita, Vladímir Nabókov, 1955
24 — Enquanto Agonizo, William Faulkner,
1930
25 — A Morte de Virgílio, Hermann Broch,
1945
26 — Os Lusíadas, Luís de Camões, 1572
27 — O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952
28 — Hamlet, William Shakespeare, 1603
29 — Finnegans Wake, James Joyce, 1939
30 — Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927
31 — Pedro Páramo, Juan Rulfo, 1955
32 — As Três Irmãs, Anton Tchekhov, 1901
33 — Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev, 1862
34 — Contos da Cantuária, Geoffrey Chaucer,
século 15 35 — As Viagens de Gulliver,
Jonathan Swift, 1726
36 — Folhas de Relva, Walt Whitman, 1855
37 — Middlemarch, George Eliot, 1874
38 — O Apanhador no Campo de Centeio, J. D.
Salinger, 1951
39 — O Lobo da Estepe, Herman Hesse, 1927
40 — O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
41 — A Peste, Albert Camus, 1947
42 — O Mestre e Margarida, Mikhail Bulgákov,
1940
43 — As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
44 — Memórias de Adriano, Marguerite
Yourcenar, 1951 45 — Paralelo 42, John dos
Passos, 1930
46 — Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley,
1932
47 — O Jogo da Amarelinha, Julio Cortázar,
1963
48 — A Náusea, Jean-Paul Sartre, 1938
49 — A Invenção de Morel, Adolfo Bioy
Casares, 1940 50 — Memorial do Convento,
José Saramago, 1982

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