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ARCADISMO NO BRASIL

O Arcadismo é o período que vem depois do Barroco, podendo ser chamado também de
"Setecentismo", já que ele ocorreu nos anos 1700 (século XVIII) ou ”Neoclassicismo”

CONTEXTO HISTÓRICO
No Brasil, o Arcadismo teve como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa em 1768.
Os autores árcades, em geral, viveram na cidade de Vila Rica, onde hoje fica Ouro Preto
(MG). Alguns desses escritores, inclusive, participaram
da Inconfidência Mineira, movimento separatista que buscava desvincular a região
brasileira da Coroa portuguesa.
O Arcadismo no Brasil sofreu forte influência do Iluminismo, movimento cultural europeu
que alterou as bases do pensamento humano nos séculos XVI e XVII. Os iluministas
defendiam ser a razão o maior valor a ser cultivado pela humanidade.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
Crítica da vida nas cidades ("fugere urbem" ou "fuga da cidade"), valorização da vida no campo
(vida bucólica), vida mais simples e natural, uso de apelidos, linguagem mais simples,
pastoralismo (vida pastoril no campo), sentimentos mais espontâneos, aproveitar o dia (carpe
diem), objetividade (Inutilia truncat ), equilíbrio do essencial (Aurea mediocritas),
valorização da vida no campo (Locus amoenus)

AUTORES BRASILEIROS DO ARCADISMO

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)


Poeta, advogado e jurista brasileiro, Cláudio Manuel da Costa é considerado o precursor do
Arcadismo no Brasil e destacou -se por sua obra literária, mais precisamente, a poesia.
O poeta mineiro em seus textos, aborda elementos locais, descrevendo paisagens, temática
pastoril e expressando um forte sentimento nacionalista.
Acusado de participar da Inconfidência Mineira junto com Tiradentes, foi preso em 1789 e
suicidou-se na cadeia. Suas obras que merecem destaque: Obras Poéticas (1768) e Villa
Rica (1773).

José de Santa Rita Durão (1722-1784)


Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire Santa Rita Durão foi poeta e orador,
considerado um dos precursores do indianismo no Brasil.
Influenciado por Camões, o poema Caramuru, com subtítulo “Poema épico do Descobrimento
da Bahia”, é baseado no modelo da epopeia tradicional: proposição, invocação, dedicatória,
narração e epílogo. É composto de dez cantos e versos decassílabos em oitava rima.
O texto conta a história de um português, o Caramuru, que após ter naufragado em terras
brasileiras, começa a viver com os índios Tupinambás.
Suas principais obras: Pro anmia studiorum instauratione oratio (1778) e Caramuru (1781).
José Basílio da Gama (1741-1795)
Poeta mineiro e autor do poema épico O Uraguai (1769), Basílio da Gama, nesse texto, aborda
as disputas entre os europeus, os jesuítas e os índios sendo considerado um marco na
literatura brasileira.
Diferente do poema épico clássico, O Uraguai é composto de cinco cantos, com ausência de
rima (rima branca) e estrofação.
Participou da Arcádia Romana na Itália e foi preso em Portugal em 1768, acusado de manter
relações de amizades com os jesuítas.
Suas Principais obras são: O Uraguai (1769), Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona Maria
Amália (1769), A Declamação Trágica (1772) e Quitúbia (1791).

Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)


Jurista, Político e Poeta luso-brasileiro, Tomás Antônio Gonzaga é um dos grandes poetas
árcades de pseudônimo Dirceu.
A obra que merece destaque é Marília de Dirceu (1792) carregada de lirismo e baseada no seu
romance com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
Com fortes impulsos afetivos, Dirceu declara-se para sua pastora idealizada: Marília. Suas
principais obras: Marília de Dirceu e Cartas Chilenas (1863).

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