O arcadismo foi um movimento literário nascido na Europa do século
XVIII. Também conhecido como neoclassicismo, o arcadismo, no Brasil, teve como marco inicial o livro “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768, e foi a principal tendência estética produzida no país na época, tendo seus principais autores presentes na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. No campo histórico, o arcadismo dialogou com a Inconfidência Mineira, movimento separatista que teve vários poetas neoclássicos como líderes. A obra dos árcades brasileiros pode ser dividida em “poemas líricos”, “obras satíricas” e “literatura épica”. Os principais autores árcades são Tomás Antônio Gonzaga, autor do clássico “Marília de Dirceu” e das revolucionárias “Cartas Chilenas”; Cláudio Manuel da Costa, poeta de grande qualidade; Basílio da Gama, que escreveu o livro “O Uraguai”; e Santa Rita Durão, autor de “Caramuru”. Leia também: Os cinco cronistas mais importantes da literatura brasileira Características O arcadismo brasileiro teve forte influência na Europa ao adotar técnicas e temas típicos do arcadismo europeu e inspirados no Iluminismo francês. Do ponto de vista lírico, a poesia arcadista foi escrita de acordo com os seguintes mandamentos latinos: • Inutilia truncat (cortar o inútil): De acordo com essa regra, a poesia deve renunciar à linguagem complexa, típica do estilo barroco do movimento estético anterior. Deixando de lado os paradoxos, oposições e jogos sintáticos da arte barroca, o Arcadismo valorizava uma linguagem simples e clara. • Carpe diem (Aproveite os Dias): Para os acadianos, realizar-se é viver o momento presente, em harmonia com a natureza, como um pastor ou um vaqueiro. A vida simples no campo e a possibilidade de lazer produtivo, ou seja, respeitando a necessidade de descanso para criar grandes obras, eram muito valorizadas no Neoclassicismo. • Fugere urbem (fuga da cidade): Na perspectiva acadiana, a cidade é vista como um espaço negativo, cheio de fantasia e conflito, no qual não se pode realizar. Portanto, é necessário fugir do ambiente urbano. • Locus amoenus (Lugar Agradável): Em resposta aos mandamentos anteriores (fugere urbem), o locus amoenus aponta para a pastoral, um espaço idílico ideal para o ser humano se realizar, longe da fantasia e do conflito criado em torno da cidade. Contexto histórico
O Arcadismo no Brasil ocorreu durante o ciclo áureo do nosso país.
Foi em Villa Riga, hoje conhecida como Outro Preto (MG), um dos principais centros comerciais do Brasil na época, que se desenvolveu a maior quantidade de engenharia de arcades do país. Além disso, alguns poetas neoclássicos, como Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, participaram da Inconfidência Mineira com figuras como Tiradentes. Autores e obras O Arcadismo foi a principal corrente literária do país no século XVIII, superando o Barroco e à frente do Romântico. Os principais autores de Arcadian e suas principais obras são: Tomás Antônio Gonzaga, que escreveu o livro lírico "Marília de Dirceu" (1792) e a satírica "Cartas Chilenas" (1863); Cláudio Manuel da Costa, autor de "Culto Métrico" (1749), "Munúsculo Métrico" (1751), "Epicédio" (1753), "obras poéticas de Glauceste Satúrnio (sonetos, epopeias, romances, canções pastorais, cartas, liras) " (1768), "O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas" (1768), "Vila Rica" (1773) e "Manuscrito Poesia" (1779); Basílio da Gama, cujas obras são "Epitalâmio à Nupcias da Sra. D. Maria Amália" (1769), "O Uraguai" (1769), "Declaração de Miséria" (1772), "Os Campos Elíseos" (Ano de 1776) , "A Relação Abreviada da República com o Lenitivo da saudade" (1788) e "Kitubia" (1791). Santa Rita Durão, pelas obras "Pro anmia studiorumestablishmente oratio" (1778) e "Caramuru" (1781).