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FICHA INFORMATIVA
DISCIPLINA: Português| ANO DE ESCOLARIDADE: 11º ano ANO LETIVO: 2021-22
Aníbal Pinto de Castro, «Prefácio» a Camilo Castelo Branco, Amor de perdição, Porto, Edições Caixotim, 2006, p. 41 (texto adaptado)
A obra tem vários sentidos, segundo os ângulos de que a encararmos. E um conflito entre o amor e os preconceitos de
pais inflexíveis, desumanos no seu orgulho. Um caso de rivalidade que, gerando o ódio e a fome de vingança, conduz ao
crime. Um exemplo romântico do poder transfigurador do amor: desordeiro, dado às piores companhias, Simão toma-se um
homem digno, com uma sensibilidade de poeta. Simão sabe-se marcado por um Destino, luta sem esperança, recusa
complacências, avança com altivez para o abismo, cumpre-se como herói, voluntário na aceitação: daí o sentido trágico da
novela.
Jacinto do Prado Coelho, «Amor de Perdição», in Jacinto do Prado Coelho (dir.), Dicionário de literatura, volume 1, Porto, Figueirinhas, pp. 50-51
(texto adaptado)
Maria Isabel Rocheta, «Introdução» a Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, pp. 36-39
(texto adaptado)
Mariana
A personagem de Mariana, caracterizada por uma profunda sensibilidade, aparece marcada por um sentido de
dignidade muito próprio, a servir também de expressiva manifestação de amor.
Mariana atinge a grandeza das personagens da tragédia antiga pela sua humildade e, sobretudo, pela abnegação com
que se dispõe a favorecer, sem um queixume, as relações da rival com o homem por ela igualmente amado.
Mariana surge dotada de uma espécie de capacidade divinatória, muitas vezes patente nos lexemas preferidos pelo
narrador: adivinhar, coração, futurar, etc.
Mariana ficará como símbolo do amor-sacrifício, nascido à revelia das convenções sociais que nem sequer por isso lhe
levantam obstáculo, para se sublimar numa autoimolação sem esperança.
Aníbal Pinto de Castro, "Prefácio» a Camilo Castelo Branco, Amor de perdição, Porto, Edições Caixotim, 2006, pp. 57-61 (texto adaptado)