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MENSAGEM,

1934
Fernando Pessoa
 Escrita por Fernando Pessoa entre 1913 e 1934,
num período de crise nacional .

 Único livro de poemas em português publicado


por Fernando Pessoa em vida.

 1 de dezembro de 1934 – Data de publicação da


Mensagem no dia da celebração da Restauração
da Independência.

 1 de dezembro de 1640 - Data da Restauração


da Independência.

 É uma obra-prima onde Pessoa imprimiu o seu


ideal patriótico, sebastianista e regenerador.

 É um poema nacional, uma versão moderna,


espiritualista e profética de Os Lusíadas.

 A obra apresenta uma estrutura simbólica e


anuncia um “novo destino imperial de Portugal”.
Frontispício da 1.ª edição
 Título: Portugal vs. Mensagem.
da Mensagem (1934)
Mensagem
O número de letras do título, oito, é símbolo da ressurreição e do anúncio da futura era.

Simbologia do número 8 Número ligado aos templários, mais


precisamente à Cruz Templária que tem 8
O número 8 (oito) é, universalmente, considerado pontas. É a mesma Cruz que vai nas
o símbolo do equilíbrio cósmico. É um número que caravelas, já enquanto Cruz da Ordem de
possui um valor de mediação entre o círculo e o Cristo.
quadrado, entre a terra e o céu, e por isso está
relacionado com o mundo intermediário e um
simbolismo de equilíbrio central e com a justiça.

O número 8 deitado simboliza também o infinito,


e representa a inexistência de um começo ou fim, do
nascimento ou da morte, e aquilo que não tem limite.
O oito deitado, ou o símbolo do infinito, representa
ainda a ligação entre o físico e o espiritual, o divino e
o terreno.

Na tradição cristã, o oito é o número que


simboliza a ressurreição, a transfiguração.
Contexto histórico-cultural

 As ideias republicanas surgem no séc. XIX: os


primeiros indícios de republicanismo remontam a
1820 (Revolução Liberal).

 As grandes correntes ideológicas que ainda


Sentimento de profunda
marcam o mundo nasceram no séc. XIX (socialismo,
humilhação.
comunismo, sindicalismo, etc.).
Crise financeira (1890-91)
 Estas ideologias foram divulgadas em Portugal e,
abala o país.
conjugadas com alguns acontecimento,
contribuíram para um maior repúdio da Monarquia
Coro de protestos contra as
e uma crescente afirmação do Republicanismo.
classes dirigentes.
 Ultimatum Inglês de 1890 – Portugal é obrigado a
abandonar grande parte das suas possessões
coloniais em África, entregando-as a Inglaterra.
Contexto histórico-cultural

1908 - Regicídio de D. Carlos. - Rei de Portugal e


dos Algarves – e do seu herdeiro, Luís Filipe. Fim
simbólico da Monarquia.

1908-1910 – D. Manuel II reina.

1910 - 5 de outubro de 1910 – Data da A evolução e a mudança


Implantação da República. começam a fazer-se sentir nas
últimas décadas do séc. XIX.

Verifica-se um intenso avanço


A alteração do regime não vem trazer mudanças científico e progresso técnico que
profundas nas estruturas económicas e sociais marcam a Europa industrializada
nem nas tendências ideológicas e artísticas. e que serão cantados pelos
autores modernistas.
Resumo do contexto histórico

Período da Primeira República Estado Novo


(1910-1926) (1933-1974)
“Regime mais instável da Europa Ditadura Militar António de Oliveira Salazar eleito
Ocidental” (Wheeler, 1978) (1926-1933) presidente do Conselho de
Ministros em 1932

1910 1926 1933 1974


Fim da Monarquia Fim do regime ditatorial e início do
Início da República regime democrático
5 de outubro de 1910 25 de abril de 1974

Período de escrita obra Mensagem


(1913 – 1934)
Estrutura simbólica da obra Mensagem, de Fernando Pessoa
Os mitos

O primeiro dos mitos simbolizados é o do


futuro ressurgimento de D. Sebastião.

D. Sebastião, protótipo da loucura


heroica, surge frequentemente associado
à lírica portuguesa moderna quer para
No terceiro e último andamento, intitulado O
simbolizar a decadência, quer para
Encoberto, Pessoa afirma a possibilidade de polarizar as esperanças no ressurgimento
pátrio.
uma regeneração social pelo mito e pelos seus
símbolos. Em termos políticos, económicos,
sociais e culturais tudo parece estar perdido. O segundo mito é o do Quinto Império,
que seria o Império de Deus. Camões terá
sido o primeiro em Os Lusíadas a fazê-lo
coincidir com Portugal, pois que por ele se
esqueçam os humanos de Assírios, Persas,
Gregos e Romanos. (Os Lusíadas, Canto I,
est. 24)

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