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ESA 2021 –
Literatura
Sumário
Introdução ......................................................................................................................... 3
Questões ........................................................................................................................... 3
Gabarito ............................................................................................................................ 4
Questões Resolvidas .......................................................................................................... 4
Considerações Finais.......................................................................................................... 8
Luana Signorelli
Introdução
Olá, alunos.
O meu nome é Luana. Sou Mestra em Literatura e Práticas Sociais
pela Universidade de Brasília (UnB) e Doutoranda em Teoria e História
Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tenho 10 anos
de experiência com revisão e padronização textual e 9 anos em curso pré-
vestibular, tendo passado por instituições conhecidas e renomadas. Já fui
professora particular para o exame de admissão no Colégio Militar de
Brasília (CMB).
Lembrem-se sempre de nosso lema:
Hoje iremos resolver a Correção da Prova ESA 2021 – Literatura. Corrigimos o modelo de
prova de número 5.
Então, vamos lá, não percamos tempo!
Questões
16. (ESA – 2020 – Profa. Luana Signorelli)
Sobre a arte barroca brasileira, pode-se afirmar que:
a) há uma presença de estilo tropical com elogios a diversidade social.
b) há elementos do conceptismo, marcado pela relação da argumentação.
c) usa linguagem rebuscada sem figuras de linguagem.
d) traz a ideia de que tudo pode ser estável.
e) usa uma linguagem simples e objetiva, sem exageros.
d) A valorização da paisagem nacional é tema primordial dos autores brasileiros dessa escola
literária.
e) Algumas das produções dessa escola viraram cantigas de roda infantil.
Gabarito
Questões Resolvidas
16. (ESA – 2020 – Profa. Luana Signorelli)
Sobre a arte barroca brasileira, pode-se afirmar que:
a) há uma presença de estilo tropical com elogios a diversidade social.
b) há elementos do conceptismo, marcado pela relação da argumentação.
c) usa linguagem rebuscada sem figuras de linguagem.
d) traz a ideia de que tudo pode ser estável.
e) usa uma linguagem simples e objetiva, sem exageros.
Comentários
Questão de conhecimento de características do movimento literário/linguagens e códigos.
Alternativa A: incorreta. Com “estilo tropical”, a banca deve estar se remetendo à brasilidade.
Porém, a arte barroca brasileira e europeia tiveram traços em comum, então não é totalmente
correto afirmar que a “presença de estilo tropical” marcou a arte barroca brasileira. Além disso,
também não há “elogios a diversidade social” na arte barroca brasileira. No Barroco, que ocorreu no
século XVII (1600), predominava o teocentrismo, ou seja, visão de mundo em que Deus é o centro
do universo. Havia primazia da Igreja Católica. Então, não eram frequentes preocupações com
temáticas sociais, mas, sim, religiosas.
Alternativa B: correta – gabarito (com ressalva). No Barroco, houve duas tendências principais
na literatura: cultismo e conceptismo. E só faz sentido falar delas no texto escrito. O cultismo está
mais presente na poesia, ao passo que o conceptismo na prosa. O
conceptismo é o jogo de conceitos/ideias que envolve o leitor por
meio da argumentação e da construção de raciocínio lógico. Tem
apelo à retórica, ou seja, à eloquência. Nele, costuma haver
organização sintática rigorosa dos textos, visando ser didático,
educativo. Exemplos são os sermões de Padre Antonio Vieira.
Todavia, há uma distinção entre arte barroca e literatura
barroca. Isso porque o termo “arte” pode ser considerado no
sentido geral, de tal forma que pode representar as Artes Plásticas.
No Barroco brasileiro, houve grandes artistas plásticos como
Aleijadinho (na caricatura ao lado) e Mestre Ataíde. Porém, não é
muito coerente falar de argumentação em uma escultura, por
exemplo. Logo, acreditamos que a banca deveria ter feito esta
distinção e abaixo expomos um possível recurso baseado na análise
do crítico literário brasileiro Alfredo Bosi.
O BARROCO NO BRASIL
No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos,
Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetiram motivos e formas do
barroquismo ibérico e italiano.
Na segunda metade do século XVIII, porém, o ciclo do ouro já daria um substrato material à
arquitetura, à escultura e à vida musical, de sorte que parece lícito falar de um “Barroco brasileiro”,
e, até mesmo, “mineiro”, cujos exemplos mais significativos foram alguns trabalhos do Aleijadinho,
de Manuel da Costa Ataíde e composições sacras de Lobo de Mesquita, Marcos Coelho e outros
ainda mal identificados. Sem entrar no mérito destas obras, pois só a análise interna poderia
informar sobre o seu grau de originalidade, importa lembrar que a poesia coetânea delas já não é,
senão residualmente, barroca, mas rococó, arcádica e neoclássica, havendo portanto uma discronia
entre as formas expressivas, fenômeno que pode ser variamente explicado. Acho razoável a hipótese
de que o nível de consciência dos produtores de literatura arcádica se achava muito mais próximo
da Ilustração burguesa europeia do que o dos mestres-de-obra e compositores religiosos de Minas
e Bahia (cujos modelos remontam ao Barroco seis-setecentista). Assim, o Aleijadinho, que esculpe e
constrói nos fins do século XVIII, ignora o Neoclassicismo; e a música de Lobo de Mesquita e de
Marcos Coelho Neto lembra Vivaldi e Pergolese e quando nos sugere cadências de Haydn, trata-se
antes do Haydn sacro, melódico e italianizante (logo, ainda barroco) do que do mestre da sinfonia
clássica.
De qualquer modo, é possível distinguir: a) ecos da poesia barroca na vida colonial
(Gregório, Botelho, as academias) e b) um estilo colonial-barroco nas artes plásticas e na música,
que só se tornou uma realidade cultural quando a exploração das minas permitiu o florescimento
de núcleos como Vila Rica, Sabará, Mariana, São João d’El Rei, Diamantina, ou deu vida nova a velhas
cidades quinhentistas como Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro.
Fonte Bibliográfica: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura. 50. ed. São Paulo: Cultrix, 2015,
p. 34-35, grifos nossos.
Alternativa C: incorreta. Cuidado: usa linguagem rebuscada, sim. Então, a primeira parte da
alternativa está correta. Porém, o Barroco está repleto de figuras de linguagem, especialmente, as
que expressam contraste, como paradoxo e antítese.
Alternativa D: incorreta. Pelo contrário: consciência de que tudo poderia acabar a qualquer
momento. O ser humano do período do Barroco passava por fases de pestes e problemas que faziam
com que sua longevidade de vida não fosse das maiores. Por isso, havia latinismos como memento
mori: lembra-te de que morrerás.
Alternativa E: incorreta. Pelo contrário: linguagem rebuscada e cheia de exageros.
Grau de dificuldade da questão: médio.
Gabarito: B.
20. (ESA – 2020 – Profa. Luana Signorelli)
Sobre o Parnasianismo, é correto o que se afirma em:
a) Os autores não se preocupam com a metrificação dos poemas.
b) A perfeição das formas poéticas e o rigor estético, permeado por valores clássicos,
caracterizam-no.
c) Os poetas exploram, unicamente, temas relacionados à emoção, à fantasia e ao sonho.
d) A valorização da paisagem nacional é tema primordial dos autores brasileiros dessa escola
literária.
e) Algumas das produções dessa escola viraram cantigas de roda infantil.
Comentários
Questão de conhecimento de características do movimento literário.
Alternativa A: incorreta. Pelo contrário: maior parte dos sonetos apresentava versos
contabilizando 10 ou 12 sílabas poéticas.
Alternativa B: correta – gabarito. O perfeccionismo justificava inclusive o lema parnasiano –
“arte pela arte” –, baseando-se no esteticismo. No Parnasianimo, o objetivo da obra de arte é ser
boa e bela em si mesma. A arte não deve buscar ser didática, sentimental ou pedagógica.
Alternativa C: incorreta. Cuidado com absolutismos como “unicamente”. Além disso,
“emoção, fantasia e sonho” são características predominantemente simbolistas e não parnasianas.
Lembrando que ambos os movimentos literários aconteceram no mesmo período, mas foram bem
diferentes entre si.
Considerações Finais
Luana Signorelli