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AUTORES
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA Veio de Portugal para o Brasil com 7 anos de idade.
(1729-1789) Fez os primeiros estudos com os jesuítas, na Bahia. Em
Portugal, formou-se em Coimbra e escreveu o Tratado de
Direito Natural, tese com a qual se candidatou à carreira
universitária. Foi magistrado em Portugal, retornando ao
Brasil com 38 anos, na condição de Ouvidor de Vila Rica.
Datam dessa época as Liras de Marília de Dirceu (1ª parte),
inspiradas em Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, noiva do
poeta. Em 1789, foi preso por implicações na Inconfidência
Mineira. Remetido para a prisão da Ilha das Cobras, escreve,
Nasceu em Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em no cárcere, a segunda parte das Liras. Em 1792, parte,
Minas Gerais. Filho de abastados mineradores, estudou com degradado, para Moçambique, onde reconstrói a vida e
os jesuítas em Mariana, indo para Portugal, onde se formou morre.
em Direito. Regressando a Minas Gerais, exerceu a
advocacia, administrou as lavras de ouro da família, foi OBRAS
funcionário e lavrador. Envolvido na “devassa” da ● Marília de Dirceu (lírica)
Inconfidência Mineira, na qual teve participação mínima, foi ● Cartas Chilenas (satírica)
preso. Homem de temperamento brando e acomodatício,
com sessenta anos, a prisão foi um rude golpe. Numa POESIA LÍRICA
demonstração de pânico, durante os interrogatórios,
Marília de Dirceu – Lira I, primeira parte.
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EJA - EaD
Paixão em aprender. Prazer em ensinar.
Amarelo A / LITERATURA
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Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, triângulo vermelho ao centro com o dístico do poeta Virgílio:
que viva de guardar alheio gado, LIBERTAS QUAE SERA TAMEN (Liberdade ainda que tardia).
de tosco trato; de expressões grosseiras,
dos frios gelos e dos sóis queimado. OBRAS POÉTICAS
Tenho próprio casal e nele assisto; Poesias de temáticas lírico-amorosa.
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite Bárbara Bela,
e mais as finas lãs, de que me visto. Do norte estrela
Graças, Marília bela, Que o meu destino
Graças à minha estrela! Sabes guiar
De ti ausente,
POESIA SATÍRICA Triste somente
Cartas Chilenas, poemas satíricos que percorrem As horas passo
Vila Rica antes da Inconfidência, em forma manuscrita e A suspirar.
anônima, em que Tomás Antônio Gonzaga critica o
governador de Minas, Luís da Cunha Meneses, que aparece JOSÉ BASÍLIO DA GAMA
no texto com o pseudônimo satírico de Fanfarrão Minésio. (1741 – 1795)
As cartas, em número de treze, escritas por Critilo(o próprio
Gonzaga) e dirigidas a Doroteu(supostamente, Cláudio
Manuel da Costa). Critilo, morador de Santiago do Chile (Vila
Rica), faz a crítica dos desmandos do governador chileno (na
verdade, Cunha Meneses).Não se deve imaginar que as
cartas sejam um ataque frontal ao regime português. Nelas,
Gonzaga satiriza pessoas e não instituições.
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Flutuar, moribunda, entre estas ondas;
Soltar o tiro, e vacilou três vezes Num flutuar o passado amor teu peito incita
Entre a ira, e o temor. Enfim sacode A um ai somente, com que os meus respondas:
O arco e faz voar aguda seta, Bárbaro, se esta fé teu peito irrita.
Que toca o peito de Lindóia, e fere (Disse, vendo-o fugir), ah não te escondas;
A serpente na testa, e a boca e os dentes Dispara sobre mim teu cruel raio...”
Deixou cravados no vizinho tronco. E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
Açoita o campo côa ligeira cauda XLII
O irado mostro, e em tortuosos giros Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Se enrosca no cipreste, e verte envolto Pálida a cor, o aspecto moribundo,
Em negro sangue o lívido veneno. Com mãos já sem vigor, soltando o leme,
Leva nos braços a infeliz Lindóia Entre as salsas escumas desce ao fundo:
O desgraçado irmão, que ao despertá-la Mas na onda do mar, que irado freme,
Conhece, com que dor! no frio rosto Tornando a aparecer desde o profundo:
Os sinais do veneno, e vê ferido “Ah! Diogo cruel!” disse com mágoa,
Pelo dente sutil o brando peito. E sem mais vista, sorveu-se n’água.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia, XLIII
Cheios de morte, e muda aquela língua, Choraram da Bahia as ninfas belas
Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes Que nadando a Moema acompanhavam;
Contou a larga história de seus males. E vendo sem dor navegam delas,
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, À branca praia com furor tornavam:
E rompe em profundíssimos suspiros, Nem pode o claro herói sem pena vê-las,
Lendo na testa da fronteira gruta Com tantas provas, que de amor lhe davam;
De sua mão já trêmula gravado, Nem mais lhe lembre o nome Moema
O alheio crime e a voluntária morte, Sem que ou amante a chore, ou grato gema.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante ATIVIDADE DE LEITURA II
Um não sei quê de magoado e triste, LENDO A SEGUNDA PARTE DO CONTEÚDO DESTE MÓDULO,
Que os corações mais duros enternece. RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO.
Tanto era belo no seu rosto a morte! 1. Quem foi Cláudio Manuel da Costa e por que foi preso?
2. Quais eram os pseudônimos de Cláudio Manuel da Costa?
FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO 3. Quem é o autor de Liras de Marília de Dirceu? Em quem
(1722 – 1784) está personagem foi inspirada?
4. Que foi o autor de Cartas Chilenas e qual era o
pseudônimo usado por ele? Do que se tratavam as Cartas
Chilenas?
5. Qual foi a obra mais importante do autor árcade Silva
Alvarenga e qual o pseudônimo usado por ele?
6. Qual era a característica mais importante de Silva
Alvarenga?
7. Qual árcade foi o criador da bandeira da Inconfidência
Ordenado em Lisboa, foi professor na Universidade de Mineira e qual era seu pseudônimo?
Coimbra. Sua obra mais importante, o poema épico 8. Quem é o autor do poema épico O Uruguai, publicado em
Caramuru, foi recebido friamente na época, o que o levou a 1769? Quais eram os dois objetivos desta obra?
destruir todos os poemas restantes que havia escrito. 9. Qual a obra mais importante de Frei José de Santa Rita
O poema Caramuru gira em torno do descobrimento Durão?
da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de 10. A obra mais importante do Frei Santa Rita Durão gira em
missionário e colono português. O autor incorpora ainda torno do quê? E o quê seu autor incorpora nesta obra?
costumes e tradições do índio brasileiro, que é considerado
inferior ao homem branco europeu. GABARITO ATIVIDADE DE LEITURA I
O episódio mais conhecido do poema é a morte da 1)Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da
índia Moema. Diogo Álvares – o Caramuru -, por quem burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no
Moema se apaixonara, embarca para a França com sua Antigo Regime. Adicionalmente os burgueses cultuam o mito
mulher, a índia Paraguaçu. Juntamente com outras índias, do homem natural em oposição ao homem corrompido pela
Moema se atira no mar e tenta seguir a nado a comitiva de sociedade, conceito originalmente expresso por Jean-Jacques
Diogo Álvares, vindo a morrer afogada. Rousseau, na figura do “bom selvagem”.
2)É denominada como Setecentismo ou neoclassicismo.
Canto VII 3)Os árcades procuraram a imitação estrita dos antigos
XLI escritores gregos e romanos.
Enfim, tens coração de ver-me aflita,
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Paixão em aprender. Prazer em ensinar.
Amarelo A / LITERATURA
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4)Por isso há, no Arcadismo, um desejo de simplicidade costumes e tradições do índio brasileiro, que é considerado
intelectual, baseada na influência do racionalismo filosófico inferior ao homem branco europeu.
e, também, de simplicidade afetiva, devido ao
reconhecimento da dignidade e beleza que pode haver na
manifestação das emoções.
5)(A derrama, a transferência da capital do Brasil para o Rio
de Janeiro e a expulsão dos Jesuítas), a sua atividade literária
se voltará, em parte, para o apoio ao “despotismo
esclarecido”,justificando-o menos pela origem divina do
poder do que pela capacidade de promover o bem-estar
coletivo.
6) Ao Iluminismo
7)Mais laicos, mais políticos e mais otimistas.
8)Daí o apreço pela convenção pastoral, isto é, pelos gêneros
bucólicos, que visam a representar a inocência e a sadia
rusticidade dos costumes rurais, sobretudo dos pastores.
9)Imitação da antiguidade clássica – Apolínea
●Racionalismo – Antropocentrismo – Neoclassicismo
● Exaltação da natureza – Bucolismo – Pastoralismo
● Preocupação com o homem natural (Início do mito do bom
selvagem).
● Simplicidade e objetividade da linguagem.
● Oposição ao Barroco
10)
a)FugereUrbem: Saia da cidade
b)LocusAmoenus: Lugar ameno
c)InutiliaTruncat :Cortar o inútil
d)Aurea Mediocritas: Equilíbrio de ouro.
e)Carpe Diem: Aproveite o dia.