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PRÉ-VESTIBULAR – LIVRO 1 1
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ATIVIDADES PROPOSTAS
PROPOSTAS O eu lírico se mostra pessimista diante uma sociedade que
considera degradante, na qual a maioria segue em uma
01 B espécie de efeito manada, sem sabedoria ou conheci-
O Quinhentismo corresponde ao período inicial da literatura mento. A partir de termos como imundo, bestas e insanos,
brasileira, a partir do ano 1500, início da colonização. Apesar o eu lírico demonstra seu descontentamento de forma rís-
de a crise na Igreja caracterizar melhor o momento histórico pida, porém sem deixar a sátira de lado, ao declarar que
vivido na Europa, essa oposição entre material (forças bur- “O prudente varão há de ser mudo, / Que é melhor neste
guesas) e espiritual (forças tradicionais da cultura medieval) mundo o mar de enganos / Ser louco cos demais, que ser
também ocorreu no Brasil na medida em que a literatura se sisudo.”. Ou seja, é melhor consentir e agir de acordo com
dividia nos relatos de natureza pragmática (informações dire- que é esperado do que ser sensato e ir de encontro com a
maioria, ainda que seja difícil.
cionadas à Coroa portuguesa a respeito das riquezas da terra
conquistada) e na literatura jesuítica.
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02 D O eu lírico, ao inquirir sobre a grande contradição existente
entre o “fogo que passa brandamente” e a “neve que
I. (V) Ao mencionar a oferta de elementos europeus (“pão
queima”, aproxima elementos que se fundem em sintag-
e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passa-
mas na última estrofe, tais como “neve ardente” e “chama
dos”, “vinho”) e a reação dos indígenas (“cuspiam
fria”. Esse recurso poético, chamado de oximoro, consiste
com nojo” e “demonstraram não gostar e não mais na construção de uma expressão verbal que reúne um subs-
quiseram”), percebe-se a diferença de comporta- tantivo e um adjetivo que expressam sentidos contrários.
mento entre os dois povos.
II. (F) Não há menção à antipatia aos indígenas no trecho 09 E
apresentado nem na obra em geral. Caminha limi-
A crítica aos excessos do cultismo e a defesa do concep-
tou-se a observar e relatar fatos, abstendo-se desse tismo manifestam a opção do Padre Vieira pelo aspecto
tipo de juízo. racional em vez do jogo de imagens, metáforas e antíteses,
III. (V) O emprego de verbos no pretérito perfeito do enfim, os rodeios verbais e a atitude lúdica. A comparação
indicativo, de modo a relatar cronologicamente as com o xadrez deixa nítida a condenação à atitude lúdica
ações dos portugueses e as reações dos indígenas de quem “ladrilha” ou “azuleja”, trabalhando o jogo simé-
é elemento próprio da narrativa. trico das antíteses como eixo da construção imagética.
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Trata-se de um texto descritivo, pois sua intenção é transmitir “Cartas Chilenas” é uma obra crítica, sobretudo ao
ao interlocutor as impressões e as qualidades da terra à qual governo, em que Tomás Antônio Gonzaga apresenta ver-
os portugueses haviam chegado: “grandes barreiras, algu- sos brancos e decassílabos, por meio de linguagem irô-
mas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã nica. O eu lírico, Critilo, direciona-se a Doroteu, satirizando
e muito cheia de grandes arvoredos”, “praia redonda, muito o governo e, principalmente, o “Fanfarrão Minésio”, ape-
chã e muito formosa”, “águas são muitas e infindas”. lido dado ao governador de Minas Gerais da época. Assim,
revela como o povo e o governo não vivem em harmonia
devido aos atos de corrupção pública.
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A principal característica da Carta de Pero Vaz de Caminha é
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a exaltação da terra, resultado da perplexidade do europeu
saído do continente temperado ao se confrontar com um No soneto, o eu lírico recorre à imagem de uma ave sob
o domínio lúdico de uma criança para mostrar profundo
mundo tropical, intocado, totalmente diferente do seu.
lamento pelo aprisionamento a que está submetido. O
fato de o poeta ter sido importante membro da Inconfi-
05 A dência Mineira, um dos movimentos precursores da inde-
O teatro desenvolvido por Anchieta tinha como propósito pendência do Brasil, justifica essa sensação de tristeza
catequizar os nativos do novo domínio português. Para pela falta de liberdade causada pelo sistema governamen-
tanto, o jesuíta valeu-se de elementos conhecidos pelos tal autoritário da época.
indígenas, como ocorre em O auto de São Lourenço, no
qual Aimbiré e Guaixará, dois antigos chefes indígenas, são 12 A
retomados para apresentar os dogmas da Igreja Católica. I. (V)
II. (V)
III. (V)
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IV. (V)
Embora seja um poema que, inicialmente, deveria tratar V. (F) Embora a proposição apresente informações ver-
sobre as questões acadêmicas de um estudante, o eu dadeiras a respeito do autor, as características
lírico discorre sobre assuntos relacionados à vida cotidiana elencadas (“forte influência dos padrões cultistas,
e envolve, portanto, a vida amorosa, dando destaque à elevada inventividade lírica e deseja exprimir a rea-
figura feminina a partir do nono verso. lidade de seu país”) não se aplicam ao texto 2.
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ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO
APROFUNDAMENTO O eu lírico baseia-se na passagem do Evangelho de São
Lucas, precisamente no capítulo 15, versículos 2 a 7, em
01 C que Jesus narra uma parábola a respeito da ovelha arrepen-
As obras propõem dois olhares para o mesmo aconteci- dida que volta ao rebanho, dizendo: há grande alegria no
mento: a chegada dos colonizadores europeus em terras céu quando um pecador se arrepende de seus pecados.
indígenas. O fragmento da Carta de Pero Vaz de Caminha Dessa forma, há uma tentativa de barganhar com Deus o
evidencia o ponto de vista do europeu sobre a nova terra. seu perdão, uma vez que, sendo misericordioso, Ele precisa
Deve-se salientar, contudo, que essa análise é eurocêntrica, perdoar o eu lírico para que não se desvie do caminho.
como já dito, e etnocêntrica: nela, o outro, por ser diferente,
é considerado exótico ou mesmo inferior. O segundo texto 06 A
mostra o ponto de vista dos indígenas, os habitantes do Vieira comenta que, apesar de saber da inevitabilidade da
território “descoberto”. A obra de Portinari, produzida no morte, não se pode prever o momento em que ela acon-
século XX, discute de modo crítico essa chegada, partindo tecerá, por mais que seja jovem, saudável e regrado: ”mas
do olhar de quem se encontrava na terra, os indígenas, que todas estas partes são tão duvidosas e tão incertas, que não
se mostram atemorizados, “sem querer ver” esse aconteci- há idade tão florente, nem saúde tão robusta, nem vida tão
mento que modificaria suas existências. bem regrada, que tenha um só momento seguro”. A aná-
fora constituída pela repetição do advérbio de intensidade
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“tão” enfatiza essa característica e busca sensibilizar os fiéis
I. (V) Com as expansões marítimas, o europeu ampliou para o desengano da passagem do tempo.
seu olhar sobre o mundo, o que se refletiu em rela-
tos sobre os povos colonizados a partir da ótica
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eurocêntrica.
II. (F) O contexto abordado pelo autor corresponde I. (F) A obra exalta a política de ação do Marquês de
ao das expansões marítimas comandadas por Pombal na Guerra Guaranítica para executar as
Portugal devido à sua localização geográfica e cláusulas do Tratado de Madrid em 1756, responsa-
ao seu conhecimento técnico. O achamento de bilizando os jesuítas pelo massacre indígena.
territórios completamente diversos fomentou, no II. (V)
imaginário europeu, a crença na existência de um III. (F) O poema de Basílio da Gama não é considerado
novo mundo com “seres e lugares fantásticos”. inaugurador do Romantismo brasileiro, crédito que
III. (V) As expansões marítimas permitiram o contato direto é atribuído a “Suspiros poéticos e saudades”, de
dos europeus com terras até então desconhecidas. Gonçalves de Magalhães.
Dessa forma, as narrativas fantásticas deram lugar IV. (F) Além de personagens ficcionais, o poema apre-
ao relato de experiências reais nessas localidades senta também personagens reais, como Gomes
recém-descobertas. Freire de Andrade e Sepé.
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ATIVIDADES DISCURSIVAS
DISCURSIVAS 05 a) Trata-se de um soneto, cuja forma poética é constituída
de dois quartetos e dois tercetos.
b) É na terceira estrofe do poema que o poeta descreve
01 a) O projeto colonizador visava à expansão territorial e à de modo objetivo a expressão de natureza aprazível.
exploração de matéria-prima que pudesse gerar lucro
“Árvores aqui vi tão florescentes,
à metrópole, além da intenção religiosa de ampliar o
Que faziam perpétua a primavera:
domínio da fé cristã. Isso passava necessariamente pela
conquista do povo indígena, que já habitava o território Nem troncos vejo agora decadentes.”
brasileiro e possuía costumes e linguagem muito dife-
rentes dos do colonizador. 06 a) O tema do terceiro verso é a transitoriedade e a mutabili-
b) O texto 2 narra duas cenas que ocorrem na Carta de dade da vida e das coisas, próprio da poesia neoclássica.
Caminha: a primeira diz respeito ao ruído que as ondas Os versos que o repercutem são: “Quem fez diferente
do mar produziam e impossibilitavam a comunicação aquele prado?” e “Ali em vale um monte está mudado.”.
clara entre indígenas e portugueses. Já a segunda, b) O eu lírico aponta o progresso como o causador da
discorre sobre um líder tupi que tenta recepcionar os destruição da natureza; além disso, ele está turvado
portugueses, mas é ignorado por falar outro idioma. pela dor de seus próprios males e infortúnios.
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