trabalhadora (proletariado).
direção à pobreza.
representação do mundo como o mundo é A segunda metade do século
XIX testemunha um grande
REALISMO:
Os quebradores de
pedra (1849),
Gustave Corbert.
Como estética
literária, o Realismo
procura analisar a
nova organização
social e
econômica,
detectando suas
causas e
denunciando suas
consequências.
As chefes de família
(1886), Walter Langley.
Os arroubos amorosos
do Romantismo são
deixados de lado, porque
o escritor deseja agora
investigar como é a vida
após o casamento. Por
esse motivo, encontramos
diferentes autores tratando
do tema do adultério.
No plano social, a
opressão, a corrupção, o
mundo da política e a
frivolidade das elites
também aparecem
tematizados com
frequência. A partir deles
se forma um retrato da
sociedade da época
naquilo que ela tem de
mais verdadeiro.
CLAUSEN, BOUGUEREAU,
George. William Adolphe.
As catadoras de Pequenas ladras,
pedra, 1887. 1872.
LHERMITE, Leon Augustin.
Pagando os agricultores, 1882.
A “anatomia” do caráter
[...] Às nove horas, ordinariamente, entrava D. Felicidade de A objetividade “absoluta”
Noronha. Vinha logo da porta com os braços estendidos, o seu bom da prosa realista precisa,
sorriso dilatado. Tinha cinquenta anos, era muito nutrida, e, como porém, ser questionada.
O olhar do leitor é dirigido
sofria de dispepsia e de gases, àquela hora não se podia espartilhar
pelo narrador realista,
e as suas formas transbordavam. Já se viam alguns fios brancos nos
sem que isso seja feito de
seus cabelos levemente anelados, mas a cara era lisa e redonda, modo declarado ou
cheia, de uma alvura baça e mole de freira; nos olhos papudos, com explícito, como acontecia
a pele já engelhada em redor, luzia uma pupila negra e úmida, nos romances
românticos. Observe
muito móbil; e aos cantos da boca uns pelos de buço pareciam
como o narrador de O
traços leves e circunflexos de uma pena muito fina. [...] primo Basílio descreve D.
QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio. 15. ed. São Paulo: Ática, 1994. p.33.
Felicidade de Noronha.
Linguagem: As descrições cruéis
[...] Havia cinco anos que D. Felicidade o amava. [...] Viam-na corada e
nutrida, e não suspeitavam que aquele sentimento concentrado, O narrador não revela sua
irritado semanalmente, queimando em silêncio, a ia devastando como opinião sobre D. Felicidade,
apenas a descreve. Porém,
uma doença e desmoralizando como um vício. [...] Sempre tivera o
as observações que faz
gosto perverso de certas mulheres pela calva dos homens, e aquele
sobre a dispepsia e os gases
apetite insatisfeito inflamara-se com a idade. Quando se punha a olhar que afligem a senhora e
para a calva do Conselheiro, larga, redonda, polida, brilhante às luzes, outros detalhes que destaca