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REALISMO NAS ARTES.

Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o embate entre


Neoclassicismo e Romantismo, o Realismo, força que iria dominar a arte na segunda metade
do século, começa lentamente a aparecer.

O povo europeu, diante da industrialização e aprendido a utilizar o conhecimento científico e


a técnica para interpretar e dominar a natureza, se convenceu de que precisava ser realista,
inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da
realidade.

O Realismo insistia na imitação precisa de percepções visuais sem alteração. Também eram
diferentes em seus temas, os artistas se limitavam a fatos do mundo moderno à medida que
os experimentavam pessoalmente; somente o que podiam ver ou tocar era considerado real.
Deuses, deusas e heróis da antiguidade estavam “fora”. Camponeses e a classe trabalhadora
urbana estavam “dentro”. Em tudo, de cor ao tema, o Realismo trazia para a arte uma
sensação de sobriedade silenciosa.

São características gerais:

 O cientificismo;
 A valorização do objeto;
 O sóbrio e o minucioso;
 A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.

ARQUITETURA
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades
urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos.
Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas,
hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

Em 1850, Joseph Paxton construiu o Palácio de Cristal que abrigou a 1ª Feira Mundial em
Londres, demonstrou as possibilidades estéticas do uso do ferro fundido.

Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da “Cidade Luz”.
Triunfo da engenharia moderna ostenta seu esqueleto de ferro e aço, sem alusões a estilos
arquitetônicos do passado.
ESCULTURA
René-François-Auguste Rodin (1840-1917) foi um importante escultor francês. Desde criança
demonstrou grande interesse por esculturas. Aos 13 anos de idade, entrou para uma
academia de arte para aprender os princípios básicos das artes plásticas. Interessou-se e
estudou também, por conta própria, anatomia humana para utilizar os conhecimentos na
elaboração de suas esculturas. Aos 18 anos de idade, começou a trabalhar como modelador e
ornamentista. Especializou-se na elaboração de esculturas em bronze.
Auguste Rodin não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou
recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas
contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua
característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.

PINTURA
Características da pintura:

 Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um


fenômeno da natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira
documental;
 Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade
tal qual ela é;
 Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Temas da pintura:
 Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram
injustas; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
 Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos
trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas – o
povo, em resumo – tornaram-se assunto frequente da pintura realista. Os artistas
incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses
tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura
romântica.
Principais pintores:

Gustave Courbet (1819-1877) homem de grande pragmatismo desafiou o gosto


convencional por pinturas históricas e temas poéticos, insistindo que a “pintura é
essencialmente uma arte concreta e tem de ser aplicada às coisas reais existentes”. Sua
crença era “tudo que não aparece na retina está fora do domínio da pintura”. Foi considerado
o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida
cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos
trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX.

Jean-François Millet (1814-1875) pintor romântico e um dos fundadores da Escola de


Barbzon na França rural. É conhecido como percursor do realismo, pelas suas representações
de trabalhadores rurais.Junto com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do
realismo europeu surgido em meados do século XIX. Sua obra foi uma resposta à estética
romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à realidade circundante,
sobretudo a das classes trabalhadoras. Sensível observador da vida campestre, criou uma
obra realista na qual o principal elemento é a ligação do homem com a terra. Foi educado
num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde
muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e
Van Gogh.

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