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Livro 2

Índice

Arte................................................................................3
Biologia.........................................................................7
Educação Física.................................................... 18
Espanhol....................................................................24
Filosofia......................................................................31
Física...........................................................................41
Geografia..................................................................55
História......................................................................62
Inglês..........................................................................69
Língua Portuguesa............................................. 80
Matemática..........................................................123
Química...................................................................134
Sociologia...............................................................145
Artes
Elaborado Por: Professor Marcelo Costa

MÓDULO 2.......................................................... 5
Idade Contemporânea:
Romantismo
Realismo
Modernismo:
Impressionismo
Expressionismo
Cubismo
Surrealismo
Arte Moderna no Brasil
Ensino Médio
ARTES - MÓDULO 2 Romantismo No Brasil (1840)

Idade Contemporânea Apresentou todas as características. Os heróis brasileiros fo-


ram: o ÍNDIO e o ESCRAVO, reforçando nas manifestações
Arte Romântica artísticas a crítica de uma sociedade injusta.
(século XVIII ao século XIX)
a) Pintura: Victor Meirelles, Antonio parreiras.
Influências: Revolução Francesa - O povo muda o governo
de absolutista para liberalista. Independência do Brasil (1822). b) Escultura: Chaves Pinheiro.
Movimento artístico e filosófico que iniciou na Europa, repre-
sentou uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a c) Música: Alexandre Levi e Antônio Carlos Gomes (cantigas
realidade. Caracterizou-se pelo sonho, por uma atitude emotiva de rodas, serestas, modinha).
diante das coisas e procurou se libertar das convenções acadê-
micas em favor da livre expressão da personalidade do artista, d) Literatura: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e José de
os sentimentos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Alencar.

Características Gerais: Exercícios

- subjetivismo; 01. Pintor de “A Liberdade guiando o povo” represen-


- sentimentalismo; tante da Arte Romântica:
- nacionalismo;
- maior liberdade formal; a) Eugene Delacroix.
- idealização do mundo e da mulher. b) Francisco Goya.
c) Renoir.
a) Arquitetura: registra pouca novidade. Observa-se, a per- d) Georges Seurat.
manência do estilo anterior, o neoclássico. Vez por outra,
retomou ao estilo gótico da época medieval, gerando o neogó- 02. As Características que correspondem a Arte Ro-
tico. Obra Destacada: edifício do Parlamento Inglês. mântica são

b) Escultura: dinamismo e movimento principalmente no alto a) Subjetividade


relevo. b) nacionalismo
c) avanço tecnológico
c) Pintura: Características:
- Aproximação das formas barrocas; 03. A música romântica foi inovada pela(o)
- Dramaticidade;
- Composição em diagonal, sugerindo instabilidade e dinamis- a) valsa
mo ao observador; b) carnaval
- Valorização das cores e do claro-escuro; Temas da pintura: fatos c) tango
reais da história nacional e contemporânea. d) samba

► Pintores de destaque: 04. Os “temas” mais representados no Romantismo


Brasileiro em 1840 foram:
Francisco Goya: trabalhou com diversos temas: retratos de
personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo,os a) a natureza e a família.
horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas b) o índio e o escravo.
históricas e as lutas pela liberdade, a mitologia povoada por c) o escravo e a família.
sonhos e pesadelos, seres deformados, tons opressivos.
Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.
Do francês Eugéne Delacroix: a tela A Liberdade guiando o Realismo
povo, o tema são os revolucionários de 1830 guiados pelo espí-
rito da Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando Movimento artístico que surgiu na França e cuja influência se
a bandeira da França). estendeu a outros países europeus.
Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as pri-
d) Música: Beethoven: temática profundamente pessoal e in- meiras lutas sociais e a industrialização, sendo também objeto
teriorizada Sonata Patética. de ação contra o capitalismo.
Outros compositores: Chopin, Tchaikovsky, Felix Mendelssohn, A passagem do Romantismo para o Realismo corresponde
Liszt, Grieg e Brahms escreveram músicas mais de acordo com uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.
suas emoções. Fundada a Escola Artística em reação ao Romantismo e se
Destaque para a valsa, surgiu em Vienacriada por Strauss. desenvolve baseada na observação da realidade, na razão e na
ciência. É um período marcado pelo grande avanço tecnoló-
gico e científico.

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Ensino Médio
a) Arquitetura: acadêmico da pintura oficial e que tiveram seus quadros recusa-
- novos materiais, grandes edifícios em ferro, concreto armado dos por serem classificados como inacabados. Edmond Renoir,
e vidro, bem como pontes metálicas e coberturas emaço; foi o responsável por preparar o catálogo da exposição e foi ele
- os arquitetos e engenheiros procuram responder adequada- que apresentou uma tela de Monet com o nome Impressão:
mente às novas necessidades urbanas, criadas pela industria- Nascer do Sol. No dia seguinte, um crítico do “Jornal Cha-
lização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos, rivari” falava ironicamente do acontecimento, tachando-o de
precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bi- “exposição dos impressionistas”.
bliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários
quanto para a nova burguesia. Como movimento organizado, durou de 1874 a 1886, surgiu
► Exemplo: Torre Eiffel (Paris- de Gustav Eiffel –1889), Pa- na França, período em que o setor industrial começa a produ-
lácio de Cristal (Paris- de Paxiton). zir em série, inicia o aperfeiçoamento da máquina a vapor, da
litografia, do avanço tecnológico da fabricação do papel. Tam-
b) Pintura: a artista representa a realidade com a mesma ob- bém surgem o automóvel, o telefone e o avião. Mas o fator
jetividade de um cientista a estudar um fenômeno da natureza. de grande importância, que mais contribuiu para modificar a
Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois maneira dos pintores representarem o mundo, foi a invenção
a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas da fotografia.
revelar os aspectos mais característicos e expressivos da reali-
dade. Características Gerais: Inspiração realista, natureza científi-
ca, caráter visual, luz e sombra com colorido diferenciado-
Inexistência dos temas mitológicos, bíblicos, históricos e lite- leis complementares. Predominância da paisagem e da natureza
rários, o que importa é a criação a partir de uma realidade ime- morta.
diata e não imaginada.
a) Pintura: Pintam-nas diretamente sobre a tela branca, com
Com a politização surge então a chamada “pintura social”, de- cores puras justapostas, geralmente sem misturas, buscavam
nunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a obter o piscar do momento da luz e da sensibilidade. Os pin-
miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. Repre- tores abandonam os estúdios para pintar ao ar livre, captando
sentantes: Gustave Courbet (1819-1877) “Moças peneirando melhor a realidade que os cerca. A luz, a decomposição da cor
trigo” e Édouard Manet (1832-1883) “Olympia”,e Jean-Fran- em manchas e pontos são representadas por pinceladas rápi-
çois Millet - “Angelus”. das, leves e soltas, onde somente o improviso aparece.

c) Escultura: preocupação em recriar os seres tais como eles- - As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é
são. uma abstração do ser humano para representar imagens.
Os temas são contemporâneos, assumindo muitas vezes uma - As sombras não são pretas nem escuras como foram con-
intenção política em suas obras. vencionalmente representadas no passado, mas luminosas e
Representante: Auguste Rodin - O Beijo, São João Pregando e coloridas.
O Pensador que é considerada a obra de maior destaque.
Participaram nada menos de trinta pintores, como: Renoir,
d) Teatro: pretende copiar a vida em minúcias. Cézanne, Monet, Astruc, Van Gogh,Degas.
Representante: Tolstoi Brasil: com a extinção do tráfico negrei-
ro, em1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no b) Escultura: os escultores tentaram uma nova maneira de
Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Inde- concretizar o que sentiam e não o que viam. É o tempo das
pendência. Assim, em1881, Aluísio Azevedo publica O Mulato esculturas inacabadas, inspiradas em Michelangelo, destaca-se:
(primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis Camille Claudel escultora francesa, 1864-1943, e o seu mestre
publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance re- Rodin.
alista do Brasil).
Movimento Impressionsita Pontilhista é uma técnica de
Exercícios pintura em que pequenas manchas ou pontos de cor provo-
cam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do ob-
05. A TORRE EIFFEL é um exemplo da Arquitetura: servador (imagem). Esta técnica científica baseia-se na lei das
cores complementares, segundo as quais as cores deviam ser
a) Neoclassicista justapostas e não entremescladas, deixando à retina a tarefa de
b) Realista reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diver-
c) Romântica sas impressões registradas.

Georges Seurat (1859-1891) ,considerado o criador do pon-


Modernismo tilhismo. Suas obras: Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte e a
obra-prima inacabada O Circo.
A rigor não chegam a constituir escolas, são grupos de artistas ► Outros artistas: Claude Monet (pintava ao ar livre telas sem
com ideias afins. retoques), Edgar Degas (pintor das corridas de cavalos).

Alguns Estilos ou Momentos Artísticos: Brasil: diversos artistas, atuantes no período da Primeira Re-
pública (1889-1930), empregaram procedimentos divisionistas,
1) Impressionismo: Em 1874, prepara-se em Paris, uma ex- especialmente em suas paisagens e pinturas decorativas.
posição de pintores jovens, insatisfeitos com o clima restrito e

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Ensino Médio
Podemos destacar: Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti, Ro- a) Literatura: Mário e Oswald deAndrade.
dolfo Chambelland, Artur Timóteo da Costa, Guttmann Bicho. b) Escultura: Víctor Brecheret.
O painel central do teto do foyer do Teatro Municipal doRio c) Pintura: Lasar Segall, Anita Malfatti, Di Cavalcanti.
de Janeiro é um exemplo de pintura decorativista onde Eliseu
Visconti empregou vários estilos e procedimentos artísticos, Exercícios
inclusive o pontilhismo.
06. uma característica dos pintores Impressionistas:
2) Expressionismo: surge na Alemanha, no período entre as
duas grandes Guerras Mundiais. Arte que expressa os senti- a) faziam diversos protótipos.
mentos e intensas emoções, admite a deformação ou alteração b) pintavam diretamente sobre atela.
de cores e formas que ressaltam a subjetividade. c) expressavam exatidão de contornos.

a) Pintura: O Grito do norueguês Edvard Munch considerado 07. Georges Seurat foi o principal representante
como uma das obras mais importantes destemovimento.
► Brasil: destaque para o pintor Cândido Portinari, que mos- a) do Pontilhismo.
tra em suas telas a migração do povo nordestino para as gran- b) da Pop Art.
des cidades. c) do Cubismo.

3) Cubismo: movimento estético que ocorreu entre 1907 e 08. Qual pintor brasileiro se destacou no movimento
1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Ge- expressionista?
orges Braque, tratava as formas da natureza por meio de fi-
guras geométricas, representando todas as partes de um objeto a) Cândido Portinari.
no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter b) Anita Malfati.
nenhum compromisso com a aparência real das coisas. O mo- c) Di Cavalcanti
vimento cubista evoluiu constantemente em duas fases: d) Lasar Segall

Cubismo analítico - que se caracterizava pela desestruturação 09. Qual foi o maior artista do movimento cubista?
da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas, a prio-
ridade dada à forma é máxima, tal que a composição cromática a) Claude Monet
aponte quase para uma só cor. b) Michelangelo
► Ex.: Pablo Picasso, Les Demoiselles d’Avignon. c) Leonardo daVinci
d) Pablo Picasso
Surrealismo: fortemente influenciado pelas teorias psicanalíti-
cas de Sigmund Freud, enfatiza o papel do inconsciente na ati- 10. Quando e onde se realizou a Semana de ArteMo-
vidade criativa. Seus representantes mais conhecidos são: Salva- derna?
dor Dalie Juan Miró. A livre associação e a análise dos sonhos,
ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se Gabarito
nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados
a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer for- 01) A 02) B 03) A 04) B 05) B
ma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo
de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de 10) Em 1922, na cida-
formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da reali- 06) B 07) A 08) A 09) D de de São Paulo
dade mais profunda do ser humano: o subconsciente.

Arte Moderna No Brasil Bibliografia


A Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido em São
POZENATO, Kenia & GAUER, Maurien. Introdução à His-
Paulo no ano de 1922 (11 e 18 de fevereiro no Teatro Municipal
tória da Arte. Ed. Mercado Aberto. 1995.
da cidade). Durante os sete dias ocorreu uma exposição mo-
PROENÇA, Graça. História da Arte. Ed. Ática. 2007
dernista no Teatro e nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro ocorreram
BAUMGART, Fritz. Breve História da Arte. Ed.Martins Fon-
apresentações de poesia, música e palestras sobre a moderni-
tes. São Paulo, 1999.
dade.
Enciclopédia Arte no Brasil. Abril Cultural. 1969/70.
Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Ed. Companhia das Le-
de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o
tras. São Paulo, 1992.
passado. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e
GOMBRICH,ErnestHansJosef.HistóriadaArte. Ed. LTC. São
conceitos artísticos. A nova poesia através da declamação. A
Paulo,1999.
nova música por meio de concertos. A nova arte plástica exi-
bida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O adjetivo
“novo”, marcou todas essas manifestações, propunha algo a
ser recebido com curiosidade ou interesse.

Alguns artistas que participaram da Semana:

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Biologia
Elaborado Por: Professora Rosaura Barros Rodrigues

MÓDULO 4.......................................................... 7
Sistemática animal e vegetal
MÓDULO 5.......................................................... 11
Ecologia
MÓDULO 6.......................................................... 14
Genética
Ensino Médio
Biologia - Módulo 4
Sistemática Animal e Vegetal
Classificação dos Seres Vivos

A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência


que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta,
preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vin-
dos de várias áreas de pesquisa biológica. Eubacteria - Archeobacteria – Protista –
Plantae – Fungi - Animália
Categorias taxionômicas:

Reino---Filo---Classe---Ordem---Família--Gênero---
espécie.

Durante a década de 1990, com os avanços tecnológicos, cien-


tistas puderam fazer comparações detalhadas da composição
do material genético dos diferentes organismos. Com base nes-
sas comparações e considerando outros critérios, como, por
exemplo, o tipo de célula que forma o organismo (procariótico
ou eucariótico), os seres vivos passaram a ser classificados em
seis reinos, que receberam nomes vindos do latim.

Reino--- Filo---Classe---Ordem---Família--- Gênero---


espécie.

► Procarióticos: são seres vivos constituídos por células que


o núcleo não possui membrana limitante.

► Eucarióticos: são os seres vivos constituídos por células


que o núcleo possui uma membrana limitante.
Em 1969, Whittaker idealizou um moderno sistema de classifi-
► Autotróficos ou Produtores: são os seres vivos capazes de
cação que distribuiu os seres vivos em cinco reinos — Mone-
produzirem o seu próprio alimento,utilizam-se da fotossíntese
ra, Protista, Fungi, Metaphyta e Metazoa.
para produzir matéria orgânica a partir da inorgânica.

Reinos Características Representantes ► Heterotróficos ou Consumidores: são os seres incapazes


de produzirem o seu próprio alimento, vivem à custa de outros
Unicelulares e Bactérias e algas
Monera seres vivos.
procariontes. azuis
Unicelulares e Protozoários e Uma observação deve ser feita: os VÍRUS são seres que são
Protista
eucariontes. certas algas classificados à parte, sendo considerados como seres sem reino.
Unicelulares ou Isto acontece devido às características únicas que eles apresen-
pluricelulares, tam, como a ausência de organização celular, ausência de me-
Fungi eucariontes e Fungo tabolismo próprio para obter energia, reproduzem-se somente
heterótrofos por em organismo hospedeiro, entre outras. Mas eles possuem a
absorção. faculdade de sofrer mutação, a fim de adaptar-se ao meio onde
Pluricelulares, se encontram.
Plantae ou
eucariontes e Todos vegetais
Metaphita I - Reino Monera
autótrofos
Pluricelulares,
O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e
Animália ou eucarionte e
Todos os animais arqueobactérias, todos seres muito simples, microscópicos,
Metazoa heterótrofos por
unicelulares e com célula procariótica (sem núcleo diferencia-
ingestão.
do).
As bactérias (do grego bakteria: ‘bastão’) são encontrados em
todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância
para a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são
encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar
e, inclusive, no interior de muitos seres vivos.

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Ensino Médio
► Exemplos da importância das bactérias: A Importância dos Fungos

- na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo Ecológica: decomposição da matéria orgânica, associações
é efetuado tanto aeróbia quanto anaerobiamente; ecológicas: simbiose mutualística (liquens) e micorrizos (raízes)
- agentes que provocam doença no homem; e parasitismo (micoses).
- em processos industriais, como por exemplo, os lactobaci-
los, utilizados na indústria de transformação do leite em coa- Médica: fungos causadores de doenças, tais como: frieira,
lhada(bactérias fermentadoras); pano branco, impigem, sapinho, candíase, blastomicose, histo-
- no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fa- plasmose,tinhas,...
zendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado
pelas plantas; Indústria: leveduras usadas na produção de álcool (com-
Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de bustível): cachaça, vinho; pão (fermento).
nichos ecológicos e mostram uma riqueza correspondente na
sua composição bioquímica básica. Dois grupos de bactérias Alimentação: champignon.
distantemente relacionados são reconhecidos:
► Liquens
Cianobactérias (algas azuis)
Associação simbiôntica permanente entre fungos e algas, nas
As cianofíceas são unicelulares, procariontes e possuem cloro- quais os fungos formam duas camadas corticais exteriores, fi-
fila, o que significa que elas fazem fotossíntese. São, portanto, cando a camada média formada por algas e fungos.
seres autotróficos. Vivem em água doce, água salgada, no solo Os líquens são importantes agentes de erosão, pois ajudam a
úmido ou nas cascas das árvores. As cianofíceas possuem tam- desintegrar as rochas, transformando-as em solo.
bém um pigmento azul, denominado ficocianina.
IV – Reino das Plantas ou Vegetais
II - Reino Protista
Dividem-se em:
Segundo a classificação agrupa organismos eucariontes, uni-
celulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam 1. Vegetais inferiores: as algas pluricelulares são considera-
as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas e crisófitas, que são
das vegetais inferiores porque sua estrutura é bastante simples.
protistas autótrofos. Os protozoários são protistas heteró- Apenas algumas clorofíceas são unicelulares. Não apresentam
trofos. tecidos condutores de seiva e o corpo é formado por um talo,
por isso são chamadas de talófitas. São criptógamas porque
► Protozoários: são unicelulares, heterotróficos, a maioria não possuem flor.
vive em ambiente aquático, de água doce ou salgada. Algumas
espécies habitam terra úmida ou a lama. Há espécies adaptadas 2. Vegetais incompletos ou intermediários: possuem uma
para a vida parasitária, provocando doenças em animais, inclu- estrutura definida, porém simples, compreendem dois grupos:
sive no ser humano.
a. Briófitas: Primeiros vegetais que se adaptaram à vida ter-
Algas: vivem em ambientes aquáticos, sendo responsáveis restre, apresentam tecidos verdadeiros, porém não possuem
por grande parte do oxigênio na terra. tecidos de condução ou flores. Seus órgãos reprodutores
são os anterídios e os arquegônios.
III - Reino Fungi
b. Pteridófitos: Vegetais terrestres, com tecidos verdadeiros,
Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, inclusive os de condução. Também não têm flores e seus ór-
fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos- gãos reprodutores também são os anterídios e arquegônios.
-de- chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, Foram os primeiros vegetais a formarem as grandes florestas
formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por pratica- que dominaram a terra. Seus fósseis deram origem à hulha ou
mente qualquer tipo de ambiente. carvão mineral.
Fungos: Fungos são microrganismos eucariontes, aclorofila-
dos (não fotossintéticos), heterotróficos por absorção; imó- 3. Vegetais Completos ou superiores: são plantas que apre-
veis,possuidores de parede celular e células com baixo grau de sentam vasos condutores de seiva, raiz, caule, folha, flor
diferenciação. e semente e, na grande maioria, frutos. Compreendem dois
grupos:
► Apresentam os seguintes tipos de vida:
3.1. Gimnospermas:
Parasitismo: vivem à custa de outro ser Primeiros vegetais a apresentarem flores, que são incomple-
vivo. Ex.: micose tas e não formam ovário. Por isso mesmo produzem semen-
Simbiose: ocorre quando o fungo se associa à alga, dando tes nuas, sem frutos.
origem aos líquens, causando benefício a ambos. ► Ex.: pinheiros, ciprestes e cedros.
Saprofitismo: o fungo vive sobre a matéria orgânica, cau-
sando a decomposição. Ex.: bolor do pão.

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Ensino Médio
Importância: - Taenia saginata (Hospedeiro Intermediário: boi): ausência
- industrial: xampu, remédios, móveis, essência de perfumes, de ganchos fixadores, existem apenas as ventosas, escólex qua-
papel, fósforo, lápis; drangular e apicais, com comprimento maior.
- alimentar: pinhão do pinheiro;
- ornamental: paisagismo; Agente
- ecológica: mais usada para reflorestamento. Parasita Doença Causada
transmissor
Schistosoma
3.2. Angiospermas: Esquistossomose Caramujo
mansoni
São os vegetais mais desenvolvidos,com
flores completas em que o óvulo é produzido dentro de um Taenia Solium Teníase Porco
ovário, cujas paredes se transformam no fruto. Possuem raiz,
caule, folha e flor, também fruto e semente. Taenia
Teníase Vaca
saginata
- A Flor completa das Angiospermas:
1.4 Nematelmintos: os nematelmintos incluem vários para-
- Sépala: proteção; sitas de seres humanos, como a lombriga os causadores do
- Pétalas: atração de agentes polinizadores; amarelão e da elefantíase e parasitas de raízes de plantas. Há,
- Estame: produção do grão de pólen; também, representantes de vida livre, que se desenvolvem na
- Pistilo: desenvolve o óvulo. água ou em solo úmido. Possuem o corpo cilíndrico, não di-
vidido em anéis, tubo digestivo completo, não há sistema
cardiovascular nem respiratório. Ex.: lombriga, fiaria, oxiúria,
ancilóstomo,...

1.5 Molusco: os moluscos são animais de corpo mole,A maio-


ria apresenta uma concha de calcário, com variedade de cores,-
formas e tamanhos e que normalmente é externa e algumas
vezes pode ser interna. Os moluscos são também adaptados
a todos os tipos de ambientes: terrestre e aquático. Seucor-
poapresenta3partes:cabeça, pé e massa visceral, na cabeça
ficam a boca e os olhos, o pé é uma forte massa usada para
locomoção e fixação.
V – Reino Animal ► Ex.: lesma, caracol de jardim, lula, polvo e marisco.
Existem muitos animais e dividem-se em: 1.6 Anelídeos: vermes com anéis ou segmentos no corpo.
A maioria dos anelídeos tem respiração cutânea, isto é, as
1. Invertebrados inferiores: não possuem esqueleto ósseo, trocas gasosas entre o organismo e o ambiente são efetuadas
encontram-se os: através da pele. Mas alguns representantes aquáticos respiram
através de brânquias, filamentos delicados, dotados de vasos
1.1 Poríferos: também chamado de esponja, é um animal que sanguíneos que, por difusão, retiram gás oxigênio dissolvidona
se caracteriza por possuir o corpo cheio de poros microscó- água. Nos anelídeos surge o sistema cardiovascular, ou cir-
picos. São animais aquáticos, encontrados em mares polares e
tropicais. culatório, pela primeira vez na escala evolutiva dos animais. O
1.2 Celenterados: Os celenterados são animais que vivem ex- sangue desloca-se por um sistema fechado de vasos e contém
clusivamente em meio aquáticos, a maioria das espécies é ma- pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma.
rinha. Uma característica muito marcante desse grupo é o fato Os anelídeos possuem sistema digestório completo, com
de terem corpo mole e gelatinoso. Seus representantes mais boca e ânus. A excreção é realizada por estruturas denomina-
conhecidos são as anêmonas e as hidras, ambas sésseis, e as das nefrídeos, que eliminam as excretas através de poros que
águas–vivas ou medusas, que não são fixas e podem nadar li- se abrem na superfície do corpo.
vremente. ► Ex.: minhoca, sanguessuga,... Importância para homem: os
1.3 Platelmintos: é o nome de um grupo de vermes de corpo anelídeos, por se movimentarem “cavando túneis” no subsolo,
mole e geralmente achatado, que são em sua maioria pa- servem como agentes de aeração do solo, melhorando sua oxi-
rasitas de outros animais, embora haja alguns de vida livre. genação e além disso, são importantes como húmus (adubo).
São animais cuja estrutura corporal é muito simples, existem
mais de 20 mil espécies descritas, sendo bem conhecidas as tê-
nias, os esquistossomos e as planárias. As tênias, por exem- 2. Invertebrados Superiores:
plo,provocam doenças quando se come a carne de bovinos e
suínos crua ou mal cozida, uma vez que elas estejam infectadas 2.1 - Artrópodes: Os Artrópodes são animais invertebrados
pelos ovos do verme. que possuem partes do corpo articuladas e rígidas. Encontra-
- Taenia solium (Hospedeiro Intermediário: porco):presen- mos na natureza mais de um milhão de espécies de artrópodes,
ça de ganchos fixadores no escólex (cabeça), ventosas laterais, podendo ser aquáticos ou terrestres.
comprimento menor, proglotes sem movimento. Mais preo- Características principais: Corpo segmentado; apêndices
cupante, pois ao ingerir os ovos da T. solium, os indivíduos, (membros) articulados; presença de esqueleto externo (exoes-
além de apresentarem o verme, podem apresentar cisticercose, queleto) formado por quitina (polissacarídeo de alta resistên-
doença que tem como característica o comprometimento do cia); grande parte dos artrópodes possui fecundação interna;
cérebro. trocam várias vezes o exoesqueto até atingirem a vida adulta.

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Ensino Médio
CLASSES Insetos Aracnídeos 3.3 - Répteis: pele grossa com escamas ou placas, alguns se
utilizam a muda para poder crescer (cobras), são carnívoros, a
mosca formiga aranha escor- respiração é pulmonar, a circulação é fechada, a excreção é feita
Exemplos por dois rins, pecilotérmicos, a reprodução é sexuada e com
pulga pião carrapato
sexos separados.
Crustáceos Quilópodes Diplópodes ► Ex.: jacarés, tartarugas, lagartos e cobras.

camarão siri lacraia cento- Piolho-de- co- 3.4 - Aves: homeotérmicos (mantêm a temperatura do corpo
lagosta peia bra constante), o corpo é revestido por penas, adaptadas ao voo
(ossos pneumáticos = ocos), com o bico adaptado ao tipo de
alimento, a circulação é fechada, a reprodução é sexuada, os
2.2 - Equinodermos: exclusivamente marinhos, utilizam-se sexos são separados com dimorfismo sexual (diferenças apa-
para a locomoção o sistema ambulacrário, presença de rentes entre macho e fêmea).Ex.: avestruz, ema, garça, arara,
endo esqueleto do qual saem espinhos, reprodução sexuada, papagaio, cisne,...
sexos se parados, fecundação externa e aparelho digestivo
completo. 3.5 - Mamíferos: a pele é revestida por pelos e presença de
► Ex.: estrela-do-mar, ouriço-do-mar, corrupia (=dólar da glândulas mamárias, homeotérmicos, a alimentação é varia-
areia). da, o aparelho digestivo é completo, a circulação é fechada,
a respiração é pulmonar, o sistema excretor é com dois rins, a
3. Vertebrados: presença de uma coluna vertebral. reprodução é sexuada, com sexos separados.
Os animais vertebrados, pertencentes ao reino animal e ao ► Ex.: ornitorrinco, gambá, canguru, leão, paca, coelho, mor-
filo chordata, são animais que possuem vértebras, ou seja, os cego, lobo guará, baleia, golfinho, peixe-boi, macaco, javali, ele-
ossos que compõem a coluna vertebral. fante,girafa,...

Peixes, Répteis, Anfíbios, Aves e Mamíferos Exercícios


Os animais vertebrados são caracterizados pela presença de 01. São exemplos de aracnídeos:
uma medula espinhal e uma coluna vertebral , o sistema
nervoso central (cérebro e medula espinhal),o sistema mus- a) centopeia, piolho e aranha.
cular (músculo estriado esquelético, cardíaco e liso) e esque- b) opilião, camarão e aranha.
leto interno também formam suas estruturas. A formação dos c) escorpião, caranguejo e aranha.
órgãos, possuem os tecidos: conjuntivo, epitelial, vascular, d) carrapato, aranha e escorpião.
muscular e nervoso. Já o sistema respiratório deles, dependen-
do do animal, se dá por meio de brânquias (respiração bran- 02. (Ceeteps) No ciclo evolutivo da Taenia solium,
quial) ou pulmões (respiração pulmonar). o homem fará o papel de hospedeiro intermediário
O corpo dos vertebrados é constituído pela pele composto quando
por duas camadas: a derme (interna) e a epiderme (exter-
na). Vale lembrar que as aves e os mamíferos possuem ainda a) andar descalço em local contaminado.
uma camada mais interna, antes da derme, conhecida como b) ingerir ovos da Taenia.
hipoderme (camada de gordura) e está relacionada com a ma- c) for picado por Anopheles.
nutenção da temperatura do corpo. d) comer carne de porco com larvas da Taenia.

3.1 - Peixes: são adaptados para a natação, corpo revestido por 03. (UFES) O homem adquire a Taenia solium quando
escamas, aparelho digestivo completo, sendo carnívoros, oní-
voros e herbívoros, circulação fechada, respiração branquial, a) bebe água contendo colibacilos.
excreção feita por um par de rins, são pecilotérmicos (tem- b) ingere peixe cru e contaminado com proglote.
peratura do corpo varia com a temperatura do meio). Apre- c) come verduras e bebe água contaminada com suas
sentam bexiga natatória que é um órgão que auxilia o peixe a larvas.
manter-se a determinada profundidade através do controle da d) ingere carne de porco mal cozida e com cisticercos.
sua densidade relativa a da água
► Ex.: peixes ósseos (pacu, peixe- palhaço) peixes 04. Assinale a característica que não pode ser atribuída
cartilaginosos (tubarão e arraia) aos anelídeos.

3.2 - Anfíbios: pecilotérmicos, com uma fase de vida aquática a) sexos separados.
e outra terrestre, revestido por uma pele com muco, locomo- b) respiração branquial.
vem-se por saltos, e alimentam-se de insetos. Os anfíbios adul- c) corpo segmentado.
tos apresentam respiração pulmonar e cutânea, os girinos d) ausência de aparelho circulatório.
respiram por brânquias externas, circulação fechada, excreção
feita por um par de rins e reprodução sexuada com sexos se- 05. (Unifor-CE) São artrópodes
parados.
► Ex.: sapos, rãs, pererecas e salamandras. a) mosca, aranha, centopeia, sanguessuga.
b) lagosta, borboleta, escorpião, carrapato.
c) carrapato, minhoca, pulga, piolho.
d) camarão, pulga, gafanhoto, sanguessuga.

10
Ensino Médio
06. (MACK-SP) Num jantar, havia camarão, lagosta,
ostra, lula e pedaços de polvo. Essa refeição continha, Biologia - Módulo 5
portanto.
Ecologia
a) somente moluscos.
b) somente crustáceos. Ecologia: é a parte da Biologia que estuda os seres vivos sob o
c) somente peixes e crustáceos. ponto de vista das suas relações entre si e com o meio ambien-
d) somente crustáceos e moluscos.. te. (oikos= casa; logos = estudo).

07. (Fuvest-SP) Dos vertebrados abaixo, o único que Organização do Mundo Vivo
tem esqueleto cartilaginoso, sem tecido ósseo, é o
Podemos dividir o mundo vivo em estratos para um melhor en-
a) tubarão. tendimento e, por isto, existem níveis de organização segundo
b) jacaré. os quais podemos entender o mundo vivo.
c) bagre.
d) papagaio. Partindo do mais simples ao mais completo teremos:

08. A bexiga natatória, encontrada por exemplo, na


sardinha, é um órgão de função predominantemente:

a) de reserva alimentar.
b) respiratória.
c) hidrostática.
d) locomotora.

09. (FURRN) O canto das aves é devido à

a) siringe.
b) faringe.
c) laringe.
d) traquéia.

10. (PUCRS RS). A figura a seguir representa parte do Conceitos Básicos


sistema respiratório de um cordado. Por suas caracte-
rísticas estruturais, deve pertencer a Espécies: são conjuntos de indivíduos semelhantes, férteis en-
tre si e que produzem descendentes também férteis.

Populações: conjunto de indivíduos da mesma espécie, que


ocupam uma determinada área na mesma unidade de tempo.

Comunidade ou Biocenose: é o conjunto de todos os indiví-


duos de espécies diferentes que vivem numa determinada área.

Ecossistema: conjunto formado pela comunidade e pelo


a) um peixe meio ambiente.
b) uma lampreia
c) um anfíbio Ecossistema = comunidade + meio abiótico ou parte
d) uma ave física

GABARITO O ecossistema é formado pelos componentes bióticos e abi-


óticos.
1) D 2) D 3) D 4) D 5) B
6) D 7) A 8) C 9) A 10) D Os componentes bióticos correspondem a todos os seres vi-
vos e os componentes abióticos constituem os fatores am-
bientais que atuam sobre os seres vivos, tais como luminosi-
dade, temperatura, disponibilidade de água, tipos de solos, etc.

Biosfera: é o conjunto de todos os ecossistemas de nosso pla-


neta. Constitui a porção do planeta habitada por seres vivos.

Habitat: é o tipo de local ou lugar físico normalmente habita-


do pelos indivíduos de uma espécie.

11
Ensino Médio
Nicho Ecológico: é o “lugar funcional” ocupado por uma es- Relações Intraespecíficas Harmônicas
pécie dentro do ecossistema, ou seja, interações que o indiví-
duo mantém com os outros e com o meio ambiente, caracteri- Colônia: é uma associação obrigatória para certas espécies,
zando sua função na comunidade. É o papel que o organismo pois os indivíduos já nascem ligados anatomicamente ao corpo
desempenha no ecossistema, isto é, a “PROFISSÃO” do de outro (brotamento ou gemação).
organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que
se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. ► Tipos de colônias:

Cadeia Alimentar: transferências de matéria e energia entre 1) Homomorfas ou Isomorfas a todos os indivíduos são
os indivíduos que constituem a comunidade e estabelecem o iguais e executam as mesmas funções. Não há divisão do traba-
caminho seguido pela matéria através dos seres. Podemos clas- lho. Ex.: Colônias de corais, de cracas (Balanus), certos proto-
sificar as espécies participantes, quanto ao processo de obten- zoários e bactérias.
ção de alimento, determinando seus níveis tróficos que podem
ser: 2) Heteromorfas a indivíduos com formas e funções diferen-
tes, ocorre uma divisão do trabalho. Ex.: Caravelas (Phisaliaca-
- Produtores ou autotróficos: são os seres capazes de produ- ravelas)
zirem seu próprio alimento, ou seja, produzir matéria orgânica
a partir da inorgânica. Ex.: vegetais (fotossíntese) e alguns mo- - Sociedade: resulta da união de dois ou mais indivíduos da
neras (quimiossíntese). mesma espécie para a divisão do trabalho ou para a realização
- Consumidores ou heterotróficos: são os seres que se ali- de suas necessidades básicas.
mentam direta ou indiretamente dos produtores. Os consumi- ► Ex.: cardumes, abelhas (colmeia), formigas, cupins,...
dores primários são chamados de herbívoros; os consumidores
secundários, terciários etc. são ditos carnívoros e aqueles que - Competição: ocorre quando há limitação de espaço, de par-
ao mesmo tempo são carnívoros e herbívoros são identificados ceiro ou de alimento entre os indivíduos de uma mesma espé-
como onívoros. Ex.: animais e fungos. cie.
- Decompositores: seres heterotróficos que decompõem a ► Ex.: plantio de vegetais sem o espaçamento necessário dis-
matéria orgânica dos cadáveres mais simples, liberando-as para puta entre os machos pela fêmea,...
o ambiente. Ex.: algumas bactérias e fungos (saprófagos). - Canibalismo: é a competição que culmina com a morte de
uma das espécies que, às vezes, é devorada pelos sobreviventes.
Exemplo de uma cadeia alimentar: O fluxo energético de- ► Ex.: animais em cativeiro. Viúva Negra - a fêmea
senvolve um trajeto no sentido: produtores – consumidores mata e devora o macho após o ato sexual.
–decompositores.
Relações Interespecíficas Harmônicas

► Inquilinismo: acontece quando um ser se fixa ou se abriga


em outro, de outra espécie, sem prejudicá-lo.
Ex.: Peixe-agulha e a holotúria.
Orquídeas e bromélias que vivem em troncos: recebem tam-
Relações Ecológicas bém o nome de epifitismo. Elas conseguem, vivendo sobre os
troncos de árvores, o suprimento ideal de luz para realizarem
As populações relacionam-se entre si para estabelecer a ma- a fotossíntese.
nutenção do equilíbrio na comunidade e regular a densidade
populacional. Essas relações são muito diferentes e podem ser ► Comensalismo: se dá quando um indivíduo se vale dos
classificadas em: restos de outro, de outra espécie, como fonte de alimento.
Ex.: Entamoeba coli no intestino humano, rêmora com tuba-
► Relações intraespecíficas: ocorrem entre indivíduos de rão, hienas e leões.
uma mesma espécie.
► Protocooperação: é uma associação de benefícios
► Relações interespecíficas: ocorrem entre indivíduos de mútuos, não obrigatória à sobrevivência de ambas as espécies.
espécies diferentes. Ex.:
1) paguro-eremita e as anêmonas do mar: as anêmonas dão
► Relações harmônicas ou positivas: são as relações onde segurança ao paguro que em troca locomove a anêmona que
nenhum tipo de prejuízo ocorre entre as espécies associadas. está presa em seu casco.
2) pássaro anu e certos mamíferos: o pássaro alimenta-se de
► Relações desarmônicas ou negativas: ocorrem com o carrapatos e outros bichos presos na pele dos mamíferos.
prejuízo de no mínimo uma das espécies envolvidas na associa- 3) pássaro-palito e o crocodilo: o pássaro alimenta-se de res-
ção, ou seja, é a relação que dificulta ou impede a sobrevivência tos de comida presos entre os dentes, livrando o crocodilo de
de no mínimo uma das espécies. certos parasitas.
4) polinização por animais.

► Mutualismo: é uma associação de benefícios mútuos e de


coexistência obrigatória(um não vive sem o outro).Ex.:
1) Liquens– associação mutualística entre algas e fungos.
A alga realiza fotossíntese e cede ao fungo parte da matéria

12
Ensino Médio
orgânica sintetizada. 02. (UCDB-MT) O tipo de associação em que um indi-
O Fungo protege a alga, além de ceder a umidade víduo de uma espécie procura abrigo ou suporte em
e os sais minerais que são absorvidos. outro indivíduo de espécie diferente sem prejudicá-lo
2) Bacteriorriza – associação formada por bactérias Rhizo- é conhecido como
bium nas raízes leguminosas.
3) Micorriza – associação entre fungos e as raízes de certas a) inquilinismo.
orquídeas e da maioria das árvores florestais. b) predatismo.
4) Cupins e protozoários – O protozoário Tryconinpha ajuda c) parasitismo.
a digerir a celulose para o cupim. d) mutualismo.
5) Ruminantes e microrganismo – os micro-organismos aju-
dam a digerir a celulose para os ruminantes que são herbívoros. 03. “O anu come os carrapatos existentes no dorsodo-
boi”.As relações entre o anu e o boi e entre o carrapato
Relações Interespecíficas Desarmônicas e o boi são, respectivamente

► Predatismo: é a mais violenta das interações onde um ser a) mutualismo e parasitismo.


(predador) mata e come outro (presa), de outra espécie. b) mutualismo e predatismo.
Ex.: lagartixa engolindo mosquito, leão, leopardos, águia, lo- c) predatismo e parasitismo.
bos, aranhas, cobras,... d) protocooperação e parasitismo.

► Parasitismo: ocorre quando um ser (parasita), lenta e gra- 04. A existência de ligação anatômica entre indivíduos
dualmente, retira o seu alimento do corpo de outro ser da mesma espécie, reprodução assexuada e o fato de
(hospedeiro), às vezes, causando-lhe a morte. nem sempre haver divisão de trabalho,são característi-
Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os parasitas cas de uma associação denominada
podem ser classificados em ectoparasitas (externos) e endo-
parasitas (internos). a) sociedade.
b) colônia.
Os exemplos mais comuns de ectoparasitas são os piolhos, os c) predatismo.
carrapatos, o cravo da pele, o bicho-de-pé e o bicho da sarna, d) comensalismo.
além de outros. Exemplos de endoparasitas são o plasmódio
e o tripanossomo, protozoários causadores, respectivamente, 05. É um exemplo de competição intraespecífica:
da malária e da doença de Chagas. São exemplos, também, os
vírus, causadores de várias doenças, desde a gripe até a febre a) duas vacas.
amarela e a AIDS. b) vaca e o carrapato.
c) vaca e a grama.
► Amensalismo: é quando uma espécie produz substâncias d) carneiro e a vaca.
(biocidas) que inibem o crescimento ou matam seres de outras
espécies. Ex.: fungos que produzem substâncias bactericidas 06. (PUC – SP) O conjunto do ambiente físico e dos
(penicilina), fenômeno maré-vermelha,... organismos que nele vivem é conhecido como

► Competição: ocorre quando há disputa entre indivíduos a) biótopo.


de espécies diferentes, como por exemplo, alimento, território, b) biomassa.
luminosidade,... Ex.: insetos e o homem. c) ecossistema.
d) bioma.
Exercícios
07. (MOGI) Ao conjunto de indivíduos de diferentes es-
01. (Fatec-SP) Relacione as duas colunas e assinale pécies habitando determinada área dá-se o nome de
a alternativa que apresenta a sequencia correta:
a) ecossistema.
(1) Comunidade b) população.
(2) População c) comunidade.
(3) Ecossistema
d) bioma.
( ) Conjunto de seres vivos e o meio onde vivem, com
todas as interações que esses seres mantêm entre si e 08. Suponha que em um determinado terreno coberto
com o meio. de capim gordura, vivem saúvas, gafanhotos, pardais,
( ) Conjunto de seres vivos de espécies diferentes que preás e ratos do campo.
vivem num determinado espaço, mantendo relaciona-
mento. a) Nesta região estão presentes
( ) Conjunto de seres vivos da mesma espécie que b) cinco populações.
vivem em determinado espaço. c) duas comunidades.
d) seis populações.
a) 1, 2 e 3 e) seis comunidades.
b) 3, 2 e 1
c) 3, 1 e 2
d) 1, 3 e 2

13
Ensino Médio
09. Indivíduos de mesma espécie, que habitam deter- 4) Genes alelos ou alelomorfos - genes situados no mesmo
minada região, constituem lócus de cromossomos homólogos ou genes que ocupam po-
sições correspondentes nos cromossomos homólogos e res-
a) um bioma. ponsáveis pela determinação de um mesmo caráter hereditário.
b) uma população.
c) uma sociedade. 5) Genótipo - conjunto de genes recebido pelo indivíduo dos
d) uma comunidade. seus respectivos pais, durante a fecundação ou a constituição
genética de um indivíduo (herança genética).
10. Podem organizar-se em sociedades
6) Fenótipo - manifestação do genótipo do indivíduo ou apa-
a) aranhas. rência externa do indivíduo. O fenótipo resulta da interação
b) gafanhotos. entre o genótipo com o meio ambiente.
c) besouros.
d) vespas. 7) Genes homozigotos ou puros - par degenes alelos iguais
para uma determina da característica hereditária (AA - homo-
Gabarito zigoto dominante , aa - homozigoto recessivo).
1) C 2) A 3) D 4) B 5) A
8) Genes heterozigotos ou híbridos – par de genes alelos
6) C 7) C 8) C 9) B 10) D diferentes para um caráter hereditário (Aa -heterozigoto).

9) Gene recessivo - gene dominado ou inibido pelo gene do-


Biologia - Módulo 6 minante. Só se manifesta na ausência dos genes dominantes.
São representados por letras minúsculas.
Genética
10) Gene dominante - gene que domina ou prevalece em rela-
Genética: é a ciência que estuda as leis que determinam a ção ao gene recessivo. São representados por letras maiúsculas.
transmissão das características hereditárias e as influências do
meio sobre suas variações. 11) Cruzamento-teste ou test-cross - quando cruzamos um
A genética ocupa lugar de destaque nas pesquisas biológicas indivíduo portador de caráter dominante cujo genótipo se de-
atuais, intensificando sua ação na agricultura, medicina, ecolo- seja determinar, com um indivíduo de caráter recessivo. Retro-
gia, pecuária, farmácia e bioquímica. Melhoramento genético cruzamento ou back-cross - quando o indivíduo-teste, cujo
de plantas e animais, produção de insulina humana, hormônio genótipo se deseja determinar, é cruzado com o pai recessivo.
de crescimento, vacina de hepatite B, anticorpos, substân-
cias anticancerígenas e vacinas, além de aprimorar técnicas de 12) Genes letais - genes que em dose homozigótica, provo-
reprodução animal e humana, são algumas das utilizações dos cam a morte do embrião.
conhecimentos e pesquisas da Genética.
Os processos da herança biológica vêm despertando, há sé- 13) Linhagem - conjunto de indivíduos que descendem de um
culos, a curiosidade do homem. Acreditou-se, por algum tem- ancestral comum.
po, que as características eram herdadas através do sangue;
mais tarde, no entanto, com a descoberta de que somente as 14) Gregor J. Mendel (1822-1884) - considerado o pai da Ge-
células germinativas ou gametas funcionem como elo de liga- nética por suas descobertas relativas aos mecanismos básicos
ção entre duas gerações, essa teoria foi abandonada. A primeira da hereditariedade. O que Mendel denominava de fatores, hoje
conquista realmente científica neste campo é devida ao monge correspondem aos genes.
austríaco Gregor Mendel que desvendou o complexo meca-
nismo da herança nos seres vivos no século passado (1865). Introdução
Entretanto, Mendel não tinha qualquer ideia de como e onde
estavam distribuídos nas células germinativas ou gametas os Mendel realizou seus trabalhos envolvendo genitores de ervi-
“fatores” responsáveis pela hereditariedade (material genético). lhas contrastantes em relação a cada um dos sete caracteres
estudados.
Conceitos gerais em genética
Característica Dominância Recessividade
1) Gene (DNA)-RNA-proteína (enzima) -caráter hereditário. Tipo de inflores-
Gene - pedaço do DNA cromossômico capaz de determinar cência
Axilar - T Terminal - t
a síntese de uma proteína. Os genes localizam-se nos cromos-
somos, encontrados no núcleo celular. Os genes são unidades Forma da casca da
Lisa - R Rugosa - r
hereditárias que condicionam aos caracteres (características) semente
dos seres vivos. Cor dos cotilédo-
Amarelos - V Verdes - v
nes
2) Lócus ou Loci - lugar que o gene ocupa no cromossomo. Cor da casca da
Cinza - B Branco - b
semente
3) Cromossomos homólogos - cromossomos que formam Forma da vagem Normal - S Sulcada - s
pares, sendo um de origem paterna e o outro de origem mater-
na, com a mesma sequência de genes alelos. Cor da vagem Verde - A Amarela - a
Altura da planta Alta - A Anã - a

14
Ensino Médio
1ª Lei de Mendel: as características dos indivíduos são condi- Ocorre quando não há dominância total de um dos alelos, mas
cionadas por pares de genes; durante a formação dos gametas, sim uma codominância resultando um indivíduo híbrido com
os genes se separam, indo um gene do par para cada gameta. caracteres intermediários aos observados nos progenitores.

1 par de genes – 3 fenótipos – 3 genótipos

Exemplo: na planta maravilha (Mirabilisjalapa) não há domi-


nância entre os alelos que condicionam a cor vermelha (VV)
e a cor branca (BB), tendo a planta heterozigota a cor rosa
(VB) ( = intermediária).

Monoibridismo com dominância: um par de alelos condi-


ciona uma característica com dois fenótipos.

Em genética os acontecimentos poderão ser expressos através


de relações numéricas que poderão ser:
- Proporção: relação numérica que indica o número de aconte-
cimentos esperados no final de cada cruzamento. Ex.:3:1
- Percentagem: relação de “tantos” por cento que se espera
para um acontecimento favorável. Ex.: 75%amarelas.
- Probabilidade: fração em que o numerador indica o número
daquilo que se espera e o denominador indica o número total
de acontecimentos. Ex.: 1/4 verdes
Exercícios
- Análise do Fenótipo:
01. Em uma célula, os pares de genes que estão exclu-
DOMINANTE : RECESSIVO sivamente em homozigose são

- Análise do Genótipo: a) Aa e bb.


b) bb e Ee.
HOMOZIGOTO DOMINANTE : c) bb, CC, DD e ee.
HETEROZIGOTO : HOMOZIGOTO d) CC e Dd.
RECESSIVO
02. A constituição genética de um indivíduo é dada
Cruzamento: pelo
Exemplo: cor das sementes nas ervilhas
Semente amarela = dominante = V a) genótipo.
Semente verde = recessiva = v b) fenótipo.
c) biótipo.
Vv x Vv d) cariótipo.

V v 03. Em tomates, o estame é de cor púrpura ou verde,


dependendo da presença ou da ausência do pigmento
V VV Vv antocianina. Cruzando- se tomates de estames púrpura
v Vv vv com tomates de estames verde, todos os descendentes
da F1, apresentaram estame púrpura. Podemos dizer
Fenótipo: amarelas : verde que:
75% : 25%
a) verde é dominante sobre a púrpura.
Genótipo: AA : Aa : aa b) púrpura é dominante sobre o verde.
25% : 50% : 25% c) o caráter mencionado provavelmente não é heredi-
tário.
Monoibridismo sem Dominância: herança intermediária ou d) trata-se de um caso de hibridismo sem dominância.
Codominância.

“Um par de alelos condiciona uma característica com três


fenótipos”.

15
Ensino Médio
04. Um homem de olhos castanhos, heterozigoto para
esse caráter, casa-se com uma mulher de olhos azuis. A
probabilidade deste casal, ter um filho com olhos azuis GABARITO
é
1) C 2) A 3) E 4) C 5) B
a) 1/4. 6) A 7) D 8) C 9) B 10)B
b) 3/4.
c) 1/2.
d) 1.

05. Em cobaias, a pelagem preta é dominante sobre a


pelagem branca. Cruzando-se uma cobaia preta híbri-
da com uma branca, a provável proporção de cobaias
pretas e brancas obtidas será

a) 3:1.
b) 2 :2.
c) 4: 0.
d) 0 :4.

06. Um casal onde ambos são destros, tem um filho


canhoto que se casa com uma mulher destra, filha de
pai destro e mãe canhota. Como poderão ser os filhos
deste casal?

a) 50% destros e 50% canhotos.


b) 100% destros.
c) 100% canhotos.
d) 75 destros e 25% canhotos.

07. Uma pessoa de pele branca, por ação dos raios so-
lares, fica com a pele mais escura. Portanto:

a) O seu fenótipo e o seu genótipo se alteram.


b) Os seus genes sofreram mutação.
c) O seu genótipo se alterou, mas não o seu fenótipo.
d) O seu fenótipo se alterou, mas o não seu genótipo.

08. Podemos dizer que o fenótipo de um indivíduo é


dado por suas características

a) unicamente morfológicas.
b) morfológicas e fisiológicas apenas.
c) estruturais, funcionais e comportamentais.
d) herdáveis e não herdáveis.

09. (PUC-SP) A determinação da cor do caju (verme-


lha ou amarela) é devida a um par de genes alelos. O
gene dominante determina cor vermelha. Um cajueiro
proveniente de semente heterozigota deverá produzir:

a) cajus vermelhos, vermelho-amarelados e amarelos,


na proporção de 1:2:1.
b) cajus vermelhos e amarelos, na proporção de 3:1.
c) cajus vermelhos e amarelos, na proporção de 1:1.
d) apenas cajus amarelos.

10. Dizemos que um determinado gene é recessivo


quando sua expressão (fenótipo)

a) só acontece em heterozigose.
b) só ocorre quando em dose dupla.
c) independe da presença de seu alelo.
d) depende de características congênitas.
e) reproduz uma característica provocada pelo am-
biente.

16
Educação Física

MÓDULO 2.......................................................... 18
Primeiros socorros
Ensino Médio
Para que a pessoa respire, é necessário que as vias aéreas se-
EDUCAÇÃO FÍSICA - MÓDULO 2 jam desobstruídas. Porém, pessoas leigas, sem conhecimentos
técnicos NÃO podem realizar a desobstrução, porque a movi-
Primeiros socorros mentação inadequada da cabeça poderá levar a sequelas neuro-
lógicas permanentes ou à morte.

“Uma vítima tem mais probabilidade de sobreviver se for


atendida na primeira hora após o acidente. Caso haja demora
no atendimento, o quadro, provavelmente, terá se agravado, e
as probabilidades de sobrevivência terão diminuído considera-
velmente”.

Triagem Para verificar se a pessoa está respirando deve-se:


1. observar se há movimentos no tórax e no abdômen;
Quando há inúmeras vitimas, faz-se necessário uma triagem 2. aproximar do nariz e da boca da vítima um objeto de vidro
para avaliar rapidamente as suas condições clínicas das para es- ou metal, observando se fica embaçado;
tabelecer prioridades de tratamento médico. Para isso, dividem- 3. aproximar-se para escutar a boca e o nariz.
-se as vítimas em quatro prioridades:
Caso não haja respiração, se faz necessária a reanimação car-
► Código Vermelho – Vítima que apresenta risco imediato diorrespiratória (respiração artificial e massagem cardíaca).
de vida. Apresentando respiração somente após manobras de Se a respiração estiver ofegante, a pessoa pode estar em estado
abertura de vias aéreas ou a respiração está maior que trinta de choque ou com hemorragias.
movimentos respiratórios por minuto. Precisa de algum trata-
mento médico antes de um transporte rápido ao hospital, além Circulação
de necessitar ser transportada rapidamente ao hospital para ci-
rurgia. Verifica-se a existência de circulação, colocando-se os dedos
Código Amarelo – Vítima que não apresenta risco de vida indicador e médio sobre as artérias, fazendo leve pressão como
imediato. Precisa de algum tipo de tratamento no local, en- indica as figuras abaixo:
quanto aguarda transporte ao hospital.
Código Verde – Vítima com capacidade para andar. Não ne-
cessita de tratamento médico ou transporte imediato, possui
lesões sem risco de vida.
Código Preto – Vítima em óbito ou que não tenha chance
de sobreviver. Não respira, mesmo após manobras simples de
abertura da via aérea.

Avaliação Primária

Consiste em verificar os sinais vitais:


- se as vias aéreas (nariz, boca, garganta) estão obstruídas;
- a respiração;
- a circulação (pulsação, estado de choque, hemorragias);
- o estado de consciência;
- a temperatura e existência de outras lesões.

Avaliação Secundária

Após a verificação e manutenção dos sinais vitais, deve-se fazer


a avaliação secundária, analisando a extensão de outros feri-
mentos e fraturas.

Vias Aéreas

Em um acidente, as vias aéreas (nariz, boca, traqueia, pulmões)


podem ficar obstruídas por sangue, terra, secreções, dentes,
próteses, queda da língua para trás, impedindo que a pessoa
respire.

18
Ensino Médio
Parada Cardiorrespiratória ► Hemorragia capilar é a hemorragia causada pelo rompi-
mento de capilares sanguíneos; o exemplo mais comum desse
A parada cardíaca (ausência de batimentos) sempre ocorre se- tipo de hemorragia é a escoriação.
guida de parada respiratória (ausência de entrada de ar nos pul-
mões). A cada minuto em que o coração fica sem bater, diminui Desmaio
em 10% a chance de que volte a bater sem que haja sequelas.
É a perda súbita e temporária da consciência, causada pela di-
► Sintomas de parada respiratória: minuição de circulação sanguínea ou açúcar no cérebro. Pode
ter como causa emoções fortes, perda de sangue, fadiga, fome,
- inconsciência, não respondendo a estímulos ambientes fechados, uso de medicamentos, drogas ou álcool.
- verbais, a toques, à dor;
- lábios, língua e unhas azulados; ► Sintomas: inconsciência, pulso fraco, respiração acelerada
- ausência de movimentos no peito. e suor intenso.

► Sintomas de parada cardíaca: ► Procedimentos:

- inconsciência, palidez intensa; - Deve-se sentar a pessoa em uma cadeira, com a cabeça abai-
- ausência de pulsação e batimentos cardíacos; xada para frente por alguns minutos ou deitá-la e erguer-lhe as
- dilatação das pupilas, extremidades arroxeadas. pernas;
- Desapertar as roupas e aplicar compressas frias no rosto e na
Massagem Cardíaca testa;
- Verificar a pulsação e a respiração.

Importante: Após recobrar a consciência, manter a pessoa


deitada por alguns minutos até se refazer completamente.
Caso o desmaio dure mais de cinco minutos, agasalhar a vítima
e procurar atendimento médico imediatamente.

Convulsão

São contrações musculares involuntárias que provocam movi-


mentos desordenados, podendo ocorrer perda da consciência.
Podem acontecer em consequência de febre muito alta, intoxi-
cações, epilepsia ou lesões no cérebro.
Com as mãos espalmadas e trançadas, pressiona-se quinze ve-
zes o tórax exatamente no meio de uma linha imaginária traça- ► Sintomas:
da entre os dois mamilos. O massageador não deve fazer força
com os braços e com as mãos para não chegar à exaustão ra- - corpo tenso e retraído, onde a pessoa se debate com violência;
pidamente. Deve jogar a força de seu corpo sobre o tórax da - olhos virados para cima;
vítima num movimento rítmico. - lábios e dedos arroxeados;
- inconsciência;
Hemorragia - respiração forte e irregular;
- salivação abundante, devido ao estado de inconsciência, não
É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso permitindo que a pessoa engula a saliva;
sanguíneo arterial, venosa ou capilar. Toda hemorragia deve ser
controlada imediatamente. A hemorragia abundante e não
controlada pode causar a morte de três a cinco minutos.
► Hemorragia arterial é ocasionada pelo rompimento de
uma artéria, apresenta-se em jatos e com sangue de cor verme-
lho vivo, podendo conter bolhas, indicando que esse sangue é
rico em oxigênio.
► Hemorragia venosa é ocasionada pelo rompimento de
uma veia, apresenta-se em filete e com a presença de sangue
vermelho escuro.

19
Ensino Médio
► Procedimentos: ► Sintomas: agitação; dificuldade respiratória; inconsciência;
parada respiratória e parada cardíaca.
- deitar a pessoa no chão e afastar tudo o que está a seu redor e
que possa vir a machucá-la; ► Procedimento:
- retirar do corpo objetos que possam machucá-la (óculos, pró-
teses, relógio, etc.); - tentar retirar a vítima da água utilizando material disponível
- se possível, colocar um pano entre os dentes para evitar que (corda, boia, remo, etc.);
ela morda a língua. Caso a pessoa já tenha fechado a boca, - em último caso e se souber nadar muito bem, aproxime-se da
NÃO tentar abri-la. vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a cabeça fora
- afrouxar as roupas; d’água.
- proteger a cabeça e virá-la de lado em caso de vômito; - se a vítima estiver inconsciente, inicie imediatamente a respi-
ração de socorro boca a boca ainda dentro d’água.
- ao cessar a convulsão, deixar que a pessoa repousando até que - coloque a vítima deitada em decúbito dorsal com a cabeça
recupere a consciência; mais baixa que o corpo quando fora d’água.
- insista na respiração de socorro se necessário.

- execute a massagem cardíaca externa se a vítima apresentar


ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas).
- friccione vigorosamente os braços e as pernas da vítima, esti-
mulando a circulação.
- remova a vítima para o hospital mais próximo.

Ferimento nos Olhos

- Os olhos requerem cuidados de um especialista e, neste caso,


pouco se pode fazer a não ser:
- lavar o olho com água limpa, desde que não tenha havido
contato com produtos químicos,pois a água, em uma reação
química, aumentará a lesão;
- NÃO retirar corpos estranhos, senão saírem por si;
Asfixia - cobrir o olho com gaze ou pano limpo e ir a um especialista;
- pedir para que a pessoa feche o outro olho, para evitar ao
Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser provocada máximo a movimentação também do olho atingido.
por: choque elétrico, afogamento, deficiência de oxigênio at-
mosférico, obstrução das vias aéreas (boca, nariz e garganta) Queimadura
por corpo estranho, envenenamento, etc. A falta de oxigênio
pode provocar sequelas dentro de 3 a 5 minutos, caso não haja É a lesão dos tecidos produzida por substância corrosiva ou
atendimento convenientemente. irritante, pela ação do calor ou emanação radioativa. A gravi-
dade de uma queimadura não se mede somente pelo grau da
► Sintomas: lesão (superficial ou profunda), mas também pela extensão da
área atingida.
- atitudes que caracterizem dificuldade na respiração; Em adultos, são consideradas grandes queimaduras aquelas
- ausência de movimentos respiratórios; que atingem mais de 15% do corpo.
- inconsciência;
- cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas); ► Classificação das Queimaduras:
- midriase (pupilas dilatadas).
1º Grau: lesão na camada superficial da pele, dor suportável e
► Procedimento: cor avermelhada. A queimadura de primeiro grau só será con-
siderada grave se atingir mais da metade do corpo.
- encorajar a pessoa a tossir; 2º Grau: lesão nas camadas mais profundas da pele, aparecem
- realizar a manobra de Heimlich: consciente, inconsciente, bolhas, as dores são fortes, e a pele tem aparência de molhada.
obeso ou grávida, bebê e criança pequena; Provocam perda de água, podendo levar à desidratação.
- executar a respiração de socorro boca aboca; 3º Grau: lesão em todas as camadas da pele. Apresentam-se
secas, esbranquiçadas e de aspecto carbonizado. A vítima sente
- em caso de parada cardiorrespiratória, executar a reanimação pouca ou nenhuma dor porque há destruição dos terminais
cardiopulmonar (RCP); nervosos.
- procurar o hospital mais próximo.
► O que NÃO fazer em qualquer tipo de queimadura:
Afogamento
- não furar as bolhas;
Asfixia provocada pela obstrução do aparelho respiratório por - não remover os tecidos grudados;
líquidos. Geralmente, ocorre por uma câimbra, mau jeito, uma não usar gelo ou água gelada, pasta de dente ou borra de café.
onda mais forte, inundação ou enchente e por quem se lança Esses produtos só agravam a queimadura e os tecidos: o gelo
na água sem saber nadar. e a água gelada, pelo excesso de frio; a pasta de dente e a borra
de café, por serem abrasivos, arrancando pedaços de tecido ao
serem removidos.

20
Ensino Médio
► O que SE DEVE fazer: 05. A parada cardiorrespiratória caracteriza-se, dentre
outros, pelos seguintes sinais:
- providenciar socorro médico para qualquer tipo de queima-
dura que não seja uma vermelhidão superficial, local e de pe- a) hipotermia e convulsão.
quena extensão b) AVC e queimação.
- lavar a região com água fria corrente somente se a superfície c) palidez, cianose e falta de ar.
corporal queimada for inferior a 10% da área do corpo e se a d) convulsões e suor abundante.
queimadura não for provocada por produtos químicos;
- cobrir o ferimento com gaze embebida em vaselina líquida; 06. Em caso de choque elétrico, deve-se agarrar a víti-
- cortar a roupa próxima à região do ferimento. ma e retirá-la do contato, caso os condutores elétricos
energizados não possam ser desligados.
► Em caso de fogo nas roupas:
a) Certo b) Errado
1. Não se deve correr, pois o oxigênio aumenta a combustão;
2. Deve-se deitar no chão com as chamas para cima; 07. É correto afirmar que em casos de queimadura não
3. Abafar as chamar utilizando um cobertor ou toalha, come- se deve:
çando sempre pela cabeça e continuando em direção aos pés.
a) furar bolhas, passar creme dental, borra de café e
► Queimaduras provocadas por corrente elétrica: gelo.
b) Colocar a área queimada em água corrente.
c) Passar nada na área afetada e cobrir com pano lim-
1. NÃO tocar na vítima; po.
2. usar cabo de vassoura, borracha (ou outros elementos não d) Secar cuidadosamente a área afetada sem esfregar.
condutores de eletricidade) para separar a vítima da corrente
elétrica; 08. Vimos que o afogamento é a principal causa de
3. levá-la a um hospital imediatamente, porque, nesse tipo de morte acidental no mundo, e que ocorre em geral por
queimadura as lesões piores são internas.
a) colocar o dedo na tomada elevar um choque elétri-
Exercícios co.
b) obstrução das vias aéreas por aspiração de líquido.
01. Você saberia dizer o que é uma parada cardiorres- c) descuido ao atravessar a rua.
piratória e quais os seus sintomas? d) pressionar a artéria femoral, na tentativa de estancar
o sangramento.
02. Em caso de choque elétrico, como devemos pro- 09. Vimos que a hemorragia é ocasionada pelo rompi-
ceder? mento de um vaso sanguíneo e que os procedimentos
para tentar controlá-la são
03. Você está num restaurante e uma pessoa leva am-
bas as mãos ao pescoço, não consegue falar nem tos- a) colocar a área afetada em água corrente.
sir. Está totalmente engasgada com o alimento. O que b) compressão direta, elevação do membro e compres-
você faria? são dos pontos arteriais.
c) utilizar a manobra de Heimlich.
a) Aplicaria até quatro tapas nas costas. d) colocar a pessoa de lado com a cabeça baixa.
b) Daria imediatamente algo para a pessoa beber, fa-
10. Por que o tempo de atendimento é importante no
zendo com que o alimento desça. caso de parada cardiorrespiratória?
c) Aplicaria a Manobra de Heimlich.
d) Solicitaria que a pessoa coma miolo de pão. a) Porque as defesas do organismo começam a dimi-
nuir
04. O que você faria para conter uma hemorragia in- b) Porque após três a dez minutos, começam a ocorrer
tensa no antebraço? lesões cerebrais
c) Porque a pessoa pode começar a asfixiar
a) Aplicaria um torniquete entre o ferimento e o coto- d) Não há necessidade de se preocupar com o tempo.
velo.
b) Aplicaria pressão direta sobre o ferimento e compri-
miria com os dedos a artéria braquial e ao mesmo
tempo elevaria o braço acima do coração.
c) Aplicaria um torniquete diretamente sobre a artéria
braquial, mantendo firme até chegar ao hospital.
d) Aplicaria pressão sobre a artéria radial e flexionaria
o cotovelo.

21
Ensino Médio
GABARITO
1) É a ausência dos batimentos cardíacos, seguida
da ausência de ar nos pulmões. Sintomas: lábios,
língua e unhas azuladas; ausência de pulsação, dila-
tação das pupilas e inconsciência.
2) Não tocar na vítima, usar um cabo de vassoura ou
borracha para separar a vítima do contato elétrico.
3) c) Aplicaria a Manobra de Heimlich.
4)b) Aplicaria pressão direta sobre o ferimento e
comprimiria com os dedos a artéria braquial e ao
mesmo tempo elevaria o braço acima do coração.
5) c) Palidez, cianose e falta de ar
6) b) errado.
7) b) Colocar a área queimada em água corrente.
8) b) Obstrução das vias aéreas por aspiração de
líquido.
9) b) Compressão direta, elevação do membro e
compressão dos pontos arteriais.
10) b) Porque após três a dez minutos começam a
ocorrer lesões cerebrais.

Bibliografia

ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte; possibilidades da prá-


tica pedagógica. Campinas: Autores Associados/CBCE, 2001.

22
Espanhol
Elaborado Por: Professora Ana Lúcia Blasckesi dos Reis

MÓDULO 3.......................................................... 24
Adjetivos
Adverbios
MÓDULO 4.......................................................... 27
Lectura e interpretación de textos
Ensino Médio
Espanhol - Módulo 3 Algunos hombres prefieren las mujeres rubias. (Alguns ho-
mens preferem as mulheres loiras.)
ADJETIVOS
Adjetivos numerales
É a classe de palavras que qualifica (califica)um substantivo ou
um pronome pessoal, concordando em gênero (masculino ou 0- cero 20- veinte
feminino) e número (singular ou plural) com eles. 1- uno/una 21- veintiuno
2- dos 22- veintidós
► Ejemplos:
3- tres 23- veintitrés
Pabloes muy guapo. (Pablo é muito bonito.) 4- cuatro 24- veinticuatro
↓ ↓ 5- cinco 25- veinticinco
subst. masc. adj.masc. 6- seis 26- veintiseis
Maríaes muy guapa. (Maria é muito feia.) 7- siete 27- veintisiete
↓ ↓ 8- ocho 28- veintiocho
subst. fem. adj.fem. 9- nueve 29- veintinueve
10- diez 30- treinta
La torrees alta. (A torre é alta.)
↓ ↓ 11- once 31- treinta y uno
subst. sing. adj.singular 12- doce 40- cuarenta
13- trece 42- cuarenta y dos
Las torresson altas. (As torres são altas.) 14- catorce 50- cincuenta
↓ ↓
15- quince 60- sesenta
subst.plural adj. plural
16- dieciséis 70- setenta
ADJETIVOS 17- diecisiete 80- ochenta
Español Portugués 18- dieciocho 90- noventa
19- diecinueve 100- cien
Largo/a Comprido/a
Ancho/a Largo/a 103- ciento tres
Estrecho/a Estreito/a 116- ciento dieciséis
125- ciento veinticinco
Corto/a Curto/a
137- ciento treinta y siete
Débil Fraco/a
200- doscientos/doscientas
Flaco/a Magro/a
300- trescientos/trescientas
Exquisito/a Gostoso/a 400- cuatrocientos/cuatrocientas
Raro/a Esquisito/a 500- quinientos/quinientas
Rubio/a Loiro/a 600- seiscientos/seiscientas
Pelirrojo/a Ruivo/a 700- setecientos/setecientas
800- ochocientos/ochocientas
► Ejemplos: 900- novecientos/novecientas
1000- mil
El vestido está muy largo. (O vestido está muito comprido.)
2000- dos mil
Las bailarinas, generalmente, son flacas. (As bailarinas, geral- 10.000- diez mil
mente, são magras.) 60.000- sesenta mil
500.000- quinientos mil
La comida estaba exquisita. (A comida estava gostosa.)
1.000.000- un millón
1.000.000.000- un billón

Reglas

- De 0 (cero) até 30 (treinta) os numerais se compõem de uma


só palavra.
- De 31 a 99 os numerais são separados pela conjunção “Y”(E).
- A conjunção“Y”(E)é utilizada somente entre dezena e uni-
dade.

24
Ensino Médio
EJEMPLOS
Portugués Espanhol ADVÉRBIOS DE MODO
1932 – mil novecentos e 1932 - mil novecientos
trinta e dois treinta y dos Despacio Deprisa Adrede
1745 – mil setecentos e 1745 - mil setecientos (Devagar) (Depressa) (De propósito)
quarenta e cinco cuarenta y cinco
Ejemplos:
1825 – mil oitocentos e 1825 - mil ochocientos
vinte e cinco veinticinco
Tú tienes que hablar más despacio.
1112 – mil cento e doze 1112 - mil ciento doce (Tu tens
que falar mais devagar.)
1008 – mil e oito 1008 - mil ocho
161 – cento e sessenta e 161 - ciento sesenta y Marina camina deprisa por la calle.
um uno (Marina caminha depressa pela rua.)
123 – cento e vinte e três 123 - ciento veintitrés
Ella habló mal de Pablo adrede.
102 – cento e dois 102 - ciento dos
(Ela falou mal
İATENCIÓN! de Pablo de propósito.)

O numeral UNO e seus derivados perdem a última letra


(apócope) quando aparecem antes de substantivo mascu-
lino. ADVERBIOS DE LUGAR

Ejemplos: Lejos Alrededor (Ao


Cerca (Perto)
(Longe) redor, Em volta)
Un hombre desconocido llegó. (Um homem desconhe-
cido chegou.) Ejemplos:

subst. masculino Yo vivo cerca de mi trabajo. (Eu moro perto do
meu trabalho.)
Treinta y un invitados fueron a la conferencia. (Trinta e
um convidados foram a conferência.) Nosotros estamos muy lejos de casa.(Nós
↓ estamos muito longe de casa.)
subst. masculino
¿Hay alguna farmacia acá alrededor? (Há alguma
Adverbios farmácia aquí em volta?)

É a classe de palavras invariável que expressa uma circunstân-


cia na oração. Ele modifica o significado de um adjetivo, de um ADVERBIOS DE TIEMPO
verbo ou de outro advérbio. Temprano Hoy Ayer
(Cedo) (Hoje) (Ontem)
Ejemplos:
Mañana
Anoche A la Noche
(Manhã,
Ángela es muy guapa. (Ângela é muito bonita.) (Ontem à noite) (À noite)
Amanhã)
↓ ↓
adverbio adjetivo Ejemplos:

Llegaremos temprano mañana por la mañana. (Chegaremos


Estoy cansado, pues trabajé mucho. (Estou cansado, pois tra- cedo amanhã pela manhã.)
balhei muito.)
↓ ↓ Ayer no tuvimos clase de inglés. (Ontem não tivemos aula de
Verbo adverbio inglês.)

Juan salió anoche con una amiga. (Juan saiu ontem à noite
Mi padre está muy bien. (Meu pai está muito bem.) com uma amiga.)
↓ ↓
adverbio adverbio Hoy, a la noche, vamos al teatro. (Hoje, à noite, vamos ao tea-
tro.)

25
Ensino Médio
USO DE LOS ADVERBIOS DECANTIDAD: Ejercicios
MUY –MUCHO
01. Miguel se casó con una mujer rubia muy guapa.
¿Cómo se traduce la frase para el portugués?
Utilizamos el MUY antes de adjetivos y adverbios. Ejemplos:
a) Miguel se casou com uma mulher alta muito bonita.
Julia es una alumna muy inteligente. (Júlia é uma aluna muito b) Miguel se casou com uma mulher ruiva muito bonita.
inteligente.) ↓ c) Miguel se casou com uma mulher perigosa muito-
adjetivo bonita.
d) Miguel se casou com um mulher loira muito bonita.
Mi colegio queda muy lejos de acá. (Meu colégio fica muito
longe daqui.) ↓ 02. Marca la alternativa que presenta un adjetivo su-
advérbio brayado:

Utilizamos el MUCHO antes de sustantivos y antes o des- a) Mi vecina tiene el cabello largo.
pués de verbos.Ejemplos: b) Fernando está muy triste hoy.
c) Yo vivo en una casa grande.
Tengo mucho trabajo. (Tenho muito trabalho.) d) Tu hermano está muy flaco.

sustantivo 03. Ontem comi um sorvete muito gostoso. ¿Cuál es
la traducción para el español de la frase?
Yo mucho lloré por ti. (Eu muito chorei por ti.)
↓ a) Ayer comí un helado muy largo.
verbo b) Ayer comí un helado muy ancho.
c) Ayer comí un helado muy corto.
Excepciones d) Ayer comí un helado muy exquisito.

Se usa MUCHO delante de los siguentes 04. Mi padre tiene cincuenta y años.
ADJETIVOS y ADVERBIOS.
ADJETIVOS ADVERBIOS
¿Cuál alternativa completa el espacio de la frase?

Mayor (Maior) Más (Mais) a) unos


Menor (Menor) Menos (Menos) b) uno
c) un
Mejor (Melhor) Antes (Antes) d) um
Peor (Pior) Después (Depois)
05. ¿Cuál la grafía correcta del numeral1938?
Ejemplos:
a) mil novecientos y treinta y ocho
Mi hermano es mucho menor que yo. (Meu irmão é
b) mil y novecientos y treinta yocho
muito menor que eu.)
c) mil novecientos treinta ocho
d) mil novecientos treinta y ocho
Es mucho peor cuando llueve. (É muito pior
quando chove.)
06. Sobre el adverbio cerca podemos afirmar que:
Juana es mucho más bonita que su hermana. (Juana é
a) es de tiempo y significa perto.
muito mais bonita que suairmã.)
b) es de lugar y significa perto.
c) es de lugar y significa longe.
La policía llegó mucho después del llamado.(A polícia
d) es de tiempo y significa longe.
chegou muito depois dochamado.)
07. ¿Cuál la traducción para el portugués del adverbi a
noche?

a) cedo
b) hoje à noite
c) ontem à noite
d) pela noite

26
Ensino Médio
- Leia atentamente o enunciado das questões para saber o que
8) No puedo hospedarme aquí, este hotel es pede e identificar “pegadinhas”, especialmente as que conte-
____________ caro. nham palabras como “incorreto”, “somente”, “apenas” e “ex-
El accidente fue___________ peor que yo pensaba. ceto”, que podem confundir você sobre o que a pergunta está
pedindo. Em uma mesma prova, temos questões com “É cor-
¿Qué alternativa rellena, respectivamente, los espacios reto afirmar...” e “NÃO é correto afirmar...”, por exemplo.
e las frases arriba?
- O texto é do autor e você deve interpretá- lo conforme
a) muy - mucho as ideias dele e não as que você formulou a partir da leitura.
b) mucho - muy Por isto, não considere seus conhecimentos prévios a respeito
c) muy - muy doassunto do texto, pois eles podem ultrapassar o que está es-
d) mucho - mucho crito pelo autor.

9) Todas las alternativas pueden ser completadas con - O contexto é soberano quanto ao significado da palavra, por-
el adverbio muy, excepto: tanto analisá-lo é fundamental antes de marcar a resposta sobre
uma questão de vocabulário. Não“empaque”, se a palavra for
a) Mi prueba estaba_______________fácil. difícil, tente retirar seu significado do contexto na leitura geral
b) Alejandro está _______________ triste. do texto.
c) Ella es______________más inteligente que yo.
d) Este camino es____________peligroso - As conjunções são palavras importantes na prova, pois dão-
nexo ao texto. Lembre-se das conjunções adversativas pero
10) Todas las alternativas pueden ser completadas con (significa: mas), sin embargo (significa: no entanto) e sino
el adverbio mucho, excepto: (significa: mas sim) - que introduzem uma ideia de oposição.
Também é interessante recordar as conjunções mientras (sig-
a) Ayer estaba enferma, hoy estoy mejor. nifica: enquanto) - que dá uma ideia de simultaniedade – e aun-
b) Todos mis alumnos son dedicados. que (significa: embora) – que dá uma ideia de concessão.
c) Nosotros llegamos _______antes a la reunión.
d) Mi responsabilidad es mayor que la tuya. - Cuidado com os falsos amigos. Palavras heterosemânticas
que são semelhantes no português e no espanhol, mas com
GABARITO significados totalmente diferentes, como pelado (significa: ca-
reca), exquisito (significa: gostoso), largo (significa: compri-
1) D 2) A 3) D 4) C 5) D do), crianza (significa: criação), etc.
6) 7) C 8) 9) C 10) B
Ejercicios

Espanhol - Módulo 4 Texto 1


El día de los muertos
LECTURA E INTERPRETACIÓN DE TEXTOS EN Los días uno y dos de noviembre se celebra en México
LENGUA ESPAÑOLA la fiesta de los muertos, una delas más importantes del
año. Curiosamente, no son unos días tristes,sino muy
Dicas de Interpretação Textual alegres. Ello debido a la especial relación que el mexi-
cano tiene conla muerte, una relación natural en la que
- É importante entender que um texto é um conjunto de enun- la idea de la muerte no causa el miedo que produce
ciados inter-relacionados formando um todo significativo. Um enotros países. En muchos lugares de México, esos días
texto sempre supõe um leitor/ouvinte para que seu objetivo los muertos reciben la bienvenida al mundo de los vi-
principal – a comunicação – seja estabelecido. Seja um texto vos y muchos familiares van a los cementerios a comer
oral, escrito ou visual, a nocão de sentido só poderá ser deter- y a llevar a los muertos las cosas que más les gustaban
minada pela interação entre autor-texto-leitor. cuando estaban vivos. Hay personas que incluso orga-
nizan conciertos ante la tumba. Y en las casas se hacen
- Para desenvolver sua capacidade de interpretação, ser um altares en torno al retrato del difunto.
bom leitor é fundamental. Ler notícias no idioma e conhecer La flor típica de esa fiesta es la caléndula, que según
um pouco de literatura e cultura hispana, em geral, lhe dará los mexicanos provoca la alegría de los muertos. No
mais conhecimento sobre os assuntos que poderão ser aborda- son pocas las personas que las utilizan para hacer un
dos nas provas, uma vez que a maioria dos textos explorados é camino desde la tumba hasta sus casas. También son
retiradode jornais, revistas e internet. típicas las calacas, cráneos de azúcar o chocolate, muy
decorados, que se regalan y llevan el nombre de la per-
- Analise o título e/ou subtítulo (se houver); ele apresenta o sona a la que van destinados. Esos días podemos ver,
objetivo ou tema central do texto. Leve em consideração ainda además, figuras de papel, cartón, azúcar, etcétera, que
o tipo de texto que se está lendo. A maioria dos textos das representan a los muertos realizando actividades de la
provas é informativo, a intenção é informar sobre alguma coi- vida cotidiana: hablan por teléfono, viajan, venden co-
sa, instigando o leitor a pensar sobre o assunto. Mas, também, sas…
pode aparecer texto narrativo, aquele que conta uma história e
apresenta sempre enredo, persoangens enarrador.

27
Ensino Médio
01. Los dos primeros días de noviembre, muchos me- Texto 2
xicanos están muy: Cuba

a) preocupados Cuba, situada en pleno corazón del Caribe, es una isla


b) tristes paradisíaca, un Edén, donde la tranquilidad es la nota
c) contentos dominante y la alegría de sus gentes contagia al visi-
d) aburridos tante, quien es recibido como si fuese un hermano. Su
eterno y cálido sol; las transparentes y azuladas aguas
02. ¿Qué relación tiene el mexicano con la muerte? que bañan sus preciosas playas de finísima y dorada
arena, bordeadas de palmeras; paisajes maravillosas.
a) especial, igual a los otros países. Quienes deseen una estancia en las playas, pueden
b) de miedo, diferente de los otros países. hacerlo en la playa de Varadero, “obra maestra de la
c) natural, sin el miedo que la muerte produce en otros naturaleza”.
países. En la Habana, capital de Cuba, hay preciosos museos,
d) de tristeza, igual a todos los otros países. como el de Hemingway, Artes Decorativas, Museo Na-
cional, Museo de la Revolución, etc. Los teatros son
03. La conjunción sino, que aparece en el texto, tiene otro centro de atracción. Y la amplia red de restau-
como traducción para el portugués: rantes de Cuba forma una rut agastronómica, perfecta
para el más exigente turista.
a) mas También se puede conocer las haciendas de tabacos
b) porém y las fábricas de elaboración o llegar hasta una aldea
c) noentanto aborigen, en la Península de Zapata, y recorrer una
d) mas sim gran extensión dedicada a la crianza de cocodrilos.
Pero, sobretodo, la tradicional hospitalidad cubana, es
04. ¿Para qué los mexicanos usan la flor típica de la lo que quedará imborrable en el grato recuerdo de su
fiesta de los muertos? estancia en Cuba, que es conocida como la PERLA DEL
CARIBE.
a) para dejar la fiesta triste.
b) para hacer un camino desde la tumba hasta sus ca- 01. La alternativa que no spresenta una síntesis de las
sas. ideas del textoes:
c) para poner en torno del retrato del difunto y llorar.
d) para llevar al cementerios y poner en la tumbra del a) propaganda de los restaurantes y comidas típicas
difunto. del país.
b) descripción de las playas de la isla.
05. ¿Para qué los mexicanos hacen las calacas? c) alerta al visitante sobre los peligros en la isla.
d) datos sobre sitios interesantes de Cuba.
a) regalar a una persona para comer.
b) beber con los familiares del muerto. 02. El texto nos segura que, al salir de Cuba, recorda-
c) dejar los muertos tristes. remos siempre:
d) representar a los muertos haciendo actividades de la
vida cotidiana. a) la hospitalidad de su pueblo
b) las fábricas de elaboración de tabaco
c) la alegría de sugente
d) la belleza de sus áureas playas

03. La mejor traducción del segmento “una gran ex-


tensión dedicada a la crianza de cocodrilos” es “uma
grande extensão...

a) reservada as crianças para observar os crocodilos


b) ocupada pelos filhotes de crocodilos
c) destinada a criação de crocodilos
d) utilizada para o estudo de crocodilos

04. El texto sobre Cuba es del tipo:

a) narrativo
b) informativo
c) disertativo
d) argumentativo

28
Ensino Médio
05. En el último párrafo del texto, aparece la conjunci- 04. ¿Cuál la traducción, para el portugués, de la con-
ón pero. ¿Cuál es su traducción para el portugués? junción aunque que aparece en el penúlitmo parráfo
del texto?
a) enquanto
b) mas a) enquanto
c) noentanto b) mas sim
d) mas sim c) noentanto
d) embora
Texto 3
Dos Guaguas 05. El texto es deltipo:

Sabemos que el español es hablado en muchos países a) narrativo


y, como mucha gente lo habla, es normal que una pala- b) informativo
bra tenga significados diferentes. Una de esas palabras c) disertativo
es guagua. En Chile, guagua es un niño pequeño, pero d) argumentativo
en Cuba una guagua es un ómnibus. Hay una historia
muy divertida sobre la guagua.
Una joven cubana que vivía en los Estados Unidos que- GABARITO
ría casarse a todo costo. En una fiesta conoció a un
chileno de mediana edad, pelado, gordo, pequeño y Texto 1
con un gran bigote. 1) C 2) C 3) D 4) B 5) A
Algunos días más tarde el chileno se le declaró: Texto 2
- Necesito decirle la verdad: soy viudo. Lo único que- 1) D 2) A 3) C 4) B 5) B
tengo son dos guaguas que me dejó mi mujer al morir
y me gustaría que tú cuidaras de ellas. Quiero que te Texto 3
cases conmigo. 1) C 2) A 3) B 4) D 5) A
La cubana pensó que aunque no fuera muy guapo, te-
nía dinero. Aceptó el pedido del chileno, pero algunos
días después, muy curiosa, le preguntó a su novio si él
tenía alguna foto de las guaguas.
Al mostrarle el chileno la foto de sus dos hijitas, la
cubana por poco no se desmaya. Por supuesto, el ma-
trimonio no ocurrió.

01. La principal idea del texto es enseñar que:

a) una palabra nunca tendrá significados diferentes.


b) el español es hablado en pocos países.
c) por ser el español hablado en muchos países, hay
palabras con significados diferentes.
d) el inglés es más importante que el español.

02. Según el texto, es correcto afirmar que:

a) la joven cubana y el chileno no se casaron.


b) la joven cubana era viuda.
c) la joven chilena no aceptó el pedido de casamiento
del cubano.
d) el chileno era separado.

03. Según el texto, es incorrecto afirmar que:

e) la joven cubana vivía en los Estados Unidos.


f) hubo casamiento entre la cubana y el chileno.
g) la joven cubana y el chileno se conocieron en una
fiesta en los Estados Unidos.
h) la joven cubana quería casarse con el chileno por in-
terés financiero.

29
Filosofia
Elaborado Por: Professora Maria Isabel Ribeiro Fazio

MÓDULO 3.......................................................... 31
A razão e a verdade
MÓDULO 4.......................................................... 34
O conhecimento, a ética e a política
Ensino Médio
Filosofia - Módulo 3 uma verdade, de um objeto, de um fato. A intuição pode ser de
dois tipos: intuição sensível ou empírica e intuição intelectual.
A Razão e a verdade ► Realismo: Chama-se realismo a posição filosófica que afir-
ma a existência objetiva ou em si da realidade externa como
Sabendo que a Filosofia se realiza como conhecimento racio- uma realidade racional em si e por si mesma e, portanto, que
nal da realidade natural e cultural, das coisas e dos seres afirma a existência da razão objetiva.
humanos, dizemos que ela confia na razão e que, hoje, ela tam- ► Idealismo: Idealismo é a posição filosófica que estabelece
bém desconfia da razão. uma diferença entre a realidade e o conhecimentor acional que
Em nosso dia-a-dia usamos a palavra razão em muitos senti- temos dela. Baseado na existência da razão subjetiva, o idea-
dos. Dizemos, por exemplo, “Eu estou com a razão” ou “Ele lismo afirma que, embora a realidade externa exista em si e
não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de por si mesma, só podemos conhecê-la tal como nossas ideias
alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Tam- a formulam e a organiza, e não como ela seria em si mesma.
bém dizemos que, num momento de fúria ou desespero, “Al-
guém perde a razão”, como se a razão fosse alguma coisa que Razão Inata ou Adquirida
se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na
frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão.”. O inatíssimo afirma que, ao nascermos, trazemos em nossa in-
Falamos também frases “se você me disser suas razões, sou teligência não só os princípios racionais, mas também algumas
capaz de fazer o que você me pede”, querendo dizer com isso ideias verdadeiras–as ideias inatas. Segundo Descartes, elas são
que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou as ideias concebida sem razão da própria natureza do espírito,
fazer alguma coisa. aquelas que trazemos por natureza, que são congênitas a nós.
Fazemos perguntas como: “Qual a razão disso?” querendo sa- A própria razão (isto é, os conhecimentos sobre a realidade e
ber a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece ser o homem) pode mudar o conteúdo de ideias que foram consi-
alguma propriedade que as próprias coisas teriam, já que teriam deradas universais e verdadeiras (é o caso da ideia platônica de
uma causa. justiça); a própria razão (os procedimentos de raciocínio) pode
Assim, usamos a razão para nos referirmos a motivos de al- provar que ideias consideradas racionais podem, na realidade,
guém e também para nos referirmos a causas de alguma coisa, ser falsas (é o caso de várias ideias da física cartesiana).
de modo que tanto nós, quanto as coisas parecem ser dotadas O empirismo, ao contrário do inatíssimo, afirma que a razão,
de razão, mas em sentido diferente. com seus princípios, procedimentos e ideias, é adquirida por
Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos dife- nós pela experiência. As impossibilidades sobre o conheci-
rentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo, causa. E mento objetivo da realidade, pois, se as ciências são ape-
todos esses sentidos encontram-se presentes quando a filosofia nas hábitos psicológicos de associar percepções e ideias por
fala na razão. semelhança e diferença, bem como por contiguidade espacial
Por identificar razão e certeza, a filosofia afirma que a verdade ou sucessão temporal, então as ciências não possuem nenhu-
é racional; por identificar razão e lucidez, a filosofia chama nos- ma verdade não explicam nenhuma realidade, não alcançam os
sa razão de luz; por identificar razão e motivo, por considerar objetos,tais como são em si mesmos e tais como funcionam
que sempre agimos e falamos movidos por motivos, a filosofia ou operam realmente. Em outras palavras, os conhecimentos
afirma que somos seres racionais e que nossa vontade é racio- possuem objetividade, pois são apenas hábitos subjetivos.
nal; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade
opera de acordo com as relações causais, a filosofia afirma que A razão na filosofia contemporânea
a realidade é racional
A realidade, o mundo natural e cultural, os seres humanos, suas
Razão Objetiva e Subjetiva ações e obras têm sentido e esse sentido pode ser conhecido. A
atitude racional de conhecer a realidade não é senão o traba-
► Razão objetiva é a afirmação de que o objeto doconheci- lho do pensamento para aprender, compreender e interpretar o
mento ou a realidade é racional. sentido das coisas, dos fatos, das ideias, ações e valores huma-
nos. É esse ideal do conhecimento que é conservado quando
► Razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conheci- falamos em razão.
mento e da ação é racional. Podemos ainda dizer que, em cada época, os membros da so-
ciedade e da cultura ocidentais julgam a validade da própria
A Atividade racional razão como capaz ou incapaz de realizar o ideal do conheci-
mento. Esse julgamento pode ser realizado de duas maneiras.
► Razão discursiva: A razão discursiva ou o raciocínio é uma A primeira maneira ou o primeiro critério de avaliação da capa-
modalidade de conhecimento de uma realidade ou de um ob- cidade racional é o da coerência interna de um pensamento ou
jeto que se dá por meio de várias etapas sucessivas de conhe- de uma teoria. Ou seja, quando um pensamento ou uma teo-
cimento até conseguir captá-lo por um conceito ou definição. ria se propõem a oferecer um conhecimento, simultaneamente
► Razão intuitiva: Ao contrário da razão discursiva, a razão também oferecem os princípios, os conceitos e os procedimen-
intuitiva capta por inteiro e completamente o objeto, de uma tos que sustentam a explicação apresentada.
só vez. Trata-se, portanto, de uma visão direta e imediata do Quando não há compatibilidade entre a explicação e os
objeto do conhecimento, um contato direto e imediato com princípios, os conceitos e os procedimentos oferecidos, dize-
ele, sem necessidade de provas ou demonstrações para saber mos que não há coerência e que o pensamento ou a teoria não
o que conhece. são racionais. A razão é, assim, o critério de que dispomos para
► Intuição: A palavra intuição deriva de um verbo latino, a avaliação, o instrumento para julgar a validade de um pensa-
intuere, que significa “olhar atentamente, contemplar, ver clara- mento ou de uma teoria, julgando, ela mesma, sua coerência ou
mente”. A intuição e uma compreensão global e completa de incoerência.

31
Ensino Médio
A segunda maneira é diferente da anterior. Agora, pergunta-se não formule explicitamente tal saber, que há uma diferença en-
se um pensamento ou uma teoria contribuem ou não para que tre imaginação e percepção.
os seres humanos conheçam e compreendam as circunstâncias Por isso mesmo, a criança é muito sensível à mentira dos adul-
em que vivem, contribuem ou não para alterar situações que os tos, pois a mentira é diferente do “de mentira”, isto é, a mentira
seres humanos julgam inaceitáveis ou intoleráveis, contribuem é diferente da imaginação, e a criança se sente magoada, angus-
ou não para melhorar as condições em que os seres humanos tiada quando o adulto lhe diz uma mentira porque, ao fazê-lo,
vivem. ele quebra a relação de confiança e a segurança infantil.
Assim, a razão, além de ser o critério para avaliar os conhe- Assim, seja na criança, seja nos jovens, seja nos adultos, a busca
cimentos, é também um instrumento crítico para compreen- da verdade está sempre ligada a uma decepção, a uma desi-
dermos as circunstâncias em que vivemos, para mudá-las ou lusão, a uma dúvida, a uma perplexidade, a uma insegurança,
melhorá-las. A razão tem um potencial ativo ou transformador ou, então, a um espanto e uma admiração perante algo novo
e, por isso, continuamos a falar nela e a desejá-la. e insólito.
Uma dificuldade para fazer surgir o desejo da busca da verdade,
A verdade em nossa sociedade, vem da propaganda. A propaganda trata
todas as pessoas como crianças ingênuas e crédulas. O mundo
A verdade é a manifestação daquele que é realmente ou de que é sempre um mundo “de faz de conta”: nele a margarina fres-
existe realmente tal como se mostra ou se manifesta. ca faz a família bonita, alegre, unida e feliz; o automóvel faz
► Exemplo: moradores de rua dormindo embaixo de um via- o homem confiante, inteligente, belo, sedutor, bem- sucedido
duto. nos negócios, cheio de namoradas lindas; o desodorante faz a
moça atraente, bem empregada, bem vestida, com um belo
Ignorância, incerteza e insegurança apartamento e lindos namorados; o cigarro leva as pessoas para
belíssimas paisagens exóticas, cheias de aventura e de negócios
Ignorar é não saber alguma coisa. A ignorância pode ser tão coroados de sucesso que terminam com lindos jantares à luz
profunda que nem sequer percebemos, isto é, não sabemos que de velas.
não sabemos. Em geral, o estado de ignorância se mantém em Outro obstáculo para o desejo da busca da verdade vem da
nós enquanto as crenças e opiniões que possuímos se conser- atitude dos políticos nos quais as pessoas confiam, dando-lhes
vam eficazes e úteis, de modo que não temos nenhum motivo o voto e vendo-se, depois, ludibriadas. Em vista disso, a ten-
para duvidar delas. dência das pessoas é julgar que é impossível haver verdade na
A incerteza é diferente da ignorância por que, na incerteza, política. Muitos passam a desconfiar do valor e da necessidade
descobrimos que somos ignorantes, que nossas crenças e opi- da democracia e, ao aceitarem “vender” seu voto por alguma
niões parecem não dar conta da realidade, que há falhas naquilo vantagem imediata e pessoal, caem na descrença e no ceticis-
que durante muito tempo nos serviu de referência para pensar mo.
e agir. Na incerteza não sabemos o que pensar o que dizer ou o Podemos, dessa maneira, distinguir dois tipos de busca da ver-
que fazer em certas ocasiões. Temos dúvidas, ficamos cheios de dade. O primeiro é o que nasce da decepção, da incerteza e da
perplexidade e somos tomados pela insegurança. insegurança e, por si mesmo, exige que saiamos de tal situação
Outras vezes estamos confiantes e seguros e, de repente, ve- readquirindo certezas. O segundo é o que nasce da deliberação
mos ou ouvimos alguma coisa que nos enche de espanto e de ou decisão de não aceitar as certezas e crenças estabelecidas,
admiração, e não sabemos o que pensar ou o que fazer com a de ir além delas e de encontrar explicações, interpretações e
novidade. significados para a realidade que nos cerca. Esse segundo tipo
O espanto e a admiração assim como, antes, a dúvida e a per- é a busca da verdade na atitude filosófica.
plexidade, nos fazem querer sair do estado de insegurança, ou
de encantamento, nos fazem perceber nossa ignorância e criam As concepções da verdade
o desejo de superar a incerteza. Quando isso acontece estamos
na busca da verdade. Nossa ideia da verdade foi construída ao longo dos séculos,
A dúvida, a decepção e o espanto podem despertar o desejo com base em três concepções diferentes, vindas da língua gre-
da verdade porque nos fazem querer saber o que não sabíamos, ga, da latina e da hebraica.
nos fazem querer sair da insegurança ou do encantamento, nos Em grego, verdade se diz alétheia, palavra composta do prefixo
fazem perceber a nossa ignorância, criando assim o desejo de a (que em grego indica “negação”) e de léthe (que significa “es-
superar a incerteza e a mentira e encontrar a verdade como quecimento”). Alétheia significa “o não esquecido” e, justamen-
algo novo. te por isso, como vimos, no Mito de Er, Platão fala da verdade
como o que é lembrado ou não esquecido.
Buscando a verdade Por extensão do sentido, alétheia também significa “o não es-
condido, não dissimulado”. Como não escondido, não dissi-
O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos e mulado, a verdade é o que vemos numa contemplação, o que se
se manifesta como desejo de confiar nas coisas e nas pessoas. manifesta ou se mostra aos olhos do corpo e do espírito.
Ao mesmo tempo, nossa vida cotidiana é feita de pequenas O que é manifestado ou mostrado? A verdade é a mani-
e grandes decepções. Quando uma criança ouve uma histó- festação daquilo que é realmente ou do que existe realmente tal
ria, inventa uma brincadeira, quando joga, vê um filme ou uma como se manifesta ou se mostra. O verdadeiro se opõe ao fal-
peça teatral, está sempre atenta para saber se “é de verdade ou so, pseudos, que é encoberto, o escondido, o dissimulado, o que
de mentira”, está sempre atenta para a diferença entre brincar, parece ser, mas não é, o que não é como parece. O verdadeiro é
jogar, fingir e faltar à confiança. o plenamente visível para a razão ou o evidente (pois a palavra
Quando uma criança brinca, joga e finge, está criando outro evidência significa “visão completa e total de alguma coisa”).
mundo, mais rico e mais belo, mais cheio de possibilidades e Assim, a verdade é uma auto manifestação da realidade ou a
invenções do que o mundo onde vive. Mas sabe, mesmo que manifestação dos seres à visão intelectual dos humanos. Ela é

32
Ensino Médio
uma qualidade das próprias coisas (o manifestar-se ou mostrar- No grande Racionalismo do século XVII, a verdade é conheci-
-se a si mesmas), e o verdadeiro está nas próprias coisas, quan- da por evidência; se exprime no juízo quando nele a ideia está
do o que elas manifestam é sua realidade própria. Conhecer é em conformidade com o ser das coisas ou com os fatos; por
ver e dizer a verdade que está na própria realidade e, portanto, referir-se à essência das coisas dos seres, é sempre universal e
a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto necessária.
a falsidade depende de que ela se esconda ou se dissimule em
aparências. Por isso, na concepção grega, o verdadeiro é o ser Juízo analítico e sintético
(o que algo realmente é) e o falso é o parecer (o que algo apa-
renta sere não é). Um juízo é analítico quando o predicado ou os predicados do
Em latim, verdade se diz veritas e se refere à precisão, ao rigor enunciado nada mais são do que a explicitação do conteúdo
e à exatidão de um relato, no qual se diz com detalhes, por me- do sujeito do enunciado. Podemos dizer que o predicado é
nores e fidelidade o que realmente aconteceu. um sinônimo do sujeito ou que ele analisa o conteúdo do sujei-
Verdadeiro se refere, portanto, à linguagem como narrativa de to. Para Kant, o juízo analítico é explicativo, pois nada exprime
fatos acontecidos, refere-se a enunciados que dizem fielmente no predicado, que já não tenha sido pensado no conceito do
as coisas tal como foram ou aconteceram. Um relato é veraz sujeito. Um juízo é sintético quando o predicado oferece in-
ou dotado de veracidade quando a linguagem enuncia os fa- formações novas sobre o sujeito, isto é, formula uma síntese
tos reais. A verdade depende, de um lado, da veracidade, da entre um predicado e um sujeito. Para Kant, o juízo sintético é
memória e da acuidade mental de quem fala e, de outro, de ampliativo, pois aumenta nosso conhecimento.
que o enunciado corresponda aos fatos acontecidos. A verdade De acordo com a definição de Kant, um juízo sintético jamais
não se refere às próprias coisas e aos próprios fatos (como na poderia pretender ser verdadeiro de modo universal e neces-
alétheia), mas ao relato e ao enunciado, à linguagem. Seu oposto, sário porque dependeria da experiência variável de cada um
portanto, não é a aparência (como na concepção grega), e sim de nós, e não é, portanto, necessário nem verdadeiro. Daí a
a mentira ou a falsificação. As coisas e os fatos ou são reais ou introdução da ideia de juízo sintéticos a priori, isto é, de juízos
imaginários; os relatos e enunciados sobre eles é que são ver- sintéticos nos quais a síntese do sujeito e do predicado depende
dadeiros ou falsos. da estrutura universal e necessária de nossa razão, e não da va-
Em hebraico, verdade se diz emunah e significa “confiança”. riabilidade individual de nossas experiências. Para Kant, os juí-
Agora são as pessoas e Deus quem são verdadeiros. Um Deus zos sintéticos a priori exprimem o modo como necessariamente
verdadeiro ou amigo verdadeiro são aqueles que cumprem o nosso pensamento relaciona e conhece a realidade.
que prometem, são fiéis à palavra dada ou a um pacto feito;
enfim, não traem a confiança. A verdade se relaciona com a Concepção pragmática da verdade
presença de alguém (Deus ou humano) e com a espera de que
aquilo que foi prometido ou pactuado vai cumprir-se ou acon- O pragmatismo concorda com a concepção que o empirismo
tecer. Emunah é uma palavra de mesma origem que “amém” tem da verdade, isto é, que a verdade é sempre verdade de fato
e significa “assim seja”. A verdade é uma crença fundada na e é obtida por indução e por experimentação. Mas, além disso,
esperança e na confiança em uma promessa, e refere-se ao fu- o pragmatismo acrescenta que a eficácia e a utilidade são crité-
turo, ao que será ou virá. Sua forma mais elevada é a revelação rios de verdade. Dessa forma, um conhecimento é verdadeiro
divina, e sua expressão mais perfeita é a profecia. não só quando explica alguma coisa ou algum fato, mas sobre-
Alétheia se refere ao que as coisas são (isto é, o que elas tudo quando permite obter consequências práticas e aplicáveis.
sempre foram e sempre serão tal como se manifestam agora ao
nosso espírito); veritas se refere aos fatos que foram (os acon- Mudanças na concepção da verdade em decorrência
tecimentos que realmente se deram tais como são relatados); de mudanças sociais e históricas
emunah se refere às ações e coisas que serão (isto é, ao que virá
a ser ou a acontecer porque assim foi prometido). A nossa con- À medida que historicamente a sociedade muda, muda tam-
cepção de verdade é uma síntese dessas três fontes e por isso se
bém à concepção de verdade. Dessa forma, na Antiguidade
refere à percepção das coisas reais (como na alétheia), à lingua-
era impensada a ideia pragmática de verdade, que é baseada
gem que relata fatos passados (como na veritas) e à expectativana utilidade e eficácia prática, pois o trabalho era atribuição
de coisas futuras (como na emunah). Ou seja, nossa concepção somente dos escravos, e a busca da verdade era considerada
da verdade abrange o que é (a realidade), o que foi (os acon- a realização superior do espírito humano, portanto, desligada
tecimentos passados) e o que será (as ações e acontecimentos do trabalho e das técnicas. Porém, com a substituição do traba-
futuros). Refere-se, portanto, à própria realidade (como na alé-
lho escravo pelo trabalho assalariado devido ao surgimento do
theia), à linguagem (como na veritas) e à confiança - esperançacapitalismo e, consequentemente, do ideal da produtividade, a
(como nae munah). verdade tenderá a ser aceita como utilidade e eficácia, ou seja,
Palavras como “averiguar” e “verificar” indicam buscar a ver- como algo que tem uso prático e verificável.
dade;“veredicto”é pronunciar um julgamento verdadeiro, dizer As mudanças das perspectivas filosóficas também influenciam
um juízo veraz; “verossímil” e “verossimilhante” significam serna mudança da concepção de verdade. Se, nas perspectivas rea-
parecido com a verdade, ter traços semelhantes aos de algo lista e idealista, a verdade era concebida como correspondência
verdadeiro. entre coisa e ideia, cada uma à sua maneira, com a perspecti-
va da filosofia analítica, ao contrário, a concepção da verdade
Teoria pragmática como coerência interna articula-se à crítica do realismo em fi-
losofia e da suposição, nas ciências, de que o conhecimento
A concepção de verdade para a teoria pragmática baseia-se na científico se baseia na observação dos fatos, pois as ciências
verificabilidade dos resultados das ações e na eficácia de sua constroem seus objetos instituindo linguagens coerentes para
aplicação. Nesse caso, o conhecimento verdadeiro se define eles.
por um critério que não é teórico, e sim prático.

33
Ensino Médio
Exercícios 09. “Um conhecimento é verdadeiro quando explica
alguma coisa e permite obter consequências práticas
01. A Filosofia serealiza: e aplicáveis”

a) como conhecimento formal da realidade. a) Esta é uma definição:


b) como conhecimento informal da realidade. b) da concepção idealista da verdade.
c) como conhecimento racional da realidade. c) da concepção analítica da verdade.
d) como conhecimento social da realidade. d) da concepção racional da verdade.
e) da concepção pragmática da verdade.
02. Ao dizer que a razão desconhece “as razões do co-
ração”, Pascal está afirmando: 10. A partir do capitalismo a verdade passou a ser en-
tendida como:
a) a razão interfere nos sentimentos.
b) a consciência intelectual e moral é diferente nas pai- a) parte integrante do cotidiano.
xões. b) algo inaceitável.
c) a consciência intelectual é igual aos sentimentos. c) algo que tem uso prático e verificável.
d) a razão independe do coração. d) parte integrante dos grandes negócios.

03. Quando afirmamos que o sujeito do conhecimento


e da ação é racional, estamos falando de: GABARITO
a) razão subjetiva. 1) C 2) B 3) A 4) C 5) B

b) razão objetiva. 6) D 7) C 8) A 9) D 10) C


c) razão consciente.
d) razão inconsciente. Filosofia - Módulo 4
04. A compreensão completa de uma verdade, de um O conhecimento, a ética e a política
fato é o conceito de:
O conhecimento
a) razão.
b) percepção. “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substân-
c) intuição. cia que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma,
d) contradição. que nega, que quer, que não quer; que imagina e que sente.”
Descartes
05. A posição filosófica que afirma a existência da ra-
zão objetiva é: A teoria do conhecimento pode ser definida como a investiga-
ção acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Nes-
a) a intuição. te sentido, podemos dizer que existem tantas teorias do conhe-
b) o realismo. cimento quantos foram os filósofos que se preocupavam com
c) o idealismo. o problema, pois é impossível constatar uma coincidência total
d) a contradição. de concepções mesmo entre os filósofos que, habitualmente,
são classificados dentro de uma mesma escola ou corrente.
06. A dúvida, a decepção e o espanto, podem desper- Dentre as primeiras questões tematizadas na teoria do conhe-
tar: cimento podemos citar: as fontes primeiras de todo conheci-
mento ou ponto de partida; o processo que faz com que os
a) a explicitação da mentira. dados se transformem em juízos ou afirmações acerca de algo;
b) a busca da razão. a maneira como é considerada a atividade do sujeito frente
c) a conclusão do raciocínio. ao objeto a ser conhecido; o âmbito do que pode ser conhecido
d) o desejo da verdade. segundo as regras de verdade, etc.
Cada teoria do conhecimento constitui, portanto, uma reflexão
07. As concepções da verdade se originaram no: filosófica com o objetivo de investigar as origens, as possi-
bilidades, os fundamentos, a extensão e o valor do conhe-
a) português, grego e latim. cimento.
b) latim, português e grego. Foi somente a partir da Idade Moderna que a teoria do conhe-
c) grego, latim e hebraico. cimento passou a ser tratada como uma das disciplinas centrais
d) grego, latim e português. da filosofia. Assim, de acordo com a noção representacionista
do conhecimento, quando conhecemos, por exemplo, um
08. Exprimem o modo do nosso pensamento se rela- pássaro, formamos uma representação, uma “imagem adequa-
cionar e são conhecedores da realidade: da” desse pássaro em nossa mente.
Outra noção importante é a de que, no processo de conheci-
a) juízo sintético a priori. mento, sempre existiria a relação entre dois elementos básicos:
b) juízo sintético. - um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente);
c) juízo analítico. - um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fe-
d) juízo de fato. nômenos).

34
Ensino Médio
Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir aprender o ob- A ética é o estudo geral do que é bom e mau; correto ou incor-
jeto, isto é, conseguir representá-lo mentalmente. reto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objeti-
Dependendo da corrente filosófica, será dada, no processo de vos da ética é a busca de justificativas para as regras propostas
conhecimento, maior importância ao sujeito (é o caso do ide- pela moral e pelo direito. Ela é diferente de ambos – moral e
alismo) ou ao do objeto (é o caso do realismo ou materialis- direito – pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação
mo). humana é que caracteriza a ética.
No nosso dia a dia, encontramo-nos frequentemente diante de
As fontes do conhecimento: não há dúvidas de que situações nas quais a nossa decisão depende daquilo que con-
todo o nosso conhecimento começa com a experiência sideramos bom, justo ou moralmente correto. Toda vez que
(...) Mas embora todo o nosso conhecimento comece isso ocorre, estamos diante de uma decisão que envolve um
com a experiência, nem por isso todo ele se origina julgamento moral, a partir do qual vamos orientar nossa ação.
justamente da experiência. Pois poderia bem acontecer Como afirmou Aristóteles: “A característica do homem em compa-
que mesmo o nosso conhecimento de experiência seja ração com os outros animais é que somente ele tem o sentido do bem e do
um composto daquilo que recebemos por impressões e mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais”. Assim, o ser
daquilo que a nossa própria faculdade de conhecimen- humano age no mundo de acordo com valores. Isso significa
to (apenas provocada por impressões sensíveis) fornece que as coisas e as ações que realizam podem ser hierarquizadas
de si mesma, cujo acréscimo não distinguimos daque- de acordo com as noções de bem e de justo compartilhadas
la matéria-prima antes de um longo exercício que nos por um grupo de pessoas, em um determinado momento. Em
tenha chamado atenção para ele e nos tenha tornado outras palavras, o homem é um ser moral: um ser que avalia
aptos a abstraí-lo. sua conduta a partir de valores morais.
Os conhecimentos a priori e a posteriori: portanto, é A palavra moral vem do latim mosmor-, “costumes”, e refere-
uma questão que requer pelo menos uma investigação -se ao conjunto de normas que orientam o comportamento
mais pormenorizada e que não pode ser logo despa- humano tendo como base os valores próprios a uma dada
chada devido aos ares que ostenta, a saber, se há um tal comunidade ou cultura.
conhecimento independente da experiência e mesmo
de todas as impressões dos sentidos. Tais conhecimen- Pertencem ao vasto campo da moral a reflexão sobre questões
tos denominam- se a priori e distinguem-se dos empí- fundamentais, como:
ricos, que possuem suas fontes a posteriori, ou seja, na - O que devo fazer para ser justo?
experiência. - Quais valores devo escolher para guiar minha vida?
(...) por conhecimento a priori entenderemos não os - Há uma hierarquia de valores que deve ser seguida?
que ocorrem independentemente desta ou daquela ex- - Que tipo de ser humano devo ser nas minhas relações comigo
periência, mas absolutamente independente de toda ex- mesmo, com meus semelhantes e com a natureza?
periência. Opõem-se os conhecimentos empíricos ou - Que tipo de atitudes devo praticar como pessoa e como ci-
aqueles que são possíveis apenas a posteriori, isto é, por dadão?
experiência.
Immanuel Kant. Citação da razão pura, Introdução. A palavra ética, por sua vez, vem do grego ethikos, “modo
(intertítulos criados pelo Autor) de ser”, “comportamento”, e se aplica à disciplina filosófi-
ca que investiga os sistemas morais elaborados pelos ho-
Verdades de fé e verdades de razão mens, buscando compreender a fundamentação das normas
e proibições (interdições) próprias a cada um e explicar seus
De acordo com a perspectiva cristã, as verdades da fé são reve- pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a
ladas por Deus, iluminam o intelecto humano e guiam a vonta- existência humana que os sustentam.
de humana, permitindo à razão o conhecimento do que está Nesse sentido, a ética é uma disciplina teórica sobre uma prá-
ao seu alcance. As verdades da razão são caracterizadas pelo tica humana, que é o comportamento moral. No entanto, as
erro e pela ilusão e, portanto, são subordinadas às verdades da reflexões éticas não se restringem apenas à busca de conheci-
fé, mesmo que não dependam da fé. mento teórico sobre os valores humanos, cuja origem e desen-
volvimento levam a questões de caráter sociológico, antropo-
Como o conhecimento verdadeiro é possível? lógico, religioso, etc.
Como filosofia prática, isto é, disciplina teórica com preocu-
Para os modernos, o desafio consiste no esclarecimento de pações práticas, a ética orienta-se pelo desejo de unir o saber
como podemos compreender e explicar o que se passa ver-
dadeiramente na realidade, devido à dificuldade de se chegar à ao fazer, isto é, busca aplicar o conhecimento sobre o ser para
verdade nos termos em que ela era considerada, ou seja, ver- construir aquilo que deve ser. E, para isso, é indispensável boa
dade de fé, que depende da revelação divina e só é conhecida parcela de conhecimento teórico.
pela fé, pois nossa razão não pode entender, e verdade de razão,
que também não podemos conhecer, visto que nosso intelecto Moral e direito
limitado foi pervertido pela nossa vontade pecadora.
Se a moral é o conjunto de normas de conduta de uma socie-
Ética dade, qual a diferença entre normas morais e normas jurídicas?
As normas morais e as normas jurídicas são estabelecidas pelos
“O homem é uma interseção entre dois mundos:o real e o ideal. Pela li- membros da sociedade e ambas se destinam a regulamentar as
berdade humana, os valores do mundo ideal podem atuar sobre o mundo relações nesse grupo de pessoas. Há, então, vários aspectos
real.” comuns entre normas morais e jurídicas.
Nicolai Hartmann

35
Ensino Médio
Por exemplo: Naturalização da vida moral
- apresentam-se como imperativos, ou seja, normas que de-
vem ser seguidas por todos; A naturalização da vida moral ocorre quando não notamos a
- buscam propor, através de normas, uma melhor convivência origem cultural dos valores morais, do senso moral e da cons-
entre os indivíduos; ciência moral por que somos educados para eles e neles como
- orientam-se pelos valores culturais próprios de uma deter- se fossem naturais ou fáticos, existentes em si e por si mesmos.
minada sociedade; Isso acontece porque, para garantir a manutenção dos padrões
- têm um caráter histórico, isto é, mudam de acordo com as morais através do tempo e sua continuidade de geração a gera-
transformações histórico- culturais. ção, as sociedades tendem a naturalizá-los, isto é, a fazer com
que sejam seguidos e respeitados como se fossem uma segunda
No entanto, a despeito dessas semelhanças, há diferenças fun- natureza.
damentais entre a moral e o direito:
- as normas são cumpridas a partir da convicção pessoal de A respeito da violência
cada sujeito, enquanto as normas jurídicas devem ser cumpri-
das sob pena de punição do Estado em caso de desobediência. Fundamentalmente, a violência é percebida como exercício da
- a punição, no campo do direito, está prevista na legislação, força física e do constrangimento psíquico para obrigar alguém
ao passo que, no campo da moral, a sanção eventual pode va- a agir de modo contrário a sua natureza e ao seu ser ou contra
riar bastante, pois depende fundamentalmente da consciência sua própria vontade. Por meio da força e da coação psíquica,
moral do sujeito que infringe anormal; obriga-se alguém a fazer algo contrário a si, aos seus interesses
- a esfera moral é mais ampla, atingindo diversos aspectos da e desejos, ao seu corpo e a sua consciência, causando-lhe danos
vida humana, enquanto a esfera do direito se restringe a ques- profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a autoa-
tões específicas nascidas da interferência de condutas sociais. gressão ou a agressão aos outros.
O direito costuma ser regido pelo seguinte princípio: tudo é Em nossa cultura e sociedade, a violência é entendida como
permitido que se faça, exceto aquilo que a lei expressamente violação da integridade física e psíquica de alguém, sua dig-
proíbe; nidade humana (tortura, estupro, calúnia, etc.); também consi-
- a moral não se traduz em um código formal, enquanto o di- deramos violência a profanação das coisas sagradas, como a
reito sim; invasão e roubo de igrejas, destruição de imagens sagradas, etc.
- o direito mantém uma relação estreita como Estado, enquan- Da mesma maneira, é violência a discriminação social e política
to a moral não apresenta essa vinculação. de pessoas por suas condições étnicas, crenças religiosas, con-
De todas essas diferenças, talvez uma mereça maior destaque: vicções políticas e preferências sexuais, seja por meio de prisão,
a coercibilidade, da norma jurídica, que conta com a força e seja por tortura, seja por morte.
a repressão potencial do Estado (através da Justiça e da Polícia)
para ser obedecida pelas pessoas. Já a norma moral não é sus- Passividade e atividade
tentada pela coerção do Estado, isso implica que ela depende,
de certo modo, da aceitação de cada indivíduo para ser cumpri- Passivo é o sujeito moral heterônomo, isto é, aquele que se dei-
da. Por isso, a norma moral costuma ser vinculada por alguns xa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões,
filósofos, à ideia de liberdade. pelas circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia,
pelo medo dos outros, pela vontade de um outro, e não exerce
Senso moral e consciência moral sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
Ao contrário, é ativo ou virtuoso o sujeito moral autônomo,
O senso e a consciência morais têm como pressuposto funda- isto é, aquele que controla interiormente seus impulsos, suas
mental a ideia de liberdade, porque dependem exclusivamente inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os
de nós mesmos, nascem de nossa capacidade de avaliar e deci- outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos, indaga
dir por nós mesmos, e não porque somos levados por outros se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por
ou obrigados por eles. outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua ca-
pacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta
Juízo de fato sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos
outros sem se subordinar nem se submeter cegamente a eles,
Juízos de fato são aqueles que dizem que algo é ou existe e responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a
que dizem o que as coisas são, como são e porque são. Por violência contra si e contra os outros.
exemplo, “está chovendo”, “estou com fome”, “crianças estão
brincando”. Virtude: liberdade com responsabilidade.
Juízo de valor Outra característica da consciência moral é a de que ela, geral-
mente, nos fala como uma voz interior que nos inclina para o
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, caminho da virtude.
acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e A palavra virtude deriva do latim vitus, “força ou qualidade
decisões, como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis. Não essencial”, e significa, no contexto da moral, a qualidade ou a
se limitam a dizer que algo é ou r como algo é, mas se referem ação que dignifica o homem. E qual é essa qualidade ou ação?
ao que algo deve ser. Por exemplo,“a chuva é boa para as plan- Há muitas interpretações sobre esse tema, mas podemos dizer,
tas”, “comer demais faz mal”, “crianças estão brincando com basicamente, que é a prática constante do bem, corresponden-
coisa séria”. do ao uso da liberdade com responsabilidade moral. Assim,
são consideradas virtudes a polidez, a fidelidade, a prudência, a
justiça, a coragem e a generosidade.

36
Ensino Médio
A ideia de virtude se opõe a de vício, que consiste na prática bora considerem a forma mais alta de vida a do sábio contem-
do mal, correspondendo ao uso da liberdade sem responsa- plativo, isto é, do filósofo, afirmam que, para os não filósofos,
bilidade moral. Assim, são considerados vícios a violência, a a vida superior só existe na Cidade justa e, por isso mesmo, o
infidelidade, a insensatez, a injustiça, a covardia, a mesquinhez, filósofo deve oferecer os conceitos verdadeiros que auxiliem na
entre outros. formulação da melhor política para a Cidade.
Analisando essa relação entre responsabilidade e virtude, Erich Política e Filosofia nasceram na mesma época. Por serem con-
Fromm concluiu que a responsabilidade primordial do ser hu- temporâneas, diz-se que “a Filosofia é filha da polis e muitos
mano está relacionada com a própria condição humana, isto é, dos primeiros filósofos (os chamados pré-socráticos) foram
com a realização de suas potencialidades. chefes políticos e legisladores de suas cidades. Por sua origem,
a Filosofia não cessou de refletir sobre o fenômeno político,
“O bem é a afirmação da vida, o desenvolvimento das capacidades elaborando teorias para explicar sua origem, sua finalidade e
do homem. A virtude consiste em assumir a responsabilidade por suas formas. A esses filósofos devemos a distinção entre poder
sua própria existência. O mal constitui na mutilação das capaci- despótico e poder político.
dades do homem; o vício reside na irresponsabilidade perante a si Os gregos pregavam que a política é o remédio que a razão
mesmo.” encontra para a perda da felicidade da comunidade originária.
Fromm, Erich. E que a política resulta do desenvolvimento das técnicas e dos
costumes, sendo uma convenção humana. Sendo que a política
As virtudes são consideradas os fins da ação ética ou a define a própria essência do homem, e a Cidade é considerada
finalidade da vida moral. Independentemente do conteúdo e uma instituição natural.
da forma que cada cultura lhe dá, todas as culturas consideram
virtude algo que é o melhor como sentimento, como conduta A FILISOFIA E A DEMOCRACIA Entre os séculos VIII
e como ação. e V a.C., desenvolvem-se o esforço para a construção de uma socie-
dade justa e a busca de um processo de pensamento racional, livre
Filosofia política de preconceitos, que vão resultar na democracia e na filosofia. A
democracia grega, principalmente a de Atenas, é o resultado de su-
Filosofia política é o campo da investigação filosófica que se cessivas lutas: primeiro, ricos e comerciantes sem acesso ao poder
ocupa da política e das relações humanas consideradas em seu contra a aristocracia hereditária que o monopoliza; em seguida, as
sentido coletivo. duas camadas acima que já compartilham o poder contra as classes
Na Antiguidade grega e romana discutia-se os limites e as pos- mais pobres.
sibilidades de uma sociedade justa e ideal. Mas o que se tornou
célebre, por se tornar a teorização da prática política grega, A democracia representa um frágil e tenso equilíbrio entre as
em particular de Atenas, foi o tema do bem comum (Aristóte- várias camadas sociais que, apesar das divergências que as separam,
les), representado pelo homem político, compreendido como adquirem todo o direito de participação política.
o cidadão habitante da pólis, o homem politikós que opinando
e reunindo-se livremente na ágora, junto a seus pares, discute A filosofia atinge na Grécia o maior grau de elaboração quando a
e delibera acerca das leis e das estruturas da sociedade. O ho- democracia já havia entrado em decadência, por isso, ela mantém
mem político teria o seu espaço de atuação privilegiada na es- diante da democracia uma postura nem sempre favorável. Apesar
fera pública, no átrio, no senado, em oposição à esfera privada disso, uma e outra possuem raízes comuns: as condições históricas
dos indivíduos, representada pela casa, pelo lar,pelos negócios próprias do mundo grego.
domésticos. Já em Roma, Cícero teorizou a República como
espaço das liberdades cívicas, em que ocorre uma complemen- Fundamento da democracia grega: a ideia de que a soberania é
taridade entre os senadores e a plebe (tese retomada no século da lei – e não dos deuses ou de algum rei.
XVI por Maquiavel).
Desde fins da Idade Média, a Filosofia Política e os pensadores Na democracia, a lei tornou-se impessoal, como uma obra co-
tratam das mais variadas questões sobre a legitimação e a justi- letiva, resultado de uma decisão tomada por todos, reunidos
ficação do Estado e do governo: em assembleia pública.
- os limites e a organização do Estado
- frente ao individuo; “OS PODEROSOS TEM MEDO DO
- as relações gerais entre sociedade, Estado e moral; PENSAMENTO, POIS O PODER É
- as relações entre a economia e política; MAIS FORTE SE NINGUÉM
- o poder como constituidor do“indivíduo”; PENSAR”.
- as questões sobre a liberdade;
- as questões sobre justiça e Direito; A palavra POLÍTICA, denomina a arte ou ciência da organi-
- as questões sobre participação e deliberação. zação, direção e administração de NAÇÕES ou ESTADOS. A
aplicação desta arte aos negócios internos e externos de uma
*ágora = praça das cidades gregas onde acontecia nas assem- nação, chamamos de POLÍTICA INTERNA E EXTERNA.
bleias do povo; Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade
*pólis = cidade; dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu
*átrio = um espaço cercado de um edifício; voto ou sua militância. Quando relacionamos a POLÍTICA a
atividades do governo, nos reportamos a ações que se referem
Os filósofos gregos tratavam a política como um valor e não aos poderes de decisão e se realizam nas formas institucionali-
como um simples fato, consideram a existência política como zadas: Estado, partidos políticos, organizações sindicais.
finalidade superior da vida humana, como a vida boa, entendi- Quando nos referimos à administração e gestão de institui-
da como racional, feliz e justa, própria dos homens livres. Em- ções públicas ou privadas, a palavra política indica que para

37
Ensino Médio
organizar e gerir uma instituição é preciso exercer o poder. Exercícios
Entendemos a política, quando a associamos a atividades exer-
cidas por especialistas que pertencem a uma organização so- 01. A ______ é definida como a uma investigação das
ciopolítica, O PARTIDO POLÍTICO, e disputam o direito de condições do conhecimento verdadeiro.
governar, ocupando cargos e postos no Estado. Neste sentido,
a política aparece como algo distante da sociedade, uma vez a) teoria do evolucionismo
que é a atividade de especialistas e profissionais que se ocupam b) teoria do conhecimento
exclusivamente com o Estado e o poder. A política é feita “por c) teoria do ilusionismo
eles” e não “por nós”, ainda que “eles” se apresentem como d) teoria do materialismo
“nossos” representantes.
É comum dizer e ouvir que a POLÍTICA tem conduta duvi- 02. A teoria do conhecimento, constitui uma reflexão
dosa, não muito confiável, um tanto secreta, cheia de interes- filosófica com o objetivo de investigar:
ses particulares dissimulados e frequentemente contrários aos
interesses gerais da sociedade e obtidos por meios ilícitos ou a) os resultados desta reflexão.
ilegítimos. Esse significado resulta numa visão pejorativa da b) os passos do desenvolvimento do conhecimento.
política. Esta aparece como um poder distante de nós, exercido c) as origens, possibilidades, fundamentos, extensão e
por pessoas diferentes de nós, os administradores e profissio- o valor do conhecimento.
nais da política, por meio de práticas secretas que beneficiam d) tudo o que se trata no processo do desenvolvimen-
quem o exerce e prejudicam o restante da sociedade. Fala-se na to.
política como “mal necessário”, que precisamos tolerar, mas
do qual devemos desconfiar. A desconfiança pode referir-se 03. ___________ é o estudo geral do que é bom ou mal,
tanto aos atuais ocupantes dos postos e cargos políticos, como correto ou incorreto.
a grupos e organizações que lhes fazem oposição e preferem
derrubá-los, seja para ocupar os mesmos cargos, seja para criar a) Razão
um novo Estado, por meio de uma revolução socioeconômica b)Incerteza
e política. c) Ética
Os fatos que mais contribuem para que se tenha u ma visão d)Filosofia
negativa da política, são os que acompanhamos cotidianamente
pelos jornais, rádios, televisões e internet abordando os fatos 04. _______ se caracterizam pelo erro e pela ilusão
políticos que reforçam a visão pejorativa da política: corrupção,
fraudes, crimes impunes praticados por políticos, mentiras que a) verdades da razão
provocam guerras para satisfazer aos interesses econômicos b) verdades da fé
dos fabricantes de armamentos, desvios de recursos públicos c) verdades de fachada
que deveriam ser usados contra a fome, as doenças, a pobreza, d) verdades de ilusão
a educação, aumento das desigualdades econômicas e sociais,
uso das leis com finalidades opostas aos objetivos que tiveram 05. Em nossa sociedade a violência é entendida como
ao ser elaboradas, etc.
Enfim, para responder às diferentes formas assumidas pelas a) a causa das desordens sociais.
lutas de classe, a política é inventada de um modo que, a cada b) a violação da integridade física e psíquica.
solução encontrada, um novo conflito ou uma nova luta po- c) o problema mais grave da sociedade.
dem surgir, exigindo novas soluções. Em lugar de reprimir os d) um trabalho de marginais.
conflitos pelo uso da força e da violência das armas, a política
aparece como trabalho legítimo dos conflitos, de tal modo que 06. A arte de organizar, dirigir e administrar Nações,-
o fracasso nesse trabalho é a causa do uso da força e da vio- chama-se
lência.
Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a a) democracia.
vida propriamente humana e digna de seres livres, para os gre- b) política.
gos, era inconcebível a ética fora da comunidade política, pois c) comunismo.
nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização d) religião.
mais alta.
Platão identificava a justiça no indivíduo e a justiça na polis 07. Quando os cidadãos usam seu voto para participa-
(cidade). Aristóteles subordinava o bem do indivíduo ao Bem rem dos assuntos públicos, está sendo feito o exercício
Supremo da polis. Esse vínculo interno entre ética e política
significava que as qualidades das leis e do poder dependiam a) da aristocracia.
das qualidades morais dos cidadãos. “Somente na cidade boa b) do comunismo.
e justa os homens bons e justos são capazes de instituir uma c) do militarismo.
sociedade boa e justa” d) da democracia.

38
Ensino Médio
08. Na Antiguidade grega e romana discutiam-se os
limites e as possibilidades de

a) uma sociedade autocrática


b) uma sociedade liberal.
c) uma sociedade justa e ideal.
d) uma sociedade voltada para o trabalho.

09. As relações gerais entre sociedade, Estado e moral


são ocupações da

a) filosofia moral.
b) filosofia ocupacional.
c) filosofia social.
d) filosofia política.

10. A democracia assegura a todas as classes sociais

a) o direito a cidadania.
b) o direito de uso dos espaços públicos.
c) o direito de participar da política.
d) o direito de liberdade.

GABARITO
1) B 2) C 3) C 4) A 5) B
6) B 7) D 8) C 9) D 10) C

39
Física
Elaborado Por: Professor Edemar Soares Veiga

MÓDULO 4.......................................................... 41
Ondas
MÓDULO 5.......................................................... 45
Óptica
MÓDULO 6.......................................................... 49
Eletromagnetismo
Ensino Médio
Física - Módulo 4 Frequência: é o inverso do período, ou seja, é o número de
ciclos (oscilações) executados por unidade de tempo. Padrão de
Ondas medida: hertz (Hz). f =1/T

Ondas são perturbações que se propagam transportando ener- Obs.: Tanto a frequência quanto o período independem do
gia. meio em que a onda se propaga. Dependem apenas da fonte
emissora da onda.
- Quanto à natureza, as ondas podem ser:
Velocidade: a velocidade de propagação de uma onda para
► Mecânicas: são aquelas que necessitam de um meio mate- um determinado meio é constante. Assim podemos dizer que
rial para se propagar. Exemplos deste tipo de onda são as ondas é valida, neste caso, a equação da velocidade no movimento
produzidas em cordas e as ondas sonoras. uniforme. Adaptando-a as ondas temos v = λ . f ou v = λ / T.

► Não mecânicas (eletromagnéticas): são aquelas que se Outras equações utilizadas no estudo das ondas
propagam independente de meio material. Exemplos deste
tipo de onda são as ondas de rádio, de TV, luz, RX, radar, etc. Comprimento de onda → λ = v / f, λ = v.T

- Quanto à vibração e propagação, as ondas podem ser: Frequência → f = v / λ

► Transversais: são aquelas que vibram e se propagam em Período → T= λ / v


planos opostos.
Exemplo: Ondas em corda. ► Exemplos

Ex.1: Uma onda tem frequência de 4Hz. Qual seu período?


Solução: T = 1/ f = 1/4 = 0,25s

Ex.2: Uma onda tem período de 20s. Qual sua frequência?


Solução: f = 1 / T = 1 / 20 = 0,05Hz

Ex.3: Uma onda tem frequência de 2Hz e comprimentode-


ondade5m.Qualsuavelocidade? Solução: v = λ . f → v = 5.2
=10m/s
► Longitudinais: são aquelas que vibram e se propagam no
mesmo plano. Ex.4: Uma onda tem frequência de 10Hz e velocidade de
Exemplos: Ondas sonoras, ondas em uma mola. 5m/s. Qual seu comprimento de onda?
Solução: λ = v / f → λ = 5 / 10 = 0,5m

Ex.5: Uma onda tem período de 5s e comprimento


de onda de 12m. Qual sua velocidade?
Solução: v = λ / T → v = 12 / 5 =2,4m

Ex.6: Uma onda de velocidade 340m/s e comprimento de


onda de 10m tem frequência de Hz.
Solução: f = v / λ → f = 340 / 10 = 34Hz

Ex.7: Uma onda de velocidade 350m/s e comprimento de


Elementos de uma onda onda de 70m tem comprimento de onda de m.
Solução: T= λ / v → T = 70 / 350 = 0,2m
Crista: é o ponto que corresponde à altura máxima de uma
onda. Exercícios

Vale: é o ponto que corresponde à altura mínima de uma onda. 01. Na propagação de uma onda há, necessariamente,
transporte de:
Amplitude: é a distância medida desde a posição de equilíbrio
até a crista ou vale. Padrão de medida: metro ( m ). a) massa e energia
b) massa e partículas
Comprimento de onda: é a distância entre duas cristas suces- c) partículas
sivas, dois vales sucessivos ou um ciclo completo. Padrão de d) partículas e vibrações
medida: metro (m). e) energia

Período: é o intervalo de tempo necessário para que a onda


execute um ciclo completo (ou oscilação completa). Padrão de
medida: segundo (s). T =1/f

41
Ensino Médio
02. Qual dos seguintes tipos de onda não é onda ele- 08. Uma rolha flutua na superfície da água, oscilando
tromagnética? devido às ondas que se propagam com a velocidade
de 2m/s. A distância entre duas cristas sucessivas das
a) infravermelho ondas, que são uniformes, é igual a 5m. Qual o período
b) ondas sonoras de oscilação da rolha?
c) radiação gama
d) ondas de rádio a) 10s
e) ondas luminosas b) 7,0s
c) 0,40s
03. Uma onda tem frequência de 10Hz. Seu período d) 2,5s
vale
09. Uma onda sonora de comprimento de onda 20m se
a) 10s propaga no ar com velocidade de 340m/s. A frequência
b) 0,5s dessa onda vale
c) 5s
d) 0,1s a) 17Hz
e) 1s b) 176Hz
c) 34Hz
04. Uma onda se propaga em um meio material com d) 6800Hz
frequência 10Hz. O comprimento de onda é λ = 4m.
A velocidade de propagação da onda nesse meio vale 10. Numa corda tensa, propaga-se uma onda de com-
primento de onda λ = 2m, com velocidade de 8m/s.
a) 40m/s A frequência e período dessa onda valem, respectiva-
b) 10m/s mente,
c) 30m/s
d) 5m/s a) 1Hz e 1s
e) 20m/s b) 4Hz e 0,25s
c) 2Hz e 0,5s
05. Num tanque pequeno a velocidade de propagação d) 0,25Hz e 42s
de uma onda é de 8m/s. Sabendo-se que a frequência
do movimento é de 4Hz, o comprimento de onda, λ,- 11. Um sistema vibrante produz numa superfície líqui-
vale da ondas de comprimento 5m, que se propagam na
velocidade de 30m/s. A frequência dessas ondas é
a) 16m
b) 2m a) 35Hz
c) 32m b) 5Hz
d) 0,5m c) 150Hz
d) 6Hz
06. Um conjunto de ondas periódicas transversais de
frequência 20Hz propaga- se em uma corda. A dis- 12. Uma onda sonora de frequência 680Hz se propaga
tância entre a crista e o vale adjacente é de 2m. A no ar com velocidade de 340m/s. Qual seu comprimen-
velocidade de propagação dessa onda vale to de onda?

a) 10m/s a) 0,5m
b) 80m/s b) 34m
c) 20m/s c) 2m
d) 40m/s d) 1020m

07. Uma onda tem frequência de 10Hz e se propaga 13. Uma onda se propaga em uma corda A com ve-
com uma velocidade de 400m/s. Seu comprimento de locidade de 8m/s e frequência 10Hz. Ao passar para
onda, λ, em metros,vale outra corda, B, sua velocidade é de2m/s. A frequência
da onda na corda B vale
a) 4000m
b) 40m a) 10Hz
c) 0,4m b) 16Hz
d) 400m c) 20Hz
d)5Hz

42
Ensino Médio
Fenômenos Ondulatórios Interferência → ocorre quando há sobreposição de ondas. A
interferência pode ser de dois tipos:
► Reflexão → ocorre quando uma onda incide em um de- ► destrutiva → ocorre, por exemplo, quando temos ruído
terminado obstáculo e retorna ao seu ponto de origem. Um nas comunicações de rádio, ou ainda quando há perda de sinal
exemplo de reflexão de onda é o da onda luminosa em um no telefone celular.
espelho, ou ainda o da onda sonora no caso do eco.

► construtiva → ocorre, por exemplo, quando duas ondas


se encontram e se reforçam antes de chegar à praia, ou ainda
quando dois focos luminosos se sobrepõem e se tornam mais
intensos.

Polarização→ ocorre quando uma onda que vibra em várias


direções é filtrada, polarizada, passando a vibrar numa única
Refração → ocorre quando uma onda passa de um meio para direção. Um exemplo de polarização é o caso da foto Polaroid.
outro. Um exemplo de refração é quando a onda luminosa pas- A luz incidente sobre o filme é parcialmente absorvida e a foto
sa do ar - meio 1 - para a água - meio 2 – ou vice-versa. se torna mais escura.

Ondas sonoras
Difração→ ocorre quando uma onda contorna um obstáculo.
Um exemplo de difração é quando duas pessoas, em ambientes Algumas considerações específicas a respeito das ondas sono-
distintos, conseguem conversar sem que uma veja a outra, no ras:
caso, separados por um obstáculo. Outra situação possível seria
a de uma onda transmitida que contorna um obstáculo natural ► O som se propaga com maior velocidade nos meios mais
e é recepcionada. densos.
► As ondas sonoras são de origem mecânica, pois são produ-
zidas por deformações em um meio elástico.
► O ouvido normal é excitado por ondas sonoras de frequên-
cias entre 20Hz e 20.000Hz.
► Quando a frequência é maior que 20.000Hz as ondas são
chamadas ultrassônicas, menor que 20Hz infrassônicas.
► Os sons não se transmitem no vácuo porque exigem um
meio material para sua propagação.
► Altura é a qualidade que permite classificar os sons em gra-
ves e agudos.
► Intensidade é a qualidade que permite distinguir um som
forte de um som fraco.
► Timbre é a qualidade que permite classificar os sons, de
mesma altura e de mesma intensidade emitidos por fontes
diferentes. Por exemplo, um mesmo som, de mesma altura e

43
Ensino Médio
intensidade,emitido por um piano e por um violino. 08. Um som de alta frequência é muito
► Ressonância é o casamento de frequências de fontes de fon-
tes distintas. a) forte.
b) agudo.
Exercícios c) grave.
d) fraco.
01. Quando ocorre uma refração podemos afirmar que
09. A propriedade que nos permite distinguir a nota
a) A onda varia sua velocidade, frequência e compri- dó emitida por um piano e a nota dó emitida por um
mento de onda. violão, sendo ambas de mesma frequência, é
b) Permanece constante a velocidade.
c) As ondas mecânicas aumentam sua frequência. a) a altura.
d) A onda não varia a frequência. b) o volume.
c) o timbre.
02. Sobre o assunto ondas podemos afirmar que d) a intensidade.

a) Ressonância ocorre quando uma onda bate e volta. 10. Ao mexermos no botão de “volume” do rádio, es-
b) Ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo. tamos
c) O comprimento de onda é a distância entre uma
crista e um vale. a) variando a altura do som.
d) Só as ondas eletromagnéticas é que transmitem b) variando a intensidade do som.
apenas energia. c) variando a frequência do som.
d) variando a velocidade do som.
03. Conseguimos ver a nossa imagem no espelho devi-
do ao fenômeno da 11. O que diferencia os infrassons dos ultrassons é a

a) reflexão a) velocidade de propagação.


b) refração b) intensidade.
c) difração c) frequência.
d) interferência d) amplitude de vibração.
e) ressonância
GABARITO
04. A luz ao mudar de meio de propagação, sofre
uma__________. Um exemplo desse fenômeno é ONDAS
. 1) E 2) B 3) D 4) D 5) B
6) B 7) B 8) D 9) A 10) B
a) reflexão, o arco íris.
b) difração, a imagem no espelho. 11) D 12) A 13) C
c) interferência, o contorno da onda em um objeto. FENÔMENOS ONDULATÓRIOS – ONDAS SONORAS
d) refração, o arco íris.
1) D 2) B 3) B 4) D 5) D
05. O que nos faz distinguir a voz de uma pessoa da 6) C 7) B 8) B 9) C 10) B
de outra é 11) C

a) a altura.
b) a intensidade.
c) o timbre.
d) todas as propriedades em conjunto.

06. Esticando uma corda de um violão, o som se torna

a) mais agudo e a frequência das vibrações diminui.


b) mais grave e a frequência das vibrações aumenta.
c) mais agudo e a frequência das vibrações aumenta.
d) mais grave e a frequência das vibrações diminui.

07. A qualidade que permite distinguir um som forte


de um somfraco

a) timbre.
b) intensidade.
c) altura.
d) eco.

44
Ensino Médio
Física - Módulo 5 Exemplos de simetria reflexional

Óptica
Espelhos Planos
Módulo 5
Espelhos planos são os espelhos comuns que temos em casa e,
sobretudo, que não deformam as imagens. A figura a seguir nos
permite observar a formação da imagem em um espelho plano.
Espelhos esféricos

Diferente dos espelhos planos, os espelhos esféricos são cur-


vos e deformam as imagens. Existem dois tipos de espelhos
esféricos:

► Convexos → a luz incide na parte externa da calota esférica


► Côncavos → a luz incide na parte interna da calota esférica.

A imagem é caracterizada como:


a) virtual → forma-se “dentro” do espelho.
b) direta → está na mesma posição do objeto.
c) igual → possui o mesmo tamanho objeto.

Obs.: Por ser uma superfície refletora os espelhos planos obe-


decem às leis da reflexão.

Formação das imagens

Espelho côncavo

1. Objeto situado antes centro de curvatura do espelho:

1a. Os raios incidente, refletido e alinha normal perten-


cem ao mesmo plano.
2a. Os ângulos de incidência e reflexão possuem a mes-
ma medida. - i = r-

Simetria Reflexional
Define-se simetria reflexional como sendo a visualização dos
objetos de forma indireta, por reflexão. Nestes casos se en- 2. Objeto situado sobre o centro de curvatura do espelho:
quadram, por exemplo, alguns automóveis, ambulâncias ou
carros de polícia, que possuem adesivos com palavras escritas
ao contrário. Qual o motivo disto? A resposta é simples. Estas
deverão ser vistas através do retrovisor de outros automóveis.
Desta forma elas aparecem para estes motoristas escritas corre-
tamente. Outra situação cotidiana em que a simetria se verifica
é quando nos vemos através de um espelho escrevendo, por
exemplo. Mesmo sendo destros, para quem nos vê através da
imagem refletida, parecemos escrever com a mão esquerda ou
vice–versa.

45
Ensino Médio
3. Objeto situado entre o centro de curvatura e o foco do es- ► Distância focal → (f) é a distância desde o foco até o vértice
pelho: do espelho. Corresponde à metade do raio de curvatura. (f =
R / 2)

No estudo analítico das imagens serão utilizadas as seguintes


equações:

a) Equação de Gauss → 1 / f = 1 / p + 1 / p’

b) Do aumento linear transversal → A = i / o = - p’/ p

Onde p = distância do objeto ao vértice do espelho.


Onde p’ = distância da imagem ao vértice do espelho
4. Objeto situado sobre o foco do espelho:
Lentes esféricas

De forma semelhante aos espelhos existem dois tipos de len-


tes: convergente, equivalente aos espelhos côncavos e diver-
gente, equivalente aos espelhos convexos. Apenas no caso das
lentes as imagens ocorrem por refração, enquanto que nos
espelhos elas ocorrem por reflexão. No mais seguem as mes-
mas convenções quanto às imagens, utilizando, inclusive, as
mesmas equações, tanto a de Gauss quanto à do aumento line-
ar transversal.

Espelho convexo – caso único Formação das imagens - Lente convergente

5. Objeto situado entre o foco e o vértice do espelho: 1. Objeto situado antes do 2F.

2. Objeto situado sobre o 2F.

6. Objeto situado em qualquer posição em frente ao espelho:

3. Objeto situado entre o 2F e F.

No cálculo das imagens nos espelhos esféricos algumas defini-


ções são necessárias:
► Centro de curvatura → (C) é o centro geométrico da calota
esférica que constitui um espelho esférico.
► Foco → (F) é a meia distância entre o centro de curvatura e
o centro do espelho.
► Vértice → (V) é o centro de qualquer
espelho esférico.
► Raio de curvatura → (R) é a distância desde o centro de
curvatura até o vértice do espelho. Corresponde ao dobro da
distância focal. ( R = 2.f )

46
Ensino Médio
4. Objeto situado sobre o F. Na miopia a formação da imagem ocorre
antes da retina porque o olho é exagerada-
mente longo. Pessoas míopes enxergam mal
de longe. A correção dessa deficiência se dá
através do uso de lentes, óculos ou lentes de
contato, divergentes. Atualmente já há trata-
mento cirúrgico para certos graus de miopia.

Hipermetropia

Lente divergente – caso único

5. Objeto situado entre o F e o centro óptico da lente.

Na hipermetropia a formação da imagem


ocorre, teoricamente, atrás da retina, porque
6. Objeto situado em qualquer ponto frente à lente divergente. o olho é curto demais. Os hipermetropes re-
clamam de enxergar mal as coisas próximas.
Tal problema é corrigido a partir do uso de
lentes convergentes.

Estrabismo

Leitura complementar – Óptica da visão


Problemas de visão

Sempre que as imagens se formam corretamente, a visão é ní- O estrabismo se manifesta quando os
tida, o olho é considerado emetrope ou normal. Quando isso olhos se movimentam em direções diferen-
não ocorre, dizemos que há o problema de visão. Dentre esses tes e não conseguem focalizar juntos o mes-
problemas destacam-se a miopia, a hipermetropia, o astigma- mo objeto. Também pode ser causado por
tismo, o estrabismo e a presbiopia. Outros problemas de visão diferenças nos graus de miopia ou hiperme-
são o daltonismo, a catarata e a conjuntivite. tropia dos dois olhos, por desenvolvimento
insuficiente ou desigual dos músculos que
Miopia os movem, ou ainda por algum problema do
sistema nervoso central.
Miopia

47
Ensino Médio
Astigmatismo 40cm de distância. A distância focal do espelho é de

a) 80cm.
c) 40cm.
b) 20cm.
d) 10cm.

4) Um menino aquece a ponta de um cigarro, colocan-


do-o a 20cm de um espelho esférico num dia ensolara-
do, fazendo com que o cigarro seja aceso. Com relação
ao espelho podemos afirmar que

a) é convexo de distância focal 40cm.


b) é côncavo de distância focal 10cm.
O astigmatismo consiste em defeito na cur- c) é côncavo de raio de curvatura 40cm.
vatura da córnea e mais raramente, do cris- d) é convexo de raio de curvatura 20cm.
talino. Em consequência, o olho não é
capaz de distinguir, ao mesmo tempo, com a 5) Um objeto de tamanho A é colocado em frente a um
mesma nitidez, linhas verticais e horizontais. espelho. Uma pessoa vê sua imagem com tamanho 3A.
A anomalia pode se somar à miopia ou à Podemos então afirmar que
hipermetropia.
a) o espelho é côncavo e o objeto está no foco.
Presbiopia b) o espelho é convexo e o objeto está no foco.
c) o espelho é côncavo e o objeto está entre o
foco e o vértice.
d) o espelho é convexo e o objeto está entre o
foco e o vértice.

6) Um objeto se encontra a 12cm de um espelho côn-


cavo de distância focal 4cm. Com relação à imagem do
objeto podemos afirmar que

a) é real e invertida maior que o objeto.


b) é real e invertida menor que o objeto.
A presbiopia ou vista cansada é comum nas pes- c) é virtual direita maior que o objeto.
soas após os 45 anos. O problema é devido à d) é virtual direita menor que o objeto.
impossibilidade do cristalino se acomodar para
visão de objetos próximos. Por isso, as pessoas 7) Para examinar o dente de uma pessoa o dentista
idosas enxergam muito mal de perto. A deficiên- utiliza um pequeno espelho. Com relação ao espelho
cia pode ser corrigida com a utilização de lentes utilizado e à distância do dente ao espelho podemos
convergentes. afirmar

a) é côncavo e a distância é maior que a distância focal.


Exercícios b) é plano.
c) é convexo e a distância é qualquer.
1) Um objeto real é colocado entre o centro de curva- d) é côncavo e a distância é menor que a distância fo-
tura e o foco de um espelho esférico côncavo. A ima- cal.
gem será obtida será:
8) Uma pessoa observou a sua imagem, formada na
a) real, direta e maior que o objeto. parte côncava de uma colher bem polida. Em relação
c) virtual, invertida e maior que o objeto. à imagem formada, é CORRETO afirmar que:
b) virtual, direta e maior que o objeto.
d) real, invertida e maior que o objeto. a) a imagem formada nunca é invertida;
b) a imagem formada é sempre invertida;
2) O fato de uma lente ser convergente ou divergente c) quando não invertida, a imagem é real;
depende: d) quando não invertida, a imagem é virtual;

a) apenas da forma da lente;


b) apenas do meio em que ela se encontra;
c) do material de que é feita a lente e da forma da lente;
d) da forma da lente, do material de que é feita a lente
e do meio em que se encontra;
3) Um espelho côncavo produz uma imagem real, in-
vertida, do mesmo tamanho que um objeto situado a

48
Ensino Médio
9) Uma lente divergente tem distância focal de 40cm. GABARITO
Um objeto de 10cm de altura é colocado a 60 cm da
lente.” A distância da imagem à lente, em cm, vale 1) D 2) D 3) B 4) C 5) C
6) B 7) D 8) D 9) B 10) D
a) 15 11) B 12) A 13) D 14) C
d) 40
b) 24
e) 50
Física - Módulo 6
c) 30
Eletromagnetismo
10) Imagine que um quadro coberto com uma placa de
vidro plano não pode ser visto de uma forma tão nítida Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a Antigui-
quanto outro que não esteja coberto, porque o vidro: dade. Nessa época já se utilizavam certas pedras que tinham a
propriedade de atrair pedaços de ferro, na orientação da rota a
a) é opaco; seguir nas grandes viagens.
c) não reflete a luz;
b) é transparente; O termo magnetismo é devido a uma região chamada Magné-
d) reflete parte da luz; sia, localizada na Turquia, local onde estas pedras foram en-
contradas. Tais pedras, quando suspensas por seus centros de
11) A imagem é (em relação ao enunciado da questão massa, orientavam-se sempre no sentido norte — sul. Eram
9) constituídas de óxido de ferro e denominadas magnetita; atu-
almente, recebem o nome genérico de ímã natural. Posterior-
a) virtual, direita e maior. mente, descobriu-se possibilidade de fabricar ímãs artificiais.
b) virtual, direita e menor. - Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço,
c) virtual, invertida e igual. às quais se transmite a propriedade magnética.
d) virtual, invertida e maior. - Levam vantagem sobre os ímãs naturais por terem um maior
e) imprópria. poder atrativo e poderem receber a forma mais conveniente ao
seu uso
12) O olho de uma pessoa pode ser entendido como - Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas po-
um sistema óptico constituído basicamente por duas los, que por sua vez possuem comportamentos opostos: polo
lentes: a córnea (A) e o cristalino (B). Ambas devem norte e polo sul.
ser transparentes e possuir superfícies lisas e regulares
para permitirem a formação de imagens nítidas. Pode- A experiência comprova a seguinte propriedade básica do mag-
mos classificar as lentes naturais de nossos olhos, A e B, netismo:
respectivamente, como sendo:
Polos magnéticos de mesmo nome se repelem e de no-
a) convergente e convergente. mes contrários se atraem.
b) convergente e divergente.
c) divergente e divergente. Na região do espaço que envolve um ímã, na qual ele ma-
d) divergente e convergente. nifesta sua ação, dizemos que se estabelece um campo
magnético. De modo análogo à Eletrostática, em que a
13) Uma lente divergente produz de um objeto uma cada ponto de um campo elétrico associa-se o vetor cam-
imagem po elétrico E, no campo magnético a cada ponto asso-
ciamos o vetor B, chamado vetor indução magnética. A
a) sempre real aumentada. intensidade do vetor indução magnética (ou campo mag-
b) sempre virtual aumentada. nético) é medida no SI por uma unidade denominada tes-
c) sempre real diminuída. la - T.
d) sempre virtual diminuída. A orientação do vetor B num ponto P é determinada pela orien-
tação de uma pequena agulha magnética colocada nesse ponto.
14) Um objeto está sobre o eixo de um espelho esfé- O polo norte da agulha aponta no sentido de B. Se a agulha for
rico côncavo. A distância entre o objeto e o espelho é deslocada a partir de um ponto próximo do polo norte do ímã
maior que o raio de curvatura do espelho. A imagem reto, sempre na orientação que a bússola está indicando, o seu
do objeto é: centro traçará uma linha. Essa linha, que é tangente ao vetor B
e orientada no seu sentido, chama-se linha de indução.
a) real, não invertida, menor que o objeto;
b) real, invertida, maior que o objeto; Começando em vários pontos, muitas linhas podem ser
c) real, invertida, menor que o objeto; desenhadas como indica a figura
d) virtual, não invertida, maior que o objeto; 1. Cada uma das linhas começa num ponto no polo norte e
termina num correspondente no polo sul. Notemos que perto
dos polos, onde as propriedades do ímã se manifestam com
maior intensidade, as linhas estão mais próximas.

49
Ensino Médio
Quando minúsculos pedaços (limalha) de ferro são salpicados Campo magnético num condutor (ou espira) circular
sobre um ímã eles aderem conforme a figura 2. Cada limalha de
ferro funciona como uma pequena agulha magnética, alinhan- Considere um condutor circular, percorrido por uma corrente
do-se na direção das linhas de indução do campo. elétrica i. Em torno do condutor existe um campo magnético
cujo módulo, em relação ao centro do condutor, é determinado
pela equação: B = μ0.i /2.R, onde B representa o módulo do
campo magnético, ou do vetor indução magnética, μ0 é a per-
meabilidade magnética, no vácuo (padrão) = 4ð.10-7T.m/A , i
é a corrente elétrica no condutor e R é o raio deste.

Considere um solenoide (ou bobina longa), sequência de espi-


ras não justapostas, percorrido por uma corrente elétrica i. No
interior deste existe um campo magnético cujo módulo é deter-
minado pela equação a seguir: B = μ0.N.i / l, onde B representa
o módulo do campo magnético, ou do vetor indução, N é o nº
Campo magnético num condutor retilíneo de espiras do solenoide, μ0 é a permeabilidade magnética, no
vácuo (padrão) = 4π.10-7T.m/A, N = número de espiras, i é a
Considere um condutor reto, percorrido por uma corrente elé- corrente elétrica e l = comprimento do solenoide.
trica i. Em torno do condutor existe um campo magnético cujo
módulo é determinado pela equação a seguir: B = μ0.i/2.π.d,
onde B é o módulo do campo magnético, ou do vetor indução
magnética, μ0 é a permeabilidade magnética , no vácuo (pa-
drão) = 4π.10-7T.m/A, i é a corrente elétrica no condutor e d é
a distância deste em relação a um ponto de referência.

Exemplos

► Exemplo 1:
Tem-se um ímã em forma de barra, fixo. Outro ímã,
também em forma de barra, é aproximado e se verifica a
interação entre eles.

Quanto ao ímã aproximado

a) Será sempre atraído pelo ímã fixo.


b) Será sempre repelido pelo ímã fixo.
c) Tenderá sempre a girar.
d) Não será atraído nem repelido.
e) Poderá ser atraído ou repelido.

Alternativa e. Possui polo definido: N ou S. Assim


pode ser atraído ou repelido.

50
Ensino Médio
► Exemplo 2: 3) Uma espira circular, raio R, é percorrida por uma cor-
rente elétrica constante i, e origina, no seu centro, um
Um condutor reto e extenso é percorrido por uma corrente campo magnético de indução B. Se a espira for percor-
elétrica cuja intensidade é 4,5A. Determine a intensidade do rida por corrente elétrica constante 2i, a intensidade do
vetor indução magnética em um ponto P a 30cm do condutor. vetor indução magnética no mesmo centro é:

B = μ .i/ 2.π.d = 4π.10-7.4,5/2π.3.10-1= 3.10-6T a) B/4


b) B/2
► Exemplo 3: c) B
d) 2B
Um fio longo e reto é percorrido por uma corrente elétrica e) 4B
constante. A intensidade do campo magnético produzido pela
corrente a 5,0cm do fio a B. Qual a intensidade do vetor indu- 4) Uma espira condutora e circular, de raio 3πcm, é
ção magnética a 10cm do fio? percorrida por uma corrente elétrica de intensidade 6A.
Determine a intensidade do vetor indução magnética
a) 4B no centro da espira.
b) 2B
c) B
d) B/2
e) B/4
5) Um solenoide de comprimento igual a 12cm, raio
Alternativa d. Distância e campo magnético são inversamente 4,0cm, contém 200 espiras. Sabendo que a corrente no
proporcionais. Assim, se a distância é dobrada o campo mag- enrolamento é de 3A, determine a intensidade do vetor
nético se reduz à metade. indução magnética no seu interior.

► Exemplo 4:

Uma espira condutora circular de raio 2πcm é percorrida por


uma corrente elétrica de intensidade 8A. Qual a intensidade do 6) Em um solenóide a intensidade do vetor indução
campo magnético no centro da espira? magnética:
a) Pode ser aumentada, aumentando o número de es-
B = μ .i / 2.R= 4π.10-7.8 / 2.2π.10-2 = 8.10-5T. piras por centímetro.
b) Pode ser aumentada, aumentando o diâmetro das
► Exemplo 5: espiras.
c) Pode ser aumentada, aumentando-se o comprimen-
Um solenoide de comprimento igual a 12cm e raio 4,0cm, con- to do fio.
tém 400 espiras. Sabendo que a corrente no enrolamento é de d) Pode ser aumentada, diminuindo a corrente
3,0A, determine a intensidade do vetor indução magnética no que atravessa o solenoide.
seu interior. e) Não pode ser aumentada.

B = μ .N.i / l = 4π.10-7. 4.102.3 / 1.2.10-1 = 4π.10-3T 7) Suponha que uma corrente elétrica de intensidade
5A esteja percorrendo um fio condutor retilíneo. Calcu-
Exercícios le a intensidade do vetor indução magnética em um
ponto localizado a 2cm do fio. Adote μo = 4π.10T.m/A.
1) Um condutor reto, muito longo, é percorrido por
uma corrente constante de intensidade 2,0A. Calcule a a) B = 2.10-5 T
intensidade do vetor indução magnética no ponto P, a b) B = 5.10-7 T
uma distância de 0,20m do fio. c) B = 3.10-7 T
d) B = 5.10-5 T

2) Um fio reto e extenso é percorrido por uma corrente


elétrica contínua de 3A. O campo magnético produzido
num ponto à distância de 0,25m do fio, no vácuo, tem
intensidade de

a) 1,7x10-8 T.
b) 2,4x10-6 T.
c) 1,2 x 10-6 T.
d) 1,5x10-5 T.
e) 1,7x10-4 T.

51
Ensino Médio
Força magnética num condutor reto ► Exemplo 3:

Considere um condutor reto de comprimento l, percorrido Um condutor retilíneo de comprimento l = 0,20m, percorrido
por uma corrente i e sujeito a um campo magnético unifor- por uma corrente de intensidade i = 2,0A, é imerso em um
me de intensidade B. Sobre este condutor age uma força mag- campo magnético uniforme B = 2,0.10-4T. Determine a inten-
nética cujo módulo é determinado por: F = B . i . l . senα, onde sidade da força magnética que atua sobre o condutor, nos se-
α é o ângulo entre o plano do condutor e o campo magnético. guintes casos:

a) O condutor a disposto paralelamente às linhas de indução


do campo.
b) O condutor a disposto perpendicularmente às linhas de in-
dução do campo.

a) F= B.i.l.sen α → Fm 2.10-4. 2 . 0,20 .sen0º = 2.10-4. 2 . 0,20


.0 = 0
b) F= B.i.l.sen α → Fm = 2.10-4. 2 . 0,20 . sen 90° = 2.10-4. 2 .
0,20 .1 = 8.10-5N

Exercícios

1. Considere um condutor de comprimento 0,5m, imer-


so num campo magnético perpendicular à ele, de in-
tensidade 2.10-3T. Sendo 20A a corrente que atravessa
o condutor, qual a força magnética que age sobre ele?

2. Um longo fio, conduzindo a corrente de 9,0A é co-


Casos particulares: locado perpendicularmente a um campo magnético
uniforme, existente entre os polos de um grande imã.
a) α = 0O F = B.i.l.sen 0O= 0 Estando 10cm desse fio imerso no campo, a forca mag-
b) α = 90O F = B.i.l.sen 90O= B.i.l nética neste comprimento tem intensidade 4,5.10-2N.
Determine a intensidade do vetor indução magnética
► Exemplo 1: B.

Um condutor reto de 10cm de comprimento, percorrido por


uma corrente de intensidade 4A, é colocado perpendicular-
mente a um campo magnético uniforme de intensidade igual
a 5T. 3. Um condutor reto de comprimento 0,50m é percor-
Determinar a intensidade da forca que o campo exerce no con- rido por uma corrente de intensidade 4,0A. O condutor
dutor. está totalmente imerso num campo magnético unifor-
me B, de intensidade 1,0.10-3T, formando com a direção
Dados: l = 10cm = 0,1m, i = 4A , α = 90°, B=5T de B um ângulo de 30°. Calcule a intensidade da forca
magnética que atua sobre o condutor.
Sabemos que: F= B.i.l.sen α → Fm = 5 . 4 . 0,1 . sen 90°

Fm = 5.4.0,1.1 → Fm = 2N

► Exemplo 2: 4. Um condutor retilíneo é percorrido por uma cor-


rente elétrica de intensidade 2,0A quando imerso em
Um fio condutor reto, de comprimento 50cm, percorrido por um campo magnético uniforme de intensidade 2.10-
uma corrente de intensidade 6A, é colocado em um campo 4T. Qual a força magnética num trecho de 20cm deste
magnético uniforme de intensidade 4T e que forma com o fio condutor, considerando-se um ângulo de 90º formado
um ângulo igual a 60°. Determine a intensidade da força mag- entre o campo magnético e o condutor?
nética que atua sobre o fio.

Dados: l = 50cm = 0,5m, i = 6A , α = 60°, B=4T

Sabemos que: F= B.i.l.sen α → Fm = 4 . 6 . 0,5 . sen 60°

Fm = 4.6.0,5. / 2 Fm = 6 N

52
Ensino Médio
GABARITO
Campo Magnético
1) B= 2.10-6 T 2) B = 2,4.10-6 T
3) D 4) B = 4.10-5 T
5) B = 2π.10-3 T 6) A
7) D
Força Magnética
1) F = 2.10-2 N 2) B = 5.10-2 T
3) F = 10-3 N 4) F = 8.10-5 N

Referências bibliográficas

a) Bonjorno / Clinton – Física 1, 2 e 3


b) Física – Conceitos e aplicações volumes 1,2 e 3 - Paulo César
M. Penteado
c) Os Fundamentos da Física volumes 1,2 e 3 – Ramalho, Ni-
colau e Toledo
d) Site: Física.net
e) Site: Sala de física

53
Geografia
Elaborado Por: Professor Marcelo Costa

MÓDULO 3.......................................................... 55
Espaço Geográfico Mundial
Aspectos econômicos
MÓDULO 4.......................................................... 58
Espaço Geográfico Mundial
Indústria, comércio e transportes
Ensino Médio
Geografia - Módulo 3 lhos. Em seguida, limpa, prepara o solo e planta diretamente
sobre as cinzas. Em alguns casos, quando o agricultor dispõe
Aspecto Geográfico Mundial de alguns recursos, ele ara o solo. Com as chuvas, as cinzas
Aspectos Econômicos resultantes das queimadas e os elementos nutritivos do solo
são transportados e o solo empobrece. Além de destruir os
Agricultura solos agrícolas, esse sistema de cultivo acelera a destruição da
cobertura vegetal. O agricultor utiliza instrumentos de trabalho
A agricultura e a pecuária foram, praticamente, as primeiras ati-
bastante simples como o machado, a foice e a enxada. Este
vidades organizadas pelo homem. Graças ao desenvolvimento
sistema foi e continua sendo muito praticado nos países subde-
dessas duas atividades o homem passou a garantir sua sobre-
senvolvidos da América, Ásia e África. No Brasil, este sistema
vivência mais facilmente. Além disso, a agricultura e a pecuá-
é bastante praticado por pequenos agricultores que pouco re-
ria permitiram a sedentarização da espécie humana, podendo
cebem assistência do governo federal. Os produtos plantados
assim permanecer no mesmo lugar por períodos mais longos
são os de maior necessidade para a alimentação diária como o
de tempo.
feijão, o milho, a mandioca e, às vezes, arroz e abóbora.
Para desenvolver essas atividades, que pertencem ao setor pri-
Plantation – sistema agrícola que foi introduzido pelos
mário, é necessária a contribuição de alguns fatores naturais
colonizadores, principalmente nas áreas tropicais da América,
tais como o solo, o clima e o relevo.
Ásia e África, com a finalidade de explorar a terra e o agricultor,
► Os solos: variam bastante quanto à fertilidade, ou seja,
beneficiando os interesses comerciais europeus. As principais
quanto à quantidade de nutrientes existentes para o desenvolvi-
características desse sistema são monocultura de grande procu-
mento de vegetais. Há solos naturalmente férteis e outros me-
ra no mercado mundial, sendo os principais produtos cultiva-
nos férteis, cabendo ao homem melhorar sua qualidade acres-
dos nos respectivos continentes: cana-de-açúcar, café, banana,
centando corretivos e adubos.
abacaxi, algodão e cacau, na América Central e do Sul; chá e
► O clima: entre todas as atividades econômicas praticadas
seringueira na Ásia; algodão, cacau, café, abacaxi e banana, na
pelo homem, a agricultura é a que apresenta maior dependên-
África. Outras características do sistema de plantation são: a
cia das condições do clima, sendo muito vulnerável às varia-
existência de grandes propriedades (latifúndios), mão-de-obra
ções de alguns elementos climáticos, como a temperatura e a
barata e cultivo em grandes quantidades.
quantidade de chuvas.
Agricultura de jardinagem – utiliza-se irrigação e aduba-
► O relevo: em terrenos inclinados não se pode plantar obe-
ção, sendo o espaço agrícola dividido em pequenas proprieda-
decendo ao declive das encostas (em linha reta), porque isso
des. Quando o cultivo é praticado nas encostas das montanhas
facilita a ação da água, que rapidamente empobrece o solo atra-
e morros, são feitos terraços para um melhor aproveitamento
vés da erosão. Em encostas mais íngremes, a técnica de plantio
da água e para proteger o solo contra a erosão. É bastante uti-
utilizada é a de terraceamento (plantio em terraços). Outra in-
lizado no Sudeste Asiático e no Extremo Oriente sendo o
fluência do relevo na agricultura em terrenos mais acidentados
arroz o principal produto cultivado. Nesse sistema emprega-se
dificulta e a impossibilidade do emprego da mecanização.
uma numerosa mão-de-obra e os cuidados com o cultivo lem-
Conforme o objetivo ou destino que se dá aos produtos culti-
bram a jardinagem.
vados, existem dois tipos de agricultura: a de subsistência e a
Agricultura moderna – é bastante praticada nos países ri-
comercial.
cos e desenvolvidos. Uma agricultura basicamente mecanizada,
Agricultura de subsistência: é considerada quando a maior
onde é feita a seleção de sementes, usam-se intensamente adu-
parte do que o agricultor planta destina-se ao seu sustento e de
bos, fertilizantes, pesticidas, inseticidas e técnicas de combate à
sua família. Quando o agricultor consegue mais do que é neces-
erosão. É comum nesses países os agricultores fazerem a rota-
sário para o seu sustento, ele troca o excedente (as sobras) por
ção de cultura e promoverem a integração da agricultura com
outros produtos. Esse tipo de agricultura ainda é praticado em
a pecuária, cultivando plantas forrageiras. Por utilizar intensa-
alguns lugares da África, Ásia e América Latina. Neste sistema
mente diversos tipos de máquinas e agrotóxicos, esse tipo de
predomina a policultura, onde cultivam- se vários produtos em
agricultura tem agravado os problemas ambientais acarretando
pequenas extensões de terra.
poluição do solo, dos rios, das águas subterrâneas e o envene-
Agricultura comercial: com o passar do tempo, o homem
namento das plantas, podendo provocar danos aos animais e à
foi aperfeiçoando a agricultura e passou a plantar em grandes
saúde humana.
extensões de terra com a finalidade de comercializar, isto é, de
Pecuária - é a criação de gado com a finalidade econômica,
obter lucro com a venda dos produtos plantados. Neste tipo
isto é, comercial e lucrativa. Pratica-se a pecuária para obter
de agricultura ocorre o contrário da agricultura de subsistência,
carne, leite, couro e lã. Pode ser desenvolvida através de dois
praticando-se geralmente a monocultura, ou seja, o cultivo de
sistemas: o extensivo o intensivo.
um único produto em grandes extensões de terra.
No Brasil, praticam-se tanto a agricultura de subsistência quan-
Avicultura
to a comercial. Porém, a que mais vem crescendo é a comercial,
principalmente a que cultiva produtos destinados à exportação.
É a criação de aves para o corte e para a produção de ovos. São
criados frangos, galinhas, patos, marrecos, gansos, perus e co-
Sistemas agrícolas dornas, em quase todas as áreas rurais. O rebanho de aves mais
numeroso é o de galináceos (frangos e galinhas). A criação ga-
O conjunto dos conhecimentos técnicos acumulados pelos
linácea extensiva destina- se principalmente ao corte, enquanto
agricultores e as técnicas de cultivo usadas por eles recebem
a intensiva é realizada nas granjas, destina-se à produção de
o nome de sistemas agrícolas.
ovos e carne.
Biotecnologia e as plantas transgênicas: a biotecnolo-
Sistema de roça – a primeira medida adotada é derrubar e
gia é o conjunto de técnicas utilizadas para o melhoramen-
roçar (limpar) a mata na área onde se pretende plantar. Depois
to de plantas, animais e micro-organismos por seleção e por
o agricultor pratica a queimada, para eliminar os troncos e ga-
55
Ensino Médio
cruzamentos naturais. Sendo estudada e aplicada desde 1950, dades monocultoras – plantations. Em contrapartida, também
principalmente nos países desenvolvidos. Caracteriza-se pela existem pequenas áreas, como as comunidades indígenas, que
alteração da composição genética dos organismos vivos, por produzem para o sustento da população local, normalmente
isso é chamada de engenharia genética. No caso dos vegetais em quantidade insuficiente.
o processo de modificação das plantas pode alterar o seu ta- Na América Central o domínio de climas tropicais úmidos e
manho, permitindo também o aumento de durabilidade após a a presença de solos férteis favorecem a expansão de grandes
colheita, eliminando os traços genéticos naturais indesejáveis, áreas dedicadas à agricultura, na maioria das vezes na forma
implantando outros artificiais que podem aprimorar a sua qua- de plantations, sistema herdado do período colonial baseado
lidade. Proporciona uma maior resistência às pragas agrícolas, na monocultura de produtos tropicais como o café, o cacau, a
possibilitando ainda a adaptação a uma variedade maior de ti- cana-de-açúcar, a banana, entre outros.
pos de climas e solos. As plantas que surgem a partir da alte- Na América do Sul, as condições naturais (especialmente em
ração genética são chamadas transgênicas. áreas de clima quente e úmido) também favoreceram a pre-
sença de plantations em quase todos os países. No Chile, por
Características Criação extensiva Criação intensiva suas características climáticas (predominância de climas frios),
desenvolveu-se uma importante agricultura frutífera, principal-
Praticada em
Praticada em mente de uva que abastece a indústria vinícola. Na Argentina,
pequenas áreas
grandes áreas um país de clima temperado e úmido, destaca-se o cultivo de
Espaço (gado cercado e
(gado livre no trigo com ênfase na exportação. Também tem grande significa-
estabulado)
pasto) do econômico a pecuária de bovinos e ovinos, voltada para
a exportação, concentrada na região dos Pampas. No Uruguai
Alimento natural também é significativa a criação de gado bovino para corte e
Pastagens espe-
Alimentação encontrado na de ovino para a lã, apresentando uma importante lavoura de
ciais e rações
região trigo bastante mecanizada. A agricultura brasileira tem grande
Acompanhamen- importância em nossa economia: como fornecedora de alimen-
Cuidados Poucos cuidados to veterinário tos, fonte de matérias-primas industriais e geradora de receitas
constante obtidas com as exportações.
Geralmente des- A pecuária brasileira constitui o segundo maior rebanho bovi-
Principalmente no do mundo, sendo superado apenas pela Índia. Nos últimos
tinado ao abate
Objetivo para obtenção de anos cresceu de forma significativa a criação de frangos e suí-
(fornecimento de
leite nos voltada para o abastecimento da agroindústria alimentícia,
carne)
Em torno de 42 Em torno de 22
em especial em Santa Catarina, que além de abastecer o merca-
Tempo de abate
meses meses
do interno se destaca nas exportações.
Quantidade de Qualidade do ► Continente Europeu
Prioridade
cabeças rebanho
Apresenta uma importante e diversificada produção agrícola,
Agropecuária por Continentes com grande aproveitamento de seus solos, em geral férteis. O
uso do solo é feito com técnicas adequadas e modernas, que
► Continente Americano propiciam elevada produtividade.
Existem grandes diferenças na forma como a terra é utiliza- Os maiores produtores desses cereais são: Alemanha, França,
da no nosso continente. Isso é consequência de vários fatores, Espanha, Polônia e Reino Unido.
como a fertilidade do solo, o relevo, o clima e a disponibilidade Nas regiões europeias de clima mediterrâneo destacam-se o
de tecnologia. As diferenças entre o solo de uma região tem- cultivo da oliveira, para produção de azeitonas e de azeite. Por-
perada e o de uma região tropical, interferem na forma como tugal, Espanha, França e Itália destacam-se como os maiores
a terra é utilizada. e melhores produtores mundiais. Outro cultivo especial é o da
Para entender melhor, este continente será dividido em duas videira, para produção de vinhos.
partes: América Anglo- saxônica (Estados Unidos e Canadá) e A França é a maior produtora agrícola de todo o continente
América Latina (México, América Central e América do Sul). europeu e sua pecuária leiteira francesa alimenta sua indústria
América Desenvolvida (América Anglo- saxônica) – Uti- de laticínios, especialmente a de queijos.
lizam avançadas tecnologias empregadas no aumento da pro-
dutividade das lavouras e das criações. São características da ► Continente Asiático
agricultura nos EUA: uso intensivo do solo; uso de biotecno-
logia e tecnologia avançada; Irrigação de grandes áreas; pou- A mais importante região agrícola da Ásia localiza-se nas por-
cos trabalhadores rurais (cerca de 3% da população ativa), ções oriental e meridional, em países como China, Índia, Ban-
que é fortemente amparada e subsidiada pelo governo, sem gladesh, Paquistão, Vietnã, Tailândia, entre outros. A agricultura
transferência destes custos para o consumidor; áreas agrícolas praticada caracteriza-se pela intensidade do trabalho, mediante
especializadas (Belts); Openfields (propriedades extensas sem a agricultura de jardinagem, responsável pela sobrevivência de
cercas ou delimitações, formam um mosaico de área cultivada, mais de 2,5 de pessoas.
bastante comuns nas pradarias (área central). No Sudeste Asiático convivem lado a lado, áreas com
América Subdesenvolvida (América Latina) - Além de agricultura intensiva familiar e latifúndios monocultores. Boa
apresentar contrastes, como áreas produtoras extremamente parte desses latifúndios são pouco mecanizados, geralmente
mecanizadas associadas a uma produção rudimentar e precá- utilizando grande número de trabalhadores, devido à elevada
ria, as terras são mal distribuídas e mal exploradas. Há ainda oferta de mão-de-obra a baixos custos. Nessas propriedades
predomínio de áreas organizadas a partir de grandes proprie- monocultoras são cultivados principalmente produtos tropicais

56
Ensino Médio
como chá, cana-de-açúcar, fumo, algodão, borracha e fru- que propicia carne, lã e laticínios, exportados em larga escala.
tas (abacaxi, coco, banana, etc) destinados principalmente para A pecuária é favorecida pela existência de excelentes pastagens.
a exportação. Como a produção agrícola está voltada para o
mercado externo, os latifúndios estão se expandindo, ocupan- Exercícios
do áreas tradicionalmente destinadas às lavouras de arroz,
que eram utilizadas pela agricultura intensiva familiar. Como Complete as lacunas existentes nas questões abaixo:
consequência da redução da produção de arroz para o mercado
interno, está ocorrendo uma carência alimentar em alguns paí- 1. ____________________________: tipo de agricultura em
ses do sudeste asiático, pois este produto é a principal fonte que a maior parte do plantio se destina ao sustento do
de nutrientes da população regional. agricultor e sua família.

► Continente Africano 2. _____________________________: Nome dado à criação


de gado, com objetivo econômico
No continente africano, a agricultura caracteriza-se por estar
entre as menos capitalizadas do mundo e que se vale de técni- 3. ____________________________: termo utilizado para de-
cas de cultivo rudimentares como as queimadas. signar a unificação das atividades agrícola e industrial.
Na África desenvolve-se uma agricultura monocultora comer-
cial, realizada nas grandes propriedades rurais e uma agricul- 4. _____________________________: tipo de rebanho criado
tura de subsistência, realizada por comunidades tribais que ex- com a finalidade de fornecer carne e banha (toucinho).
ploram a terra de forma coletiva. Nas comunidades tribais a
produtividade das lavouras muito baixa. Para agravar esse qua- 5. _____________________________: tipo de rebanho bas-
dro, em vários países como a África do Sul, Zimbábue, Zâmbia tante encontrado na região sul com predominância de
e Quênia, as terras que possuem melhor fertilidade pertencem frangos e galinhas.
a uma minoria de fazendeiros brancos, isto é, descendentes de
europeus. Nessas propriedades, na maioria das vezes, desen- 6. _____________________________: rebanho do qual se
volve- se uma agropecuária com recursos mais avançados, com aproveita principalmente a lã, sendo a Austrália o maior
lavouras mecanizadas, uso de sementes selecionadas, rebanhos criador mundial.
diversificados e com melhoramento genético.
Assim, na agricultura africana, observa- se o predomínio de 7. _____________________________: conjunto de técnicas
sistemas extensivos voltados para a produção de alimentos utilizadas para o melhoramento de plantas, animais e
como o milho, a mandioca, feijão, inhame e batata, geralmente micro-organismos.
com baixa produtividade.
A aridez do clima, a irregularidade das chuvas e a introdução 8. ____________________________: sistema agrícola que foi
do sistema de plantations contribuem para que milhares de introduzido pelos colonizadores, principalmente nas
africanos vivam abaixo das condições mínimas de sobrevivên- áreas tropicais da América, Ásia e África, com a finali-
cia. A ajuda internacional, com doações de alimentos, evita dade de explorar a terra e o agricultor.
uma mortalidade ainda maior e ameniza o sofrimento dos po-
vos dessa região. Entretanto, pouco tem sido feito para ajudar 9. No continente _______________________, a agricultura
esses povos a adquirir condições de garantir sua própria so- caracteriza-se por estar entre as menos capitalizadas
brevivência. do mundo e que se vale de técnicas de cultivo rudi-
mentares como as queimadas.
► Oceania
GABARITO
Com exceção da Austrália e Nova Zelândia, os demais países
da Oceania apresentam características de subdesenvolvimento. 1) agricultura de sub-
2) pecuária
Devido às condições territoriais da maioria deles, as prin- sistência
cipais atividades econômicas são o extrativismo e, com exce- 3) agroindústria 4) suíno
ções, a agricultura. Em geral, o solo se mostra pouco propício à
5) avicultura 6) ovino
atividade agrícola na maioria das ilhas, produzindo geralmente
para consumo interno. São exceções Papua-Nova Guiné, com 7) biotecnologias 8) plantation
suas colheitas de café, cacau e coco; Samoa, onde se cultiva 9) africano
cacau, coco e banana e Tonga, que exporta bananas e sementes
10) Grandes / Pastagens Especiais e Rações /
oleaginosas. A pecuária nas pequenas ilhas é insignificante ou
inexistente. poucos cuidados /
Os dois maiores e mais desenvolvidos países, a Austrália e leite / 42 meses, qualidade
Nova Zelândia. A Austrália se destaca pela grande produção
de trigo, aveia e cevada, o que se deve ao elevado índice de
modernização do campo. Possui grandes rebanhos de ovinos
e bovinos que, fornecendo lã, peles e carne, constituem outra
fonte de divisas. O país atualmente é um grande exportador
de cana-de-açúcar e de trigo para o mercado asiático, principal-
mente para o Japão.
Na economia da Nova Zelândia, cuja produção agrícola abas-
tece o mercado interno, destaca-se também a pecuária ovina,

57
Ensino Médio
10. Complete o quadro abaixo:

Características Criação extensiva Criação intensiva


Espaço Praticada em grandes áreas Praticada em pequenas áreas
(gado livre no pasto) (gado cercado e estabulado)
Alimentação Alimento natural en- Pastagens especiais e rações
contrado na região
Cuidados Poucos cuidados Acompanhamento veterinário
constante
Geralmente destinado Principalmente para obtenção de
Objetivo ao abate (fornecimento leite
de carne)
Tempo de abate Em torno de 42 meses Em torno de 22 meses
Prioridade Quantidade de cabeças Qualidade do rebanho

Geografia - Módulo 4 Indústrias de Transformação

Aspecto Geográfico Mundial Consiste em modificar a matéria-prima, transformando-a em


Atividade Industrial, comércio e transportes. produtos prontos para utilização ou em outras matérias primas.
Podem ser classificadas em três tipos principais:
Caracteriza-se pela produção de bens em grandes quantidades, • bens de produção (ou indústria de base);
isto é, produção em larga escala, em série ou padronizada. • bens intermediários;
• bens de consumo (duráveis e não- duráveis);
Até meados do século XVIII a produção era artesanal ou ma-
nufatureira, ou seja, feita com máquinas rudimentares e fer- Indústria de bens de produção ou de base: transforma a
ramentas manuais. Na Inglaterra, após 1750, com a invenção matéria-prima bruta (minérios e recursos de origem fóssil) em
da máquina a vapor associada a outros fatores, ocorre grande produtos que servem de base para outras indústrias.
modificação na produção dos bens. Essa transformação ficou • extrativa mineral (mineração pesada – ferro, alumínio e man-
conhecida como Revolução Industrial. A partir de então, a ati- ganês);
vidade industrial foi tornando-se cada vez mais complexa e di- • refinarias de petróleo (gasolina, óleo diesel, asfalto, querosene
versificada, que levou à seguinte subdivisão: etc.);

58
Ensino Médio
Extrativismo: é a atividade econômica em que são retirados Consequências da industrialização
recursos minerais, animais e vegetais diretamente da natureza
para diversos fins. Quando esses recursos são utilizados em A instalação de indústrias provoca o crescimento das cidades
atividades que vão transformá-los em outros produtos, são como também a urbanização, devido ao grande número de tra-
considerados matérias-primas. A utilização de técnicas, má- balhadores do campo em busca de empregos e melhores con-
quinas e outros equipamentos modernos permitem a retirada dições de vida. Muitos deles perderam seus empregos devido à
de grandes quantidades de recursos da natureza. Essa atividade mecanização do campo. Atualmente, grande parte das pessoas
passa a ser como a industrial, sendo denominada de indústria que chegam do meio rural não conseguem emprego nas gran-
extrativa (animal, mineral e vegetal). des cidades, devido à concorrência e exigência de qualificação
profissional, o que as mesmas não possuem. Algumas aca-
• siderúrgicas (aço, ferro-gusa, coque, etc); bam tornando-se mão-de-obra barata, explorada por algumas
• metalúrgicas (estruturas metálicas, tubos, fios, ara- empresas ou famílias. As demais, sem colocação no mercado
mes, etc); de trabalho, acabam se marginalizando, aumentando o cinturão
• químicas (cimento, adubos, fertilizantes, tintas, vernizes, áci- de favelas. A industrialização também pode determinar proble-
dos, fibras artificiais). mas ambientais, pois a falta de uso de equipamentos adequados
para a eliminação do lixo industrial, produz a poluição o que
Indústria de bens intermediários: piora as condições de saúde da população e destrói a natureza.
• autopeças (peças para veículos em geral, como automóveis,
motocicletas, caminhões, tratores, etc.); Transportes
• mecânica (máquinas industriais, tratores, colheitadeiras, ara-
dos mecânicos etc); Os meios de transporte são vitais para o funcionamento do
• naval (navios e embarcações em geral). mundo moderno. Para determinar a sua eficiência, devem ser
considerados vários aspectos: tecnologia e capitais disponíveis,
Indústria de bens de consumo: produtos que são consumi- tipo de carga, condições naturais, custo de implantação e ma-
dos diretamente pela população. Divide-se em dois tipos: nutenção, consumo energético, capacidade e volume de trans-
• bens de consumo duráveis (automobilística, eletrodomésti- porte, relação custo-benefício, impacto ambiental e segurança.
cos, moveleira, etc);
• bens de consumo não-duráveis (confecções, cosméticos, ali- Os sistemas de transportes se dividem em continentais, marí-
mentícia, medicamentos, calçados, etc); timos e aéreos.

Distribuição das Indústrias Os continentais se subdividem em ferroviário, rodoviário e hi-


droviário.
A atividade industrial teve início na Inglaterra e se difundiu por
muitos países, concentrando-se no Hemisfério Norte. Nesse ► Ferroviário: este tipo de transporte já teve uma importância
hemisfério, destacam-se alguns países que apresentam elevada maior até o início do século XX, pois não existiam os grandes
produção e diversificação: Estados Unidos, Inglaterra, França, caminhões nem os aviões que atualmente transportam enor-
Bélgica, Holanda, Itália, Alemanha e Japão. No Hemisfério Sul, mes quantidades de cargas e passageiros. Os países que mais
essa atividade se restringe a poucos países, como a Austrália, a utilizam esse tipo de transporte são: Rússia, França, Alemanha,
África do Sul, o Brasil e a Argentina. EUA, Japão etc. Uma das estradas de ferro mais extensas do
mundo é a Transiberiana, com 9.280 Km de extensão, situa-
► Multinacionais e Transnacionais: atualmente encontra- da na Rússia, liga Moscou (Europa) à Vladivostok (Ásia). Essa
mos inúmeras empresas industriais que se expandiram por todo ferrovia possibilitou a colonização, a exploração das riquezas
o mundo, ou seja, que tenham instalações no país de origem naturais e a industrialização da Sibéria.
como também em vários outros países, principalmente subde- Na França, na Alemanha e no Japão existem os trens mais velo-
senvolvidos. A maioria das sedes dessas empresas está situada zes do mundo, alguns alcançando velocidades superiores a 500
nos países desenvolvidos. Essas grandes empresas recebem o Km por hora. O Maglev (trem de levitação magnética) flutua a
nome de multinacionais e transnacionais. As sedes das multi- 5 cm de distância dos trilhos, eliminando o atrito.
nacionais recebem parte do dinheiro obtido com o lucro das ► Rodoviário: com o desenvolvimento industrial e o intenso
filiais espalhadas por outros países. Já as transnacionais operam movimento de urbanização, a partir do Século XX, os países
com autonomia, adaptando-se aos mercados consumidores, precisavam expandir mais rapidamente seus sistemas de trans-
sem vínculo com seu país de origem e sem o compromisso portes e deram preferência às rodovias por serem de constru-
de reverter parte dos lucros. Alguns exemplos dessas grandes ção mais rápida. O grande número de veículos que passou a
empresas: General Motors (EUA), Toyota e Honda (Japão), circular (ônibus, carros, caminhões, fabricados pela crescente
Volkswagen (Alemanha), FIAT (Itália), Phillips (Holanda), indústria automobilística), levou os países a melhorarem a si-
Coca-Cola (EUA), Nestlé (Suíça), Johnson & Johnson (EUA), nalização viária, alargando e ampliando rodovias, melhorando
Bayer e Siemens (Alemanha). o fluxo do tráfego.
Os mais altos índices de robotização são encontrados nas in- No Brasil, a extensa área, a disponibilidade hídrica, a longa fai-
dústrias dos países da Europa, nos EUA e, principalmente no xa litorânea e os relevos pouco acidentados não impediram a
Japão, país líder no uso de robôs na produção industrial. adoção de uma política de transportes apoiada nas rodovias.
Embora o sistema rodoviário, incrementado a partir da
década de 60 com a expansão da indústria automobilística, seja
oneroso (três vezes mais do que o ferroviário e nove vezes mais
do que o fluvial, além de consumir 90% do diesel utilizado em
transportes no país), responde por cerca de 64% da carga que

59
Ensino Médio
circula no território. Como objetivou a integração inter- sam ter uma ampla rede de hotéis, bons meios de transporte,
-regional, seu desenvolvimento prejudicou a melhoria e a ex- bons restaurantes e segurança.
pansão dos transportes ferroviário e hidroviário. O transporte Três grandes centros turísticos destacam- se atualmente em ní-
multimodal é a melhor opção para o Brasil, pois a associação de vel mundial: a região do Mediterrâneo, a região do Caribe e o
vários sistemas de transporte e a criação de terminais rodoviá- Pacífico Ocidental, juntamente com o Mar da China (China,
rios, ferroviários e hidroviários reduziriam os fretes, aumenta- Hong Kong. Cingapura, Tailândia, Ilhas Marianas, Guam etc.).
riam a competitividade dos produtos e permitiriam uma maior No Brasil, além da área litorânea, as paisagens naturais brasilei-
integração territorial. ras como a Amazônia e o Pantanal mato-grossense, vêm sendo
bastante procurados por turistas estrangeiros, principalmente
da Europa e EUA. Esse turismo, que tem por objetivo conhe-
cer as belezas da flora e da fauna, recebe o nome de ecoturismo
ou Turismo ecológico. Para que tal turismo se desenvolva é
► Aéreo: o avião é o meio de transporte que permite o deslo- preciso que as paisagens naturais brasileiras sejam preservadas
camento de produtos e pessoas com extrema rapidez, indo de e quanto mais tempo elas forem conservadas, maior será o in-
um continente a outro, cruzando oceanos em apenas algumas teresse em conhecê-las.
horas. As companhias aéreas cobrem toda a superfície terres-
tre, as áreas melhor servidas são as Américas e a Europa, onde Exercícios
trafegam modernos aviões a jato que alcançam altíssima veloci-
dade e possuem grande capacidade de cargas. I – Responda as questões abaixo, com base no texto
No Brasil, o transporte aéreo começou a se desenvolver pra- trabalhado.
ticamente a partir de 1927. A Varig foi a maior companhia de
aviação brasileira. Dos aeroportos brasileiros, os três mais mo- 1) Transforma a matéria-prima bruta (minérios e re-
vimentados com voos internacionais, são o de Cumbica, em cursos de origem fóssil) em produtos que servem de
Guarulhos (SP), o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro base para outras indústrias.
(RJ) e o de Brasília (DF).
Atualmente, está ocorrendo uma crise no setor aéreo brasilei- 2) Indústria de bens de consumo duráveis.
ro, sendo esta uma consequência da falta de preparo do país
para acompanhar o crescimento da aviação. Esse problema 3) Atividade econômica em que são retirados recursos
começa a prejudicar profundamente a sociedade e a atividade minerais, animais e vegetais diretamente da natureza.
econômica do país.
4) Atividade que se caracteriza pela produção de bens
Turismo em grande quantidade e padronizada.

O turismo vem se destacando dentre as atividades desenvolvi- 5) Uma consequência negativa da industrialização.
das no setor de serviços, devido ao volume de renda que gera
e pelo número de empregos que são criados. Muitas áreas lito- 6) Indústria de bens intermediários.
râneas passam por transformações espaciais significativas, por
apresentarem condições favoráveis para atraírem visitantes. 7) Associação de vários sistemas de transportes.
Como exemplo temos Fortaleza no Brasil; Cancun no Méxi-
co; Miami nos EUA. Áreas pouco atrativas em temos naturais 8) Indústria caracterizada por produzir bens de consu-
também foram transformadas, criando-se novos espaços artifi- mo não-duráveis.
ciais para o desenvolvimento da atividade turística, sendo Las
Vegas nos EUA um exemplo típico. 9) Indústrias de bens de produção que pode produzir
A atividade turística pode contribuir para problemas ambien- cimento, tintas, ácidos, etc.
tais, como a poluição de praias e áreas de preservação da pai-
sagem natural (reservas florestais) por pessoas que jogam toda 10) Compra de produtos de outro País.
a espécie de lixo ou pela construção de rodovias ou hotéis em
áreas de vegetação nativa. GABARITO
Até as primeiras décadas do século XX, o turismo não era uma
atividade econômica muito importante. A partir da aprovação 1) Transformação 2) Moveleira
de leis que criaram as férias remuneradas, um maior número de 3) Extrativismo 4) Industrial
europeus passou a viajar. Assim, aos poucos, o turismo foi se 5) Problemas ambien- 6) Mecânica
transformando num fenômeno de massa, ou seja, uma ativida- tais
de de deslocamento de milhares de pessoas, não só da Europa,
mas de muitos países do mundo. 7) Multimodal 8) Alimentícia
A maior parte dos fluxos turísticos internacionais provém de 9) Química 10) Importação
países ricos e destina- se a outros países ricos, sendo que a
Europa absorve quase 2/3 desse turismo. O forte crescimento
da atividade turística, principalmente em nível internacional,
foi possível graças à evolução dos meios de transportes, que
diminuiu o tempo das viagens, como também dos meios de
comunicação, que agilizaram os contatos entre diversas regiões
do mundo. Além da divulgação de suas belezas naturais e/ou
riqueza cultural pelos meios de comunicação, os países preci-

60
História
Elaborado Por: Professor Marcelo Moura da Costa

MÓDULO 3.......................................................... 62
Idade Moderna
MÓDULO 4.......................................................... 64
Idade Contemporânea
Ensino Médio
História - Módulo 3 Ponto máximo: noite de São Bartolomeu (24-08-1572). Mas-
sacrados milhares de protestantes.
História: Idade Moderna
► O absolutismo Inglês
Os Estados Nacionais
Fatores: nobreza inglesa arruinada, crescimento da burgue-
a) Fatores da formação: fortalecimento da burguesia; enfra- sia, possibilitando a ascensão dos Tudor (1485-1603).
quecimento da nobreza e do clero;desejo da burguesia do Henrique VII (1485-1509) – pacificou o
fortalecimento da autoridade do rei para facilitar as transações país e consolidou o Estado Nacional Inglês.
comerciais. Henrique VIII (1509-1547) – sujeitou o Parlamento, dan-
b) Características dos Estados Nacionais: idioma comum; do características absolutistas à monarquia inglesa. Realizou a
território definido; soberania; exercito permanente;governo reforma protestante. Ato de Supremacia de 1534 – Igreja An-
centralizado. glicana.
c) A formação dos Estados Nacionais Elisabeth I (1558-1603).
Durante o feudalismo, predominava, na Europa, a autoridade Consolidação do anglicanismo. Agressiva
da nobreza e da Igreja. O renascimento comercial e urbano política mercantilista..
originou a necessidade da centralização do poder para unificar 1518 – guerra contra a Espanha.
os tributos, as moedas, os pesos, as medidas, as leis e mesmo a
língua. Esses obstáculos ao desenvolvimento do comercio Espanha e Portugal
só poderiam ser removidos por um poder que submetesse a
nobreza. O instrumento surgiu com a criação do Estado Mo- A Espanha formou-se com o casamento de Fernando, de Ara-
derno, sob forma de monarquias nacionais. gão, e Isabel, de Castela, em 1492. Fernando e Isabel executa-
ram um programa de reorganização administrativa e econômi-
► O absolutismo monárquico ca, reforçando sua autoridade pessoal e impondo a todo reino
A concentração de poderes nas mãos do monarca passou a ser as normas do Estado.
denominada de absolutismo monárquico. Portugal tornou-se independente de Castela em 1139, sob o
Alguns teóricos preocupam-se em formular justificativas para a comando de Afonso Henriques que instaurou a primeira dinas-
autoridade do rei sobre a sociedade. tia portuguesa, a de Borgonha. Esta dinastia deu procedimento
à luta contra os mouros, ao desenvolvimento do comércio, a
a) Teóricos do Absolutismo organização da produção agrícola.
Nicolau Maquiavel (1469-1527): o soberano deve ficar aci-
ma das considerações morais, mantendo a autonomia política. Renascimento
Thomas Hobbes (1588-1619): os homens uniram-se para
superar o estado natural de destruição, formando uma socie- Características: resgate de valores do mundo urbano-comer-
dade civil mediante um contrato, segundo o qual cada um cede cial; inspiração: Antiguidade Clássica; movimento anticlerical
seus direitos ao soberano. ; humanismo; valorização da vida terrena e da natureza; itália
Jacques Bossuet (1627-1704): estabeleceu o princípio do di- – principal polo gerador (Florença, Veneza, Roma e Milão);
reito divino dos reis, isto é, do poder real emanado de Deus. eclosão de manifestações artísticas filosóficas e científicas do
Influenciou os reis franceses da dinastia Bourbon Luís XIV, novo mundo urbano e burguês.
XV, XVI,
Jean Bodin (1530-1596): a soberania real não pode sofrer Fatores geradores: transformações econômicas; Mecenato
restrições nem se submeter a ameaças, pois ela emana das leis – patrocínio para as artes e ciências. sábios bizantinos e sua
de Deus. influência.
Hugo Grotius (1583-1645): defende o governo despótico,
o poder ilimitado do Estado, afirmando que sem ele se estabe- ► Nomes importantes:
leceria o caos, a turbulência política. Leonardo da Vinci - pintor, escultor, urbanista e engenhei-
ro, músico, artes plásticas: “Gioconda (Mona Lisa)”, “Santa
► O absolutismo Francês Ceia”, “Virgem das Rochas”.
Início do processo de centralização política – dinastia dos Va- Nicolau Maquiavel - O Príncipe” – defende um estado for-
lois te, independente da Igreja.
- Reinado de Carlos IX (1560-1574) – lutas entre católicos e Michelangelo - pintor, escultor, arquiteto e poeta. Retra-
huguenotes: tou a dor e a paixão. Grande obra afrescos pintados na Capela
Sistina sobre passagens bíblicas.
Gallileu Galilei - completou a teoria heliocêntrica, afirman-
Católicos Huguenotes do que a terra girava em torno do sol.

Apoio da A Reforma Protestante


Apoio de Catarina
burguesia
de Médicis e da X Movimento de contestação à autoridade papal e ao poder ma-
mercantil
nobreza católica terial da Igreja Romana, ocorrido no século XVI.

► Fatores:
as criticas sofridas pela Igreja de Roma: a riqueza material
promovia relaxamento dos deveres espirituais;

62
Ensino Médio
atitude mundana do alto clero: uso das rendas da Igreja em 5) Movimento de contestação à autoridade papal e ao
proveito próprio; poder material da Igreja Romana, ocorrido no Séc. XVI:
prática da simonia – comércio de coisas sagradas;
a venda de indulgências (documento que a) absolutismo monárquico
garantia o perdão papal dos pecados). b) revolução francesa.
c) compresso de Viena.
1) Luteranismo (Alemanha) - Liderado por Martinho Lutero d) reforma protestante.
Características: salvação através da fé; dois sacramentos: batis- e) Santa aliança.
mo e eucaristia; rejeição da hierarquia religiosa.
6) Entre as características do renascimento está:
2) Anglicanismo (Inglaterra) - Liderado por Henrique VIII
Características: o rei é o chefe supremo da Igreja Anglicana; a) a reforma protestante.
popularização da leitura da Bíblia, vertida para o idioma na- b) a valorização da vida terrena e da natureza.
cional. c) as transformações econômicas.
d) influência Árabe.
A Contrarreforma ou Reforma Católica e) o Congresso de Viena.

Contra os movimentos reformadores, a Igreja Católica reagiu 7) Entre as características do Mercantilismo, podemos
da seguinte maneira: Companhia de Jesus (os Jesuítas), colo- citar:
cando-a a seu serviço na expansão da fé católica.
a) balança comercial favorável.
Mercantilismo - conjunto de práticas e normas através das b) venda das indulgências.
quais o Estado fazia a intervenção na economia. c) fortalecimento do poder real.
Características do Mercantilismo: balança comercial favorável d) colonialismo.
(mais exportações que importações); formação dos monopó- e) liberdade de pensamento.
lios; protecionismo; intervenção estatal; metalismo.
A Revolução Industrial
Exercícios
Por Revolução Industrial entende-se o conjunto de transfor-
1) Um dos fatores que contribuiu para a formação dos mações econômicas, políticas, sociais e culturais que alteraram,
estados nacionais foi primeiramente, a vida da Inglaterra, a partir de meados do sé-
culo XVIII e quase todo o século XIX.
a) a formação de um governo centralizado.
b) a vida de pobreza da população. Nessa nova ordem surgiram novos segmentos sociais:
c) o fortalecimento da burguesia. - o proletariado: classe assalariada;
d) o fortalecimento do clero. - a burguesia industrial: proprietária dos meios de produção e
e) influência dos Árabes. do capital investido na produção.

2) Uma característica dos Estados Nacionais: As principais consequências sociais da Revolução In-
dustrial: exploração do trabalhador assalariado; urbanização
a) o idioma comum. crescente; especialização do trabalho; desenvolvimento das co-
b) o enfraquecimento do clero. municações e dos meios de transporte;
c) a guerra dos cem anos.
d) a revolução industrial. A Revolução Francesa
e) a reforma religiosa.
As contradições do Antigo Regime: os grandes proprietários
3) Defendeu o princípio do direito divino dos reis: de terra e o clero possuíam privilégios; os camponeses estavam
expostos a todo tipo de exploração; os trabalhadores urbanos,
a) Hugo Grotuis. os sans-cullotes, sofriam de fome e opressão; a burguesia, ape-
b) Jacques Bossuet. sar de economicamente financiar a produção, não possuía aces-
c) Maquiavel. so ao poder político.
d) Jean Bodin.
e) Thomas Hobbes. ► A Sociedade Francesa:
- Primeiro Estado: Clero
4) A concentração de todos os poderes nas mãos do - Segundo Estado: Nobreza
monarca denomina-se - Terceiro Estado: camponeses, burgueses, operários, profis-
sionais liberais, soldados, pequenos negociantes.
a) ditadura. - Influências dos ideais iluministas: liberdade de expressão,
b) mercantilismo. igualdade perante a lei, fraternidade.
c) absolutismo monárquico.
d) estados nacionais.
e) presidencialismo.

63
Ensino Médio
Império Napoleônico Exercícios
Napoleão Bonaparte foi indicado pelo Diretório para reorgani- 8) Movimento surgido no séc. XIX que pregava a extin-
zar o Exército francês. Napoleão comandou a guerra contra a ção do Estado:
Itália (1796), obtendo sucessivas vitórias e impondo aos italia-
nos pesados tributos. A burguesia francesa, representada pelo a) socialismo.
Diretório, almejava derrubar a grande potência daquela época:
b) mercantilismo.
a Inglaterra. As tropas francesas não tiveram sucesso, tendo em
vista o grande poder das forças inglesas. c) anarquismo.
Os banqueiros franceses financiaram a reorganização das tro- d) cartismo.
pas. Fortalecido, Napoleão, em 1799, aplicou um golpe de Es- e) Iluminismo.
tado (18 Brumário), depondo o Diretório e implantando um
novo regime - o Consulado, uma espécie de ditadura militar. 9) A Revolução Francesa sofreu influência:

Fase características a) das condições de vida da população.


b) das ideias iluministas
Esta fase restringiu-se à Inglaterra. c) da revolução industrial.
Utilizou-se o ferro e o carvão como
d) dos movimentos sociais.
1760-1860 fonte de energia. Aperfeiçoaram-se
as máquinas a vapor. As principais e) do socialismo.
fábricas eram as de tecidos.
10) Uma das principais consequências sociais da Revo-
A Revolução Industrial difundiu-se
lução Industrial é
pela Europa, Estados Unidos e Ja-
pão. Uso da eletricidade como fon-
1860-1900
te de energia. Inovações técnicas: a) a especialização do trabalho.
produtos químicos e aço. Imperia- b) o fortalecimento da burguesia.
lismo e neocolonialismo. c) o fortalecimento do poder real.
d) a reforma protestante.
e) o socialismo.
Movimentos Características
Crítica da sociedade burguesa e
GABARITO
correção dos efeitos danosos da
1) C 2) A 3) B 4) C 5) D
Socialismo Revolução Industrial sobre os me-
utópico 6) B 7) A 8) C 9) B 10) A
nos favorecidos. As mudanças de-
penderiam da livre- iniciativa e da
consciência dos homens. Módulo 4 - História
Surgiu na Europa, no séc. XIX. O
principal articulador foi Karl Marx, História Geral: Contemporânea
com colaboração de Friedrich En-
gels. Segunda Revolução Industrial e Imperialismo
O mundo passava pelas conse-
quências e repercussão da Revolu- Segunda fase da revolução industrial e o capitalismo mo-
Socialismo ção Industrial. Havia uma grande nopolista: a partir de 1850 o processo de industrialização ex-
científico desigualdade de recursos, impulso
demográfico, altas dos preços dos pande-se pelo resto da Europa, EUA e Japão. Surgem novas
produtos, retração do mercado fontes de energia como petróleo, eletricidade e aço, e aplica-se
consumidor e agravamento da a ciência à industria. O capitalismo industrial aliou-se ao capi-
situação das classes pobres. talismo financeiro, tornando as empresas capitalistas cada vez
Surgiu no séc. XIX. Extinção do maiores e mais poderosas. A consequência foi a concentração
Estado. Organização da sociedade do capital, fusão de empresas numa única, de modo a concen-
de baixo para cima. Livre associa- trar todas as etapas da produção e/ou driblar a concorrência,
ção dos indivíduos – coletivismo. estabelecendo o monopólio. Nasce o capitalismo monopolista,
A revolução deveria ser feita pela em oposição ao capitalismo livre- concorrencional, caracterís-
Anarquismo ação espontânea e continua das tico da primeira etapa da Revolução Industrial.
massas, por A exigência que se impunha às nações industrializadas era bus-
meio de grandes organizações de car matéria-prima, formar mais mercados consumidores e ex-
trabalhadores. portar capital excedente.
Movimento liderado por setores O movimento resultante dessas necessidades foi uma política
da burguesia inglesa:sufrágio uni-
de anexação territorial fora da Europa: imperialismo. Deu-se,
desse modo, a colonização da África e da Ásia.
versal masculino e voto secreto, sa-
Cartismo
lários mais altos, menor jornada de ► Primeira Guerra Mundial - Desde o Congresso de Viena,
trabalho e legislação trabalhista. a Europa mantinha um equilíbrio instável. Pode-se dizer que a
Guerra foi produto ao mesmo tempo da expansão e da crise do
capitalismo, pois as disputas imperialistas e as disputas por

64
Ensino Médio
áreas de influencia estiveram intimamente ligadas à formação Período Entreguerras
das alianças e à eclosão do conflito.
Fatores: expansão e crise do capitalismo: os graves proble- Crise de 29
mas sociais internos das nações capitalistas; as crises de super-
produção e a necessidade crescente de mercados consumidores Antecedentes - EUA torna-se, após a Primeira Guerra Mun-
tornavam, cada vez mais, necessária a busca por territórios e dial, a nação capitalista hegemônica. Durante a guerra, ampliou
áreas de influência política e econômica; significativamente sua produção industrial e agrícola; abasteceu
os pactos secretos e os sistemas de alianças mostravam a imi- os mercados europeus e mundiais;
nência da Guerra: Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hun- Os EUA mantinham o mesmo ritmo de produção do período
gria e Tríplice Entente: França, Rússia e Inglaterra; corrida da Guerra. Entretanto, nos anos 20, as nações europeias se re-
armamentista: as nações, temerosas de um conflito generaliza- construíram e passaram a disputar fatias do mercado com os
do, aumentavam a produção bélica; o assassinato do herdei- produtos norte-americanos. O Crack da Bolsa de Nova Iorque:
ro do trono austríaco, Francisco Ferdinando, por nacionalistas a crise gerou uma correria desenfreada dos investidores. Este
sérvios, serviu de gota d’água para o inicio do conflito. fato levou a queda do valor das ações;
Etapas do conflito: Guerra de movimento – 1914: tendên- Consequências da Crise: americanos repatriam capitais in-
cias das nações a avançar sobre os territórios inimigos; Guer- vestidos em países estrangeiros, milhares de pessoas ficaram
ra de trincheiras – 1915/16: tentativa de manter os territórios desempregadas; as nações começaram a levantar barreiras al-
ocupados. terceira etapa – 1917/18: entrada dos EUA; saída da fandegárias para garantir o seu mercado interno; cresceram os
Rússia em função da Revolução socialista de 1917. Novembro movimentos populares e socialistas; desenvolveram-se os mo-
de 1918, representantes da recém proclamada República Alemã vimentos direitistas, que propunham soluções radicais para a
assinaram o armistício; efeitos da Guerra: fim da supremacia crise; emerge uma desconfiança na democracia liberal. O capi-
econômica europeia– aumento dos movimentos operários e talismo liberal estava em crise. Os Estados passam a intervir na
socialistas e empobrecimento da classe média, crescimento dos economia, e regimes totalitários (nazifascismo) passam a fazer
EUA, desaparecimento de grandes impérios; parte do panorama europeu.
Tratado de Versalhes: penalizou a Alemanha. Limitou a pro-
dução bélica da Alemanha, fez a Alemanha perder uma série Nazifascismo
de territórios e ainda pagar indenização aos vencedores. Este
tratado despertou um sentimento de revanche nos alemães e
Condições de possibilidade - O período Entreguerras (1919-
teve implicações para a ascensão dos regimes totalitários na
1939) foi marcado pela crise dos valores da sociedade liberal.
década de 30. Tratou-se de uma crise do sistema capitalista não apenas no
plano econômico: na medida em que a superprodução america-
Exercícios na resultou na crise financeira e na crise social, mas também no
plano ideológico: os valores humanistas, individualistas e de-
1) Entre os diversos fatores que levaram à 1ª guerra mocráticos, sugeridos pelos iluministas europeus como o pon-
mundial (1914 – 1918), podemos citar to máximo em termos de realização humana são postos em xe-
que. Os efeitos da Primeira Guerra na Europa, principalmente
a) a implantação do socialismo. na Alemanha e na Itália, a Crise de 29 e o crescimento dos Par-
b) a revolução francesa que desestabiliza a sociedade. tidos Comunistas europeus criaram condições favoráveis para
c) a expansão e a crise do capitalismo. a contestação do capitalismo liberal e às ideias individualistas,
d) o congresso de Viena e a Santa Aliança. racionalistas e democráticas da sociedade capitalista e para a
e) as ideias iluministas. emergência do totalitarismo. A falta de perspectiva de vida para
milhares de pessoas levou, especialmente, Alemanha e Itália a
2) O Tratado de Versalhes assinado ao final da 1ª G. optarem pela solução fascista. A emergência do fascismo está
Mundial (1914 – 1918) penalizou especialmente ligada a esse ambiente de desolação, a esse arrefecimento dos
valores racionais, no qual se desenvolveram facilmente noções
a) a Alemanha. messiânicas e salvadoras do mundo, xenófobas e de aversão
b) os EUA. aos meios racionais de se conduzir a vida. A derrota na
c) o Japão. Primeira Guerra, a humilhação frente às nações capitalistas
d) a Rússia. vencedoras, as determinações do Tratado de Versalhes ultraja-
e) a França. ram o orgulho alemão e prepararam um terreno fértil para o
nacionalismo exacerbado apregoado pelos nazistas.
3) O período entre guerras (1919 – 1939) foi marcado
pela crise de valores da sociedade europeia, o que pos- A Descolonização da África e da Ásia
sibilitou o surgimento de movimentos como o
O movimento de descolonização foi acelerado após o fim da
a) anarquismo. Segunda Guerra Mundial, quando se deu a crise da Europa e a
b) socialismo. emergência dos Estados Unidos e da União Soviética.
c) iluminismo.
d) nazifascismo. Guerra Fria - Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados
e) mercantilismo Unidos e a União Soviética, que se tornaram os grandes líde-
res mundiais, iniciaram um período de grandes tensões conhe-
cido como Guerra Fria. Os blocos rivais se preocuparam em
aumentar suas forças militares, iniciando-se, assim, as alianças
militares e a corrida armamentista.

65
Ensino Médio
Plano Marshall - Ao acabar a Segunda Guerra Mundial, Exercícios
a Europa estava devastada, sem recursos para recuperar sua
economia e resolver seus problemas sociais. Sentindo que sua 4) A disputa ideológica que surgiu ao final da 2º guerra
hegemonia nesta região estava em perigo, os Estados Unidos mundial (1939-45) entre EUA capitalista e URSS socia-
desenvolveram um plano de ajuda financeira, o Plano Marshall, lista ficou conhecida como
destinado a auxiliar a economia europeia e a absorver as merca-
dorias americanas, evitando a possibilidade de crise. a) Tratado de Versalhes.
b) Congresso de Viena.
Alianças Militares - Em 1949, foi criada a OTAN. Era uma c) Guerra fria.
aliança militar entre os píises da Europa Ocidental, que per- d) Pacto de Varsóvia.
tenciam à área de influência dos Estados Unidos. Essa aliança e) conferência de Potsdam.
ficou conhecida como Organização do Tratado do Atlântico
Norte. Prevendo um possível confronto com a União Soviéti- 5) Um dos fatores que levaram a descolonização dos
ca, promoveram a instalação de inúmeras armas nucleares na países da África e da Ásia foi
região. Em 1955, revidando a criação da OTAN, os países do
bloco socialista da Europa oriental firmaram uma aliança de a) a 2º Guerra Mundial (1939-45).
ajuda militar mútua por meio do PACTO DE VARSÓVIA. b) a crise econômica do pós-guerra.
c) as alianças militares.
A Revolução Cubana - Em Cuba, em 1956, iniciou-se uma d) a posição anticolonialista dos soviéticos e dos nor-
luta para acabar com a ditadura de Fulgêncio Batista. Os guer- te-americanos.
rilheiros, então liderados por Fidel Castro, ocuparam cidades e e) o fim da URSS.
aldeias e promoveram a expropriação de terras, distribuindo-as
aos camponeses. Fidel Castro, vitorioso, promoveu a reforma 6) A glasnost e a Perestroika foi uma tentativa refor-
agrária e a expropriação de várias empresas norte-americanas. mista de manter a URSS unida. Esta ideia reformista foi
Em 1961, como represália, os Estados Unidos organizaram obra de
uma invasão de cubanos antirrevolucionário com apoio aéreo
norte-americano. A partir de 1964, os Estados Unidos lideram a) Lênin.
um bloqueio econômico a Cuba, para impedir qualquer relação b) Stalin.
comercial entre os países capitalistas e a ilha socialista. c) Gorbachev.
d) Mussolini.
O Fim da URSS e a Crise Socialista do Leste Europeu - A e) Napoleão.
União Soviética era formada por 15 repúblicas federadas. A
reconstrução da URSS, após a Segunda Guerra Mundial, pro- 7) Que país lidera um bloqueio econômico contra
cessou-se de maneira muito rápida. Durante cerca de 70 anos, Cuba, desde 1964?
o povo soviético não gozou de liberdades fundamentais. Em
marco de 1985, Gorbatchev foi escolhido para ser o secretário a) Rússia.
geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Polí- b) Alemanha.
tico de tendência reformista, seu primeiro ato foi a criação da c) Brasil.
Glasnost (transparência) e da Perestroika (reestruturação). d) EUA.
e) Canada.
Glasnost – modificações no sistema político: fim do mono-
pólio do PCUS; eleições livres. 8) Após a 2ª Guerra Mundial (1939-45) os EUA desen-
volveram um plano de ajuda financeira para Europa
Perestróika – reformulação econômica da União Sovié- com o objetivo de recuperar sua economia e resolver
tica: alteração do regime de propriedade. transformação seus problemas sociais.
de parte das indústrias militares em indústrias de bens de con- Este plano é
sumo; permissão de entrada de capitais estrangeiros no país;
incentivo à concorrência industrial. Em 1987, Gorbatchev a) o Plano Real.
promove um novo plano para evitar uma economia falida no b) o Plano Marshall.
país. No dia 20 de agosto de 1991, a Estônia declarou- se inde- c) a Glasnost.
pendente, sendo reconhecida pela União Europeia. Mais tarde, d) a Perestroika.
a Lituânia e a Estônia são reconhecidas oficialmente como paí- e) a Guerra Fria.
ses. Com isso a independência das Repúblicas, que formavam a
URSS, aprofundou-se e multiplicou-se. Na tentativa de salvar a 9) Após a 2º Guerra Mundial (1939-45) a Europa per-
União Soviética, Gorbatchev, promulgou o Novo Tratado para deu a hegemonia econômica e politica, neste contexto
a criação de um novo País. Em 1991, foi assinado o tratado temos a ascensão de
que criou a C.E.I. (Comunidade de Estados Independentes).
Após o fim da União Soviética, o leste Europeu sofreu influên- a) Japão e China.
cia direta dos ventos da democracia: b) Canadá e EUA.
c) EUA e URSS.
d) Japão e Alemanha.
e) EUA e Arábia Saudita.

66
Ensino Médio
10) Os efeitos da 1º Guerra Mundial (1914-18) na Euro-
pa, principalmente na Alemanha e Itália, e a crise de
1929, criam condições de contestação do capitalismo
liberal, das ideias individualistas, nacionalistas e demo-
cráticas da sociedade capitalista, abrindo espaço para
o surgimento de governos

a) liberais.
b) totalitários.
c) capitalistas.
d) monárquicos.
e) democráticos.

GABARITO
1) C 2) A 3) D 4) C 5) A
6) C 7) D 8) B 9) C 10) B

Bibliografia

ORDOÑEZ, Marlene e SILVA, Antônio Luiz de Carvalho e –


História Geral – São Paulo, IBEP, 1975.
SILVA, Francisco Alves de Assis – História Geral – Editora
Moderna – 1994 – São Paulo. CAMPOS, Raimundo – Historia
Geral – Editora Atual – São Paulo – 1985.
AQUINO, Rubim Santos Leão de, Luiza Siciliano Aleta, Maria
Bernadete Moura – Fazendo a História – Rio de Janeiro – Ao
livro Técnico – 1985 VALUCE, Ladmo – História Geral – Edi-
tora Ática – 1987
SARONI, Fernando e DARÓS, Vital – História das Civiliza-
ções – São Paulo – FTD – 1979 COTRIM, Gilberto – História
e Consciência do Mundo – Editora Saraiva – 1992.
VINCENTINO, Cláudio – História Memória Viva – Editora
Scipione – 1996
SOUZA, Osvaldo Rodrigues de – História Moderna e Con-
temporânea –Ed. Ática – 1986 PEREIRA, Pedro Sérgio e MO-
RAES, Robson Alexandre. - História: Ensino Médio. Editora
Frase – Coleção Frase Didática – 2001

67
Inglês
Elaborado Por: Professora Claudia Carvalho

MÓDULO 3.......................................................... 69
Conjunctions
Prepositions
Other Words
Prefix and Sufix
MÓDULO 4.......................................................... 75
Passive Voice
Genitive Case
Ensino Médio
Inglês - Módulo 3
Conjunctions
As conjunções são palavras ou grupos de palavras invariáveis que ligam orações ou termos de uma mesma oração. Dividem-se
em Conjunções coordenativas e subordinativas.

Conjunções Coordenativas

Elas servem para coordenar duas partes ou termos de uma oração. Como se uma parte completasse a outra.

Conjunção Tradução Idéia


so por isso conclusão
or ou alternância
and e adição
but, yet mas, porém, contrariedade
todavia
for pois explicação

Ex: It’s raining so you should take your umbrella. (conclusão)


Está chovendo por isso você deveria levar sua sombrinha

Conjunções Subordinativas

São conjunções que servem para unir partes ou termos de uma oração e cada parte está subordinada à outra. Uma oração não
terá sentido sem a outra e o que as une é a conjunção subordinativa.

Conjunção Tradução Idéia


than do que, que comparação
if se condição
because porque causa
(explicação)
when quando tempo
as soon as assim que tempo

Ex: I’ll do the homework as soon as I finish writing this letter. (tempo)
Eu farei o tema assim que eu terminar de escrever esta carta.

Exercícios

“Lembre-se: observe o sentido da oração e consulte a tabela para praticar os exercícios.”


rer muito rápido porque são atletas.)
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque as
conjunções corretas: a) and b) or c) because

1. Daniel is older ___________ his brother. (Daniel é mais 4. Jack is tired sick today. (Jack está cansado e doente
velho do que seu irmão.) hoje.)

a) when b) or c) than a) because b) or c) and

2. Lucy can’t swim _________ she is very sick. (Lucy não 5. Marta wishes to buy a new house, she doesn’t have
pode nadar porque está muito doente.) money. (Marta deseja comprar uma casa nova, mas ela
não tem dinheiro.)
a) when b) because c) than
a) when b) but c) or
3. They can run very fast, are athletes. (Eles podem cor-
69
Ensino Médio
Conjunção Tradução Idéia
6. Larry will be in home he closes the shop. (Larry
estará em casa assim que fechar loja.) than do que, que comparação
if se condição
a) when b) as soon as c) than
because porque causa
7. You are rich, you can’t buy everybody. (Você é rico, (explicação)
mas não pode comprar todo mundo.) when quando tempo

a) when b) or c) but as soon as assim que tempo

8. This book is amazing, is not true. (Este livro é ótimo, Conjunção Tradução
mas não é real.)
so por isso
a) when b) but c) than or ou
9. She closed all the windows, today is really cold. (Ela and e
fechou todas as janelas, porque está muito frio.)
but, yet mas, porém
a) but b) for c) because for pois

10. I was starving, I called a Pizza. (Eu estava famin-


to por isso chamei uma Pizza.)

a) when b) but c) so

Prepositions

Preposições Tradução Exemplo


em, no(a), sobre, at I live in São Paulo. Eu moro em São Paulo. The book is on the
in, on, at (na) table. O livro está sobre a mesa. She is at the door. Ela está
próximo à porta.
behind atrás I sit behind you in the class. Eu sento atrás de você na aula.

beside ao lado She was beside you right now. Ela estava do seu lado agora
mesmo.
In front of em frente The school is in front of the hotel. A escola é em frente ao
hotel.
near próxi- The dog is near of here. O cão está perto daqui.
mo
under embaixo The chair is under the table. A cadeira está embaixo da
mesa.
over sobre, por cima Put your coat over the shoulders. It’s cold. Coloque o
casaco sobre os ombros. Está frio.
between entre (duas coisas) The nose is between the eyes. O nariz está entre os olhos.

among entre (várias coisas) The ball is among the boys. A bola está entre os meninos.
about sobre; a respeito I’m talking about love.
with com I go with you to the shopping.
of de In the name of love.

70
Ensino Médio
Exercícios new = novas
tables in it = mesas nela
“Lembre-se: procure gravar o significado das nove and = ______
preposições de lugar. Utilize a tabela para praticar os a basket = uma cesta
exercícios.” under a table = embaixo da mesa
There are = existem
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque as computers = ________
preposições corretas: on two tables = sobre duas mesas
There are a telephone= existem um telefone
De acordo com o quadro abaixo escolha a alternativa and a fax on another table = _______ um fax na outra
correta para as frases de 1 a 4: mesa
There is a = tem um
BOB JOHN SANDY Map = mapa
on the wall = na parede
MARY MICHAEL PAUL There are books = têm livros
HELEN CAROL PETER and papers = e papéis
on the tables = sobre a mesa
01. Michael is ___________ Paul. (Michael está ...de Paul.) and many pencils in box = ____ muitos lápis ____ caixa
Jane and Monica = ______________
a) between b) over c) beside are talking about = estão falando sobre
a letter = uma carta
2. Carol is ________________ Helen, Peter, Mary, Michael I am talking = estou falando
and Paul. (Carol está…Helen, Peter, Mary, Michael and about business = sobre trabalho
Paul.) with Mr. Peterson = com Sr. P
We are near = estamos perto
a) between b) over c) among the door = da porta

3. Helen is ________ Mary. (Helen está… Mary.)


7. Complete as frases com a preposição correta:
a) between b) under c) among
1) There are pencils ____ a box. (Existem lápis na caixa.)
4. John is ________ Bob and Sandy. (John está… Bob e
Sandy.) 2) There are papers _____ the tables. (Há papéis sobre
a) under b) between c) among as mesas.)

5. The Theater São Pedro is ________ the Cathedral. 3) There is a basket ____ a table. (Há um cesto embaixo
(O teatro São Pedro está… da Catedral.) da mesa.)

a) between b) over c) in front of 4) I am in a room _____ my friends. (Estou numa sala


com meus amigos.)

6. Traduza o texto a seguir com o auxílio do vocabulá- 5) We are talking _____ business. (Estamos conversando
rio de apoio, abaixo do texto: a respeito de negócios.)

My office 6) Mr. Peterson is ______ the door. (Sr. Peterson está


perto da porta.)
I am in my office. It is very large. We can see four new
tables in it and a basket under a table. There are com- 7) This is a book _____ English. (Este é um livro sobre
puters on two tables. There are a telephone and a fax inglês.)
on another table.
There is a map on the wall. There are books and papers
on the tables and many pencils in box. Jane and Monica
are talking about a letter. I am talking about business
with Mr. Peterson. We are near the door.

My = meu, minha (s)


Office = escritório
I am – estou, sou in = __________
It is = ele é, ela é (está)
very = muito
large = grande.
We can = nós podemos
see = ver
four = quatro

71
Ensino Médio
Other Words 5. I’m short of money!

Other words significa outras palavras, ou seja, algumas expres- a) Oi, como vai?
sões idiomáticas, gírias, usadas para comunicações rápidas que b) Estou sem grana.
não podem ser traduzidas palavra por palavra. Observe com c) Já volto!
atenção as expressões abaixo.
Sugestão: Responda seus exercícios em folha de ras-
Expressão Tradução cunho, para que você possa fazê-los outras vezes.
1. I’ll be right back Já volto!
2. Hi, how’s it going? Oi, como vai? GABARITO
3. I’m short of money Estou sem grana. A. Leia atentamente as questões abaixo e mar-
que as conjunções corretas: Conjunções
4. Hey, what’s up? E aí, como está?
5. You’re welcome! De nada / Seja bem-
1) C 2) B 3) C 4) C 5) B
vindo! 6) B 7) C 8) B 9) C 10) C
6. See you tomorrow! Até amanhã! A. Leia atentamente as questões abaixo e mar-
7. Make yourself at Sinta-se em casa! que as
home. preposições corretas: Preposições
8. God bless you! Deus te abençoe! Saúde! 1) C 2) C 3) B 4) B 5) C
9. Give my best / Re- Lembranças! 7. Complete as frases com a preposição correta:
gards 1) in 2) on 3) un- 4) with 5 )
10. Have nice trip! Boa viagem! der about
11. I’m on duty. Estou de serviço. 6) near 7) of
12. Take it easy! Calma! A. Leia atentamente as questões abaixo e
13. Poor thing! Coitado / Tadinho! marque as respostas corretas que traduzam as
14. Don’t worry / Never Não se preocupe / Não expressões: Expressões
mind importa! 1) B 2) A 3) A 4) B 5) B
15. Good job! Bom trabalho!
16. Good luck! Boa sorte!

Exercícios

“Lembre-se: procure gravar o significado das expres-


sões. Nesse conteúdo você precisa memorizar cada
expressão. Utilize a tabela para praticar os exercícios.”

A. Leia atentamente as questões abaixo e marque as


respostas corretas que traduzam as expressões:

1. Hi, how’s it going?

a) Calma! b) Oi, como vai? c) Até amanhã!

2. God bless you!

a) Deus te abençoe! b) Já volto! c) Bom trabalho!

3. Don’t worry!

a) Não se preocupe b) Calma! c) E aí, como está?

4. Good job!

a) Até amanhã!
b) Bom trabalho!
c) Não se preocupe!

72
Ensino Médio
Prefix and Suffix Prefix

Para cada palavra que existe, há uma raiz que é a sua origem, Root/Raiz/
em português chamamos de Radical. Colocando-se prefixos Tradução Palavras
Radical
e sufixos surgem novas palavras com novos significados. Os
prefixos são partes adicionadas no início das palavras e sufixos A, na Não Amoral
são adicionados no final. A seguir uma lista com várias raízes. Ad Em direção Administer
E, após uma lista com prefixos e outra com sufixos. Ante Antes Antecedent
Bene Bem Benevolent
Root
Bi Dois Bifocal
Con Com Converstion
Root/Raiz/
Tradução Palavras Cor Certo Correct
Radical
Agr Agro Agriculture Di A parte Divorce
Acqua Água Acquatic Epi Por cima Epidemic
Astro Estrela Astrology Ex Fora Exit
Biblio Livro Bibliografy Homo O mesmo Homogeneous
Bio Vida Biology Hyper Extremamente Hyperactive
Cap,capt Pegar Capture In Dentro Innocent
Cep, cept Receber Reception Il Não Illegible
Crat Força Democrat Intra Dentro Intracelular
Demo Pessoas Demography Mal Mal Malfunction
Fact, fect Fazer Manufacture Mega Grande Megalopolis
Frater Irmão Fraternal Neo Novo Neoclassical
Geo Terra Geography Non Nõ Nonpayment
Graph Escrever Autograph Per Através Perfect
Mar Mar Maritime Re Voltar Return
Mater Mãe Maternal Semi Metade Semiannual
Neuro Nervo Neurlogy Sub Abaixo Subway
Nom Nome Nomeclature Tele Distante Television
Pater Pai Paternal un Não Unimportant
Ped Pé Pedal
Suffix
Phone Som, voz Telephone
Reg, rect Regras Regulate Root/Raiz/
Scop Relógio Telescope Tradução Palavras
Radical
Sta, stat Espera Station Ancy (subst.) Estado de Presidency
Tec, tangrs Toque Tangible Marriage, pos-
Age (subst.) Ação, condição
Vacu Vazio Vacuum tage
Intervene, Al (adj.) Como Pratical, musical
Vem Vir
prevent Ate (verbo) Causar Indicate, wisdom
Voca Vogal Vogal Dom (sust.) Condição de Freedom
Ee (subst.) Um que é Refugee
Em (adj.) Fazer, tornar Ripen, widen
Ful (adj.) Cheio Succesful
Ics (subst.) Ciência Mathematic
Less (adj.) Menos Harmless
Ment (subst.) Qualidade Payment
Ness (subst.) Estado de Fullness
Oid (adj.) Como Paranoid
sion,
Instituição Suspension
tion (subst.)

73
Ensino Médio
Exercícios 10. nom

“Lembre-se: procure gravar o significado das raízes e a) factory


utilize a tabela para praticar os exercícios.” b) effect
c) nomeclature
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque a op-
ção correta da formação das palavras a partir da raiz B. Leia atentamente as questões abaixo e marque a op-
indicada: ção correta da formação das palavras a partir do prefi-
xo indicado:
1. phone
1. mega
a) paternal
b) megaphone
a) paternal
c) vacuum b) megaphone
c) vacuum
2. scope
2. intra
a) neurology
b) paternal a) distant
c) telescope b) bellow
c) intracelular
3. aqua
3. neo
a) vogal
b) fraternal a) return
c) aquarius b) neoclassical
c) nonpayment
4. astro
a) agriculture 4. semi
b) regulate
c) astrology a) semiannual
b) perfect
5. cap c) subway

a) prevent 5. sub
b) capture
c) vacuum a) prevent
b) subway
6. bio c) illegible

a) station C. Leia atentamente as questões abaixo e marque a op-


b) biology ção correta da formação das palavras a partir do sufixo
c) bibliografy indicado:

7. geo 1. age

a) reception a) paternal
b) geografy b) marriage
c) tangible c) democratic

8. biblio 2. ness

a) biografy a) harmless
b) bibliografy b) postage
c) pedal c) fullness

9. mater 3. dom
a) paternal
b) maternal a) freedom
c) maritime b) refugee
c) paranoid

74
Ensino Médio
4. em Please remember my life is in your hands
Por favor, lembre-se: a minha vida está em suas mãos
a) indicate And woman hold me close to your heart
b) ripen E segure-me bem junto do seu coração,
c) musical However distant don’t keep us apart
para que mesmo longe, não nos afastemos.
5. sion After all it is written in the stars
Afinal, está escrito nas estrelas
a) forward Woman, please let me explain
b) supervision Mulher, por favor, deixe-me explicar.
c) presidency I never meant to cause you sorrow or pain
Nunca tive a intenção de lhe causar tristeza ou dor.
GABARITO So let me tell you again and again and again
Então, deixe-me dizer-lhe outra vez, outra vez e outra
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque a vez:
opção correta I love you, yeah, yeah eu te amo, sim, sim
da formação das palavras a partir da raiz indicada: Now and forever agora e para sempre!
raiz
1) B 2) C 3) C 4) C 5) B Inglês - Módulo 4
6) B 7) B 8) B 9) B 10) C
B. Leia atentamente as questões abaixo e marque a
Passive Voice
opção correta da formação das palavras a partir do
Para iniciarmos o estudo da voz passiva, passaremos primeiro
prefixo indicado: prefixo
pela voz ativa e após estudarmos como ela é formada fica fácil
1) B 2) C 3) B 4) A 5) B passá-la para a voz ativa. Observe o exemplo:
C. Leia atentamente as questões abaixo e marque a
opção correta da formação das palavras a partir do Voz ativa (active voice):
sufixo indicado: sufixo
Pedro Álvares Cabral discovered Brazil. (1 verbo no passado)
1) B 2) C 3) A 4) B 5) B
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.
D. Leia a música em inglês e circule todos os prefixos É assim que costumamos nos expressar, colocando a ênfase no
e sufixos que você encontrar. Sublinhe as conjunções e sujeito que está desempenhando a ação. Agora veja no exemplo
as preposições que existirem. A letra da música abaixo a seguir a mesma frase já na voz passiva.
já está traduzida, para que você conheça a poesia do
Beatle John Lennon. Voz passiva (passive voice):

Brazil was discovered by Pedro Álvares Cabral. (2 verbos)


Woman O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.
- John Lennon
A Voz Passiva é utilizada quando se quer tirar a ênfase dada ao
Woman I can hardly express sujeito e colocá-la na ação. O importante é que alguma coisa foi
Mulher, eu posso com dificuldade expressar feita, mas quem a fez não tem importância.
My mixed emotions at my thoughtlessness
Minhas emoções confusas em meus atordoamentos Para chegarmos à forma correta da voz ativa para voz passiva,
After all I’m forever in your debt vamos dividir a frase na ativa e construir a mesma frase na voz
Afinal de contas, estou eternamente em dívida para passiva. Para facilitar existem quatro passos a serem seguidos
com você para a correta formação da mesma. Siga o exemplo com aten-
And woman I will try to express ção.
E, mulher, tentarei expressar
My inner feelings and thankfulness Frase na voz ativa:
os meus sentimentos mais íntimos e a minha gratidão
For showing me the meaning of success The boy bought the book. (o garoto comprou o livro).
Por você me ter mostrado o significado do sucesso
And woman I will try to express The boy (o garoto) é o sujeito da oração.
E, mulher, tentarei expressar bought (comprou), é o verbo (ação, no passado)
My inner feelings and thankfulness the book (o livro) é o objeto.
os meus sentimentos mais íntimos e a minha gratidão
For showing me the meaning of success Primeiro: transforma-se o objeto da voz ativa em sujeito da
Por você me ter mostrado o significado do sucesso passiva. The book
Woman I know you understand
Mulher, eu sei que você compreende Segundo: usa-se o verbo auxiliar da voz passiva. Se o objeto
The little child inside the man for singular WAS, se for plural WERE. The book = (não tem
a criança que existe dentro de mim. s, é singular) was

75
Ensino Médio
Terceiro: coloca-se o verbo principal (bought) no particípio passado. (utilizando a tabela a seguir). A voz passiva termina aqui.
O que vai além é mero complemento.

Quarto: a preposição by indica quem fez a ação da passiva, mas é opcional. Ex. by the boy. Transforma-se o sujeito da ativa (the
boy) em agente da passiva.

The boy bought the book.


(O garoto comprou o livro).

The book was bought ( by the boy)


(O livro foi comprador = Voz Passiva

Resumo

Voz Ativa – ênfase no sujeito – verbo no passado – Sujeito, verbo e complemento.

The boy bought the book.


Sujeito verbo objeto.
principal
passado

O menino comprou o livro.

Voz Passiva – ênfase na ação – usa-se verbo auxiliar e a tabela do particípio. Troca-se o sujeito pelo objeto e pode-se omitir o
agente da passiva, que antes era o sujeito.

The book was bought (by the boy)


Objeto verbo verbo opcional.
to be particípio
passado
Singular

O livro foi comprado. pelo menino.

Verbo auxiliar Verbo Infinitivo Passado Particípio Tradução do passado


Was – objeto singular 1. Begin Began Begun Começou
Were – objeto plural 2. Buy Bought Bought Comprou
3. Break Broke Broken Quebrou
Was = foi, era 4. Cut Cut Cut Cortou
Were = foram, eram 5. Drink Drank Drunk Bebeu
6. Eat Ate Eaten Comeu
7. Get Got Gotten Pegou
8. Hear Heard Heard Ouviu
9. Sing Sang Sung Cantou
10. Write Wrote Written Escreveu

Como os verbos acima são irregulares eles sofrem alteração na escrita quando conjugados. Observe que muda em um detalhe a
grafia, mas significa que estão em outro tempo verbal.

Ex. Cantar = to sing / Cantou = sang / Cantado = sung. No particípio o verbo precisa do auxiliar was ou were, sempre.

76
Ensino Médio
Exercícios 8. I began a new course of English. Eu comecei um
novo curso de inglês.
“Lembre-se: separe a frase na ativa em: sujeito, verbo,
objeto e complemento. Depois para a passiva, deslo- a) begun a new course of English.
que o objeto para o início da frase, veja se vai was/ b) A new course of English was begun.
were, consulte o verbo na tabela no particípio e colo- c) I was begun a new course.
que o complemento da frase.
Siga estas etapas, memorize a tabela e estará tudo cer- Genitive Case
to. Não esqueça a alternativa correta tem que aparecer
was/were.” O caso genitivo (caso possessivo) é representado em inglês
pelo uso do (‘s) ou (‘). Ele é usado para indicar posse. Indica
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque a al- posse (principalmente) e parentesco, autoria, etc.
ternativa das frases na voz passiva corretas: É uma forma rápida de indicar que alguém tem alguma coisa.
Mas coisa não possui outra coisa, por isso atenção aos detalhes
1. Claire bought a new book. Claire comprou um novo a seguir. Ex: The page of the book. A página do livro. E nun-
livro. ca: The book’s page.
Ex:
a) Bought a new book. John’s pencil. (posse) John’s brother. (parentesco)
b) A new book was bought. John’s works. (autoria)
c) Claire was bought.
Para indicar que alguém possui algo, escrevemos: The pencil of
2. Joan ate all the cake. Joan comeu todo o bolo. John. O lápis do John.
No caso genitivo teremos:
a) Joan eaten the cake. John’s pencil. O lápis do John.
b) A Joan was cake.
c) All the cake was eaten. ► O uso dos (‘s) - (apóstrofe s)
Usa-se o (‘s) em substantivo (possuidor) singular, termina-
3. Clara broke the rare plate. Clara quebrou o prato do ou não em s.
raro. Ex: Frank’s teacher. James’s watch.

a) Broken the rare plate. Usa-se o (‘s) em substantivo (possuidor) plural, não termi-
b) The rare plate was broken. nado em s.
c) Clara was broken. Ex: The children’s games
The men’s place.
4. Jonny drank all the coke alone. Jonny bebeu toda a
Coca Cola sozinho. Usa-se o (‘) em substantivo plural terminado em s.
Ex: The teachers’ room.
a) All the coke was drunk. The dogs’ beds
b) Coke was Jonny.
c) Jonny was drunk. Usa-se (‘) em nomes de personagens históricos famosos
terminados em s.
5. The dog got the toy. O cão pegou o brinquedo. Ex: Jesus’ life

a) The dog gotten the toy. Obs: os substantivos shop, house, cathedral, office podem
b) Was gotten the toy. ser omitidos no genitivo, quando usados para a sua primeiríssi-
c) The toy was gotten. ma intenção.
Ex: Mary is going to the dentist´s. (office)
6. Lara sang a song to us. Lara cantou uma música (Mary está indo ao dentista. (escritório))
para nós.
Jane is going to visit St. Patrick’s. (Cathedral)
a) Sung to us Lara sond. (Jane está indo visitar São Patrick.
b) A song was sung to us.
c) Lara was sung a song. I am staying at my gradma’s. (house)
(Estou na minha avó. (casa))
7. Mark wrote nice letters to me. Mark escreveu cartas
Lindas para mim. Casos especiais (‘s) (‘)
a) Written nice letters. ► Para indicar posse comum de dois ou mais elementos
b) Nice letters were written. possuidores, usa-se o genitivo (‘s) (‘) no último possuidor.
c) Mark were written. Dois donos da mesma coisa.
Ex: John and Jeanne’s school. (Escola da Jeanne e do John.)
Alana and Chris’ shirts. (Camisetas da Chris e da Alana.)

77
Ensino Médio
► Para indicar a posse individual de dois ou mais elementos 7. The toy of the children
possuidores, usa-se o genitivo em todos eles. Mesmo sendo a
coisa igual, cada um tem a sua coisa. a) Children’ toy
Ex: Helen’s and Kate’s boyfriends. (Os namorados de kate e b) Children’s toy
Helen) c) Children’ toys
George’s and Bill’s shirts. (As camisetas de Bill e Georges.)
8. The teeth of the mice.
► Quando o possuidor for um substantivo composto, o geni-
tivo (‘s) (‘) deve vir no final. a) Mices’ teeth’s
Ex: My mother-in-law’s notebook. (Os cadernos da minha so- b) Mice’s teeth
gra.) c) Mices’s teeth
His girlfriend’s relatives. (Os parentes da sua namorada).
9. The dresses of the lady.
Exercícios
a) Dresses’ Lady
“Lembre-se: para fazer estes exercícios, coloque sem- b) Lady’s Dresses
pre o dono em 1º lugar, em 2º o ’s ou ’ e em 3º a coisa c) Dresse’s Lady
que o dono tem. Não se preocupe em traduzir, siga a
ordem acima. Não tem erro, mas se for fazer a leitura 10. The books of the teachers.
traduzida, leia de trás para frente para confirmar se está
correta. Ex.: a) The Teachers’ books
Doll’s dress – Vestido da boneca. doll = boneca.” b) Teachers’s books
c) Teachers’ book
A. Leia atentamente as questões abaixo e marque as
respostas que têm o caso genitivo corretas: Sugestão: Responda seus exercícios em folha de ras-
cunho, para que você possa fazê-los outras vezes.
1. The pencil of Carol.
GABARITO
a) Pencil’s Carol
b) Pencil’s Carol’s A. Leia atentamente as questões abaixo e mar-
c) Carol’s pencil que a alternativa
das frases na voz passiva correta: Voz passiva
2. The toy of the girls. 1) B 2) C 3) B 4) A 5) C
6) B 7) B 8) B
a) Girls’ toy’s
b) Girls’ toy A. Leia atentamente as questões abaixo e mar-
c) Girls’s toy que as respostas que têm o caso genitivo corre-
to: Caso genitivo
3. The ring of the mother. 1) C 2) B 3) B 4) A 5) B
6) C 7) B 8) B 9) B 10) A
a) The ring’s mother.
b) The mother’s ring
c) Mother’s ring’s

4. The bike of Robert.

a) Robert’s bike
b) Bikes’ Robert
c) Bikes Robert’

5. The car of Cristina.

a) Car’s Cristina
b) Cristina’s car
c) Cristinas’ car’s

6. The window of the car.

a) Window’s car
b) Car’s window
c) The window of the car.

78
Língua Portuguesa
Elaborado Por: Professora Maria Angélica Fanfa Freitas

MÓDULO 5.......................................................... 80
Concordância
Literatura.............................................................. 86
MÓDULO 6.......................................................... 91
Regência
Literatura.............................................................. 94
MÓDULO 7........................................................... 99
Crase
Literatura.............................................................. 102
MÓDULO 8........................................................... 106
Pontuação
Literatura.............................................................. 109
MÓDULO 9.......................................................... 113
Pronomes
Acentuação
Literatura.............................................................. 117
Ensino Médio
Língua Portuguesa - Módulo 5 Não há sinônimo mais apropriado para a felicidade do
que o bom humor. Sinônimo e receita.
Viva o bom humor!
Paulo Santana
São admiráveis essas pessoas que mantém uma alegria bá-
sica em todos os seus gestos, durante meses, anos seguidos de Estudo do texto
sua existência.
A gente sabe que vai topar com elas nos diversos lugares 1) O assunto principal do texto é
que frequentamos, seja no trabalho, na loja, no posto de gasoli-
na, no colégio, no clube, em qualquer lugar há sempre nos seus a) O bom humor em todas as pessoas.
rostos estampado um contentamento. b) A capacidade, de algumas pessoas, de cultivar o
E dos seus lábios brota um bom humor constante, ani- bom humor.
mando-nos para os embates da vida. c) A falta de humor dos que trabalham com o
Nada há que derrote esses incorrigíveis otimistas, são d) público.
pessoas que constroem suas vidas em cima de uma atitude po- e) Os problemas dos bem-humorados.
sitiva de coragem, vão levando à frente suas missões sem uma
sombra de tristeza. É quase impossível que não possuam suas 2) Segundo o autor, os bem-humorados
adversidades, mas parece que as escondem para não contami-
nar os outros com a sua dor. a) não tem consciência de seus problemas.
E destemidamente de seus rostos se desprende uma tal b) vieram ao mundo para consolar.
alegria de viver que encoraja a todos que com elas convivem. c) têm consciência de que a existência é o bem maior
Esses crônicos alegres são a melhor coisa que a vida pode de que desfrutam.
nos presentear. Eles parecem ter consciência de que vieram d) lutam muito, porque não são pessoas resignadas.
ao mundo não para se lamentar, mas para viver com a cabe-
ça erguida, cônscios de que a existência é o bem maior que 3) Assinale a afirmação que não está de acordo com o
desfrutam e de que têm o dever de levantar o moral dos seus texto
circunstantes.
Olho para aquela moça sentada na sua cadeira de a) As pessoas mais simples encaram a vida com maior
rodas, atingida nos dois últimos anos por cânceres que brotam alegria.
repentinamente em várias partes de seu corpo e são atacados b) As pessoas mais pobres vivem dos pequenos
imediatamente por sucessivas cirurgias e me espanto: ela é dis- prazeres.
parada a pessoa mais alegre da sala e impregna a todos da sua c) Os bem-humorados levantam o moral dos que os
alentada vontade de viver e da mais absoluta resignação com rodeiam.
seu destino. d) Os bem-humorados não possuem adversidades.
Ali adiante há um homem com a perna direita amputada,
levando à frente o seu ofício com a mais espontânea agilida- 4) Na frase “Estas pessoas que se atiram todas as ma-
de, contando piadas, um sorriso permanente brilhando no seu nhãs para vidas ásperas e sacrificadas,...”, a palavra ás-
rosto, quase que uma admiração espantada com as fisionomias peras só não poderia ser substituída por:
graves que o circundam, como que a dizer que daquela muleta
que sobraça há de irradiar para si e para os que o cercam uma a) desagradáveis.
iluminada coragem de viver. b) duras.
Entro no elevador e a ascensorista espremida ali durante c) difíceis.
horas, certamente assoberbada pelas dívidas a que lhe empurra d) íngremes.
o salário aviltante, comete comigo a mais cordial das cortesias,
perguntando como vai a minha saúde e a minha vida. 5) Segundo o texto, a receita para a felicidade é
E quando lhe digo que vou lutando, ela me responde:
“Graças a Deus, que ele nos dá força para lutar”. E a cada a) a alegria.
um que desce a cada andar ela dedica um gesto e uma palavra b) o bom humor.
atenciosa. c) o sinônimo.
Como que por um misterioso desígnio, as pessoas mais d) a coragem.
simples e mais pobres são as que encaram a vida com maior
alegria. 1 – Concordância Verbal
Vivem dos pequenos e míseros êxitos e prazeres, que
inundam de felicidade as suas vidas. Curtem um sim- Regra Geral: o verbo concorda, em número e pessoa, com o
ples lanche ou uma cervejinha como uma dádiva da existên- sujeito, tanto claro como subentendido.
cia, trabalham o dia inteiro, a vida inteira, para saborearem o Ex.: As pessoas mais simples e mais pobres encaram a vida
êxtase supremo daquela mordiscadela no pastel e o gole de com maior alegria.
espuma que desce redondo pelos seus seres e corpos jubilosos.
Estas pessoas que se atiram todas as manhãs para vidas ásperas Casos Especiais
e sacrificadas, sem queixas, sem lamentos, ao revés, esperança-
das e alegres, são a maior riqueza do cotidiano, elas imprimem a) Sujeito composto de pessoas diferentes.
ao circuito social um ânimo contagiante. Deus salve os bem- Aparecendo a primeira pessoa do singular, EU, o verbo
-humorados de todo o talante, não fossem eles e a vida dos deve ir para a primeira pessoa do plural, NÓS.
outros todos se afundaria numa maior tragédia. Ex.: Eu e meu amigo estamos sempre sorrindo.

80
Ensino Médio
Aparecendo a segunda pessoa do singular, TU ¸sem apare- e) Sujeito constituído pelo pronome relativo QUE ou
cer a primeira, o verbo deve ir para a Segunda pessoa do plural, QUEM.
VÓS. Também é admitida a concordância com a terceira pes- QUE: o verbo deverá concordar com o antecedente do pro-
soa do plural, ELES. nome.
Ex.: Tu e ele levais à frente suas missões. Ex.: Fui eu que sorri pra ela.
Tu e ele levam à frente suas missões. Fomos nós que levamos a esperança a eles.

Aparecendo somente a terceira pessoa do singular, ELE, QUEM: o verbo poderá ficar na 3ª pessoa do singular ou
ELA, o verbo deve ir para a terceira pessoa do plural, ELES, concordar com o antecedente do pronome.
ELAS. Ex.: Fui eu quem sorriu pra ela. Fui eu quem sorri pra ela.
Ex.: A felicidade e o bom humor são contagiantes.
(ela) (ele) f) Concordância do verbo acompanhado de índice de in-
determinação do sujeito.
b) Sujeito composto cujos núcleos sejam ligados por Quando o verbo vier acompanhado de índice de indetermi-
“OU”. nação do sujeito, ele ficará na 3ª pessoa do singular. A palavra
O verbo irá para o plural se a declaração contida no pre- SE é assim classificada quando acompanha verbos intransitivos
dicado puder ser atribuída conjuntamente a todos os núcleos. (sem complemento), verbos transitivos indiretos (complemen-
Ex.: O bom humor ou o otimismo são sinônimos de felicidade. tos antecedidos de preposição) ou verbo de ligação.

O verbo ficará no singular se o sujeito indicar alternância Ex.: Vive-se bem no interior
ou exclusão mútua. Verbo intransitivo
Ex.: A felicidade ou o desânimo vencerá esta batalha.
Precisa-se de muito bom humor.
c) Ser: quando o verbo da oração for “ser”, a concordân- Verbo transitivo indireto
cia poderá ser feita com o sujeito ou com o predicativo,
desde que se observem alguns critérios. Era-se mais feliz na infância
Se o sujeito ou o predicativo forem “coisas”, o verbo pode- Verbo de ligação
rá concordar com qualquer um deles. Se um dos dois estiver no
plural, o verbo concordará com este. Se o verbo vier acompanhado de partícula apassivadora,
Ex.: A felicidade são sorrisos. deverá concordar com o sujeito em número e pessoa. A palavra
SE é considerada partícula apassivadora quando acompanha
Se o sujeito ou o predicativo representar verbos transitivos diretos (complementos não antecedidos de
um ser humano, o verbo concordará com ele. preposição) ou verbos transitivos diretos e indiretos.
Ex.: O homem é suas atitudes. Ex.: Vendem-se casas no interior. Restauram-se fotos antigas.

Se o sujeito ou o predicativo for um pronome pessoal, a g) Sujeito formado por expressões partitivas ou fracioná-
concordância será feita com ele rias.
Ex.: O responsável pela tua felicidade és tu. Se o núcleo do sujeito for uma expressão que indique parte,
porção, seguida de um substantivo no plural, o verbo poderá
Quando o verbo SER indicar hora, data ou distância, ele ficar no singular ou ir para o plural.
deverá concordar com a expressão numérica. Ex.: A maior parte dos ouvintes aplaudia
Ex: Já são três horas. A maior parte dos ouvintes aplaudiam.
Hoje são cinco de julho.
De Porto Alegre a Canela são 120 quilômetros. h) Expressões de tratamento.
Se o sujeito for uma forma de tratamento, o verbo deverá ficar
Nas locuções formadas pelo verbo ser, que indicam quan- na terceira pessoa.
tidade – é muito, é pouco, é demais, é mais de, é menos de – o Ex.: Vossa Excelência pediu paz.
verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. Vossas Excelências pediram paz.
Ex.: Três desilusões é pouco para te derrotar.
i) Expressão “MAIS DE UM”.
d) Verbos Impessoais O verbo fica no singular.
O verbo haver (no sentido de existir, ou indicando tem- Ex.: Mais de um leitor aplaudiu a crônica.
po decorrido) e o verbo fazer (indicando tempo decorrido ou Quando o verbo da oração indicar reciprocidade, ele deverá
fenômeno meteorológico) são impessoais. Devem ficar na 3a ir para o plural.
pessoa do singular. Ex.: Mais de um aprovado abraçaram-se de felicidade.
Ex. Houve tempos felizes. Faz dias que ela sorri. Faz dias frios
na Serra.

Obs.: quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal,


ele também fica no singular.
Ex.: Deve haver pessoas otimistas.
Os verbos que indicam fenômenos da natureza são impes-
soais quando empregados no sentido denotativo.
Ex.: Choveu dias sem parar.

81
Ensino Médio
Exercícios 2) (UFRGS) No passado, as gerações se definiam pe-
los ícones que as representavam. Caso o segmento as
1) Para os exercícios de a a j, adote o seguinte código: gerações fosse substituído por cada geração, quantas
outras palavras da mesma frase deveriam ser necessa-
a) Se apenas a sentença I estiver correta. riamente alteradas para fins de concordância?
b) Se apenas a sentença II estiver correta.
c) Se apenas a sentença III estiver correta. a) Uma.
d) Se todas estiverem corretas. b) Duas.
e) Se nenhuma estiver correta. c) Três.
d) Quatro.
a) e) Cinco.
I. Aconteceu, naquele tempo, fatos trágicos.
II. Faltou, naquela manhã, cinco funcionários. 3) (PUC) De acordo com as normas da linguagem culta,
III. Ocorreu, naquela noite, fatos apavorantes. o verbo “haver” é empregado no plural na frase:

b) a) Durante a entrevista,... perguntas que o candidato à


I. Chegaram o bolo e as bebidas. vaga não soube responder.
II. Chegou o bolo e as bebidas. b) Apesar dos esforços,. dois anos o rapaz não conse-
III. O bolo e as bebidas chegaram. gue emprego.
c) Através de uma seleção criteriosa, os diretores da
c) empresa de indicar o melhor profissional.
I. Existem problemas graves. d) Perdida esta oportunidade, meses em que nenhuma
II. Deve existir muitos problemas graves. vaga será oferecida.
III. Devem haver muitos problemas graves. e) Divulgados os resultados da seleção, ...... muitas re-
clamações dos candidatos preteridos.
d)
I. Havia, naquela época, pessoas felizes. 4) Há erro na concordância verbal em:
II. Devia haver, naquela época, muitas pessoas otimis-
tas. a) Aceitam-se encomendas.
III. Existiam pessoas felizes. b) Faz dez dias que não o vejo.
c) Houve muitos fatos que foram omitidos.
e) d) Foi tu que falou?
I. Na sala, havia vinte pessoas.
II. Na sala, existia vinte pessoas. 5) Assinale a alternativa correta quanto à concordância
III. Na sala, tinham vinte pessoas. verbal:

f) a) Falta dez minutos para a aula terminar.


I. José ou Paulo vencerão o concurso. b) Cadeiras, livros, mesas, tudo estavam destruídos.
II. Luísa ou Carmem casarão com Bruno. c) Sobraram bebidas na festa.
III. Churrasco ou feijoada me agradam. d) Aquelas meninas é as alegrias dos pais.

g) 6) Há erro e Concordância Verbal na alternativa:


I. Acreditam-se em otimistas.
II. Precisa-se de otimistas. a) Os filhos famosos sempre seriam o grande orgulho
III. Aluga-se casas. do pai.
b) Haviam muitas pessoas na sala de espera.
h) c) Naquele país houve vários golpes militares.
I. Mais de um doente curaram-se. d) Vendem-se roupas usadas naquela casa.
II. Mais de um problema ficaram sem solução.
III. Mais de um colega abraçaram-se. Concordância Nominal
i) Regra Geral: os adjetivos, pronomes, artigos e numerais con-
I. Fazem dez anos que ele estuda. cordam, em gênero e número, com os substantivos que acom-
II. Devem fazer dez anos que ele voltou. panham.
III. Fui eu que fez o exercício. Ex.: Os otimistas e os bem-humorados chegaram alegres ao
encontro de amigos.
j)
I. Que são verbos? Casos Especiais
II. Cem milhões são muito.
III. Foste tu que fez a confusão. a) Adjetivo + substantivo de gênero diferente
Concorda com o termo mais próximo.
Ex.: Péssimo momento e hora foram escolhidos para falar.
Péssima hora e momento foram escolhidos para falar.

82
Ensino Médio
b) Substantivos de gênero e números diferentes + adjetivo Alegria é bom para a saúde.
Tristeza é proibido aqui.
Concorda com o termo mais próximo ou emprega-se o mas- Se o sujeito estiver determinado haverá flexão do adjetivo.
culino plural. Ex.: A paz é necessária em todos os lugares.
Ex.: Encontramos um guri e uma guria estudiosa. Esta alegria é boa para a saúde.
Encontramos uma guria e um guri estudioso. Nesta casa, a tristeza é proibida.
Encontramos um guri e uma guria estudiosos.
d) Todo, Toda, Todo o, Toda a.
Quando os substantivos são próprios ou indicam parentes- Sem artigo, todo e toda significam qualquer.
co, o adjetivo vai sempre para o plural. Ex.: Todo aluno deve estudar.
Ex.: As otimistas Laura e Maria acreditam em felicidade. Toda criança tem direito à escola.

Se o sentido da frase assim o exigir, o adjetivo concordará Com artigo, todo o e toda a significam inteiro(a).
apenas com um dos substantivos.
Ex.: Comeu churrasco e bergamota madura. Ex.: Todo o setor agradeceu ao diretor.
Toda a turma aplaudiu o professor.
c) Expressões “é bom”, “é necessário”, “é proibido”.
O adjetivo ficará invariável, quando o sujeito não estiver deter- No plural, sempre se usa o artigo.
minado. Ex.: Todos os dias penso em ti.
Ex.: É necessário paz em todos os lugares. Todas as ruas ficaram desertas.

ADVÉRBIOS EXEMPLOS ADJETIVOS EXEMPLOS


(são invariáveis) (são variáveis)
X X PRÓPRIO Ela própria fez o bolo.

MESMO = realmente Ela saiu mesmo. MESMO = próprio Ela mesma escreveu
a carta.
JUNTO (de/com/a) Ficaremos junto contigo. JUNTO Elas estudaram juntas.

EM ANEXO As propostas seguem ANEXO Anexas seguem


em anexo. as propostas.
X X INCLUSO, APENSO Inclusas vão as provas.
Apensa está a propos-
ta.
X X QUITE Estamos quites com os
credores.
SÓ = somente, apenas Só desejo a felicidade. SÓ = sozinho Estamos sós

X X OBRIGADO Obrigada, disse


a menina.
MENOS Temos menos razões. X X

ALERTA Os bombeiros estão X X


em alerta.
MEIO = mais ou menos Ela ficou meio contente. MEIO = metade Pediu meia taça de café.

BASTANTE = suficiente Os torcedores vibra- BASTANTE = muito(s), Temos bastantes


ram bastante. muita(s) razões para sorrir.

83
Ensino Médio
Exercícios 2) (UCS) Considere as frases que seguem com relação
à concordância nominal.
1) Para os exercícios de a a j, adote o seguinte código:
I - A aplicação do dinheiro não foi bem explicado.
a) se apenas a sentença I estiver correta. II - Ainda hoje será divulgado pela rádio uma nota ex-
b) se apenas a sentença II estiver correta. plicativa.
c) se apenas a sentença III estiver correta. III - Ao meio-dia e meia partirá a comitiva.
d) se todas estiverem corretas.
e) se nenhuma estiver correta. Quais estão corretas?

a) a) Apenas I.
I. Ela mesmo disse: obrigado. b) Apenas II.
II. Muito obrigado, respondeu a colega. c) Apenas III.
III. Ela própria falou: obrigado. d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
b)
I. Ela ficou meio alegre. 3)
II. Teremos menos provas amanhã I - Maria ficou... tonta com o perfume.
III. Felicidade é bom para a alma. II - É boa vontade.

c) a) meia – necessária.
I. Bastantes alunas faltaram ao encontro. b) meio – necessária.
II. A foto segue anexo ao livro. c) meio – necessário.
III. A professora mesmo revelou as fotos. d) meia – necessário.

d) 4) A menina ....... admitiu que havia feito ....... tarefas


I. Esperavam uma boa data e momento. naquele dia, pois estava...........cansada.
II. Esperavam um bom momento e data.
III. Esperavam uma data e momento bom. a) mesma – menos – meio.
b) mesmo – menos – meio.
e) c) mesma – menas – meia.
I. Estamos quite com os fornecedores. d) mesmo – menas – meia.
II. Vão anexa ao livro muitas fotos.
III. Ela ficou meio impressionada. 5) (RITTER) Se substituíssemos a expressão povo brasi-
leiro por a população brasileira na sequência:
f)
I. São pessoas bastantes agradáveis. “Complexo e meio imprevisível, ao mesmo tempo cor-
II. Só restaram os galhos durante o outono. dial e violento, generoso e mesquinho, honesto e
III. Elas ficaram só. corrupto, aperoso e preguiçoso, egoísta e solidário, o
povo brasileiro a toda hora desmente o que se diz dele,
g) a favor ou contra”,
I. É necessária alegria para viver.
II. É proibida entrada de estranhos. quantas palavras, necessariamente, alteraremos?
III. É bom a vida aqui.
a) Oito.
h) b) Nove.
I. Escolheste péssima hora e dia. c) Dez.
II. Todo o aluno precisa ler. d) Onze.
III. Todas casas estão abandonadas. e) Doze.

i) 6) (FCL-SP) Qual das alternativas não apresenta incor-


I. Fomos juntos com os amigos. reções gramaticais?
II. As famílias permaneceram juntas.
III. Comeu peixe e melancia maduras. a) Compramos duzentas e cinquenta gramas de condi-
mentos e especiarias importados.
j) b) Se for para mim fazer eu me nego.
I. Ela é meia maluca. c) Hoje a reunião começará ao meio-dia e meio, duran-
II. Havia menas casas para alugar. do até as três horas.
III. É meio-dia e meia. d) Entre mim e você, não existirão acordos.
e) Devem fazer cinco anos que não a vejo.

84
Ensino Médio
GABARITO
Estudo do texto
1) B 2) C 3) D 4) A 5) B

I. Concordância Verbal
A) E B) D C) A D) D E) A
F) C G) B H) C I) E J) A
2) C 3) C 4) D 5) C 6) B

II. Concordância Nominal


A) E B) D C) A D) D E) C
F) B G) E H) A I) B J) C
2) C 3) C 4) A 5) C 6)D

85
Ensino Médio
Literatura E eu, solitário, volto a face e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Parnasianismo Na extrema curva do caminho extremo.

O nome Parnasianismo tem sua origem na França, com a pu- Nel Mezzo del Camin em italiano significa “no meio do
blicação de uma antologia poética intitulada O Parnaso Con- caminho”.
temporâneo, publicada em 1866. Parnaso é o nome de um
monte da Grécia antiga consagrado a Apolo (deus da beleza) e Raimundo Correia (1860 – 1911)
às musas (divindades inspiradoras da poesia).
Teófilo Dias é considerado o primeiro autor parnasiano brasi- Raimundo da Mota Azevedo Correia nasceu nas costas do Ma-
leiro com o livro Fanfarras, publicado em 1882. Porém, outros ranhão, a bordo do navio São Luís e morreu em Paris. Cursou
escritores, como Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de humanidades no Colégio Pedro II e Direito em São Paulo. Foi
Oliveira, tiveram maior aceitação do público e da crítica. Juiz de Direito no interior de Minas e Rio de Janeiro. Foi tam-
O Parnasianismo rejeitou a linguagem coloquial do Romantis- bém membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
mo e valorizou, acima de tudo, a forma fixa do poema como Os temas mais frequentes em sua obra são o sentimento da
o soneto. transitoriedade da vida e dos sentimentos, a melancolia e o pes-
simismo.
Características do Parnasianismo:
► Obras
- culto da forma: obsessão pela clareza, rimas perfeitas e ri-
cas, emprego de palavras raras; Poesia: Sinfonias; Versos e versões; Aleluias; Poesias.
- descritivismo: preocupação com a descrição de detalhes
de objetos; Mal Secreto
- retorno aos motivos clássicos: inspiração na antiguidade
clássica para a escolha dos temas; Se a cólera que espuma a dor que mora
- universalismo: oposição ao individualismo romântico; N’alma e destrói cada ilusão que nasce,
- arte pela arte: a arte em função dela mesma, sem qualquer Tudo que punge, tudo que devora
envolvimento político, moral, social ou religioso. O coração no rosto se estampasse;

Olavo Bilac (1865 – 1918) Se pudesse, o espírito que chora,


Ver através da máscara da face,
A poesia de Bilac apresenta vários temas como a história an- Quanta gente, talvez que inveja agora
tiga, a história do Brasil (O Caçador de Esmeraldas), liris- Nos causa, então piedade nos causasse!
mo amoroso e sensual (Sarças de Fogo), também escreveu
poemas existenciais sobre a morte, a velhice e o sentido da Quanta gente que ri, talvez consigo
vida (Alma Inquieta). Em 1888, publicou seu primeiro livro Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Poesias, contendo o que é considerado o poema símbolo do Como invisível chaga cancerosa!
parnasianismo: Profissão de Fé, comparação entre o trabalho
do poeta e do ourives, mostrando a importância da elaboração Quanta gente que ri, talvez existe,
do texto e da construção do poema. Cuja única ventura consiste
Em parecer aos outros venturosa!
► Obras
Alberto de Oliveira (1859 – 1937)
Poesia: Poesias (“Panóplias”, “Via-Láctea” e “Sarças de Fogo”);
Sagres; Poesias Infantis; Tarde. Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu e morreu no Rio
de Janeiro. Formou-se em Farmácia, estudou Medicina até o
Prosa: Crítica e Fantasia; Tratado de Versificação - em colabo- terceiro ano, foi professor e exerceu vários cargos públicos.
ração com Guimarães Passos. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras.
A poesia de Alberto de Oliveira na primeira fase é marcada por
Nel Mezzo del Camin temas exóticos e pela objetividade; na segunda fase predomina
a descrição da natureza brasileira e a subjetividade.
cheguei, chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha. ► Obras
Tinha a alma de sonhos povoada, Poesia: Canções românticas; Meridionais; Sonetos e Poemas;
E a alma de sonhos povoada eu tinha... Versos e rimas.

E paramos de súbito na estrada Plena Nudez


Da vida: longos anos presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada Eu amo os gregos tipos de escultura:
Tive da luz teu olhar que continha. Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Hoje, segues de novo... Na partida Das modas cria, tortas e enfezadas.
Nem os olhos de pranto umedece,
Nem te comove a dor da despedida. Quero em pleno esplendor, viço e frescura

86
Ensino Médio
Os corpos nus; as linhas onduladas Brilhos errantes, mádidas frescuras
Livres: da carne exuberante e pura E dolências de lírios e de rosas...
Todas as saliências destacadas...
Indefiníveis músicas supremas,
Não quero, a Vênus opulenta e bela Harmonias da cor e do perfume...
De luxuriantes formas, entrevê-la Horas do ocaso, trêmulas, extremas,
Da transparente túnica através: Réquiem do Sol que a dor da luz resume...

Quero vê-la, sem pejo, sem receios, Visões, salmos e cânticos serenos,
Os braços nus, o dorso nu, os seios Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Nus... toda nua, da cabeça aos pés! Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
Simbolismo
Alphonsus de Guimaraens (1870 – 1921)
No Brasil, o Simbolismo iniciou em 1893, com a publicação
de dois livros de Cruz e Souza: Missal e Broquéis. O poeta Afonso Henriques da Costa Guimarães. Nasceu em Ouro Pre-
simbolista busca a valorização do ser humano, enfatiza o to (MG), estudou Direito em São Paulo, curso que concluiu
mundo interior, o espiritual e o psicológico. Despreza a palavra em Minas. Foi nomeado juiz em Mariana (MG), onde ficou até
exata e explora o poder de sugestão da linguagem na procura morrer.
de palavras ricas em impressões sensoriais. Revisa os valores A poesia de Alphonsus de Guimaraens expressa uma atitude
materialistas da civilização industrial. reflexiva e melancólica sobre a morte, a evasão da vida e a reli-
giosidade. A morte de sua amada, Constança, tornou-se o prin-
Características do Simbolismo: cipal motivo de sua obra. A mulher aparece sempre como um
ser divino, sem deixar lugar para o erotismo.
misticismo e espiritualismo: valorização das manifestações
místicas e espirituais do ser humano; ► Obras
subjetivismo: a realidade focalizada sob o ponto de vista de Poesia: Setenário das dores de Nossa Senhora; Câmara Arden-
um indivíduo; te; Dona Mística; Kyriale.
usicalidade: tentativa de aproximar a poesia da música; Prosa: Mendigos.
percepção intuitiva da realidade: a poesia evoca sentimen-
tos e emoções. Ismália

Cruz e Souza (1861 – 1898) Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar...
João da Cruz e Souza nasceu em Florianópolis (SC) e morreu Viu uma lua no céu,
em Sítio (MG). Era filho de escravos alforriados, mas recebeu Viu outra lua no mar.
uma excelente educação. Vítima de preconceito racial foi re-
cusado como promotor público em Laguna. Foi professor e No sonho em que se perdeu,
jornalista no Rio de Janeiro, iniciou sua vida literária, unindo-se Banhou-se toda em luar...
ao grupo simbolista que escrevia no jornal Folha Popular. Queria subir ao céu,
Cruz e Souza é considerado o mais importante escritor simbo- Queria descer ao mar...
lista brasileiro. Sua obra retrata sua angústia existencial, a vida
sofrida e a dor do preconceito. Destaca-se pelos aspectos so- E, no desvario seu,
noros das palavras, produzindo efeitos que transmitem a musi- Na torre pôs-se a cantar...
calidade e a espiritualidade. Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
► Obras
Poesia: Broquéis; Faróis; Últimos Sonetos. Prosa: Tropos e E como um anjo pendeu
Fanfarras, em conjunto com Virgílio Várzea; Missal, poemas As asas para voar...
em prosa; Evocações, poemas em prosa. Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
O poema Antífona é considerado um verdadeiro manifesto
Simbolista, observe nas quatro estrofes abaixo a ocorrência da As asas que Deus lhe deu
musicalidade e a sugestão de uma atmosfera nebulosa e vaga. Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu
Antífona Seu corpo desceu ao mar...

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...

Formas do Amor, constelarmente puras,


De virgens e de santas vaporosas...

87
Ensino Médio
Pré-Modernismo “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda história, resistiu
até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão
O Pré-Modernismo foi uma literatura de transição entre o integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus
Realismo, o Naturalismo e o Modernismo. São obras escritas últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: Um
ou publicadas entre 1902 (ano da publicação de Os Sertões) a velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam
1922 (realização da Semana de Arte Moderna). raivosamente cinco mil soldados.”
Esse período teve como principal preocupação mostrar através
de uma visão crítica a realidade brasileira. Monteiro Lobato (1882 – 1948)

Lima Barreto (1881 – 1922) José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté (SP) e morreu
em São Paulo. Foi promotor no interior de São Paulo, transfe-
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu e morreu no Rio de riu-se para a capital em 1917, quando fundou a Editora Mon-
Janeiro. Ingressou na Escola Politécnica de Engenharia, mas teiro Lobato e Cia. Iniciando o movimento editorial brasileiro.
teve de abandonar o curso para sustentar a família, pois seu Lutou pelos interesses nacionais, combateu a exploração e lu-
pai enlouqueceu. Exerceu o jornalismo profissional e após ser tou pela extração de petróleo no Brasil.
Monteiro Lobato descobriu o homem do interior do Brasil.
recolhido ao hospício duas vezes foi aposentado de seu cargo Deu uma nova dimensão a literatura brasileira. Suas principais
na Secretaria de Guerra. obras “para adultos” são Urupês e Cidades Mortas, livros de
A obra de Lima Barreto destacou-se em nossa literatura por contos em que o autor retrata a linguagem e os costumes do
fazer uma forte crítica à sociedade do início do século XX. interior do país. Em Urupês, cria a figura de Jeca Tatu, símbolo
Retrata políticos ignorantes que se passam por sábios, militares do caboclo brasileiro; em Cidades Mortas, mostra a decadência
incapazes e tiranos, figuras do subúrbio, mostrando suas aspi- das cidades paulistas do Vale da Paraíba com o declínio da eco-
rações e revoltas contra essa sociedade injusta. nomia do café. Na literatura infantil, as narrativas centram-se
no Sítio do Pica-pau Amarelo, onde faz uma metáfora do Brasil
► Obras num universo de fantasia.
Romance: Recordações do escrivão Isaias Caminha; Triste fim
de Policarpo Quaresma; Numa e Ninfa; Vida e morte de M. J. João Simões Lopes Neto (1865 – 1916)
Gonzaga de Sá; Clara dos Anjos.
Simões Lopes Neto nasceu e morreu em Pelotas (RS). Aos
Triste fim de Policarpo Quaresma treze anos mudou-se para o Rio de Janeiro, lá frequentou o
Colégio Abílio e, após, a Faculdade de Medicina, curso que in-
O major reformado Policarpo Quaresma, que conhece o Brasil terrompeu, no terceiro ano, por motivo de saúde. Regressou a
apenas através dos livros e sonha em poder ajudar a transfor- Pelotas, onde exerceu várias atividades, dentre elas foi redator
má-lo em uma grande potência. Seu nacionalismo exagerado do jornal A Opinião Pública e professor de Português e Fran-
leva-o a propor mudanças incabíveis na vida do país, a pon- cês.
to de ele ser internado num hospício. Torna-se partidário de Sua obra literária foi reconhecida bem mais tarde, dando-lhe
Floriano Peixoto e presencia injustiças que o fazem voltar-se o valor que merecia no regionalismo brasileiro. Apresentando
contra o governo. Preso, por ter protestado contra a morte de uma linguagem audaciosa, fixou as lendas e os costumes da
alguns soldados, é enviado para a prisão na Ilha das Cobras, campanha gaúcha, através de personagens como Romualdo
onde espera por seu triste fim, morrer fuzilado. (Casos do Romualdo) e Blau Nunes (Contos Gauchescos e
Lendas do Sul).
Euclídes da Cunha (1866 – 1909)
“Blau Nunes foi andando.
Euclídes Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo Andando numa luz macia, que não dava sombra. Enredava-se
(RJ) e morreu no Rio de Janeiro. Abandonou a carreira mili- como os caminhos dum capim era a furna, dando corredores sem
tar pela engenharia. Foi colaborador do jornal O Estado de São conta, a todos os rumos; e ao desembocar do em que vinha, justo
Paulo e em 1897 foi enviado para fazer a cobertura jornalística num cotovelo dele, saltaram-lhe aos quatro lados jaguares e pumas
sobre as operações que o exército estava realizando para sufo- de goela aberta e bafo quente, patas levantadas mostrando as unhas,
car a rebelião de sertanejos liderada por Antônio Conselheiro. a cola mosqueando, numa fúria...”
Euclídes da Cunha permaneceu em Canudos quase até o final (A Salamanca do Jarau, Contos Gauchescos e Lendas
da luta. Em 1902, baseado em suas pesquisas e reportagens pu- do Sul)
blicou Os Sertões. A obra surpreendeu tanto pela originalidade
quanto pelas críticas ao exército republicano que massacrou os Augusto dos Anjos (1884 – 1914)
moradores de Canudos.
Augusto Rodrigues Carvalho dos Anjos nasceu em Pau D’Arco
Os Sertões (PB) e morreu em Minas Gerais. Formou-se em Direito, mas
nunca exerceu a profissão, lecionou Literatura e foi diretor do
A obra é dividida em três partes: A terra, O homem, A luta. A Grupo Escolar Leopoldina em Minas Gerais.
primeira parte, Aterra, é um estudo científico da região. A se- Augusto dos Anjos recebeu influência do Parnasianismo e
gunda parte, O homem, analisa as características físicas e psico- do Simbolismo, no entanto sua obra é extremamente original,
lógicas do nordestino. A terceira parte, A luta, narra o conflito emprega um vocabulário repleto de termos científicos e técni-
entre as tropas do governo e os sertanejos, o que resultou num cos, quase totalmente tirado das ciências biológicas, para falar
combate sangrento e no extermínio do povoado de Canudos. da morte, do nada e da decomposição da matéria. Declarou-se
“cantor da poesia de tudo quanto é morto”. Sua obra poética
está reunida no livro Eu, publicado em 1912.

88
Ensino Médio
Versos Íntimos 3) (F.C. Chagas – BA)

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Enterro de tua última quimera. Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Somente a ingratidão – esta pantera – Que brilhe a correção dos alabastros
Foi tua companheira inseparável. Sonoramente, luminosamente.

Acostuma-te à lama que te espera! A musicalidade da linguagem, a profusão de imagens,


O homem, que nesta terra miserável, a específica concepção do trabalho poético permitem
Mora entre as feras, sente inevitável classificar o texto como:
Necessidade de também ser fera.
a) romântico;
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! b) simbolista;
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, c) arcádico;
A mão que afaga é a mesma que apedreja. d) barroco;
e) parnasiano.
Se alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga, 4) (F. U. C. – MT)
Escarra nessa boca que te beija!
E horas sem conta passo, mudo, ]
Exercícios A olhar atento,
A trabalhar longe de tudo
1) (PUC – RS) O pensamento
“Torce, aprimora, alteia, lima a frase; e, enfim
No verso de ouro engasta a rima Conforme lembra o trecho, a preocupação em expri-
Como um rubim.” mir ideias e pensamentos, o cuidado com o rigor da
expressão e o abandono da visão sentimentalista do
A estrofe acima é “uma profissão de fé”, uma “opção mundo são características mais tipicamente visíveis na
estética” do movimento a que pertenceu , o mais poesia:
antológico dos poetas brasileiros do Parnasianismo.
a) dos ultrarromânticos;
a) Machado de Assis; b) simbolista;
b) Alberto de Oliveira; c) religiosa do barroco;
c) Olavo Bilac; d) parnasiana;
d) Raimundo Correia; e) nenhuma delas.
e) Vicente de Carvalho.
5) A obra de ________, considerado o mais importante
2) (PUC – RS) poeta simbolista brasileiro, destaca-se pelos aspectos
sonoros das palavras, transmitindo musicalidade e es-
“Hão de chorar por ela os cinamomos, piritualidade.
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos, a) Olavo Bilac;
Lembrando daquela que os colhia.” b) Raimundo Correia;
c) Alphonsus Guimaraens;
Uma das linhas temáticas da poesia de Alphonsus Gui- d) Alberto de Oliveira;
maraens, como se observa no exemplo, é a e) Cruz e Souza.

a) amada morta; 6) A principal característica do Parnasianismo é


b) religiosidade profunda;
c) transfiguração do amor; a) a musicalidade;
d) atmosfera litúrgica; b) subjetivismo;
e) paisagem mariana. c) a fuga da realidade;
d) a arte pela arte;
e) o misticismo.

89
Ensino Médio
7) O traço comum que caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas como Lima Barreto, Monteiro
Lobato e Euclídes da Cunha é

a) a necessidade de transformar as estéticas românticas e realistas.


b) a intenção de dar um caráter brasileiro à nossa literatura.
c) a preocupação de mostrar através de uma visão crítica a realidade brasileira.
d) a vontade de fazer crítica social.
e) a intenção de fazer uma nova ar

8) Monteiro Lobato além de escrever para crianças dedicou-se à literatura em geral, evidencia-se isso no conto
Urupês que apresenta a personagem

a) Blau Nunes.
b) Romualdo.
c) Jeca Tatu.
d) Macunaíma.

9) A obra Os Sertões de Euclídes da Cunha divide-se


em três partes:

a) o homem, a vida e a luta.


b) a terra, o homem e a luta.
c) o sertão, o sertanejo e a luta.
d) o sertão, o homem e a luta.

10) Autor que fixou as lendas e os costumes da campa-


nha gaúcha através de suas personagens:

a) Augusto dos Anjos


b) Simões Lopes Neto
c) Euclídes da Cunha
d) Manuel Bandeira

GABARITO
1) C 2) A 3) B 4) D 5) E
6) D 7) C 8) C 9) B 10) B

90
Ensino Médio
Língua Portuguesa - Módulo 6

Estudo do texto

1) No primeiro parágrafo, a ideia básica quanto à redação é

a) a importância do pensamento reflexivo.


b) a necessidade da descoberta da verdade.
c) a vantagem de isolar-se da agitação.
d) a revelação de atitudes desonestas.
e) a apresentação de soluções próprias para os
problemas.

2) No segundo parágrafo é evidenciado que a redação contribui para

a) a formação integral da pessoa.


b) a introdução da pessoa na sociedade.
c) o desenvolvimento linguístico do indivíduo.
d) o aprimoramento do espírito crítico do indivíduo.

3) A palavra “descobre” na linha 3, significa

a) explorar.
b) relevar.
c) perceber.
d) solucionar.
e) encontrar.

4) A palavra “ludibriar” na linha 4, só não poderia ser substituída por

a) enganar.
b) zombar.
c) desdenhar.
d) valorizar.
e) escarnecer.

5) A palavra “impingem” na linha 6, poderia ser substituída, sem prejuízo para o texto, por

a) impõem.
b) iludem.
c) trazem.
d) reem.

91
Ensino Médio
Regência Verbal Aspiramos a esse sonho.
VTI OI
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o VTI: almejar, desejar; preposição a.
verbo e o seu complemento. Ela determina se na relação de
Aspiramos a ele.
dependência deve ou não haver preposição. (não admite lhe(s))
Para compreender a regência verbal, é preciso identificar c) Assistir
a predicação do verbo. Ex.: A enfermeira assiste o doente.
VTD OD
a) Intransitivos (VI): possuem sentido completo, não neces- VTD: prestar assistência, socorrer.
sitam de complemento.
Ex.: A vida passa. Assistiu ao filme.
VI VTI OI
VTI: ver; preposição a.
b) Transitivos diretos (VTD): não possuem sentido com-
Assistiu a ele
pleto, precisam de um complemento sem preposição (objeto (não admite lhe(s))
direto).
Ex.: Os alunos escreveram a redação. d) Esquecer/Lembrar
VTD OD Ex.: Eu esqueci o livro.
VTD OD
c) Transitivos indiretos (VTI): não possuem sentido com- VTD: quando não é pronominal.
pleto e necessitam de um complemento preposicionado (ob-
jeto indireto). Não lembramos o passado.
Ex.: A aluna gosta de escrever. VTD OD
VTI OI
Eu me esqueci do livro.
d) Transitivos diretos e indiretos (VTDI): não possuem VTI OI
sentido completo e necessitam de dois complementos, um sem VTI: quando é pronominal; preposição de.
preposição (objeto direto) e o outro com preposição (objeto
indireto). Não nos lembramos do passado.
Ex.: A jovem pediu um autógrafo ao escritor. VTI OI
VTDI OD OI
e) Informar/Avisar/Prevenir/Certificar
Obs 1: Lembre-se de que os pronomes oblíquos o, a, os, as Ex.: Informou os colegas de sua demissão.
funcionam como objeto direto. VTDI OD OI
Ex.: As alunas escreveram o bilhete. VTDI: OD para pessoa ; OI para fato.
As alunas escreveram-no.
Informou aos colegas sua demissão.
Obs 2: Os pronomes oblíquos lhe, lhes funcionam como ob- VTDI OI OD
jeto indireto. VTDI: OD para fato; OI para pessoa.
Ex.: O escritor falou aos ouvintes.
O escritor falou-lhes. f) Implicar
Ex.: Alta velocidade implica multa.
Os alunos necessitam de ajuda. (Não há troca pelo pronome VTD OD
oblíquo) VTD: acarretar, causar.
Os escritores iniciantes aspiram ao sucesso.
Os escritores iniciantes aspiram a ele. Ela implica com a colega.
VTI OI
Alguns verbos têm o significado alterado devido à modi- VTI: Implicância; preposição com.
ficação da regência.
g) Namorar
a) Agradar Ex.: Namorou Pedro por pouco tempo.
Ex.: A mãe agrada os filhos. VTD OD
VTD OD VTD: sempre.
VTD: acarinhar, acariciar.
h) Obedecer/Desobedecer
A planta da casa não agradou ao proprietário. Ex.: Obedecemos às regras.
VTI OI VTI OI
VTI: satisfazer; preposição a. VTI: sempre.
b) Aspirar Desobedecemos ao regulamento.
Ex.: Aspirou o perfume das rosas. VTI OI
VTD OD VTI: sempre.
VTD: respirar, cheirar.

92
Ensino Médio
i) Preferir h–( ) Nunca esqueça seus objetivos.
Ex.: Prefiro salgados a doces. i–( ) Devemos obedecer a nossos sentimentos.
VTDI OD OI j – ( ) Não se esqueça de estudar para a prova.
VTDI: Sempre o OI vem introduzido pela preposição a. k–( ) Cupido visou seu alvo.
l–( ) Perdoei aos seus insultos.
j) Pagar/Perdoar m – ( ) No campo, aspiramos ar puro.
n – ( ) Pedro namora Carmem.
Ex.: Pagou suas dívidas. o – ( ) Informou os amigos sua decisão.
VTD OD
VTD: refere-se a “coisas”. 2) Assinale a frase com a regência verbal correta:

Perdoou o erro. a) Aspiramos ao perfume das flores.


VTD OD b) Obedeça seus pais, menino!
VTD: refere-se a “coisas”. c) Assistimos o filme com emoção.
. d) Assistiu àquele filme triste.
Pagou ao credor.
VTI OI 3) Visava _________ de todos, razão por que não visava
VTI: refere-se a pessoas. _________.

Perdoou ao namorado. a) o bem – o lucro


VTI OI b) ao bem – ao lucro
VTI: refere-se a pessoas. c) o bem – ao lucro
d) ao bem – o lucro
Pagou suas dívidas ao credor.
VTDI OD OI 4) Há erro de Regência Verbal na alternativa:
VTDI: refere-se a “coisas” e pessoas.
a) Ele aspirou um gás venenoso.
k) Querer b) Assistimos ao jogo ontem.
Ex.: Quero muitos livros. c) Você obedeceu ao regulamento.
VTD OD d) Deus perdoa os pecadores.
VTD: desejar, necessitar.
5) Nós preferimos ficar aqui _____ viajar. Sua atitude
Quero a meus amigos. agradou ___________chefe.
VTI OI
VTI: gostar; preposição a. a) a- o
b) do que – ao
l) Visar c) a – ao
Ex.: O artilheiro visou o gol. d) do que – o
VTD OD
VTD: mirar. 6) Há erro de regência verbal em:

O professor visou minha prova. a) Amanhã assistiremos ao jogo.


VTD OD b) Prefiro jogo a filmes.
VTD: pôr o visto. c) Aspirava àquela promoção.
d) O gerente visará ao documento.
Visamos ao bem comum.
VTI OI 7) Há erro de regência verbal na alternativa
VTI: almejar; preposição a.
a) Desenvolver o hábito da leitura implica em muita de-
Visamos a ele. dicação.
(não admite lhe(s)) b) Não esqueça sua leitura diária.
c) Lembre-se de ler sempre.
Exercícios d) Algumas pessoas aspiram a vários tipos de leitura.

1) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F), observando a 8) A regência verbal está correta na alternativa
egência verbal.
a) Assistir à televisão também é um hábito que neces-
a – ( ) Visamos um futuro melhor. sita de exercício.
b – ( ) Os filmes a que assisti eram nacionais. b) Nós desobedecemos as orientações do professor.
c – ( ) O cônsul visou meu passaporte. c) Quem visa ser um grande escritor, deve, primeiro,
d – ( ) Prefiro livros a jornais. tornar-se um grande leitor.
e – ( ) Estudar implica em muita dedicação. d) Prefiro ler pouco e sempre do que ler muito, mas de
f – ( ) Lembre-se nosso acordo. vez em quando.
g – ( ) A notícia agradou às alunas.

93
Ensino Médio
9) (PUC) A frase que atende plenamente aos padrões Literatura
da norma culta escrita da língua, em termos de regên-
cia verbal, é Primeira Fase do Modernismo
a) Desafiado pelo grupo, o adolescente preferiu agir de A primeira fase do Modernismo, que vai de 1922 a 1930, tor-
forma violenta do que ser considerado covarde. nou-se conhecida como Momento de Demolição. O avanço
b) A cena a que os transeuntes assistiram espantados tecnológico do início do século XX levou à supervalorização
parecia extraída de um filme de terror. do progresso e da máquina. O mundo assistia à crise do capita-
c) Desde criança, o jovem sempre tinha aspirado lide- lismo, que levara a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), que
rar seu grupo de amigos, mas nunca foi reconhecido terminou com a chamada “belle époque”, levando a descrença
como tal. nos valores políticos, sociais e filosóficos. Nesse período de
d) A situação chegou num ponto que já ninguém pode insatisfação surgiram movimentos artísticos conhecidos como
ignorar o que está acontecendo. Vanguardas Europeias que tinham em comum a desorganiza-
e) Muitos jovens delinquentes, ao admitirem suas difi- ção consciente da arte produzida até então e influenciaram o
culdades de relacionamento, garantem de que foram Modernismo brasileiro, que se inicia com a Semana de Arte
maltratados na infância. Moderna.
10) Há erro de regência verbal na alternativa Vanguardas Europeias
a) O leitor anuncia a seus amigos o valor da leitura. ► Futurismo: propunha a destruição do passado, a exaltação
b) A preparação para o vestibular implica muita leitura. da velocidade e da máquina. O líder desse movimento foi Ma-
c) Você pode ler Paulo Coelho, mas não se esqueça de rinetti.
ler os clássicos. ► Cubismo: surgiu na pintura, propunha o fracionamento
d) Os livros exigidos no vestibular não são escolhidos da realidade e sua remontagem através de planos geométricos
por agradarem os alunos. superpostos. Na literatura, buscava a utilização do verso livre
e a abolição da sintaxe. O principal representante foi Pablo Pi-
casso.
GABARITO ► Dadaísmo: negava a lógica, a coerência e a cultura, um pro-
testo contra o absurdo da guerra. O líder do movimento foi
Estudo do texto Tristan Tzara.
1) A 2) A 3) C 4) D 5) A ► Surrealismo: valorizava a fantasia, o sonho, a loucura. O
Regência Verbal artista devia registrar tudo sem se preocupar com a lógica. O
principal representante foi Salvador Dali.
A) ( F ) B) ( V ) C) ( V ) D) ( V ) E) ( F )
F) ( F ) G) ( V ) H) ( V ) I) ( V ) J) ( V ) Semana de Arte Moderna
K) ( V ) L) ( F ) M) ( V ) N) ( V ) O) ( F )
A Semana de Arte Moderna, nas noites de 13, 15 e 17 de
2) D 3) B 4) D 5) C 6) D fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, reuniu
7) A 8) A 9) B 10) D intelectuais, artistas e escritores que tinham como principal ob-
jetivo a renovação das artes e das letras.
Apesar das críticas, o evento alcançou seu objetivo: divulgar
que existia uma nova geração de artistas, escritores e intelectu-
ais lutando pela renovação da arte brasileira e pela atualização
da nossa cultura.
A Semana de 22 representa apenas um dos momentos da his-
tória do Modernismo, que, na verdade, já se iniciara antes dela
e prosseguiria em várias direções, consolidando-se como o
movimento cultural mais fecundo de nossa história.

► Características:
- rompimento com o passado;
- nacionalismo;
- irreverência;
- valorização do cotidiano;
- nova expressão verbal para a criação literária.

Mário de Andrade (1893 -1945)

Mário de Andrade foi um participante ativo da Semana de Arte


Moderna, seu livro de poesias Pauliceia Desvairada foi uma es-
pécie de bandeira para os modernistas porque apresentou ino-
vações de linguagem que representavam o movimento.

94
Ensino Médio
► Obras e Maanape ele partiu para São Paulo a fim de recuperar sua
pedra. Após inúmeras aventuras ele alcançou seu objetivo,
Poesia: Há uma gota de sangue em cada poema; Pauliceia Des- matando Piaimã. Em seguida perdeu novamente o amuleto.
vairada; Losango cáqui; Clã do jabuti; Remate dos males; Poe- Perseguido pelo minhocão Oibê, Macunaíma percorreu todo
sias; Lira Paulistana. o Brasil e voltou para o Amazonas. Um dia desgostoso e solitá-
Prosa: Primeiro andar (contos); Amar verbo intransitivo (ro- rio, resolveu subir ao céu para juntar-se a Ci, que por desgosto
mance); Macunaíma: O herói sem nenhum caráter (rapsódia); pela morte do filho pequeno subiu aos céus transformando-se
Belazarte (contos); Contos novos. em uma estrela, juntos formaram a constelação da Ursa Maior.
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nos-
Ode ao Burguês sa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve
um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma
o burguês-burguês! criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
A digestão bem-feita de São Paulo! Já na meninice fazia coisas de sarapantar. De primeiro passou
O homem-curva! o homem-nádega! mais de seis anos não falando.
O homem que sendo francês, brasileiro, Si o incitavam a falar exclamava:
italiano, - Ai! Que preguiça!...”
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Oswald de Andrade (1890 – 1954)
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os José Oswald de Souza Andrade exerceu inúmeras atividades
duques zurros! ligadas à literatura como jornalista, poeta, romancista e autor
que vivem dentro de muros sem pulos; de peças teatrais. Fez várias viagens à Europa, onde entrou em
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos contato com as ideias de vanguarda que depois divulgou no
para dizerem que as filhas da senhora falam Brasil, tornando-se uma das principais figuras modernistas,
o francês seus principais traços eram o espírito combativo, irreverente
e tocam os “Printemps” com as unhas! e polêmico.
........................................................................ A obra de Oswald de Andrade é marcada pelo humor, lingua-
...... gem renovadora, reaproveitamento de textos de nossa litera-
tura e síntese, o poeta prende-se apenas ao essencial (poemas-
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina -pílula).
pasma!
Oh! purée de batatas morais! ► Obras
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Poesia: Pau-Brasil; Primeiro caderno do aluno de poesia
Ódio aos temperamentos regulares! Oswald de Andrade.
Ódio aos relógios musculares! Morte à Romance: Os condenados; Memórias Sentimentais de João Mi-
infâmia! ramar; Estrela do absinto; Serafim Ponte Grande.
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Teatro: O homem e o cavalo; A morta; O rei da vela.
Ódio aos sem desfalecimentos nem
arrependimentos, Erro de Português
sempiternamente as mesmices
convencionais! Quando o português chegou
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Debaixo de uma bruta chuva
Eia! Vestiu o índio
Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Que pena!
Todos para a Central do meu rancor inebriante Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! O português
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus! Pronominais
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão! “Dê-me um cigarro
Fora! Fu! Fora o bom burguês!... Diz a gramática
Do professor e do aluno
Macunaíma E do mulato sabido

Foi classificado pelo autor como uma rapsódia, pois como nas Mas o bom negro e o bom branco
rapsódias musicais essa obra é um conjunto de diversos ele- Da nação brasileira
mentos e lendas da cultura brasileira a que se misturam supers-
tições, provérbios e elementos fantásticos. Dizem todos os dias
Macunaíma ganhou de sua mulher Ci (mãe do mato), o amor Deixa disso camarada
de sua vida, um amuleto: a pedra muiraquitã, que ele acabou Me dá um cigarro”
perdendo. Esse amuleto reapareceu nas mãos do gigante Piai-
mã, o comedor de gente. Acompanhado de seus irmãos Jiguê

95
Ensino Médio
Canto do regresso à pátria Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
Minha terra tem palmares E quando estiver cansado
Onde gorjeia o mar Deito na beira do rio
Os passarinhos daqui Mando chamar a mãe-d’água
Não cantam como os de lá Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Minha terra tem mais rosas Rosa vinha me contar
E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Vou-me embora pra Pasárgada.
Minha terra tem mais terra
Em Pasárgada tem tudo
Ouro terra amor e rosas É outra civilização
Eu quero tudo de lá Tem um processo seguro
Não permita Deus que eu morra De impedir a concepção
Sem que volte para lá Tem telefone automático
Não permita Deus que eu morra Tem alcaloide à vontade
Sem que volte pra São Paulo Tem prostitutas bonitas
Sem que veja a Rua 15 Para a gente namorar
E o progresso de São Paulo
E quando eu estiver mais triste
Manuel Bandeira (1886 – 1968) Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Manuel Carneiro de Souza Bandeira queria ser arquiteto, mas Vontade de me matar
a tuberculose não permitiu, doença que marcou sua obra e sua - Lá sou amigo do rei-
vida, como ele mesmo deixou claro em uma entrevista dois Terei a mulher que eu quero
anos antes de morrer: “Nas horas de ócio da doença, não me Na cama que escolherei
apliquei ao estudo do grego e latim, iniciados no Colégio Pedro Vou-me embora pra Pasárgada.
II, isso é quase tudo o que não fiz. E, naturalmente, sinto pelos
amores frustrados, por causa da doença”. O poema a seguir evidencia a busca pela liberdade de ex-
A obra de Manuel Bandeira num primeiro momento mantém pressão.
traços simbolistas por seu tom lírico e melancólico. Ele atinge
o auge como modernista no livro Libertinagem (1930), onde Poética
busca a liberdade de expressão através de uma linguagem sim-
ples, acessível e o emprego do verso livre. O poeta expressou Estou farto do lirismo comedido
com sensibilidade as emoções que marcaram sua existência. Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
► Obras expediente protocolo e manifestações
Poesia: Cinza das horas; carnaval; Ritmo dissoluto; Libertina- de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
gem; Estrela da manhã; Lira dos cinquent’anos; Belo,belo; Ma- dicionário o cunho vernáculo de um
fuá do malungo; Opus; Estrela da tarde; Estrela da vida inteira. vocábulo
Prosa: Crônicas da província do Brasil; Guia de Ouro Preto;
Itinerário de Pasárgada; Andorinha, andorinha. Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Vou-me embora pra Pasárgada Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei Estou farto do lirismo namorador
Lá tenho a mulher que eu quero Político
Na cama que escolherei Raquítico
Sifilítico
Vou-me embora pra Pasárgada De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo.
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz De resto não é lirismo
Lá a existência é uma aventura Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante
De tal modo inconsequente exemplar com cem modelos
Que Joana a louca da Espanha De cartas e as diferentes maneiras de agradar às
Rainha e falsa demente mulheres, etc.
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
E como farei ginástica O lirismo dos clowns de Shakespeare
Andarei de bicicleta clown: palhaço
Montarei em burro brabo
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

96
Ensino Médio
Exercícios

1) A vanguarda europeia que pregava a destruição do passado e o amor à velocidade e ao perigo foi

a) o Futurismo.
b) o Cubismo.
c) o Dadaísmo.
d) o Surrealismo.

2) O principal objetivo da Semana de Arte Moderna foi

a) a renovação das artes.


b) a renovação política.
c) a volta ao passado.
d) apresentar novos autores.

3) A primeira fase do Modernismo tornou-se conhecida como

a) construtora.
b) valorizadora.
c) demolidora.
d) criativa.

4) Autor modernista que trouxe para o Brasil as ideias das vanguardas europeias foi

a) Oswald de Andrade.
b) Mário de Andrade.
c) Manuel Bandeira.
d) Augusto dos Anjos.

5) A obra de Mário de Andrade que apresenta um conjunto de elementos e lendas da cultura brasileira é

a) Pauliceia Desvairada.
b) Amar, verbo intransitivo.
c) Belazarte.
d) Macunaíma. 8) É correto afirmar sobre a obra de Oswald de Andra-
de:
6) O poeta que reflete em sua obra toda “a vida que
poderia ter sido”, suas frustrações em virtude da do- I – É marcada pelo humor e linguagem renovadora.
ença é II – Seus poemas prendem-se apenas ao essencial.
III – Reaproveita textos de nossa literatura. Estão cor-
a) Mário de Andrade. retas:
b) Oswald de Andrade.
c) Simões Lopes Neto. a) a I e a II.
d) Manuel Bandeira. b) a II e a III.
c) a I e a III.
7) “Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. d) todas estão corretas.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi
Tosse, tosse, tosse!” 9) Relacione as colunas:

O poema Pneumotórax de Manuel Bandeira evidencia 1 - Futurismo


uma importante característica de sua obra: 2 - Cubismo
3 - Dadaísmo
a) a presença do dado autobiográfico. 4 - Surrealismo
b) a autopiedade.
c) a ruptura com o passado. a) ( ) Exaltação da velocidade e da máquina.
d) a influência parnasiana. b) ( ) Utilização do verso livre e abolição da sintaxe.
c) ( ) Valorizava o sonho e a loucura.
d) ( ) Protesto contra o absurdo da guerra.

97
Ensino Médio
a) 1 - 2 – 3 – 4
b) 1 – 2 – 4 – 3
c) 4 – 3 – 2 – 1
d) 3 – 2 – 1 – 4

10) Todas as características pertencem à Semana de


Arte Moderna, exceto;

a) rompimento com o passado.


b) nacionalismo.
c) valorização do passado.
d) irreverência.

GABARITO
1) A 2) A 3) C 4) A 5) D
6) D 7) A 8) D 9) B 10) C

98
Ensino Médio
Língua Portuguesa - Módulo 7

Estudo do texto

1) Segundo o texto,

a) a linguagem oral é usada como um trapo.


b) a linguagem escrita é o traje do dia a dia.
c) somos displicentes com a linguagem oral.
d) a linguagem escrita tem de ser perfeita.
e) as vírgulas são para malucos.

2) Na linha 11, a palavra esgrime poderia ser substituí-


da, sem prejuízo para o texto, por

a) luta.
b) maltrata.
c) briga.
d) maneja.
e) agita.

3) Na linha 17, a expressão “mimos constantes” é usada


para

a) ironizar o emprego incorreto dos verbos.


b) chamar a atenção do leitor.
c) explicar a concordância verbal.
d) ensinar a forma verbal correta.
e) tratar com carinho o emprego dos verbos.

99
Ensino Médio
4) No último parágrafo, podemos deduzir que Ex.: Saí às quatro horas (ao meio- dia).
2 - Diante da palavra moda, da expressão à moda de, mes-
a) o traje é mais importante que a linguagem. mo que a palavra fique subentendida.
b) a linguagem escrita de muitos intelectuais é pobre e Ex.: Vestiu um traje à rainha Elizabete.
maltratada. Pediu um filé à milanesa.
c) todos os professores, estudantes e jornalistas não 3 - Diante de nomes de lugar:
sabem escrever. Ex.: Vou à Itália (Volto da Itália).
d) os intelectuais têm medo de ficar de cuecas em pú- Vou a Roma (Volto de Roma).
blico. Vou à Roma antiga (determinação).
e) a linguagem escrita está em desuso. 4 - Diante da palavra casa, terra e distância.
Ex.: Voltamos cedo a casa.
Assinale falso ( F ) ou verdadeiro ( V ), de acordo Voltamos cedo à casa dos amigos.
com o texto, para as seguintes afirmações. (determinação)
Os marinheiros desceram a terra.
5) ( ) A linguagem oral é uma forma espontânea de Os marinheiros desceram à terra
comunicação. de Camões.
6) ( ) Os analfabetos não manejam a linguagem es- (determinação)
crita.
7) ( ) Não devemos nos preocupar em escrever cor- Eles namoram a distância.
retamente. A casa de meu irmão fica à distância de cinco quadras daqui
8) ( ) Para a autora acentos não existem mais. (determinação).
9) ( ) Ao comparar a linguagem a um traje a autora
faz uma metáfora. 5 - Àquele = a este
10) ( ) Todos os jornais e revistas escrevem correta- Àquela = a esta
mente. Àquilo = a isto
Ex.: Não iremos àquele cinema.
Crase (a este)
Iremos àquela biblioteca.
Crase é a fusão da preposição A com o artigo definido (a esta)
A(s) com os pronomes demonstrativos Aquele(s), Aquela(s), Refiro-me àquilo que tu falaste.
Aquilo(s), A(s) ou com o pronome relativo. (a isto)
*Para identificar a crase, basta trocar a palavra feminina que
vier após o a(s) por outra masculina, se o A se transformar em À de = ao de
Ao haverá crase. À que = ao que
À qual = ao qual
Ex.: Ele foi à cidade comprar um traje. Ex.: Quero uma blusa igual à de tua irmã. (um casaco)
(ao centro) (ao de)

a) Não ocorre crase: A moça à qual deste a rosa é minha irmã.


(O moço ao qual)
1 - Diante de palavra masculina:
Ex.: Saímos a cavalo. Quero uma casa igual à que vi ontem.
2 - Diante de verbo: (um apartamento igual ao que)
Ex.: Começamos a escrever.
3 - Diante do artigo indefinido uma: 7 - Locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.
Ex.: Iremos a uma biblioteca. Ex.: às pressas, às vezes, à esquerda, à toa, à vontade, à espera
4 - Diante de pronomes pessoais retos ou oblíquos: de, à frente de, à medida que, etc.
Ex.: Dirija-se a mim, não a ela. Ex.: Estamos à procura de livros interessantes.
5 - Diante de pronomes indefinidos: À proporção que estuda, aprende. Saiu às pressas.
Ex.: Não conte isto a ninguém.
6 - Diante dos pronomes demonstrativos Esta e Essa:
Ex.: Não assisto a esta aula. c) Crase Opcional
7 - Diante de pronomes de tratamento iniciados por Sua 1 - Antes de nomes próprios femininos.
ou Vossa: Ex.: Entreguei o livro à Letícia. (a Letícia)
Ex.: Refiro-me a Vossa Senhoria.
8 - Quando o A estiver no singular e a palavra seguinte 2 - Antes de pronomes possessivos femininos no singular. (mi-
no plural: nha, tua, sua, nossa, vossa).
Ex.: Refiro-me a alunas dedicadas. Ex.: Refiro-me à minha amiga. (a minha amiga).
9 - Entre palavras repetidas:
Ex.: Tomou o remédio gota a gota. 3 - Depois da preposição até.
10 - Depois de preposição: Ex.: Fui até à biblioteca. (a biblioteca)
Ex.: Encontraremos-nos após a aula.

b) Casos especiais 1 - Antes de horas:

100
Ensino Médio
7) Somente ______ longo prazo será possível ajustar-se
Exercícios esse mecanismo ______ finalidade qual se destina.

1) Complete, usando à, a, às e as: a) a – à - a


b) à – a - à
c) à – à - à
d) à – a - a
e) a – à - à

8) (PUC) O período em que devem ser utilizados dois


acentos indicativos de crase é

a) Os responsáveis pela Linha Verde referiram-se as


vantagens de facilitar o acesso a regiões mais remo-
tas.
b) A proporção que se aproxima do Mangue Seco, o
turista encontra-se com a extraordinária beleza da
região.
c) A poucas horas de distância de Salvador, próximo a
fronteira, existe um paraíso ecológico ainda quase
desconhecido.
d) O turista instalado a beira do mar, no Mangue Seco,
diz adeus momentaneamente as preocupações.
e) As agências de turismo das diversas regiões do país
cabe a responsabilidade de divulgar nossas belezas
2) Foi _____ Europa ______fim de estudar. naturais a visitantes estrangeiros.
9) Todas as alternativas estão corretas quanto ao em-
a) a –a prego do acento indicativo de crase, exceto a alterna-
b) à – a tiva:
c) a – à
d) à – à a) Vamos à Espanha realizar um curso de especializa-
ção.
3) Há erro no emprego da crase na alternativa: b) Dedica-se à família da manhã à noite.
a) Ontem fomos à feira a pé. c) Voltou à casa dos pais às pressas.
b) A menina gosta de andar a cavalo. d) Sempre volta à sorrir quando à vê.
c) A torcida começou à gritar.
d) Ele se refere àquele fato. 10) Acostumado dirigir-se alunas e funcionárias em
tom deselegante, viu-se sem auxílio vésperas da entre-
4) Fui ________ cidade duas horas _________ fim de com- ga do relatório.
prar um sapato.
a) à – à – as
a) a – às – a b) a – a – as
b) à – às – a c) à – a – as
c) à – às- à d) a – a – às
d) a – as – à
e) à – as – a 11) (Uniube-MG) O objetivo ser alcançado está rela-
cionado ___________ maneira como levamos a vida da
5) Saiu uma hora da tarde com uma roupa semelhante infância fase adulta.
que usava na véspera e dirigiu- se sala.
a) à – a – a
a) a – à – àquela b) a – à – à
b) à – a – àquela c) à – à – à
c) à – à – aquela d) a – a - a
d) a – a – aquela
e) à – à – àquela

6) Começou __________ falar e logo depois _______ gritar.

a) a – à
b) à – à
c) à – a
d) a – a

101
Ensino Médio
Literatura cais que vivem um momento de transição entre o engenho e
a usina.
Segunda fase do Modernismo
O próprio autor dividiu sua obra em:
Romance de 30 - Ciclo da Cana-de-açúcar: Menino de engenho; Doidinho;
Banguê; Fogo morto (considerado a obra-prima do escritor);
A segunda fase do Modernismo, situada entre 1930 e 1945, traz Usina.
o fim da preocupação dos escritores em romper com o passa- - Ciclo do Cangaço: Pedra bonita; Cangaceiros.
do, os autores que participaram do início do movimento con- - Obras independentes: O moleque Ricardo; Pureza; Riacho
tinuam escrevendo, mas uma nova geração, surgida na década doce; Água-mãe; Eurídice.
de 30, caracteriza-se pelo amadurecimento de sua obra. Ocorre
uma intensa produção de romances onde podemos observar Jorge Amado (1913 – 2001)
três tendências:
Jorge Amado é um dos escritores mais populares do Brasil,
- temática regionalista: procura mostrar a agitação social e polí-
tica da época e também as origens da realidade brasileira; devido à facilidade em relatar o que há de pitoresco e exótico
na Bahia.
- temática urbana: retrata as desigualdades sociais que caracte-
rizam a vida urbana; Sua obra, num primeiro momento, denunciou as injustiças so-
- temática intimista: analisa o mundo interior das personagensciais, a luta pela posse de terras na região de Ilhéus, seus roman-
e seus conflitos. ces mostravam o comprometimento com os marginalizados.
Essas obras correspondem ao período de participação política
Graciliano Ramos (1892 – 1953) do autor, na época filiado ao Partido Comunista Brasileiro. São
obras dessa fase: Cacau; Jubiabá; Mar morto; Capitães de Areia
Graciliano Ramos foi o principal escritor do romance regio- e Terras do sem-fim.
nalista. Sua obra retrata o drama social do Nordeste com suas A partir de 1958, com a publicação de Gabriela, cravo e canela,
desigualdades sociais, o coronelismo e a seca; mostra também o autor preocupou-se mais em criticar e satirizar os costumes
o drama psicológico das personagens. regionais. Seguiram-se romances de grande aceitação popular
como Os pastores da noite; Dona Flor e seus dois maridos;
► Obras Teresa Batista cansada de guerra; Farda, fardão, camisola de
Romance: Caetés; São Bernardo; Angústia; Vidas Secas. dormir; Tocaia grande. Escreveu também as novelas A morte
Conto: Insônia. e a morte de Quincas Berro d’água e Os velhos marinheiros.
Memórias: Infância; Memórias do Cárcere; Viagem (obras pós-
tumas). Gabriela, cravo e canela
Crônica: Linhas Tortas; Viventes das Alagoas (obras póstu-
mas). O romance Gabriela, cravo e canela narra a história de amor
Literatura infantil: Histórias de Alexandre; Histórias Incomple- entre Gabriela e Nacib, na cidade de Ilhéus. A história mostra
tas. brigas políticas, os mandos e desmandos de Coronéis conser-
Vidas Secas vadores e o falso moralismo vigente na época.

O romance narra a vida de uma família de retirantes que foge Érico Veríssimo (1905 -1975)
da seca, pessoas simples, sem grandes ambições e exploradas
por outros homens. A família de Fabiano, Sinhá Vitória, seus Érico Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS) e morreu em Porto
dois filhos e a cachorra Baleia, encontra uma fazenda abando- Alegre. Seus primeiros trabalhos apareceram em 1932, sendo
nada, onde se instala. O dono chega e Fabiano fica trabalhan- do ano seguinte o romance de estreia, Clarissa, que marca o
do como vaqueiro. Após certo tempo, abandonam a fazenda e início de sua popularidade. Desde então passou a exercer uma
seguem andando sem destino, mas sempre com um pouco de intensa atividade literária, tendo estado mais de uma vez em
esperança em dias melhores. missão cultural nos Estados Unidos.
O autor, ao descrever a morte da cachorra Baleia, caracteriza oÉrico Veríssimo é um dos romancistas mais lidos e mais po-
processo de animalização do ser humano, vítima da estrutura pulares da literatura brasileira. Seus romances podem ser di-
social. vididos em duas fases: a primeira, que se estende de Clarissa a
“A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Ba- O resto é silêncio, transcorre num ambiente urbano e contem-
porâneo em que as personagens vivem problemas existenciais
leia. Do peito para trás era tudo insensibilidade e esquecimento
(...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio denuma sociedade em crise; na segunda fase o autor realiza a obra
preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. épica, O Tempo e o Vento, em que recupera a história do Rio
As crianças se espojariam com ela num pátio enorme, num Grande do Sul, a obra, dividida em três partes, relata a saga da
chiqueiro enorme.” família Terra Cambará: O Continente (1745 -1895); O Retrato
(1909 -1915) e O Arquipélago (1915 -1945).
José Lins do Rego (1901 – 1957) Nos últimos livros, inicia uma nova fase, voltando-se para as-
suntos políticos, como em O prisioneiro; O Senhor embaixa-
José Lins do Rego foi criado no engenho do avô materno, por dor e Incidente em Antares.
sua vivência sempre defendeu uma literatura voltada para a re-
gião nordestina. ► Obras

Os romances de José Lins do Rego mostram a vida nos enge- Romance: Clarissa; Caminhos cruzados; Música ao longe;
nhos, a decadência das velhas estruturas econômicas patriar- Olhai os lírios do campo; Saga; O resto é silêncio; O tempo

102
Ensino Médio
e o vento: O continente; O retrato; O arquipélago; O senhor Raimundo morreu de desastre, Maria ficou
embaixador; O prisioneiro; Incidente em Antares. para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J.
Conto e novela: Fantoches; Noite. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.
Literatura infantil: As aventuras do avião vermelho; Os três
porquinhos pobres; As aventuras de Tibicuera; O urso com José
música na barriga; A vida do elefante Basílio.
E agora, José?
Um certo Capitão Rodrigo A festa acabou,
a luz apagou,
“O padre viu o capitão dirigir-se para o ponto onde um o povo sumiu,
grupo de seus soldados o esperava. A noite estava calma. Galos a noite esfriou,
de quando em quando cantavam nos terreiros. Os galos não e agora, José?
sabem de nada – refletiu o padre. Sempre achara triste e agou- e agora, você?
rento o canto dos galos. Era qualquer coisa que o lembrava você que é sem nome,
da morte. Voltou para casa, fechou a porta, deitou-se na cama que zomba dos outros,
com o breviário na mão, mas não pôde orar. Ficou de ouvido você que faz versos,
atento, tomado duma curiosa espécie de medo. Não era medo que ama, protesta?
de ser atingido por uma bala perdida. Não era medo de morrer. e agora, José?
Não era nem medo de sofrer na carne algum ferimento. Era
medo do que estava para vir, medo de ver os outros sofrerem. Está sem mulher,
No fim das contas – se esmiuçasse bem- o que ele tinha mesmo está sem discurso,
era medo de viver, não de morrer.” está sem carinho,
já não pode beber,
Poesia já não pode fumar,
cuspir já não pode,
A poesia, nessa segunda fase, começa a ficar mais amadurecida a noite esfriou,
e marca definitivamente sua presença através de temas sociais, o dia não veio,
religiosos, espirituais e amorosos. o bonde não veio,
o riso não veio,
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987) não veio a utopia
e tudo acabou
Os temas mais frequentes na poesia de Drummond são o desa- e tudo fugiu
justamento do indivíduo, a monotonia da vida, a nostalgia do e tudo mofou,
passado, a preocupação sociopolítica, a angústia diante da vida e agora, José?
e a falta de perspectiva do homem. E agora, José?
Na prosa o autor revelou um grande senso de observação que Sua doce palavra,
lhe forneceu matéria para as crônicas, escritas durante muitos seu instante de febre,
anos para jornais e depois reunidas em livros. sua gula e jejum,
sua biblioteca,
► Obras sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
Poesia: Alguma poesia; Brejo das almas; Sentimento do mun- sua incoerência,
do; Poesias; A rosa do Povo; Poesia até agora; Claro enigma; seu ódio – e agora?
Viola de bolso; Fazendeiro do ar e poesia até agora; Viola de
bolso novamente encordoada; poemas; A vida passada a limpo; Com a chave na mão
Lição de coisas; Boitempo; Menino antigo; As impurezas do quer abrir a porta,
branco; Discursos da primavera e outras sombras; A paixão não existe porta;
medida; Corpo; Amar se aprende amando. quer morrer no mar,
mas o mar secou;
Prosa: Confissões de Minas; Contos de aprendiz; Fala Amen- quer ir para Minas,
doeira; A bolsa & a vida; Crônicas e poemas; Cadeira de ba- Minas não há mais.
lanço; O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso; José, e agora?
Boca de luar; O observador no escritório; Tempo Vida Poesia. Se você gritasse,
se você gemesse,
Quadrilha se você tocasse
a valsa vienense,
João amava se você dormisse,
Teresa que amava Raimundo que amava Maria se você cansasse,
que amava Joaquim que se você morresse...
amava Lili Mas você não morre,
que não amava ninguém. você é duro, José!
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

103
Ensino Médio
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato, Motivo
sem teogonia,
sem parede nua Eu canto porque o instante existe
para se encostar, sem cavalo preto E a minha vida está completa.
que fuja a galope, Não sou alegre nem sou triste sou poeta.
você marcha, José!
José, para onde Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Vinícius de Morais (1913 – 1980) Atravesso noites e dias
no vento.
Marcos Vinícius de Morais foi um dos poetas mais famosos do
país, principalmente pela projeção como compositor de música Se desmorono ou edifico
popular. Se permaneço ou me desfaço,
A poesia de Vinícius é voltada para o amor físico, com uma - não sei, não sei. Não sei se fico
linguagem simples e ao mesmo tempo lírica. Apresenta como ou passo.
tema a figura feminina, geralmente focalizada sob uma ótica
erótica e sensual. Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
► Obras E um dia sei que estarei mudo
- mais nada.
Poesia: O caminho para a distância; Forma e exegese; Ariana,
a mulher; Novos poemas; Cinco elegias; Poemas, sonetos e ba- Exercícios
ladas; Pátria minha; Livro de sonetos; O mergulhador; A arca
de Noé. 1) Assinale a alternativa incorreta sobre os romancistas
de 30.
Teatro: Orfeu da Conceição; Pobre menina rica.
a) Graciliano Ramos produziu obras pautadas pelo ide-
Prosa: O amor dos homens; Para viver um al da arte pela arte.
grande amor; Para uma menina como uma flor. b) Érico Veríssimo criou várias personagens que repre-
sentam a alma gaúcha – como Ana Terra e Capitão
Soneto de Separação Rodrigo.
c) Jorge Amado e Graciliano Ramos são representantes
De repente do riso fez-se o pranto do romance documental nordestino que faz parte do
De repente, não mais que de repente Romance de 30 – segunda fase Modernista.
Silencioso e branco como a bruma d) Dona Flor e seus dois maridos e Gabriela, cravo e
Fez-se de triste o que se fez amante canela são obras de Jorge Amado em que a mulher
E das bocas unidas fez-se a espuma se situa num papel de destaque.
E de sozinho o que se fez contente. e) Os romancistas de 30 regionalizam suas obras; de-
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. bruçam-se sobre questões de ordem social e, even-
tualmente, histórica para compor um universo literá-
Fez-se do amigo próximo distante rio de referências marcantes e engajadas.
De repente da calma fez-se o vento
Fez-se da vida uma aventura errante 2) A segunda fase do Modernismo, Romance de 30,
Que dos olhos desfez a última chama valorizava a temática sociorregional, por isso foi cha-
De repente, não mais que de repente. mado de
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama. a) momento de demolição.
b) momento de construção.
Cecília Meireles (1901 – 1964) c) momento de reflexão.
d) momento de ruptura.
A poesia de Cecília Meireles caracteriza- se por um certo misti-
cismo e um tom melancólico, manifesta uma resignação diante 3) A trilogia O tempo e o Vento de Érico Veríssimo de-
das angústias da vida, é marcada pela tristeza e desencanto. A nomina-se:
musicalidade de seus versos, as impressões sensoriais e a refe- a) A Terra – O Homem – A Luta
rência ao mar são constantes em sua obra. b) Contos Gauchescos – Lendas do Sul – O Gaúcho
c) O Continente – O Retrato – O arquipélago
► Obras d) O Tempo – O Vento – O Retrato

Poesia: Espectros; Nunca mais... e poema dos poemas; Baladas


para El-rei; Viagem; Vaga música; Mar absoluto; Retrato natu-
ral; Amor em Leonereta; Doze noturnos de Holanda e O
aeronauta; Romanceiro da inconfidência; Pequeno oratório de
Santa Clara; Pistoia, cemitério militar brasileiro.

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Ensino Médio
4) (PUC-RS) demonstravam nenhuma preocupação com os te-
mas sociais.
“Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas Das afirmativas acima estão corretas:
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.” a) somente a I;
b) a I e a III;
A estrofe acima revela um dos tópicos dominantes da c) a I e a II;
poesia de Cecília Meireles, que é a percepção do mun- d) todas estão corretas;
do. e) nenhuma está correta.

a) Sentimental; 10) Os romances de Érico Veríssimo, num primeiro mo-


b) Racional; mento, mostram personagens urbanas e seus proble-
c) Emotiva; mas existenciais. Destacam-se entre eles:
d) Sensorial;
e) Onírica. a) Clarissa e Caminhos cruzados.
b) O Continente e O Retrato.
5) (FCC-SP) A obra de Jorge Amado em sua fase inicial, c) Incidente em Antares e O prisioneiro.
aborda o problema da: d) O senhor embaixador e Um lugar ao sol.
a) seca periódica que devasta a região da pecuária do e) As aventuras de Tibicuera e O avião vermelho
Piauí.
b) decadência da aristocracia da cana-de-açúcar diante Gabarito
do aparecimento das usinas.
1) A 2) B 3) C 4) D 5) C
c) luta pela posse de terra na região cacaueira de Ilhéus.
d) vida nas salinas, que destrói paulatinamente os tra- 6) B 7) A 8) D 9) C 10) A
balhadores.
e) aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência
com a crise de 29.

6) A poesia de caracteriza- se pela linguagem


simples, lírica e por retratar a mulher de forma sensual.

a) Carlos Drummond de Andrade;


b) Vinícius de Morais;
c) Cecília Meireles;
d) Mário de Andrade;
e) Manuel Bandeira.

7) Autor que, por sua vivência, mostra em suas obras


o apogeu e a decadência dos engenhos de cana-de-
-açúcar:

a) José Lins do Rego;


b) Graciliano Ramos;
c) Érico Veríssimo;
d) Jorge Amado;
e) Carlos Drummond de Andrade.

8) A obra de Graciliano Ramos que narra a trajetória


dos retirantes que fogem da seca é

a) São Bernardo;
b) Terras do sem-fim;
c) Caetés;
d) Vidas Secas;
e) Angústia.

9)

I – A poesia da segunda fase do Modernismo traz ideias


e linguagem amadurecidas.
II – Os temas das poesias da segunda fase do Moder-
nismo são políticos, religiosos e Líricos.
III - Os poetas da segunda fase do Modernismo não

105
Ensino Médio
Língua Portuguesa - Módulo 8

Estudo do texto

1) De acordo com o texto,

a) começamos a vida projetando o futuro.


b) recorremos à segunda pessoa no presente.
c) começamos a vida no tempo presente.
d) o passado é sempre imperfeito.
e) vamos sozinhos para o futuro.

2) Assinale a alternativa que apresenta sinônimos adequados para as palavras projetamos (linha 8), sentido
(linha 16) e restrições (linha 18).

a) imaginamos, sentimento, necessidades.


b) planejamos, motivo, reduções.
c) lançamos, significado, limitações.
d) atiramos, reação, armações.

3) Através do texto, podemos deduzir que Carpe diem (linha 6) significa

a) aproveitar o momento.
b) aproveitar a tarde.
c) chorar o dia.
d) viver intensamente

106
Ensino Médio
4) A frase “conjugar todos os verbos não apenas no oração)
presente, mas na primeira pessoa” poderia ser substi- Ex.: O presente passa com rapidez e intensidade.
tuída por: Com rapidez e intensidade, o presente passa.
O presente, com rapidez e intensidade, passa.
a) viver no presente.
b) viver o momento, pensando apenas em nós. 5) localidade da data e o nome da rua do número da casa.
c) viver o presente, acreditando nas outras pessoas. Ex.: Porto Alegre, 31 de maio de 2013.
d) viver o presente, dependendo de outras pessoas. Rua das Camélias, 999.

5) Segundo o autor, quando vamos para o futuro des- 6) palavras corretivas, explicativas, exemplificativas – ou me-
cobrimos que lhor, aliás, digo, minto, isto é, a saber, por exemplo, etc.
Ex.: Apenas o passado importa, isto é, o presente.
a) precisamos de um professor.
b) precisamos de uma noiva. 7) conjunções coordenadas, adversativas, conclusivas desloca-
c) precisamos de colegas. das (após o verbo).
d) precisamos de outras pessoas para viver. Ex.: O passado é um remédio; não cura, entretanto, as má-
e) não precisamos de ninguém. goas.

6) Considere as seguintes afirmativas sobre o texto: 8) orações coordenadas assindéticas


Ex.: O futuro chega, descobrimos o passado, deixamos o pre-
I - Procuramos o sentido para existência no passado. sente.
II - Descobrimos o imperativo quando obedecemos a
ordens. Obs.: não se usa vírgula antes da conjunção e, a não ser
III - O condicional significa o que desejamos para os quando o e vem repetido, ou quando o sujeito das orações
outros. é diferente.

Quais estão corretas? Ex.: E chorava, e sorria, e sorria, e chorava.


O presente é o instante, e o passado é sua sombra.
a) Apenas I.
b) I e II. 9) orações explicativas
c) Apenas II. Ex. O passado, que é mais-que- perfeito, fortalece as lembran-
d) Apenas II e III. ças.
e) I, II, III.
10) orações que servem de advérbio antes da oração principal
Pontuação Ex.: Dominando o passado, você terá muitas alegrias na vida.

a) Pontos final, de interrogação, de exclamação: 11) oração intercalada


► O ponto final é utilizado para indicar o término de uma fra- Ex.: O passado que nos parecia imperfeito, disse o autor, ago-
se declarativa, que pode ser um período simples ou composto. ra é mais-que- perfeito.
Ex.: Ontem choveu. (período simples)
Ontem choveu e trovejou. 12) para indicar a elipse do verbo
(período composto) Ex. O resente é o momento; o passado, a saudade.

► O ponto de interrogação é utilizado no final de qualquer c) Ponto-e-vírgula


pergunta direta. ► O ponto-e-vírgula é empregado para separar:
Ex.: Quem partirá para sempre?
1) orações que contenham ideias opostas entre si ou in-
► O ponto de exclamação é utilizado no final de qualquer dependentes.
frase exclamativa. Ex.: Alguns amavam; outros brigavam.
Ex.: O futuro chegou!
2) orações que contenham várias enumerações já separa-
b) Vírgula das por vírgula ou que encerrem comparações e contras-
A vírgula deve ser utilizada para separar: tes.
Ex.: O presente, retrato do momento, é difícil; o passado, reple-
1) aposto to de sombras, saudade; o futuro, repleto de sonhos, incerteza.
Ex.: A vida, momento presente, é agora.
d) Dois-pontos
2) vocativo ► Os dois-pontos têm a função básica de:
Ex.: Amigo, viva com alegria.
1) anunciar uma citação
3) termos coordenados Ex.: O autor disse: “é junto que vamos para o futuro”.
Ex.: A vida é passado, presente, futuro.
2) anunciar uma enumeração, um aposto, uma conclusão, uma
4) adjunto adverbial deslocado (a posição normal é ao final da explicação, uma consequência ou esclarecimento.

107
Ensino Médio
d) indicar a presença de uma oração intercalada.
Ex.: “Queremos tudo imediatamente: o seio materno, a cantiga e) marcar um adjunto adverbial deslocado.
de ninar, a mamadeira, o chocalho.”
3) Observe a pontuação no segmento abaixo:
e) Aspas
Empregam-se, geralmente, as aspas para: “O que foi dor vira alegria; a escrava, rainha; o escravo,
rei; o pobre, rico; o rico tem seu dia de morro.”
1) isolar citações textuais Constata-se que as vírgulas:
Ex.: “... que seja infinito enquanto dure”. (Vinícius de Moraes)
a) separam uma sucessão de elementos de mesma fun-
2) destacar arcaísmos, gírias, neologismos, expressões popu- ção sintática.
lares, estrangeirismos, indicar que a palavra está sendo usada b) estabelecem uma relação de oposição.
com outro sentido. c) separam elementos encaixados na oração.
d) constituem um erro por separar dois elementos es-
Ex.: Nossos projetos para o futuro são “irados”. (irado signifi- senciais.
ca ótimo, excelente). e) representam a elipse de um verbo que pode ser fa-
cilmente retomado pelo contexto.
f) Travessão 4) (IPA) Assinale a alternativa correta quanto à pontu-
► O travessão é empregado para: ação

1) indicar mudança de interlocutor nos diálogos. a) Fazer juízos rigorosos e inflexíveis sobre as pessoas,
Ex.: Vivia o condicional: é, de acordo com as regras sociais condenável.
- “Eu leria este livro, porém...” b) As pessoas perversas que aliás , não são poucas no
mundo envergonham o criador.
2) substituir a vírgula, os dois-pontos e os parênteses. c) A crítica impiedosa é uma prática social; não deixa ,
Ex.: O passado – infelizmente- deixou muitas cicatrizes. por isso, entretanto, de ser condenável.
d) Não faças julgamentos radicais que podes te arre-
g) Parênteses pender.
► São usados para destacar expressões, frases explicativas, in- e) Fechar os julgamentos pode ser uma atitude conde-
formações secundárias, etc. nável; é, não obstante comportamento corriqueiro.
Ex.: O futuro é duvidoso (por não sabermos o que virá), mes-
mo assim queremos chegar até ele. 5) (UNISINOS) “Uma das coisas mais bonitas que Deus
criou foi o livre- arbítrio” disse à VEJA o pastor Valdir
Exercícios Raul Steuernagel, diretor do centro de formação teo-
lógica da Igreja Luterana. A expressão diretor do cen-
1) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F), observando o tro de formação teológica da Igreja Luterana deve ser
emprego dos sinais de pontuação. necessariamente precedida de vírgula por tratar-se de:

a – ( ) Ele partiu, ficamos tristes. a) adjunto adverbial.


b – ( ) Ele partiu, e ficamos tristes. b) vocativo.
c – ( ) Durante o encontro, o assunto foi política. c) complemento nominal.
d – ( ) Sábado iremos à festa. d) aposto.
e – ( ) Chegava o dia do encontro, e o vestido ainda e) predicativo do sujeito.
não estava pronto.
f – ( ) Amigo escute a verdade.
g – ( ) Ele decidiu – que o tempo passara – não volta- 6) (UEL-PR) Considere os períodos I, II e III, pontuados
ria atrás. de duas maneiras diferentes.
h – ( ) “Rachas” provocam mortes.
i – ( ) Aluno preocupado, ele estava sempre estu- I – Pedro, o gerente do banco ligou e deixou um reca-
dando. do.
j – ( ) Pedro menino curioso aceitou o desafio. Pedro, o gerente do banco, ligou e deixou um recado.
k – ( ) A prova foi difícil; a nota excelente.
l – ( ) O futuro com pressa e sem medo chega. II – De repente, perceberam que estavam brigando à
m – ( ) Estava com pressa e esqueci os livros. toa.
n – ( ) Tenho saudade... nem sei... tento não ter. De repente perceberam que estavam brigando à toa.
o – ( ) - Ai! Que susto.
III – Os doces visivelmente deteriorados foram coloca-
2) (ULBRA) Em São Paulo, uma turma de jovens resol- dos na lixeira.
veu pensar em cultura como gente grande e está co- Os doces, visivelmente deteriorados, foram colocados
lhendo bons resultados. A vírgula após a expressão na lixeira.
Em São Paulo justifica-se por
Com a alteração da pontuação houve mudança de sen-
a) separar termos coordenados assindéticos. tido somente em:
b) separar um vocativo.
c) marcar a omissão de um termo.

108
Ensino Médio
a) I. Literatura
b) II.
c) I e II. Geração de 45
d) I e III.
e) II e III. A partir de 1945, surge uma nova geração de escritores, que
é considerada por alguns críticos como Pós-modernista, que
7) Assinale a alternativa em que a vírgula marca a elip- deixam o termo Modernismo para as fases anteriores, esse pe-
se do verbo. ríodo chega praticamente até nossos dias.
A prosa dessa nova geração é rica em contos e romances, pode
a) Tudo, meu amigo, passa nesta vida. ser dividida em três tendências: prosa psicológica, análise psi-
b) A honestidade pode salvar; a corrupção, matar. cológica das personagens, que leva os autores a uma aborda-
c) A honestidade, às vezes, salva vidas. gem dos problemas entre os indivíduos e o contexto social;
d) O homem, cidadão honesto, salvou a cidade. prosa urbana, focaliza os conflitos entre o homem e a socieda-
de e prosa regionalista, representa a realidade do interior do
8) Assinale a alternativa em que os sinais de pontuação país, com seus tipos humanos e problemas sociais.
separam o aposto. A poesia dessa geração caracteriza-se pela rejeição dos valores
modernistas da primeira fase, para esses novos poetas a poesia
a) Responda sem medo, disse o professor, ao perceber deve ter um maior rigor formal e revalorizar a linguagem.
a dúvida do aluno.
b) O professor – profissional dedicado – foi aplaudido Guimarães Rosa (1908 – 1967)
pela turma.
c) O professor, que é um profissional dedicado, foi A obra de Guimarães Rosa teve como ponto de referência o
aplaudido pela turma. sertão de Minas Gerais, aprofundou-se na sondagem do ser
d) O professor, com rapidez, explicou a matéria. humano com seus problemas em qualquer lugar e tempo. O
sertanejo simboliza o homem com seus problemas eternos e
9) Qual a oração pontuada corretamente? universais. Na criação de seu estilo, utilizou vários processos
como a formação de palavras e também a linguagem regional.
a) Ele meu amigo, vive a sonhar com o futuro.
b) Nós retornaremos, sem pressa. ► Obras
c) O futuro, mesmo próximo, não nos pertence.
d) Rua dos Jacarandás 395. Romance: Grande Sertão: veredas.
10) Todas as orações estão pontuadas corretamente, Contos: Sagarana; Primeiras estórias; Tutameia; Estas estórias.
exceto a alternativa:
Novelas: Manuelzão e Miguilim; No urubuquaquá; No Pi-
a) Com o tempo, mudamos a forma de ver a beleza. nhém; Noites no sertão (que foram publicadas com o título
b) A beleza, é fugaz. geral de Corpo de baile).
c) Com o passar do tempo, a beleza muda.
d) O comportamento, com o tempo, também pode Grande sertão: veredas
mudar.
Em Grande sertão: veredas, o narrador Riobaldo, ex-jagunço
Gabarito e chefe de bando, agora um pacato fazendeiro, conta a um su-
Estudo do posto interlocutor suas andanças pelo sertão como cangaceiro
e, acima de tudo, suas incertezas sobre a existência de Deus e
texto
do diabo.
1) C 2) C 3) A 4) B 5) D
Riobaldo parece ter feito um pacto com o demônio para
6) B vencer Hermógenes, ex- companheiro, assassino de Joca Ra-
Exercícios de fixação miro, líder dos jagunços. Depois de muitas idas e vindas os
A) ( V ) B) ( V ) C) ( V ) D) ( F ) E) ( V )
dois bandos se encontram. Nessa luta, Diadorim, amigo de
Riobaldo, por quem ele sente uma estranha atração amorosa,
F) ( F ) G) ( V ) H) ( V ) I) ( V ) J) ( F )
luta com Hermógenes e ambos morrem. É somente nesse mo-
K) ( F ) L) ( F ) M) ( V ) N) ( V ) O) ( V ) mento que ele descobre que Diadorim era mulher, filha de Joca
2) E 3) E 4) C 5) D 6) D Ramiro, disfarçada de homem, para cumprir sua vingança.
7) B 8) B 9) C 10) B O trecho a seguir narra o momento em que Riobaldo descobre
que Diadorim era, na verdade, uma mulher.
“Eu dizendo que a mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava
rezas da Bahia. Mandou todo mundo sair. Eu fiquei. E a mu-
lher abanou brandamente a cabeça, consoante deu um suspiro
simples. Ela mal-entendia. Não me mostrou de propósito o
corpo. E disse:
_ ‘A Deus dada. Pobrezinha... ’
E disse. Eu conheci! Como em todo tempo antes eu não contei
ao senhor – e mercê peço: - mas para o senhor divulgar comi-
go, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no

109
Ensino Médio
átimo em que eu também só soube... Que Diadorim era corpo ► Obras
de mulher, moça perfeita... Estarreci. A dor não pode mais do
que a surpresa. A coice d’arma, de coronha...” Poesia: Pedra do sono; O engenheiro; Psicologia da composi-
ção; O cão sem plumas; O rio; Morte e vida severina; Paisagens
Clarice Lispector (1920 -1977) com figuras; Uma faca só lâmina; Terceira feira; A educação
pela pedra; Museu de tudo; Auto do frade; Agrestes.
Desde seu primeiro romance Perto do coração selvagem
(1944) trouxe várias inovações para a literatura tanto nos temas Morte e vida severina
quanto na estrutura da narrativa. O interesse principal está
na sondagem psicológica do indivíduo, a narrativa é baseada na “- O retirante explica ao leitor quem é e a que vai.
memória, nas emoções, na consciência do narrador busca o - O meu nome é Severino,
interior do ser humano para revelar suas angústias e inquieta- não tenho outro de pia.
ções. (...)
Somos muitos Severinos
► Obras iguais em tudo na vida;
na mesma cabeça grande
Romance: Perto do coração selvagem; O lustre; A maçã no que a custo é que se equilibra,
escuro; A paixão segundo G.H.; Uma aprendizagem ou o livro no mesmo ventre crescido
dos prazeres; Água viva; A hora da estrela; Um sopro de vida. sobre as mesmas pernas finas,
e iguais porque o sangue
Conto: Alguns contos; Laços de família; A legião estrangeira; que usamos tem pouca tinta.
Felicidade clandestina; Imitação da rosa. E se somos Severinos
Iguais em tudo na vida,
Literatura Infantil: O mistério do coelho pensante; A mulher morremos de morte igual,
que matou os peixes. mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
Um Sopro de Vida de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
“Autor. – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de fome um pouco por dia
de Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas começou a me inquietar e
vi que eu tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela (de fraqueza e de doença
em palavras porque só então posso me comunicar com ela. é que a morte severina
Eu escrevo um livro e Ângela outro: tirei de ambos o supérfluo. Eu escrevo ataca em qualquer idade,
à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase e até gente não nascida).
sempre luz alegre. Somos muitos Severinos
Este é um livro não de memórias. Passa- se agora mesmo, não importa Iguais em tudo e na sina:
quando foi ou será esse agora mesmo. É um livro como quando se dor- a de abrandar estas pedras
me profundo e se sonha intensamente – mas tem um instante em que se suando-se muito em cima,
acorda, se desvanece o sono, e do sonho fica apenas um gosto de sonho na a de tentar despertar
boca e no corpo, fica apenas a certeza de que se dormiu e se sonhou. Faço terra sempre mais extinta
o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei a de querer arrancar
expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso algum roçado de cinza.
melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas, para que me conheçam
Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras. E qual melhor Vossas Senhorias
mesmo a palavra secreta? Não sei e por que não a ouso? Só não sei porque e melhor possam seguir
não ouso dizê-la. a história de minha vida,
Bem sei que estou no escuro e eu me alimento com a própria e vital escuri- passo a ser o Severino
dão. Minha escuridão é uma larva que tem dentro de si talvez a borboleta? que em vossa presença emigra.
Está tão escuro que estou cego. Eu simplesmente não posso mais escrever. (...)
Vou deixar por alguns dias Ângela falar. Quanto a mim acho...”
(Trecho do romance Um sopro de vida)

João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999)

O poeta distinguiu-se dos de sua geração por apresentar uma


linguagem seca e objetiva. A preocupação com o “fazer po-
ético” foi trabalhada de maneira calma e lúcida, rejeitando a
inspiração ao assumir uma posição de objetividade diante da
escrita, por isso foi chamado de “poeta engenheiro”. Sua obra
tratou, principalmente, dos problemas sociais do Nordeste.

110
Ensino Médio
Mário Quintana (1906 -1994) Augusto de Campos

Mário Quintana não se filiou a nenhuma escola literária. Sua Poesia Social: preocupa-se em criar uma forma de expressão
poesia caracteriza-se pelo lirismo, ternura e pessimismo, mui- mais comunicativa, isto é, o retorno a uma linguagem simples e
tas vezes irônico. Foi o poeta das coisas simples do cotidiano. temas voltados para os problemas da realidade social. Um dos
Cantou Porto Alegre em seus versos, cidade que adotou com principais representantes foi Ferreira Gullar.
paixão.
Dois e dois: quatro
Poeminho do contra
Como dois e dois são quatro
Todos esses que aí estão sei que a vida vale a pena
Atravancando meu caminho embora o pão seja caro
Eles passarão... e a liberdade pequena
Eu passarinho! (Prosa e verso, 1978)
Como teus olhos são claros
O Mapa e a tua pele morena

Olho o mapa da cidade como é azul o oceano


Como quem examinasse e a lagoa serena
A anatomia de um corpo...
(E nem que fosse o meu corpo!) como um tempo de alegria
Sinto uma dor infinita por trás do terror me acena
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei... e a noite carrega o dia
Há tanta esquina esquisita, no seu colo de açucena
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita - sei que dois e dois são quatro
Nas ruas que não andei sei que a vida vale a pena
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...) mesmo que o pão seja caro
Quando eu for, um dia desses, e a liberdade, pequena.
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada, Ferreira Gullar
Serei um pouco do nada Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar Exercícios
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso, 1) (PUCC-SP) João Cabral de Melo Neto é o poeta do
Cidade de meu andar (Deste já tão longo andar!) Modernismo que se salienta por um constante comba-
E talvez de meu repouso... te ao sentimentalismo. “É o engenheiro da poesia”.
( Mário Quintana ) Busca concisão e precisão nos seus poemas. No entan-
to, num terreno oposto faz poesia de participação. Um
Tendências da Literatura Atual poema seu, divulgado como peça teatral, justamente
realiza uma análise social do homem nordestino, po-
A Literatura contemporânea tem várias tendências, não exis- rém sem arroubos sentimentais.
te um estilo predominante, mas diversos que convivem lado a
lado como o Concretismo e a Poesia Social. O poema em causa é:
Concretismo: a comunicação poética está mais ligada ao visual
e a sonoridade das palavras. Alguns dos principais poetas desse a) Invenção de Orfeu;
movimento são Décio Pignatari, Augusto de Campos e Harol- b) Morte e vida severina;
do de Campos. c) Jeremias sem chorar;
d) Brejo das almas
e) n.d.a.

111
Ensino Médio
2) (UFRGS) O romance de Clarice Lispector: 5) O Concretismo brasileiro caracteriza-se por:

a) filia-se à ficção romântica do séc. XIX, ao criar heroí- a) renovação dos temas, valorizando o interior do po-
nas idealizadas e mitificar a figura da mulher. eta.
b) define-se como literatura feminista por excelência, b) descaso pelos aspectos formais do poema.
ao propor uma visão da mulher oprimida num uni- c) exploração estética do som e do visual do poema.
verso masculino. d) preferência pela linguagem formal.
c) Prende-se à crítica de costumes, ao analisar com e) somente preocupação com o conteúdo.
grande senso de humor uma sociedade urbana em
transformação. 6) Poesia que reflete os problemas sociais e que tem
d) explora até às últimas consequências, utilizando em- em Ferreira Gullar um dos seus principais representan-
bora a temática urbana, a linha do romance neona- tes é
turalista da geração de 30.
e) renova, define e intensifica a tendência introspectiva a) o Concretismo.
de determinada corrente de ficção da segunda gera- b) o Realismo.
ção moderna. c) o Barroco.
d) a poesia social.
3) (UFPR) A obra Grande sertão: veredas, de Guimarães e) a primeira fase do Modernismo.
Rosa:
7) _____________ o poeta gaúcho que se caracteriza pela
a) continua o regionalismo dos fins do século passado, ternura e ironia, que cantou Porto Alegre em seus ver-
sem grandes inovações. sos.
b) exprime problemas humanos, em estilo próprio, ba-
seado na contribuição linguística regional. a) Mário Quintana
c) descreve tipos de várias regiões do Brasil, na tentati- b) João Cabral de Melo Neto
va de documentar a realidade brasileira. c) Ferreira Gullar
d) fixa os tipos regionais com precisão científica. d) Haroldo de Campos
e) idealiza o tipo sertanejo, continuando a tradição de e) Augusto de Campos
Alencar.
8) Os versos abaixo podem ser lidos como uma pressu-
4) (Enem- MEC) Leia o que disse João Cabral de Melo posição do autor sobre o texto literário.
Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus Essa pressuposição está ligada ao fato de que a obra li-
textos: terária, como texto público, apresenta o seguinte traço:

“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta,


contato denso; falo somente do que falo: a vida seca,
áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo:
o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na
míngua. Falo somente para quem falo: para os que
precisam ser alertados para a situação de miséria no
Nordeste.”

Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário:

a) a linguagem do texto deve refletir o tema e a fala do


autor deve denunciar o fato social para determina-
dos leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o
tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto
seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e
a perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o es- Eles não têm pouso nem porto (v. 6-7)
critor deve ser o delator do fato social para todos os
leitores. a) é aberta a várias leituras
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve b) provoca desejo de transformação
ser a proposta do escritor para convencer o leitor. c) integra experiências de contestação
d) expressa sentimentos contraditórios

GABARITO
1) B 2) E 3) B 4) A 5) C
6) D 7) A 8) A

112
Ensino Médio
Língua Portuguesa - Módulo 9

Estudo do texto

1) Segundo o texto, só não podemos afirmar que


a) há comunicação em nível de linguagem culta e linguagem coloquial.
b) a colocação dos pronomes está sempre de acordo com a norma culta.
c) demonstra a importância da comunicação em qualquer nível de linguagem.
d) existe preocupação com a colocação dos pronomes.

2) Assinale a alternativa que explica o título do texto, “Papos”:

a) parte fofa em roupa mal feita.


b) bolsa nas aves em que ficam os alimentos.
c) conversa amigável e descontraída.
d) conversa séria e preocupada.

3) Na linha 11, qual a única palavra que não poderia substituir a palavra “pedante”?

a) vaidoso
b) pretencioso
c) prepotente
d) compreensivo

113
Ensino Médio
4) Assinale a alternativa que explica a frase na linha 23 Pode-se usar quando o sujeito vem logo antes do verbo, sendo
“Pronome no lugar certo é elitismo!” esse sujeito um pronome pessoal, forma de tratamento ou vo-
cábulo pequeno.
a) Pronome no lugar certo é usado por uma minoria Ex.: Eu te amo.
culta. V.S.ª nos foi muito útil.
b) Pronome no lugar certo é usado pela maioria das Laura a preveniu do perigo.
pessoas.
c) Pronome no lugar certo é usado pelos universitários. A próclise é de regra quando a oração inicia pela preposição
d) Ninguém usa o pronome no lugar certo. em seguida de gerúndio.
Ex.: Em se tratando de pronomes, todos dão palpites.
5) O resultado do diálogo no texto foi que o interlo-
cutor Mesóclise (pronome oblíquo no meio do verbo).

a) finalmente aprendeu a colocação dos pronomes. É usada exclusivamente com o verbo no futuro do presente
b) ficou furioso e foi embora. ou no futuro do pretérito, nos casos em que não é possível a
c) esqueceu o que iria falar. próclise.
d) foi estudar a colocação dos pronomes. Ex.: Todas as dúvidas transformar-se- ão em certezas.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Ênclise (pronome oblíquo após o verbo)

a) Quando o verbo terminar em r, s ou z antes de colocar Usa-se a ênclise quando não for possível outra colocação.
o pronome oblíquo, eliminam-se essas letras e acrescen-
ta-se lo, la, los, las. a) Em início de oração.
Ex.: Precisamos encontrar nossos amigos. Ex.: Disseram-me a verdade.
Precisamos encontrá-los.
b) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.
b) Quando o verbo terminar em m, ão ou õe, acrescenta- Ex.: Por favor, deixe-me falar.
-se no, na, nos, nas.
Ex.: Encontraram o livro. c) Sempre que não houver palavra que atraia o pronome oblí-
Encontraram-no. quo.
Ex.: Os amigos falaram-se na rua.
c) Nos outros casos basta acrescentar o, a, os, as.
Ex,: Procurei o livro. d) Locuções Verbais
Procurei-o. - Se a locução for formada de auxiliar

Próclise (pronome oblíquo antes do verbo). + infinitivo ou gerúndio, poderemos usar três colocações.
Ex.: Os pronomes se iam esclarecendo.
Cinco classes de palavras atraem o pronome oblíquo para per- Os pronomes iam-se esclarecendo.
to de si, ficando ele antes do verbo. Os pronomes iam esclarecendo-se.

a) Conjunções subordinativas: que , quando, embora, por- - *Verbo auxiliar + particípio


que, se, etc. Ex.: Ele se havia perdido na colocação dos pronomes.
Ex.: Quando a encontrares ficarás feliz. Ele havia-se perdido na colocação dos pronomes.

b) Pronomes relativos: que, quem, cujo, onde, o qual, etc. Emprego das formas eu e mim/ tu e ti
Ex.: Não sei o que se passou.
*Eu/ tu - só podem funcionar como sujeito (antecedem um
c) Pronomes interrogativos: por que, quem , quando , verbo).
onde, etc. Ex.: Tu entregaste o livro para eu corrigir.
Ex.: Quem se candidatará? Este livro é para tu leres.

d) Pronomes indefinidos: alguém, algum, nenhum, nin- *mim/ ti – nunca podem funcionar como sujeito
guém, nada, etc. (são precedidos de preposição).
Ex.: Alguém me avisou do perigo. Ex.: Para mim, ler é um prazer.
Não há nada entre ti e mim.
e) Advérbios: não, nunca, jamais, nada, etc.
Ex.: Nunca te contaram este fato.

Também se usa a próclise nas orações exclamativas e opta-


tivas.
Ex.:A terra lhe seja leve.
Deus o proteja!
Como nos enganaram!

114
Ensino Médio
Acentuação Obs.: Perderam o acento as paroxítonas (palavras que têm
acento tônico na penúltima sílaba) com os ditongos abertos
1- Proparoxítonas Éi e Ói.
Acentua-se a sílaba tônica de todas as proparoxítonas. Ex.: (antes) idéia, jibóia. (agora) ideia, jiboia.
Ex.: lâmpada, pânico, pêndulo.
6 - Acento Circunflexo
2 - Paroxítonas
Perderam o acento as palavras com os hiatos OO e EE.
Acentuam-se as terminadas em: Ex.: (antes) enjôo e vêem. (agora) enjoo, veem.
a) Ditongo crescente (seguidas ou não de “s”).
Ex.: sábio, farmácia, espontâneo, mágoas. 7 - Trema

b) Ã, ÃS, ÃO, ÃOS. Foi extinto, com exceção das palavras estrangeiras e em suas
Ex.: ímã, órfãs, órgãos, bênçãos. derivadas.
Ex.: Müller, mülleriano.
c) I, IS.
Ex.: táxi, lápis, júri, íris. 8 - Acento Agudo

d) ON, OM, ONS. Deixa de existir na letra U dos grupos que/qui/gue/gui em


Ex.: cânon, rádom, prótons. formas dos verbos como apaziguar, arguir, averiguar, obliquo-
ar.
e) US, UM, UNS. Ex.: (antes) apazigúe, argúi, averigúe. (agora) apazigue, argui,
Ex.: bônus, álbum médiuns. averigue.

f) L, N, R, X, PS. 9 - Til
Ex.: fácil, hífen, caráter, tórax, bíceps.
Obs.: não se acentuam palavras paroxítonas terminadas em: Deve ser colocado sobre a primeira vogal do ditongo nasal.
em, ens: item, itens, hifens, polens. Também não se acentuam Ex.: põe, irmãos.
prefixos paroxítonos, por serem átonos: super, semi, anti, inter.
10 - Acento Diferencial
3 - Oxítonas
a) Deixa de ser usado para diferenciar os pares para/pára, pé-
Acentuam-se quando terminadas em: la(s) / pela(s) / pêlo(s) / pelo(s), pólo/polo e pêra/pera.
Ex.: (antes) Ele pára o carro. (agora) Ele para o carro.
a) O, E, A (seguidas ou não de “s”).
Ex.: cipó, café, guaraná. b) Permanece o acento diferencial em pôde (pretérito perfeito
do indicativo) e pode (presente do indicativo).
b) EM, ENS (com mais de uma sílaba). Ex.: porém, armazéns. Ex.: Ontem, ele não pôde sair, mas hoje ele pode.
Obs.: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em o(s), e(s), a(s):
só, gás, mês. c) Permanece o acento em pôr (verbo) para diferenciar de por
(preposição).
4- Hiato Ex.: Vou pôr um fim na pintura feita por mim.

Acentuam-se o i e o u tônicos quando formam sílaba sozinhos d) Permanecem os acentos que diferenciam o plural e o sin-
ou com s e vêm precedidos de vogal. gular dos verbos ter e vir, assim como seus derivados (manter,
Ex.: saída, faísca, saúde. deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.).
Ex.: Ele tem duas irmãs. / Eles têm duas irmãs.
Obs.1: não se acentuam o i e o u quando
seguidos de nh: rainha. e) O acento será opcional para diferenciar fôrma/ forma.
Ex.: Qual é a forma da fôrma de empada?
Obs.2: Perdem o acento as paroxítonas com i e u tônicos de-
pois de ditongo. Exercícios
Ex.: feiura, baiuca.
1) Coloque verdadeiro ( V ) ou falso ( F ), observando a
Atenção: se a palavra for oxítona e o i e u estiverem em posi- língua padrão.
ção final (ou seguidos de S), o acento permanece.
Ex.: tuiuiús, Piauí. a) ( ) Te espero após o trabalho.
b) ( ) Encontraram-no estudando.
5 - Ditongo Aberto c) ( ) Se fosse possível, dar-te-ia um abraço.
d) ( ) Tudo encantava- a naquela praça.
Acentuam-se as oxítonas (palavras que têm acento tônico na e) ( ) Preciso de alguém que me ensine.
última sílaba) terminadas em ditongos tônicos e abertos ói, éu, f) ( ) Os professores manter-se-ão atentos.
éi. g) ( ) Não o estou criticando.
Ex.: lençóis, anéis, chapéus. h) ( ) Me contaram tudo sobre o concurso.

115
Ensino Médio
i) ( ) Deveria ter preocupado-se mais cedo. 9) A alternativa em que todas as palavras devem ser
j) ( ) Os sonhos iam-se apagando. acentuadas graficamente é
k) ( ) Quem explicou-te essa bobagem?
l) ( ) Preciso do livro que emprestei-lhe. a) movel, cascavel, sintese, ,odor
b) avaro, austero, gratuito, ruido, eter.
2) Assinale a alternativa que apresenta erro na coloca- c) graudo, femur, doi, interim, Mario.
ção do pronome oblíquo. d) transistor, cateter, fluido, miseria, aparelho.
e) bainha, coroa, flor, baiuca, grau.
a) Não te corrigirei mais.
b) Em se tratando de amor, tudo é possível. 10) Assinale a série em que todas as palavras estão
c) Em tratando-se de trabalho, tudo é difícil. acentuadas corretamente.
d) Espero-te hoje na escola.
a) idéia, urubú, suíno, ênclise;
3) Tudo se acaba nesta vida. Justifica-se a próclise na b) bíceps, heróico, ítem, fóssil;
frase dada por c) tênis, fôsseis, caiste, japônesa;
d) fútil, hífen, ânsia, decaído;
a) ser antecedida por um pronome indefinido. e) apóia, tapête, órfã, ruína.
b) conjugar-se o verbo no presente.
c) ser antecedida por uma conjunção suordinativa. 11) Dadas as palavras:
d) ser precedida por um advérbio.
1) apoiam
4) (UPF) O professor ______ a ________________ o dia da 2) bainha
prova, pediu que ninguém _____ de comparecer. 3) abençoo

a) limitando-se - avisar-nos – se abstivesse Constatamos que estão corretas:


b) limitando-se – nos avisar – abstivesse-se
c) se limitando – nos avisar – se abstivesse a) apenas a palavra n° 1.
d) se limitando – avisar-nos – abstivesse-se b) apenas a palavra n° 2.
e) se limitando – avisar-nos – se abstivesse c) apenas a palavra n° 3.
d) todas as palavras.
5) (UEL-PR) Trouxe as cópias, mas não_______ainda, o
senhor permite que _________ em __________pasta. 12) (Unopar-PR) Assinale a alternativa em que todas
as palavras recebem acento gráfico em obediência ao
a) examinei-as – as guarde – sua mesmo princípio.
b) as examinei – as guarde – vossa
c) as examinei – as guarde – sua a) vídeo – história – câmara
d) examinei-as – guarde-as – sua b) início – vídeo – superfície
c) substituídas – câmara – domésticas
6) Identifique a frase em que deveria haver uma pró- d) história – superfície - câmaras
clise.
GABARITO
a) Sempre desculpava-se, mas sempre repetia o erro.
b) Dê- me uma boa desculpa. Estudo do texto
c) Lembrou-se de responder a proposta. 1) B 2) C 3) D 4) A 5) C
d) Esqueceu-se da data das provas. Exercícios de fixação
7) (FMPA-MG) Meu amigo, pediram para marcar a data 1 - A) ( 1 - B) ( 1 - C) ( 1 - D) ( 1 - E) (
da viagem, mas antes devo conversar sobre os deta- F) V) V) F) V)
lhes. 1 - F) ( 1 - G) ( 1 - H) ( 1 - I) ( 1 - J) (
V) V) F) F) V)
a) mim – encontrar-te – contigo 1 - K) ( 1 - L) ( 2) C 3) A 4) A
b) eu – encontrar-lhe – com você F) F)
c) mim – encontrá-lo – consigo
d) eu – encontrá-lo – com você 5) C 6) A 7) D 8) B 9) C
10) D 11) D 12) B
8) Todas as palavras devem receber acento gráfico em:

a) possuirmos, violencia, virus, sensiveis;


b) proibem, gas, juri, abdomen;
c) egoismo, bisturi, carater, espontaneo;
d) superfluo, itens, paranoico;
e) nausea, gratuito, assembleia, orgao.

116
Ensino Médio
Literatura obra “Agosto” de Rubem Fonseca, que retrata os acontecimen-
to políticos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio; “Boca do
Literatura Contemporânea Inferno” de Ana Miranda que retrata a Bahia do século XVII e
os envolvimentos políticos e amorosos de Gregório de Matos;
Manifestações Artísticas Fernando Morais seguindo esta linha escreve “Olga”, a his-
tória da esposa de Luís Carlos Prestes, entregue aos alemães
Romance regionalista: nazistas pelo governo de Getúlio.

Seguindo um caminho tradicional, iniciado desde o Romantis- e) Realismo Fantástico e no Surrealismo alguns escritores cons-
mo, uma safra de bons escritores continua a retratar o homem troem metáforas que representam a situação do Brasil, utilizam
no ambiente das zonas rurais, com seus problemas geográficos situações absurdas e assustadoras. Ex.: Moacyr Scliar (A Bala-
e sociais. da do Falso Messias, Carnaval dos Animais); Érico Veríssimo
(Incidente em Antares).
Ex.: Mário Palmério (Vila dos Confins, Chapadão do Bugre),
José Cândido de Carvalho (O Coronel e o Lobisomem). f) Romance Memorialista: surge na ficção brasileira na década
de 80, mistura autobiografia, relatos de viagens memoriais e
Romance Intimista: reflexões de intelectuais vividas no exílio ou durante o regime
militar. Ex: Pedro Nava (Baú de Ossos), Érico Veríssimo (Solo
Na mesma linha de sondagem interior, de indagação dos pro- de Clarineta I e II), Fernando Gabeira (O que é isso Com-
blemas humanos, iniciada por Clarice Lispector, vários autores panheiro? e O Crepúsculo do Macho), Marcelo Rubens Paiva
exploram o interior de personagens angustiadas, desnudando (Feliz Ano Velho).
seus traumas, problemas psicológicos, religiosos, morais e me-
tafísicos: A partir dos anos 70, há uma verdadeira explosão edito-
rial do conto e da crônica, por serem narrativas curtas,
Ex.: Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra, As Meninas), condensadas e atenderem à necessidade de rapidez do
Lya Luft (As Parceiras), Fernando Sabino (O Encontro Mar- mundo moderno.
cado.
Crônica: texto rápido, com registros e flagrantes do cotidiano.
Romance urbano - social O fato é um ponto de partida para as divagações do cronista,
que dele pode extrair um comentário
Documenta os grandes centros urbanos com seus problemas
específicos: a burguesia e o proletariado em constante luta O conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres
pela ascensão social, luta de classes, violência urbana, solidão, e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os
angústia e marginalização. textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens,
ponto de vista e enredo. O conto se define pela sua pequena
Ex.: José Condé (Um Ramo para Luísa), Carlos Heitor Cony extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem
(O ventre), Antônio Olavo Pereira (Marcoré), Marcos Rey, Luís uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas
Vilela, Ricardo Ramos, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca. um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos
secundários, o que não acontece com o conto. O conto é con-
Romance político ciso.

Registra o dia a dia da história, faz surgir novas modalidades Autores Contemporâneos
de prosa:
► Caio Fernando Loureiro de Abreu: apontado como um
a) Paródia histórica, ex.: Márcio de Sousa (Galvez, o Imperador dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu,
do Acre), Ariano Suassuna (A Pedra do Reino), João Ubaldo escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de
Ribeiro (Sargento Getúlio). medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão.
Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é consi-
b) O romance reportagem, emprego de linguagem jornalística derado um “fotógrafo da fragmentação contemporânea”. En-
e enredos com relatos de tre suas principais obras, destacam-se: Limite Branco (1971),
Morangos Mofados (1982), Triângulo das Águas (1983), Os
torturas, como veículo de denúncia e protesto contra a opres- Dragões não Conhecem o Paraíso (1988), Onde Andará Dulce
são. Ex: Ignácio de Loyola Brandão (Zero, Não Verás País Ne- Veiga? (1990), entre outras.
nhum), Antônio Callado (Quarup, Reflexos do baile) e Rubem
Fonseca (O Caso Morel). ► Lya Luft: é uma escritora de personalidade forte e opiniões
marcantes a respeito de vários assuntos como sexo, política e
c) O romance policial, com aspectos urbanos e políticos apa- vida pessoal. É uma escritora concentrada em suas obras e
rece na ficção de Marcelo Rubens Paiva (Bala na Agulha) e de não quer fazer parte de nenhum grupo literário, escreve porque
Rubem Fonseca; este último, considerado o melhor nesse gêne- gosta e porque a faz feliz. Seus livros são um sucesso e traduzi-
ro, escreveu “A Grande Arte”, “Bufo & Spallanzani” dos para o inglês, italiano e alemão.
,”dentre outros. Conheceu Celso Pedro Luft, seu primeiro marido, quando
tinha 21 anos. Nessa paixão, começou a escrever poesia. Os
d) O romance histórico, funde narrativa policial, fatos políti- primeiros poemas foram reunidos no livro “Canções de Li-
cos e abordagem histórica.Tem grandes representantes como a miar” (1964). Em 1972 lança mais um livro de poemas, “Flauta

117
Ensino Médio
Doce”. - As Parceiras, 1980
A ficção entrou em sua vida dois anos depois de um aciden- - A Asa Esquerda do Anjo, 1981
te automobilístico quase fatal em 1979. Como teve uma visão - Reunião de Família, 1982
mais próxima da morte, diz a autora que começou a fazer tudo - O Quarto Fechado, 1984
que evitava. Primeiro foram crônicas e depois romances com - Mulher no Palco, 1984
o lançamento de “As Parceiras”, em 1980, e “A Asa Esquerda - Exílio, 1987
do Anjo”, em 1981. - O Lado Fatal, 1989
A escritora é conhecida por sua luta contra os estereótipos so- - A Sentinela, 1994
ciais. “Essas coisas que obrigam as pessoas a ser atletas. Hoje é - O Rio do Meio, 1996
quase uma imposição: a ordem é fazer sexo sem parar, o tempo - Secreta Mirada, 1997
todo. A ordem é não fumar, não beber. É essa loucura o dia - O Ponto Cego, 1999
inteiro na cabeça. Quem não for resistente acaba enlouque- - Histórias do Tempo, 2000
cendo. E a vida fica para trás. Hoje as pessoas estão sofrendo - Mar de Dentro, 2000
muito. Um sofrimento absolutamente desnecessário. Especial- - Perdas e Ganhos, 2003
mente as mulheres que fazem plástica logo que veem uma ruga - Histórias de Bruxa Boa, 2004
no rosto. Plásticas de inteira inutilidade”. Ela deixa claro que - Pensar é Transgredir, 2004
nada tem contra as cirurgias plásticas, mas contra o rumo disso - Para não Dizer Adeus, 2005
tudo. “Na ambição de serem sempre jovens, as mulheres aca- - Em outras Palavras, 2006
bam perdendo o próprio rosto”. A autora diz ser uma consta- - A Volta da Bruxa Boa, 2007
tação precária dizer que ela escreve sobre mulheres. Mulheres - O Silêncio dos Amantes, 2008
não são seus personagens exclusivos. “Escrevo sobre o que me - Criança Pensa, 2009
assombra”, observa. E nisso está a infância. O importante é - Múltipla Escolha, 2010
o compromisso com a dignidade. Toda a sua obra poderia ser - A Riqueza do Mundo, 2011
resumida — como afirma — num livro de indagações. - O Tigre Na Sombra, 2012
No livro “Secreta Mirada”, lançado em 1997, ela se deixou com
ela mesma e discorreu sobre temas que nunca fala em discus- No exterior: - The Island of the Dead (O Quarto Fechado),
sões literárias, em entrevistas, depoimentos. E. U. A.
“Sou dos escritores que não sabem dizer coisas inteligentes
sobre seus personagens, suas técnicas ou seus recursos. Natu- ► Moacyr Scliar: seu primeiro livro, publicado em 1962, foi
ralmente, tudo que faço hoje é fruto de minha experiência de Histórias de Médico em Formação, contos baseados em sua
ontem: na vida, na maneira de me vestir e me portar, no meu experiência como estudante. Em 1968 publica O Carnaval
trabalho e na minha arte/ Não escrevo muito sobre a morte: dos Animais, contos, que Scliar considerou de fato sua pri-
na verdade ela é que escreve sobre nós - desde que nascemos meira obra Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário
vai elaborando o roteiro de nossa vida/ O medo de perder o fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã. Autor
que se ama faz com que avaliemos melhor muitas coisas. As- de setenta e quatro livros em vários gêneros: romance, conto,
sim como a doença nos leva a apreciar o que antes achávamos ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil, escreveu, também, para
banal e desimportante, diante de uma dor pessoal compreen- a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países. Foi
demos o valor de afetos e interesses que até então pareciam colaborador em vários órgãos da imprensa no país e no exte-
apenas naturais: nós os merecíamos, só isso. Eram parte de rior. Teve seus textos adaptados para cinema, teatro, televisão e
nós./ O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete de- rádio, inclusive no exterior. Foi médico e membro da Academia
baixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com me- Brasileira de Letras.
dos e fraquezas aparentemente superados, mas também com
insuspeitada audácia e generosidade. E como habitualmente ► Obras:
tem um fim - que é dor - complica a vida. Por outro lado, é
um maravilhoso ladrão da nossa arrogância./ Quem nos quiser Contos
amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos - O carnaval dos animais (1968)
um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, - A balada do falso Messias (1976)
inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com al- - Histórias da terra trêmula (1976)
tas torres e ares imponentes./ A maturidade me permite olhar - O anão no televisor (1979)
com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender - Os melhores contos de Moacyr Scliar (1984)
com mais tranquilidade, querer com mais doçura./ Às vezes é - Dez contos escolhidos (1984)
preciso recolher-se”. - O olho enigmático (1986)
“A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida. Eu gostaria - Contos reunidos (1995)
que na correria da época atual a gente pudesse se permitir, - O amante da Madonna (1997)
criar, uma pequena ilha de contemplação, de autocontempla- - Os contistas (1997)
ção, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais - Histórias para (quase) todos os gostos (1998)
generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio, mais - Pai e filho, filho e pai (2002)
prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando ida- - Histórias que os jornais não contam. (2009)
de, dinheiro, cor, posição, crença. Não importando nada”.

► Obras:
- Canções de Limiar, 1964
- Flauta Doce, 1972
- Matéria do Cotidiano, 1978

118
Ensino Médio
► Romances nicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por
- A guerra no Bom Fim. (1972) futebol. Veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro.
- O exército de um homem só. (1973) O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma
- Os deuses de Raquel (1975) vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no te-
- O ciclo das águas (1975) atro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava.
- Mês de cães danados (1977) Assim, escreveu “A mulher sem pecado…”, sua primeira peça.
- Doutor Miragem (1979) Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gê-
- Os voluntários (1979) nero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção,
- O Centauro no Jardim. (1980) pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral.
- Max e os felinos (1981) Nelson é um originalíssimo realista, criticou a sociedade e suas
- A estranha nação de Rafael Mendes (1983) instituições, sobretudo o casamento.
- Cenas da vida minúscula (1991) O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca
- Sonhos tropicais (1992) do início do século XX, e dessa transposição surgiu a “tragédia
- A majestade do Xingu (1997) carioca”, com as mesmas regras daquela, mas com um tom
- A mulher que escreveu a Bíblia (1999) contemporâneo. Escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição
- Os leopardos de Kafka (2000) completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios
- A história farroupilha (2004) do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo
- Na noite do ventre, o diamante (2005) com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças
- Ciumento de carteirinha (2006) psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as pe-
- Os vendilhões do templo (2006) ças seguem o plano de publicação:
- Manual da paixão solitária. (2008)
- Eu vos abraço, milhões (2010) ► Peças psicológicas
- A mulher sem pecado
► Luis Fernando Verissimo: (Porto Alegre RS 1936). Cro- - Vestido de noiva
nista, contista, romancista, cartunista, jornalista, poeta. Filho - Valsa nº 6
do escritor Erico Verissimo (1905 - 1975). A primeira reunião - Viúva, porém honesta
de seus textos, O Popular, foi publicada em 1973, pela editora - Anti-Nélson Rodrigues
José Olympio. Em 1977, é editado o volume As Cobras e Ou-
tros Bichos, primeira reunião emlivro de As Cobras, tiras que ► Peças míticas
produz por vinte anos. Um de seus mais famosos personagens, - Álbum de família
o detetive Ed Mort, surge em Ed Mort e Outras Histórias, de - Anjo negro
1979. Já a Velhinha de Taubaté e o Analista de Bagé apare- - Senhora dos Afogados
cem na década seguinte, em livro lançados respectivamente em - Doroteia
1981 e 1983 - ambos com sucesso imediato de público. Man- ► Tragédias Cariocas I
tém uma página de humor na revista Veja, de 1982 a 1989, ano - A falecida
em que passa a assinar coluna dominical no jornal O Estado - Perdoa-me por me traíres
de S. Paulo. Seu segundo romance, Borges e os Orangotangos - Os Sete Gatinhos
Eternos, sai em 2000, e seus primeiros poemas, Poesia numa - Boca de ouro
Hora Dessas?, em 2002.
Um dos mais populares autores brasileiros, Luis Fernando Ve- ► Tragédias Cariocas II
rissimo define o escritor como um “gigolô das palavras”: deve - O beijo no asfalto
utilizá-las como lhe convém, sem se importar com os rigores - Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
das normas. “Um escritor que passasse a respeitar a intimida- - Toda Nudez Será Castigada
de gramatical de suas palavras seria tão ineficiente quanto um - A serpente
gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel [...]. Acabaria im-
potente, incapaz de uma conjunção”, escreve em uma de suas Frases
crônicas.
Ruy Castro organizou, para a Editora Companhia das Letras,
Teatro um volume que reúne, sob o título de Flor de Obsessão, as
“mil melhores frases” de Nelson Rodrigues. Se quisesse, reuni-
► Nelson Rodrigues: é considerado como o mais influente ria três mil, como estas vinte:
dramaturgo do Brasil. - “O Marx é uma besta”.
Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os pri- - “O brasileiro é um feriado”.
meiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso - “O Brasil é um elefante geográfico. Falta- lhe, porém, um rajá,
mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de isto é, um líder que o monte”.
teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. Com - “Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma
seus três planos simultâneos (realidade, memória e alucinação múmia, com todos os achaques das múmias”.
construíam a história da protagonista Alaíde), as inovações es- - “Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes,
téticas da peça iniciaram o processo de modernização do teatro ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf ”.
brasileiro. - “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa
A consagração se seguiria com vários outros sucessos, trans- e fulminante do idiota”
formando-o no grande representante da literatura teatral do - “Na vida, o importante é fracassar”
seu tempo, apesar de suas peças serem tachadas muitas vezes - “A Europa é uma burrice aparelhada de museus”.
como obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crô- - “Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma

119
Ensino Médio
paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez me- Verissimo, caracteriza-se por viver na frente da tele-
nos”. visão, acreditando piamente nas boas intenções dos
- “Daqui a duzentos anos, os historiadores vão chamar este fi- governantes do país.
nal de século de ”a mais cínica das épocas”. O cinismo escorre e) “O Marido do Dr. Pompeu”, originalmente uma crô-
por toda parte, como a água das paredes infiltradas”. nica de Verissimo que deu nome a um de seus livros,
- “Sexo é para operário”. motivou a escrita de uma peça teatral com o mesmo
- “O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da His- título.
tória”.
- “Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”. 4) Assinale a alternativa que caracteriza a obra de Mo-
- “As grandes convivências estão a um milímetro do tédio”. acyr Scliar.
- “Todo tímido é candidato a um crime sexual”.
- “Todas as vaias são boas, inclusive as más”. a) Realismo fantástico.
- “O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamen- b) Busca do mundo real.
te, um chato” c) Personagens tipicamente brasileiros.
- “Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre d) Somente a realidade da vida de médico.
mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível”.
- “Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois 5) Todas as obras abaixo pertencem a Caio Fernando
da praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio Abreu, exceto:
por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona
Norte”. a) Morangos Mofados
- “O adulto não existe. O homem é um menino perene”. b) Onde andará Dulce Veiga?
- “Não vou para o inferno, mas não tenho asas” c) O Centauro no Jardim
- “O óbvio também é filho de Deus.” d) Triângulo das Águas
- “O dinheiro compra até amor sincero.”
6) Leia as afirmações abaixo sobre o escritor Moacyr
Exercícios Scliar.

1) Sobre a obra de Moacyr Scliar, é correto afirmar: I - Scliar iniciou sua carreira literária na segunda me-
tade do século XX como ficcionista, escrevendo, ao
a) Aborda questões culturais a partir de situações ab- longo de três décadas, inúmeros livros de contos e
surdas. novelas; a partir dos anos 90, no entanto, deixou de
b) Dá sequência à tradição mítica do gaúcho. lado a literatura para dedicar-se ao colunismo jorna-
c) Destaca o universo intimista de habitantes da cam- lístico, em “Zero Hora” e na “Folha de S. Paulo”.
panha rio-grandense. II - Um dos contos de Scliar, “Max” e os “Felinos” (1981),
d) Denuncia episódios de violência ética ocorridos nas inspirou, recentemente, o escritor canadense Yann
guerras cisplatinas. Martel a escrever um livro com o qual ganhou im-
e) Explora, de acordo com modelos da tradição realista, portante prêmio literário na Inglaterra, gerando uma
o tema da infidelidade conjugal. polêmica sobre a prática de plágio.
III - Na novela “O Centauro no Jardim”, uma das mais
2) Das afirmações abaixo, sobre a obra de Lya Luft, es- conhecidas de Scliar, a presença do fantástico, atra-
tão corretas. vés da personagem Guedali Tratskovsky, metade ho-
mem e metade cavalo, pode ser interpretada como
I - Inspira-se em experiências vividas no passado. uma representação metafórica da divisão do ser hu-
III - Iniciou, na literatura, escrevendo poemas. mano, na busca de sua identidade.
III - Seu primeiro romance foi A Asa Esquerda do Anjo.
Quais estão corretas?
a) a I.
b) a I e a II. a) Apenas I.
c) a II e a III. b) Apenas II.
d) a I e a III. c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
3) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra de e) I, II e III.
Luis Fernando Verissimo.
7) Qual personagem, não é uma criação de Luís Fer-
a) O analista de Bagé, personagem da obra homônima, nando Veríssimo?
usa métodos psicanalíticos pouco ortodoxos, como
a “técnica do joelhaço”. a) Ed Mort
b) Um dos processos mais originais na escritura de suas b) Velhinha de Taubaté
crônicas é o uso de palavras com sentido inesperado, c) Brás Cubas
o que provoca um efeito hilariante. d) Analista de Bagé
c) A personagem Ed Mort, frequentador assíduo dos
textos do autor, é uma versão aprimorada, quanto
às técnicas detetivescas, do Agente 007, James Bond.
d) A velhinha de Taubaté, criação ficcional popular de

120
Ensino Médio
8) Todas as afirmativas sobre a obra de Nélson Rodri- GABARITO
gues estão corretas, exceto:
1) A 2) B 3) C 4) A 5) C
a) Denunciou a sordidez da sociedade carioca. 6) D 7) C 8) C 9) C 10) A
b) Transpôs a tragédia grega para a sociedade carioca
do século XX. Bibliografia
c) Plagiou Eça de Queirós.
d) Criticou as instituições sociais, principalmente, o ca- BECHARA, E., 2000, Moderna Gramática Portuguesa, 37 ed.,
samento. Editora Lucerna,Rio de Janeiro,RJ. FARACO, Carlos Emílio &
Moura , Francisco Marto de, Gramática, 3ª ed, São Paulo, Áti-
9) A obra que funde narrativa policial, fatos políticos e ca, 1989.
abordagem histórica. Tem grandes representantes na FARACO, Carlos Emílio & MOURA, Francisco Marto de, Li-
obra “Agosto” de Rubem Fonseca: teratura Brasileira, 2ª ed, São Paulo, Ática, 1989. Houaiss, An-
tônio(1915-1999) e Villar, Mauro de Salles (1939).
a) romance policial. FERREIRA, Mauro, Aprender e Praticar Gramática – Ed. re-
b) romance intimista. novada – São Paulo: FTD, 2007.
c) romance histórico. Holanda, Aurélio Buarque de. Aurélio: O dicionário da Língua
d) romance urbano. Portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda ; coordenação, Ma-
rina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos – Curitiba: Ed. Posi-
10) Caracteriza-se por ser um texto rápido, com regis- tivo; 2068.
tros e flagrantes do cotidiano: Míni Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, elaborado no
Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados
a) crônica. da Língua Portuguesa S/C Ltda – 3ªed. rev. E aum., Rio de
b) conto. Janeiro: Objetiva, 2008
c) romance. LUFT, Celso Pedro, Moderna Gramática Brasileira, 7ª ed, Por-
d) poesia to Alegre. Rio de Janeiro, Globo, 1986.
ROCHA LIMA, C. H., 1999, Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, 37 ed., José Olympio Editora, Rio de Janeiro, RJ.
TERRA, Ernani, Curso prático de gramática, 3a ed., São Paulo,
Scipione, 1992 Revista Literária – Publicação do Curso Pré-U-
niversitário – 2001.
TUFANO, D., 1979, Estudos de Língua e Literatura, Vol. 2, 1
ed., Editora Moderna, São Paulo, SP.
TUFANO, Douglas, Guia Prático da Nova Ortografia, 1ªed,
Editora Melhoramentos, São Paulo, 2008. http://www.mun-
dovestibular.com.br/articles/4452/1/LITERATURA-CON-
TEMPORANEA/Paacutegina1.
html
http://www.releituras.com/lyaluft_bio.asp http://pt.wikipe-
dia.org/wiki/Conto
www.itaucultural.org.br/aplicexternas/...lit/index.cfm? http://
pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Rodrigues

121
Matemática
Elaborado Por: Professora Simone Daros Ribeiro

MÓDULO 5.......................................................... 123


Trigonometria
MÓDULO 6.......................................................... 125
Progressões
MÓDULO 7.......................................................... 127
Números complexos
MÓDULO 8.......................................................... 129
Geometria plana
MÓDULO 9.......................................................... 131
Análise combinatória
Ensino Médio
Matemática - Módulo 5 Cos α = cateto adjacente
hipotenusa
Trigonometria
Cos α = 4
Trigonometria no Triângulo Retângulo 5

Razões Trigonométricas Tg α = cateto oposto


cateto adjacente
Em um triângulo retângulo, podemos estabelecer razões entre
as medidas dos seus lados: catetos (que formam o ângulo reto) Tg α = 3
e hipotenusa (que se opõe ao ângulo reto). 4

Ex. 2: no triângulo retângulo, calcular sen β, cos β , tg β

Como calcular as razões trigonométricas:

Sen α = cateto oposto


hipotenusa

(seno é a razão entre as medidas do cateto oposto a esse ângulo


e da hipotenusa.)

Cos α = cateto adjacente


hipotenusa

(cosseno é a razão entre as medidas do cateto adjacente a esse


ângulo e da hipotenusa.)
Obs: Algumas frações apresentam radicais no denominador,
Tg α = cateto oposto o que acarreta dificuldade nos cálculos a serem efetuados.
cateto adjacente Vamos, então, Racionalizar. Para racionalizar o denominador
da fração, devemos multiplicar o numerador e o denominador
(tangente é a razão entre as medidas do cateto oposto e do pela raiz do denominador.
cateto adjacente a esse ângulo.)
Ex.1: 1 Essa fração apresenta radical no denominador; o
Obs. cateto oposto é o lado que fica na frente do ângulo e √3 seu denominador é um número irracional.
cateto adjacente é o lado que compõe o ângulo .
Podemos multiplicar o numerador e o denominador da fração
Ex. 1: no triângulo retângulo, calcule sen α, cos α , tg α . por √3 sem alterar o seu valor, encontrando uma fração equi-
valente.

A fração encontrada não tem mais o denominador irracional.

Ex.2: 3 Para racionalizar o denominador da fração, devemos


√3 multiplicar o numerador e o denominador por √6

Lembrado que Sen α = cateto oposto


hipotenusa

Sen α = 3
5
Observe que é possível simplificar a fração.

123
Ensino Médio
Exercícios Exercícios

1) Calcule senx, cosx e tgx, nos triângulos abaixo: 1) Determine o valor de x e y nos triângulos abaixo:

Razões trigonométricas dos ângulos de 60° , 45° ,


30° Resolução de Problemas

As razões trigonométricas dos ângulos de 60° , 45° , 30° são 3) Uma escada de 10m é encostada a uma parede, for-
usados com frequência. mando com ela um ângulo de 30º. A que distância des-
sa parede está o pé da escada?
Vamos usar a seguinte tabela de valores:
4) Uma pessoa de 1,70m de altura está a uma distância
de 6m de uma árvore e observa o topo sob um ângulo
de 60º. Desconsiderando a altura da pessoa, qual a al-
tura da árvore?

5) Uma escada, apoiada em um muro, forma com ele


um ângulo de 30º. Obtenha o comprimento da escada,
sabendo-se que a altura do muro é 3m.

6) Um observador vê uma torre vertical de 90m de al-


tura, sob um ângulo de 60º. Qual a distância aproxi-
Ex.1: calcule o valor de x, no triângulo abaixo: mada que o separa dessa torre?

7) Um avião levanta voo, formando com o solo um


ângulo de 30º. Após percorrer 1000m, que altura terá
atingido:

8) Uma pessoa está distante 90m da base de um prédio


e vê o ponto mais alto do prédio sob um ângulo de 30º
em relação à horizontal. Qual é a altura do prédio?

9) Uma escada apoiada em uma parede, em um ponto


distante 4m do solo, forma com essa parede um ângu-
lo de 60º. Qual é o comprimento da escada?

10) Uma torre de 12m de altura é vista sob um ângulo


de 30º por uma pessoa que se encontra a uma distân-
cia x da sua base. Desconsiderando a altura da pessoa,
determine a distância x.

124
Ensino Médio
Gabarito Matemática - Módulo 6
Progressões
Progressão Aritmética

Progressão aritmética (P.A) é uma sequência de números reais


onde cada termo, a partir do segundo, é igual ao anterior mais
uma constante. Essa constante é chamada de razão e represen-
tada pela letra r.

Razão é uma constante determinada pela diferença entre cada


termo, a partir do segundo, e seu termo anterior.

Uma progressão aritmética pode ser: crescente, decrescente ou


constante Exemplos:

- ( 3, 4, 5, 6, 7 ) é uma P.A crescente, pois r = 1 > 0.


- ( 10, 8, 6, 4, ...) é uma P.A decrescente, pois r = - 2 < 0.
- ( 5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma P.A constante, pois r = 0.

Ex. 1: sendo a1 = 1 e a razão r = 2, então:

a2 = a1 + r a2 = 1 + 2 = 3
a3 = a2 + r a3 = 3 + 2 = 5
a4 = a3 + r a4 = 5 + 2 = 7

Assim, a P.A será ( 1, 3, 5, 7, ...).

Ex. 2: sendo a1 = 7 e a razão r = - 4, então:


a2 = a1 + r a2 = 7 +(- 4 )= 7 – 4 =3
a3 = a2 + r a3 = 3 +(- 4) = 3 – 4 = - 1
a4 = a3 + r a4 = -1 +(- 4) = -1 – 4 = - 5
a n = a n – 1 + r

( Um termo qualquer é igual ao seu anterior mais a razão)

Assim, a P.A . será ( 7, 3, -1, -5, ...).

Ex. 3: na P.A . ( 1, 4, 7, 10, 13)


r = 4 – 1 = 3 ou
r=7–4=3

Ex. 4: na P. A . ( 8, 5, 2, - 1, - 4 )
r = 5 – 8 = - 3 ou
r=-4–(-1)=-4+1=-3

Exercícios

1) Determine a razão das seguintes P.A:

a) ( 0, 4, 8, 12, 16)
b) ( 5, 3, 1, - 1, - 3)
c) ( -3, - 2, - 1, 0, 1, 2, 3 )
d) (- 3, 0, 3, 6, ... )
e) ( 15, 10, 5, ... )
f) ( 8, 4, 0, - 4, - 8, - 12,...)

125
Ensino Médio
Fórmula do Termo Geral de Uma P. A Soma de uma P.A.

Demonstraremos uma fórmula que permite encontrar qual-


quer termo de uma progressão aritmética sem precisar escre-
vê-la completamente.

Pela definição da P.A , temos:


a2 = a1 + r Onde:
a3 = a2 + r = (a1 + r ) + r = a1 +2r - Sn = é a soma dos termos;
a4 = a3 + r = (a1 + 2r ) + r = a1 +3r - a1 = é o primeiro termo;
a5 = a4 + r = (a1 + 3r ) + r = a1 +4r - an = é o último termo;
a6 = a1 +5 r - n = é o número de termos.

e, de um modo genérico, temos: Exemplos:

Ex1: na P.A ( 2,5,8,11,14,17,20 ) a soma é

onde:

- an = é o enésimo termo (termo geral)


- a1 = é o primeiro termo;
- n = é o número de termo; Ex2: calcule a soma dos 10 primeiros termos da P.A ( 3, 6, 9, ...)
- r = razão.
Inicialmente calculamos a10
Ex1: qual é o vigésimo termo da P.A ( 3, 8, ...)? an = a1 + ( n – 1 ) . r
a1 = 3 a10 = 3 + ( 10 – 1 ) .3 a10 = 3 + 9 . 3 a10 = 3+
r=8–3=5 27 a10 = 30
n = 20
an = a1 + ( n – 1) . r a20 = 3 + ( 20 – 1) . 5 em seguida aplicamos a fórmula da soma:
a20 = 3 + 19 . 5
a20 = 3 + 95
a20 = 98
logo o vigésimo termo da P.A é 98

Ex.2: determine o primeiro termo de uma P.A . em Exercícios


que a8 = 35 e r = 3.
Aplicando a fórmula temos: 8) Calcule a soma dos 9 termos da P.A ( 1, 3, 5, ..., 17 )

an = a1 + ( n – 1) . r 9) Calcule a soma dos 15 termos da P.A ( -8, -2, 4 , ...,


35 = a1+ ( 8 – 1) . 3 76 )
35 = a1+ 7 . 3
35 = a1+ 21 Progressões Geométricas (P. G)
35 – 21 = a1
14 = a1 Progressão geométrica é toda sequência de números não – nu-
logo o primeiro termo da P.A é 14 los em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao produto
de seu termo precedente por uma constante chamada razão. A
Exercícios razão é representada pela letra “q “.
Para calcular a razão de uma P.G., basta dividir qualquer termo,
2) Calcule o 13º da PA (5, 2, -1, ...) a partir do segundo, por seu antecessor.
Em uma sequência de termos ( a 1 , a 2 , a 3 , a 4, ...) temos:
3) Calcule o 30º termo da PA (4, 11, 18, ...)

4) Calcule o 8º termo da PA (2, 7, 12, ...)

5) Calcule o 1º termo da PA dados a12 = 8 e r =4


6) Calcule o 1º termo da PA dados a10 = 20 e r =4 Uma progressão geométrica pode ser: crescente, decrescen-
te, estacionária e alternante
7) Calcule o 1º termo da PA dados a12 = 21 e r =3
Exemplos:
- ( 1,2,4,8,... ) é uma P.G crescente, pois q = 2 q>1
- ( 16, 8,4, 2 ...) é uma P.G decrescente, pois q = 1/2 0<
q<1
- ( 5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma P.G estacionária q = 1

126
Ensino Médio
- ( - 2,4, -8,... ) é uma P.G alternante, pois q = - 2 q<0 Matemática - Módulo 7
Exemplos: Números Complexos
Calcule a razão da P.G (6, 12, ...) Unidade Imaginária
q = 12 = 2 logo a razão da P.G é 2
6 Considere como exemplo a equação x² + 9 = 0.
Exercícios Na resolução, encontraremos:
x² + 9 = 0
x² = - 9
10) Calcule a razão de cada P.G x = ± √9
a) P.G (-2, -8, ...) O número √-9 não pertence ao conjunto dos números reais,
b) P.G (3, 6, ...) pois não existe raiz quadrada de um número negativo no con-
c) P.G (- 1 , - 5, ...) junto dos números reais.
d) P.G (S- 8, -16, ...)
e) P.G (-4, 16, ...) A solução de equações desse tipo, tornou- se possível com a
f) P.G (4, -8, ...) criação da unidade imaginária, indicada por i, de modo que i =
g) P.G (-1, 2, ...) ou i2 = -1.
Formula do Termo Geral de uma P.G Esse novo conjunto foi chamado de números complexos e in-
dicado por .

Forma Algébrica de um Número Complexo


onde: Todo número que pode ser escrito na
- a n = é o enésimo termo ( termo geral); forma Z= a+bi é chamado de nº complexo.
- a 1 = é o primeiro termo;
- n = é o número de termo; Em Z=a+bi, destacamos:
- q = razão. Z é o nº complexo;
a é a parte real de Z;
Exemplo: b é a parte imaginária de Z;
i é a unidade imaginária.
Ex 1: Determine o décimo termo da P.G ( 1, 2, 4,...)
Ex1: determine a parte real e imaginária no nº complexo.
Vamos aplicar a fórmula do termo geral
Z = - 2 + 5i
an = a1 .q a = 1 . 2 a=1.2 a10 = 1 . 512 a10 a = - 2
= 512 b=5
logo o décimo termo da P.G é 512 Exercícios
Exercícios 1) Determine a parte real e imaginária dos números
complexos abaixo:
11) Calcule o sétimo termo da PG (1,3,...)
a) Z = 2 + 3i
b) Z = 2
12) Calcular o sexto termo da PG (2, 4...) c) Z = 7 - 16i
d) Z = 3i
13) Calcular o décimo termo da PG (3,6...) Igualdade de Números Complexos

Gabarito Dois números complexos Z1 = a+bi e Z2 = c+di são iguais


1 - A) 4 1 - B) -2 1 - C) 1 1 - D) 3 1 - E) -5 quando sua partes reais e imaginárias forem respectivamente
1 - F) -4 2) -31 3) 207 4) 37 5) -36 iguais.
6) -16 7) -12 8) 81 9) 510 10 - A) 4
Ex:. Sendo Z1 = 5x+2i e Z2 = 5+3yi, determinar x e y tal que
10 - B) 2 10 - C) 5 10 - D) 2 10 - E) -4 10 - F) -2
Z1=Z2.
10 - G) -2 11) 729 12) 64 13) 1536
Igualando as partes reais.
5x = 5
x=5
5
x=1

127
Ensino Médio
Igualando as partes imaginárias. 2=3y Multiplicação
2=y
3 Para multiplicar números complexos, devemos aplicar a pro-
priedade distributiva e as potências de i.
Exercícios Ex:.

2) Determinar x e y de modo que Z1=Z2 nos casos Z1 = 2 + 3i e Z2 = 1 + 2i


abaixo. Z1 . Z2 = ( 2 + 3i ) . ( 1 + 2i )
Z1 . Z2 = 2 + 6i + 4i + 3i
a) Z1=4x+5i e Z2=8+15yi Z1 . Z2 = 2 + 6 . ( - 1 ) + 7i
b) Z1=2x+3i e Z2=4+2yi Z1 . Z2 = 2 – 6 + 7i
c) Z1=2+6i e Z2=x+yi Z1 . Z2 = - 4 + 7i
d) Z1=4x+4i e Z2=3+4yi
Exercícios
Potências da Unidade Imaginária
4) Sendo Z1 = 3 - 2i e Z2 = 1 + 3i , calcule:
i0=1
i1=i
i2=-1 a) Z1 + Z2
i3=i2.i=(-1).i=-i b) Z1 - Z2
i4=i2.i2=(-1).(-1)=1 c) Z1 . Z2
i5=i3.i2=(-i) . (-1)=i
i6=i3.i3=(-i).(-i)=i2=-1 5) Sendo Z1 = = 5 + 2i e Z2 = -1 – 4i

A cada grupo de quatro repetem-se os resultados. Portanto, a) Z1 + Z2 =


divide-se o expoente por 4 e torna-se o resto da divisão como b) Z1 - Z2 =
novo expoente de i. c) Z1 . Z2 =

Ex:. i137 = 137:4 q = 34 e r = 1 então i1 = i 157 = 57:4 q Conjugado de um Número Complexo


= 14 e r = 1 então i1 = i i33 = 33:4 q = 8 e r = 1 então i1 = i
Denomina-se conjugado de um nº complexo Z = a + bi ao
Exercícios número complexo

3) Calcule
= a - bi e
a) i12
b) i42 lê-se Z barra.
c) i19
d) i1601 Ex: Se
e) i102
f) i1024 Z = 4 + 2i
g) i173 = 4 - 2i
h) i196
Exercícios
Operações com Números Complexos
6) Determine o conjugado dos números
Adição e Subtração complexos:

Para somar ou subtrair números complexos devemos somar ou a) Z =2-7i


subtrair as partes reais e as partes imaginárias. b) Z =7i+1
c) Z = 6+4i
Ex:. dados d) Z =2
e) Z =-3i
Z1 = 2 + 3i e Z2= 1 - 4i f) Z =0,3+i
Z1 + Z2 = ( 2 + 1 ) + ( 3 - 4 )i Z1 + Z2 = 3 - i g) Z =12i
Z1 - Z2 = ( 2 - 1 ) + [ ( 3 - ( - 4 ) ]i h) Z = -8
Z1 - Z2 = 1 + 7i i) Z =4i+7

128
Ensino Médio

Gabarito
1 A) a = 2; b 1 - B) a = 2; b 1 - C) a = 7; b
=3 =0 = -16
1 D) a = 0; b 2 - A) x = 2; y 2 - B) x = 2; y =
=3 = 1/3 3/2
2 C) x = 2; y 2 - D) x = 3/4; 3 - A) 1
=6 y=1
3 B) -1 3 - C) -i 3 - D) i
3 E) -1 3 - F) 1 3 - G) i
3 H) 1 4 - A) 4 + i 4 - B) 2 - 5i
4 C) 9 + 7i 5 - A) 4 - 2i 5 - B) 6 + 6i
5 C) 3 - 22i 6 - A) = 2 + 7i 6 - B) = -7i + 1
6 C) = 6 - 4i 6 - D) = 2 6 - E) = 3i
6 F) = 0,3 - i 6 - G) = - 12i 6 - H) = -8
6 I) = - 4i + 7

Matemática - Módulo 8
Geometria Plana
Áreas das Figuras Planas

Vamos recordar as áreas das principais figuras planas:

129
Ensino Médio

Exercícios

1) Determine a área de um quadrado cujo perímetro é


20 cm.

2) Qual é o perímetro de um quadrado cuja área é 49


cm²?

3) A diagonal maior de um losango mede 8cm. Saben-


do-se que a área dessa figura é igual a 20 cm², deter-
mine a medida da outra diagonal.

4) Calcule a área de um círculo que possui 8 cm de raio.

5) Calcule a área de um círculo que possui 12cm de


diâmetro.(diâmetro é d=2r)

6) Calcular a área de um trapézio retângulo que possui


6cm de base menor ,o dobro de base maior e 9cm de
altura.

Perímetro

Perímetro é a soma das medidas dos lados.


Existem três tipos de triângulos:
Equilátero que possui os três lados iguais.
Isósceles que possui dois lados iguais e um diferente.
Escaleno que possui os três lados diferentes.
7) O perímetro de um quadrado mede 20 cm. Calcule
sua diagonal.

8) O perímetro de um triângulo equilátero é igual a


6√3. Calcule a altura desse triângulo.

9) A diagonal de um quadrado mede 10√2cm . Calcule


o perímetro.

130
Ensino Médio
10) As dimensões de um retângulo são 8 cm e 6 cm. Permutação Simples
Calcule a medida da diagonal do retângulo.
Permutação Simples de n elementos distintos é qualquer grupo
GABARITO ordenado desses n elementos.
Permutação Simples de n elementos distintos é igual a n fato-
1) 25 cm³ 2) 28 cm 3) 5 cm 4) 64π 5) 36π
rial.
cm² cm²
6) 81 cm² 7)d=5√2 8)h=3cm 9)40 cm 10)d=- Pn= n!, ou seja, Pn= n. (n-1). (n-2)...1
10cm
Ex.1: 3!= 3x2x1=6
Matemática - Módulo 9
Ex.2: Calcule o número de anagramas da palavra a lápis.
Análise Combinatória
(Anagrama é uma palavra formada com as mesmas letras da
Fatorial palavra dada, podendo ter ou não sentido na linguagem usual).

O fatorial é indicado por um ponto de exclamação ao lado de A palavra lápis tem 5 letras basta calcular o fatorial
um número natural. O fatorial é calculado pelo produto de to- P5= 5!= 5.4.3.2.1=120
dos os números naturais consecutivos de n até o 1 (na ordem Logo o número de anagramas da palavra LÁPIS é 120.
decrescente).
Permutação com elementos repetidos e
n! lê-se n fatorial
n!= n (n-1). (n-2),..., 1 Pn = n!
a! b!
Observação: 0!= 1 (isto é dividi-se pelo fatorial dos elementos repetidos).
1!= 1
Exercícios
Ex.1: 4!= 4x3x2x1=24
6!= 6x5x4x3x2x1=720 3) Determine o número de anagramas de:

Exercícios a) bola
b) artigo
1) Calcule o fatorial c) banana
d) repetir
a) 0! e) futuro
b) 1!
c) 7! 4) Sendo a palavra LIVRO:
d) 2!+3!
e) 1!+4! a) quantos anagramas podemos formar?
f) 3!-2! b) quantos anagramas começam por vogal?
g) 0!+1! c) quantos anagramas começam por consoante?
h) 2! 3!
i) 0! 5! 5) Quantos anagramas podemos formar da palavra
j) 4! 2! ADESIVO que começa com a letra A e termine com a
letra V?
2) Simplifique as expressões:
6) Quantos anagramas podemos formar da palavra
a) 8! ENIGMA?
9!
7) Quantos anagramas podemos formar da palavra DI-
b) 4! LEMA que comecem com a letra D?
6!
8) Quantos serão os anagramas da palavra BRASIL que
c) 6! começam por vogal?
5! 2!

131
Ensino Médio
Arranjos Simples Exercícios

Chamam-se arranjos simples todos os agrupamentos simples 13) Calcule:


de p elementos que podemos formar com n elementos distin-
tos, sendo p ≤ n. Cada um desses agrupamentos se diferencia a) C5,3
do outro pela ordem ou natureza de seus elementos. b) C7,5
c) C6,2
Indicamos por: An, p = n!
(n-p)! 14) Uma papelaria tem 8 cadernos de cores diferentes,
eu quero comprar 3 de cores diferentes. Quantas pos-
Onde n é o nº total de elementos do grupo e p é o nº de ele- sibilidades de escolha eu tenho?
mentos escolhidos deste grupo. Lê-se: arranjo de n elementos
tomados p a p. 15) Quantas comissões de 3 elementos podem ser for-
madas por um grupo de 10 pessoas?
Ex.1: Quantos números de 3 algarismos distintos podemos
formar? 16) Entre os jogadores titulares de um time de futebol,
n= 10 deseja-se formar uma comissão composta de 5 ele-
p= 3 mentos.

A10,3 = 10! = 10! = 10+9+8+7! = 720


(10-3)! 7! 7! a) Quantas comissões diferentes podem ser formadas?
b) Quantas comissões diferentes podem ser formadas
Exercícios se o goleiro não participar?

9) Calcule: 17) Em um campeonato de boxe há 12 inscritos. Qual o


número total de lutas que podem ser realizadas?
a) A4,3
b) A5,3
c) A12,3 GABARITO
1 - A) 1 1 - B) 1 1 - C) 5040 1 - D) 8 1 - E) 25
1 - F) 4 1 - G) 2 1 - H) 12 1 - I) 120 1 - J) 48
10) Quantos números de 3 algarismo distintos pode-
mos formar com os elementos 1,2,3,4,5? 2 - A) 1/9 2 - B) 1/30 2 - C) 3 3 - A) 24 3 - B) 720
3 - C) 60 3 - D) 1260 3 - E) 360 4 - A) 120 4 - B) 48
11) Num concurso de beleza em que participam 10 4 - C) 72 5) 120 6) 720 7) 120 8) 240
candidatas, de quantos modos diferentes pode ser for- 9 - A) 24 9 - B) 1320 9 - C) 60 10) 60 11) 720
mado o grupo das 3 primeiras colocadas ? 12) 24 13 - A) 10 13 - B) 21 13 - C) 15 14) 56
15) 120 16 - A) 462 16 - B) 252 17) 66
12) Quantos números de três algarismos podemos for-
mar com os algarismos 3, 4, 5, 6?

Combinação Simples
Chamamos de combinação simples os agrupamentos que
não diferem entre si ao mudarmos a ordem de seus elementos,
ou seja, os mesmo elementos colocados em ordens diferentes
formam um só agrupamento.

C n, p = n!
p!(n-p)!

O n é o nº total de elementos e p é o nº de elementos escolhi-


dos para formar os grupos.
Lê-se combinação de elementos tomados p a p.

Ex.1: Quantos grupos diferentes de 4 lâmpadas podem ficar


acesas num galpão que tem 10 lâmpadas?

C10,4 = 10! = 10x9x8x7x6! = 10x9x8x7 4!


(10-4) ! 4! 6! 4x3x2x1

= 5040 = 210
24

132
Química
Elaborado Por: Professora Alessandra Fagundes Bica

MÓDULO 4.......................................................... 134


Funções inorgânicas
MÓDULO 5.......................................................... 137
Soluções
MÓDULO 6.......................................................... 140
Química orgânica
Ensino Médio
Química - Módulo 4 Nome do hidrácido = Ácido + Nome do Elemento +
sufixo ídrico
Funções inorgânicas
HCl: ácido clorídrico
Funções químicas são grupos de substâncias que apresentam HBr: ácido bromídrico
certas propriedades ou características em comum. A principal
propriedade utilizada para diferenciar os compostos inorgâni- Oxiácidos: Os ácidos que possuem oxigênio na molécula
cos é o comportamento desses compostos quando misturados apresentam a seguinte fórmula geral:
a uma solução aquosa, bem como o tipo de íon que eles libe-
ram devido a esses processos. As principais substâncias inor- HXEYOZ
gânicas são:
Onde:
- ácidos
- sais H – átomo de hidrogênio
- bases x – número de hidrogênios
- óxidos E – elemento químico diferente de hidrogênio é oxigênio
y – número de átomos do elemento químico
Os conceitos que estão nesse módulo são baseados nos experi- O – átomo de oxigênio
mentos e constatações de um químico chamado Svante August z – número de átomos de oxigênio
Arrhenius, pioneiro nos estudos sobre o comportamento de
compostos quando misturados na água. Os oxiácidos são formados na maioria das vezes por hidrogê-
nio (parte positiva) e íons compostos (íons que são formados
► Ácidos: por dois ou mais átomos). Abaixo consta uma tabela dos prin-
Segundo Arrhenius, os ácidos são: cipais íons utilizados nesse módulo:

“Compostos que quando adicionados em água Cátions (carga positiva) Ânions (carga negativa)
sofrem ionização, que gera cátions H+.” Na+ - Sódio Cl- - Cloreto
Examinando a ionização de alguns ácidos, temos que: K+ - Potássio F- - Fluoreto

HCl → H+ + Cl- HBr → H+ + Br- Força ácida: Quando dissolvemos um ácido em água veri-
ficamos que as moléculas sofrem ionização.
Existem ácidos que apresentam dois ou mais hidrogênios na Essa relação recebe o nome de grau de ionização (α). Cada áci-
molécula. Quando esses ácidos sofrem ionização, o número de do apresenta um valor diferente de grau de ionização e a partir
hidrogênios ionizados corresponde ao número de hidrogênios desse número podemos classificar os ácidos em:
presentes na molécula:
Ácidos Fortes: α > 50% (HCl α = 92%; H2SO4 α=
H2SO4→ 2H + SO 4
+ -2 61%)
Ácidos médios: 5% < α < 50% (H3PO4 α = 27%; HF
H3PO4 → 3H + PO 4
+ -3 α = 8%)
Ácidos fracos: α < 5% (HCN α = 0,008%)
Os ácidos podem ser classificados em dois grandes grupos:
a) Hidrácidos: ácidos que não apresentam oxigênio na molé- Principais ácidos:
cula.
b) Oxiácidos: ácidos que apresentam oxigênio na molécula. a) HCl (ácido clorídrico): O ácido clorídrico consiste no gás
cloreto de hidrogênio, que é bastante solúvel em água. O estô-
mago secreta esse ácido, num volume de 100mL, para auxiliar
Hidrácidos Oxiácidos a digestão dos alimentos.
HBr H2SO4
b) H2CO3 (Ácido carbônico): É um fraco, extremamente
HCL H2PO3 instável, que se forma somente em equilíbrio dinâmico entre a
água e o gás carbônico:
Hidrácidos: Os ácidos que não possuem oxigênio na molé-
cula apresentam a seguinte fórmula geral: CO2(g) + H2O(l) ↔ <H2CO3(aq)>

HxA É um dos constituintes dos refrigerantes e das águas minerais


gaseificadas.
Onde: H – átomo de hidrogênio
x – número de hidrogênios na molécula
A – elemento(s) ligado(s) ao hidrogênio.
Cada ácido apresenta seu próprio nome.
Colocamos nome aos hidrácidos a partir da seguinte regra:

134
Ensino Médio
► Bases ► Sais
Segundo Arrhenius, as bases são: Segundo Arrhenius, os sais correspondem à:
Compostos que em solução aquosa sofrem
dissociação que gera ânions OH- (hidroxila). Toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação
iônica liberando pelo menos um cátion diferente de H+ e um
Examinando a dissociação de algumas bases, temos que: ânion diferente de OH- ou O-2

NaOH Na+ + OH- Reação de neutralização: Mais tarde descobriu- se que um


Ca(OH)2 Ca + 2OH sal pode ser gerado a partir de uma reação chamada de neutra-
lização. Nela, coloca- se em meio aquoso um ácido e uma base,
Por serem compostos que sofre dissociação iônica, as bases são que reagem formando um sal e uma água. Observe o exemplo
sempre compostos iônicos (exceção: NH4OH), cuja fórmula abaixo:
geral é:
Ácido + Base → Sal + Água
M(OH)x HCl + NaOH → NaCl + H2O

Onde: M – metal que participa da molécula Na reação de neutralização, o hidrogênio do ácido reage com
OH – ânion hidroxila a hidroxila (OH-) da base, formando água. O ametal do ácido
x – número de hidroxilas na molécula (corresponde a carga do une-se ao metal da base, formando então o sal. Veja outros
metal na forma catiônica) exemplos onde a reação de neutralização ocorre:

KOH → K+ + OH- (a carga do cátion K+ é +1; o composto 2HNO3 + Mg(OH)2 → Mg(NO3)2 + 2H2O
apresenta só uma hidroxila)
Fórmula geral: Cx Ay
Nomenclatura: Utiliza-se a palavra Hidróxido seguida da pre-
posição “de” mais o nome do Metal: C – cátion
x – número de cátions na molécula (é o número de cargas do
Nome da base: Hidróxido + de + Nome do Metal ânion)
A – ânion
Ex.: y – número de ânions na molécula (é o número de cargas do
NaOH – Hidróxido de Sódio cátion)
Ca(OH)2 – Hidróxido de Cálcio
Al(OH)3 – Hidróxido de Alumínio Exemplos:
Ni(OH)2 – Hidróxido de Níquel
1. NaCl – Dissociação em água: NaCl → Na+ + Cl-
Solubilidade das bases: As bases dos metais alcalinos e
NH4OH são solúveis em água, enquanto bases formadas com Explicação: como a carga do ânion (Cl-) é -1, o número de
metais do grupo 2 (metais alcalino-terrosos) são pouco solú- sódios (cátion) na molécula do sal é 1. E como o número de
veis. As demais bases são insolúveis. cargas do cátion (Na+) é +1, o número de cloros na molécula
Força da base: Assim como medimos o grau de ionização dos do sal é 1.
ácidos, podemos pelo mesmo raciocínio medir o grau de disso-
ciação de qualquer base. Assim temos: Nomenclatura: para nomear um sal, seguimos a seguinte re-
gra:
Bases fortes: α > 50% (bases formadas por metais dos Nome do ânion + de + Nome do cátion (derivado do ácido)
grupos 1 e 2). (derivado da base)
Ex.: NaOH; Mg(OH)2
Para descobrir o nome dos cátions e ânions basta consultar a
Bases fracas: α < 5% (bases formadas por outros metais e tabela de ânions e cátions. Sendo assim:
NH4OH). Ex.: Al(OH)3 ; AuOH

► Principais bases:

a) Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio): é conhecido por cal hidra-


tada, cal extinta ou cal apagada. Nas condições ambientes é
um sólido branco, pouco solúvel em água. Sua solução aquosa
é chamada água de cal, e a suspensão de Ca(OH)2 é chamada
leite de cal.
b) Mg(OH)2 (hidróxido de magnésio): é um sólido branco
e pouco solúvel em água. Quando disperso em água, a uma
concentração de aproximadamente 7% em massa, o hidróxido
de magnésio origina um líquido branco e espesso que contém
partículas sólidas misturadas à água.

135
Ensino Médio
► Principais sais: 2) Qual o nome do ácido HBr?

1) NaCl (Cloreto de sódio): é obtido pela evaporação da água a) ácido bromíco


do mar, na qual encontra- se dissolvido em grande quantidade. b) ácido bromídrico
Faz parte do sal de cozinha, usado na nossa alimentação. c) ácido dibromídrico
d) ácido dibrômico
2) NaF (Fluoreto de sódio): O fluoreto de sódio é utilizado e) n.d.a.
como anticárie, pois inibe a desmineralização dos dentes, tor-
nando-os menos suscetíveis à cárie. 3) Assinale a alternativa que melhor representa a dis-
sociação do NaF:
► Óxidos
a) NaF 2Na+ + 2F-
Óxidos são feitos através da palavra óxido seguida do nome do b) NaF Na+2 + F-2
elemento mais eletropositivo presente. Lembrando que quan- c) NaF Na+ + F-
do necessário (geralmente nos óxidos moleculares) a valência d) NaF Na+ + F-2
do elemento é indicada por prefixo (mono, di, tri) ou de núme- e) n.d.a.
ros romanos. Por exemplo:
4) Diga se é um sal, uma base ou um ácido:
SO3: trióxido de enxofre
Os óxidos podem ser classificados em: a) NaCl
b) H2S
√ Óxidos ácidos: São também conhecidos por anidridos, e
reagem com água produzindo um ácido e com base formando c) NaOH
sal e água. Exemplo: SO3. d) Fe(OH)2
√ Óxidos básicos: Estes compostos e) NaHCO3
tendem a reagir com água formando uma base e com ácido f) H3PO4
produzindo sal e água. Exemplo: Na2O. g) CaSO4
√ Óxidos neutros: Estas substâncias não h) Ca3(PO4)
reagem com água, ácido ou base. Exemplo: CO e NO.
√ Óxidos anfóteros: Possuem esse nome por possuírem ca- i) KOH
ráter dual, ou seja, reagem tanto com ácido quanto com base j) CoSO4
originando como produto sal e água. Exemplo: ZnO. l) LiOH
√ Peróxidos: Nesta classe os compostos reagem com água m) HBr
produzindo água oxigenada ou peróxido de hidrogênio. Exem-
plo: Na2O2. 5) Assinale a alternativa que apresenta um óxido:

► Principais óxidos: a) KOH


b) K2O
a) CaO (óxido de cálcio): é a cal virgem ou cal viva, usada no
preparo da argamassa. Mistura-se esse óxido em água. Ocorre c) KNO3
uma reação química que libera muito calor e produz a cal extin- d) Na2SO4
ta, Ca(OH)2, que é o leite de cal. e) H3PO4

b) CO2 (dióxido de carbono): também conhecido como gás 6) A reação entre um ácido e uma base recebe o nome
carbônico, é atualmente o óxido de maior importância no pla- de:
neta pelo fato de ser o grande causador do efeito estufa.
a) básica
Exercícios b) ácida
c) neutralização
01) Diga se é um sal, uma base, um ácido ou um óxido: d) oxidação
e) formação
a) H2SO4 b) NaOH
c) NaCl 7) O hidróxido de sódio é conhecido por soda cáusti-
d) HNO3
ca. Qual das fórmulas abaixo corresponde à soda cáus-
e) Fe2O3 f) Al(OH)3 tica?
g) CaCO3 h) CO2
i) HCl j) NaF a) Na(OH)2
l) H2O m) Ca3(PO4)2 b) NaOH
n) H3PO4 o) MgO c) NaF
p) HI q) HBr d) Na2OH
e) NRA

136
Ensino Médio
8) O leite de magnésia – Mg(OH)2 – é formado a par- Química - Módulo 5
tir da reação do MgO com H2O, sendo muito usado
para combater a acidez estomacal, causada pelo HCl. Soluções
Mg(OH)2, MgO e HCl são, respectivamente:
Dispersão
a) ácido, base, óxido
b) sal, base, óxido Quando misturamos duas substâncias químicas diferente pode
c) base, óxido, sal acontecer de uma delas, sob forma de pequenas entidades, se
d) base, óxido, ácido espalhar ao longo da outra. A este fenômeno dá-se o nome
e) base, ácido, óxido de dispersão. Ex.: Quando misturamos açúcar (C12H22O11) em
água pura (H2O), o açúcar espalha- se ao longo da água em
9) O Hidróxido de cálcio é um composto conhecido pequenas partes.
por leite de cal. Trata-se de uma base, e sua fórmula
molecular é:

a) Ca(OH)2
b) CaCO3
c) CaH2
d) HCl
e) CaO

10) Assinale a única alternativa que apresenta um hi-


drácido:

a) H2SO4
b) HBr
c) HNO3 A substância que se espalha recebe o nome de disperso, en-
d) H3PO4 quanto a outra se trata do dispersante. No exemplo acima a
e) H2CO3 água atua como dispersante, enquanto a sacarose é o disperso.
Neste módulo, estudaremos com mais detalhe as soluções
GABARITO
1 - A) 1 - B) 1 - C) 1 - D) 1 - E) Introdução
ácido base sal ácido óxido
As soluções correspondem a sistemas onde o disperso é uma
1 - F) 1 - G) 1 - H) 1 - I) entidade muito pequena (íons ou moléculas de baixo peso mo-
1 - J) sal
base sal óxido ácido lecular). Tanto o disperso como o dispersante podem estar em
1 - L) 1 - M) 1 - N) 1 - O) 1 - P) diferentes estados físicos da matéria:
óxido sal ácido óxido ácido ► Solução gasosa: mistura de dois ou mais gases quaisquer. Ar
1 - Q) atmosférico (N2, O2 e outros), GLP (propano e butano), gás
ácido
2) B 3) C natural (metano e
etano).
4) O sal sempre é formado por um cátion ► Solução líquida: mistura de sólido / líquido, líquido / líqui-
diferente de H+ e um ânion diferente de OH-. do, gás / líquido: sal de cozinha em água, álcool etílico em água,
Sendo assim, óleo diesel em gasolina, oxigênio em água.
4 - A) 4 - C) 4 - D) 4 - E) ► Solução sólida: mistura de sólido/sólido:
4 - B) H2S ferro e carbono (aço), cobre e zinco (latão).
NaCl - ácido NaOH - Fe(OH)2 - NaHCO3
– sal base base - sal As soluções estudadas neste módulo são as líquidas. Soluto e
4 - F) 4 - H) 4 - I) 4 - J)
solvente juntos formam a solução:
4 - G)
H3PO4 - CaSO4 - Ca3(PO4)2 KOH CoSO 4-

ácido sal - sal - base sal


4 - L) 4 - M)
LiOH HBr 5) B 6) C 7) B
- base - ácido
8) D 9) A 10) B

137
Ensino Médio
No exemplo da página anterior, a água é o solvente enquanto a
sacarose é o soluto.

Nas soluções estudadas neste módulo,


o solvente sempre será a água.

→ A massa do soluto é representada pela sigla m e correspon-


de a quantidade em gramas da substância dissolvida

→ A massa do solvente é representada pela sigla m2 e corres-


ponde a quantidade em gramas de água
Quando uma solução não apresenta todo o soluto dissolvido
→ A massa da solução é representada pela sigla m e correspon- pode ser observado no fundo do frasco partículas de soluto
de a quantidade em gramas da solução. Assim, temos: não dissolvido, que correspondem ao corpo de fundo. Essas
soluções são chamadas de supersaturadas.
SOLUÇÃO = SOLUTO + SOLVENTE
ms = m1 + m2 Essas duas observações demonstram que para um determina-
do volume de solução há um limite na capacidade de dissolver
Unidades de medida usadas para soluções o soluto. O valor exato em gramas em que o limite de dis-
solução é alcançado chama-se coeficiente de solubilidade
a) Massa: a massa nas soluções é medida oficialmente em gra- (Cs). Para o NaCl, o Cs é igual a 357g/L a temperatura de 0oC.
mas. Entretanto por vezes o valor de massa pode ser dado em Quando uma solução apresenta a concentração do soluto igual
kilogramas. Por causa disso é importante conhecer a inter-rela- ao coeficiente de solubilidade, diz-se que ela está saturada.
ção entre essas unidades:
Soluções insaturadas apresentam uma quantidade de solu-
1 quilograma = 1000 gramas to inferior ao coeficiente de solubilidade.
Soluções saturadas apresentam uma quantidade de soluto
b) Volume: o volume das soluções é medido oficialmente em igual ao coeficiente de solubilidade
litros (L). Entretanto por vezes o valor do volume pode ser Soluções supersaturadas apresentam uma quantidade de
dado em mililitros (mL) ou em centímetros cúbicos (cm3). soluto superior ao coeficiente de solubilidade.
1 Litro = 1000 Mililitros Título em massa de uma solução
1 Litro = 1000 centímetros cúbicos
O título (T) de uma solução é a razão entre a massa do soluto
Solubilidade (m1) e a massa da solução (m = m1 + m2), ambas medidas na
mesma unidade:
→ Se em um recipiente de 1L for adicionado 300 gramas de sal
de cozinha (NaCl) a uma temperatura ambiente de 0oC, todo o T= m1
soluto se dissolve na água (solvente): m1 + m2

→ Exemplo: Se adicionarmos a 400g de água 100g de saca-


rose, qual o título dessa solução?

Quando uma solução apresenta todo o soluto dissolvido,


dizemos que ela está insaturada. Massa do soluto (m1) = 100g
Massa do solvente (m2) = 400g
→ Se em um recipiente de 1L for adicionado 400 gramas de sal
de cozinha (NaCl) a uma temperatura ambiente de 0oC, nem
todo o soluto se dissolve na água (solvente):

138
Ensino Médio
Analisando o exemplo acima, podemos concluir que de 100% Exercícios
da massa da solução, 20% corresponde ao soluto enquanto
80% correspondem ao solvente. 1) Indique qual o solvente e qual o soluto:

Concentração comum: Corresponde a razão estabelecida en- a) água e açúcar


tre a massa do soluto (m1) e o volume da solução (V). Assim b) água e sal
temos: c) cafezinho
d) soro caseiro (água + sal + açúcar)
C = m1 e) álcool + água
V f) oxigênio dissolvido na água

A unidade oficial para representar a concentração comum é 2) As soluções indicadas abaixo apresentam diferentes
g/L. quantidades de solvente e soluto. Calcule a massa de
cada uma das soluções abaixo:
Exemplo 1: Uma solução de dois litros apresenta 100g de
NaOH dissolvidos. Qual a concentração comum de NaOH a) 100g de água e 30g de açúcar
nessa solução? b) 250g de água e 35g de sal
c) 400g de água e 241g de álcool
Massa do soluto (m1) = 100g d) 150g de água e 24g de pó de café
Volume da solução (V) = 2L
3) Quando vamos ao supermercado e pedimos meio
quilo (0,5kg) de queijo prato, estamos pedindo gramas
de queijo. A alternativa que melhor preenche a lacuna
é:

Concentração molar ou Molaridade (M) a) 0,5g


b) 5g
É a razão entre o número de moles do soluto (n1) e o volume c) 50g
da solução (V), medido em litros. d) 500g
e) 5000g
M = n1
V 4) Uma garrafa de cerveja apresenta 600mL. Qual o vo-
Exemplo 1: Se adicionarmos 3 mols de sal de cozinha a água lume dessa garrafa em litros?
formando uma solução de 6L, qual a Molaridade dessa solu-
ção? a) 0,06L
b) 0,6L
Sendo assim: c) 0,12L
d) 6L
e) 600L

5) Uma solução apresenta 275g de água e 25g de álco-


ol. Qual o título dessa solução?
Exemplo 2: Se adicionarmos 29g de NaCl a uma solução que
fique com 2L de água, qual a concentração molar dessa subs- a) 0,25
tância? b) 0,15
c) 0,10
d) 0,083
e) 0,5

Densidade absoluta (d) 6) Se adicionarmos 8g de sal a um recipiente contendo


992g de água, qual será o título dessa solução?
É a razão entre a massa da solução e o volume da solução:
a) 80
b) 8
c) 0,08
d) 0,008
e) 0,0008
Exemplo: Uma solução apresenta massa de 30 g e ocupa um
volume de 0,4L. Qal é a sua densidade absoluta? d= 30/0,4 →
d= 75g/L

139
Ensino Médio
7) Se dissolvemos 5g em uma solução de 0,5L concen- Química - Módulo 6
tração comum é:
Química Orgânica
a) 0,25g/L
b) 1g/L No ano de 1777 surge pela primeira vez a expressão “química
c) 5g/L orgânica”, introduzida pelo químico sueco Torben Olaf berg-
d) 10g/L man (1735 – 1784). De acordo com ele:
e) 25g/L - compostos orgânicos: substâncias dos organismos vivos.
- compostos inorgânicos: substâncias do reino mineral.
8) São dissolvidos 400g de cloreto de sódio em água
suficiente para 2L de solução. Qual é a concentração A partir dessa reação química outros cientistas abandonaram a
comum dessa solução? ideia de ser impossível a obtenção de compostos orgânicos em
laboratório. Era o início da química orgânica.
a) 2g
b) 0,2g/L Características dos compostos orgânicos
c) 0,02g/L
d) 20g/L A mais importante é que todos os compostos orgânicos apre-
e) 200g/L sentam na sua estrutura o elemento carbono. Portanto, pode-
se dizer que a química orgânica é a química dos compostos
9) Em uma solução de água contendo 0,5L há 3 mols derivados do carbono. Atualmente, podemos obter compostos
de gás carbônico (CO2). Qual a Molaridade dessa so- orgânicos a partir de duas fontes principais:
lução? - compostos orgânicos naturais: aqueles encontrados na na-
tureza, como no petróleo (propano e metano), ou de vegetais
a) 2 mols/L (clorofila, celulose, sacarose).
b) 4mols/L - compostos orgânicos artificiais: aqueles que são produ-
c) 0,006mols/L zidos pelo homem, como plásticos, medicamentos, corantes,
d) 6 mols/L tecidos (náilon), etc.
e) 0,003mols/L
Para começar a compreender a química desses compostos, va-
10) Qual a densidade absoluta de uma solução com 10 mos analisar algumas características do átomo carbono, princi-
g de sal, 90 g de água e 0,5L? pal componente das substâncias orgânicas:
a) 50 g/l a) O átomo de carbono é tetravalente: qualquer átomo de
b) 100 g/l carbono tende sempre a fazer quatro ligações do tipo covalente
c) 150 g/l com outros átomos.
d) 200 g/l
e) 20 g/l

GABARITO
1) Uma solução é formada pela substância dis-
persante e pelo disperso. Nas soluções, o solven-
te sempre será a água, enquanto a outra subs-
tância será o soluto. Sendo assim, Os carbonos de uma cadeia carbônica podem ser classificados
água – solvente; açúcar – soluto. de acordo com o número de carbonos com que estão se ligan-
água – solvente; sal – soluto. do:
água – solvente; pó de café – soluto. - carbonos primários: ligam-se apenas a carbono na cadeia.
água – solvente; sal e açúcar – solutos.
água – solvente; álcool – soluto (no estado líqui-
do)
água – solvente; oxigênio – soluto (no estado ga-
soso)
2) A massa de uma solução corresponde a massa - carbonos secundários: liga-se a dois carbonos na cadeia.
do soluto mas a massa do solvente (m1 + m2 =
m). Sendo assim:
a) 100g + 30g = 130g
b) 250g + 35g = 285g
c) 400g + 241g = 641g
d) 150g + 24g = 174g
3) D 4) B 5) D 6) D 7) D
8) E 9) D 10) D

140
Ensino Médio
- carbonos terciários: liga-se a três carbonos na cadeia.
- carbonos quaternários: liga-se a quatro carbonos na cadeia.

Cadeias ramificadas
Classificação das cadeias carbônicas
c) Quanto à presença de ligações duplas ou triplas entre
a) Quando à presença ou não de ciclo: os carbonos:
- Cadeias acíclicas: A cadeia não fecha, tendo nas extremidades - Cadeias saturadas: possuem apenas ligações simples entre os
carbonos primários. Também chamada de aberta ou alinfática. carbonos
- Cadeias cíclicas: A cadeia fecha em algum ponto. Também
chamadas de fechadas.

- Cadeias insaturadas: possuem pelo menos uma ligação dupla


ou tripla entre os carbonos.

Cadeias abertas
O fato de uma cadeia apresentar ligações duplas ou tri-
plas não significa que ela seja insaturada.

Cadeia saturada: a ligação dupla não está entre os carbonos,


mas entre um carbono e um oxigênio.

d) Quanto à presença do heteroátomo

Podemos classificar as cadeias de acordo com a presença ou


ausência dessa conformação:

- Cadeias Homogêneas: não apresentam um átomo diferente


de carbono entre dois carbonos (não apresentam heteroáto-
Cadeias fechadas mo).
- Cadeias Heterogêneas: apresentam um átomo diferente de
a) Quanto à presença ou não de ramificações: carbono entre dois carbonos (apresentam heteroátomo).
- Cadeias normais: geralmente possui apenas carbonos pri-
mários e secundários, por isso apresentam só duas extremida-
des de carbono. Também chamada de linear.
- Cadeias ramificadas: geralmente possui átomos de carbono
terciário e/ou quaternário. Em geral apresentam mais que duas Cadeias homogêneas
extremidades de carbono.

Cadeias heterogêneas

Cadeias normais

141
Ensino Médio
Nem toda cadeia que apresenta átomos diferentes de b) Alcenos: São hidrocarbonetos insaturados, que apresentam
carbono e hidrogênio é heterogênea. pelo menos uma ligação dupla entre os carbonos, e nenhuma
ligação tripla.
Cadeia homogênea: o oxigênio presente nessa molécula não
está entre dois carbonos.

Funções Orgânicas
O conjunto de compostos que apresentam comportamen-
to químico semelhante é denominado de função química. O
nome de um composto orgânico pode ser dividido basicamen-
te em três partes:

a) Prefixos: dependendo do número de carbonos de um com-


posto orgânico, o nome irá começar com os seguintes prefixos: c) Alcinos: Também chamados de alquinos, hidrocarbonetos
que apresentam cadeia aberta e insaturada, com uma ligação
1 carbono – MET 6 carbonos – HEX tripla
2 carbonos – ET 7 carbonos – HEPT
3 carbonos – PROP 8 carbonos – OCT
4 carbonos – BUT 9 carbonos – NON
5 carbonos – PENT 10 carbonos – DEC

b) Intermediário: junta-se ao prefixo de número de carbonos


o intermediário que indica a natureza das ligações entre os car-
bonos:
somente ligações simples – “an”
uma ligação dupla – “en”
uma ligação tripla – “in”
Alcoóis: O álcool é caracterizado pelo junção de um grupo
d) Sufixos: junta-se ao intermediário um sufixo que indica qual hidroxila (OH) ligado diretamente a carbonos saturados:
a função orgânica do composto em questão.

Hidrocarbonetos: É um grupo de compostos onde todos são


formados apenas por carbono e hidrogênio, nunca havendo
outro tipo de átomo fora estes.

Hidrocarbonetos de cadeia aberta A nomenclatura dos alcoóis é muito semelhante a dos hidro-
carbonetos:
a) Alcanos: São hidrocarbonetos saturados, que apresentam
sempre ligações simples entre os carbonos: Nome do composto + sufixo ol

Aldeídos: É uma função orgânica que apresenta um grupa-


mento carbonila em alguma extremidade de cadeia carbônica:

Grupo Carbonila

A nomenclatura dos aldeídos segue a seguinte regra:

Nome do composto + sufixo al

Cetonas: Quando a carbonila estiver localizada no meio de


uma cadeia carbônica (entre dois carbonos), a função orgânica
passará a ser identificada como uma cetona:

142
Ensino Médio
Carbonila entre dois radicais (que podem ser carbonos)

Éter: São compostos que apresentam um oxigênio situado en-


tre dois carbonos, formando uma cadeia carbônica heterogê-
nea:
O carbono em destaque é:
C–O–C
Função éter a) primário d) quaternário
b) secundário e) n.d.a.
Ácido carboxílico: Quando um grupo carbonila aparece ligado c) terciário
a uma hidroxila temos, então, m outro tipo de grupo funcional,
denominado de carboxila: 5) O metano (CH4) também conhecido como gás do
pântano, pertence à função:

a) álcool
b) aldeído
Grupamento carboxila c) cetona
d) ácido carboxílico
A presença desse grupamento em uma molécula a classifica e) hidrocarboneto
como uma função chamada de ácidos carboxílicos. A regra
para dar nome a um ácido carboxílico é: 6) O gás de cozinha é formado pela mistura de CH3 –
CH2 – CH3 e CH3 – CH2 – CH2 – CH3, cujos nomes oficiais
Ácido + nome do composto + terminação óico são respectivamente:

Exercícios a) metano e propano


b) propeno e butano
1) Os compostos orgânicos são baseados no elemento: c) propano e buteno
d) metano e butano
a) hidrogênio e) propano e butano
b) oxigênio
c) carbono 7) O composto CH2 = CH – CH3 trata-se de um:
d) enxofre
e) nitrogênio a) alcano d) aromático
b) alceno e) álcool
2) O carbono que em cadeias carbônicas faz: c) alcino

a) 1 ligação 8) Assinale a única alternativa que apresenta um hidro-


b) 2 ligações carboneto:
c) 3 ligações
d) 4 ligações a) CH3 – O – CH3
e) 5 ligações b) CH3 – CH2 – OH
c) CH3 - CH2–CH2–COOH
3) Assinale a alternativa que apresenta a melhor carac- d) CH3 – CH2 – CH3
terização da cadeia carbônica abaixo: e) CH3 – NH2

9) O composto CH2 = CH – CH3 pode ser chamado de:

a) propano d) metino
b) metano e) propino
c) propeno

10) No composto CH2 = CH – CH2 – CH3, o número de


carbonos secundários é:
a) aberta, normal, saturada, homogênea
b) aberta, normal, insaturada, homogênea a) 5 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1
c) aberta, ramificada, insaturada, heterogênea
d) aberta, normal, insaturada, heterogênea
e) aberta, ramificada, saturada, heterogênea
GABARITO
4) O butanoato de etila é utilizado para conferir aroma 1) C 2) D 3) D 4) A 5) E
natural de abacaxi a produtos alimentícios e possui fór- 6) E 7) B 8) D 9) C 10) D
mula estrutural:

143
Sociologia
Elaborado Por: Professora Maria Isabel Ribeiro Fazio

MÓDULO 3.......................................................... 145


Sociedade, convivência e cidadania
MÓDULO 4.......................................................... 147
A realidade social em tópicos
Ensino Médio
Sociologia - Módulo 3 Processos sociais

Sociedade, convivência e cidadania Os processos sociais são as mais diversas maneiras pelas
quais os indivíduos e os grupos atuam uns com os outros, a
A sociabilidade é a capacidade natural do homem para forma pela qual se relacionam e estabelecem relações. Qualquer
viver em sociedade. A socialização é o processo pelo qual os mudança proveniente dos contatos sociais e da interação
indivíduos formam a sociedade e são formados por ela. social entre os membros de uma sociedade constitui-se em um
O indivíduo se socializa quando participa da vida em so- processo social.
ciedade, assimila suas normas, valores e costumes e passa a se Os processos sociais podem ser associativos ou dissociativos:
comportar segundo estas normas, valores e costumes. - associativos: estabelecem formas de cooperação, conveni-
Entender a sociedade em que vivemos significa saber que ência e consenso em um grupo. São processos associativos: a
há muitas diferenças e que é preciso atentar para elas. cooperação, a acomodação e a assimilação.
As desigualdades promovem formas diferentes de socia- - dissociativos: estão relacionados às formas de divergência,
lização, pois é muito diferente nascer e viver numa favela, num oposição e conflito, que podem ser manifestar de modos dife-
bairro rico, num condomínio fechado ou numa zona rural. rentes. São processos dissociativos: a competição e o conflito.
O ponto de partida é a família, é onde tudo começa. É
no contexto familiar, este espaço privado onde as relações de A importância da comunicação
intimidade e afeto acontecem, é que podemos encontrar algu-
ma compreensão e refúgio apesar dos conflitos. É neste espaço A comunicação, desde os primórdios, é um instrumento
que aprendemos a obedecer às regras de convivência, a lidar de integração, instrução, troca mútua e desenvolvimento entre
com as diferenças e a diversidade. as pessoas em quaisquer atividades realizadas. Com o passar
Os espaços públicos de socialização são todos os outros dos tempos, este novo milênio vem exigindo cada vez mais das
lugares que frequentamos em nossa vida. Neles as relações são peculiaridades e capacitações do ser humano, sendo a forma
diferentes, pois às vezes convivemos com pessoas que nem como nos comunicamos a ferramenta mais importante no pro-
conhecemos. Nesses espaços públicos, não podemos fazer cesso de expansão das organizações em todo o mundo.
muitas coisas que em casa são permitidas, e precisamos então A partir da primeira metade dos anos 90 o contexto
observar as normas e regras próprias de cada situação. social mercadológico passou por incríveis mutações, em decor-
rência das mudanças sociais, políticas e econômicas. A globali-
Contatos sociais zação, essa transformação social maciça na realidade capitalista,
acirrou a competitividade entre as corporações, e também entre
A convivência humana pressupõe uma grande variedade as pessoas, à procura de estabilidade financeira e mercantil.
de tipos de contatos sociais. Por meio deles, as pessoas estabe- Neste sentido, a sociedade globalizada atual demanda que
lecem relações sociais, criando laços de identidade, formas de o profissional atue cada vez mais em equipe e transpareça na-
atuação e comportamento que são a base da constituição dos turalidade, segurança, persuasão, credibilidade e fidedignidade,
grupos sociais e da sociedade. Exemplos de contato social são levando as empresas a oferecer mais transparência na prestação
as relações entre professor e aluno, duas pessoas conversando, de serviço.
etc. Por meio de estratégias comunicativas elaboradas con-
juntamente por uma equipe transdisciplinar de profissionais
Isolamento social da comunicação, pode-se propiciar a integração e motivação
de todas as equipes; capacitar os participantes a realizar boas
O isolamento social é a ausência de contatos sociais. Ati- apresentações, de forma a elaborar e organizar o discurso de
tudes de ordem individual que representam isolamento social forma objetiva, com início, meio e fim; fazendo uso da palavra
são a timidez, o preconceito e a desconfiança. de forma lícita a identidade da empresa. Afinal de contas, saber
O QUE falar é tão importante como saber COMO falar.
Interação social
Grupos sociais
A interação social modifica o comportamento das pes-
soas envolvidas, como resultado do contato e da comunicação Uma tendência natural do ser humano é a de procurar
que se estabelece entre elas. uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando
Exemplos: na sala de aula, professor e alunos estão em uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um
contato social, estabelecendo uma intercomunicação. Ao pren- vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o
der, o comportamento dos alunos sofre modificações. Tam- estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano
bém o do professor se modifica: sua explicação da matéria é passou a estabelecer verdadeiros grupos sociais.
diferente de uma turma para outra. Portanto, o professor in- Podemos definir que grupo social é uma forma básica
fluencia os alunos e é influenciado por eles. Dizemos, então, de associação humana que se considera como um todo, com
que existem entre professor e alunos uma interação social. tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social
é necessário que haja uma interação entre seus participantes.
Relação social Um grupo de pessoas que só apresenta uma serialidade entre
si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser
Entende-se por relação social a forma assumida pela interação considerado como grupo social, visto que estas pessoas não
social em cada situação concreta. Exemplo: um professor tem interagem entre si.
um tipo de relação social com seus alunos: a relação pedagó- Os grupos sociais possuem uma forma de organização,
gica. mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos
são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa

145
Ensino Médio
sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. sociais orientarem e controlarem as atitudes dos indivíduos. As
Os membros de um grupo também possuem uma cons- normas ditam aos participantes, o que é permitido e o que é
ciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princí- proibido naquele contexto. As sanções sociais são as formas
pios e objetivos em comum. que os grupos sociais recompensam ou punem os indiví-
Diferentemente dos grupos primários, os secundários duos. As recompensas são aplicadas sob a forma de aceitação,
são aqueles em que os membros não possuem tamanho grau aplausos, honrarias, etc. As punições vão desde vaias e insultos
de proximidade. Exemplos: igrejas, partidos políticos, etc. Ou- até a prisão do indivíduo.
tro tipo de grupos sociais são os intermediários, que apresen- Os grupos sociais também são sustentados por valores.
tam as duas formas de contato: primário e secundário. Exem- Valores são conjuntos de ideias e opiniões que regem o com-
plo: escola. portamento da sociedade dentro de um contexto social. Os
valores estão em constante evolução. Um exemplo de mudança
Agregados sociais de valores é a do trabalho feminino, onde algum tempo atrás,
o trabalho doméstico e a criação dos filhos eram considerados
Agregado social é uma aglomeração de pessoas com trabalhos exclusivamente femininos. Hoje em dia, esse valor
pouco contato primário, ou seja, pouco contato social umas está mudando, já que as atividades são divididas naturalmente
com as outras, com um sentimento grupal. Diferentemente entre o casal.
dos grupos sociais, os agregados sociais não são organizados,
não possuem hierarquia definida e são desconhecidas entre si. Exercícios
Existem três tipos de agregados sociais: multidão, público e
massa. 1) A capacidade natural do homem para viver em so-
Multidão é a aglomeração de pessoas bastante próximas ciedade chama-se:
fisicamente, sem normas ou uma organização pré-estabeleci-
da, anônimas, iguais e com um objetivo em comum. Em uma a) sociedade.
multidão, não importa a raça, cor, nível intelectual ou de poder b) cooperativismo.
aquisitivo dos indivíduos, visto que não há espaço para esta c) amizade.
diferenciação. Alguns exemplos de multidão: aglomerações de d) sociabilidade.
pessoas brincando o carnaval, grupo de curiosos vendo um aci-
dente de trânsito que acabou de acontecer, etc. 2) O processo pelo qual os indivíduos formam a socie-
O público é bastante diferente da multidão. As princi- dade é:
pais características que fazem essa distinção é que o público é
uma associação intermediária entre o grupo social e a multidão, a) integração.
visto que o esse tipo de agregado social possui certo contato b) socialização.
primário entre seus participantes e há uma organização estabe- c) imigração.
lecida. Na multidão, a integração das pessoas é ocasional, no d) confraternização.
público é intencional, sendo que inclusive as pessoas agrupadas
na forma de público possuem a capacidade de criticar (palmas, 3) A socialização começa:
vaias, etc). Exemplos: público de pessoas que vão a um show
musical, ao teatro ou a uma partida de futebol. a) no clube social.
Outro tipo de agregado social é a massa. Diferentemen- b) na igreja.
te do público, que pode criticar, esse tipo é marcado princi- c) na escola.
palmente pela passividade em relação ao que é imposto. Um d) na família.
exemplo claro de massa é o grupo de pessoas que vê a uma
propaganda na TV. Neste caso, o conjunto de telespectadores 4) Nos espaços públicos:
é a massa. Como características nós ainda podemos ver: não há
contato entre as pessoas do grupo, seu processo de formação é a) encontramos relações de afeto e refúgio.
espontâneo, não há a possibilidade de crítica e o tipo de comu- b) convivemos somente com familiares.
nicação que predomina é aquele transmitido pelos veículos de c) temos que observar normas e regras próprias.
comunicação de massa. d) não observamos regras.

Mecanismos de sustentação dos grupos sociais 5) São atitudes de isolamento social:


a) a timidez e a desconfiança.
Todo grupo social dispõe de meios que o sustente. Sem b) a desconfiança e os grupos de estudo.
esses mecanismos, os grupos sociais não existiriam tudo seria c) a timidez e a liberdade.
uma anarquia geral. O primeiro mecanismo de sustentação é d) o preconceito e o trabalho braçal.
a liderança, que consiste na capacidade de alguém chefiar, co-
mandar ou orientar outros indivíduos. O homem mostrou ao 6) Um processo social associativo estabelece formas
longo da história a importância que a liderança tem sobre os de:
grupos sociais, já que desde a pré-história já existiam líderes.
Existem dois tipos de liderança, a institucional, que de- a) divergência.
riva da autoridade e sua promulgação; e a pessoal, originada b) competição.
pelas habilidades próprias do líder. Desta forma, um líder c) confeito.
institucional pode não ter nenhuma habilidade ou característica d) convivência e cooperação.
de líder, mas definitiva e simplesmente é.
As normas e sanções sociais são as formas dos grupos

146
Ensino Médio
7) Um processo social dissociativo está relacionado a Podemos perceber a desigualdade em diversas áreas:
formas de:
- oportunidade de trabalho;
a) divergência. - cultura / lazer;
b) cooperação. - acesso aos meios de informação;
c) acomodação. - acesso à educação;
d) consenso em grupo. - gênero (homem / mulher);
- raça e/ou etnia;
8) Nas relações dentro de um grupo social deve ser - religião;
usado o tratamento: - economia (rico / pobre).

a) eu ao invés de nós. Umas das características fundamentais que distingue


b) eles ao invés de nós. nossa sociedade das antigas é a possibilidade de mobilidade
c) nós ao invés de eu. social. Diferentemente da sociedade medieval, na qual quem
d) você ao invés de nós. nascesse servo morreria servo, não tendo a possibilidade de
lutar por direitos e pela oportunidade de mudar de clas-
9) O grupo social é fundamental para o indivíduo: se, na sociedade ocidental contemporânea, por exemplo, isso
já é possível, e a mobilidade social se dá especialmente como
a) se organizar na fila do cinema. consequência dos investimentos na educação na formação e
b) se situar no mundo. capacitação para o trabalho, que podem vir tanto do Estado
c) se situar nos corredores do supermercado. quanto da própria iniciativa social. Em muitas ocasiões, a mo-
d) se situar na leitura do jornal. bilidade social pode ser reivindicada por meio de movimentos
sociais que, em sua maioria, reivindicam legitimidade diante da
10) A escola é um exemplo de: posição marginal de poder em que se encontram na sociedade.
Só existe estratificação social porque ainda existe desi-
a) grupo primário. gualdade entre os homens, gerando assim a exclusão do indiví-
b) grupo de cultura. duo da sociedade de modo geral. Com a exclusão desse indiví-
c) grupo intermediário. duo, forma-se mais um ser humano sem forças para lutar pelos
d) grupo de contato direto seus direitos, desde muitos anos amparados pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
GABARITO É a diferenciação de indivíduos e grupos em posições
(status), estamentos ou classes, diferenciação está feita de ma-
1) D 2) B 3) D 4) C 5) A neira hierárquica.
6) D 7) A 8) C 9) B 10) C
A estratificação social pode ser feita através de:
Sociologia - Módulo 4
a) Castas compostas de um número muito grande de gru-
pos hereditários. Os papéis das pessoas na sociedade são deter-
A realidade social em tópicos minados por sua ascendência. Esse é um modelo de estratifica-
ção que não apresenta nenhuma possibilidade de mudança de
Na Sociologia, na Antropologia e em outras ciências sociais, a
posição social, por isso é chamado de fechado, pois a pessoa
estratificação social refere-se a um arranjo hierárquico entre os
que pertence a uma casta só se pode casar com um membro da
indivíduos em divisões de poder e riqueza em uma sociedade.
mesma casta. Ex.: na Índia, a estrutura de castas tem natureza
São três os principais tipos de estratificação social:
religiosa.
- Estratificação econômica: baseada na posse de bens mate-
riais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situa-
b) Estamentos: constituem uma forma de estratificação
ção intermediária;
social com camadas sociais mais fechadas do que as das classes
- Estratificação política: baseada na situação de mando na so-
sociais e mais abertas do que as das castas, motivo pelo qual é
ciedade (grupos que têm e grupos que não têm poder);
chamada semiaberta. Os Estamentos são reconhecidos por lei
- Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de
e geralmente ligados ao conceito de honra, ou seja, o prestigio
importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por
é o que determina a posição da pessoa na sociedade. Ex.: a
exemplo, em nossa sociedade, valorizamos muito mais a pro-
sociedade medieval.
fissão de advogado do que a profissão de pedreiro.
c) Classes: constituem uma forma de estratificação social
A estratificação social é a separação da sociedade em grupos
onde a diferenciação entre os indivíduos é feito de acordo com
de indivíduos que apresentam características parecidas, como
o poder aquisitivo. Não há desigualdade de Direito, pois a lei
por exemplo: negros, brancos, católicos, protestantes, homem,
prevê que todos são iguais, independentemente de sua condi-
mulher, pobres, ricos, etc. A estratificação é fruto das desigual-
ção de nascimento, mas há desigualdade de fato, como é facil-
dades sociais, ou seja, existe estratificação porque existem de-
mente perceptível por todos. Ex.: as sociedades Capitalistas.
sigualdades.

147
Ensino Médio
Desigualdade social Problemas Sociais

A desigualdade social acontece quando a distribuição de Os problemas sociais do Brasil podem ser compreendi-
renda é feita de forma diferente sendo que a maior parte fica dos com o auxílio e interpretação de indicadores sociais. Hou-
nas mãos de poucos. No Brasil a desigualdade social é uma das ve uma evolução positiva destes indicadores na última década,
maiores do mundo. Por esses acontecimentos existem jovens especialmente em relação ao aumento da expectativa de vida,
vulneráveis hoje principalmente na classe de baixa renda, pois queda da mortalidade infantil, acesso a saneamento básico, co-
a exclusão social os torna cada vez mais supérfluos e incapazes leta de lixo e diminuição da taxa de analfabetismo. Apesar da
de ter uma vida digna. Muitos jovens de baixa renda crescem melhora desses índices, há nítidas diferenças regionais, espe-
sem ter estrutura na família devido a uma série de consequên- cialmente em relação ao nível de renda.
cias causadas pela falta de dinheiro sendo: briga entre pais, dis-
cussões diárias, falta de estudo, ambiente familiar precário, edu-
cação precária, más instalações, alimentação ruim, entre outros. Desemprego
A desigualdade social tem causado o crescimento de
crianças e jovens sem preparação para a vida e muitos deles não Embora a geração de empregos tenha aumentado nos úl-
conseguem oportunidades e acabam se tornando marginais ou timos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existem
desocupados, às vezes não porque querem, mas sim por não milhões de brasileiros desempregados. A economia tem cresci-
sobrarem alternativas. Outro fator que agrava essa situação é a do, mas não o suficiente para gerar os empregos necessários no
violência que cresce a cada dia. Brasil. A falta de uma boa formação educacional e qualificação
Podemos perceber que o ódio que faz com que uma pes- profissional também atrapalham a vida dos desempregados.
soa se torne violenta sempre tem razões anteriores. Na maioria Muitos têm optado pelo emprego informal (sem carteira regis-
das vezes que vemos depoimentos de pessoas envolvidas com trada), fator que não é positivo, pois estes trabalhadores ficam
violência, as mesmas tiveram na infância situações onde o pai sem a garantia dos direitos trabalhistas.
era ausente ou se presente espancava a mãe, a miséria fazia com
que os pais vendessem drogas por um prato de comida, pais Violência e Criminalidade
entregavam filhos para adoção ou até mesmo abandonavam os
filhos ao invés de tentar reverter à situação. Alguns casos, as A violência cresce a cada dia, principalmente nas grandes
pessoas hoje violentas foram vítimas de abuso sexual quando cidades brasileiras. Os crimes estão cada vez mais presentes no
mais jovens e essa série de situações trazem uma ira e desejo de cotidiano das pessoas. Nos jornais, rádios e TVs, presenciamos
vingança não só dos malfeitores, mas também das autoridades cenas de assaltos, crimes e agressões físicas. A falta de um rigor
que sabem de todos esses possíveis acontecimentos e não to- maior no cumprimento das leis, aliada às injustiças sociais po-
mam posição. dem, em parte, explicar a intensificação destes problemas em
Hoje traficantes têm tomado o poder de algumas gran- nosso país.
des cidades brasileiras e prejudicado cidadãos de bem com o
intuito de atingir as autoridades. A cada dia que passa pessoas Poluição
são mortas, espancadas e abusadas para que alguém excluído
do mundo mostre que alguma coisa ele sabe fazer, mesmo que Este problema ambiental tem afetado diretamente a saú-
isso seja ruim. de das pessoas em nosso país. Os rios são poluídos por lixo
O fato é que, as autoridades são as principais causadoras doméstico e industrial, fatores que trazem doenças e afetam os
desse processo de desigualdade que causa exclusão e que gera ecossistemas.
violência. É preciso que pessoas de alto escalão projetem uma O ar, principalmente nas grandes cidades, está recendo
vida mais digna e com oportunidades de conhecimento para toneladas de gases poluentes, derivados da queima de combus-
pessoas com baixa renda para que possam trabalhar e ter o tíveis fósseis (derivados do petróleo - gasolina e diesel prin-
sustento do lar entre outros. cipalmente). Este tipo de poluição afeta diretamente a saúde
das pessoas, provocando doenças respiratórias. Pessoas idosas
Mudança social e crianças são as principais vítimas.

A mudança social dá-se quando se alteram as estruturas Saúde


básicas que compõem um grupo social ou uma sociedade. As
mudanças sociais alteram a estrutura social e as relações sociais. Nos dias de hoje, pessoas que possuem uma condição
O ritmo destas mudanças depende do maior ou menor número financeira melhor procuram os planos de saúde e o sistema
de contatos sociais com outros povos, do desenvolvimento dos privado, pois a saúde pública encontra-se em estado de crise
meios de comunicação e também das atitudes políticas e sociais aguda. Hospitais superlotados, falta de medicamentos, greves
que aceleram ou dificultam os processos de transformação so- de funcionários, aparelhos quebrados, filas para atendimento,
cial. e prédios mal conservados são os principais problemas encon-
As mudanças sociais podem ser causadas por fatores ge- trados em hospitais e postos de saúde da rede pública. A po-
ográficos, econômicos, sociais e culturais. As invenções e a di- pulação mais afetada é aquela que depende deste atendimento
fusão cultural são processos que ocasionam mudanças sociais, médico, ou seja, as pessoas mais pobres.
pois suscitam modificações nos costumes, nas relações sociais
e nas instituições. Essas alterações podem ser de pequeno por- Educação
te, passando até despercebidas, ou podem alterar quase todos
os âmbitos da vida social.A invenção de uma nova tinta pode Os dados sobre o desempenho dos alunos, principal-
causar alterações no campo artístico, mas a invenção da tele- mente da rede pública de ensino, são alarmantes. A educação
visão por exemplo, influenciou o lazer, a política, os hábitos pública encontra vários problemas e dificuldades: prédios mal
familiares, a propaganda, etc. conservados, falta de professores, poucos recursos didáticos,

148
Ensino Médio
baixos salários, greves, violência dentro das escolas, entre ou- Discriminação
tros. Este quadro é resultado do baixo índice de investimentos
públicos neste setor. O resultado é a deficiente formação dos Discriminar significa “fazer uma distinção”. O significa-
alunos brasileiros. do mais comum, tem a ver com a discriminação sociológica: a
discriminação social, racial, religiosa, sexual, por idade ou na-
Desigualdade social cionalidade, que podem levar à exclusão.
O direito ao trabalho vem definido na Constituição Fe-
O Brasil é um país de grande contraste social. A distri- deral como um direito social, sendo proibido qualquer tipo
buição de renda é desigual, sendo que uma pequena parcela da de discriminação que tenha por objetivo reduzir ou limitar as
sociedade é muito rica, enquanto grande parte da população oportunidades de acesso e manutenção do emprego.
vive na pobreza e miséria. Embora a distribuição de renda te- Há duas formas de discriminar: a primeira, visível, repro-
nha melhorado nos últimos anos, em função dos programas vável de imediato e a segunda, indireta, que diz respeito a prá-
sociais, ainda vivemos num país muito injusto. tica de atos aparentemente neutros, mas que produzem efeitos
diversos sobre determinados grupos.
Habitação A discriminação pode se dar por sexo, idade, cor, estado
civil, religião, ou por ser a pessoa, portadora de algum tipo de
O déficit habitacional é grande no Brasil. Existem mi- deficiência. Pode ocorrer ainda, simplesmente porque o em-
lhões de famílias que não possuem condições habitacionais pregado propôs uma ação reclamatória, contra um ex-patrão
adequadas. Nas grandes e médias cidades é muito comum a ou porque participou de uma greve. Discrimina-se, ainda, por
presença de favelas e cortiços. Encontramos também pessoas doença, orientação sexual, aparência, e por uma série de ou-
morando nas ruas, embaixo de viadutos e pontes. Nestes locais, tros motivos, que nada têm a ver com os requisitos necessários
as pessoas possuem uma condição inadequada de vida, passan- ao efetivo desempenho da função oferecida. O ato discri-
do por muitas dificuldades. minatório pode estar consubstanciado, também, na exigência
de certidões pessoais ou de exames médicos dos candidatos a
Preconceito emprego.
A legislação brasileira considera crime o ato discrimina-
Consiste em uma atitude,um pensamento ou opinião des- tório, como se depreende das leis 7.853/89 (pessoa portadora
favorável que um indivíduo ou grupo de indivíduos demons- de deficiência), 9.029/95 (origem, raça, cor, estado civil, situa-
tra em relação a outros grupos ou indivíduos.Normalmente o ção familiar, idade e sexo) e 7.716/89 (raça ou cor) Em Porto
preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhe- Alegre,desde 2003,a lei. 494 determina que 12% das vagas dos
cimento do outro que é diferente. O preconceito pode levar concursos públicos realizadas no município se destinem aos
à discriminação e a marginalização.O PRECONCEITO NÃO negros.
PODE SER CONTROLADO POR MEIOS LEGAIS. O Ministério Público do Trabalho do Brasil, no desem-
Alguns preconceitos étnicos: “Todo cigano é ladrão.” “O penho de suas atribuições institucionais tem se dedicado a re-
judeu é perverso”: v. Antissemitismo. “Os índios em geral são primir toda e qualquer forma de discriminação que limite o
improdutivos e preguiçosos”; “Todo negro é adepto de feiti- acesso ou a manutenção de postos de trabalho. Essa impor-
çaria”. Outros preconceitos: a mulher no volante e o velho va- tante função é exercida preventiva e repressivamente, através
garoso são ridicularizados e acabam excluídos. Há patrões que de procedimentos investigatórios e inquéritos civis públicos,
defendem: “A todo operário falta a inteligência”. O pobre que que podem acarretar tanto a assinatura de Termos de Compro-
“nada tem” (não contribui financeiramente, não compra, não misso de Ajustamento de Conduta, em que o denunciado se
paga imposto) e “nada sabe”, é marginalizado na sociedade.
Não vendo a sua participação valorizada, ausenta-se. Em se- compromete a não mais praticar aquele ato tido como discri-
guida, os pobres são acusados de apatia, preguiça, ingenuidade minatório, como a propositura de Ações Civis. Atua também
e de fuga nas festas. perante os Tribunais, emitindo pareceres circunstanciados, ou
O preconceito pode ser motivado pelo medo, pela falta na qualidade de custus legis, na defesa de interesse de menores
de coragem de ir conhecer um terreiro do candomblé, de visi- e incapazes, submetidos a discriminação.
tar um doente com AIDS. O medo da lepra, por exemplo, tem
umahistória milenar. Minorias
Há uma espécie de preconceito espontâneo em relação a
tudo que é diferente ou desconhecido. É preciso “desprecon- O processo de globalização vem promovendo em todo
ceituar”. o mundo a massificação, a homogeneização e a padroni-
A ciência teológica ainda não dispõe de uma linguagem zação cultural. Vemos isso nas roupas, nos cortes de cabelo,
conceitual capaz de abordar, com segurança e sem preconcei-
to, assuntos como: os antepassados e as almas, as simpatias, nos calçados, nos automóveis, na música, na alimentação. Ao
o transe, a adivinhação, a tradição oral, a revelação divina nas retratar um mundo em que grandes contingentes de pessoas se
matas ou nas águas, a folia, a dança ritual, as promessas e os transformam em robôs vivos de uma sociedade desumaniza-
ex-votos, a experiência religiosa do negro e do índio, a lavagem da, na qual todos se assemelham, os filmes de ficção científica
do Bonfim. parecem ficar cada vez mais próximos da realidade. Dentro de
É um erro achar que a religiosidade, o folclore e toda a certo modo, eles reproduzem um padrão de comportamento
cultura popular não devem mudar e que precisam ser prote- que está sendo imposto pela globalização.
gidas e conservadas em seu estado original e puro. Pensando Diante desse panorama de grandes mudanças sociais -
bem, a cultura do pobre é sua vida. A cultura e a religiosidade enquanto instituições tradicionais, até então inabaláveis, pare-
popular são dinâmicas e mudam constantemente. O protago- cem cair em descrédito -, emerge uma sociedade complexa e
nista da mudança é o próprio povo livre, consciente e resisten- diferenciada. Nela diversos grupos sociais minoritários, - as mi-
te. norias étnicas, religiosas, sexuais, políticas e regionais - buscam
seu espaço social e geográfico, sua identidade social e cultural.

149
Ensino Médio
As minorias se organizam cada vez mais para defender seus Pode-se dizer que este incremento no acesso à comuni-
interesses, ressaltando suas particularidades. cação em massa acionado pela globalização tem impactado até
Ao afirmar sua própria identidade, e à medida que rei- mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte co-
vindicam direitos e contestam normas sociais por se sentirem notação à democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um
excluídos, os grupos minoritários propõem a organizar movi- pequeno grupo de radiodifusão de informação a terem acesso
mentos sociais e políticos, étnicos, raciais e sexuais que vêm à informação de todo o mundo, mostrando a elas como o mun-
dando um novo sentido a noção de cidadania. do é e se comporta.
A exclusão social tende a dar origem a diferentes gru-
pos de excluídos. Essa situação de exclusão ou de discrimina- Teorias da Globalização
ção tem levado as minorias organizadas a passar do discurso à
ação política, reafirmando sua própria identidade e buscando A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decor-
seus direitos na sociedade democrática. Um exemplo disso é rente da evolução do mercado capitalista não direcionado por
a luta dos homossexuais pela legalidade do casamento entre uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que
pessoas do mesmo sexo; da mesma forma, os sem-terra ocu- tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.
pam latifúndios improdutivos, reivindicando reforma agrária; A rigor, as sociedades do mundo estão em processo
os sem-teto invadem loteamentos ou áreas urbanas para obter de globalização desde o início da história, acelerado pela época
uma habitação digna; grupos feministas exigem igualdade de dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se deno-
condições e de salário em relação aos homens; povos indígenas mina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo
reivindicam demarcação de suas terras. da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco socia-
lista e o consequente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991),
Globalização do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS
(a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra
A globalização é um dos processos de aprofundamen- Mundial.
to da integração econômica, social, cultural, política, que teria No geral, a globalização é vista por alguns cientistas po-
sido impulsionada pelo barateamento dos meios de trans- líticos como o movimento sob o qual se constrói o processo
porte e comunicação dos países do mundo no final do século de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural oci-
XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela neces- dental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é
sidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global a reinvenção do processo expansionista americano no período
que permita maiores mercados para os países centrais (ditos pós-guerra fria (esta reinvenção tardaria quase dez anos para
desenvolvidos), cujos mercados internos já estão saturados. O ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos mode-
processo de Globalização diz respeito à forma como os países los políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo
interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, e individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre
levando em consideração aspectos econômicos, sociais, cultu- competição).
rais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capita-
lista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir Antiglobalização
seu negócio, até então restrito ao seu mercado de atuação para
mercados distantes e emergentes, sem, necessariamente, um Apesar das contradições há um certo consenso a respei-
investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no to das características da globalização que envolve o aumento
mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm- se dos riscos globais de transações financeiras, perda de parte da
como consequência o aumento acirrado da concorrência. soberania dos Estados com a ênfase das organizações supra-
A globalização afeta todas as áreas da sociedade, prin- -governamentais, aumento do volume e velocidade como os
cipalmente comunicação, comércio internacional e liberdade recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do de-
de movimentação, com diferente intensidade, dependendo do senvolvimento tecnológico.
nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com
planeta. a evolução dos novos meios de comunicação cada vez
mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto
Comunicação positivos quanto negativos na globalização. No que con-
cerne aos aspectos negativos há a referir a facilidade com
A globalização das comunicações tem sua face mais visí- que tudo circula não havendo grande controle como se pode
vel na internet, a rede mundial de computadores, possível gra- facilmente compreender pelos atentados de 11 de Setembro
ças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas nos Estados Unidos da América. Esta globalização serve para
da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto per- os mais fracos se equipararem aos mais fortes pois tudo se con-
mitiu um fluxo de troca de ideias e informações sem critérios segue adquirir através desta grande autoestrada informacional
na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limi- do mundo que é a Internet. Outro dos aspectos negativos é
tada a imprensa local, agora, ela mesma pode se tornar parte a grande instabilidade econômica que se cria no mundo, pois
da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge
apenas como fator de limitação a barreira linguística. rapidamente outros países, criando-se contágios que tal como
Outra característica da globalização das comunicações é o as epidemias se alastram a todos os pontos do globo como se
aumento da universalização do acesso a meios de comunicação, de um único ponto se tratasse. Os países cada vez estão mais
graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente os celu- dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se
lares e os de infraestrutura para as operadoras. Com aumento isolarem ou remeterem-se ao seu ninho, pois ninguém é imune
da cobertura e incremento geral da qualidade, graças a inova- a estes contágios positivos ou negativos. Como aspectos positi-
ção tecnológica redes de televisão e imprensa multimídia em vos, temos, sem sombra de dúvida, a facilidade com que as ino-
geral, também sofreram um grande impacto da globalização. vações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e

150
Ensino Médio
rápido à informação e aos bens. 8) A falta de rigor no cumprimento das leis aliada às
injustiças sociais são, em parte, a causa
Exercícios
a) da maioria dos problemas sociais.
1) Por estratificação social entendemos que é b) da criação das políticas públicas.
c) da violência e da criminalidade.
a) a divisão da sociedade em grupos. d) de todas as confusões populares.
b) a divisão da sociedade em camadas sociais.
c) o conjunto de normas que rege a sociedade. 9) A desatenção com a qualidade da educação ofereci-
d) tudo que se refere aos tipos de sociedade. da pela rede pública de ensino favorece

2) Os principais tipos de estratificação social são a) a deficiente formação dos alunos.


b) a criminalidade.
a) econômica, artística e religiosa. c) os níveis de desemprego.
b) econômica, política e profissional. d) a superlotação das salas de aula.
c) política, religiosa e familiar.
d) profissional, econômica e religiosa. 10) A globalização das comunicações ajuda as pessoas:

3) A desigualdade social é uma consequência da a) a serem mais educadas.


b) a se localizarem melhor.
a) evolução qualitativa da sociedade. c) a terem acesso ás notícias de todo mundo.
b) maneira que os governantes conduzem as coisas. d) trabalharem com mais empenho.
c) estratificação social.
d) evolução quantitativa da sociedade. GABARITO
1) A 2) B 3) C 4) B 5) A
4) A desigualdade social pode ser percebida
6) A 7) D 8) C 9) A 10) C
a) em camadas específicas da sociedade.
b) nas mais diversas áreas da sociedade. Bibliografia
c) somente na classe baixa.
d) somente na classe média/alta. DIAS, R. Introdução à Sociologia. Ed. Pearson; 2005.
CHAUI, M; DE OLIVEIRA, P.S. Filosofia e
5) O ritmo das mudanças sociais depende Sociologia. Ed. ática, 2007.
TOMAZI, N. D. Sociologia para o ensino médio. Ed. Atu-
a) das atitudes sociais e políticas. al, 2007.
b) da boa vontade dos membros da sociedade.
c) do bom humor dos governantes.
d) da ação do tempo.

6) A falta de estudo e qualificação profissional é a causa

a) do desemprego.
b) da discriminação.
c) do preconceito.
d) de todos os problemas sociais.

7) A alta concentração nos grandes centros agrava as


questões relacionadas

a) aos grandes espetáculos relacionais.


b) à frequência dos alunos na escola.
c) à abertura de estabelecimentos comerciais nos finais
de semana.
d) à criminalidade.

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