Hegel (1770-1830), um dos mais importantes filósofos alemães, foi o primeiro a utilizar
o termo “alienação”. Segundo ele, a alienação do espírito humano está relacionada com as potencialidades dos indivíduos e dos objetos que ele cria. Assim, é transferida a potencialidade dos indivíduos nos objetos produzidos, criando uma relação de identidade entre os indivíduos, como por exemplo, na cultura. Na filosofia, desde então, o conceito de alienação está associado a uma espécie de vazio existencial. Relaciona-se, assim, com a falta de consciência própria, de modo que o sujeito perde sua identidade, seu valor, seus interesses e sua vitalidade.Como consequência, o sujeito tende a objetificar-se, tornar-se coisa. Em outras palavras, ele torna-se uma pessoa alheia a si mesma. Além do trabalho alienado, conceito bem fundamentado por Marx, na filosofia podemos ainda considerar o consumo alienado e o lazer alienado. A ideia-chave no conceito de alienação é o fato do indivíduo perder o contato com a totalidade das estruturas. Sua visão parcial faz com que ele não compreenda as forças que atuam no contexto.Isto acarreta uma mistificação da realidade. As coisas são entendidas como necessárias, a forma na qual a sociedade se encontra passa a ser entendida como o único modo possível de organização. No consumo alienado, conceito muito explorado, sobretudo nas sociedades capitalistas atuais, os indivíduos são bombardeados por propagandas disseminadas pelos meios de comunicação. Sua liberdade passa a estar constrangida a determinados padrões de consumo.
Assim, o indivíduo alienado relaciona sua essência com um padrão de consumo. Os
produtos passam a possuir uma aura capaz de atribuir características ao sujeito e suprir suas necessidades.Da mesma forma, a alienação pelo lazer gera indivíduos frágeis, com dificuldade de compreender sua própria personalidade. Isto afeta diretamente sua autoestima, espontaneidade e processos criativos.