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André Santa Rosa2, Lara Thaíse Arruda Borges3, Maria Eduarda De Martino Junqueira
Franco4
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Introdução
Justificativa
Dentro da nossa época de fraturas de sistemas políticos, novas tendências
tecnológicas, debates sobre representação e representatividade e uma dissipação da ideia de
presença, se faz cada vez mais necessário pensar qual o lugar do conceito de Identidade.
Pensar sobre os fenômenos que tangenciam a Identidade é uma forma de localizar o sujeito
no mundo e entender suas ações, crises e questões. Se estamos em uma pandemia em que
Objetivo
Como todo fenômeno cultural, Hall defende os princípios da escola britânica de
Estudos Culturais: devemos sempre atentar para as paisagens culturais de classe, gênero,
sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que, no passado, nos tinham fornecido sólidas
localizações como indivíduos sociais. Dessa forma, na primeira parte do livro, o autor
caracteriza a história a partir de três sujeitos: iluminista, sociológico e pós-moderno. Esse
trabalho tem como objetivo partir dos três sujeitos de Stuart Hall, para pensar representações
visuais, que servissem de metáfora ou ilustração para identidades distintas. Levando em
consideração que tudo comunica e tudo é linguagem, ou seja, todos elementos postos buscam
narrar esses personagens, a partir de um exercício próprio de Direção de arte.
Segundo Stuart Hall, o sujeito do Iluminismo ou sujeito iluminista tem sua identidade
centrada, unificada, sempre norteado pelas capacidades da razão, da consciência e da ação.
Essa centralidade da identidade do sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que
permanecendo essencialmente o mesmo - contínuo ou ''idêntico" a ela ao longo de sua
existência. “Direi mais sobre isto em seguida, mas pode-se ver que essa era uma concepção
muito ''individualista" do sujeito e de sua identidade (na verdade, a identidade dele: já que o
sujeito do Iluminismo era usualmente descrito como masculino)”, escreve o autor. Ou seja,
partimos desse sujeito unificado, masculino e racional para pensar uma identidade rija e
positivista.
5 Johannes Gutenberg por volta de 1450, cria a prensa com base nas prensas de vinhos. < acesso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prensa_m%C3%B3vel >
Partindo desse pressuposto, para ilustrar o segundo sujeito, escolhemos assim, uma
foto onde são expostos dois sujeitos iguais em 3D; um deles é formado pelo núcleo
sociológico, ou seja, pela intervenção d’outro, enquanto, em tela azul, desaparece, deixando
apenas o núcleo real do indivíduo. Este foi feito através da junção de duas imagens
espelhadas, para representar o sujeito olhando para o outro, colocando um filtro vermelho e
azul para dar o efeito desejado ao espelhar a tela; a qual foi espelhada com o celular em um
filtro azul. Mesmo que essas cores se complementam em oposição. Esse, seria formado pela
primeira caracterização do ser, enquanto o outro, no qual formam-se as duas imagens, seria o
Sujeito Sociológico explicado por Hall.
Assim, temos a visão da descrição de Hall a partir de um efeito fotográfico de edição,
podendo visualizar ilustrativamente como seria a relação d’este para com o outro e o cerne de
si mesmo. Ele é resultado do pessoal e do público, no qual ocupa-se espaços não apenas de
nós mesmos, mas também espaços culturais nos quais o indivíduo se identifica.
O Sujeito Pós-Moderno é explicado por Stuart Hall como um sujeito sem identidade
fixa, mas sim uma identidade múltipla, muitas vezes até mesmo contraditória. O sujeito pós-
moderno é definido pela história, onde o indivíduo é formado e reformado durante a sua vida
e devido as suas influências, ele “assume identidades diferentes em diferentes momentos”.
Este indivíduo faz da identidade uma celebração constante (por exemplo com filtros do
instagram e selfies), a identidade unificada, completa e segura acaba sendo apenas uma
fantasia, e o sistema de significados e representações se multiplicam.
Para ilustrar o objeto do Sujeito Pós-Moderno, utilizamos a intertextualidade, as
máquinas e tentamos representar o espaço e o tempo. Assim foi criado um vídeo, com
colagens digitais que representavam diferentes momentos e identidades de uma das
participantes do projeto, no final com todas essas identidades individuais multiplicadas e
misturadas. Para apresentar o projeto, resolvemos utilizar o canvas como uma materialização
do do indivíduo, uma tela em branco onde a cada momento poderia ser criado, recriado,
representado e ressignificado. Dessa maneira, o ideal seria colocarmos um projetor, para que
assim a identidade do indivíduo fosse apresentada em seu corpo.
Despropositadamente nos vimos em um dos males da modernidade: depender da
tecnologia. O projetor, nosso objeto tecnológico escolhido nos veio a falhar e com isso
precisávamos entrar com uma nova ideia, um novo meio de nos comunicarmos. Acabou que
nosso projetor criado em casa com caixa de papelão, fez parte da direção de arte do projeto e
nos ajudou a significar o nosso sujeito.
Lista de Imagens
Fig. 1: mosaico de imagens Sujeito Iluminista (página 2)
Referências bibliográficas
MERCER, Kobena. Black art and the burden of representation, Third Text, 4:10,61-78,
DOI: 10.1080/0952882900857625, 1990.