Você está na página 1de 5

Aula 4: Pluralidade e diversidade do Século XXI

Disciplina: Sociedade Brasileira e Cidadania.

Tutora: Cida Data: 28/02/2023 monitora: Daniela

Curso de ADM e CC – 1º Períodos

O pluralismo é um conceito que tem aplicações em diversos âmbitos e que está associado à
pluralidade e à convivência de coisas bastante diferentes umas das outras. Um sistema plural é
aquele que aceita, reconhece e tolera a existência de diferentes posições, opiniões ou
pensamentos. Em outras palavras, o pluralismo é o reconhecer e a aceitação da existência da
diversidade. Na esfera da política, o pluralismo implica a participação de vários grupos sociais
na vida democrática. Isto quer dizer que o pluralismo valoriza e, inclusive, promove que os
setores com diferentes ideologias façam parte dos processos eleitorais ou da tomada de
decisões de um governo, por exemplo. Logo, por meio da ideia de pluralismo político
consegue-se que haja liberdade de expressão e, assim, haja a participação do povo na criação
e desenvolvimento de leis, entre outros.

A heterogeneidade social, cultural, ideológica, religiosa e étnica é protegida pelo pluralismo.


Um governo pluralista, neste sentido, não exerce a representação monopólica de um só setor
social, pois constrói antes o seu poder em torno do diálogo e do debate. A ideia consiste,
portanto, em ampliar a base do poder.

Na filosofia, o pluralismo é uma posição metafísica que considera que a totalidade do mundo
é composta por realidades independentes e inter-relacionadas. Ou seja, reconhece-se que a
pluralidade existe em elementos fundamentais que coincidem, mesmo sendo esses diferentes.
Esta posição distingue-se do monismo, que sustenta que a realidade é uma só.

O pluralismo teológico é a noção segundo a qual todas as religiões são caminhos úteis para
chegar a Deus. O cristianismo, o judaísmo e as restantes religiões predominantes do mundo
ocidental consideram que Deus é um só apesar dos vários nomes que lhe possam ser
atribuídos e de se venerado de maneiras diferentes. Cada religião, de qualquer forma, costuma
considerar-se como sendo a forma válida de estar perto de Deus. Ao contrário do
“exclusivismo” que aceita apenas um caminho como levando a esse deus.

O pluralismo religioso consiste na definição de duas ou mais visões de mundo, no que diz
respeito a religiosidade, como igualmente aceitáveis.

Por exemplo: pode acontecer de duas religiões compartilharem a mesma crença no tocante a
doutrina, no entanto existem de forma independente uma da outra. A exemplo disso podemos
citar os mulçumanos e os cristãos que, mesmo aceitando a existência de apenas um deus,
possuem, cada uma, suas próprias crenças e definições quanto a Deus. Há ainda uma definição
enraizada na Igreja Católica Medieval para pluralismo que é possuir mais de um ministério ao
mesmo tempo. Dentro do conceito de pluralismo ainda há o pluralismo jurídico, o qual, de
acordo com a teoria antropológica, se define como uma corrente doutrinária que crê na
pluralidade de grupos sociais. Ou seja, uma pessoa se torna participante do pluralismo jurídico
quando ela se apresenta em função dos relacionamentos jurídicos e sociais.

Toda a democracia é plural?


Quando se fala em um governo democrático, está se referindo a uma forma de governar
escolhida pelo povo. Por outro lado, a pluralidade está relacionada a convivência de diversos
povos e/ou opiniões em harmonia. Assim, se considerarmos que um povo, por sua essência, é
plural e é ele que escolhe o seu governo em um sistema democrático chegaríamos à conclusão
de que toda a democracia plural.

A questão, no entanto, é mais complexa. Na verdade, mesmo em sistemas democráticos, a


pluralidade, às vezes, não é uma característica inerente. Isso acontece porque uma
democracia, por diferentes fatores, pode eleger governantes que não sejam plurais e que
desejam excluir determinados pontos de vista, em vez de aceitar todas as visões.

O que é a ideologia de gênero:

A "ideologia de gênero" é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são,
na realidade, construções sociais. Para os defensores desta "ideologia" não existe apenas o
gênero masculino e feminino, mas um espectro que pode ser muito mais amplo do que
somente a identificação com o masculino ou o feminino. A chamada "ideologia de gênero"
representaria o conceito que sustenta a identidade de gênero. Consiste na ideia de que os
seres humanos nascem iguais, sendo a definição de masculino e feminino um produto
histórico-cultural, desenvolvido pela sociedade. Isso significa que a percepção de uma pessoa
sobre seu gênero não é uma escolha, é um entendimento sobre a sua identidade e sobre como
ela se reconhece enquanto indivíduo, independentemente do seu sexo biológico.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que a identidade de gênero é a maneira
como um indivíduo se reconhece, como ele percebe sua própria identidade. Deste modo, os
defensores da chamada "ideologia de gênero" identificam gênero como uma projeção de tudo
o que a sociedade e a cultura dizem ser típicos do comportamento masculino e feminino. E
estes comportamentos não precisariam estar obrigatoriamente ligados ao sexo atribuído.

Identidade de gênero e orientação sexual

Outra confusão comum está nas diferenças entre identidade de gênero e orientação sexual.
Esta última se refere à preferência sexual que determinada pessoa possui, e pode ser dividida
em: assexual, homossexual, heterossexual, bissexual e pansexual, por exemplo. Assim, o
conceito de identidade de gênero abrangeria um conjunto destas ideias, colocando o gênero
como algo que pode ser mutável e não limitado, como define as ciências biológicas.

Discussão sobre ideologia de gênero no Brasil

No Brasil, o debate sobre a "ideologia de gênero" (termo incorreto para se referir às discussões
sobre gênero) se intensificou com a estruturação do Plano Nacional de Educação (PNE) em
2014.

Neste caso, a proposta do Ministério da Educação (MEC) era incluir temas relacionados com
identidade de gênero e sexualidade nos planos de educação de todo o país.

Os críticos à proposta, que utilizavam o termo "ideologia de gênero", acusaram o MEC de


tentar promover a doutrinação das crianças, desconstruindo os tradicionais conceitos de
família, principalmente aqueles que estão baseados em preceitos religiosos.

Tipos de identidade de gênero


Como vimos, a identidade de gênero é algo construído e historicamente foi construída a partir
do sexo: as mulheres "devem" se identificar com o gênero feminino e os homens com o
masculino. Nestes casos, quando a identidade de gênero coincide com o sexo biológico,
encontramos as pessoas cisgênero. Daqui extraímos os tipos de gênero binários clássicos:

Identidade de gênero feminina: o que classicamente é associado à mulher.

Identidade de gênero masculina: o que classicamente é associado ao homem.

Claro que isto não tem por que ser assim, e aqui é onde encontramos todo o leque de termos
"trans" e outras alternativas queer que fogem do escopo dos termos clássicos, tanto binários
como não binários:

Transgênero: identidade de gênero diferente do sexo biológico.

Pessoa trans: pessoa transgênero que não quer se definir por nenhum gênero específico.

Homem trans: pessoa transgênero que se identifica como homem.

Mulher trans: pessoa transgênero que se identifica como mulher.

Transfeminino: pessoa transgênero que recebeu o gênero masculino em seu nascimento, mas
se identifica mais com os símbolos da feminilidade do que com os da masculinidade.

Transmasculino: pessoa transgênero que recebeu o gênero feminino em seu nascimento, mas
se identifica mais com os símbolos da masculinidade do que com os da feminilidade.

Andrógino/ginandro: pessoa cuja identidade é uma mescla, em graus diferentes, entre mulher
e homem.

Gênero neutro/neutrois/gender neutral: pessoa que suprime as características


tradicionalmente definidas como masculinas ou femininas.

Agênero: pessoa que não acredita no gênero e, portanto, não se identifica com nenhum.

Bigênero: pessoa que se identifica com dois gêneros (ex.: masculino e neutros).

Poligênero/multigênero: pessoa com mais de duas identidades de gênero.

Gênero fluido/genderfluid: pessoa cujo gênero flutua entre vários (dois ou mais).

Pangênero: identidade que reconhece todas as identidades.

Intergênero: gênero atribuído às pessoas intersexuais, que se situam entre dois gêneros,
geralmente os binários.

O que é um transtorno de identidade de gênero

"Transtorno de identidade de gênero" é como se designava antigamente a disforia de gênero


no DSM-IV e como continua sendo designada no CID-10. No entanto, a etiqueta de
"transtorno" para as pessoas que não estão de acordo com o gênero que a elas foi atribuído,
ficou desatualizada.

O DSM-V apenas considera a "disforia de gênero", concentrando-se na disforia como problema


clínico, e não na identidade por si só. Além disso, no CID-11, que será publicada em 2022 pela
OMS, também deixará de ser considerado um transtorno, e passará a se chamar
"incongruência de gênero", deixando, assim, de tratar as identidades trans como doença.

Diferença entre disforia de gênero e transgênero

A disforia de gênero se refere à insatisfação afetiva/cognitiva de um sujeito com o gênero


atribuído. É associada a um mal-estar clinicamente significativo que pode acompanhar a
incongruência entre o gênero experimentado ou expressado por uma pessoa, e o gênero
atribuído, ou a uma deterioração social, escolar, profissional ou outras áreas importantes da
vida.Enquanto que o termo transgênero se refere ao amplo espectro de sujeitos que, de forma
transitória ou permanente, se identifica com um gênero diferente de seu gênero de
nascimento e, ao contrário da disforia de gênero, nem todas as pessoas apresentam mal-estar
como consequência da incongruência.

Termos:

Machismo: O machismo é o desenvolvimento de uma estrutura social que supervaloriza os


atributos de masculinidade e os define como parâmetros para o desenvolvimento da
sociedade. Estabelece um ideal de macho (daí "machismo"), toma-o como meta e impõe seu
comportamento aos homens. Deste modo, as mulheres passam a ser compreendidas como
objeto e uma mera negação do conceito de homem (mulher = não-homem), retirando seu
caráter subjetivo. Por essa concepção, o machismo reforça o papel do homem como líder,
determinado pela natureza ao desempenho de posições privilegiadas e de comando dentro da
sociedade.

Feminismo: O feminismo apresenta-se como uma reação à dominação masculina desenvolvida


ao longo da história. Busca alcançar direitos que possam tornar a sociedade mais igual para
ambos os gêneros. Possui fases distintas, tendo como marco inicial a revolução francesa e as
mudanças que alteraram o papel social desempenhado pelas mulheres. Em seu início, o
movimento feminista estava relacionado à aquisição de direitos políticos e sobre a questão do
direito ao trabalho. No início do século XX, os movimentos feministas lutaram e obtiveram
ganhos relevantes no que toca aos direitos políticos. Os diversos movimentos sufragistas
alcançaram o direito ao voto e a participação política em todo mundo.

No Brasil, o voto feminino foi conquistado em 1932 e regulamentado em 1934.

Desde então, o feminismo passou por diversas períodos, tendo uma importante estruturação
como movimento social a partir da publicação do livro O Segundo Sexo, de Simone de
Beauvoir. As questões relacionadas à sexualidade tornam-se mais presentes. Os movimentos
feministas surgidos na década de 1990 mostram-se como um importante luta por mudança
social e igualdade entre os gêneros.

Atualmente, a luta das mulheres pode diferir em alguns de seus pontos, dando origem a
diversas correntes de pensamento e de atuação.

Fanatismo Religioso: Fanatismo religioso é quando a pessoa tem uma devoção a uma ideia ou
a uma concepção religiosa de tal modo que podem chegar a atos de violência também, tal qual
a famosa “Santa Inquisição”, “Santo Ofício” ou mesmo “Inquisição”, quando numa época a
igreja católica passou a perseguir, julgar e punir as pessoas que não seguiam as condutas por
ela impostas. O fanatismo é onde as pessoas não só acreditam que as suas crenças são as
únicas válidas, como também perseguem e castigam quem não crê/acredita no mesmo que
elas.

Xenofobia: "A xenofobia é o nome que utilizamos em referência ao sentimento de hostilidade


e ódio manifestado contra pessoas por elas serem estrangeiras (ou por serem enxergadas
como estrangeiras). Esse preconceito social tornou-se mais comum em virtude do grande fluxo
de migrações que tem acontecido. A xenofobia é manifestada contra diferentes grupos em
todo o planeta. Na Europa, por exemplo, os árabes e muçulmanos têm sido alvo de grande
preconceito, assim como os mexicanos e latinos, em geral, nos Estados Unidos. No Brasil,
também se vivencia esse problema, principalmente contra os imigrantes venezuelanos e
haitianos."

Você também pode gostar