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M A R C A S A L I A D A S :

Um guia de boas práticas


para comunicação com a
comunidade LGBTQIAP+
Apresentação
A comunicação das marcas deve ser
diversa, feita para todas as pessoas,
considerando suas particularidades,
diferenças, desejos e objetivos.

Ainda estamos aprendendo. É um


aprendizado constante, que evolui à
medida que as discussões relacionadas
à comunidade LGBTQIAP+ avançam em
nossa sociedade.

Este guia é uma obra em construção,


em contínua revitalização, assim como
nossa inquietude com a qual pensamos o
mundo e os projetos para nossos clientes.
O material toma como base teórica guias
e manuais publicados por associações de
apoio e/ou pessoas LGBTQIAP+.

Ele não é finito, não acaba aqui. São


pontos de partida rumo a reflexões e a
uma coconstrução de um propósito de
sociedade mais diversa, mais inclusiva
e com maior equidade. Esse é o nosso
jeito de nos sentirmos pertencentes à
jornada, movimentando as pessoas e nos
movendo com elas também.

Qualquer dúvida ou sugestão sobre este


material pode ser encaminhada à InPress
Porter Novelli. Estamos disponíveis para
dialogar. Fale com a gente:
institucional@inpresspni.com.br
Sumário
01. Glossário 4

02. Bandeiras e Símbolos 16

03. Alguns dados sobre a população LGBTQIAP+ para refletir 18

04. Cuidados na abordagem de pessoas LGBTQIAP+ 19

05. Como evitar o Pinkwashing 21

06. Boas práticas para campanhas com pessoas LGBTQIAP+ 26

07. O que evitar numa campanha com pessoas LGBTQIAP+ 29

08. Termos que devem ser evitados 32

09. 12 perfis para seguir no LinkedIn 35

10. Datas importantes 39

11. Instituições e programas de apoio às pessoas LGBTQIAP+ 40

12. Vem pra ação! 41

13. Referências 42
01
Glossário

Identidade de gênero

A identidade de gênero é como uma pessoa se autoidentifica:


homem, mulher, agênero, não-binário ou gênero fluido. É uma
experiência interna e individual, que pode ou não corresponder
ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do

¿
corpo (que pode envolver, por livre escolha, a modificação da
aparência ou função corporal por meios médicos, cirúrgicos
e outros) e outras expressões de gênero, inclusive vestimenta,
modo de falar e maneirismos.

O conceito foi formulado na década de 1970, com profunda


influência do movimento feminista, para distinguir a dimensão
biológica da dimensão social. Parte do princípio de que a
maneira de ser homem e de ser mulher é idealizada pela cultura.
Ou seja, o gênero de uma pessoa é uma construção social e não
pode ser definido apenas por suas características anatômicas e
biológicas.

Orientação sexual

A orientação sexual ou sexualidade diz respeito às relações e aos


desejos afetivo-sexuais das pessoas, que podem se identificar
como lésbica, gay, bissexual, pansexual, assexual ou queer.

Sexo biológico

O sexo biológico diz respeito às características biológicas que


a pessoa tem ao nascer. Considera que uma pessoa pode
nascer macho, fêmea ou intersexual, a partir de características
relacionadas a cromossomos, genitália, composição hormonal,
entre outros. Não há gênero no sexo biológico: o que ocorre é
uma expectativa social de gênero em relação ao corpo/genital.
01
¿
Glossário

Expressão de gênero

Expressão de gênero é como a pessoa se manifesta publicamente,


seja por meio do seu nome, da vestimenta, do corte de cabelo, dos
comportamentos, da voz e/ou características corporais e da forma
como interage com as demais pessoas.

A expressão de gênero da pessoa nem sempre corresponde


ao seu sexo biológico, como ocorre na androginia. Por isso, é
preciso se desprender dos padrões estabelecidos socialmente.
Um homem hétero, cisgênero ou não, pode ter uma expressão
de gênero feminina, enquanto um homem gay pode ter uma
expressão de gênero totalmente masculinizada.

Diversidade de
Gêneros
01
Glossário A . G Ê N E R O S

Cisgênero

O termo é utilizado para descrever pessoas que se identificam com


o sexo biológico atribuído em seu nascimento, ou seja, que não são
transgênero (mulheres trans, travestis e homens trans). “Cis-” é um
prefixo em latim que significa “no mesmo lado que” e, portanto, é
oposto de “trans-”.

Pessoas trans

Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo


biológico designado no nascimento, ou seja, que transitam entre
os gêneros. São pessoas cuja identidade de gênero transcende as
definições convencionais e binárias de sexualidade. São usadas as
expressões homem trans, mulher trans, travesti. Ao se referir ao
coletivo de identidades trans, escreva transgêneros ou pessoas trans.

As pessoas trans podem ser homens ou mulheres, que procuram se


adequar à identidade de gênero com a qual se identificam. Algumas
pessoas trans recorrem a tratamentos médicos, que vão da terapia
hormonal à cirurgia de redesignação sexual, mas isso não é uma
regra e não deve ser visto como determinante para identificar uma
pessoa como trans.

Importante ressaltar que a transexualidade não define a afetividade


de uma pessoa: uma mulher trans pode ser heterossexual, bissexual,
pansexual, lésbica ou assexual; enquanto um homem trans pode se
identificar como heterossexual, bissexual, pansexual, gay, assexual,
entre outros.

Mulher trans

Mulher trans é a pessoa que se identifica com o gênero feminino,


embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao
sexo biológico masculino ao nascer.

Muitas modificam seus corpos por meio de hormonioterapias,


aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas para afirmação de
gênero, porém, vale ressaltar, que isso não é regra.
01
Glossário A . G Ê N E R O S

Homem trans

Homem trans é a pessoa que se identifica como sendo do gênero


masculino, embora tenha sido biologicamente designada como
pertencente ao sexo biológico feminino ao nascer.

Muitos modificam seus corpos por meio de hormonioterapias e/ou


cirurgias plásticas para afirmação de gênero, como a mastectomia
masculinizadora, porém, vale ressaltar, que isso não é regra.

Travesti

Similar ao termo “mulher trans”, é uma construção de gênero


feminino, oposta ao sexo biológico, seguida de uma construção
física de caráter permanente, que se identifica na vida social,
familiar, cultural e interpessoal, através dessa identidade. É uma
identidade predominantemente latinoamericana. Existe o grupo
dentro deste segmento que se autoafirma ‘mulheres travestis’.

No Brasil, o termo travesti, possui um forte cunho político, pois


representa a resistência contra a opressão e a marginalização.

Intersexual

É um termo guarda-chuva que descreve pessoas que nascem com


anatomia reprodutiva ou sexual e/ou um padrão de cromossomos
que não podem ser classificados como sendo tipicamente
masculinos ou femininos.

É comum a prescrição de terapia hormonal e a realização de


cirurgia, destinadas a adequar aparência e funcionalidade da
genitália, muitas vezes antes dos 24 meses de idade. Contudo,
algumas pessoas intersexuais submetidas a este processo relatam
que não se adaptaram e rejeitaram o sexo designado ao nascimento,
respaldando uma conduta terapêutica que defende o adiamento da
intervenção até que a pessoa, na sua juventude, possa participar da
tomada da decisão.
01
Glossário A . G Ê N E R O S

Pessoa agênero

Termo designado para pessoas que não se identificam ou não se


sentem pertencentes a nenhum gênero.

Pessoa não-binária

Termo designado para pessoas que não se identificam com o


padrão binário de gênero estabelecido. A ideia de que só existe
macho ou fêmea, masculino ou feminino, homem ou mulher é
considerada limitante para as pessoas não-binárias.

Gênero fluido

Pessoas que não se consideram dentro dos padrões de binariedade


de gênero e transitam entre um ou mais gêneros.
01
Glossário B . O R I E N TAÇÕ E S S EXUA I S

Homossexual

Pessoa que se sente atraída sexual, emocional e/ou afetivamente


por pessoas do mesmo sexo/gênero. O termo homossexual pode
se referir tanto a homossexuais femininas – lésbicas –, quanto a
homossexuais masculinos – gays.

Gay

Homem (cis ou trans), com desejos, práticas sexuais e/ou


relacionamento afetivo-sexual com outras pessoas do gênero
masculino. Não precisa ter tido, necessariamente, experiências
sexuais com outras pessoas do gênero masculino para se identificar
como gay. A palavra “gay” vem do inglês, cujo significado remetia a
“alegre”.

Lésbica

Mulher (cis ou trans) atraída afetiva, emocional e/ou sexualmente


por pessoas do mesmo sexo/gênero. Não precisa ter tido,
necessariamente, experiências sexuais com outras mulheres para se
identificar como lésbica.

Bissexual

Pessoa (cis ou trans) que se relaciona afetiva e sexualmente com


pessoas de ambos os gêneros. O termo “bi” é um diminutivo aceito
para se referir a pessoas bissexuais.

Pansexual

O prefixo pan vem do grego e se traduz como “tudo”. Significa que


as pessoas pansexuais (cis ou trans) podem desenvolver atração
física, amor e desejo sexual por outras pessoas, independente de sua
identidade de gênero ou sexo biológico. A pansexualidade é uma
orientação que rejeita especificamente a noção de dois gêneros e
até de orientação sexual específica.
01
Glossário B . O R I E N TAÇÕ E S S EXUA I S

Assexual

É uma pessoa (cis ou trans) que não sente nenhuma atração sexual,
seja pelo gênero oposto ou pelo gênero igual. Pode, no entanto,
se sentir atraído afetivamente por pessoas de gênero oposto ou
de gênero igual. Logo, uma pessoa assexual pode ser, ao mesmo
tempo, heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual ou queer.

Heterossexual

Pessoa (cis ou trans) atraída amorosa, física e/ou afetivamente


por pessoas do gênero oposto. Heterossexuais não precisam,
necessariamente, ter tido experiências sexuais com pessoas do outro
gênero para se identificarem como tal.

Queer

Termo em inglês, cujo significado pode ser traduzido como


“estranho”. É utilizado por algumas pessoas cuja orientação sexual
não é exclusivamente heterossexual. De modo geral, para as pessoas
que se identificam como queer, os termos lésbica, gay e bissexual
são percebidos como rótulos que restringem a amplitude e a
vivência da sexualidade.

O termo queer também é utilizado por algumas pessoas para


descrever sua identidade e/ou expressão de gênero. Quando a letra
Q aparece na sigla LGBTQIAP+, geralmente significa queer e, às
vezes, questioning (questionamento de gêneros).
01
Glossário C . EXPR E S S Õ E S D E G Ê N E R O

Pessoa andrógina

Termo genérico usado para descrever qualquer pessoa que


assuma postura social, especialmente a relacionada à forma
de se vestir, comum a ambos os gêneros. Pessoas andróginas
questionam a binariedade estabelecida socialmente em relação à
expressão de gênero. Um homem (cis ou trans) pode se vestir de
maneira feminina, enquanto uma mulher (cis ou trans) pode se
vestir de maneira masculina.

Drag Queen

Homem ou mulher (cis ou trans), bem como pessoas não-binárias,


que se veste com roupas femininas de forma artística, exagerada,
satírica e/ou extravagante, geralmente com destaque para a
maquiagem carregada, para o exercício da profissão em shows,
atuação, palestras, eventos, entre outros. Uma drag queen não
deixa de ser um tipo de “transformista”.

O termo “drag” é um acrônimo para "Dressed Resembling A Girl"


(vestido como mulher). Era utilizado nas direções de palco das
peças de Shakeaspeare para determinar os atores homens que
iriam interpretar papéis femininos.

Drag King

Versão “masculina” da drag queen, ou seja, trata-se de uma


mulher ou homem (cis ou trans) ou pessoa não-binária que se
veste com roupas masculinas para fins de trabalho artístico.

&
01
Glossário C . EXPR E S S Õ E S D E G Ê N E R O

Transformista

Termo em português equivalente a “drag”, usado para definir


uma pessoa que se veste com roupas do gênero oposto movida
por questões artísticas.

Cross-dresser

Embora qualquer pessoa possa vestir roupas associadas


a um gênero diferente, o termo cross-dresser se refere
geralmente a homens que usam esporadicamente roupas,
maquiagem e acessórios culturalmente associados às mulheres.
Tipicamente, tais homens são cisgênero e se identificam como
heterossexuais. Esta prática é uma forma de expressão de
gênero e não é realizada para fins artísticos. Os cross-dressers
não se identificam com o gênero feminino ou querem viver o
tempo todo como mulheres.
01
Glossário D. PR O N O M E S

Ela/Dela

Pronomes utilizados para se referir às mulheres cis, trans e


travestis.

Ele/Dele

Pronomes utilizados para se referir aos homens cis e trans.

Ile/Dile e Elu/Delu

Pronomes propostos por linguistas e pessoas ligadas ao


movimento LGBTQIAP+ para se referir às pessoas não-binárias,
gênero fluido e queer. Entende-se que os pronomes ela/dela e
ele/dele são limitantes e incapazes de expressar a identidade de
pessoas que fogem das normas binárias de gênero.

Em alguns casos, pessoas não-binárias, gênero fluido e queer


podem aceitar o uso de qualquer pronome. Ressaltamos,
no entanto, a importância de perguntar à pessoa com quais
pronomes se identifica.
01
Glossário E . T E R M OS CO M U N S

LGBTQIAP+

Sigla guarda-chuva utilizada para se referir às pessoas lésbicas,


gays, bissexuais, trans, queer, intersexo, agênero, pansexuais e
demais gêneros e sexualidades.

Homoafetivo

Adjetivo utilizado para descrever a complexidade e a


multiplicidade de relações afetivas e/ou sexuais entre pessoas
do mesmo gênero. O termo não é sinônimo de homoerótico e
homossexual, por conotar também os aspectos emocionais e
afetivos envolvidos na relação amorosa entre pessoas do mesmo
gênero. É um termo muito utilizado no mundo do Direito. Não
é usado para descrever pessoas, mas sim as relações entre as
pessoas do mesmo gênero.

>>>>>
Pessoa aliada

Pessoas cisgêneros e/ou heterossexuais que advogam em prol


dos direitos das pessoas LGBTQIAP+, respeitando sempre o local
de fala e o protagonismo de quem pertence à sigla. Em seu
local de privilégio social, promovem a inclusão socioeconômica
de pessoas LGBTQIAP+, além do combate à homofobia, bifobia
e transfobia, em busca de uma sociedade mais justa, diversa,
inclusiva, igualitária e equitativa.

i Linguagem inclusiva

A linguagem inclusiva evita o uso de termos que denotam a


binariedade de gênero e evita o uso do masculino como padrão.
Em vez de usar “homem”, a linguagem inclusiva opta por
“seres humanos”; em vez de usar “os palestrantes”, opta-se por
“pessoas palestrantes”; no lugar de “os professores”, prefere-se “o
corpo docente”; e no lugar de “diretores”, é usado “diretoria”, por
exemplo.
01
Glossário E . T E R M OS CO M U N S

e Linguagem neutra

A linguagem neutra desconstrói o sistema binário de gênero


estabelecido gramaticalmente, especialmente na Língua
Portuguesa, buscando incluir todas as identidades de gênero.
É comum o uso do artigo “e” no lugar de “o” para se referir ao
coletivo de pessoas, como no caso de “todes”. É considerada
também uma forma de linguagem inclusiva.

Deve-se evitar o uso do “X” ou “@” como artigo na linguagem


neutra, uma vez que esses símbolos são limitadores e
prejudicam a acessibilidade de pessoas cegas por meio das
tecnologias assistivas, como os leitores de tela.

>>>>>
02
Bandeiras A . B A N D E I R A S

e Símbolos

Agênero Aliados LGBTQIAP+

Bissexual Não-binário Gênero Fluido

Nova BandeiraOrgulho Bandeira do Orgulho Trans

Queer Lésbica Assexual

LGBTQIAP+ Racial Intersexo Pansexual


02
Bandeiras B . S Í M B O LO S

e Símbolos

Homem Cis Mulher Cis Pessoa Trans Travesti

Intersexo Não-binário/ Queer Agênero Gênero fluido

Gay Lésbica Mulher Bissexual Homem Bissexual

Pansexual Assexual
03
Alguns
dados sobre
a população
LGBTQIAP+
para refletir
!
65% 47% 28%
das pessoas das pessoas das pessoas
trabalhadoras trabalhadoras trabalhadoras
LGBTQIAP+ LGBTQIAP+ têm LGBTQIAP+
afirmam renda média já foram vítimas
que já foram inferior a quatro de assédio
discriminadas salários mínimos Para pessoas que
no trabalho Entre quem não faz não fazem parte da
parte da comunidade, o legenda, o índice cai
Entre as pessoas trans
percentual é de 36%, de para 18%, aponta a
e bissexuais, a taxa
acordo com o mesmo pesquisa.
de discriminação
aumenta para 86% e levantamento.
72%, respectivamente,
segundo estudo de 2022
da consultoria Santo Caos.

O Brasil é o país Em 2021,


que mais mata uma pessoa
pessoas trans LGBTQIAP+ foi
De 2008 para cá, houve
assassinada a cada
um aumento de 141% de 27 horas no Brasil
assassinatos, saindo de Em 2020, o total de
58, em 2008, para 140, mortes registradas pelo
em 2021. Observatório de Mortes
e Violências LGBTI+ foi
Em 2021, 70% de
de 237. Já em 2021, foram
todos os assassinatos
registradas 316 mortes,
registrados pelo relatório
um aumento de 33% em
Transgender Europe
relação ao ano anterior.
aconteceram na América
do Sul e Central, sendo Dessas mortes, 262 foram
33% no Brasil. No mesmo homicídios, 23 latrocínios,
ano, o país registrou ao 26 suicídios e 5 outras
menos 140 assassinatos causas. Das vítimas de
de pessoas trans, sendo assassinato, 112 eram
135 travestis e mulheres pretas e pardas, e 127
trans e 5 homens trans e eram brancas.
pessoas transmasculinas.
04
Cuidados na
abordagem
de pessoas
LGBTQIAP+
Pronomes certos

Ao se comunicar com qualquer pessoa, seja LGBTQIAP+ ou


não, se atente aos pronomes pelos quais tal pessoa prefere ser
tratada. Caso não saiba, não hesite em perguntar: é melhor
pecar pelo cuidado, do que ofender sem intenção.

Compatibilidade com a campanha

Evite situações de constrangimento ao convidar, por


exemplo, mulheres trans para campanhas que tratam sobre
menstruação. Para gerar inclusão, convide homens trans para
contar sobre suas experiências com o tema. O mesmo vale para
campanhas que tratam sobre outras questões relacionadas ao
sistema reprodutivo.

Qualquer campanha deve respeitar a individualidade de


cada pessoa. Muitas empresas olham para suas próprias
necessidades, esquecendo de contemplar necessidades,
interesses e assuntos que podem ou não ser tratados pelas
pessoas que estão sendo contratadas. Na abordagem, pergunte
se a pessoa se sente confortável em falar sobre o assunto e se
não é um problema para ela.

É importante aplicar essa máxima para qualquer conceito


relacionado à sexualidade, identidade e expressão de gênero.
04
Cuidados na
abordagem
de pessoas
LGBTQIAP+
Nome social

O nome social é um direito garantido pelo Decreto Nº


8.727/2016. Respeite sempre o nome escolhido por pessoas
trans e jamais se refira a seu nome de registro ou nome morto
(aquele designado em seu nascimento).

Muitas vezes, pessoas trans podem conter em seus documentos


de identificação o nome atribuído em seu nascimento. Evite
constrangimentos com perguntas sobre o tema.

Piadas sobre questões de gênero

Além de ser de extremo mau-gosto, piadas sobre a sexualidade,


identidade e expressão de gênero podem ser consideradas
crime desde 2019, após decisão do STF que equipara os crimes
de homofobia e transfobia à Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989,
a lei do racismo.
05
Como
?
evitar o
Pinkwashing O Q U E É PI N KWA S H I N G ?

Pinkwashing (lavagem rosa, em


tradução livre), também conhecido
como rainbow washing (lavagem
arco-íris), é um termo que denota a
apropriação ou a aproximação de
marcas e empresas ao movimento
LGBTQIAP+, com maior destaque
no mês do Orgulho, com o objetivo
de ganhar projeção comercial na
pauta e atrair pessoas consumidoras
da comunidade, mascarando, no
entanto, que a organização não
possui representatividade entre suas
pessoas colaboradoras ou políticas
internas de inclusão.

Já ouviu falar que a única ação de determinada empresa a favor


das pessoas LGBTQIAP+ é colocar uma bandeira do arco-íris em
sua fachada ou redes sociais? Ou só fazer uma única palestra no
mês do Orgulho? Essas críticas estão presentes constantemente
nas conversas realizadas nas redes sociais.

O pinkwashing é cada vez mais percebido pela população


LGBTQIAP+, que vem cobrando das marcas e empresas
políticas efetivas de inclusividade. E não se trata de realizar
apenas ações no mês do Orgulho LGBTQIAP+: as políticas de
inclusão devem ser contínuas e desenvolvidas durante todo o
ano, visando ao desenvolvimento profissional e social, além do
apoio assistencial.

Antes de colher os frutos de se posicionar em prol da população


LGBTQIAP+, é preciso fazer o trabalho de casa. Por isso,
listamos algumas ações para a sua organização evitar o famoso
pinkwashing.
05
Como
evitar o
Pinkwashing
1. Promova a igualdade de oportunidades

O apoio à população LGBTQIAP+ deve começar dentro da própria


empresa, refletido no quadro de pessoas colaboradoras. De
acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, em 2017,
pela J. Walter Thompson Innovation, apenas 65% dos Millenials e
48% da Geração Z se identificam como heterossexuais.

O primeiro passo é entender se a sua organização reflete essa


representatividade, realizando um censo para diagnosticar a
situação entre as pessoas colaboradoras. É importante que a
pesquisa garanta o anonimato das pessoas respondentes, pois
muitas ainda não estão prontas para falar sobre sua sexualidade
ou identidade de gênero.

A partir disso, devem ser implementadas ações que visam


à inclusão de pessoas colaboradoras LGBTQIAP+, por meio
de vagas exclusivas, por exemplo. É importante considerar
interseccionalidades, com a inclusão de pessoas trans (que são
as que mais sofrem com a falta de oportunidade profissional),
além de pessoas negras, indígenas e com deficiência que são
LGBTQIAP+.

2.
Envolva a alta liderança

Para que a mudança seja efetiva, é fundamental que a alta


liderança da organização esteja envolvida e apoie a iniciativa.
A partir do diagnóstico realizado, apresente questões e dados
relacionados ao cenário interno e externo, trazendo os riscos e as
possibilidades de adição de valor.

$
05
Como
evitar o
Pinkwashing
3. Tenha lideranças LGBTQIAP+ e crie um grupo de afinidades

A representatividade só será efetiva e justa quando houver inclusão


de pessoas LGBTQIAP+ nos cargos de liderança. Por isso, a empresa
deve estabelecer políticas de inclusão para os cargos de liderança,
considerando também o desenvolvimento de planos de carreira para
as pessoas colaboradoras que já fazem parte do quadro.

As ações terão mais força com a criação de um grupo de afinidades,


como um comitê, formado e liderado por pessoas colaboradoras
LGBTQIAP+. Isso irá fortalecer a confiança nos propósitos da empresa
e na maneira como estão sendo conduzidas as atividades.

4. Construa um posicionamento

A liderança deve estar preparada para lidar com questões da pauta


LGBTQIAP+ e com questionamentos relacionados aos motivos que
levaram a organização a agir ou que justifiquem suas práticas.

O posicionamento deve trazer vínculo com o propósito da empresa.


Encontre na identidade da organização os motivos que oferecem
maior consistência aos argumentos. Isso pode incluir ampliar a
capacidade de atrair e engajar talentos, assim como diferentes
públicos e stakeholders ou aumento da competitividade.

Alguns questionamentos podem ajudar a direcionar a definição do


posicionamento:

• Qual a expectativa da população LGBTQIAP+ em relação à sua


empresa?

• O que dizem as pessoas colaboradoras LGBTQIAP+?


• Qual o impacto desse debate no cotidiano da gestão empresarial e
seu relacionamento com os stakeholders?

• O que sua empresa tem feito e o que deve mudar nas políticas de
gestão de pessoas na organização?

• O que acontece da porta pra fora diz respeito à empresa?


• Sua empresa irá assumir compromissos formais de enfrentamento
à homofobia e à transfobia?
05
Como
evitar o
Pinkwashing
5. Promova treinamentos e sensibilização

Todas as pessoas estão aprendendo sobre as pessoas LGBTQIAP+,


suas particularidades, dores e desafios. No entanto, a falta de
conhecimento pode se refletir em comportamentos e discursos
ofensivos, além de ativar gatilhos às pessoas colaboradoras
LGBTQIAP+ da empresa.

Por isso, é importante promover treinamentos de capacitação e


sensibilização a todo o quadro de profissionais da organização,
inclusive a alta liderança, visando oferecer o acesso à informação e
estabelecer um ambiente de trabalho seguro e inclusivo.

O tema também deve fazer parte da pauta de comunicação interna,


sendo abordado em eventos, cartilhas de sensibilização, assim como
outros meios de comunicação e desenvolvimento profissional que
falem sobre a valorização da diversidade, respeito, combate ao assédio
e erradicação de práticas discriminatórias.

É fundamental que os treinamentos e demais materiais sejam


desenvolvidos com participação de pessoas LGBTQIAP+, gerando
sinergia entre o discurso e a prática da representatividade.

6. Ofereça benefícios e direitos iguais

Além de permitir e oficializar na empresa o uso do nome social,


um direito de qualquer pessoa, é preciso que todos os direitos e
benefícios oferecidos às pessoas colaboradoras sejam iguais. Isso
inclui o reconhecimento de relações homoafetivas, acesso à licença-
maternidade e paternidade (ou licença parental), assistência médica,
entre outros.

7. Apoie causas da comunidade LGBTQIAP+

Demonstre um comprometimento real da organização, promovendo


ações que gerem impacto positivo além dos limites da empresa,
como o patrocínio de ONGs e casas de apoio à população LGBTQIAP+.
05
$
Como
evitar o
Pinkwashing
8. Promova ações de desenvolvimento profissional às
pessoas trans

Cerca de 70% das pessoas trans não concluíram o ensino médio e


apenas 0,02% teve acesso ao ensino superior, segundo a Associação
Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Embora seja uma
questão que demande também a colaboração do Estado, as
organizações podem ajudar a mudar esse quadro por meio de
políticas de desenvolvimento profissional de pessoas trans, como o
oferecimento de bolsas de estudo.

9. Tenha coerência entre as ações e o discurso

As pessoas consumidoras estão cobrando que as empresas


atuem em prol da população LGBTQIAP+ e querem saber quais
ações as organizações estão executando. No entanto, não adianta
querer aparecer mais do que faz. O discurso deve ser coerente e
transparente. Não se aproprie de pautas em que a empresa não
tem atuação, nem busque inflar o impacto das ações executadas.
06
Boas
práticas para
campanhas
com pessoas
LGBTQIAP+
Preze pela autenticidade

Apresente uma representação diversa de pessoas LGBTQIAP+ em


suas campanhas, refletindo as diferentes identidades e experiências

>>>>>
dentro da comunidade. O discurso da marca também deve ser
coerente com as ações promovidas interna e externamente.

Considere interseccionalidades

Uma representação autêntica, por sua vez, requer que sejam


consideradas e representadas diferentes interseccionalidades:
mostre pessoas LGBTQIAP+ negras, indígenas, com deficiência, de
diferentes classes sociais, entre outras.

Pesquise e aprenda

Familiarize-se com as experiências e os desafios enfrentados pela


comunidade LGBTQIAP+, leia sobre questões relacionadas a gênero,
orientação sexual e identidade para compreender melhor as
necessidades da comunidade e as expectativas do público-alvo.

Consulte e envolva a comunidade

Inclua pessoas LGBTQIAP+ no processo criativo e na tomada de


decisões para garantir que as campanhas sejam autênticas e
representativas. Consulte organizações LGBTQIAP+ confiáveis para
obter feedback e orientação.

Sensibilidade linguística

Utilize uma linguagem inclusiva e respeitosa. Utilize pronomes


de gênero corretos e evite pressupor a identidade de gênero das
pessoas retratadas ou do público-alvo.
>>>>>
06
Boas
práticas para
campanhas
com pessoas
LGBTQIAP+
Eduque e conscientize

Considere incorporar mensagens educativas e informativas em


suas campanhas para combater a homofobia, transfobia e outros

>>>>>
preconceitos. Promova a aceitação e o respeito.

Apoie causas LGBTQIAP+

Considere estabelecer parcerias com organizações e causas


LGBTQIAP+ relevantes para apoiar financeiramente e promover
a igualdade, a diversidade e os direitos humanos.

Comunique-se de forma segura e inclusiva

Certifique-se de que os canais de comunicação e as mensagens


utilizadas sejam seguras e inclusivas para pessoas LGBTQIAP+.
Considere as barreiras que podem existir e adote medidas para
garantir a segurança e a privacidade das pessoas.

Inclua pessoas trans no Outubro Rosa e Novembro Azul

Incluir pessoas trans nas campanhas de sensibilização ajuda a


reconhecer que elas também podem ser afetadas por questões de
saúde específicas, como o câncer de mama e de próstata, e que
merecem ser apoiadas nas discussões sobre essas condições.

No caso do Outubro Rosa, por exemplo, é importante abordar a


saúde mamária em pessoas trans que possuem tecido mamário,
independentemente de sua identidade de gênero.
06
Boas
práticas para
campanhas
com pessoas
LGBTQIAP+
Avalie o impacto e ouça o feedback

Acompanhe a resposta do público à sua campanha e esteja à

>>>>>
disposição para ouvir e aprender com o feedback. É importante
também que a organização não abandone o apoio à pauta no meio
da campanha. Faça ajustes se necessário, esteja suscetível a melhorias
contínuas e defina posicionamentos em caso de possíveis críticas.

Teste diferentes narrativas

A palavra exata importa numa campanha. Consulte o público-alvo por


meio de pesquisas de afinidade para entender quais narrativas terão
maior aderência.

De acordo com levantamento realizado pelo IBPAD, em parceria com


a InPress Porter Novelli, entre janeiro e agosto de 2022, uma empresa
obtém uma visão mais positiva ao se posicionar “a favor da inclusão
de pessoas LGBTQIAP+ no mercado de trabalho” (46%) ao invés
de incentivar a “participação da população LGBTQIAP+” (38%), por
exemplo.

Com base nos insights obtidos nos levantamentos com o público-


alvo, ajuste as terminologias utilizadas em suas campanhas.

Caso uma empresa declare Caso uma empresa declare


incentivar uma maior inclusão incentivar uma maior participação
de pessoas LGBTQIA+ no da população LGBTQIA+ no
mercado de trabalho mercado de trabalho

46% 46% 8% 38% 53% 8%

Teria uma visão mais positiva desta empresa


Teria uma visão mais negativa desta empresa
Seria indiferente
07
!
O que evitar
numa
campanha
direcionada
às pessoas
LGBTQIAP+
Evite estereótipos

Evite retratar pessoas LGBTQIAP+ de maneira estereotipada ou


como um grupo homogêneo de pessoas consumidoras. Reconheça
a diversidade de experiências, identidades e necessidades dentro
da comunidade.

Nem todos os homens gays são afeminados, exagerados ou


extravagantes; nem todas as lésbicas são masculinas; nem todas as
pessoas trans passam por procedimentos médicos ou cirúrgicos;
nem todo LGBTQIAP+ é branco ou passa por problemas familiares.

Evite a apropriação

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Respeite a história e a cultura da comunidade e tome cuidado para
não utilizar símbolos, imagens ou terminologias da comunidade
LGBTQIAP+ de maneira superficial nem para lucrar com a luta pela
igualdade, ou seja, fazer o famoso pinkwashing.

Evite a sexualização ou objetificação

Evite a objetificação ou hipersexualização de pessoas LGBTQIAP+


em suas campanhas. Em vez disso, busque explorar suas
personalidades, desejos, sonhos, desafios e objetivos.

Não use linguagem ofensiva ou discriminatória

Evite o uso de linguagem discriminatória, homofóbica, bifóbica,


transfóbica ou qualquer outra forma de discurso de ódio, mesmo
que ironicamente. Utilize pronomes corretos e a linguagem
inclusiva em suas mensagens.

>>>>>
07
O que evitar
numa
campanha
direcionada
às pessoas
LGBTQIAP+
Não se aproprie de símbolos ou eventos LGBTQIAP+

Não seja oportunista. Evite capitalizar eventos ou questões


LGBTQIAP+ sem uma preocupação verdadeira com os direitos
e a igualdade da comunidade. Preze pela autenticidade e se
comprometa com a inclusão em todas as áreas dentro e fora de sua
empresa.

Evite utilizar símbolos ou marcos importantes para a comunidade


LGBTQIAP+ de forma superficial ou para fins comerciais sem
o devido respeito e entendimento da história e do contexto por
trás deles.

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Não use histórias ou narrativas exploratórias

Evite criar narrativas que explorem a vulnerabilidade ou a dor da


comunidade LGBTQIAP+ sem o devido respeito e sensibilidade.
Não use histórias de vida reais ou experiências pessoais sem o
consentimento e a colaboração apropriados.

Não inclua uns, enquanto exclui outros

Seja realmente uma pessoa inclusiva, trazendo pessoas LGBTQIAP+


em toda a sua diversidade. Muitas campanhas trazem homens gays,
mas invisibilizam a existência de mulheres lésbicas, pessoas trans,
bissexuais e demais participantes da comunidade.

Não faça outing

Outing é o termo utilizado para definir o ato de “tirar alguém do


armário”. Além de evitar essa prática, não explore comercialmente o
momento em que uma pessoa LGBTQIAP+ se assume publicamente.
07
O que evitar
numa
campanha
direcionada
às pessoas
LGBTQIAP+
Evite a heteronormatividade

A heteronormatividade é um conceito que descreve a suposição


generalizada e a expectativa de que a heterossexualidade é a
orientação sexual "normal" ou padrão, e que os relacionamentos
românticos e sexuais entre pessoas de diferentes gêneros são
considerados a norma. A heteronormatividade pressupõe que a
cisgeneridade (quando a identidade de gênero de uma pessoa
corresponde ao sexo biológico atribuído no nascimento) é a única
forma válida de identidade de gênero.

Ela pode ser expressa por meio de expectativas de gênero,


papéis de gênero rígidos e binários (homem/mulher), narrativas,
entre outros. A heteronormatividade tende a marginalizar ou
ignorar outras orientações sexuais, identidades de gênero e

>>>>>
relacionamentos que não se encaixam nesse padrão heterossexual
e cisgênero. Isso pode levar à invisibilidade, discriminação e falta de
reconhecimento das experiências de pessoas LGBTQIAP+.

Evitar a heteronormatividade significa questionar essas suposições


e expectativas, e reconhecer a diversidade de orientações
sexuais, identidades de gênero e relacionamentos. Isso envolve a
promoção da aceitação, inclusão e igualdade para todas as pessoas,
independentemente de sua sexualidade, expressão ou identidade
de gênero.

Não faça uma campanha fora dos valores da empresa

Os valores representados nas campanhas devem refletir o que


a empresa prega interna e externamente. Além disso, deve ser
realizada uma análise crítica sobre a possível repercussão, evitando
ruídos em caso de críticas ou o surgimento de uma crise de
reputação.

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08
Termos que
devem ser
evitados
Homossexualismo

O termo é incorreto e carregado de preconceito devido ao sufismo


“ismo”, que denota doença e anormalidade. O termo correto é
homossexualidade, que se refere à orientação sexual da pessoa,
indicando o seu “modo de ser e sentir”.

Transexualismo

O termo é incorreto, seguindo a mesma lógica do homossexualismo,


devido ao uso do sufismo “ismo”. Deve ser substituído por
transexualidade, que define a identificação de uma pessoa com um
gênero oposto àquele que foi designado em seu nascimento.

Parada Gay

O termo caiu em desuso, pois não representa a diversidade de


pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+ e do evento,
assim como a sua luta por direitos e representatividade. O ideal é
consultar como as pessoas que organizam cada parada definem sua
nomenclatura, uma vez que a sigla utilizada pode sofrer variações
dependendo da localidade.

GLS

A sigla GLS se popularizou por designar não só os “gays” e as


“lésbicas”, mas também as pessoas que, independente da
orientação sexual ou identidade de gênero, são solidárias,
abertas e simpatizantes em relação à diversidade LGBTQIAP+.
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Era usada frequentemente para descrever atividades culturais


e mercadológicas comuns a esse grupo. No entanto, a sigla é
excludente, uma vez que não identifica pessoas bissexuais, travestis,
transexuais, intersexuais, assexuais, pansexuais e demais pessoas da
comunidade. Por isso, utilize sempre a sigla LGBTQIAP+.
08
Termos que
devem ser
evitados
Hermafrodita

O termo hermafrodita é desatualizado e depreciativo. Intersexual é


o termo que deve ser usado para se referir à variedade de condições
(genéticas e/ou somáticas) com que uma pessoa nasce, apresentando
uma anatomia reprodutiva e sexual que não se ajusta às definições
binárias de masculino e feminino.

Opção sexual

O termo é incorreto, já que denota que a sexualidade é uma escolha,


ao invés de um desejo intrínseco e inalienável de determinada pessoa.
Uma vez que ninguém opta, conscientemente, por sua sexualidade, o
termo correto é orientação sexual.

O travesti

O uso do artigo masculino para se referir às travestis é extremamente


ofensivo. Travestis se identificam com o gênero feminino, logo, deve
sempre ser utlizado o artigo “a” para falar com e sobre elas. Vale
lembrar que, da mesma forma, deve ser respeitado o nome social e
jamais ser utilizado o nome de registro ou nome morto (aquele que foi
designado após o nascimento).

Distúrbio ou Desvio Sexual

A homossexualidade não é considerada “desvio sexual” desde 1985,


pelo Conselho Federal de Medicina brasileiro. O termo é ofensivo e
não deve ser utilizado, pois indica a homossexualidade como uma
anomalia, tratando a heterossexualidade como a “normalidade” no
padrão de comportamento sexual.
08
Termos que
devem ser
evitados
Parceiro, casal ou relação homossexual

A palavra homoafetiva é sinônimo de homossexual, mas ressalta a


conotação emocional e afetiva envolvida na relação amorosa entre
pessoas do mesmo gênero. Ao falar sobre homoafetividade ou
casamento homoafetivo, o ideal é usar a expressão casal homoafetivo.
É importante ressaltar que, ao se referir a uma pessoa, deve ser usada
a palavra homossexual, ou bisssexual ou trans, conforme o caso.

Família homossexual

O termo correto é família homotransparental, ou seja, aquela família


em cuja composição existe ao menos uma pessoa que vivencie a
orientação homossexual e/ou identidade de gênero trans.

Ela pode ser composta por somente uma pessoa ou por um


casal, cisgênero ou transgênero, com ou sem filhos (biológicos
ou adotados). O casal gay sem filhos; a mulher lésbica com filho
ou filha heterossexual, os pais heterossexuais com ao menos um
filho ou filha gay, lésbica ou trans, todos são exemplos de família
homotransparental.

Mudança de sexo ou de gênero

O termo correto é redesignação de sexo e gênero, que pode ser


definida como um conjunto de estratégias assistenciais para pessoas
trans que pretendem realizar modificações corporais do sexo e/ou
características físicas, em função de um sentimento de desacordo
entre seu sexo biológico e seu gênero – em atendimento às legislações
e pareceres médicos.

Por essa razão, a redesignação de sexo e gênero é muito mais ampla


do que deixa entender o termo “mudança de sexo”, que pode reduzir
a questão como apenas uma vontade de trocar de sexo biológico.
Antes das cirurgias, é realizada uma avaliação e um acompanhamento
ambulatorial com equipe multiprofissional, com assistência integral
no processo de readequação de sexo e gênero.
09
12 perfis
para seguir
no LinkedIn
Maitê
Schneider

Maitê é a 1ª profissional trans a ser escolhida como Linkedln TOP


VOICE na plataforma. Também é cofundadora da plataforma
TRANSEMPREGOS (2013) – que faz a inserção de pessoas trans no
mercado de trabalho e com o maior banco de dados de profissionais
transgêneros, com 2.029 empresas parceiras.

Bielo
Pereira

Bielo é preta, gorda, trans, bigênere e ama dar voz a todas as


minorias. Apresentadora, embaixatriz e criadora de conteúdo para
mais de 200 mil seguidores que buscam pautas de gordoativismo,
empoderamento de pessoas negras e luta contra a discriminação da
população LGBTQIAP+. É palestrante e consultora em diversidade e
inclusão corporativa, atua com planejamento e criação de políticas e
práticas inclusivas, treinamentos e webinar educativos.

Ricardo
Sales

Ricardo é sócio-fundador da consultoria Mais Diversidade, a maior


da América Latina em sua área de atuação. Já dialogou com mais
de 70 mil pessoas sobre temas como o valor da diversidade, vieses
inconscientes, comunicação inclusiva, inclusão LGBTQIAP+, entre
outros. É apaixonadamente monotemático. Diversidade é sua
motivação como pesquisador, sua inspiração como consultor e, acima
de tudo, sua causa e propósito de vida.
09
12 perfis
para seguir
no LinkedIn
Felipe
dos Anjos Almeida

Felipe é homem cis, gay, que luta pela equidade na nossa sociedade.
Eleito TOP VOICE NEXT GEN, como uma das vozes mais influentes
no LinkedIn da nova geração, escolhido como LINKEDIN CREATOR
e eleito uma das 20 pessoas mais influentes do LinkedIn pelo prêmio
iBest no TOP20+.

Vitor
Martins

Mulher trans negra nordestina, palestrante, consultora e cientista.


Atualmente é um dos 10 perfis LGBTQIAP+ mais seguidos do LinkedIn
e um dos 20 perfis mais relevantes sobre diversidade e inclusão na
mesma plataforma. No mercado, Vitor atuou no Nubank, sendo uma
das responsáveis por gerenciar a maior crise de diversidade e inclusão
do mercado brasileiro na área financeira. Matéria da Forbes três vezes
nos últimos anos, também esteve em portais como Exame, Folha de
São Paulo, G1, Meio e Mensagem e Estadão.

Bianca
Amorim

Bia é pessoa com deficiência (perda auditiva profunda bilateral) e


LGBTQIAP+. Já escreveu três e-books sobre recrutamento, hábitos
e carreira. Acredita fortemente que através da educação podemos
mudar um pedacinho do mundo.
09
12 perfis
para seguir
no LinkedIn
Daniel
Leal

Daniel é publicitário e criador de conteúdos audiovisuais dentro da


temática de diversidade e inclusão. É o fundador da Carbon, startup
que debate a aceitação de sexualidades, gêneros, etnias e deficiências
na comunicação dentro de empresas. No LinkedIn, trata da aceitação
da comunidade LGBTQIAP+, representatividade e diversidade no
mercado de trabalho.

Judá
Nunes

Judá usa comunicação e arte como formas de reflexão sobre as


violências diárias contra pessoas trans e travestis no Brasil. Além de
especialista em Diversidade e Inclusão, é a fundadora do podcast
AfronTRAVAS, que reúne comunicadoras travestis de diferentes regiões
e histórias a partir do “artivismo”. Judá compartilha em suas redes parte
da luta diária de travestis por educação, empregabilidade e respeito,
além das vivências da área de diversidade e inclusão.

Pedro
Cruz

Pedro Cruz é publicitário e entusiasta da Comunicação como


ferramenta de transformação. Foi sócio e diretor de estratégia do
SampaTalks, hub de ferramentas sociais com foco em Diversidade,
Equidade e Inclusão. Além disso, atuou como Gerente de Cultura
e Impacto na Soko, agência de earned media do grupo FLAGCX. É
colunista na Fast Company Brasil. É Top Voice e Creator no LinkedIn e já
foi embaixador do Dia Mundial da Criatividade, movimento chancelado
pela ONU em países que desenvolvem projetos em economia criativa.
Membro do Global Shapers, iniciativa do Fórum Econômico Mundial
composta por uma rede de hubs desenvolvidos e liderados por jovens
presentes em 156 países. Fundador do Escritas Diversas, clube de
leitura LGBTQIAP+ integrado ao Conexões Diversas, hub de cultura
queer. É também conselheiro na Batekoo, plataforma de cultura e
entretenimento voltada à juventude urbana, negra e LGBTQIAP+.
09
12 perfis
para seguir
no LinkedIn
Tamara
Braga

Tratando do tema da equidade dentro de uma companhia de


recrutamento, Tamara repercute questões raciais, de gênero,
sexualidade e inclusão de pessoas com deficiências na cultura
corporativa, como conta: “Espero que as empresas sejam locais seguros
para sermos quem somos”. No LinkedIn, ela convida empresas e
recrutadores a adotarem temas de importância social, como o ESG, e
compartilha suas vivências enquanto chefe de DE&I.

Victor
Lambertucci

Victor é palestrante e influencer LGBTQIAP+. Cofundador, CEO e head


criativo da Profissas, a Escola da Diversidade e Habilidades Humanas.
A startup edtech atende mais de 70 grandes empresas – como
Google, Mercado Livre, Ambev, Natura – e já impulsionou mais de 50
mil talentos, seja acelerando carreiras ou educando para a inclusão
acontecer de verdade. Foi reconhecido como Top Voice do LinkedIn,
além de ter sido um dos 100 creators do 1° Programa de Aceleração da
maior rede social profissional.

Noah
Scheffel

Noah é agente de transformação social. Primeiro homem trans a ser


Influenciador no LinkedIn. Negro e neurodiverso. Mãe de uma filha, e
pai de outra. Fundador e CEO do EducaTRANSforma, primeiro agente
nacional de capacitação gratuita e de consultoria em empregabilidade
para pessoas transgênero em tecnologia e inovação. Eleito Top 6
Influencers em D&I 2022, #50toFollow Empreendedorismo 2022, Top
50 Influenciadores de RH 2022, Top 100 People 2022, Top 120 Craques
Diversidade e Inclusão 2023, e 50 nomes que brilharam no mercado
digital em 2021.
10
Datas
importantes
29/01: Dia da Visibilidade Travesti e Transexual

15/03: Dia do Orgulho de Ser Travesti e Transexual:


“Resistir para (re)existir”

17/03: Dia de Combate à LGBTIfobia

28/06: Dia do Orgulho LGBTI+

29/08: Dia da Visibilidade Lésbica

23/09: Dia da Visibilidade Bissexual

22/10: Dia Internacional da Despatologização Trans

26/10: Dia da Visibilidade Intersexual


>>>>>

01/12: Dia da Prevenção ao HIV e Aids


11
Instituições
e programas
de apoio à
população
LGBTQIAP+
Casa 1

Casa Florescer

Casa Nem

Grupo Conexão G de Cidadania LGBTI+ de Favelas

All Out Brasil

Transcidadania

Grupo Gay da Bahia

Transempregos
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Casa Aurora

Instituto Transviver

Casa Miga

Transvest
12
Vem
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da população LGBTQIAP+

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13
Referências

5 dicas para facilitar o uso de linguagem inclusiva e


neutra. Out & Equal / [DIVERSITY BBOX].

65% dos profissionais LGBTI+ já sofreram discriminação


no trabalho. GQ, 2022.

Manifesto Ile para uma comunicação radicalmente


inclusiva. [DIVERSITY BBOX].

Manual de comunicação LGBT. ABGLT, Associação Brasileira


De Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis E Transexuais.

O compromisso das empresas com os Direitos Humanos


LGBT. Instituto Ethos.

Orgulho LGBTQIAP+ nas empresas: a mudança que


começa de dentro. Meio & Mensagem, 2022.

Pinkwashing: quando a comunidade LGBT é apoiada só


da porta para fora. Inova Social, 2019.

REIS, T., org. Manual de Comunicação LGBTI+. 2a edição.


Curitiba: Aliança Nacional LGBTI / GayLatino, 2018.

Sete boas práticas para inclusão de pessoas LGBTQI+.


Propmark, 2020.
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o PR Scope, se destaca em quesitos como planejamento
estratégico, serviços integrados, qualidade na entrega e
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Machado — também faz parte do Grupo Omnicom, um dos
maiores grupos de comunicação do mundo com presença
em mais de 60 países.

www.inpresspni.com.br

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