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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CURSO DE LETRAS

MÉRCIA REGINA GONÇALVES MAGALHÃES

A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR

Montes Claros
2009/2
MÉRCIA REGINA GONÇALVES MAGALHÃES

A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de ....... em
Nome do Curso.

Orientador: Prof.

Montes Claros
2009/2

2
Dedico este trabalho aos meus pais e amigos
que me incentivaram e apoiaram na realização
de mais esta conquista.

3
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. ........, meu orientador e amigo de todas as horas, que


acompanhou no processo de elaboração e momentos importantes do curso

Ao Prof. que com seus conhecimentos muito colaborou no meu


crescimento...

Á Profª...

Aos professores que contribuíram...

4
MAGALHÃES, Mércia Regina Gonçalves. A leitura no contexto escolar. 2009.
Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras
Português) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade
Norte do Paraná, Montes Claros, 2009.

RESUMO

A leitura representa um dos pilares do processo ensino - aprendizagem, já que é


através dela que conhecimentos específicos são adquiridos. A leitura é fundamental
para o desenvolvimento intelectual do ser humano, uma leitura de qualidade
representa a oportunidade de ampliar a consciência e a visão do mundo. Na
presente pesquisa primeiro é discutido um pouco do que vem a ser a leitura e
destacar que é uma atividade que vai além do decodificar, que envolve vários
aspectos cognitivos. A sua importância na formação social do individuo,
pressupostos teóricos sobre o ensino da leitura e papel desempenhado pelo
professor nesse trabalho, uma vez que é ele o principal exemplo de leitor que um
aluno aprendiz pode ter. E ainda são apresentados os resultados da pesquisa de
campo realizada a partir da análise das respostas dadas a um questionário, ao qual
foram submetidos professores e alunos de três escolas públicas de Montes claros.

Palavras-chave: Leitura. Ensino. Professor.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 7

2 DESENVOLVIMENTO 8
2.1 TÍTULO NÍVEL 2 – SEÇÃO SECUNDÁRIA8
2.1.1 Título Nível 3 – Seção Terciária 8
2.1.1.1 Título nível 4 – Seção quaternária 8
2.1.1.1.1 Título nível 5 – Seção quinária8

3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 9


3.1 EXEMPLO DE GRÁFICO 9
3.2 EXEMPLO DE FIGURA 9
3.3 EXEMPLO DE QUADRO 10
3.4 EXEMPLO DE TABELA 10

4 CONCLUSÃO 11

REFERÊNCIAS 12

APÊNDICES13
APÊNDICE A – Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados 14

ANEXOS 15
ANEXO A – Título do Anexo 16

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1 INTRODUÇÃO

A pesquisa desenvolvida neste trabalho tem como objetivo questionar se as


escolas públicas incentivam a prática da leitura, bem como elucidar se essas
escolas têm como parte de seu currículo a formulação de estratégias para a prática
da leitura, ainda analisar a visão dos professores quanto ao incentivo à leitura e a
visão dos alunos quanto a sua prática.
A leitura no contexto escolar representa uma ferramenta fundamental para
a aprendizagem dos alunos. A leitura não é simplesmente a decodificação de
símbolos, vai muito, além disso, pois permite ao leitor inúmeras possibilidades de
aquisição de conhecimentos. Outro fator que deve ser considerado, é que o bom
leitor precisa ser incentivado desde o princípio de sua escolarização para que o
hábito da leitura juntamente com a forma correta de fazê-la seja aprendida e
praticada de forma prazerosa e não obrigatória. Por isso, a presente pesquisa
pretende focalizar o Ensino Fundamental na obtenção de dados.
Partindo do pressuposto que a leitura é uma forma eficaz de
aperfeiçoamento de conhecimentos propõe-se através dessa pesquisa analisar a
postura das escolas públicas estaduais de Montes Claros que atendem ao Ensino
Fundamental no que diz respeito ao incentivo à leitura.
Nos últimos anos tem crescido cada vez mais o número de pesquisas sobre
leitura e a fundamentação teórica utilizada é bem diversa. Sobre isso Gaté (2001,
p.22) destaca que nas últimas décadas essas pesquisas “permitiram importantes
avanços no sentido de um melhor discernimento do que constitui o ato de ler”.
A fim de compreender como se dá o trabalho com a leitura nas escolas
fundamentamo-nos principalmente em teóricos como Kleiman (1999), Bamberger
(1995), Farrel (2003), Foucambert (1994,1995), Walty (1995), Cramer e Claster
(2001), Dwyer e Dwyer (2001), Solé (1998) e Perrenoud, (1999).
Apoiados nesses autores nossa preocupação foi pesquisar e analisar o
trabalho com leitura, como é indicado que seja feito pelos teóricos e como tem sido
feito na prática pelos professores em seu trabalho escolar.
Por isso foi dada a oportunidade de o próprio professor através do
questionário, expor a realidade com qual tem deparado e convivido.

7
2 LEITURA

Ao falarmos de leitura, nos referimos à compreensão de textos escritos,


entretanto, esta compreensão implica outros aspectos. Kleiman (1999, p.9) enfatiza
que a leitura é um ato complexo que envolve diversos processos cognitivos com o
objetivo de construir o sentido do texto, e portanto, percebemos que esta ação não
se restringe somente à capacidade de decodificar palavras. Como já foi considerada,
mais uma maneira de receber uma mensagem.
Bamberger ainda destaca que:
”o processo de transformar símbolos gráficos em conceitos intelectuais
exige grande atividade do cérebro; durante o processo de armasenagem
da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células
cerebrais.” (BAMBERGER,1995, p.10).

Por isso esse processo não deve ser visto como apenas um processso
cognitivo,mas também de linguagem e uma eficaz maneira de aprendizagem.
O ato de ler leva a elaboração de significados então é nesse ato que um
texto concretiza seu significado. Por muito tempo vinculou-se a leitura a capacidade
do leitor descobrir verdades que estavam no texto de forma implícita ou explicita. É
Sartre fundamentado no estudioso Heidegger(1997) que confere ao leitor a função
de um agente construtor de sentidos. O leitor assume papel importante no ato de
leitura, ele evolui assim como a história que lê ; ele passa a construir a história e não
somente a desvenda ou constata.
E com isso Aebersold e Field (apud FARREL, 2003, p. III) irá concordar quando nos
diz que “leitura é o que acontece quando as pessoas olham um texto e atribuem
significado aos símbolos escritos naquele texto”, a leitura não se restringe a
decodificar esses símbolos, é na verdade um processo interativo entre o leitor, o
texto e o contexto.
Assim, se os alunos não forem devidamente monitorados e incentivados a
leitura não passará de mera decodificação feita de forma relapsa. O primeiro
resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico. Ler não é só
receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor,
comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.
É desse modo que uma leitura crítica pode evoluir e se tornar uma leitura criativa.
É corroborando com isso e por acreditar que a leitura se refere as várias
fases de desenvolvimento que Bamberger a define como:

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Um processo perceptivo durante o qual se reconhecem símbolos. Em
seguida, ocorre a transferência para conceitos intelectuais. Essa tarefa mental
se amplia num processo reflexivo à proporção que as idéias se ligam em
unidades de pensamento cada vez maiores. O processo mental, no entanto,
não consiste apenas na compreensão das idéias percebidas, mas também na
sua interpretação e avaliação. Para todas as finalidades práticas, tais
processos não podem separar-se um do outro; fundem-se no ato da leitura.
(BAMBERGER,1995, p. 23).

Isso nos permite ver o ato leitura como ampliador da percepção. Ler é ser
motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam
despercebidos. A leitura é um caminho promissor capaz de transformar a realidade
de modo que não mais se tenha lugar para a ignorância e o conformismo. Para tanto
é necessário começar com as crianças, pois elas são a promessa de uma sociedade
futura melhor e crítica.
É a leitura também que proporcionará o vencimento de algumas
dificuldades educacionais, uma vez que ela gera desenvolvimento do exercício
intelectual. Desse modo, ainda que se fale em desinteresse ou até abandono da
pratica de leitura, o livro atualmente não pode ser considerado com menos
importância do que no passado. Mesmo diante do avanço tecnológico, e ainda como
conseqüência dele dificilmente os livros perderão seu espaço, já que são eles que
guardam muitas vezes os conhecimentos que são passados de geração para
geração. E pensando no futuro há quem defenda que a tarefa futurista seja
desenvolver uma educação permanente, na qual aperfeiçoada o individuo possa se
auto-educar permanentemente. Nessa educação os livros terão
Primeiro a necessidade de satisfazer os interesses, necessidades e
aspirações individuais através da seleção individual do material de leitura.
Todo ser humano pode ser ajudado pelos livros a se desenvolver á sua
maneira, pode aumentar sua capacidade crítica e aprender a fazer escolha
entre a massa da produção geral dos meios de comunicação.
(BAMBERGER,1995, p12)

Mas como o futuro é reflexo do presente é necessário que os professores


de agora assumam sua responsabilidade de ser um dos principais responsáveis pelo
despertar nos seus alunos o gosto e o direcionamento da leitura, para que assim no
futuro eles saibam fazer suas escolhas e possam agir de forma autônoma quanto a
sua prática leitora.
Os estudos desenvolvidos sobre leitura levam-nos a identificar três níveis
de leitura em um texto, sendo que estes níveis se diferenciarão um do outro pelo
grau de abstração. O primeiro é o dos significados mais complexos e concretos; o
segundo se relaciona a definição de valores estabelecidos através da leitura já o

9
terceiro nível corresponde aos significados mais simples e abstratos que o leitor
pode perceber ao ler.
Além desses níveis a leitura ainda aprestará diferentes classificações e
estas podem variar de acordo com o escritor. Walty (1995) fala em: leitura funcional,
na qual ler é considerado um ato interativo. E a leitura se faz diferentes momentos e
obedecendo os diferentes níveis.
A leitura funcional ou operacional, corresponderia a primeira leitura que se
realiza, seu intuito é por exemplo a busca do conhecimento em livros didáticos,
enciclopédias, revistas científicas, etc. Perini (1991) apud Walty (1995) destaca que
em torno dela que deve girar toda escola. Isso considerando que a realidade vivida
por muitos professores e alunos é a que o livro didático é o único ou o principal livro
por eles utilizado.
Outro tipo apresentado é a leitura crítica. Esta busca desvelar o texto, lendo-
o nas entrelinhas. Graça Paulino apud Walty (1995) a denomina de leitura
informativa ou de opinião e como exemplo dela cita o texto jornalístico. “ A leitura
crítica pode desmanchar a proposta do autor, revelando-nos os não ditos latentes na
própria construção textual”.(WALTY, 1995, p. 22).
Por último a autora cita a leitura literária, essa apresenta várias possibilidades.
”Cada um projeta no texto, lido pela leitura, seus anseios, suas angustias, suas
pulsões e desejo”. (WALTY, 1995, p. 22).
Com o estabelecimento dessa classificação de leitura, podemos inferir como é
amplo o campo de trabalho de um professor que se proponha a desenvolver em
seus alunos o gosto por ela.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA SOCIEDADE E INDIVÍDUO

A leitura representa um dos pilares do processo ensino - aprendizagem, já


que é através dela que conhecimentos específicos são adquiridos. A leitura é
fundamental para o desenvolvimento intelectual do ser humano, uma leitura de
qualidade representa a oportunidade de ampliar a consciência e a visão do mundo.
Paulo Freire nos diz que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O
ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do
mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem
sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo”. Na

10
verdade, aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade
perspectiva, por isso mesmo como o mundo de suas primeiras leituras.
Antigamente, antes de ser inventada a imprensa, a leitura era privilegio que
poucos podiam ter e ainda após o Século do Humanismo, uma pequena parte da
elite culta é que tinha a ela acesso. Podemos observar que a prática da leitura se
relaciona as necessidades não só da sociedade, uma vez que é através de um
trabalho bem elaborado com a leitura que por exemplo a escola consegue realizar
um de seus objetivos que é formar cidadãos críticos,como propõe os novos
Parâmetros Curriculares 1997, assim ela está intricicamente relacionada também ao
indivíduo. Então “o direito de ler significa igualmente o de desenvolver as
potencialidades intelectuais e espirituais, o de aprender e progredir”
(BAMBERGER,1995, p.9).
Através do hábito da leitura, é possível acreditar que a sociedade se
transforme e alcance o patamar de uma sociedade composta de leitores
conscientes, de bons escritores, de cidadão críticos, de pessoas capazes de buscar
sozinhas ainda mais conhecimentos. Por isso, a preocupação com as crianças, que
devem encontrar nos livros encantamento, liberdade, harmonia, pois assim será
possível pensar em uma sociedade constituída de bons leitores, por conseguinte,
excelentes escritores.
O escritor Monteiro Lobato destacou: “Um país se faz com homens e
livros”, ressaltando quão importante é a leitura para o indivíduo e sua sociedade. Em
corroboração Kerschensteiner apud Bamberger (1995, p. 33) salienta que “A
educação do individuo só é possível através dos bens culturais cuja estrutura
intelectual se ajusta plena ou parcialmente a estrutura do nível de desenvolvimento
intelectual do indivíduo”.

2.2 O ENSINO DA LEITURA


O escritor Rubem Alves (2002, p.45) afirma que ensinar “é uma tarefa
mágica, capaz de mudar a cabeça de pessoas, bem diferente de dar aulas”. Isso nos
leva a pensar na diferenciação que se tem feito entre a leitura que se preocupa
primordialmente com a decodificação de signos e a leitura que forma, que permite
ao leitor criar novos sentidos.
Um dos desafios da escola é levar seu aluno ao aprendizado da leitura, o
que percebemos muitas vezes nas escolas é a permanência da postura que prioriza

11
a alfabetização e assim perde-se a noção de escrita salientada por Foucambert
(1994,1995) como aquela que permite a elaboração de pontos de vista e de uma
visão de mundo, atribuindo a esse mundo sentido. Enquanto á leitura caberia o ir em
busca desse ponto de vista, verificando, questionando e investigando os meios
usados em sua elaboração.
Desse modo a leitura é compreendida não apenas como atividade social,
mas que também leva a reflexão que em conjunto a escrita gera uma relação criativa
e crítica. E em consonância a esse pensamento acreditamos que assim como outras
habilidades, só se aprenda ler, lendo. Ou seja, com a prática, em contato com os
mais variados tipos de textos. Foucambert corrobora com o pensamento de que
saber ler não se confunde com saber decodificar signos gráficos, mas que leve o
individuo a ler considerando os sentidos presentes mesmo na etimologia da palavra
ler, de origem latina legere, apresentados por Walty (1995). Os sentidos que podem
ser dados são o de primeiramente, ler significar contar, enumerar letras, o que se
relacionaria a decodificação; em seguida significaria colher, seria a percepção de um
sentido para o que se ler e por último, roubar, aqui o leitor não se limitaria ao que o
autor escreve, mas construiria novos sentidos a partir do que o próprio autor fornece.
“Ler não é, pois, traduzir, repetir sentidos dados como prontos, é construir uma
cadeia de sentido a partir dos índices do texto dado” (WALTY, 1995, p.19).
Com isso podemos voltar a discussão sobre a leitura ir além da
decodificação, mas sobre isso é relevante ressaltar o que diz Solé (1998, p.52) “ler
não é decodificar, mas para ler é preciso saber decodificar”, o ensino do código
então, deve ser feito para criança de modo a basear-se em contextos que a leve a
significação, condizente com sua realidade e especificidade e não de forma
descontextualizada.
É ainda a autora Solé (1998) que apresentará uma estratégia de ensino de
leitura para crianças, que as incluem no processo de aprendizado que é construído
por elas em etapas: 1) antes: predições iniciais sobre o texto e objetivos de leitura;
2) durante: levantamento de questões e controle da compreensão; 3) depois:
construção da idéia principal e resumo textual. Assim a criança constrói em conjunto
com o professor o aprendizado e este deve procurar incentivá-lo e desenvolver nela
o hábito da leitura.
A leitura deve ser apresentada como um processo de construção de
sentidos, “ler e escrever são atos que se inserem num processo cultural” (WALTY,

12
1995, p.19). Portanto deve ser trabalhado de maneira contextualizado com os
aspectos sociais, o que torna necessário que a criança tenha um orientador da
atividade de leitura, um adulto-leitor que a possa conduzir, papel desempenhado na
escola pelo seu professor.
É pensando nessas especificidades do ensino de leitura que Staiger apud
Bamberger (1995) salienta que para um ensino eficaz, deve-se estipular objetivos a
serem alcançados e cita quatro como exemplo, os quais são:
a) Incentivo ao pleno uso das potencialidades do individuo em sua leitura de
modo a influir ao máximo no seu bem-estar e levá-lo à sua auto-realização.
b) Emprego eficiente da leitura como um instrumento de aprendizado e critica
e também de relaxamento e diversão.
c) Ampliação constante dos interesses da leitura dos estudantes.
d) Estímulo a atitudes que levem a um interesse permanente de muitos
gêneros e para inúmeros fins. (BAMBERGER, 1995, p.24)
Com isso podemos notar que o ensino de leitura não deve ser realizado de
forma coercitiva, mas pelo contrário dando ao aluno estímulos agradáveis para
desenvolver seu gosto literário.
É importante também para uma maior eficácia no ensino de leitura que a
escola tenha uma biblioteca que supra e atenda as necessidades dos professores e
alunos. Uma vez que dificilmente temos como comprar todos os livros pelos quais
nos interessamos e ainda pelo fato de muitas vezes o aluno não contar com livros
em sua casa. Assim é relevante que se trabalhe com o aluno o costume de utilizar a
biblioteca escolar e também a pública quando sua cidade possuir. E essas
bibliotecas precisam ter funcionários também capacitados a orientar o aluno em sua
busca ou pesquisa. Uma vez que uma das principais tarefas da biblioteca “é
complementar o ensino e proporcionar oportunidades para o uso de livros de
consulta e não-ficção”. (Bamberger, 1995, p.77).
Uma biblioteca bem equipada pode ser decisiva nos resultados do ensino
com a leitura, pois se “não oferece escolha suficiente as crianças têm de pegar o
que encontram, e, quando o livro não se ajusta aos seus interesses, sentem-se
decepcionadas” (Bamberger, 1995, p.78). Isso acarretará em prejuízo para trabalho,
pois ao invés de desenvolver o hábito de leitura, ela poderá criar aversão ao mesmo.
Por isso o acervo de uma biblioteca deve ser constituído com diversidade de temas
e também com numero que corresponda à demanda de alunos da escola.

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2.3 O PAPEL DO PROFESSOR E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE LEITURA

Se observarmos o que dizem sobre leitura percebemos que a maioria das


pessoas concordam que a leitura é fundamental para a aquisição de conhecimentos
e formação afetiva. Mas em contradição a esse pensamento está muitas vezes a
atitude de alguns que apesar de pensarem dessa forma, não são exemplo de
leitores. Entre esses as vezes encontramos até professores, que para o aluno são
os principais exemplos a ser seguido. Mas para realmente ser um incentivador, o
professor precisa se envolver com a leitura, se inteirar por exemplo sobre os
processos cognitivos e relacionar os conhecimentos teóricos sobre o assunto a
realidade vivida em seu ambiente de trabalho, ou seja buscar estratégias
pedagógicas que correspondam as necessidades apresentadas por seus alunos.
Ainda falando sobre o papel do professor no trabalho com a leitura Cramer
e Claster (2001) destaca que se esse profissional assume uma postura positiva
diante a leitura, isso colaborará para o desenvolvimento desta habilidade nos seus
alunos de forma que eles não só a praticarão enquanto estiverem na escola, mas
ainda depois, quando se formarem continuaram a desempenhar tal hábito.
O trabalho então deve ser visto como uma forma a mais de interação entre
professor e aluno, em que a atitude de um poderá influenciar na atitude do outro, ou
seja, o professor poderá mudar comportamentos do aluno e desperta-lo como leitor
Esta perspectiva que confere ao professor a responsabilidade de ser
exemplo para seu aluno-leitor tem apoio em Dwyer e Dwyer (2001), conferindo ao
professor a missão de ser modelo de adulto leitor, uma vez que em muitos casos as
crianças não encontram esse modelo em suas casas.
Geralmente a leitura do leitor maduro é mais abrangente do que a do imaturo.
(...) se a relação do professor com o texto não tiver um significado, se ele não
for um bom leitor, são grandes as chances de que ele seja um mau professor.
O primeiro requisito, portanto, para que o contato aluno/texto seja menos
doloroso é o que o mestre não seja um mau leitor. Que goste de ler e aplique
a leitura. ( LAJOLO, 1998, p. 53-54).

Assim, o trabalho desenvolvido pelo professor não pode ser algo imposto a
seus alunos, mas deve ser feito buscando a interação entre eles. Percebemos que o
habito de leitura do professor podem influenciar muito seus alunos, assim se o
professor se apresenta como leitor provavelmente será mais fácil trabalhar a leitura
com seu aluno.
Aprender a explicar um texto “para aprender” não é aprender, exceto para fins
escolares, pois existem tantas maneiras de explicar ou interpretar um texto

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quantas perspectivas gramaticais. Se esse aprendizado não for associado a
uma ou mais práticas sociais, suscetível de ter um sentido para os alunos
será rapidamente esquecido, considerando como um dos obstáculos a serem
vencidos para conseguir um diploma e não côo uma competência a ser
assimilada para dominar situações da vida. (PERRENOUD, 1999, p.45).

Dessa maneira a leitura deve ser trabalhada levando em consideração sua


primeira característica, de ser algo prazeroso e não imposto ao aluno como mais um
mecanismo para avaliá-lo; a nota não deve ser a principal preocupação do aluno ao
ler um livro ou texto.
É necessário ainda que o professor crie estratégias para desenvolvimento
desse trabalho, Solé (1998) define estratégias como “um conjunto de ações voltadas
para execução de uma meta”. E através delas o individuo pode selecionar, avaliar,
persistir ou mudar certas ações visando alcançar os objetivos traçados.

As estratégias de leitura são capacidades cognitivas de ordem mais elevada


e intimamente ligadas à metacognição. Elas permitem uma atuação
inteligente e planejada da atividade de leitura, já que, enquanto ações
metacognitivas permitem conhecer sobre o próprio conhecimento. (SOLÉ,
1998, p.70).

O ensino das estratégias de leitura deve acontecer de modo que possam


ser relacionadas a outras situações, não deve ser feito de modo único, infalível. Mas
de modo a enfatizar a capacidade de cognição do aluno, por isso não é o bastante
conhecer diversas estratégias se não se sabe usá-las. Pois se bem trabalhado o
aluno atingirá com o tempo autonomia diante a leitura, como destaca Solé (1998,
p.76) “o bom ensino não é apenas o que se situa um pouco acima do nível atual do
aluno, mas que garante a interiorização do que foi ensinado e seu uso autônomo por
parte dele”.
Segundo Solé (1998) ainda, o ensino que utiliza estratégias de leitura deve
se pautar em três características. A primeira coloca professor e aluno revezando de
lugares na prática educativa, sendo os dois elementos indispensáveis para o
processo educativo. A segunda apresenta o professor como o orientador da
atividade, é ele o responsável por fazer a ponte entre os conhecimentos escolares e
as situações sociais. E a terceira traz a idéia de que o aluno possui capacidade de
resolver questões que ás vezes lhe são evitadas, sozinho, ainda que seja ele uma
criança.

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Esse terceiro pressuposto refere-se ao grau de complexidade dos textos e das
atividades com textos. Não é aconselhável poupar os alunos de novos desafios. À
escola cabe ensinar novidades, aumentar o repertório do aluno com exposição de
maior diversidade de gêneros textuais. A dosagem e as exigências serão planejadas
considerando que a formação do leitor é um processo gradual. Que quanto mais
cedo começar, mais sentido fará para o aluno-leitor.
Com isso podemos observar que a intenção é incluir a criança nesse
processo, o ensino não deve ser realizado de forma mecânica ou pautado somente
em boas estratégias é importante que haja o envolvimento do aluno, aprendiz de
forma afetiva e não só cognitiva. Ao professor, cabe a função de facilitar o processo
de construção de conhecimentos que a leitura requer do aprendiz.
Ainda é importante ressaltar que Solé quer salientar que o importante no
ensino da leitura não está somente na “explicitação” de como se trabalhará a leitura,
mas também como é importante o papel do professor nessa atividade.
Essas estratégias de leitura que permite que por meio dela produza-se novos
sentidos, mobilizam vários tipos de conhecimentos que temos armazenados na
memória. O processamento textual então, recorre a três sistemas de conhecimento,
são eles:
▪ Conhecimento lingüístico, que abarca o conhecimento gramatical e lexical
do individuo, compreende a organização do material lingüístico na superfície do
textual, que seria por exemplo os meios coesivos usados pelo individuo para retomar
um referente.
▪ Conhecimento enciclopédico ou de mundo, refere-se ao conhecimento geral
sobre o mundo, assim como os alusivos à vivências pessoais e eventos espacio-
temporalmente situados.
▪ Conhecimento interacional, este refere-se à forma de interação por meio da
linguagem e engloba outros conhecimentos, como:
- Ilocucional: que permite que o leitor conheça os objetivos ou propósitos
pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional;
- Comunicacional: Diz respeito a quantidade de informações necessárias,
seleção da variante lingüística adequada á situação de interação e adequação do
gênero á situação comunicatica;
-Metacomunicativo: através dele o locutor certifica a compreensão do texto
por parte de seu ouvinte e consegue que ele aceite os objetivos com que produz o

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que fala, para isso faz uso de várias ações lingüísticas como, sinais de articulação e
atividades de construção textual, a fim de obter a atenção do leitor;
- Supraestrutural: permite a identificação do texto como exemplares
adequados aos diversos eventos da vida social, diz respeito ao conhecimento de
gêneros e tipos textuais, bem como da ordenação textual em conexão com os
objetivos pretendidos.
O conjunto desses conhecimentos é determinado socioculturalmente e eles
são adquiridos conforme a vivência de circunstâncias que farão com que se haja de
uma maneira em particular em determinadas situações e atividades especificas.

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3 METODOLOGIA

A fim de verificar como as escolas públicas de Montes Claros têm


trabalhado o incentivo ao hábito de leitura elaboramos inicialmente um questionário
(Anexo...) que foi submetido a quinze professores de ensino fundamental de três
escolas distintas do município de Montes Claros, para termos noção de como se tem
desenvolvido tal trabalho. No mesmo questionamento indagamos aos alunos das
respectivas escolas e professores sobre o que eles pensam sobre a leitura e se
desempenham a prática de ler.
Em seguida, através da entrevista interpretativo-reflexiva confrontamos as
respostas obtidas com os questionários e procuramos estabelecer um perfil de como
tem se dado o trabalho com a leitura nessas escolas. Por meio da entrevista
procuramos não só analisar o trabalho do professor e da escola, mas como a forma
por eles utilizada influencia seu alunado.
Nesta pesquisa ao tratarmos o trabalho com a leitura desenvolvido pelo
professor, estamos buscando salientar que a postura assumida por esse profissional
a respeito do assinto diante de seus alunos pode colaborar positiva ou
negativamente para e desenvolvimento desse aluno como leitor ativo e crítico. A
intenção da pesquisa, não é então, avaliar a qualidade do trabalho desempenhado,
mas sim se tem sido feito algo que vise a dissiminação do incentivo a prática de
leitura nas escolas. As conclusões apresentadas fundamentam-se nas respostas
dos professores entrevistados às perguntas do questionário, contrastadas a
fundamentação teórica.
A delimitação da pesquisa as três escolas escolhidas se deve ao fato de
serem duas delas escolas referência na cidade de Montes Claros, das quais uma é
central e outra de periferia e a terceira é uma escola “comum”, de periferia. Desse
modo acreditamos que o trabalho por elas desempenhado pode servir de exemplo
para o que tem sido feito nas escolas do município. O período de campo da
pesquisa se deu de fevereiro a junho de 2009.

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3.1 EXPOSIÇÃO DA PESQUISA

Na primeira fase da pesquisa foram levantadas a fundamentação teórica da


mesma, em seguida, foram observados professores de três escolas publicas da
cidade de Montes Claros e aplicados a eles e aos seus alunos um questionário
indagando sobre o trabalho com a leitura. Os quinze professores observados
participaram (índice de participação 100%), respondendo às perguntas feitas, já
seus alunos, dos quinhentos e nove observados, obtemos respostas de
quatrocentos e vinte e cinco (índice de participação %).
O ensino de leitura apresenta grandes dificuldades para ser realizado,
pelos professores de Língua Portuguesa. Essa foi a primeira verificação que fizemos
ao pesquisarmos como tem sido desenvolvido o trabalho com a leitura e o incentivo
da mesma por parte da escola.
Para avaliar, então, as atividades elaboradas pelos professores
participantes da pesquisa, foram feitas observações de suas aulas. Partimos da
consideração que através da observação de suas aulas, estando cotidianamente
com o professor e seus alunos, poderíamos observar na prática como o trabalho
com leitura é desenvolvido entre eles. Uma vez que todos os professores
entrevistados declararam que a leitura faz parte de seu projeto de ensino, o que
significa que o trabalho com ela está presente em 100% das salas de aula que a
pesquisa abrange.
As respostas dadas a primeira pergunta do questionário nos permitem
relacionar os tipos de atividades pensadas e planejadas para o trabalho com a
leitura pelos professores. E quais delas eles concretizam com seus alunos.
Verificamos que as atividades mais aplicadas são as que dizem respeito a
oralidade, trabalham de forma a fazer com que os alunos leiam em sala de aula. E
assim são avaliados e ensinados entonação, procuram sanar dificuldades que
alguns alunos podem apresentar quanto a pronuncia de determinadas palavras ou
som. O que percebemos nesse tipo de atividade é que ela segue a primeira visão de
leitura, que a relaciona a decodificação de signos. Já que, através dela o professor
prioriza o articular das palavras e se na leitura oral os alunos obedecem os sinaos
de pontuação presentes no texto.

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O segundo grupo de atividades aplicadas, são atividades que procuram
despertar no aluno sua posição a respeito do texto que lê, ressaltando a propriedade
que a leitura tem de permitir que o leitor construa novos sentidos.
O terceiro grupo compreende atividades que buscam trabalhar um livro,
através delas os alunos podem descobrir novas temáticas para obra trabalhada,
uma vez que o trabalho é feito em grupo ou individual, mas sempre irá priorizar o
que os alunos inferiram da leitura feita.
Sobre este grupo de atividades é importante ressaltar que alguns
professores ao propô-las não enfocam a capacidade de o aluno entender certas
obras literárias ou texto. Eles não permitem que o aluno se depare com a novidade,
para eles a criança deve ser poupada de certos assuntos.
E o quarto grupo compreende atividades que buscam fazer com que os
alunos através das leituras propostas, produzam seus próprios textos ou que elaboe
textos semelhantes aos que leram.
Por meio das respostas dadas a segunda perguntas observamos que duas
(90%) das três escolas que foram analisadas procuram incentivar o hábito de leitura
de seus alunos e uma (10%) deixa o trabalho por responsabilidade do professor de
Língua Portuguesa.
As escolas que elaboram projetos de leitura apresentaram algumas
atividades em comum. Essas atividades são elaboradas com o propósito de
realmente fazer com que o maior número possível de alunos sejam envolvidos.
Através delas é possível se trabalhar não só questões educacionais, mas também
sociais. Uma vez que os alunos são instigados a produzir textos e outros tipos de
trabalhos sobre temas variados e atuais. E ainda se trabalha a coletividade e valores
importantes para a vida em sociedade, como a solidariedade.
A terceira pergunta nos possibilitou analisar o que o professor acha do
trabalho com a leitura. Para auxiliar na resposta a essa pergunta foram oferecidas
alternativas para que os professores indicassem as que considerassem em
consonância com seu pensamento. As alternativas marcadas pelos professores
seguem o seguinte modo de pensar sobre o ensino de leitura: nove dos professores
pesquisados, afirmam ser o trabalho com a leitura indispensável. Porém, quatro
deles declararam que é muito difícil elaborar tal trabalho nas escolas onde lecionam.
Dentre os pesquisados, quatro professores disseram que o trabalho com a leitura é
importante, mas que deve ser realizado de forma que esteja intrissicamente

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relacionado ao estudo da gramática normativa. Já dois dos professores declaram
que consideram o trabalho com a leitura importante, mas não essencial, eles
acreditam que não seja necessário dedicar um tempo apenas para esse trabalho,
mas que ele pode ser acoplado as demais atividades desenvolvidas em sala de
aula.
A quarta pergunta foi direcionada aos alunos, visando com o intuito de
analisar qual o pensamento deles sobre a leitura e se eles desenvolvem tal hábito.
As respostas dadas apresentam que:
▪% dos alunos que participaram da pesquisa consideram a ato de ler muito chato,
não gostam.
▪% dos alunos que participaram da pesquisa disseram que gostam de ler e
consideram o hábito importante em sua formação.
▪% não responderam a pergunta, preferiram não participar da pesquisa.
Ainda através da pergunta de numero quatro foi possível identificar a margem de
leitores existentes nas escolas, pois quando indagados se praticavam esse ato
obtivemos como resposta:
▪% sim
▪% não
Com a quinta pergunta obtemos os seguintes respostas dos professores:
A escola 1 possui uma biblioteca que atende na medida do possível seus alunos e
professores. E é desenvolvido na escola pelo menos dois projetos anuais
priorizando e incentivando a leitura.
A escola 2 possui uma boa biblioteca segundo os professores, mas eles gostariam
que a mesma tivesse um acervo maior.Nessa escola desenvolve-se em média dois
projetos sobre leitura anualmente.
A escola 3 possui uma biblioteca bem equipada, com um acervo bem diversificado.
Na escola é desenvolvido anualmente três projetos de incentivo e trabalho com
leitura.

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APOIO AO TEXTO

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23
CONCLUSÃO

Com base nas respostas obtidas com o questionário aplicado aos professores e
alunos, podemos afirmar que o trabalho com a leitura ainda que seja uma das
atividades desenvolvidas nas escolas e professores pesquisados, não é feito de
maneira a alcançar as necessidades de seus alunos de forma integral, ainda
apresenta muitas dificuldades em seu desenvolvimento.
Apesar de terem listado várias atividades para serem desenvolvidas em sala de
aula, os professores não conseguem obter a participação de todos os alunos.
É perceptível também que muitas vezes o trabalho com leitura é tratado como
responsabilidade principal do professor de Língua Portuguesa, o que dificulta mais o
alcance de êxito.
Como parte da metodologia empregada nesta pesquisa, a realização de
observações de salas de aula nos permitiu perceber que embora alguns dos
professores tenham declarado que consideram o trabalho com a leitura
indispensável, o que se percebe é que ainda entre esses professores existem
aqueles que apresentam contradições entre as práticas sócias de leitura e as
práticas pedagógicas por eles desenvolvidas. O que percebemos é que ainda que
eles ressaltem aos alunos a importância do hábito de ler, poucos são os que podem
servir como leitor modelo para os alunos.
A escola também nem sempre da o apoio devido para que se desempenhe um bom
trabalho, muitas vezes fica por conta dos professores a iniciativa. Outro aspecto que
dificulta o trabalho com a leitura nas escolas é o fato de na maioria das vezes as
bibliotecas escolares não corresponderem às necessidades do seu público. As
vezes mesmo tendo a biblioteca, seu acervo é insuficiente ou mesmo o horário de
atendimento não é condizente com o tempo disponível dos alunos e professores. E
ainda existe o problema de nem sempre terem bibliotecários capacitados para
auxiliar no ensino da leitura.
O professor algumas vezes também tem como fator prejudicial ao trabalho que
pretende desenvolver a falta de teorias que o auxiliem, ainda que tenha boas idéias
e vontade para realizar o trabalho com a leitura, nem sempre o professor tem
respaldo teórico, um dos motivos para ocorrência disso é o fato de nem todos
estarem se especializando e atualizando.

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Por considerarmos que o trabalho com leitura apresenta diversas dificuldades,
acreditamos que seja de suma importância explicá-lo e desenvolver estratégias que
o auxiliem a despertar o aluno como leitor, que consiga inclusive alcançar sua
autonomia leitora competente. E para que isso ocorra é preciso que o trabalho com
a leitura seja realizado de forma contextualizada que permita que o aluno aprendiz
de leitor desde o principio entenda a leitura como uma atividade social que se faz
presente também em seu dia-a-dia. Isso permite a leitura atuar como uma maneira
de modificar o indivíduo e sua forma de agir na sociedade.
Mas é importante ressaltar que muitas vezes esse trabalho que visa o aprendizado
da leitura pelos alunos depende da postura que o professor assume para lidar com o
mesmo, uma vez que é o professor o principal modelo de leitor adulto que o aluno
tem. Isso nos leva a perceber que alguns professores precisam aderir a novas
concepções sobre o ensino dessa atividade.
A observação dos resultados obtidos com o questionário aplicado na pesquisa
e baseando na fundamentação teórica adotada permitiu-nos concluir que a principio
os professores e alunos apresentaram certa resistência em participar e serem alvo
da pesquisa. Mas isso foi se modificando aos poucos, quando lhes ia ficando mais
clara a natureza do trabalho e também pelo contato que mantivemos durante o
período destinado à observação.
As questões propostas para que eles respondessem no questionário
contribuíram para que melhor compreendêssemos os trabalhos realizados nas
escolas pesquisadas, uma vez que assim tivemos acesso ao pensamento de cada
um dos participantes e ainda nos permitiu melhor utilizar o tempo.
Ainda a partir da teoria utilizada e da pesquisa de campo

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO

1. Como é trabalhada a leitura em sala de aula?


2. A escola prioriza o incentivo à leitura? Desenvolve projetos com esse fim?
3. O que você, enquanto professor pensa sobre o trabalho com a leitura?
4. Você, aluno, o que pensa sobre a leitura. O hábito de ler é praticado por
você?
5. A escola possui uma biblioteca que supra, ou pelo menos esteja equipada
com livros para auxilio do trabalho que o professor possa desenvolver com
seus alunos?

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ANEXOS

Respostas:

Professora “A”, da escola “2”:

1. Normalmente trabalho com textos do livro didático, faço leitura ou quando


eles (os alunos) querem participar peço que leiam o texto. Em seguida peço pra
fazerem as atividades sobre o texto que tem no livro.

2. Aqui é muito difícil fazer qualquer projeto, os alunos são muito


desinteressados, não participam. Mas a gente até que tenta.

3. Penso que é muito importante, os alunos podem viajar através dela e


conhecer lugares que provavelmente não irão realmente, além de ser uma boa ajuda
pra ajuda-los a melhorar o vocabulário.

4. “Ah! Acho isso uma chatura. Esse negócio de ficar lendo é muito ruim”.
(Aluno “A”, 6ª serie, escola 2).

“Sei que é importante, nas propagandas de TV e na escola falam isso. Mas


não leio muito não.” ( Aluno “b” 6ª serie).

“Acho muito bom ler. Gosto de ler livros de aventura, suspense, esses que
meche com a imaginação da gente.” ( Aluno “C”, 6ª serie)

“Ler pode até ser importante, mas ainda não descobri que eu gosto de ler.”
(Aluno “D”, 6ª serie).

5. “A biblioteca é boa, mas poderia ter mais exemplares de livros de literatura,


ela tem mais livros para alunos de ensino médio”.

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