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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DOCÊNCIA EM LETRAS E PRÁTICAS


PEDAGÓGICAS

Claudia Barbosa Ferreira Santos

A RELEVÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICO-


REFLEXIVOS

Olindina-Ba
2022
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CLAUDIA BARBOSA FERREIRA SANTOS

A RELEVÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS


CRÍTICO-REFLEXIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso sob a forma de


Artigo Científico apresentado à Faculdade Anísio
Teixeira (FAT) como requisito parcial obrigatório para
a conclusão do curso de Pós-graduação Lato Sensu
em Docência em Letras e Práticas Pedagógicas.

Olindina-Ba
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2022

A RELEVÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICO-


REFLEXIVOS

Claudia Barbosa Ferreira Santos1

RESUMO:
O artigo foi elaborado através de pesquisas e levantamentos em materiais
bibliográficos, livros, teses, sites e arquivos. com a finalidade de analisar as variadas
práticas de leitura geradoras de desenvolvimento da compreensão discente sobre o
que lê. Preocupou-se, também, com a função da escola que precisa ajudar o
aprendiz a se tornar um leitor autônomo, ativo, com liberdade de escolha em relação
ao que quer ler. Nesse sentido, no que diz respeito ao processo de ensino-
aprendizagem, acredita-se que a principal mudança deve ocorrer no modo como os
professores entendem o trabalho com textos e na forma como a prática da leitura
deve ser desenvolvida em sala de aula, a qual deve contemplar práticas mais
dinâmicas e motivadoras.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Formação. Crítico-social.

Nota-se que o processo de leitura aplicado nas instituições é de suma


importância para a ascensão formativa do leitor, e com isso há o soerguimento de
fatores vigentes no desenvolvimento crítico de forma mecanizada da memória,
assim como em destaque baseia-se na importância do ato de ler, cujos objetivos é
restaurar as suas consequências de sua prática tradicional gerada pelo indivíduo
que tem domínio sobre ela.

Portanto, a praticidade desse processo do letramento gera fatores instigantes


para o leitor, sendo dos quais: o aperfeiçoamento linguístico, a escrita mais
sofisticada, a interação mais contundente na evolução comunicativa, que desta
forma é mais valia da leitura dentro do espaço escolar.

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Graduada em Pedagogia e Letras, Universidade Estadual Vale do Acaraú / Universidade Federal da
Paraíba. Professora da Educação Básica. Atuando no Ensino Fundamental e Médio.
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Para superar qualquer caracterização simplista que coloca o ato de


ler como mera interação receptor-mensagem, busca-se na
fenomenologia algumas descrições que permitem a reflexão mais
profunda sobre a questão.[...]tentar-se ultrapassar os limites de como
(facilmente conseguido em manuais de comunicação ou de leitura),
para se chegar ao horizonte do porquês. (SILVA,2005,p.71)

Processualmente, a leitura se baseia na construção do conhecimento


individualizado do ser humano, dado que este não veicula apenas palavras ou uma
imagem interpretada em um contexto, pois o trajeto ledor se aperfeiçoa nas
experiências que o leitor constrói durante a trajetória vital, o que consequentemente
gera a ideia de que a interação letrada é diversa para cada componente que se
aventura no sentido real da leitura.

Neste sentido, o estímulo à leitura aos aprendizes é de suma importância


para a construção do aprendizado, visto que desperta conscientização e
aprimoramento para a reflexão na construção da escrita, junto à influência na
comunicação leitora disseminada pelo hábito da leitura, pois o letramento é o objeto
para a construção de alfabetizados, um primordial instrumento de formação de
leitores, dado que enseja ao discente o despertar da prática, na qual há o
aprimoramento comunicativo, cognitivo ou interacional, que pressupõe a importância
do ato de ler para a civilização humana.

Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as variadas práticas de


leitura geradoras de desenvolvimento da compreensão discente sobre o que lê, a
partir das relações estabelecidas entre o texto e os seus conhecimentos de mundo,
visto que ler é atribuir sentidos, pois, na realização de uma análise, o leitor tem a
capacidade de refletir, criticar e saber como usá-lo em sua vida.

O referente trabalho desenvolve-se a partir da necessidade que o aluno tem


com a prática da leitura, por isso pensa-se no tema de modo crítico-reflexivo para
enxergar a formação leitora, no qual se leva em consideração a opinião de alguns
autores, e assim há o aprimoramento das ideias expostas, junto ao debate sobre o
processo ledor.
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Sabe-se que o Brasil demonstra dificuldades em relação à educação de


qualidade, de certa forma, influência na construção e desenvolvimento de jovens
iniciantes do mundo da leitura, visto que a associação entre ler e escrever é uma
combinação perfeita no processo de aprendizado, o que ressalta que o ensino das
regras gramaticais(por exemplo) favorece o entendimento do leitor ao se deparar
com uma análise fácil, como também por aquela apresentada com características
mais robustas de interpretação e, nesta consoante de reflexão sobre a sintaxe do
ato de ler, na qual este constitui componentes variados como os conhecimentos
lexicais, linguísticos e de mundo, visto que tudo isso torna compreensível aos olhos
do leitor.

A LEITURA NO SOERGUIMENTO CRÍTICO DO CIDADÃO

O ato de ler faz com que o indivíduo tenha respostas para o cotidiano e para o
que acontece, pois, quando lê, a pessoa agrega uma nova opinião sobre a temática
e, desta forma, se há incentivo à leitura, com certeza um adulto questionador e
crítico será erguido no meio social; assim, o cidadão que não lê não têm base
literária e experiência para a formação de opinião sobre determinados assuntos.

A leitura é uma parte fundamental para a vida em sociedade, pois ler


ultrapassa a decodificação ou reconhecimento de letras ou formação de palavras,
mas sim um sentido apurado às palavras e uma aplicação que nos ensina a leitura
da arte de viver, para que assim se agregue conhecimento. Ela ergue a descoberta
de um mundo novo e fascinante e, para tanto, a apresentação dela importa de forma
atrativa, para que o aluno cultive uma visão prazerosa a respeito, de modo que seja
um gosto e um hábito que acrescente inferências.

Uma nova concepção de leitura pressupõe o outro, os outros. Há um


componente social no ato de ler. Lemos para nos conectarmos ao
outro que escreveu o texto, para saber o que ele quis dizer, o que
quis significar. Mas lemos também para responder às nossas
perguntas, aos nossos objetivos. Nas aulas tradicionais de leitura, o
aluno lê por ler, ou para responder perguntas que o professor saber
que o leu. Em situações sociais, em nossa vida cotidiana, no entanto,
lemos para buscar respostas para nossas perguntas.(RANGEL &
ROJO, 2010, p.87)
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Cabe à escola, sob o domínio do professor, a propícia inserção da leitura na


vida do aluno, que já é inserido no mundo cotidiano. Nota-se o quanto ela tem o dom
do desenvolvimento da capacidade intelectual e crítica das pessoas; por isso, há a
importância da inserção leitora no meio externo e no dia a dia de cada ser humano,
pois, na luta por um mundo melhor, faz-se necessário que se integre uma política de
incentivo à leitura e a inclusão de novos leitores à educação.

A apresentação de um livro que estimule o ato de ler por prazer e,


consequentemente, a partir daí, elenca-se diversas vantagens, visto que o
imaginário dá a possibilidade de respostas para dúvidas em relação a milhares de
questões sobre a vida, pois possibilita o surgimento de novas ideias e o despertar da
curiosidade do leitor, bem como faz com que ele queira mais e não contente com o
básico.

O ensino e a promoção da leitura, compreendida como algo mais que


a alfabetização, tem mobilizado atenção e esforços de diversas
forças sociais, entre educadores, agentes sociais, lideranças
políticas. Assume-se francamente que a capacidade de ler e a
prática da leitura teriam implicações importantes na participação
social dos indivíduos, contribuindo decididamente para sua maior
produtividade, intervenção política e social, organização da vida
prática, etc.(SOUZA, 2009,p.187)

Percebe-se o quanto a ação leitora permite a construção da linguagem,


oralidade, valores, sentimentos ou concepções que o aluno acolhe e leva para a
vida. O gostar de ler é construção em um processo tantas vezes individual e social
ao mesmo tempo, pois a escuta de histórias também auxilia, o que fortifica a ideia de
que a leitura é fundamental e necessária para a criação de um indivíduo crítico, apto
à discussão de pontos de vista, bem como tal ação vai além de entretenimento ou
uso acadêmico, visto que oferece ao leitor uma visão ampla do mundo, onde o
sujeito contextualiza suas próprias experiências com o texto lido.
Assim, infere-se o quanto a leitura é fundamental e necessária para a
interpretação pessoal, preparo da carga intelectual e acrescenta muito à bagagem
literária. Ter uma leitura efetiva é mergulhar nas entrelinhas e agregar raciocínios
que somente uma leitura factual oferece, pois o hábito não se traz hereditariamente;
por isso, cabe à escola, junto à equipe docente, o estímulo a tal prática promotora de
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sabedoria, inspiração, conhecimento e inspiração, dado que a ação leitora se


legitima quando se faz presente em todo ciclo da vida escolar do discente.

INTERAÇÃO COM OS EDUCANDOS SOBRE O ATO DE LER.

Observa-se que há inúmeras estratégias de leitura e delas se alcança um


melhor aproveitamento do aluno, levando-o à tomada de pensamentos sobre o
objeto lido, visto que delimita o espaço do ensino, como também acrescenta a
restrição de cada método para níveis diferentes de escolaridade. Pois, uma boa
metodologia de leitura agrega um rendimento positivo do aluno, pois o leva ao
melhor entendimento da leitura e os seus meios de aprender, porque, a partir do
momento que a criança se insere no universo ledor, põe-se sentido à vida, dado que
a literatura proporciona o entendimento das ciências, e faz com que o indivíduo crie
o hábito de refletir, eleva uma evolução interior, no pensar e no viver.

[...] é fundamental que as políticas de incentivo à leitura se descolem


da mera organização de feiras ou da criação de bibliotecas e salas
de leitura. O mais urgente é investir em material humano, com a
formação de mediadores e bibliotecários capazes de semear o
prazer da leitura por todo o país. Mediadores são os instrumentos
mais eficientes para fazer da leitura uma prática social mais difundida
e aproveitada. (LINARD; LIMA, 2008, p.09)

Buscando evidências na real fundamentação utilitária da leitura, tendo ela


princípios em salas de aula, infere-se o quanto tal prática agrega um enriquecimento
cultural, bem como sua ação no contexto social através do construir criativo desperta
novos horizontes onde o aprender é prazeroso, pois envolve por parte do discente
uma "imaginação poética" na construção de personagens, lugares, fantasias ou
percepções na construção de significados geradores de prazer e diversão em um
ato tão simples e eficaz de produção ou leituras propriamente ditas.

Tem-se que tornar um hábito diário, fazendo com que desde pequenos a
criança tenha um livro em mãos, um gibi, uma revista, um jornal, enfim um texto que
lhe seja prazeroso e que proporcione uma visão melhor, mais real da sociedade que
lhe cerca, para que assim não somente possua uma consciência crítica, mas crítica
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e construtivista, com embasamento, solidez nos atos e nas atitudes, e tal firmeza
intelectual se ergue aliada à literatura.

Há um desinteresse pelo hábito de ler, que é uma dificuldade nacional, e uma


boa raiz da problemática reside no trabalho com tal ferramenta de conhecimento, de
modo coercivo, sendo que será avaliado pela concretização desse fato. A
intervenção de segmentos sociais no processo de aperfeiçoamento cultural vem
desenvolvendo-se de alguns anos para cá, a passos lentos, a partir de incentivos à
leitura, seja através de capacitações de leitores ou em apoios a escritores, criação
de acervos bibliográficos, incentivo a novas pesquisas, bem como se nota a
mobilização e iniciativas à formação de disseminadores de leitura, institucionais ou
não onde a ideia é reverter este quadro sócio-cultural nacional.

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior


leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquela.
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão
do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção
das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE, 2003, p.13)

Ao discorrer sobre leitura entendemos não à decifração de escrita


unicamente, mas o puro e simples ato de ler ou compreender, assim também a sua
analogia com o revelar peculiar, corriqueiro e diferente entre os indivíduos, grupos
sociais e as várias culturas; o estímulo tanto a fábula como a conscientização da
realidade, harmonizando informações para um caráter crítico, assinalando
alternativas.

O ato simples de ler encontra-se amplamente intricado ao educando


e prioriza principalmente a construção e interpretação de textos, à
pesquisa e elaboração de personagens em seu mundo, à criação de
contos, poesias, histórias diversas do cotidiano familiar, escolar, etc.
Utilizando-se de materiais diversos disponíveis à construção teatral,
temas alternativos em inúmeros ambientes, como o escolar, familiar,
com ou sem fundamentação teórica, de livros, gibis, revistas, textos
diversos. (SOLÉ, 1998, p.21)

A leitura é um processo de interação entre leitor e texto, configurando-se um


meio de aquisição do que se passa ao redor do homem; portanto, tem dimensão
social e cultural; provoca, enriquece e encaminha a reflexão. A formação psicológica
dos professores não se limita aos livros, visto que há a importância de uma
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referência perpétua nas experiências pedagógicas que propriamente há a


realização.

Posteriormente, com interesses a sistematização destes fatos colhidos e a


partir de várias análises levanta-se à formação do educando; assim sendo, orienta-
se que a prática docente se estruture na preocupação com o público e a adequação
de textos à sua idade, junto às intenções reais da leitura na vida pessoal e
estudantil; a preocupação com o educador, relacionando conhecimentos à prática
docente e seus próprios gostos literários, o que possibilita assim uma melhor visão
dos fatos, e um melhor entendimento dos assuntos abordados em sala de aula.

Sendo que o resultado esperado seja o melhor possível, precisa-se propiciar


melhores condições para a conscientização dos educandos sobre o papel da leitura
no desenvolvimento de um sujeito mais crítico para uma sociedade econômica e
socialmente mais justa, visto que a comunidade escolar fomenta espaços de leitura
e articula a mesma de forma dinâmica em determinado momento em que se
apresente um leque maior de estímulo, no qual se discuta assuntos de interesse dos
educandos, olvidando sempre melhorar competências para a distinção de textos, e,
consequentemente, temas instigantes, fomentando assim experiências novas e
capacidade intricadas ao estudo e ao desenvolvimento vital.

Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral
e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias
próximas das suas, nas conversas com amigos.[...] é nos livros que
temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, conhecer
outras épocas e outros lugares-- e, com eles abrir a cabeça. Por isso,
incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no
mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela
sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre
todos e o respeito à diversidade.(GROSSI,2008,p.03)

É necessária a desenvoltura de técnicas de compreensão para com a


interpretação de divergentes gêneros textuais escritos em discrepantes modalidades
da língua, sendo que aconteça a devida semântica dos signos linguísticos, junto ao
estabelecimento de relações com o texto escrito ou lido. Há um desinteresse pelo
hábito de ler, que é uma dificuldade nacional, e uma boa raiz da problemática reside
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no trabalho com tal ferramenta de conhecimento, de modo coercivo, sendo que será
avaliado pela concretização desse fato.

A intervenção de segmentos sociais no processo de aperfeiçoamento cultural


vem desenvolvendo-se de alguns anos para cá, a passos lentos, a partir de
incentivos à leitura, seja através de capacitações de leitores ou em apoios a
escritores, criação de acervos bibliográficos, incentivo a novas pesquisas, bem como
se nota a mobilização e iniciativas à formação de disseminadores de leitura,
institucionais ou não onde a ideia é reverter este quadro sócio-cultural nacional.

Ao discorrer sobre leitura entendemos não à decifração de escrita


unicamente, mas o puro e simples ato de ler ou compreender, assim também a sua
analogia com o revelar peculiar, corriqueiro e diferente entre os indivíduos, grupos
sociais e as várias culturas; o estímulo tanto a fábula como a conscientização da
realidade, harmonizando informações para um caráter crítico, assinalando
alternativas. Muitas vezes, a instituição escolar sugestiona e privilegia um modo de
leitura mecânica, desconsiderando toda a existência do sujeito enquanto um
indivíduo ledor e, posteriormente, o livro didático vem quase ininterruptamente
confinando o conhecimento do discente, o que faz com que ele pense as opiniões lá
aportadas, seja uma verdade ou não.
A leitura não possui o poder de mudar as coisas, como em um estalar de
dedos, nem mesmo de rever situações de pobreza ou ignorância já muito enraizada,
bem como não acaba com a crise social de nosso país, mas agrega um forte auxílio
na procura de novas e quem sabe de velhas soluções para os inúmeros problemas
avassaladores do meio social, acredita-se que tão somente através da educação se
almeje degraus mais altos, e no perpasso dos primeiros pontos há o simples ato de
entender o que se escreve.

Há um componente social no ato de ler. Lemos para nos


conectarmos ao outro que escreveu o texto, para saber o que ele
quis dizer, o que quis significar. Mas lemos também para responder
às nossas perguntas, aos nossos objetivos. (RANGEL & ROJO,
2010. p. 87)

Em consoante, compreende-se que a leitura tem uma espécie de transformar


o ser socialmente na forma de pensar e de organizar suas ideias. É lendo que se
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tem a resposta para todas as perguntas não apenas para responder a questionários
dos professores. Como diz Paulo Freire: “A leitura do mundo precede a leitura da
palavra” FREIRE, (2003, p. 13). Sobre isso, é válido dizer que o aprimoramento da
leitura pressupõe um leque de conhecimentos que reflete nas situações cotidianas.
Sem contar no benefício instigante que causa ao indivíduo, pois é a leitura contribui
para a realização da aprendizagem, o enriquecimento do vocabulário, e ainda torna
o ser compreensivo e crítico ao ponto de manifestar suas opiniões ao longo da vida.

Na leitura, não age apenas decodificando, isto é, juntando letras,


sílabas, palavras, frases, porque ler é muito mais do que apenas
decodificar. Ler é atribuir sentidos. E, ao compreender o texto como
um todo coerente, o leitor pode ser capaz de refletir sobre ele, de
criticá-lo, de saber como usá-lo em sua vida. (RANGEL & ROJO,
2010, p. 86).

Neste sentido, constata-se que a leitura deve ter um significado para o leitor,
ela engloba um conjunto de conhecimentos relevantes para a compreensão do texto
e do mundo. De tal forma, que quando não existe leitura o indivíduo não tem
palavras para se expressar, expor suas ideias. Contudo, isso acontece quando só
existe o processo de decodificação, deixando-o sem contexto, sem lexo, sem
comunicação.
Os autores relatam ainda, que “Não adianta mandar o aluno ler dizendo-lhe:
“Leia porque a informação está aí”. Muito menos adianta mandar abrir o livro didático
e copiar o texto que lá está” RANGEL e ROJO, (2010, p. 86). Agindo assim, não
favorece o entendimento do texto, a leitura deve fluir junto com um mundo cheio de
desejos e vontades por parte do leitor. Segundo os autores a realização de cópias
desenvolve apenas atividades motoras.

Compartilhar um texto ou um tema abordado para escrever um artigo ou uma


redação é bem mais contagiante para a realizar a produção e até mesmo para
desenvolver a aprendizagem, pois, quando se escuta a opinião de outras pessoas,
poder dialogar sobre o assunto em discussão é mais prazeroso para o leitor, sendo
do qual é apontado o modo reflexivo de conseguir demostrar a realidade do hábito
de ler. Castle aponta que:
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Leio para meus filhos não em função das aulas sobre a segunda
infância da faculdade (não as tive), ou porque o pediatra tenha nos
recomendado isso (ele não o fez), mas porque meu pai lia para mim.
Portanto, quando chegou minha vez, eu sabia que havia uma tocha a
ser passada de uma geração para outra. (CASTLE, 2005, p. 20).

Diante de tal situação, a leitura feita em voz alta influencia mais as pessoas a
terem um prazer maior pelo ato de ler, e ainda, auxilia o aluno para que leia com
fluência, sem gaguejar. É um comportamento social que deve ser passado de
geração a geração e que os mediadores devem usar em sala de aula. “Leia em voz
alta na turma; coloque os alunos para lerem uns para os outros, porque os próprios
alunos são muito exigentes, mas são solidários e se ajudam mutuamente quando
estimulados”. RANGEL & ROJO, (2010, p. 99) Segundo eles, a leitura em voz alta é
boa mais o aluno não pode ser pego de surpresa. Ele tem de ter um tempo para
preparar a leitura, ou seja, deve ser planejada.
É essencial para o sucesso com o trabalho da leitura em sala de aula, a
utilização de um universo textual amplo e diversificado, fazendo-se necessário que o
aluno entre em contato com os vários tipos de textos que circulam socialmente, para
adquirir autonomia e escolher o tipo de texto que mais se encaixa com o seu gosto
ou com as suas necessidades. Por isso, é importante proporcionar para os alunos
diversificadas situações nas quais a leitura esteja em foco, pois se aprende ler lendo
e a interpretar o que leu interpretando. No entanto, para se formar um leitor crítico o
mais coerente é propor para o estudante leitura crítica. As estratégias de leitura,
envolvem vários tipos de conhecimentos e várias habilidades do leitor ao manusear
o texto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Nota-se que para pensar no quesito "leitura", faz-se necessária a
reorganização dos espaços em sala de aula, para que assim haja interação do aluno
com o mundo real, social ou afetivo, garantindo-lhe vivências; qualidade de troca de
pontos de vista; opiniões e dando ênfase à tomada de decisões, gerando a propícia
autonomia, que é muito importante e decisiva para a formação de um homem, um
sujeito social engajado com as questões peculiares a si e aos que lhe cercam,
dentro de uma nova sociedade e de novos e velhos conceitos.
Vale ressaltar que um tema tão abrangente como a leitura necessita de uma
pesquisa ainda mais aprofundada, visto que há vários tipos e que, eficazmente,
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conduz toda a nossa caminhada humana, pois norteia diversas atividades diárias do
indivíduo, para que aconteça um erguimento formativo do ser crítico e reflexivo.
Com o crescimento acelerado das novas tecnologias de comunicação e
informação, faz-se cada vez mais necessária a formação de leitores críticos que
sejam capazes de ler e compreender o que leem, para que possam compreender
melhor o mundo e sua própria realidade. É preciso, também, preocuparmo-nos com
a formação do professor no que compete a leitura crítica, por entender-se que
muitos desses profissionais não gostam de ler e/ou não cultivam este hábito e por
isso não desenvolvem práticas de leituras eficientes em suas salas de aulas.
Com os procedimentos mencionados anteriormente, queremos contribuir para
a formação de leitores críticos, sensibilizando os educandos de que essa formação
depende de uma prática de interpretação de textos, de uma constante atividade de
leitura.
É imprescindível argumentar que para se realizar um trabalho significativo
com a leitura o qual possa resultar em um leitor crítico, é preciso se desprender de
atividades de reprodução que visam tão somente fazer o aluno-leitor passar os olhos
sobre o texto, decodificando as palavras e se prendendo a superficialidade do
escrito. Portanto, formar o leitor crítico é uma necessidade de se construir cidadãos
também críticos, para lutarem por seus espaços na sociedade e no mercado de
trabalho, sendo autônomos e realizando seus ofícios com eficiência.

REFERÊNCIAS

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O Ato de Ler: Fundamentos Psicológicos para uma
Nova Pedagogia da Leitura. 10.ed. São Paulo: Cortez, 2005.

RANGEL, E. O.; ROJO, R. H. R. Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da


Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010

SOUZA, Renata Junqueira de. Biblioteca Escolar e Práticas Educativas: O


Mediador em Formação. Campinas: Mercado das Letras, 2009.
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LINARD, Fred; LIMA, Eduardo. O X da questão. Nova Escola, São Paulo, SP, n° 18,
abr. 2008.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São


Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GROSSI, Gabriel Pillar. Leitura e sustentabilidade. Nova Escola, São Paulo, SP,
2008.

CASTLE, Marieta. Ler e reler o mundo – Pátio, revista pedagógica. ArtMed.


Fev/abril – 2005.

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