Você está na página 1de 27

UOL - O melhor conteúdo

Monografias Brasil Escola

HOME EDUCAÇÃO DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA

EDUCAÇÃO Abordagem sobre as dificuldades demonstradas por alunos na aprendizagem da leitura e


escrita

ÍNDICE

1. RESUMO

2. INTRODUÇÃO

3. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA

4. A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO BRASIL

4.1 Dificuldades na leitura

4.2 Dificuldades na escrita

5. A CONTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES

6. A RELEVÂNCIA DA LEITURA NA SOCIEDADE

7. AÇÕES DOS PROFESSORES COM OBJETIVO DE FACILITAR O APRENDIZADO DA LEITURA E ESCRITA

8. CONCLUSÃO

9. REFERÊNCIAS

1. RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso aborda as dificuldades de aprendizagem demonstradas por alunos
no que diz respeito a escrita e a leitura. A pesquisa demonstra os obstáculos enfrentados pelos
professores durante o processo de ensino por meio de uma pesquisa bibliográfica, de caráter
qualitativa, onde serão analisadas publicações virtuais e físicas acerca do assunto para fundamentar as
ideias aqui apresentadas. O primeiro capítulo é o responsável por esclarecer a importância da leitura e
escrita, enquanto o segundo capítulo adentra de fato no tema e aborda os problemas presentes dentro
de sala de aula durante o processo de aprendizagem da escrita e leitura. Durante o desenvolvimento do
trabalho, foi abordado também a contribuição dos professores para com seus alunos nesse período
onde o aprendizado em diversas áreas é muito importante, e por fim, serão apresentadas algumas das
estratégias que os professores podem utilizar para facilitar o aprendizado da leitura e escrita.
Palavras-chave: Dificuldade. Leitura. Escrita.

2. INTRODUÇÃO

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

O presente trabalho procura mostrar os possíveis problemas que podem interferir no processo de
aprendizagem de leitura e escrita nos anos iniciais do ensino fundamental, haja vista, que muitas
crianças apresentam tais dificuldades. Nota-se que os pais e os profissionais da educação, muito das
vezes, não sabem lidar com estas situações.

A dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita pode estar ligada com disfunções neurológicas como
a dislexia, que pode acarretar lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração, troca de letras
com sons ou grafias parecidas, entre outros problemas. Insta salientar que a dificuldade de
aprendizagem de leitura e escrita pode estar também ligada a fatores externos no ambiente escolar,
como: sala de aula com muitos alunos, a metodologia de ensino usada pelos professores, a falta de
políticas públicas que promovam a formação continuada de professores, tornando o processo de ensino
aprendizagem muito das vezes obsoleto.

Outro fator que pode atrapalhar o processo de aprendizagem de leitura e de escrita é o ambiente
familiar, tendo em vista que os filhos se espelham em seus pais, sendo assim, um ambiente familiar
conturbado pode atrapalhar substancialmente o referido processo, uma vez que pais que não
apresentam interesse em acompanhar o estudo dos filhos de certa forma também desmotivam os
mesmos.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

A aprendizagem, a leitura e a escrita são processos sistemáticos, construídos diariamente no meio


social. (FERREIRO, 1996). Destarte, devemos levar em consideração que tal processo está
intrinsecamente relacionado com o convívio social e familiar, que envolve o relacionamento entre os
pares, construindo paulatinamente a alfabetização.
Martins (1994) assinala que “aprendemos a ler lendo”, mas este ato se relaciona de forma
contextualizada, usando a interdisciplinaridade entre prática e ludicidade. A autora enfatiza que os pais
possuem um papel fundamental no processo de aprendizagem de leitura e escrita, haja vista que o
diálogo auxilia no aprendizado. Rodrigues (2003), por sua vez, enfatiza a importância da família no
processo de aprendizagem de leitura e escrita, tendo em vista que o interesse dos pais ajuda o
progresso escolar dos filhos.

Como objetivo principal, o presente trabalho busca demonstrar como se dá a dificuldade de


aprendizagem da escrita e da leitura nos alunos dos anos escolares iniciais, bem como demonstrar qual
a importância desses dois fatores na vida dos indivíduos, independentemente de sua idade.

E como objetivos específicos, o presente trabalho se propõe a:

Demonstrar como acontece o problema da dificuldade de aprendizagem nas escolas brasileiras no que
diz respeito à leitura e escrita;

Apresentar qual a contribuição dos professores no processo de aprendizagem;

Esclarecer qual a importância da leitura e da escrita na vida das pessoas;

Abordar quais estratégias podem ser utilizadas pelos professores para superarem as dificuldades
enfrentadas por seus alunos no que diz respeito à leitura e à escrita.

Visando atender aos objetivos elencados anteriormente, a realização desde trabalho baseou-se em
pesquisa bibliográfica exploratória de abordagem qualitativa que, segundo Severino (2002), exige do
pesquisador reflexão pessoal autônoma, crítica e rigorosa. Nesta perspectiva, o investigador se envolve
de uma forma que o objeto a ser investigado passe a fazer parte de sua vida. Em relação às fontes de
papel utilizadas, a pesquisa bibliográfica é, segundo entendimento de Alves (2003), aquela desenvolvida
exclusivamente a partir de fontes já elaboradas livros, artigos científicos publicações periódicas, as
chamadas fontes de “papel”. Tem, assim, como vantagem, cobrir uma ampla gama de fenômenos que o
pesquisador não poderia contemplar diretamente.

Dentro das ideologias que norteiam os pensamentos dos vários autores citados, foi possível realizar uma
pesquisa significativa/ qualitativa. A produção deste trabalho possibilitou–me conhecimentos
aprofundados a respeito do tema abordado (leitura e escrita), por meio do qual muitos
questionamentos em relação ao tema foram esclarecidos nesta pesquisa qualitativa, através da
investigação e da reflexão.
A dificuldade de aprendizagem, de leitura e escrita é um problema enfrentado por muitos alunos que
frequentam as escolas públicas e privada no Brasil, e tais dificuldades, comprometem de forma
significativa a trajetória estudantil. E nesse sentido, visando trazer um aprofundamento a essa temática
com possíveis caminhos para solução desse problema no ensino fundamental, utilizaremos autores
especialistas no assunto, como García (1998), Fernández (1990), Fonseca (1984), Cruz (2009),
Ajuriaguerra e Grajan (1995).

Para melhor compreensão didática do tema aqui analisado, o presente trabalho se dividirá em capítulos.

O primeiro capítulo é responsável por abordar a importância da leitura e escrita na vida dos indivíduos,
uma vez que, através desses dois elementos, é que se torna possível o exercício da cidadania.

Já o segundo capítulo trata, de fato, do problema da dificuldade de aprendizagem no Brasil, analisando


problemas para o aprendizado da leitura e da escrita, bem como as consequências dessas deficiências
na vida dos indivíduos.

O terceiro capítulo aborda a contribuição dos professores para o aprendizado dos alunos.

E o quarto capítulo trata da importância da leitura na sociedade, fazendo uma breve contextualização
histórica do uso da escrita e leitura através das civilizações.

O quinto e último capítulo aborda, de maneira breve, algumas estratégias que os professores podem
utilizar durante as aulas para facilitar o aprendizado da leitura e escrita pelos alunos.

3. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA

De acordo com a perspectiva tradicional, o ato de ler se referia apenas a decifrar códigos. Entretanto, a
ótica moderna trata a leitura como uma forma de interação entre o leitor e o texto, sendo que através
do qual, o leitor busca atingir os objetivos pelos quais está lendo, ou seja, é a criação de um diálogo
entre o autor e o leitor, onde este compreende os pensamentos daquele.
Nesse sentido, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do


texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que
sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra
por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita
controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão,
avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (PCN, 1998, p. 69)

Verifica-se, então, que o ato de decodificar os símbolos é somente uma das maneiras existentes para a
leitura. Contudo, a leitura diz respeito ao processamento das informações extraídas de um texto,
objetivando sua interpretação e assimilação do conteúdo ali disposto. Dessa forma, por meio do
conteúdo extraído do texto, em conjunto com seus próprios conhecimentos, o leitor alcançará seu
objetivo.

De acordo com Foucambert (1998), podemos considerar que a leitura acontece quando o leitor utiliza o
que já sabe para criar significados para o que está escrito em determinado texto.

Já Solé, entende que

[...] quem lê deve ser capaz de interrogar-se sobre sua própria compreensão, estabelecer relação entre
o lê e o que faz parte do seu acervo pessoal, questionar seu conhecimento e modificá-lo, estabelecer
generalizações que permitem transferir o que foi aprendido para outros contextos diferentes.[1] (SOLÉ,
1998, p. 118)

Matta (2009) leciona que a leitura é um requisito para se obter conhecimento, que é muito importante
atualmente par ao mercado de trabalho, para o exercício dos direitos e principalmente, da cidadania, ou
seja, é através da leitura que se compreende melhor a função do indivíduo no meio social em que ele
vive. A leitura é então uma ferramenta na busca por conhecimento.

Nesse sentido, Silva (2003), explica que


Nunca é demais lembrar que a prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão,
pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são as suas obrigações e também pode
defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessárias para uma
sociedade justa, democrática e feliz. (SILVA, 2003, p. 24)

De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se buscar
conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico acerca do mundo
exterior, atuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio social. E, pra isso, tanto a
leitura quanto a escrita desempenham papéis importantes na formação de uma sociedade mais juntos e
igualitária, onde a busca pelo conhecimento é constante, para o correto exercício da cidadania.

Isto posto, vale ressaltar a importância dos professores na criação do hábito da leitura e escrita nos
alunos, onde os profissionais devem criar condições e favorecer a busca pela leitura e escrita.

Alarcão (2000) destaca que “[...] a escola tem a função de preparar cidadãos, mas não pode ser pensada
apenas como tempo de preparação para a vida. Ela é a própria vida, um local de vivência da cidadania”.
[2] (ALARCÃO, 2000, p.18)

Dessa forma, a leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo, sendo o elo
capaz de ligar as culturas, sendo por meio desse ato – de ler – que o aluno forma uma visão crítica. E no
mesmo sentido segue a escrita, pois exteriorizar o conhecimento é de grande importância para fixação
do mesmo e sua disseminação, ou seja, é através da escrita – dentre outras formas – que é possível
demonstrar o que se aprendeu.

Paulo Freire (1989) destaca a importância da leitura e da escrita para se fazer uma avaliação sobre a
maneira com que estamos enxergando o mundo. Segundo o autor,

A importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a “reler” momentos


fundamentais de minha prática, guardados na minha memória, desde as experiências mais remotas de
minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da
importância do ato de ler se veio em mim constituindo. (FREIRE, 1989, p. 11)
Segundo essa exposição de ideias, podemos compreender que o aluno deve sair da escola possuindo
certo conhecimento do mundo externo, e para isso, a leitura e a escrita são de grande importância.
Contudo, importante ressaltar que é com a aquisição de experiência de vida, que a leitura é capaz de se
aperfeiçoar e garantir a correta compreensão e interpretação dos textos.

Segundo Cagliari, “A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura
fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma”. (CAGLIARI, 2009, p. 87)

Assim, os pais também desempenham uma importante função na prática e no incentivo da leitura e da
escrita no seio familiar. Assim, o aluno se sente mais motivado, até mesmo para desempenhar as tarefas
escolares, principalmente por não as associar a obrigações, mas sim, à obtenção de conhecimento.

4. A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO BRASIL

Um dos principais problemas enfrentados pelos professores no ambiente escolar tem a ver com as
dificuldades de aprendizagem dos alunos.

De acordo com Antunes (2008), o problema na aprendizagem do aluno pode ser identificado em
crianças que possuem um baixo rendimento escolar numa ou mais áreas, como por exemplo, dificuldade
em se expressar oralmente, problemas na compreensão oral, ortografia inapropriada, dificuldade em
leituras básicas, problemas para compreender o que está sendo lido, dentre outros.

De acordo com García,

Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado a uma série de fatores e
podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades significativas na compreensão
e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e desenvolver habilidades matemáticas.
Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser resultantes da disfunção do sistema nervoso
central, e podem acontecer ao longo do período vital. Podem estar também associados a essas
dificuldades de aprendizagem, problemas relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e
interação social, mas não estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. (GARCÍA, 1998,
p. 31-32)
Enquanto Fernández (1990) entende que as dificuldades de aprendizagem são, na verdade, falhas no
processo de aprendizagem, onde se relacionam quatro fatores de grande importância, sendo eles, o
organismo, o corpo, a inteligência e o desejo.

Em contrapartida, Coll, Marchesi e Palácios entendem que, “[...] nem sempre que o cérebro funciona
mal é por culpa de uma falha cerebral: pode ser resultado de um ambiente nocivo”.[3] (COLL;
MARCHESI; PALÁCIOS, 2004, p. 74)

Já Leite (1998) entende que os problemas escolares enfrentados pelos alunos no que diz respeito ao
aprendizado, estão diretamente associados à realidade socioeconômica do mesmo, além de outros
fatores internos das instituições de ensino, como por exemplo, falta de infraestrutura física, e até
mesmo professores desmotivados.

Como observado, existem diversos posicionamentos diferentes acerca do centro do problema da


dificuldade de aprendizagem por parte do aluno, contudo, não podemos dizer que algum destes
entendimentos esteja errado, tendo em vista que se complementam e, de certa forma, todos estão
corretos.

Porém, é importante compreender que o indivíduo já nasce preparado para aprender, contudo, são
necessários incentivos externos para que ele desenvolva a capacidade de aprendizagem, que podem ser
por exemplo, a necessidade de se inserirem socialmente, ou até mesmo a percepção de que, através do
estudo, pode-se alcançar uma melhor qualidade de vida. Neste sentido, o professor deve ser
responsável por mostrar aos alunos a importância do estudo na formação de uma pessoa, não só apenas
no que diz respeito à formação acadêmica, como títulos e especializações profissionais, mas como
cidadão, como um ser capaz de exercer seu direito à cidadania com consciência de seus atos e
conhecimento de seu papel dentro da sociedade.

Vale destacar que, para ser possível identificar, de fato, uma dificuldade de aprendizagem, é necessária
uma avaliação do aluno, e somente através dos resultados dessa avaliação é que se deve elaborar algum
tipo de intervenção pedagógica no auxílio ao discente.

4.1. Dificuldades na leitura


O processo de leitura não é somente um produto final do processo escolar, mas representa também um
importante avanço para o desenvolvimento de uma determinada sociedade. Através da leitura, o aluno
desenvolve melhor a linguagem, e se torna um indivíduo mais comunicativo, inserido num grupo social
que possui vida e histórias individuais.

De acordo com Fonseca (1984), a linguagem é composta por uma estrutura formada por fonologia,
léxico, morfologia, semântica e sintaxe. Já para Vitor Cruz (2009), a leitura é formada por dois elementos
de grande importância e indissociáveis, sendo eles a decodificação e a compreensão. A decodificação se
dá por meio do reconhecimento e identificação das letras, símbolos e palavras, enquanto a
compreensão é o processo que acarreta no aprendizado da informação disposta no texto.

A decodificação não se trata apenas de diferenciar ou identificar as letras, palavras e símbolos, mas trata
também da união dos símbolos com os sons. As dificuldades de aprendizagem que podem aparecem
durante esse processo são os erros na leitura das letras, sílabas e palavras inteiras, além de uma
lentidão na leitura, ou mesmo repetições desnecessárias.

Já no que diz respeito à compreensão do que se está lendo, o mais importante é compreender a
mensagem que está presente no texto, e com isso, o processo de compreensão do mesmo acontece
através da extração e organização da linguagem.

Citoler (1996), entende que as dificuldades de aprendizagem no âmbito da leitura podem resultar de
dificuldade na decodificação, vocabulário limitado, falta de experiências anteriores que podem auxiliar
na compreensão da mensagem, déficit de memória, falta de técnicas para captação, e até mesmo
desinteresse por parte do leitor.

Existem autores ainda que acreditam serem quatro os fatores que podem influenciar na aprendizagem
da leitura de um aluno, sendo eles, a dificuldade da percepção da fonética e na maneira de desenvolver
o alfabeto, falta de estratégias de compreensão da leitura, dificuldade em se motivar para a leitura, e a
falta de professores preparados nas instituições de ensino.

Os problemas na leitura, na maioria das vezes, acontecem no reconhecimento e entendimento da


palavra escrita. O ato de reconhecer a palavra é o fator mais básico e importante durante o processo de
leitura, tendo em vista que ele é anterior à compreensão da palavra, e por isso, é caracterizado por uma
leitura ora devagar, onde palavras ou letras são omitidos, distorcidos, podendo chegar até mesmo na
substituição de palavras, com interrupções e a necessidade de correções. (DOCKRELL; MCSHANE, 1997)

Existem crianças que possuem dificuldades somente no reconhecimento das palavras, mas possuem a
capacidade de entender uma mensagem oral. Outros alunos podem ainda saber ler as palavras, mas
enfrentam grandes dificuldades na compreensão do que foi lido. Em casos mais problemáticos, as
crianças possuem dificuldade em ambas as áreas, seja na leitura, ou compreensão de mensagens orais.
(SÁNCHEZ MIGUEL; MARTÍNEZ MARTÍN, 1998).

Os problemas na leitura acarretam ainda na dificuldade que o aluno possui em recordar palavras vistas
anteriormente, dificuldade em soletrar palavras, troca de letras e palavras e vocabulário deficiente, o
que acaba por diminuir o interesse pela leitura que a criança possui.

Nielsen (1999) esclarece que a leitura é de grande importância para a vida do ser humano,
independente do período, pois é através dela que se obtém novos conhecimentos, sendo preciso
verificar atenciosamente os sinais que podem facilitar a identificação de problemas nessa área do
aprendizado, pois é este elemento o responsável pela formação de ideias, opiniões e posicionamentos
individuais.

4.2. Dificuldades na escrita

A escrita é uma ferramenta de comunicação de grande importância para todo o desenvolvimento do


aprendizado, pois tem uma atuação ativa na vida em sociedade, sendo este um fator relevante para o
exercício da cidadania pelo indivíduo.

Segundo o entendimento de Ajuriaguerra e Grajan (1995), a escrita surge de um processo de


aprendizado que se relaciona a vários fatores, principalmente os que dizem respeito a questões
subjetivos dos alunos, como o interesse pela escola, e também a relação entre a família do aluno e a
instituição educacional.

De acordo com Andrew Ellis, o processo de aprendizagem da escrita deve ser muito bem trabalhado,
tendo em vista que necessita que o aluno domine uma variedade de habilidades em várias áreas, como
coordenação motora e habilidades ortográficas. Além disso, é um procedimento que lida com a forma
de aprendizagem, através de níveis estruturais.
A escrita é caracterizada por quatro fatores fundamentais. O primeiro trata do processo de construção,
elaboração e interpretação do significado. Já o segundo, corrobora a necessidade de o indivíduo atuar
de maneira mais ativa para ser possível compreender o conteúdo, ao elaborar estratégias de
aprendizagem que servem para a solução de problemas. O terceiro fator lida com o processo afetivo e
diz respeito à vontade de escrever, a condição emocional do indivíduo e seu interesse pela
aprendizagem. O quarto e último, abrange os fatores afetivo-motivacionais que se relacionam com o
rendimento do aluno dentro da sala de aula. (CRUZ, 2009)

A dificuldade na escrita não caracteriza a falta de capacidade do aluno, porém, pode demonstrar que a
criança possui algum outro tipo de obstáculo que prejudique a aprendizagem. Assim, o seu
desenvolvimento no campo da escrita pode estar qualitativamente diferente de outros alunos,
entretanto, não é mais lento ou pior. (VYGOTSKY, 1991)

Nieto (1998) entende que os problemas enfrentados pelos alunos na aprendizagem da escrita, é um
fator que deve ser analisado, e a realidade deve ser transformada com foco na interação entre os três
elementos mais importantes para o processo da aprendizagem, que são o sujeito, o professor que, de
fato, atua no processo de aprendizagem do aluno, e os conteúdos que constituem o objeto de ensino.
Ou seja, a relação entre o aluno, o professor e o conteúdo estudado devem ser analisados, objetivando
colocá-los mais próximos e conexos, e assim é possível compreender qual a dificuldade o aluno vem
enfrentado no seu processo de aprendizagem.

Segundo o referido autor, para ser possível analisar e avaliar os problemas presentes no processo de
aprendizagem, estes precisam antes ser compreendidos, não sendo relacionados às propriedades
biológicas ou cognitivas. (NIETO, 1998)

Assim, os problemas na escrita estão diretamente relacionados às dificuldades que os alunos possuem
no desenvolvimento das habilidades necessárias para a escrita (disgrafia), e podem ser apresentar desde
erros na soletração, chegando até erros na sintaxe, formação e pontuação de sentenças, ou organização
de parágrafos. (GARCIA, 1998)

Vale destacar ainda que podem existir alunos que possuem uma boa capacidade de se comunicarem
oralmente, mas que enfrentam dificuldades na escrita das palavras (disgrafia), ou vice-versa. Neste
caso, determinados alunos possuem facilidade na escrita, mas dificuldade de se comunicarem via oral, e
até mesmo alunos que enfrentam problemas nas duas áreas, ou seja, escrevem com dificuldade e
também se expressam mal. (MIGUEL; MARTÍN, 1998)

5. A CONTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES

A identificação do conhecimento se apresenta nas atividades que a criança pratica com os objetos e
fenômenos ao seu redor. Para se concretizar a aprendizagem, é preciso que haja uma comunicação
prática e verbal com as pessoas que estão próximas, semelhante a um espelho que reflete as ações de
cada indivíduo. (PAIVA; BATISTA, 2013)

Nas escolas, uma parte dos alunos podem apresentar problemas para se adaptarem à instituição ou
dificuldades no aprendizado, que podem ou não estar ligados à certas limitações no processo de
desenvolvimento, o que pode ensejar numa série de dificuldades e obstáculos para acompanhar o ritmo
da turma nas atividades curriculares, prejudicando até mesmo o convívio social com os colegas e
professores, sendo necessário um apoio e auxílio pedagógico curricular. (PAIVA; BATISTA, 2013)

Ross (1921) entende que a aprendizagem não é um comportamento, mas sim, uma modificação deste,
uma vez que o aluno poderá se transformar ao obter mais conhecimento.

Durante esses processos, os alunos podem estagnar no que diz respeito ao aprendizado, e o professor
pode nem identificar o momento em que o aluno deixou de aprender. É nesse momento que o aluno
começa a demonstrar, tanto na escola quanto em casa, dificuldades no processo de aprendizado.
(PAIVA; BATISTA, 2013)

O processo de aprendizagem experimentado pelo aluno é complexo e contempla inúmeras condições e


oportunidades. Se o professor exigir uma atividade que o aluno não consiga realizar, seu cérebro pode
parecer estagnado, como explica a professora do Núcleo Regional de Educação de Curitiba,

Em nossa prática do dia a dia são comuns as situações nas quais nos deparamos com os distúrbios de
aprendizagem, notamos com bastante frequência a dificuldade de muitas crianças na aquisição e
desenvolvimento da leitura e escrita. Sabemos que para muitas crianças a leitura e a escrita são
processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de muitas maneiras. Nós professores,
pedagogo muitas vezes não conseguimos transpor estas dificuldades, pois em diversas situações não
sabemos qual é a melhor estratégia para podermos ajudar nossos alunos a superarem estas dificuldades
ou mesmo qual instrumento devemos utilizar para buscar um caminho mais adequado tendo em vista
que todos os indivíduos são únicos e possuem características próprias (P3).

Ross (1921) defende que se o aluno conseguir expandir sua capacidade de resolver problemas adquire,
de fato, a aprendizagem. E essa aprendizagem só ocorrerá de maneira efetiva se, através das
observações acerca da modificação no comportamento do aluno, for possível identificar que este
aumento sua capacidade de resolução de problemas ou realização de alguma tarefa específica.

6. A RELEVÂNCIA DA LEITURA NA SOCIEDADE

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são indicações elaboradas pelo Governo Federal que
orientam a educação no Brasil, sendo divididos por disciplinas. Esses parâmetros também podem ser
adotados pela rede privada de ensino, contudo, sem caráter obrigatório.

O objetivo dos PCNs é fazer com que o aluno possua um conhecimento que esteja de acordo com os
conteúdos escolares, e também com as questões sociais, para facilitar a compreensão da realidade por
este aluno, sendo possível que o mesmo atue de maneira ativa no que diz respeito à questões sociais,
políticas e culturais, o que é a principal exigência para o exercício da cidadania e principalmente, para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Mesmo que este objetivo se estenda para todos os conteúdos disciplinares, vale destacar que a
aprendizagem da leitura e da escrita ocupam um lugar especial nessa busca, especialmente por serem
unidades básicas do ensino, sendo de grande importância em qualquer nível de escolarização, além de
representarem os elementos sem os quais não é possível realizar uma correta compreensão acerca do
mundo, de si mesmo e também das questões sociais que se manifestaram em cada momento da
história.

A necessidade de compreender os códigos da escrita não é exclusiva da sociedade contemporânea,


tendo em vista que a utilidade do uso de uma linguagem escrita atravessa gerações, evoluindo com o
passar do tempo. Historicamente, podemos perceber que a invenção de uma técnica de escrita se
relacionada sempre com a necessidade que as civilizações têm de registrarem algo, ou arquivarem
ensinamentos para futuras civilizações, especialmente sobre agricultura, comércio, dentre outros.
Os alunos da educação básica de hoje se tornarão adultos amanhã e serão responsáveis por
protagonizarem as mudanças culturais, técnicas e científicas de nossa sociedade e, para tanto, são
necessárias pessoas com boa capacidade de adaptação, além de serem proativas e criativas.

É certo que a civilização está em constante evolução, e determinados conceitos desenvolvidos durante a
história também mudaram, como aconteceu com as definições de leitura e escrita.

Nesse sentido, o desenvolvimento histórico do que significa ser alfabetizado ultrapassa os limites da
codificação e decodificação das mensagens escritas, e passa a considerar a capacidade de o indivíduo
compreender o código escrito, interpretar este código, e saber utilizá-lo para satisfazer suas exigências
socais e individuais.

Paulo Freire (1989) entende que o homem só é homem por conta da palavra. Ou seja, a humanização do
indivíduo ocorre através da pronúncia da palavra, tendo em vista que é assim que ele toma consciência
de sua condição no meio social, e se relaciona com os outros. Ou seja, antes de ensinar uma pessoa a ler
palavras, é importante que esta pessoa seja ensinada a ler o mundo.

Isto posto, a linguagem escrita é uma ferramenta valorosa para toda a humanidade. Vale destacar que
esta particularidade da língua escrita era considerada como uma maneira privilegiada de compilar os
acontecimentos. Assim, em todas as civilizações ao longo do tempo é possível identificar que a escrita
era utilizada por conta da necessidade de se registrar acontecimentos e também o conhecimento.

Já a leitura diz respeito a uma relação entre o leitor e o texto, onde o leitor busca alcançar o objetivo
que originou a leitura, através de um diálogo com o escritor, buscando compreender seus pensamentos
e mensagens, argumentando e ao mesmo tempo, encontrando as respostas durante a leitura.

Para realmente se aprender a lei, é necessário que o indivíduo tenha interagido com a grande variedade
de textos escritos, adquirindo mais conhecimento através da leitura. De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais,

A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma
necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não
se decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de verificação do entendimento
preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz
alta. (PCN, 1998, p. 57)

Porém, isso não quer dizer que, na escola, não seja possível, eventualmente, responder perguntas sobre
a leitura, ou em algumas ocasiões, desenhar a mensagem que o texto buscou transmitir, ou mesmo ler
em voz alta, se necessário. Contudo, a prática da leitura não é a repetição sem fim dessas atividades
desempenhadas no âmbito escolar.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a realização de leitura no ambiente escolar
implica na utilização de vários objetivos, modalidades e textos, para de fato, buscar o ensinamento ao
aluno. Isso acontece porque existem vários formatos de textos, tendo em vista que alguns, podem ser
lidos por partes, onde se objetiva a leitura da parte onde está presente a informação desejada,
enquanto outros carecem de serem lidos mais de uma vez, para a correta compreensão.

Nas palavras de Silva, Assis e Lopes,

A leitura não é apenas uma das maiores experiências da vida escolar, é também uma questão de
sobrevivência, pois o domínio dessa competência possibilita a aquisição de novos conhecimentos, como
também uma melhor compreensão do mundo e favorece a inclusão do indivíduo da sociedade,
conforme afirma professor Silva: Ler em si não é viver, ler é conseguir o devido combustível de ideias
para viver em sociedade. (SILVA; ASSIS; LOPES, 2013, p. 49)

Sob essa ótica, a leitura não corresponde a uma prática mecânica, que não carrega consigo um
significado. O ato de ler exige do indivíduo uma problematização, onde através da leitura, se buscará a
solução ou significados. É necessário que o leitor processe a informação extraída do texto, para que seja
possível interpretá-lo.

O objetivo basilar da leitura é a compreensão de significados previstos pelo texto escrito, em outras
palavras, é a compreensão de outras perspectivas inscritas por algum determinado autor.

De acordo com Kleiman,


Às vezes, quando o aluno se depara com uma palavra pela primeira vez, ou seja, um vocábulo estranho,
uma nova gíria, ou uma palavra de uma língua estrangeira, adquiriu uma ideia aproximada do significado
da expressão, a partir do contexto linguístico em que ela é usada. Isto é, inferimos o significado dessa
palavra nova a partir do contexto. Aos poucos, mediante novos encontros com a palavra, em outros
contextos, vamos adquirindo uma ideia mais precisa do significado. Quando passamos a usar a palavra,
então há uma transformação desse conhecimento inicial. (KLEIMAN, 2001, p. 69)

A partir desse posicionamento, quanto mais textos o indivíduo ler, mais prazer com a leitura ele terá, e
dessa forma, terá aumentada sua capacidade de compreensão de novos textos, tendo em vista que a
familiaridade com a palavra depende exclusivamente de quanto tempo você passa com ela.

Assim, a escola desempenha um papel importante na busca pelo resgate da função política e social da
leitura e da escrita, pois é através delas que o indivíduo se conscientiza e forma seus ideais.

Kleiman entende que

É fundamental neste contexto os Programas de alfabetização de jovens e adultos como base, mesmo
que por um curto período como são estes programas, porém quando aplicado com uma boa
metodologia os resultados são bastante significativo do ponto de vista de pedagógico, como por
exemplo o Programa de Alfabetização Solidária que utiliza o método freiriano de alfabetizar em oito
meses adultos que consegue sair do programa lendo e escrevendo texto com palavras do seu cotidiano.
(KLEIMAN, 2001, p. 72)

De maneira ampla, é importante dizer que o aluno deve buscar se familiarizar com todo tipo de leitura,
expandindo seu vocabulário e sua capacidade de compreensão, não se limitando à prática da leitura
apenas na escola, especialmente porque dificilmente, na instituição de ensino se ensinará a mesma
linguagem experimentada pelo educando em seu cotidiano.

7. AÇÕES DOS PROFESSORES COM OBJETIVO DE FACILITAR O APRENDIZADO DA LEITURA E ESCRITA

Em um estudo publicado no ano de 2012, Santos (2012) destacou uma série de estratégias que podem
ser utilizadas pelo docente para vencer a dificuldade de aprendizagem, as quais utilizaremos para
fundamentar o presente capítulo.
Para que o aluno possa, de fato, aprender o conteúdo passado pelo professor, é preciso que o mesmo
realize um trabalho constante, utilizando-se de estratégias diversificadas dentro da sala de aula, através
do material disponibilizado pela própria escola, e também com textos trazidos pelos alunos, ou
extraídos da convivência do meio social em que os professores e alunos estão inseridos. Assim, é de
grande importância que o professor ensine certas estratégias de leitura a sua turma, de forma com que
ela desenvolva sua leitura de maneira mais fácil e eficaz.

Essas estratégias consistem em técnicas conscientes e inconscientes que o leitor utiliza para decodificar,
compreender e também interpretar o que está lendo, ao mesmo tempo em que soluciona os problemas
observados durante a leitura.

De acordo com Solé (1998, p. 68), uma técnica é frequentemente “[...] chamada também de regra,
método, destreza ou habilidade, é um conjunto de ações ordenadas e finalizadas, isto é, dirigidas à
consecução de uma meta”.

No que diz respeito ao modelo de ensino direto, este é caracterizado pela necessidade de ser ensinado
de maneira sistemática, oferecendo uma proposta bastante rígida para o ensino, mesmo que este deva
ser adequado a cada caso ou contexto, através de flexibilizações. Ou seja, é preciso analisar o cenário da
sala de aula, para garantir ao aluno um aprendizado de qualidade, efetivo, cooperando através do
ensino e do aprendizado para a formação de uma visão geral acerca do que é o processo de leitura.
Assim, o professor deve fazer uso de todos os recursos disponíveis para fazer de seus alunos leitores
ativos e independentes que, de fato, conseguiram aprender estratégias e técnicas para realizarem uma
leitura eficiente.

Durante o processo de ensino da leitura e escrita, é necessário a utilização de uma grande variedade de
textos com estruturas diferentes, para que o aluno possa utilizar-se desses materiais para facilitar o
processo de aprendizado. De acordo com Bronckart (1984), os textos podem ser divididos em
categorias, que passaremos a analisar individualmente a partir de agora.

Os textos narrativos buscam explicar algo, como acontecimentos, por exemplo. Alguns textos dessa
categoria seguem uma mesma organização, contanto com estado inicial, complicação, ação, resolução e
estado final, enquanto outros trazem uma estrutura de diálogo, inserindo-a numa estrutura narrativa.
São exemplos dessa modalidade de textos os contos, as lendas e os romances. (BRONCKART, 1984)
Os textos descritivos possuem o objetivo de descreverem um objeto ou fenômeno, através de
comparações ou outra técnica específica. Essa modalidade textual se faz presente tanto na literatura
quando nos dicionários, guias turísticos, dentre outros. (BRONCKART, 1984)

Já os textos expositivos trazem a definição de certos fenômenos, ou em outras situações apresenta


informações acerca de tais fenômenos. (BRONCKART, 1984)

Os textos instrutivos e indutivos podem ser agrupados numa só categoria, pois possuem o objetivo de
induzir o leitor a agir, através do uso de palavras de ordem, instruções de uso ou montagem de algo.
(BRONCKART, 1984)

É importante dizer que o professor não tem o papel somente de ensinar o que é um texto narrativo ou
comparativo, mas deve também auxiliar seus alunos a distingui-los, caracteriza-los, ou seja, devem
tornar os alunos capazes de identificar qual o tipo de texto de maneira independente, através do uso de
informações que facilitarão a compreensão dos mesmos. (SANTOS, 2012)

O professor não deve ser o responsável por transmitir ao aluno um conhecimento engessado, mas deve
ensiná-lo a pensar por si mesmo, a ser capaz de resolver os problemas de forma autônoma. Com isso,
incentivar a práticas das estratégias de leitura e escrita ensinadas é muito importante, pois o ato de
escrever ou ler textos contribui de maneira impactante no processo de aprendizagem. Assim, os alunos
devem fazer uso dos textos na escola de maneira constante, tendo em vista que estes devem ser
trabalhados para que aprendam a ler, e leiam para compreender, o que, consequentemente, auxiliará
na escrita. (SANTOS, 2012)

Por isso é tão importante que o professor transmita as estratégias de leitura e escrita durante o
desenvolvimento das atividades. Através dessas estratégias, os alunos realizarão as atividades de
maneira espontânea e prazerosa, pois estarão cientes do que estão fazendo, sendo mais fácil motivá-los
a avançarem cada vez mais no aprendizado. Vale destacar que o professor deve desassociar a leitura e a
escrita à competição, para que todos os alunos se sintam à vontade com a atividade, facilitando a
identificação de alunos com dificuldades e outros com determinadas aptidões.

Ao realizarem a atividade de leitura e escrita, os alunos devem se sentir motivados, e isso pode
acontecer através do professor, que deve encorajá-los a continuar no caminho do aprendizado e
aperfeiçoamento. É dever do docente encorajar os estudantes, fornecendo os recursos necessários e
auxiliando sempre que julgar necessário. (SANTOS, 2012)

Um elemento que pode ajudar o professor a motivar os alunos e buscar demonstrar o significado do que
está sendo proposto dentro da sala de aula é sempre apresentar o motivo pelo qual é importante
realizar tais tarefas. Outro fator é buscar a união da turma, que pode ser realizada através da leitura
fragmentada, onde cada aluno faz a leitura de um parágrafo, ou determinado trecho do texto, como,
por exemplo, representando os personagens presentes na história. Essas são técnicas muito utilizadas
atualmente dentro da sala de aula, pois têm o poder de incentivar a leitura, mas não devem ser usadas
de maneira única, e sim, intercalada com outras práticas prazerosas e atrativas.

O professor deve optar por utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os alunos a
opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de abordagens que se relacionam
com a realidade vivenciada pelos discentes, o que pode incentivar ainda mais a leitura. Além disso, é
dever do professor valorizar o conhecimento que o aluno já possuía antes de trabalhar o texto, tendo
em vista que o conhecimento surge através da leitura de textos, e também do mundo em que vivemos.
(SANTOS, 2012)

Durante o desenvolvimento das práticas pedagógicas previstas pelo professor, este deve atuar de
acordo com o contexto da sala de aula, adaptando atividades, se for necessário, para extrair o máximo
dos alunos. Isso pode fazer com que as dificuldades enfrentadas pelos discentes sejam ao menos
amenizadas.

É possível identificar um bom leitor quanto este é crítico quanto ao conteúdo lido, e não somente
reproduz o que foi escrito pelo autor, mas sim relaciona as informações obtidas pela leitura com as
situações fáticas vivenciadas, construindo uma compreensão ampla do que foi lido, o que acaba por
facilitar a escrita também.

Os especialistas destacam a relevância das várias formas de aprendizagem da escrita através de leituras,
como, por exemplo, a escrita de textos que são tradicionalmente conhecidos de maneira oral, como as
adivinhas, cantigas de roda, além, é claro, da utilização dos textos abordados acima, como os narrativos,
informativos, dentre outros. Ou seja, na verdade, é importante que o professor faça uso de todo tipo de
texto através de uma sequência de atividades elaboradas e desempenhadas com o intuito de garantir a
melhora na escrita e na leitura do aluno. (SANTOS, 2012)
Outro aspecto importante é que o professor deve propor atividades ao longo do período letivo com
diferentes níveis de dificuldade, para que os alunos desenvolvam a capacidade de resolver problemas
cada vez mais complexos. Por exemplo, a leitura realizada pelo professor não exige nenhuma ação do
aluno, devendo este apenas assimilar o texto lido, e por isso, o professor deve fazer a leitura de vários
textos dos mais variados gêneros, para que o aluno se aproprie das características individuais de cada
tipo textual. O professor pode oferecer esse tipo de leitura diariamente, ou em determinados dias da
semana, mas o importante é que o aluno tenha contato contínuo com os textos, para se familiarizarem
com os mesmos.

Já a leitura compartilhada entre professor e alunos deve ser realizada em textos que os alunos
conhecem profundamente, para ser possível que eles antecipem significados, expressões ou palavras
durante a leitura. Bons exemplos de textos assim são os dispostos em cartazes pela sala, com os quais os
alunos possuem contato diariamente. (SANTOS, 2012)

A leitura coletiva abrange a leitura, o conto, o recital e outros tipos de brincadeiras com os textos
previamente conhecidos. É muito importante que os alunos identifiquem, na escola, que a leitura está
diretamente relacionada ao prazer e à descontração. (SANTOS, 2012)

A leitura dirigida ocorre quando o professor propõe uma atividade em que os alunos devam encontrar
determinadas palavras num texto conhecido. Essa atividade acaba por trabalhar também a escrita,
tendo em vista que os alunos devem conhecer a palavra para identificá-la e localizá-la. (SANTOS, 2012)

A leitura individual pode ser proposta quando os alunos já possuem um certo nível de conhecimento dos
textos, para que seja possível lê-los de maneira independente. Como o aluno fará a leitura sozinho, é
importante propor algum objetivo que pode ser atingido com a leitura. Por exemplo, pode ser solicitado
ao aluno que selecione a parte que mais gostou de ler.

A pesquisa de outros textos deve ser utilizada para que os alunos tenham mais facilidade em identificar
qual o tipo de texto está sendo trabalho, uma vez que o professor pode exigir que os alunos pesquisem
outros textos do mesmo tipo em livros, revistas, jornais, etc. Numa atividade desse tipo, pode ser
interessante incluir algumas atividades extras, como, por exemplo, entrevista com os avós acerca dos
textos antigos. (SANTOS, 2012)
A propositura de uma roda de conversa ou leitura é uma boa opção se o desejo do professor é ver a
turma interagir, compartilhando conhecimento entre eles, o que beneficia todos os alunos, até mesmo
os que possuem certa dificuldade com algo. É nessa atividade que é possível analisar quais as
experiências e preferências próprias de cada aluno. (SANTOS, 2012)

A escrita individual consiste em atividade que pode ser realizada através da escrita de acordo com as
capacidades individuais de cada um. Assim, é importante que os alunos se sintam confortáveis em
escreverem sozinhos. Destaca-se que o professor deve evitar qualquer tipo de correção. (SANTOS, 2012)

A escrita coletiva, por sua vez, é quando o professor apresenta um texto à sala de aula, e os alunos
ditam o texto para ele. Vale destacar aqui que é necessário que os alunos conheçam amplamente o
texto a ser utilizado posteriormente. (SANTOS, 2012)

Durante a atividade de escrita, é muito importante que o professor argumente com seus alunos a
maneira de escrever as palavras, tendo em vista que isto pode ajudar no aprendizado de novas regras da
língua escrita. A reflexão sobre a escrita pode ser feita com mais frequência, sempre que o processor
achar necessário que os alunos realizem uma reflexão acerca do texto lido ou escrito.

Aprender com os outros é também uma forma de obter conhecimento, e o compartilhamento de


conhecimento entre os alunos é de grande importância. Além disso, é possível aprender uma outra
maneira de interpretar as ações humanas, por meio de expressões faciais, gestos, etc. Como exemplo, o
professor pode apresentar aos alunos alguém que goste de ler ou escrever, que seja da comunidade da
família, o que, por algum outro motivo, os estudantes o conhecem, o que pode deixá-los mais à vontade
durante o desempenho da atividade.

Outras práticas são: a gravação que, como o próprio nome diz, consiste na gravação de uma fita por
parte dos alunos, contendo os textos preferidos de cada um; a produção de um livro também pode ser
tratada como uma boa atividade pelo professor, pois neste caso o aluno deverá escrever seus próprios
textos.

Por fim, os projetos apresentados pelos professores dizem respeito às propostas de aprendizagem que
devem garantir aos alunos um ambiente comunicativo e de interação, envolvendo a leitura e escrita de
diversas coisas. Esses projetos são boas opções para que os alunos comessem a produzir textos de
maneira contextualizada. E, dependendo da maneira com que são elaborados, podem integrar a leitura
e a escrita, além da produção de textos orais. (SANTOS, 2012)

É dever do professor inovar e pesquisar novas estratégias para a aplicação dentro da sala de aula,
buscando obter o interesse dos alunos na realização das atividades propostas, pois, com isso, o
aprendizado se torna mais interessante e atrativo.

8. CONCLUSÃO

O presente trabalho abordou fundamentalmente o problema da aprendizagem no que diz respeito à


leitura e escrita dentro da sala de aula, através de uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo.

Restou demonstrado, logo no primeiro capítulo, a importância da leitura e da escrita na vida das
pessoas, tendo em vista que estes dois fatores estão intimamente relacionados ao exercício da
cidadania. Ademais, é por meio da leitura e escrita que o indivíduo compreende melhor sua função no
meio social em que vive.

Foi possível identificar que o conceito contemporâneo de leitura não diz respeito somente à capacidade
de saber o que está escrito, mas sim compreender o que o autor busca transmitir e como isso pode ser
aplicado de maneira prática em nosso cotidiano, ou seja, é como uma espécie de diálogo entre o autor e
o leitor, onde a leitura se transforma numa ferramenta na busca pelo conhecimento. No mesmo
sentido segue a escrita que, na verdade, é a capacidade de o indivíduo tem de utilizar-se de símbolos
para transmitir uma mensagem, com clareza.

Dessa forma, o ambiente escolar é o mais apropriado para preparar os cidadãos para a vida e assim deve
colocar em contato o indivíduo - estudante - com o aprendizado desses dois fatores tão importantes ao
longo de toda a vida da pessoa.

Nesse sentido, enquanto a escola busca oferecer aos alunos um ambiente de aprendizado voltado à
formação de cidadãos, é possível identificar que alguns deles enfrentam sérias dificuldades para
assimilarem certos conteúdos e, limitando-se ao tema abordado aqui no trabalho, esses discentes
encontram obstáculos no processo de aprendizagem da escrita e leitura.
Esses problemas de aprendizagem podem ser facilmente identificados quando os alunos apresentam um
rendimento abaixo a média da turma e geralmente não se expressam bem oralmente, não possuindo
uma ortografia apropriada e tendo dificuldades em leituras básicas.

Vale destacar ainda que foi abordado no trabalho o fato de que certas deficiências no aprendizado
podem estar associadas à realidade socioeconômica do aluno, e também a questões relacionadas ao
ambiente escolar, como infraestrutura precária ou professores desmotivados.

Apresentaram-se também algumas estratégias que os professores podem utilizar para tentar facilitar o
aprendizado da leitura e escrita pelo aluno e, por fim, conclui-se que os professores devem estar sempre
atentos às particularidades de cada aluno, com o objetivo de identificar cada vez mais cedo um aluno
que possui algum tipo de déficit de aprendizado, para ser possível contornar o problema através de
ações mais prazerosas e interessantes dentro da sala de aula.

9. REFERÊNCIAS

AJURIAGUERRA, J. & GRAJAN, A. Manual de Psicopatologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

ANTUNES, Celso. Professores e professauros: reflexões sobre a aula e prática pedagógica diversas. 2.ed.
Petrópolis/RJ: Vozes, 2008.

BRONCKART, Jean Paul. Le fonctionnement des discours: um modèle psychologique et une méthode
danalyse. Lausenne: Delachaux & Niestlé, 1984.

CAGLIARI, Carlos Luiz. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.

COLL, César, MARCHESI, Álvaro e PALÁCIOS, Jesús. Desenvolvimento Psicológico e Educação:


Transtornos do Desenvolvimento e Necessidades Educativas Especiais. Tradução de Fátima Murad. 2ª
ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

CRUZ, V. Dificuldades de Aprendizagem Específicas. Lisboa: Lidel, 2009.


DOCKRELL, J., MCSHANE, J. Dificultades de aprendizaje en la infancia: um enfoque cognitivo. Barcelona:
Ediciones Paidós Ibérica S.A., 1997.

FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada; abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família.


Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. São Paulo: Cortez, 1996.

FONSECA, V. Uma introdução às dificuldades de aprendizagem. Editorial Notícias: Lisboa, 1984.

FOUCAMBERT, Jean. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ª ed. São Paulo: Cortez,
1989.

GARCIA, J.N. Manual de dificuldades de aprendizagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.

KLEIMAN, A. B. Os Significados do Letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita.
Campinas/SP: Mercado de Letras. 2001.

LEITE, S. A. da S. O fracasso escolar no ensino de primeiro grau. Revista Brasileira de estudos


Pedagógicos, v.69, n.163, p.510-540, setembro/dezembro, 1988.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19.ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
MATTA, Sozângela Schemim da. Português: linguagem e Interação. Curitiba: Bolsa Nacional do Livro
Ltda. 2009

NIELSEN, L. Necessidades Educativas Especiais: um guia para professores. Porto: Porto Editora, 1999.

PAIVA, Marcia Maria Calizotti; BATISTA, Cleide Vitor Mussino. Aprendizagem da leitura e escrita:
dificuldades que se apresentam neste processo. 2013. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2013/2013_uel_edespecial_artigo_marcia_maria_calizotti.pdf. Acesso em: 9 de set. de 2020.

PCN. Ministério da Educação: Parâmetros Curriculares Nacionais. 1998. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 14 de set. de 2020.

ROSS, Alan Otto, 1921. Aspectos psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldades na leitura.
Tradução de Alexandra Fares. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1921.

SÁNCHEZ MIGUEL, E., MARTÍNEZ MARTÍN, J. Las dificultades en el aprendizaje de la lectura. Madrid:
Editorial Sintesis, 1998.

SANTOS, Glória Moreno dos. Dificuldade no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita nas
séries iniciais do ensino fundamental. 2012. Disponível em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4685/1/MD_EDUMTE_I_2012_10.pdf. Acesso
em: 6 de set. de 2020.

SILVA, E. T. da. Conhecimento e cidadania: quando a leitura se impõe como mais necessária ainda?
Campinas: Autores Associados, 2003.

SILVA, J. Q. G.; ASSIS, J. A; LOPES, M. A. P. T. Letramento, gênero e discurso: cenas de conversa(s) com
Maul Matencio. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2013.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura e de escrita. Porto Alegre: Artmed,1998.

VYGOTSKY, L.S.A. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos


superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

[1] Supressão nossa

[2] Supressão nossa

[3] Supressão nossa

Publicado por: Celso Ribeiro da Costa

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias.
O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade
do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.

MAIS AVALIADOS

1º A importância do lúdico na educação infantil

2º Centro Cultural

3º Oferta e Procura

4º Alexandre Magno

5º História da Moeda

RECOMENDADOS PARA VOCÊ

EDUCADOR Visite o canal

TIRE SUAS DÚVIDAS!


Terço sob alcorão

ESTRATÉGIA DE ENSINO

Saiba o que abordar sobre o Estado Islâmico!

Mão masculina tirando foto de borboleta no celular

ESTRATÉGIA DE ENSINO

Utilize o stop motion nas aulas de Biologia!

SIGA O BRASIL ESCOLA

© Brasil Escola | 2022

Você também pode gostar