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Dificuldades de leitura encontradas no ensino fundamental maior

Débora Cristina Almeida de FRANÇA¹

Lucas Wallace Menezes AMORIM²

Resumo(250 palavras)

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo trazer relatos de experiências vivenciadas durante
o período de estagio supervisionado II, na qual o mesmo foi realizado dentro da escola
estadual de ensino fundamental e Médio Oliveira Brito (E.O.B), localizada em
Capanema-PA, e irá trazer algumas discursões referente as dificuldades encontradas no
âmbito da leitura no ensino fundamental II, com objetivo de analisar clinicamente e
tentar relacionar as causas e consequências, utilizando das discursões sobre
alfabetização e letramento (SOARES, 1998, 2003) com o foco principal no ensino de
leitura na rede pública. Quando se fala de alfabetização automaticamente se pensa na
tarefa mecânica de ensinar: primeiramente o alfabeto, depois a junção da silabas, a
formação de frase e assim por diante até que esse aluno seja capaz de fazer de modo
autônomo, mas quando se tem um déficit nesse aprendizado, ou se por diversos fatores
esse aluno passou pela alfabetização e não absorveu o que deveria, ou ainda levando
em consideração um contexto pandêmico no qual essa importante atividade foi
negligenciada, abrem precedência para uma indagações que devem ser investigadas.
Questionamentos acerca desses desfalques foram o foco durante o tempo de permanecia
na escola na qual o estágio foi concretizado, sendo que as turmas que foram
acompanhadas eram compreendidas entre turmas do 6º ao 9º ano do ensino
fundamental. Mensura-se que, para um aprendizado ter êxito e também seja relevante e
interessante, o mais importante é a participação do aluno na tarefa, mas de que maneira
pode ser realizado, tendo em vista a estrutura tradicional que a educação brasileira
insiste em perdurar por décadas?

Falar sobre letramento e alfabetização é bastante desafiador, tanto pelos inúmeros


escritos e pesquisas sobre tal tema, que norteia as demais, quanto por ser a área mais
importante para o corpo escolar e sociedade, e, de maneira geral, falar sobre
alfabetização é falar sobre um pilar norteador da sociedade. O grande desafio,
principalmente no contexto pós-pandêmico é a grande quantidade de alunos com uma
imensa dificuldade de leitura e sem a menor vontade de reverter tal quadro. A
necessidade de discutir tal assunto nasceu da experiência adquirida durante o período de
estagio II no qual estivemos imersos no contexto escolar e conhecemos um pouco sobre
a realidade dos alunos do ensino fundamental maior, pois foi de fácil percepção o grau
de dificuldade que muitos alunos da escola enfrentam quando se trata de leitura e
escrita. O apoio de alguns documentos de teóricos que se debruçam acerca da temática
desse eixo e a análise das experiências vividas, servirão como base para tal artigo para
que haja a percepção relacionada entre teoria e prática. Ter a sensibilidade de observar
as dificuldades e ser capaz de se adequar para melhor forma de agir frente esses desafios
é uma forma de fazer com que o ensino signifique algo. Ser empático com situações que
muitas vezes vai além dos muros da escola é fundamental, visto que são problemas as
vezes oriundos de uma carência, seja ela cognitiva, física ou emocional; e é função da
figura do professor identificar esses déficits, porém, não seremos utópicos, sabemos que
se trata de uma tarefa bastante árdua, portanto olhemos com olhos esperançosos em uma
profissão que norteia o futuro de pessoas,

Uma grande quantidade que crianças e jovens que se esvaem do contexto escolar por
não se sentirem contemplados de alguma forma, encontrando dificuldades em ações que
para alfabetizados são automáticas, aumenta consideravelmente e um na nova realidade
que as escolas estão se readequando, oriundos de dois anos de uma pandemia mundial,
alunos de escolas publicas sentiram o peso, e agora estão tentando suprir essa carência,
o que não é uma tarefa fácil, gerando insegurança, frustação e desgosto. Ter estudos e
pesquisas sobre o assunto é um grande avanço para se ter melhorias, e a urgência do
tema se nota em diferentes núcleos governamentais, como o Ministério da Educação
(MEC) que tem politicas que garantem o acesso e a continuidade escolar, assim com a
formação continuada de professores do ensino fundamental.

O foco deste artigo é identificar, apresentar e analisar as implicaturas que levam esse
crescente número de não letrados na rede pública de ensino e trazer o material que foi
utilizado no período trabalhado dentro de sala de aula, com intuito de mostrar algumas
das maneiras de introduzir esse aluno de forma que ele se sinta confortável, em
participar e se desenvolver. O mesmo está divido em uma breve introdução,
metodologia, as hipóteses sobre as principais causas que podem levar a essa ausência de
alfabetização e as considerações finais.
Metodologia

A motivação para que a escrita desse artigo fosse realizada se dá pela observação,
através do estágio supervisionado II, das turmas do ensino fundamental maior que são
compreendidas entre o 6º e o 9º ano. A relevância dessa temática é percebida visto que a
leitura é um dos eixos essenciais para que qualquer avanço posterior relacionado ao
aluno seja concretizado, isso não apenas na disciplina de língua portuguesa, mas
também no êxito das atividades propostas por quaisquer outras disciplinas. A ausência
desse letramento ocasionada a estagnação e limitação da capacidade de aprendizado do
aluno aos componentes curriculares direcionados aos discentes no âmbito escolar.

Dessa maneira, pode-se dizer que o artigo é amparado nas observações realizadas
durante o estágio supervisionado e também através das concepções dos documentos
oficiais da educação como a BNCC (, os PCNS, a LDB.

REFLEXÕES SOBRE O EIXO DA LEITURA

A leitura é um dos importantes


1.

Conceituando sobre aprendizagem, temos Alves (2007), que defini como uma alteração
comportamental do individuo referente a observação, e pode denominar por um estilo
sistemático e objetivo da organização das atividades, essas que constituem o quadro de
exigências escolar.

O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem


novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o
comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente,
pode ser explicado apenas através de recortes do todo (Alves 2007, p.
18).

Os primeiros 600 dias letivos constituem os três anos iniciais referentes ao ensino de
calculo, leitura e escrita, como garantia de ter as habilidades mínimas para a
continuidade escolar (RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010), sendo
assim os desenvolvimentos de todas as atividades inicias devem contemplar os eixos
que norteiam esses anos, além de serem desenvolvidas coletivamente por todos que
constituem a junta escolar. Alfabetizar é um processo entre compreender os grafemas e
fonemas e assim apoderar-se da escrita, visto que um não funciona sem o outro,
implica-se em considerar objetivos, traçar metas para uma melhor aprendizagem e
modos de instaurar a didática para que possam garantir (SOARES, 2003), na visão
moderna se trata de uma relação entre o leitor e o texto, objetivando compreender a
ideia do texto. Segundo os parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de


compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a
linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra,
palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de
seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível
proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai
sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão,
avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (PCN,
1998, p. 69)

Ao considerarmos que nos últimos três anos, tivemos um grande buraco na educação
publica brasileira, causados pela pandemia do covid-19 o que fragilizou tantos
professores quanto educandos, se tem atualmente uma grande quantidade de alunos que
passaram por essa educação básica se um mínimo de suporte exigido para prosseguirem
o ensino com consistência, sendo assim o número cada vez mais crescente de
analfabetos só cresce, e de maneira importuna alunos foram jogados em turmas que são
propicias para suas idades, mas no contexto atual, não são propicias para seus
conhecimentos. Ao estagiarmos nos quatro últimos anos do ensino fundamental, notou-
se o nível de deficiência relacionado à leitura e escrita, principalmente nas turmas de 6º
ano, na qual na teoria eles já deveriam tem o mínimo exigido, que seria uma leitura
continua, mas o que foi encontrado foi turmas com uma leitura extremamente pausada e
em alguns com nem isso, com zero letramento.

2.

“Os problemas relacionados à dificuldades de aprendizagem escolar dos alunos,


é uma situação preocupante para os professores que atuam no ensino
Fundamental I. Para Antunes (1997) essas dificuldades podem ser percebidas nas
crianças que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas,
mostrando problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita
com ortografia apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da
leitura, cálculo matemática. ISSO

REFERÊNCIA

ALVES, Doralice Veiga. Psicopedagogia: Avaliação e Diagnóstico. 1 Ed. Vila Velha- ES,


ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, 2007

SOARES, M. B. (1998) Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica. 205
_______. (2003). A reinvenção da alfabetização. Presença pedagógica. v. 09, n. 52, jul./ago.
_______. (2004) Alfabetização e Letramento. 2. ed. São Paulo: Contexto.
PCN. Ministério da Educação: Parâmetros Curriculares Nacionais. 1998.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 14 de
set. de 2020.

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