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1 - N0 2
Abr/Mai/Jun 2007
ISSN 1981-2922
Periodontia e Cariologia:
estabilidade e harmonia
Nesta Edição
na saúde bucal • Mesa-Redonda: diagnóstico e
terapêutica das doenças cárie
e periodontal em debate
• Caderno Científico - Periodontia
• Caderno Científico - Cariologia
• Marketing
• Ecoeficiência
• Eventos
• Guia de Cursos
Vol.1 • N0 2 • Abr/Mai/Jun 2007
PerioNews - Vol. 1, n.2 (abril/maio/junho/2007) - São Paulo: VM Comunicações - Divisão Cultural, 2007
Periodicidade Trimestral
ISSN - 1981-2922
CDD 617.6005
Black D65
D631
[ Editorial ]
Rumo à consolidação
* Sonia Groisman é especialista em Cariologia e professora adjunta da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
105] Editorial
Rumo à consolidação
110]
DIRETOR CIENTÍFICO
Antonio Wilson Sallum (awsallum@terra.com.br) Multidisciplinaridade
CONSELHO CIENTÍFICO Diagnóstico e terapêutica das doenças
Álvaro Francisco Bosco, Arthur Belém Novaes Júnior, Benedic-
to Egbert Corrêa de Toledo, Cassiano Kuchenbecker Rösing,
cárie e periodontal em debate
Carlos Alberto Dotto, Daiane Cristina Peruzzo, Eduardo Gomes
123]
Seabra, Eduardo Muniz Barretto Tinoco, Eduardo Saba Chuifi,
Elcio Marcantonio Jr., Enilson Antonio Sallum, Euloir Passanezi,
Fernanda Vieira Ribeiro, Francisco Pustiglioni, Francisco Hum-
Caderno Científico
berto Nociti Jr., Getúlio da Rocha Nogueira Filho, Henrique Cruz Trabalhos originais e inéditos
Pereira, José Eduardo Cezar Sampaio, José Eustáquio da Costa,
José Roberto Cortelli, Luis Antonio P. Alves de Lima, Magda em Periodontia e Cariologia
Feres, Márcio Fernando de Moraes Grisi, Márcio Zaffalon Ca-
sati, Renato de Vasconcelos Alves, Ricardo Guimarães Fischer,
184]
Roberto Fraga Moreira Lotufo, Rui Vicente Oppermann, Sérgio
Luís da Silva Pereira, Sônia Groisman, Urbino da Rocha Tures, Ecoeficiência
Valdir Gouveia Garcia, Vinicius Augusto Tramontina, Wilson Ro-
berto Sendyk, Wilson Trevisan Jr. Reciclagem de resíduos ajuda
a proteger o meio ambiente
PerioNews
www.perionews.com.br
187] Marketing
“Ai de mim que sou dentista!”
Editor: Haroldo J. Vieira (haroldo@vmcom.com.br)
Editora e jornalista responsável: Laelya Longo – MTb 30.179
(laelya_longo@vmcom.com.br); Editora assistente – Caderno
científico: Ana Lúcia Zanini Luz (ana_lucia@vmcom.com.br);
Editora assistente: Cecilia Felippe Nery (cecilia_nery@vmcom.
188] Evento
IN 2007 renovará conceitos e
com.br); Assistente de redação: Kátia Pereira
Diretora de arte: Miriam Ribalta (criacao@vmcom.com.br);
Assistentes de arte: Cristina Sigaud e Eduardo de Paula Costa
práticas em planejamento
“Kabello
191]
Produtor gráfico: Sandro Tomé de Souza (producao@vmcom.
com.br) Notícias
MARKETING E PUBLICIDADE
193]
Diretor: Aluizio Leal do Canto Jr. (aluizio.canto@uol.com.br);
Executiva de contas: Érika de Carvalho (erikadecarvalho@ Guia de Cursos
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cial@vmcom.com.br) Especializações reconhecidas pelo CFO
CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS
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197] Normas de Publicação
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Responsabilidade editorial
Todos os artigos assinados são de inteira responsabilidade
dos respectivos autores.
exemplos práticos
Sallum - Só para esclarecer, o clínico não vive a ciência de
pesquisa todo dia, ele precisa que alguém traduza todo o
conhecimento para ele, uma vez que não tem formação
na área de mestrado e doutorado, e, assim, fazer do uso
Magda Feres da ciência um melhor instrumento. Professora Magda,
qual seu recado para esse agente de saúde ou clínico,
dualização. Eu vislumbro, ainda, o momento de termos dentro desse contexto que estamos discutindo. Onde ele
um marcador específico que possa predizer o risco que precisaria tomar um pouquinho mais de cuidado?
o paciente tem de desenvolver doença e, desta forma, Magda - Inicialmente, eu gostaria de fazer uma coloca-
conseguir preveni-la. Se conseguirmos chegar nesse ção sobre o que foi comentado até aqui sobre fatores de
ponto, teremos um avanço, uma grande evolução nos risco. Como já foi bem colocado pelos colegas, a realiza-
métodos de diagnóstico e, conseqüentemente, no tra- ção de uma boa anamnese e a identificação de todos os
tamento periodontal dos pacientes. possíveis fatores de risco são fundamentais. Porém, creio
Sallum - Professor Cassiano, como o senhor vê esse exer- que seja importante ressaltar, até mesmo para não gerar
cício dos novos métodos e quais são aqueles que são uma frustração na clínica, que nós não conseguiremos in-
mais promissores? terferir em grande parte desses fatores, como por exem-
Cassiano - Temos caminhado muito na pesquisa, no en- plo, o tabagismo ou fatores do hospedeiro relacionados
tendimento do processo saúde-doença. Entretanto, exis- à defesa inata. Certamente que a identificação do perfil
tem duas coisas que temos de pensar. Primeiro, como de risco do paciente é muito importante na definição do
identificar situações que possam permitir que nós faça- tipo de terapia antiinfecciosa que será empregada e na
mos prevenção da doença periodontal e, segundo, como freqüência da terapia de manutenção.
fazer diagnóstico precoce e limitação rápida de dano. Em relação à pergunta do professor Sallum, eu acredito
Lamentavelmente, não temos a mancha branca da Perio- que tenhamos muitos dados hoje em dia extraídos da
dontia ainda, talvez seja mais fácil conseguir a mancha
branca da Periodontia do que algo que venha a prever
totalmente a ausência da doença. Mas eu me preocupo Não sei se teremos, em curto
mais com o processo diagnóstico, porque caixinhas de prazo, um método de diagnóstico
diagnóstico já tínhamos várias e outras virão, e se não
como os de biologia molecular que
soubermos fazer o julgamento crítico da evidência que
suporta os diferentes recursos vendidos, talvez não te- usamos em pesquisa, simples
nhamos nunca a maneira de acertar. É preciso educar o de ser aplicado no consultório;
cirurgião-dentista em três níveis. Primeiro, no processo
mas podemos definir para o
de formação de graduação, fazendo-o aprender muito
mais do que tentar ensiná-lo, facilitar e estimular que o periodontista a microbiota
aluno aprenda; segundo, na pós-graduação, fazer uma provável nos diferentes perfis
educação cada vez mais crítica, estimulando que a pala- clínicos da doença.” Magda Feres
vra da pós-graduação e da Odontologia seja “por que” e
causa da mancha branca. Após o exame, verifica-se ro dos cirurgiões-dentistas, porque não temos forma-
que não era mais possível remineralizar, e o tratamen- ção de psicólogo e assistente social, motivamos mais
to passou a ser clareamento a laser. A Odontologia na intuição, por isso a multidisciplinaridade é funda-
evoluiu muito, e em ciclos, começando com o da ex- mental. Mas podemos ter um pouco mais de cuidado,
tração, passando para uma era cirúrgico-restauradora pois estimular paciente é uma questão de aprendiza-
e depois preventivista, até chegar na de promoção da do, de experiência e de estudo em Psicologia, Psicope-
saúde e, paralelo a isso, tivemos uma onda evolutiva dagogia, Serviço Social, sair um pouco da Odontologia
da humanidade, sendo que a quinta, descrita por Eins- e ir em busca da transdisciplinariedade. Tenho gran-
tein, é a onda humanística, não holística, porque esta de receio pelo cirurgião-dentista que aconselha dieta
era a quarta, enfim aquela que o ser humano, a socie- para o paciente, porque ele não é preparado para isso
dade, já tem todo o conhecimento científico neces- e, muitas vezes, poderá interferir na nutrição de uma
sário, restando somente olhar para dentro e tratar os criança, por exemplo. Temos de usar nossa experiên-
outros de forma mais humana. Temos muita pesquisa, cia, a nossa intuição, mas também cada vez mais ler-
muita ciência, muito conhecimento, e o tratamento, na mos, estudarmos e participarmos de atividades que
verdade, vai depender da resposta do indivíduo, e essa envolvam outras áreas do conhecimento.
resposta vai depender do nosso grau de motivação, Sonia - Fala-se muito em trabalhar multiprofissional-
daquilo que formos capazes de estimular, mas para mente, mas o cirurgião-dentista não deve nunca pres-
isso é preciso humanizar um pouco mais. A efetiva me- crever uma dieta. Se for em relação a uma criança, é
lhora, com a resposta do paciente, acontece quando óbvio que ele deve contatar o pediatra e orientar mais
conseguimos motivá-lo a uma mudança de comporta- na diminuição do consumo de sacarose, assim temos
mento. Nesse ponto, acho que isso é uma questão de de trabalhar multidisciplinariamente. Na questão da
comunicação e da humanização do paciente. educação para saúde, o diagnóstico da doença cárie
pode favorecer a motivação. No caso do teste salivar
multidisciplinaridade para Estreptococos do Grupo Mutas (EGM), grupo de
Daiane - O tratamento periodontal em si, como foi fala- microorganismo mais associado à etiologia da doen-
do, a partir do diagnóstico, não mudou muito no que se ça, existe um fator impactante muito grande: o próprio
fazia há um tempo, mas sim o conceito de como vemos indivíduo pode visualizar o seu resultado e comparar
esse tratamento. Até um tempo atrás tratávamos bolsas com o modelo padrão. Dessa forma o paciente se em-
periodontais e hoje tratamos o paciente com doenças penha a fazer algo para poder melhorar. Outro fator
periodontais. É uma questão conceitual, mas é bem di- que é muito usado em motivação na doença cárie é a
ferente o modo de como vemos as doenças e sua inter- utilização do computador com programas como o ca-
relação com o hospedeiro. O tratamento periodontal riograma, em que se pode discutir junto com o pacien-
deve agregar cada vez mais a multidisciplinaridade, em te quais são as chances dele evitar que aconteça uma
que se utilize as pesquisas das áreas básicas e as pesqui- lesão cariosa e seja assim também responsável pelo
sas na área da Periodontia, a fim de favorecer o clínico e tratamento. Como o professor Cassiano falou, existem
o paciente, como, por exemplo, o desenvolvimento de outras áreas que nos dão esse suporte e que deveriam
dentifrícios, de colutórios, que cada vez mais ajudem a constar da nossa formação na graduação. Outra ques-
prevenir o estabelecimento das doenças periodontais e tão fundamental é envolver e motivar toda a família,
facilitem o controle de biofilme pelo paciente. Além dis- porque se todos estiverem fazendo a mesma coisa, o
so, há um desafio muito grande na área do tratamento aprendizado será mais eficaz.
periodontal que é, uma vez tendo ocorrido a doença, Sallum - Professora Magda, como a senhora vê essa moti-
a reconstrução do que foi perdido, tanto do ponto de vação do paciente no caso da doença periodontal? Como
vista funcional, quanto estético. o periodontista deve lidar com o paciente e sensibilizá-lo
Cassiano - A questão da estimulação do paciente é sobre a importância do tratamento?
uma das facetas de maior importância no tratamento Magda - Temos basicamente dois tipos de pacientes na
inespecífico da doença periodontal e na promoção da clínica periodontal. O primeiro é aquele que chega ao
saúde do indivíduo, inclusive faz parte das medidas de consultório incomodado por diversos sintomas da do-
higiene pessoal. O grande problema é a falta de prepa- ença, como sangramento, “mau hálito”, mobilidade den-
em departamentos criados. Uma das situações mais voltadas para nossas necessidades. A pesquisa básica é
críticas que vejo, por exemplo, é de um paciente com essencial, sem dúvida nenhuma. A Histologia, a Micro-
doença periodontal severa, seja ela crônica ou agres- biologia, a Imunologia, a Genética são instrumentos im-
siva, e surge a pergunta até quando espero a doença portantíssimos para se fazer pesquisa em Periodontia.
progredir, até onde tento manter o dente e quando é Particularmente, prefiro a linha que o pessoal de Porto
que decido colocar o implante. Uma outra questão é: ao Alegre adotou, sobretudo o estudo epidemiológico:
decidir pelo implante quais os riscos de não se osteoin- conhecer características e particularidades de doenças
tegrar, ou pior ainda, osteointegrar e apresentar um em nosso país para, a partir daí, ter abordagens de tra-
resultado estético insatisfatório daqui a alguns anos. O tamento para a população que não tem acesso a con-
caso que foi mostrado no Painel Master da Sobrape foi sultório. As abordagens para reconhecer grupos, indiví-
muito interessante, de uma reabsorção interna de raiz, duos, populações de risco são muito interessantes, pois
colocação de um implante imediato, que osteointegrou contribuem para antecipar o início da doença ou reco-
e, mais tarde, devido à reabsorção da tábua óssea vesti- nhecer os estágios iniciais para depois ter condições de
bular apresentou uma resseção gengival por vestibular tratar essa população. Para mim esta seria a linha a tra-
expondo o implante em uma paciente jovem. Como so- balhar, conhecer como é que funciona a doença, quais
lucionar isso? Daqui a alguns anos existirá um passivo são as características da doença periodontal e poder,
muito grande de casos de implantes que necessitarão efetivamente, fazer uma abordagem eficaz na popula-
de uma solução periodontal, porque há muitos profis- ção que não tem acesso ao tratamento.
sionais atuando e nem todos os protocolos são obede- Cassiano - Concordo com o Lotufo. Sem dúvida ne-
cidos. É preciso que haja uma integração muito grande, nhuma, é preciso conhecer a nossa realidade e ter uma
entre várias disciplinas e, sem dúvida, a Periodontia e a Odontologia que tenha uma base epidemiológica. Isso
Implantodontia precisam andar juntas, o tempo todo. é fundamental para entendermos como manejar o pro-
Sallum - Dentro dessa questão, professor Lotufo, qual cesso doença no Brasil, no Estado, na cidade, no con-
a sua visão da inter-relação profissional/profissional e sultório. Pelo que a gente conhece da realidade do País
profissional/paciente? e da Odontologia, a prática clínica iria ganhar muito
Lotufo - Acredito que o protesista precisa estar perfeita- com três coisas: primeiro, que o cirurgião-dentista não
mente afinado com o periodontista, do mesmo jeito que tivesse só formação, mas sim uma postura de educa-
o implantodontista tem de estar com o protesista, por- dor, não só uma postura de tecnólogo de Odontologia,
que de nada adianta colocar um implante maravilhoso mas de um educador para a saúde; segundo, que tenha
se ele estiver numa posição que não dá para reabilitar uma postura extremamente ética e não me refiro a le-
proteticamente. Durante muito tempo, a definição de gislação, mas sim às práticas odontológicas, como por
sucesso de um implante era a osseointegração, tanto exemplo quando discutíamos a questão dos implantes,
que a porcentagem dos implantes que são considera- da abreviação da vida de dentes, de forma a não per-
dos sucesso, se considerar a estética, é inaceitável, fora dermos o norte da nossa profissão que é o da saúde da
os casos como os que foram apresentados na Sobrape: boca; e em terceiro, um cirurgião-dentista que, ao fazer
uma clara osseointegração e um problema estético ab- a sua prática clínica, conheça a evidência que embasa
surdo. Acho que se não tiver sintonia, não adianta. O que essa prática clínica, não simplesmente uma referência
me chama mais a atenção com relação a implantes são bibliográfica, mas sim entenda que a Odontologia mais
os casos em que os suecos pensavam que seria impossí- moderna é aquela sustentada por estudos, de preferên-
vel ter periimpantite. Hoje em dia, nos desenhos suecos, cia estudos clínicos, estudos que tenham relação com a
já existe periimplantite, não mais apenas nos implantes população. Este é o futuro da Periodontia.
de superfície rugosa, e, com certeza, algum profissional Sallum - Essas são, sem dúvida, questões importantíssi-
irá cuidar disso. Provavelmente, o periodontista. mas dentro das nossas especialidades e tenho certeza
Sallum - Com relação a necessidade de conhecimento de que a contribuição de cada um é fundamental para
na prática clínica, principalmente na Periodontia, quais a prática clínica. Poderíamos nos aprofundar ainda mais
seriam os pontos vitais para prática de uma inter-rela- nessas questões, mas deixaremos para outras oportu-
ção multidisciplinar? nidades. Agradeço, assim, a presença e a participação
Lotufo - O ponto inicial seria a realização de pesquisas de todos.
Benedicto Egbert Corrêa de Toledo*, Elizangela Partata Zuza*, Patrícia Helena Rodrigues de Souza*,
Celso Eduardo Sakakura*, Elizabeth Pimentel Rosetti*
Resumo
O enxerto gengival livre é um procedimento mu- envolvida. Estudos longitudinais têm mostrado
cogengival indicado preferencialmente para criar uma maior ocorrência deste fenômeno após a cica-
mucosa queratinizada, podendo ocorrer também o trização de enxertos gengivais livres entre o perío-
recobrimento radicular das raízes desnudas. O cre- do de um mês a um ano pós-operatório. O presente
eping attachment é um fenômeno descrito como a trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico
migração pós-operatória do tecido gengival mar- de enxerto gengival livre com acompanhamento
ginal em direção coronal; assim, é considerado um longitudinal de 14 anos.
evento bastante positivo no sentido de se obter um Unitermos - Auto-Enxerto; Gengiva; Crescimento
ganho adicional de tecido queratinizado na área excessivo da gengiva.
Abstract
The free gingival graft is a mucogingival procedure keratinized tissue in the involved area. Longitudinal
preferentially indicated to create keratinized gingi- studies have been showing a larger occurrence of
val and sometimes could also happen the radicular this phenomenon after the free gingival grafts ci-
coverage of the nude roots. The “creeping attach- catrization among the postoperative period of one
ment” is a phenomenon described as the postope- month to one year. The objective of the present study
rative migration of the gingival marginal tissue in is to report a clinical case of free gingival graft with a
coronal direction, thus, it is considered as a positive 14 years longitudinal follow-up.
event in the sense of obtaining an additional gain of Key Words - Autograft; Gingiva; Gingival overgrowth.
*Professores do Curso de Pós-Graduação em Periodontia das Faculdades Unificadas da Fundação Educacional de Barretos.
Relato de Caso
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Resumo
O pênfigo vulgar é uma enfermidade de grande in- da de adesão celular, em um processo chamado
teresse para a patologia bucal e estomatologia, pois de acantólise. A maior incidência da doença está
as manifestações bucais podem preceder as sistê- entre a faixa etária de 50 a 60 anos, sendo menos
micas. O pênfigo é uma doença vesículo-bolhosa freqüente em crianças e indivíduos acima de 70
crônica, de etiologia auto-imune que acomete pele anos. O diagnóstico é feito pelos exames clínico
e mucosas. As vesículas no pênfigo vulgar estão as- e histopatológico. Os autores descrevem um caso
sociadas à adesão de anticorpos IgG às moléculas de pênfigo vulgar em uma paciente de 17 anos,
da superfície dos queratinócitos. Estes anticorpos onde são abordados o diagnóstico, os aspectos
intercelulares ou do PV aderem aos desmossomos clínicos e histopatológicos, bem como a evolução
dos queratinócitos e às áreas livres de desmosso- e o tratamento que está sendo utilizado.
mos da membrana celular dos queratinócitos. Esta Unitermos - Pênfigo; Cavidade oral; Corticosterói-
ligação (adesão) de anticorpos resulta em uma per- des; Lesões vesículo-bolhosas.
Abstract
Pemphigus vulgaris is a disease of great interest sults in a loss of cell-cell adhesion, a process termed
for Oral Pathology and Stomatology, because oral acantholysis. It occurs almost exclusively in middle-
manifestation may precede systemic manifesta- aged (50 to 60 years old) and it is less frequent in
tion. Pemphigus vulgaris is a chronic autoimmune child and adults over 70 years old. Histological and
vesiculobullous disease and it affects the skin and clinical examinations are essential to the diagnosis.
mucous membrane. Blisters in PV are associated The authors describe a case of pemphigus vulgaris
with the binding of IgG autoantibodies to kerati- in a 17 years old female patient and the diagnosis,
nocyte cell surface molecules. These intercellular clinical and histopathological aspects as well as cli-
or PV antibodies bind to keratinocyte desmosomes nical evolution and treatment.
and to desmosome-free areas of the keratinocyte Key Words - Pemphigus, Oral cavity; Corticosteroids;
cell membrane. The binding of autoantibodies re- Vesiculo-Bulleous lesions.
val, mais pronunciada na região vestibular anterior in- gico, a paciente retornou para controle e verificou-se
ferior e também em algumas áreas da mucosa alveolar alguns pontos de recidiva (Figura 4).
(Figura 1), com queixa de dor e ardência. Apresentava
lesões de pele na região do manúbio-esternal. O diag-
nóstico clínico primário foi de uma doença dermato-
lógica com manifestação oral. Uma biópsia incisional
foi feita na papila interdental entre os dentes 31 e 32,
na clínica de estomatologia da Unigranrio, para con- Figura 3
firmação ou não do diagnóstico primário. O resultado Após dois me-
do exame histopatológico foi de pênfigo vulgar (Figu- ses, regressão
das lesões.
ra 2). Iniciou-se o tratamento na própria clínica com a
prescrição de Predinisona 4 mg de oito em oito horas
durante 15 dias. Após este período pode-se observar
melhora significativa do quadro clínico e foi introduzi-
do o medicamento Decadron de 12 em 12 horas.
Figura 4
Após cinco
meses, pontos
de recidiva.
Discussão
Referências
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Fac Odont Univ São Paulo 1999;6(1):31-7. nabara Koogan; 1998. 705p.
Resumo
Fatores de crescimento polipeptídicos são pro- ciadas (fibroblastos, osteoblastos e cementoblastos)
teínas de baixo peso molecular sintetizadas por é mediada por moléculas de sinalização (fatores de
várias células e tecidos que regulam os eventos crescimento), alguns estudos foram publicados pro-
básicos que levam à regeneração periodontal: pondo a utilização clínica dos fatores de crescimen-
proliferação, quimiotaxia, diferenciação e síntese to, isolados ou combinados, em diferentes tipos de
de matriz protéica. Embora diversos métodos te- veículos com o objetivo de favorecer a regeneração
rapêuticos tenham sido propostos para uso clínico periodontal. Neste artigo, as características gerais e
visando a regeneração dos tecidos periodontais, a os estudos in vitro e in vivo evidenciando o papel
previsibilidade de sucesso ainda é limitada, com dos principais fatores de crescimento utilizados na
casos bem-sucedidos e outros mostrando resul- regeneração periodontal serão revistos com o ob-
tados aquém do esperado. Recentemente, após jetivo de avaliar o papel dos fatores de crescimento
a identificação da existência de células tronco no na regeneração periodontal.
ligamento periodontal e a compreensão que a di- Unitermos - Regeneração periodontal; Fatores de
ferenciação destas células em outras mais diferen- crescimento; Mitogênese; Quimiotaxia
Abstract
Polipeptidic growth factors are low density proteins more differentiated ones (osteoblasts, cementoblasts,
secreted by different cells and tissues that regulate fibroblasts) is mediated by signaling molecules (gro-
the basic events leading to periodontal regeneration: wth factors), some studies have proposed the clinical
proliferation, chemotaxis, differentiation and protein use of growth factors isolated or in combination to
synthesis. Although many methods for achieving enhance periodontal regeneration outcomes. In this
regeneration of lost periodontal tissues have been paper, the characteristics and in vitro and the in vivo
suggested, there is poor predictability, with some studies evaluating the role of growth factors in perio-
well-succeeded cases and others showing unexpected dontal regeneration will be reviewed to evaluate the
results. Recently, after the identification of mesenchy- role of growth factors in periodontal regeneration.
mal stem cells in the periodontal ligament and the un- Key Words - Periodontal regeneration; Growth fac-
derstanding that the differentiation of these cells onto tors; Mitogenic; Chemotaxis.
Tabela 1 - Características gerais dos principais fatores de crescimento utilizados na regeneração periodontal
Plaquetas
AA LP
Macrófagos Mitogênico e quimiotático para fibroblastos gengivais, LP e osteoblastos;
PDGF AB Fibroblastos gengivais
Células endoteliais favorece a regeneração periodontal in vivo
BB Osteoblastos
Osteoblastos
Ácido
FGF Fibroblastos gengivais Macrófagos Osteoblastos Mitogênico e quimiotático para fibroblastos gengivais e LP
Básico
LP Plaquetas Mitogênico e quimiotático para células do LP, síntese de matriz protéica,
TGF-β β1 - β5
Osteoblastos Macrófagos Osteoblastos estimula a formação de tecido ósseo e de cemento in vitro
Síntese de matriz óssea (proteínas colágenas e não colágenas);
LP
I Macrófagos Mitogênico para fibroblastos gengivais, LP e osteoblastos; Quimiotático
IGF Fibroblastos gengivais
II Osteoblastos Fígado para osteoblastos, LP e células progenitores de osteoclastos; sinérgico
Osteoblastos
ao PDGF
referência apical criado com broca diamantada durante dissulfídicas internas, com forte homologia com a insu-
a cirurgia no nível da crista óssea remanescente24. lina. Entre as propriedades que os destacam na regene-
Atualmente, o PDGF é um fator de crescimento ração periodontal, as principais são: estímulo da síntese
bem caracterizado, fabricado sob a forma de gel para o de matriz óssea (proteínas colágenas e não colágenas)
tratamento de feridas cutâneas nos membros inferio- in vitro, efeitos mitogênicos sobre osteoblastos e fibro-
res em pacientes diabéticos. Baseado nisso, em 2005 blastos do ligamento periodontal por meio da união a
foi publicado o primeiro estudo25 clínico, cego, alea- receptores específicos e quimiotaxia para fibroblastos
tório, prospectivo e multicêntrico, envolvendo várias do ligamento periodontal, osteoblastos e células pro-
instituições de pesquisa dos Estados Unidos e 180 pa- genitoras de osteoclastos. No entanto, os efeitos do
cientes apresentando defeitos periodontais maior ou IGF-1 na regeneração periodontal são potencializados
igual a 4 mm. Os pacientes foram tratados de acordo quando combinado com outros fatores de crescimento,
com um dos tratamentos: ß -TCP (fosfato tricálcico) + especialmente o PDGF, conforme descrito no subitem
0,3 mg/ml de rh PDGF-BB em solução tampão, ß -TCP anterior5,6,7,8.
+ 1,0 mg/ml de rh PDGF-BB em solução tampão ou ß - Recentemente, foi sugerido que a proteína deri-
TCP + solução tampão. Os resultados mostraram ganho vada do esmalte (EMD) estimulou a produção de IGF-1
de inserção significativo após três meses para o Grupo e TGF- ß em células de ligamento periodontal huma-
1 em relação ao Grupo 3 (p=0,032), mas esta diferen- no, sugerindo que estas células, quando estimuladas à
ça desapareceu após seis meses. O Grupo 1 também proliferação, são capazes de sintetizar estes fatores de
mostrou maior taxa de ganho de inserção (p<0,05), crescimento. Além disso, a adição de IGF-1 e TGF- ß es-
maior ganho linear de osso (2,6 x 0,9, p<0,001) e maior timulou a proliferação das células de ligamento perio-
porcentagem de preenchimento do defeito (57% x dontal, demonstrando os efeitos mitogênicos das duas
18%, p<0,001) em relação ao Grupo 3 após seis meses substâncias sobre as mesmas, estimulando também a
de avaliação. Esses trabalhos de pesquisa culminaram atividade de fosfatase alcalina e expressão de RNAm de
com o desenvolvimento de uma nova tecnologia para osteocalcina, além de estimular a proliferação celular
procedimentos regenerativos periodontais e periim- estimulada pela própria EMD27.
plantares denominada matriz enriquecida de fator de
crescimento (GEM 21S, Osteohealth), consistindo de Fator de crescimento transformador Beta
solução concentrada de PDGF-BB recombinante hu- O fator de crescimento transformador beta rece-
mano puro e uma matriz osteocondutora. Os estudos beu esta terminologia porque foram isolados pela pri-
clínicos e em animais deste produto mostraram resul- meira vez de células transformadas quimicamente e por
tados altamente favoráveis em defeitos ósseos perio- vírus. Posteriormente, foram isolados de tecidos neo-
dontais severos e defeitos periimplantares, promoven- plásicos e não neoplásicos e de plasma humano, sendo
do cura mais rápida das feridas cirúrgicas, regeneração liberado principalmente pelas plaquetas, tecido ósseo
óssea e ganho de inserção26. e cartilagem. Entretanto, outros órgãos e tecidos tam-
bém podem sintetizar este fator de crescimento, como,
Fator de crescimento insulínico por exemplo, fígado e glândula salivar de bovinos. Uma
O termo fator de crescimento insulínico é utilizado das principais propriedades deste fator de crescimento
para descrever atividades de promoção do crescimen- é a síntese de colágeno, tanto no ligamento periodon-
to estimuladas por proteínas que apresentam homo- tal quanto em outros órgãos ou tecidos do organismo.
logia estrutural com a pró-insulina. Existem dois tipos Especificamente no ligamento periodontal, o TGF- ß
diferentes de IGF (I e II) que são independentemente apresenta propriedades mitogênicas, quimiotáticas,
regulados, embora sejam funcionalmente similares. O de diferenciação e de síntese de matriz protéica5,6,7,8.
IGF-I, assim como o IGF-II, é uma proteína do tipo in- O aumento da síntese de colágeno pode estar correla-
sulina que foi encontrada no sistema circulatório e que cionado ao aumento da quantidade de células viáveis
possui atividade semelhante a esta substância. O IGF- presentes decorrentes do estímulo à proliferação celu-
1, produzido principalmente no fígado, é uma proteína lar. Por outro lado, o TGF pode exercer efeitos inibitórios
de 7,6 kDa em peso molecular e consiste de 70 resíduos na proliferação celular, dependendo da concentração
aminoácidos em cadeia simples, contendo três pontes utilizada18 e da presença contínua deste fator de cres-
BMP-3 (osteogenina) Pulmão, rim, cérebro, intestino Osteoindutor; promove fenótipo condrogênico
Rebordo ectodermal apical, meninges, pulmão, Osteoindutor; reparo de fraturas; sobrexpressão associada com ossificação
BMP-4
fígado e rim ectópica na fibrodisplasia ossificante progressiva
Glândulas adrenais, cérebro, olhos, coração, rim, Osteoindutor; reparo de ossos longos, osso alveolar, fusão espinhal; diferenciação
BMP-7 (proteína osteogênica-1)
pulmão, placenta, baço, músculos esqueléticos de osteoblastos, condroblastos, adipócitos
ministração de doses únicas de 0,5 mg/ml ou 1,0 mg/ml gem de plaquetas e o nível dos fatores de crescimento.
de hOP-1 em carreador de matriz colágena. Por outro O PRP obtido foi capaz de estimular a síntese de DNA de
lado, a BMP-2 não foi tão eficiente na cementogênese fibroblastos gengivais e do LP e de osteoblastos e a di-
quanto a hOP-1, mas foi mais eficiente na formação de visão celular, com diminuição da atividade de fosfatase
tecido osteóide e osso maduro, indicando que a ação da alcalina e supressão da divisão de células epiteliais, in-
aplicação de doses únicas e isoladas desses morfogenes dicando seu potencial uso terapêutico na regeneração
produzem tecidos morfologicamente diferentes do que periodontal. Entretanto, a expressão de colágeno tipo
a aplicação dos dois em conjunto. Assim sendo, a BMP- I em células do ligamento periodontal foram estimula-
2 apresenta forte efeito na osteogênese e efeito menor das pelo extrato de plaquetas, mas o tratamento com
na cementogênese, enquanto que a hOP-1 modula a o PDGF-AB e TGF- ß 1 puros não conseguiu o mesmo
expressão do fenótipo de cementoblastos e a cemento- efeito, indicando que outros fatores presentes no PRP
gênese. Considerando que a regeneração periodontal e até então desconhecidos também seriam capazes de
envolve a neoformação de múltiplos tecidos, a melhor estimular a regeneração periodontal, incluindo entre
abordagem terapêutica envolvendo os morfogenes é a estes IGF-I, PDGF-BB, fator de crescimento endotelial
utilização de diferentes tipos de BMPs/OPs, levando à vascular (VEGF) e fator de crescimento epidermal (EGF).
diferenciação de diferentes tecidos29. No entanto, houve apenas uma fraca correlação entre a
contagem de plaquetas ou os níveis de fatores de cres-
Fator de crescimento de fibroblastos cimento detectados e os resultados clínicos e radiográfi-
Existem sete membros identificados da família cos da regeneração periodontal em pacientes apresen-
do FGF que apresentam atividades semelhantes: mi- tando defeitos infra-ósseos associado à matriz TCP30.
togenicidade para células de origem mesodermal e
neuroectodermal e atividade angiogênica potente in Conclusão
vivo. Entretanto, apenas as formas ácida e básica foram
melhor caracterizadas, podendo ser utilizadas na re- Os fatores de crescimento polipeptídicos repre-
generação periodontal. Esses isotipos são codificados sentam uma alternativa de tratamento clinicamente
por genes separados e são regulados independente- viável, levando à regeneração mais rápida de osso, ce-
mente, mas geralmente induzem as mesmas atividades mento e ligamento periodontal. No entanto, maiores
biológicas. Apresenta ainda efeitos mitogênicos e qui- estudos são necessários para melhor compreensão dos
miotáticos para células do ligamento periodontal. As mecanismos de ação, veículos carreadores, dosagem e
células derivadas de ligamento periodontal humano, tempo de aplicação ideais ao tratamento regenerador
especialmente aquelas de linhagem osteoblástica ou periodontal sem a ocorrência de efeitos adversos.
cementoblástica, conforme determinado pela ativida-
Recebido em: mai/2007
de de fosfatase alcalina e expressão de osteocalcina e
Aprovado em: jun/2007
sialoproteína óssea, exibem receptores para bFGF, mos-
trando maior efeito proliferativo mediado por este fator Endereço para correspondência:
Disciplina de Periodontia - Departamento de Prótese
de crescimento3,4,5. O tratamento de lesões de furca de Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Classe III cirurgicamente criados em cães com bFGF nas Adriana Campos Passanezi Sant´Ana
Al. Dr. Octávio Pinheiro Brisolla 9-75 - Caixa Postal 73
concentrações de 0,5 mg/ml e 1,0 mg/ml associado à
17012-912 - Bauru - São Paulo
RTG resultou em favorecimento da regeneração perio- Tel.: (14) 3234-8278
dontal, especialmente na primeira concentração, onde acpsantana@gmail.com
drisantana@yahoo.com.br
observou-se histologicamente a formação de maior
quantidade de novo cemento e maior porcentagem de
preenchimento do defeito21.
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Resumo
A hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC) é uma uma revisão da literatura sobre a HSDC, principalmen-
condição dolorosa freqüentemente encontrada na te em relação aos tópicos: diagnóstico diferencial, pre-
clínica odontológica, por isso o seu entendimento valência, etiologia e formas de tratamento.
torna-se de fundamental importância para os profis- Unitermos - Sensibilidade da dentina; Diagnóstico;
sionais. Sendo assim, o objetivo deste artigo foi fazer Epidemiologia; Etiologia; Tratamento.
Abstract
Cervical dentin hypersensitivity (CDHS) is a common about CDHS, especially focusing on differential diag-
painful condition in dental clinic, so its understanding nosis, prevalence, etiology and treatment.
is important for many professionals. This way, the pur- Key Words - Dentin sensitivity; Diagnosis; Epidemio-
pose of the present article was to review the literature logy; Etiology; Ttreatment.
* Professor Adjunto da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp, Departamento de Diagnóstico e Cirurgia.
** Doutoranda em Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp, Departamento de Diagnóstico e Cirurgia.
Por ser uma condição de desconforto freqüen- Os estímulos que mais freqüentemente desenca-
temente encontrada na clínica odontológica, o seu en- deiam a sensação de dor são: contato com alimentos frio
tendimento torna-se fundamental para os profissionais. ou quente; contato com alimentos doce ou ácido; conta-
Sendo assim, o objetivo do presente artigo foi fazer uma to com escova dental ou explorador dental; o jato de ar
revisão da literatura sobre a HSDC, principalmente, em da seringa tríplice e até mesmo a respiração bucal7.
relação aos seguintes tópicos: diagnóstico diferencial, O estímulo frio tem sido reportado como o prin-
prevalência, etiologia e tratamento. cipal estímulo associado à HSDC8-9. Foi constatado em
um estudo transversal10 que a bebida fria (55%) era o
Revisão da Literatura estímulo que mais causava HSDC, seguida pela bebida
quente (18%) e escovação (13%). A dor originada de
Diagnóstico diferencial estímulos quentes leva mais tempo para se manifestar
do que a dor originada de estímulos frios, pois o ca-
A dor é o único sintoma da HSDC, sendo a mes- lor provoca um movimento do fluido dentinário para
ma curta e aguda por natureza, permanecendo apenas dentro, em direção à polpa. Ao contrário, o estímulo
durante a aplicação do estímulo6. Diversas condições frio provoca um movimento do fluido em direção à su-
dentárias apresentam sintomatologia idêntica ou similar. perfície, provocando uma maior deformação das ter-
Dentre essas condições destacam-se dente fraturado ou minações nervosas2.
trincado, restaurações com infiltração, tratamento res-
taurador recente, cárie dental, sulco palatogengival ou Prevalência
outras invaginações de esmalte, hipoplasia de esmalte,
dente com hiperfunção aguda e descontinuidade congê- A HSDC é um problema comumente encontrado
nita na junção amelocementária1,7. Desse modo, o diag- na população adulta, com uma prevalência variando de
nóstico diferencial é extremamente importante no diag- 4% a 74% (Tabela 1). Essa ampla variação pode ocorrer
nóstico da HSDC. Além de uma história clínica detalhada, devido a vários fatores, incluindo diferenças nos méto-
os exames clínico e radiográfico são necessários para o dos diagnósticos utilizados e variação no consumo de
estabelecimento do diagnóstico definitivo de HSDC. alimentos e bebidas ácidas10-11.
Tabela 1 - Estudos de prevalência sobre hipersensibilidade dentinária10-11
Tabela 2 - Valores de pH das substâncias19,23 da dieta na superfície dentinária. Foi constatado que a es-
Substâncias pH Substâncias pH covação imediatamente após a imersão das amostras nas
Limão Taiti 2,28 Cerveja Skol 4,28
bebidas promoveu um aumento na abertura dos túbulos
Laranja Pêra 3,80 Pinga Pirassununga 3,95
Laranja Ponkan 4,00 Vodka Russa 6,40 dentinários para a maior parte dos produtos testados. A
Laranja Lima 5,43 Vodka Wyborowa 8,13 partir dos resultados obtidos, os autores concluíram que
Uva Red Globe 3,88 Whisky Black Label 4,12 a escovação isoladamente não causa abrasão significan-
Uva Rosada 3,34 Vinho Tinto 3,75 te da dentina, nem inicia a hipersensibilidade dentinária
Uva Rubi 3,71 Vinho Branco 3,74
Uva Itália 3,68 Coca-Cola 2,84 pela abertura dos túbulos. Por outro lado, a escovação
Maçã Gala 4,25 Pepsi 2,78 tende a aumentar o efeito erosivo da dieta ácida, e por
Maçã Argentina 4,18 Fanta Uva 3,43 esse motivo não deve ser realizada imediatamente após
Maçã Verde 3,88 Fanta Laranja 3,54 a ingestão de alimentos e bebidas ácidas.
Nêspera 4,15 Sprite 3,27
Nectarina 3,50 Água Tônica 3,01
Outros autores24 avaliaram o efeito da escovação
Ameixa Nacional 3,44 Soda Limonada 3,36 na formação de smear layer, assim como a influência da
Morango 3,79 Guaraná Kuat 3,38 escovação precedida ou seguida pela aplicação de uma
Abacaxi 3,83 Guaraná Antártica 3,52 dieta ácida na patência dos túbulos dentinários. Foi ob-
Goiaba Branca 3,74 Água Destilada 5,96
servado que a escovação isoladamente foi a mais efetiva
Goiaba Vermelha 3,84 Água Mineral 6,91
Melancia 5,23 Iogurte Natural Itambé 4,12 na oclusão dos túbulos dentinários, apresentando uma
Banana Prata 4,50 Iogurte de Morango Itambé 4,13 porcentagem de túbulos abertos inferior a 25%. A por-
Banana Caturra 5,15 Café Três Corações 5,94 centagem de túbulos abertos produzida pela escova-
Melão 5,57 Café/ Leite Desnatado 6,38
ção subseqüente à aplicação do ácido foi de 60% a 65%,
Mamão 5,38 Leite Desnatado Longa Vida 6,42
Pêra 4,20 Chá mate Leão 5,66 enquanto para a escovação precedida pela aplicação do
Kiwi 3,97 Licor Frangélico 5,02 ácido foi superior a 75%, ou seja, o maior percentual de
Carambola 2,27 Gin London Dry 8,52 túbulos abertos. Assim, em casos de sensibilidade den-
Manga Haden 4,77 Leite Fermentado Chamyto 3,64 tinária, a escovação não deve ser precedida ou seguida
Caju 4,52
por uma dieta ácida, devendo a mesma ser realizada se-
paradamente das refeições.
ação quelante dos citratos e a presença de açúcar16-17 Em outro estudo21 foi avaliado o efeito da aplica-
Foi avaliado17 in vitro o efeito de ácidos na denti- ção de diferentes bebidas ácidas e da escovação com
na e esmalte com relação à temperatura, tipo de ácido e sem dentifrício na morfologia e permeabilidade den-
utilizado, concentração e tempo de exposição. O au- tinária e constatou-se que bebidas ácidas como Coca-
mento da temperatura do ácido cítrico provocou um Cola (ácido fosfórico), suco de laranja (ácido cítrico + as-
aumento significativo na perda de tecido tanto para o córbico), vinho branco (ácido tartárico), vinagre (ácido
esmalte quanto para a dentina. Em relação aos tipos acético) e xarope mucolítico (ácido benzóico e tartárico)
de ácidos utilizados, foi constatado que numa mesma aumentaram a permeabilidade dentinária pela remoção
concentração os ácidos cítrico, málico e lático apresen- e dissolução de smear layer e smear plugs. A escovação,
taram resultados similares, sendo significativamente entretanto, reduziu a permeabilidade dentinária devido
menos destrutivos que o ácido fosfórico para ambos à formação de uma fina e nova smear layer. Também
os tecidos. Além disso, nos quatro tipos de ácidos, foi foi verificado que o dentifrício exerce um papel prote-
verificado um aumento não linear da erosão dental tor na prevenção da completa remoção de smear layer
com o aumento da concentração dos mesmos e com e reduz a hipersensibilidade dentinária pela produção
o aumento do tempo de exposição. de uma nova smear layer artificial e de depósitos den-
Além da dieta ácida, também tem sido investiga- tro dos túbulos.
do o papel da escovação na etiologia da HSDC. A com- Um outro fator etiológico da HSDC que vem
binação da erosão com a abrasão é considerada por sendo comentado na literatura é a abfração. A abfra-
alguns autores como a causa de maior importância na ção pode ser definida como a perda de estrutura den-
abertura dos túbulos dentinários1. tal na região cervical pela flexão dos dentes em função
Alguns autores18 avaliaram in vitro o efeito da esco- de forças mal dirigidas, como ocorre, por exemplo, no
vação isoladamente ou em combinação com substâncias bruxismo e no contato prematuro. A tensão causa-
da pela flexão dos dentes provoca uma ruptura dos O tratamento da HSDC pode se tornar um proce-
cristais de hidroxiapatita, resultando em fraturas do dimento desafiador para os profissionais, devido à difi-
esmalte e eventual perda de esmalte e dentina sub- culdade de se obter uma medida da resposta dolorosa,
jacente25. Essa ruptura dos cristais de hidroxiapatita uma vez que ela varia de paciente para paciente. Além
torna a região mais susceptível ao efeito solubilizador disso, se a exposição dentinária estiver sido ocasionada
dos ácidos e abrasivo da escovação15. por hábitos pessoais, haverá necessidade de mudança
comportamental por parte paciente, o que, muitas ve-
Tratamento zes, não é facilmente obtido26.
Um grande número de agentes tem sido pre- • Despolarização das terminações nervosas
conizado para o tratamento da HSDC, o que denota, Estudos têm demonstrado a eficácia do nitrato
em princípio, que nenhum deles seja completamente de potássio no tratamento da HSDC. O nitrato de po-
eficaz para tal finalidade. De maneira geral, o trata- tássio, em uma concentração de 5% em um dentifrício
mento da HSDC inclui a oclusão dos túbulos dentiná- pouco abrasivo, foi capaz de promover a dessensibiliza-
rios e/ou a redução da atividade nervosa sensorial1,11,15. ção da dentina quando usado por um período de qua-
Na Tabela 3 estão listadas as principais estratégias para tro semanas comparado a um dentifrício controle27. O
tratamento da HSDC. gel adesivo de nitrato de potássio, nas concentrações
de 5% e 10%, também se mostrou efetivo na redução
Tabela 3 - Estratégias de tratamento para HSDC11 da hipersensibilidade dentinária28. O mecanismo de
1. Despolarização das terminações nervosas ação do nitrato de potássio ainda não está completa-
Nitrato de Potássio mente esclarecido. A teoria mais aceita é que os íons de
2. Agentes Anti-inflamatórios potássio são os componentes ativos e que o nitrato de
Corticosteróides potássio reduz a atividade nervosa sensorial da dentina
pela despolarização provocada pelos íons K+ , ou seja,
3. Obliteração dos túbulos dentinários
o aumento da concentração de potássio extra-celular
a. Deposição de Partículas
despolariza as membranas das fibras nervosas bloque-
Íons/Sais
ando a ação axônica e a passagem do estímulo15,27-28.
Hidróxido de Cálcio
Um aspecto importante deste agente é que o mesmo
Óxido Férrico
não induz alterações pulpares.
Oxalato de Potássio
Monofluorfosfato de Sódio
• Agentes antiinflamatórios
Fluoreto de Sódio
Agentes antiinflamatórios como os corticosterói-
Fluoreto Estanoso
des têm sido propostos para o tratamento da HSDC; po-
Cloreto de Estrôncio
rém, a validade do uso destes agentes tem sido questio-
Precipitação de Proteínas
nada11. É preciso compreender que essas drogas atuam
Formaldeído
sobre o tecido pulpar inflamado reduzindo a pressão te-
Glutaraldeído
cidual e, conseqüentemente, a estimulação das termina-
Nitrato de Prata
ções nervosas que causam a dor. Sendo assim, essas dro-
Brunimento
gas estariam mais indicadas nos casos em que dor esteja
Iontoforese
relacionda à inflamação pulpar como ocorre, por exem-
b. Selantes dentinários
plo, nos dias que sucedem a um preparo cavitário15.
Cemento de ionômero de vidro
Resinas
• Obliteração dos túbulos dentinários
Vernizes
Baseado na teoria hidrodinâmica, a obliteração
Selantes
dos túbulos dentinários reduz a movimentação dos
c. Cirurgia Plástica Periodontal fluidos e conseqüentemente a HSDC. Por esse motivo,
d. Materiais Restauradores é considerada a forma mais eficiente de tratamento
e. Laser da HSDC2,11,26. A obliteração dos túbulos pode ocorrer
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Resumo
O presente artigo visa relatar um caso clínico, com que a presença obrigatória de mucosa ceratinizada
acompanhamento de três anos, onde, através de ao redor dos elementos dentais ainda é um assunto
um único procedimento cirúrgico, conseguiu-se o controverso. Contudo, técnicas cirúrgicas conserva-
recobrimento radicular de uma recessão gengival doras, como o enxerto de conjuntivo em um único
no elemento 14, bem como o aumento da mucosa estágio, estão perfeitamente indicadas no trata-
ceratinizada desta região. mento de recessões gengivais.
Através da discussão e descrição detalhadas dos Unitermos - Recessão gengival; Recobrimento ra-
procedimentos cirúrgicos envolvidos concluiu-se dicular; Enxerto de conjuntivo.
Abstract
The goal of this paper is to present a clinical case could conclude that the presence of keratinized
with 3 years follow up, where a one stage root cove- mucosa around the tooth is still controversial. Thus,
rage connective tissue graft in the right first premo- conservative techniques as one stage connective tis-
lar was done. The detailed description of the surgical sue grafts are indicated in the treatment of gingival
procedures and the follow up showed the complete recession.
covered of a gingival recession and the increase of Key Words - Gingival recession; Root coverage; Con-
the keratinized mucosa. Throw the discussion we nective tissue graft.
* Professor Adjunto das Disciplinas de Periodontia e Implantodontia da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
** Alunos do Curso de Mestrado em Odontologia - Área de Concentração em Implantodontia da UFSC.
*** Alunos do Curso de Doutorado em Odontologia - Área de Concentração em Implantodontia da UFSC.
**** Professor Adjunto das Disciplinas de Periodontia e Implantodontia da UFSC.
Diagnóstico
Figura 4
Figura 1 Enxerto de
Recessão conjuntivo
gengival de posicionado
3 mm no dente sobre a
14. Observar recessão e
a ausência suturado
de tecido no periósteo
ceratinizado. adjacente.
Discussão
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Resumo
O objetivo deste estudo clínico foi avaliar a relação comparação aos fumantes pesados que mostraram
do fumo com a doença periodontal em 40 fumantes valores expressivos para PS e PIC na idade de 25-40
de 25 a 70 anos. Os indivíduos foram divididos em anos e IPL e PIC entre 61-70 anos. Os fumantes de
dois grupos, considerando a quantidade de cigarros curta duração demonstraram maiores valores para
ao dia (fumantes leves e pesados) e tempo de du- IG e IPL em pessoas de 25-40 anos, IPL e R de 41-60
ração do hábito de fumar (curta e longa duração). anos. Os fumantes de longa duração apresentaram
Foram avaliados quanto ao índice de placa (IPL), ín- R, PS e PIC elevados entre 25-40 anos; IG, PS e PIC en-
dice gengival (IG) e índice Wilson Sallum (IWS) para tre 41-60 e na faixa etária de 61-70 anos para todos
obtenção de dados de profundidade de sondagem os critérios. Houve diferença estatística significativa
(PS), recessão gengival (R) e perda de inserção clíni- entre os sextantes anteriores e posteriores (p < 0, 01),
ca (PIC). Os dados foram submetidos aos testes “t” e excetuando-se a recessão gengival (p = 0,61). Con-
Mann Whitney. Os fumantes leves apresentaram va- cluiu-se que o fumo é um fator de risco modificador
lores maiores para o IG, IPL e R na faixa etária de 25- da doença periodontal.
40 anos; para todos os parâmetros entre 41-60 anos Unitermos - Doença periodontal; Fator de risco;
e para IG, R e PS em indivíduos com 61-70 anos, em Fumo.
Abstract
The aim of the study was to assess the relationship be- GI, GR and PD in the age range 61-70 years compared
tween smoking and periodontal disease in 40 smokers to heavy smokers who presented higher values for PD
aged 25 to 70 years old. The individuals were divided and CAL in age stratum 25-40 years and PI and CAL in
into two groups considering the quantity of cigaret- 61-70 years. The short duration smokers observed hi-
tes by day (light and heavy smokers) and duration of gher GR, PD and CAL in the age range 25-40 years; GI,
smoking habit (short and long duration). They were PD and CAL in 41-60 years and in the age of 61-70 ye-
evaluated for plaque index (PI), gingival index (GI) and ars for all the parameters used. There was statistically
Wilson Sallum index (WSI) which values are obtained significant difference among anterior and posterior
for probing depth (PD), gingival recession (GR) and cli- regions (p < 0, 01), except for gingival recession (p = 0,
nical attachment loss (CAL). The results were submit- 61). It has concluded that smoking is a modifying risk
ted to t test and Mann-Whitney test. The light smokers factor for the progression of periodontal disease.
showed higher values for GI, PI and GR in age stratum Key Words - Periodontal disease; Risk factor;
25-40 years; for all the parameters 41-60 years and for Smoking.
* Mestre em Periodontia pela Unicamp; Professora Assistente, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Maranhão.
** Doutor em Periodontia pela Unicamp; Professor Associado da FOP/Unicamp.
*** Doutores em Periodontia pela Unicamp; Professores Titulares da FOP/Unicamp.
indivíduos apresentou 41-60 anos (45%), seguido de (0,9790). Na faixa etária de 41 a 60 anos observou-se
25-40 anos (37,5%) e 61-70 anos de idade (17,5%). que os dados para IPL (1,1694) e R (1,5) foram mais ele-
Os valores expressos na Tabela 1 demonstram as vados quando comparados aos fumantes de longa du-
médias de índice gengival, índice de placa e índice WS, ração, que apresentaram valores significativos para IG
considerando a quantidade de cigarros consumidos ao (1,3208), PS (0,9166) e PIC (1,1145). Em indivíduos de 61
dia (fumantes leves e pesados) e a duração do hábito de a 70 anos, foram verificados resultados de IG (1,1071),
fumar (fumantes de curta duração e longa duração). IPL (1,3306), R (1,6904), PS (0,9999) e PIC (1,1666) apenas
para fumantes de longa duração.
Tabela 1 - Média do IG, IPL e IWS em fumantes de acordo Os dados relativos às médias, erro padrão e des-
com a quantidade de cigarros consumidos ao dia
e tempo do hábito
vio padrão foram avaliados através da comparação dos
sextantes anteriores e posteriores. Verificou-se que os
Quantidade (G1) Tempo (G2)
Idade Parâmetros G1A G1B G2A G2B sextantes posteriores apresentaram os maiores valores
de IG (1,9070), IPL (2,3070), PS (1,8250) e PIC (2,0830),
25-40 n 9 6 7 8
sendo estatisticamente significativo (p < 0,01). A recessão
% 22,5 15,0 17,5 20,0
gengival obteve média de 1,9880 para os sextantes ante-
IG 0,9867 0,7001 0,9748 0,8395
IPL 3,3880 1,0354 1,1459 1,0920 riores e 2,1130 para os sextantes posteriores, sem haver
R 1,3147 1,0833 1,1902 1,2499 diferença estatística significativa (p = 0,61), Tabela 2.
PS 0,8516 0,8610 0,8195 0,8749
PIC 0,8146 0,9444 0,7378 0,9790 Tabela 2 - Média, erro padrão e desvio padrão dos sextantes
n 6 12 2 16 anteriores e posteriores quanto aos parâmetros clínicos
41-60
Parâmetros Erro Desvio
% 15,0 30,0 5,0 40,0 Sextantes Médias P – Valor
Clínicos Padrão Padrão
IG 1,1945 0,7787 0,9503 1,3208
IPL 1,3727 0,8298 1,1694 1,0346 IG Anteriores 0,9115 0,0715 0,4527 0,01
R 1,7777 1,1527 1,5 1,3437 Posteriores 1,9070 0,1362 0,8612
PS 0,8888 0,7360 0,6666 0,9166 IPL Anteriores 1,0670 0,0832 0,5266 0,01
PIC 1,2777 0,9860 0,8333 1,1145
Posteriores 2,3070 0,1563 0,9888
n 1 6 0 7 R Anteriores 1,9880 0,1181 0,746 0,61
61-70
% 2,5 15,0 0 17,5 Posteriores 2,1130 0,2182 1,3800
IG 1,0315 0,9525 0 1,1071
PS Anteriores 0,7250 0,0819 0,5183 0,01
IPL 1,2828 1,3498 0 1,3306
R 1,9166 1,5999 0 1,6904 Posteriores 1,8250 0,1546 0,9776
PS 1,4166 1,0333 0 0,9999 PIC Anteriores 1,0130 0,1234 0,7803 0,01
PIC 1,0833 1,1999 0 1,1666 Posteriores 2,0830 0,2083 1,3170
dia e a duração do hábito de fumar6,8, visto que existe bolsas periodontais em regiões anteriores da boca.
uma relação dose-dependente entre fumo e compro- No tocante à perda de inserção clínica, os resul-
metimento das estruturas periodontais4,11,15. Portanto, tados demonstraram maior prevalência em sextantes
tendo em vista a relevância do fumo como fator de ris- posteriores (p < 0,01), concordando com pesquisas an-
co para as doenças periodontais3,4,6,8,11,22,25, este estudo teriormente citadas7,10.
teve o objetivo de analisar clinicamente a influência do A presença de recessão gengival foi levemente
fumo na progressão e severidade dessa doença, consi- maior na região anterior, no entanto, não sendo estatis-
derando quantidade de cigarros consumidos ao dia e ticamente significante (p = 0,61). Estes achados concor-
duração do hábito de fumar. dam com trabalhos15,16 que não encontraram diferença
Ficou evidenciado que os fumantes leves entre entre regiões anteriores e posteriores da boca. Entre-
25 a 40 anos apresentaram maiores valores para IG, tanto, maior prevalência de recessão gengival pode ser
IPL e R. Na faixa etária de 41 a 60 anos, esses indiví- observada em sextantes anteriores10,13.
duos demonstraram valores significativos em todos os Deve ser ressaltado que o hábito de fumar atua
parâmetros clínicos estudados. E nos fumantes de 61 como um dos principais fatores de risco para o desenvol-
a 70 anos, IG, R e PS. Dados referentes a PS e PIC fo- vimento da doença periodontal, sendo capaz de romper
ram elevados em fumantes pesados de 25 a 40 anos, o equilíbrio entre agressão e defesa do organismo. Os
enquanto que IPL e PIC foram significativos em indi- produtos do tabaco exercem efeitos na resposta local,
víduos entre 61 e 70 anos. Esses achados mostrando devido à exposição direta ou sistêmica do hospedeiro,
maior comprometimento das estruturas periodontais através da circulação dos produtos no sangue e saliva.
em fumantes leves diferem de estudo12 que demons- Dentro do limite do nosso trabalho, observou-se evi-
trou quanto maior número de cigarros fumados ao dia, dências que sustentam o papel do fumo como fator de
maior a possibilidade da progressão da periodontite e risco modificador da doença periodontal em menor ou
que fumantes leves têm 3,4 vezes de probabilidade de maior intensidade, enfatizando a resposta dose-depen-
aumentar a severidade da doença, enfatizando a rela- dente. No entanto, embora a relação do fumo e doença
ção dose-dependente2. periodontal tenha sido estabelecida, pesquisas futuras
Quanto ao período de hábito de fumar, os fu- com diferentes parâmetros microbiológicos e imunoló-
mantes de curta duração na faixa etária de 25 a 40 gicos são necessárias para confirmar esses achados.
anos apresentaram maiores valores de IG e IPL. En-
tre 41 a 60 anos, verificou-se valores elevados de IPL Conclusão
e R. Nos fumantes de longa duração, R, PS e PIC fo-
ram expressivos na idade de 25 a 40 anos; IG, PS e Diante do exposto, conclui-se que:
PIC para 41 a 60 anos; todos os critérios clínicos para • A severidade e a progressão da doença periodontal
indivíduos de 61 a 70 anos. Esses resultados ratificam parecem relacionadas à quantidade de cigarros e du-
trabalhos7,11,18, os quais demonstraram destruição pe- ração do hábito de fumar.
riodontal ocasionada pelo fumo com o tempo pro- • Fumantes leves e de longa duração apresentaram os
longado (>10 anos). Contudo, não estão de acordo valores mais significativos de resposta ao efeito do
com estudos que encontraram alteração nos tecidos fumo nas estruturas periodontais.
periodontais em indivíduos com apenas dois anos29 e • Os sextantes posteriores foram os mais comprometi-
cinco anos do hábito de fumar20. dos quanto aos parâmetros clínicos de índices gengi-
Outro aspecto importante enfatizado nesse estu- val, de placa e WS, com exceção apenas da recessão
do foi o comprometimento das estruturas periodontais, gengival.
comparando regiões anteriores e posteriores de acordo
Recebido em: mai/2007
com o índice WS. Verificou-se que houve maior profun- Aprovado em: jun/2007
didade de sondagem em sextantes posteriores, sendo
Endereço para correspondência:
estatisticamente significante (p< 0,01). Esses dados con- Adriana de Fátima Vasconcelos Pereira
dizem com estudos4,7,16,18 que encontraram maior quan- Rua Frei Caneca, 750 - Apto. 2211 - Cerqueira César
01307- 001 - São Paulo - SP
tidade de bolsas em sextantes posteriores. Entretanto, Tel.: (11) 3159-8195
outros trabalhos2,14 demonstraram maior prevalência de adrivasconcelos@yahoo.com
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Resumo
A regeneração óssea guiada (ROG) vem se confir- remoção do tecido de granulação. A descontamina-
mando como procedimento previsível, enquanto ção da superfície do implante foi realizada com jato
enxertos aloplásticos têm apresentado resultados de bicarbonato e tetraciclina, sendo posteriormente
promissores quanto à regeneração. Este trabalho aplicado o enxerto de vidro bioativo e membrana
apresenta um caso clínico em que a paciente apre- de PTFE-e. Após 12 meses, em avaliações clínica e
sentou-se à clínica com queixa de inflamação na radiográfica, verificou-se a formação óssea ao redor
gengiva ao redor do implante na região do 35. Ao do implante preenchendo o defeito. Conclui-se que
serem realizados exames clínico e radiográfico ve- a técnica de enxerto aloplástico associado à ROG
rificou-se presença de profundidade de sondagem foram capazes de promover a regeneração óssea ao
(PS) de 5 mm e 7 mm (com sangramento) e perda redor de implante acometido por periimplantite.
óssea ao redor do implante. Após a remoção da co- Unitermos - Periimplantite; Regeneração óssea
roa protética foi feito um retalho total, seguido da guiada; Enxerto ósseo; Defeito ósseo.
Abstract
GBR has been confirmed as a predicable procedure The surface of the implant was decontaminated by
for the treatment of bone defects. Aloplastic grafts, sodium bicarbonate jet and tetracycline, followed
have presenting encouraging results on bone rege- the insertion of the graft of bioactive glass and GBR.
neration. The present work illustrated a clinical case In a 12-months clinical and radiographic evaluation
witch the patient I.S.F. presented asking treatment it was observed the new bone around the implant
for inflammation affecting the tissues around the filling the defect. It can be concluded that the bioac-
implant on the element 35. In the clinical and radio- tive glass associated with GBR were capable to pro-
graphic exam, it was demonstrated the presence of a mote bone regeneration on defects occasioned by
probing depth of 5 and 7 mm and bone defect, that peri-implantitis.
permit to establish the diagnosis of peri-implantitis. Key Words - Peri-implantitis; Guided bone regenera-
It was preceded with the scaling of the defect after. tion; Bone graft; Bone defect.
Discussão
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Protocolo de atendimento
clínico no modelo de promoção
de saúde odontológica
Clinical protocol of dental treatment in the health promotion model
Simone Maria Alves Tartaglia*, Ana Luiza Feres Monteiro de Castro**, Fábia Renata Demétrio Ribeiro**,
Saulo Dangelo Giarola***, Fernando Garcia Pedrosa****
Resumo
O objetivo deste trabalho é propor um protocolo de tratamento mais efetivo, uma vez que possibilita de-
procedimentos práticos no modelo de promoção de tectar precocemente a atividade das doenças cárie
saúde com base na revisão da literatura. O atendi- e periodontal intervindo com medidas mais simples
mento do paciente é dividido em quatro fases: exa- e efetivas, ao mesmo tempo que envolve o paciente
me diagnóstico e plano de tratamento; tratamento no processo de manutenção de sua saúde.
dos pacientes em atividade de doenças cárie e pe- Unitermos - Promoção de saúde; Protocolo clínico;
riodontal; tratamento restaurador e manutenção Atividade de cárie; Risco de cárie; Gengivite; Manu-
periódica. Esse protocolo permite a realização de um tenção preventiva.
ABSTRACT
The goal of this Project is to propose a protocol of cli- caries and periodontal diseases so simpler and less in-
nical procedures used to promote health care, based vasive measures can be used; at the same time that it
in the specific literature. The patient treatment is di- educates and involves the patient on how care for his
vided in four steps: diagnostics and a treatment pla- own health.
ne; treatment of the caries and periodontal diseases; Key Words - Health promotion; Clinical protocol; Ca-
restoration and maintenance. This protocol allows ries activity; Caries risk; Gingivitis; Preventive main-
a more effective treatment, because it detects early tenance.
seqüela da doença paralisada (lesões inativas). As lesões sam de uma maior exposição aos fluoretos23.
ativas apresentam textura amolecida e de coloração Dentre os produtos para aplicação tópica pro-
marrom clara. As lesões inativas têm aspecto pigmenta- fissional de fluoretos estão os géis, vernizes e espumas
do e apresentam tecido endurecido15,5. fluoretadas. O fluorfosfato acidulado em gel é o mais
Uma boa orientação do consumo racional de estudado entre os produtos fluoretados para aplicação
açúcar deve pautar-se no índice individual de uso de tópica. O verniz fluoretado tem sido indicado para crian-
sacarose (IUS). Esse índice é obtido através do diário de ças pequenas ou bebês, devido ao risco de ingestão do
dieta alimentar, no qual o paciente registra durante três gel. Como o produto se adere aos dentes e vai sendo
dias toda a sua alimentação16. dissolvido lentamente, é mais seguro24.
O exame radiográfico é um importante auxiliar Para pacientes com atividade de doença cárie, a
diagnóstico tanto para a doença cárie quanto para a literatura propõe uma série de quatro sessões de apli-
doença periodontal17. cação tópica de flúor, após profilaxia, com intervalos
semanais, por no mínimo um mês, para paralisar as le-
• Tratamento dos pacientes em atividade de doenças cá- sões cariosas e alcançar a sua remineralização18. Como o
rie e periodontal objetivo desse procedimento é terapêutico procura-se
Como as doenças cárie e periodontal têm como ganhar em freqüência25,26. Diversos autores descrevem
fator etiológico a microflora patogênica é indispensá- não haver diferença entre a eficácia dos diversos produ-
vel o controle do biofilme dental pelo paciente e pelo tos com alta concentração de flúor disponíveis no mer-
profissional. A instrução e o treinamento do controle do cado, sejam eles soluções, géis ou vernizes, sendo que
mesmo deve respeitar as variações individuais. Apesar a escolha de um deles deve basear-se na segurança,
de existirem vários métodos de escovação dental, não custo, aceitação pelo paciente e facilidade de uso pelo
se observa diferença estatística entre eles quanto a ca- profissional11,5,21,27.
pacidade de remover o biofilme dental. Para comple-
mentação da higiene bucal recomenda-se o uso do fio • Tratamento restaurador
dental para limpeza interproximal10. Mais do que ensi- O tratamento restaurador é parte integrante de
nar técnicas de higiene bucal, a orientação sobre o con- um programa de promoção de saúde e deve ser reali-
trole do biofilme dental visa o autocuidado, envolvendo zado empregando-se conceitos da dentística contem-
discussões mais amplas como a importância dos dentes porânea, preservando ao máximo a estrutura dentária28.
e a implicação da saúde odontológica na melhoria da Essa etapa deve ter como objetivos principais a reabili-
qualidade de vida, objetivando mudanças de compor- tação funcional e estética, a prevenção de novas lesões,
tamento necessárias para a manutenção, recuperação e a paralisação das lesões presentes e evitar a necessidade
promoção da saúde15. de substituição de restaurações, uma vez que uma nova
O uso de fluoretos tópicos tem sido considera- restauração leva a maior destruição de tecido dentário
do fundamental e efetivo na redução da progressão das e a maior complexidade restauradora. A decisão sobre
lesões cariosas, paralisando e/ou revertendo a perda a indicação restauradora deve estar fundamentada no
mineral dos dentes durante os desafios cariogênicos. diagnóstico. Fatores como a idade do paciente, tipo de
A camada de fluoreto de cálcio formada após as apli- dentição, risco e atividade cariosa, tipo de superfície e
cações tópicas de flúor age c omo reservatório, partici- a extensão da lesão devem ser considerados no plane-
pando ativamente dos processos de desmineralização jamento restaurador. Em lesões inativas não se indica a
e remineralização dos tecidos dentais18-21. Nestes pro- restauração. Nos casos de lesões ativas em esmalte, me-
cessos , o dente perde seus minerais mais solúveis que didas que visam o controle e a paralisação de sua pro-
são substituídos por mineral menos solúvel aos ácidos gressão devem ser instituídas15,28.
bacterianos e isto pode levar a uma futura resistência a
desmineralização22-23 . • Manutenção periódica
Para indivíduos com baixa atividade, a utilização A evolução da filosofia de tratamento dentro
do dentifrício fluoretado parece ser suficiente para su- do modelo de promoção de saúde demonstra que a
prir os pequenos eventos de desremineralização. Por progressão da lesão de cárie é evitável com uso de
outro lado, indivíduos com alta atividade de cárie preci- medidas preventivas. Sendo assim, a manutenção pe-
riódica é fundamental para manter a saúde bucal do O IUS proposto pode ser obtido a partir do diário
paciente e evitar a recidiva das doenças cárie e perio- de dieta alimentar de três dias, solicitado na primeira
dontal. Na consulta de manutenção o paciente é mo- consulta. Leva-se em consideração o momento do con-
tivado a realizar os procedimentos de autocuidados. O sumo de açúcar e a consistência do alimento, conforme
objetivo principal dessa fase é sensibilizar o paciente Quadro 1.
no que tange a sua cooperação, transformando-o em Visando detectar o mais precocemente possível
um agente ativo no processo de cura e manutenção de a atividade de cárie do paciente, o CPOS proposto con-
sua própria saúde29,15,30. templa lesões de mancha branca e distingue a lesão de
cárie em cavidade em esmalte e cavidade em dentina,
Descrição do Protocolo além de informar se estão ativas ou não (Quadro 2).
O atendimento é dividido nas seguintes fases: Quadro 1 - Índice de consumo de sacarose
1. Exame diagnóstico e plano de tratamento. Diário de Dieta Alimentar
2. Tratamento dos pacientes em atividade de doenças Momento do Consumo Valor
cárie e periodontal. Nas principais refeições 1
3. Tratamento restaurador. Entre as refeições 2
4. Manutenção periódica. Consistência do Alimento Valor
Não pegajoso 1
• Exame diagnóstico e plano de tratamento Pegajoso 2
A primeira fase de exame diagnóstico e plano de Calculando o Índice de Uso de Sacarose (IUS)
tratamento consiste de duas consultas com intervalos Multiplicar o valor do momento do consumo pelo da consistência do alimento
semanais para procedimentos de promoção de saúde, Somar todos os valores dos 3 dias e dividir por 3
feitos em todos os pacientes. O objetivo dessa etapa Analisando o Resultado
é diagnosticar a atividade de doença e confeccionar o Se o IUS < 7 - Dieta não cariogênica
plano de tratamento para paralisar o desenvolvimento Se o IUS > 7 - Dieta cariogênica
das doenças presentes, prevenir o aparecimento de no-
vas e restaurar os danos já existentes. Quadro 2 - CPOS Modificado
Os procedimentos clínicos realizados na primeira - Ativa: fosca e rugosa
Mancha Branca
consulta são: preenchimento da ficha clínica através da - Inativa: brilhante e lisa
anamnese; levantamento do ISG; raspagem supragen- Cavidade em Esmalte
- Ativa: fosca e rugosa
gival, quando necessário, seguido de polimento coro- - Inativa: brilhante e lisa
nário e aplicação tópica de fluoretos; registro do CPOS - Ativa: amolecida, esbranquiçada e úmida
Cavidade em Dentina
- Inativa: endurecida e com coloração escura
modificado incluindo mancha branca ativa e inativa
(MBA, MBI); entrega do diário de dieta e solicitação de
exames complementares (radiografias). Para os casos em que o ISG é superior a 30%, su-
Na segunda consulta o cirurgião-dentista faz os gere-se, após as duas consultas iniciais, uma consulta de
cálculos do IUS e ISG e o diagnóstico radiográfico. A se- reavaliação a fim de verificar a melhora do sangramento
guir, o paciente realiza a higienização (escovação e uso gengival.
de fio dental) e o profissional adapta a escovação do
paciente para que ele otimize sua saúde bucal. O pro- • Tratamento dos pacientes em atividade de doenças cá-
fissional trabalha com educação para saúde orientando rie e periodontal
higiene, dieta e hábitos saudáveis. Conclui os procedi- A segunda fase de controle da atividade de doen-
mentos clínicos aplicando fluoretos tópicos. A etapa fi- ça tem como objetivo paralisar o desenvolvimento das
nal da consulta é a confecção do plano do tratamento doenças cárie e periodontal (gengivite) presentes. Para
em conjunto com o paciente. pacientes com MBA/Lesão ativa em esmalte são pro-
Os indicadores usados para avaliação da saúde postas quatro consultas com intervalos semanais, onde
bucal do paciente são o índice de sangramento gengival, se realizam os seguintes procedimentos clínicos: educa-
índice de consumo de sacarose e o CPOS modificado. ção para saúde; orientação de higiene e dieta; polimen-
to coronário e aplicação tópica de fluoretos. de fatores que dificultem o controle de placa, de res-
Na quarta consulta é feita a reavaliação e contro- taurações com sobrecontorno, falta de ponto de con-
le dos itens: ISG; polimento coronário; averiguação da tato e outras imperfeições, além do tratamento de le-
transformação de MBA em MBI e cavidade em esmalte sões de cárie.
ativa ou inativa no CPOS e aplicação tópica de fluoretos. Para as seguintes situações sugere-se:
Para pacientes com ISG maior que 30% e presen- a. Lesões oclusais com microcavidades em esmalte -
ça de cálculo supragengival, seu controle é realizado Deve ser feito o controle da atividade e proservação.
pelo clínico geral através de raspagem supragengival e b. Lesões interproximais, radiograficamente restritas ao
polimento. Entretanto, o paciente com o mesmo perfil, esmalte - Devem ser proservadas.
apresentando cálculo subgengival, é encaminhado ao c. Lesões interpoximais no limite amelodentinário - De-
periodontista. verão ser confirmadas com afastamento mecânico.
No Quadro 3 são descritos alguns diagnósticos e d. Lesões oclusais e proximais com cavidades na denti-
suas respectivas condutas. na - Preparar e restaurar conservadoramente, remo-
vendo apenas tecido cariado.
Quadro 3
Diagnóstico Conduta
• Manutenção periódica
A manutenção periódica tem como objetivo mo-
Caso 1 (atividade de doença periodontal) - 1a consulta
- ISG acima de 30% - 2a consulta
nitorar a capacidade do paciente em manter sua própria
- Ausência de MBA/Lesão Ativa em Esmalte - Consulta de reavaliação saúde bucal, reforçar a educação para saúde e identifi-
- Ausência de necessidade restauradora do ISG car precocemente novos desequilíbrios nas condições
- 1a consulta intrabucais.
Caso 2 (atividade de doença periodontal e cárie)
- 2a consulta Os procedimentos clínicos da consulta de ma-
- ISG acima de 30%
- Ausência de MBA/Lesão Ativa em Esmalte
- Consulta de reavaliação do ISG nutenção periódica são avaliação de ISG; raspagem su-
- Planejamento dos pragengival, quando necessário, polimento coronário;
- Presença de necessidade restauradora
procedimentos restauradores
aplicação tópica de fluoretos; atualização do CPOS e
- 1a consulta educação para saúde.
Caso 3 (atividade de doença periodontal e cárie) - 2a consulta
- ISG acima de 30% - Quatro consultas para aplica-
- Presença de MBA/Lesão Ativa em Esmalte ção de flúor e educação para Conclusão
- Ausência de necessidade restauradora saúde e reavaliação do ISG e
MBA/Lesão Ativa em Esmalte A proposta do atendimento em fases sugerida
- 1a consulta no protocolo permite a realização de um tratamento
- 2a consulta mais efetivo, dentro do modelo de promoção de saúde,
Caso 4 (atividade de doença periodontal e cárie)
- Quatro consultas para aplica- uma vez que possibilita detectar precocemente a ativi-
- ISG acima de 30%
ção de flúor e educação para
- Presença de MBA/Lesão Ativa em Esmalte dade das doenças cárie e periodontal intervindo com
saúde e reavaliação do ISG e
- Presença de necessidade restauradora medidas mais simples e efetivas, ao mesmo tempo em
MBA/Lesão Ativa em Esmalte
- Planejamento dos que envolve o paciente no processo de manutenção de
procedimentos restauradores sua saúde.
Caso 5 (risco de doença periodontal e cárie)
- 1a consulta Recebido em: mai/2007
- ISG abaixo de 30%
- 2a consulta Aprovado em: jun/2007
- Ausência de MBA /Lesão Ativa em Esmalte
- Manutenção periódica
- Ausência de necessidade restauradora Endereço para correspondência:
Simone Tartaglia
Rua Padre Rolim, 523 - Santa Efigênia
30130-090 - Belo Horizonte - MG
Tels.: (31) 2105-7225 / 2105-7267
• Tratamento restaurador simone@rededental.com.br
O tratamento restaurador tem por objetivo rea-
bilitar a forma e função, oclusão e estética, e remover os
fatores de retenção de placa.
Os procedimentos práticos incluem a correção
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Fotobiologia: detecção
da lesão de cárie dental com
o uso da fluorescência a laser
Photobiology: caries detection by laser fluorescence
Fátima Zanin*, Aldo Brugnera Junior**, Ivy Haralambos Bassoukou***, Jesus Djalma Pécora****,
Antonio Luis Barbosa Pinheiro*****, Iriana Carla Junqueira Zanin******
Resumo
O uso da luz para o tratamento e prevenção de lescentes tem exigido métodos de diagnóstico
doenças na área médica e odontológica tem sido cada vez mais precisos, que nos forneçam dados
muito utilizado atualmente e pode ser chamado complementares e que nos ajudem a compreen-
de fotobiologia. O DIAGNOdent (KaVo Biberach, der melhor todo o processo da doença cárie. O
Alemanha) consegue detectar, através da fluo- método de detecção por fluorescência a laser,
rescência do laser de diodo 655 nm, lesões ini- DIAGNOdent, visa detectar precocemente as pri-
ciais que vão desde mínimas perdas minerais até meiras manifestações clínicas desta patologia,
lesões ocultas na dentina. Com a superfície do em uma fase que possamos evitar sua progressão
esmalte intacta consegue, também, determinar através de métodos conservadores, numa abor-
a atividade da cárie, ou seja, se no local da lesão dagem atual de promoção da saúde.
há bactérias ativas ou inativas. A diminuição da Unitermos - Fluorescência a laser; Diagnóstico de
prevalência da doença cárie em crianças e ado- cárie; Lesão de cárie inicial; Cárie oculta.
Abstract
Photobiology is the use of light in the treatment more precise diagnostic methods to furnish addi-
and prevention of diseases in the medical and den- tional data to help understand the ,whole process.
tal areas. DIAGNOdent (KaVo Biberach, Alemanha), DIAGNOdent a laser fluorescence detection method,
through fluorescence of diode laser 655 nm, is able detects the clinical manifestations of this pathology
to detect early lesions, from minimal mineral loss at a very early stage. Thus, the progress of the disease
to lesions hidden in the dentine with intact enamel is deterred, avoiding the use of conservative metho-
surface. It is also able to determine the caries activi- ds, which is in accordance with the current approach
ty, i.e., if there are active or inactive bacteria in the to buccal health promotion.
lesion site. Prevalence of caries disease in children Key Words - Laser fluorescence; Caries diagnostic;
and adolescentes has decreased and thus demands Early caries; Hidden caries.
* Doutora em Clínicas Odontológicas - Área de concentração: Cariologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Pesquisadora do Centro de Laser e Fototerapia do IPD - Univap - São
José dos Campos/SP.
** Doutor em Clínicas Odontológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Pesquisador do Centro de Laser e Fototerapia do IPD - Univap - São José dos Campos/SP.
*** Mestre em Odontologia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Área de concentração: Odontopediatria.
**** Professor Titular de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - Forp - USP.
***** Professor Titular de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Universidade Federal da Bahia - UFBA; Pesquisador do Centro de Laser e Fototerapia do IPD - Univap - São José dos
Campos/SP.
****** Pós-Doutorado em Biologia Bucodental, Área de Microbiologia e Imunologia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp.
Professora Adjunta e Vice-Coordenadora Pro tempore do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral.
Estes fenômenos podem ocorrer isolados ou associa- as proteínas cromóforas; no entanto, uma pequena
dos. Quando um fóton é absorvido por uma molécula, parte é atribuída à apatita9. Ainda: os valores de fluores-
os elétrons desta molécula são excitados passando do cência podem ser resultados da combinação de compo-
estado fundamental para um estado de maior energia. nentes inorgânicos com as moléculas orgânicas10.
Como o elétron não possui a tendência de permanecer Com o conhecimento dos espectros de absorção
no estado de excitação devido à própria instabilidade e de emissão dos principais fluoróforos presentes nos
deste estado, a reversão ocorre quase que imediata- tecidos biológicos, nas bactérias e seus subprodutos, a
mente, promovendo a liberação de energia para o am- fluorescência pode ser determinada11.
biente. Quando os elétrons retornam ao nível original, Alguns autores realizaram um estudo (Figura 4)
a energia emitida em forma de luz é chamada fluores- para monitorar in vitro a desmineralização do esmalte
cência. Desta forma, o processo de geração da fluores- de dentes decíduos através de desafio ácido em solução
cência pode ser descrito em dois passos: excitação, com desmineralizadora saturada de hidroxiapatita, em diver-
absorção de energia e subseqüente emissão de fótons. sos períodos de tempo (24, 48 e 96 horas), feita por três
Na fluorescência, o comprimento de onda da luz emiti- examinadores calibrados por meio do exame visual foto-
da (original) é alterado para um comprimento de onda gráfico e exame com fluorescência a laser DIAGNOdent,
maior6. A luz vermelha, do Laser de Diodo, emitida pela em dente úmido e desidratado, fazendo uma correlação
sonda luminosa penetra no dente. Essa luz é absorvida entre os métodos. A validação da perda mineral foi feita
nos fluróforos e é redirecionada ao dispositivo onde a através da determinação da diferença de concentração de
informação é processada pelos componentes eletrôni- fósforo nas soluções produtoras de cárie sem tratamento
cos e o resultado da medição aparece no visor do equi- e após o tratamento. A análise de variância e o teste de
pamento3-4 (Figura 3). Newman-Keulus demonstraram diferença estatistica-
mente significativa na correlação de fósforo nas soluções
de 24, 48 e 96 horas de desafio cariogênico (P<0,05). De
acordo com os resultados obtidos neste trabalho, o exa-
me visual fotográfico e o laser DIAGNOdent foram capa-
zes de monitorar a produção de lesão de cárie através de
desafio ácido nos períodos de tempo determinados, com
Figura 3 correlação positiva entre os métodos12.
Esquema do
principio de
Figura 4
funcionamento
Técnica visual
de equipa-
fotográfica da
mento laser de
desmineraliza-
diodo.
ção do esmalte
de dentes
As moléculas químicas são capazes de interagir decíduos,
com a luz, absorvendo-a; estas transições eletrônicas utilizada como
comparativo
acontecem nos cromóforos; da mesma forma as molé- a técnica de
culas que absorvem luz e são capazes de produzir fluo- fluorescência
a laser
rescência são chamadas de fluoróforos. Os fluoróforos
(Zanin12, 2004).
são representados pelas flavinas, proteínas, colágeno,
elastina, NADH e porfirinas. A intensidade da luz fluo- Outros autores avaliaram a fluorescência do es-
rescente é diretamente proporcional à quantidade de malte de dentes decíduos armazenados em diferentes so-
fluoróforos presentes no material. luções através do DIAGNOdent. O estudo constatou que
O espectro da fluorescência tecidual tem sido após 24 horas, as diferentes soluções (formol 10%, água
apresentado por vários estudos7-8. Diferentes tipos de gelada e soro fisiológico) não interferiram na medição da
fluorescência podem ser identificados. O esmalte e a fluorescência do esmalte dental se as leituras forem reali-
dentina são tecidos que possuem fluorescência natural, zadas em dentes com o mesmo período de estocagem13.
denominada autofluorescência. A maior parte da fluo- Alguns autores compararam os valores da mine-
rescência é induzida por componentes orgânicos como ralização pelo exame de fluorescência a laser com DIAG-
NOdent dos dentes 11 e 21, em respiradores bucais e na detecção de lesões de cárie secundárias ao redor de
respiradores nasais. A avaliação foi efetuada com a téc- restaurações, impedindo a sua progressão e possibili-
nica de fluorescência - laser, diodo 655 nm, CW, 1 mW, tando a manutenção das restaurações, evitando dessa
DIAGNOdent, Kavo, Biberach, Germany. A análise dos forma o ciclo restaurador repetitivo15.
resultados foi realizada com dados obtidos em 40 indi-
víduos divididos em dois grupos, de 20 cada, segundo o Aparelhos laser diodo utilizados
tipo de respiração – bucal e nasal – em que foi avaliado na medida de fluorescência dental
o grau de desmineralização em três sítios: cervical, mé- Os aparelhos de laser de diodo; DIAGNOdent
dio e incisal dos dentes 11 e 21. Os valores das médias e 2095 e DIAGNOdent pen 2190 (Kavo, Biderarach, Ale-
desvios-padrão nos indivíduos respiradores bucais foram manha), apresentam um laser de diodo com compri-
maiores, comparados com os respiradores nasais, basea- mento de onda λ655 nm, que emite na faixa vermelha
dos nos parâmetros de referência do exame de fluores- do espectro eletromagnético, com potência P=1 mW e
cência. A respiração bucal provoca um desequilíbrio nos pertence à Classe 2 (ANSI) para fins de diagnóstico e de-
mecanismos fisiológicos de hidratação da superfície den- vido sua baixa emissão não necessita proteção visual.
tal decorrente do comprometimento do selamento labial Ambos baseiam-se no princípio da fluorescência,
e, muitas vezes, do posicionamento vestibularizado dos que ocorre quando a luz do laser incide no tecido des-
incisivos superiores. Os pacientes respiradores bucais mineralizado, se difunde e é absorvida pelos fluoróforos
apresentam uma desmineralização em estágio inicial, existentes no conteúdo orgânico, que são responsáveis
subclínico, em relação aos pacientes-controle, respirado- pela reemissão da luz laser num comprimento de onda
res nasais que não encontram déficit mineral. O sítio com maior15. A fluorescência acontece na parte orgânica dos
maior desmineralização é o incisal14. tecidos. Desta forma quanto maior a área desminerali-
Com relação à fluorescência de materiais odon- zada, maior o número indicado no visor do aparelho. As
tológicos (Figura 5) foi realizado um estudo, com o ob- estruturas mineralizadas dentais alteradas por desmine-
ralização, tártaro, placa dental, bactérias e cáries podem
Figura 5
Detecção de apresentar aumento de fluorescência16-17.
lesão de cárie
ao redor da
restauração. DIAGNOdent 2095
É importante
conhecer a O DIAGNOdent 2095 apresenta um painel fron-
fluorescência tal com dois visores que indicam a fluorescência com
do material res-
taurador, para escores que variam de 0 a 99. 0 visor à esquerda capta
uma correta o valor atual, o segundo à direita capta o máximo valor
interpretação de
falso positivo ou medido. A calibração é efetuada com auxílio de um pa-
falso negativo. drão externo e um disco cerâmico. Este padrão externo
jetivo de determinar a fluorescência, detectada pelo pode ser utilizado para calibrar a unidade em intervalos
DIAGNOdent, de sete diferentes materiais restaurado- regulares a fim de garantir a reprodutibilidade dos re-
res in vivo. Nesse estudo, molares e pré-molares com sultados. O aparelho possui três sondas: duas em forma
restaurações Classes I e II foram distribuídos em sete de cone truncado (sonda A, exame de áreas oclusais) e
grupos: Delton (Dentsply); FluroShield (Dentsply); Ionô- uma plana (sonda B, exame de superfície lisa)4.
mero de vidro Shofu tipo II; Resina Z100 (3M); Ormocer;
Empress II e Amálgama Dispersaloy (Dentisply). Os re-
sultados demonstraram que os materiais que possuem
um alto conteúdo orgânico (selante de fissuras e cimento
de ionômero de vidro) apresentaram valores elevados de Figura 6
Aparelho a
fluorescência enquanto que os materiais com baixo con-
laser diodo
teúdo orgânico apresentaram valores de fluorescência 655nm uti-
mais baixos, compatíveis com a fluorescência do esmal- lizado para
diagnóstico da
te sadio. Assim, o conhecimento da fluorescência dos lesão de cárie
materiais restauradores é importante, principalmente dental.
tato com a superfície dental. A sonda de laser é movida de diagnosticar possíveis alterações25. Pelo fato do ins-
ao longo da fissura ou de outra superfície questionável trumento poder ser calibrado, os valores medidos são
(Figura 10). O instrumento indica o valor máximo como reproduzíveis26; sua flutuação máxima é de aproxima-
valor de pico. Em fissuras é particularmente importante damente apenas 3%. Durante o acompanhamento, o
inclinar a sonda para a esquerda e direita em toda a área cirurgião-dentista pode determinar se o valor medido
da fissura, de modo a poder registrar as estruturas ana- permaneceu inalterado ou se aumentou. A opção por
tômicas profundas da fissura15 (Figura 11). uma terapia restauradora deve ser feita no caso de um
Cálculo, placa bacteriana, selantes, hipomine- aumento significativo do valor medido, considerando
ralização, manchamentos, materiais restauradores e os fatores de risco de cáries25 (Figuras 12, 13 e 14). Este
protetores; remanescentes de pastas profiláticas, restos aparelho a laser diodo permite um diagnóstico quanti-
alimentares e dentifrícios21-24 podem produzir fluores- tativo e qualitativo das lesões de cáries.
cência e isso pode causar leituras falso-positivas. Os cál-
culos subgengivais podem ser detectados pelo DIAG- Figura 12
Lesão de cárie
NOdent, pois apresentam alta fluorescência devido a
oculta no dente
presença de bactérias na estrutura porosa do cáculo24. 14 detectada pelo
DIAGNOdent, o
valor de fluores-
cência 68, indica a
presença de lesão
contaminada,
não o tamanho
Figura 10 da lesão.
Ponta da sonda
do laser duran- Figura 13
te a detecção O preparo foi feito com
laser de Er:YAG (350mJ
da lesão de
por pulso,3Hz para
cárie com a abertura do esmalte
fissura limpa dental e 180mJ por pul-
e seca. so, 3 Hz para remoção
do tecido cariado ; o
Figura 11 condicionamento do
Para a detecção de esmalte e dentina foi
lesões ocultas com feito com 120mJ e 3Hz).
o DIAGNOdent é
importante girar a sonda
em todas as direções para
registrar os sítios contami-
nados e escondidos da
fissura. A fluorescência
é indicada no visor do Figura 14
aparelho; quanto maior o Finalização
número indicado, maior do caso com
a atividade da lesão técnica ade-
(Milicich, 2002). siva e resina
composta foto
É essencial para a decisão terapêutica a ser toma- ativada.
da, comparar o valor máximo de pico com os registros
clínicos da superfície estudada e fazer a monitoração Vantagens
durante algum tempo. Se os registros sugerirem lesões O crescente interesse dos pacientes pelas técni-
de cáries de dentina e o risco de cáries do paciente for cas de prevenção e manutenção de seus dentes, aumen-
alto uma terapia restauradora, com uma cuidadosa pre- ta o campo de atuação do cirurgião-dentista, visando a
paração da fissura (minimamente invasiva) poderá ser promoção da saúde.
indicada. Se o risco de cárie for baixo e a lesão suspei- O DIAGNOdent 2095 e o DIAGNOdent pen 2190
ta de cárie em dentina não tiver progredido durante o são equipamentos portáteis, podendo ser facilmente
tempo de monitoração, pode-se optar por uma terapia transportados. Para a saúde coletiva a sua vantagem é
preventiva. Uma verificação dos valores obtidos após a possibilidade de levar o equipamento para fazer a de-
a terapia preventiva deverá ocorrer na área detectada tecção de lesões de cárie oculta em dentes de crianças
pelo laser de três a seis meses depois com a finalidade ou adultos, em locais como escolas, hospitais, postos
Conclusão
da se uma lavagem de três segundos for realizada com
a seringa tríplice16. Estudos demonstraram que a apli- De acordo com a revisão da literatura consultada
cação de selantes diminui as leituras do aparelho29. O pode-se concluir que:
conhecimento do valor da fluorescência dos materiais • O método de detecção com o laser DIAGNOdent as-
restauradores pode nos facilitar a detecção de lesões de sociado ao conhecimento dos critérios de diagnóstico
cárie secundárias através do sistema laser26-27. clínico convencional pode nos fornecer uma análise
Devido ao fato de que os dentes possuem uma mais efetiva da lesão de cárie, permitindo detectar
variação muito grande de cores e formas é impossível a perdas minerais precoces, bem como fazer sua moni-
utilização de uma mesma calibração para todos os den- toração, ou seja, o acompanhamento do processo de
tes de todos os pacientes. Assim, esse processo pode evolução da lesão cariosa.
ocorrer de duas maneiras: uma calibração com o padrão • O laser diodo 655 nm é preciso na detecção de lesões
de cerâmica fornecido pelo fabricante ou ainda uma ca- de cáries ocultas oclusais revelando a fluorescência
libração individual do aparelho numa região de esmal- das porfirinas bacterianas.
te sadio do paciente, a fim de fornecer um valor inicial • Esse sistema a laser apresenta uma alta reprodutibi-
de referência. Existe concordância entre os autores que lidade, que permite a monitoração da evolução das
indicam que a posição da sonda seja memorizada ou lesões iniciais de cárie, possibilitando que estas lesões
registrada cuidadosamente e que sempre seja usado o sejam detectadas em uma fase onde métodos pre-
mesmo modo de calibração4,19,25,30. ventivos possam ser empregados para inativá-las.
Recebido em: mai/2007 Agradecimentos: Rogério Almeida (KaVo do Brasil) pelo apoio com
Aprovado em: jun/2007 os equipamentos e Santana Silva (ACD) pela dedicação na elaboração
desse trabalho.
Endereço para correspondência:
Instituto Brugnera e Zanin
Rua Groelândia, 183 - Jardim Paulista
01434-000 - São Paulo - SP
fatimazanin@uol.com.br
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A reciclagem ganhou importância estratégica e teriais são descartados sem um tratamento adequado.
passou a ser tratada com maior rigor no final da década No entanto, iniciativas existem visando assistir essa
de 1980, quando foi constatado que as fontes de petró- área. Sob a liderança do professor doutor Jesus Djalma
leo e outras matérias-primas não renováveis estavam Pécora, a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto,
e estão se esgotando. Era preciso, então, reaproveitar da Universidade de São Paulo, instituiu o Lagro-Labo-
o lixo ou, em outras palavras, reciclar para economizar ratório de Gerenciamento de Resíduos Odontológicos,
energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao cujo objetivo principal é proteger o meio ambiente por
ciclo produtivo o que é jogado fora. meio da recuperação de mercúrio contido nos resíduos
Só para se ter uma idéia, a quantidade de lixo de amálgama dental lançados no ambiente, minimizan-
produzida diariamente por um ser humano é de apro- do os riscos à saúde dos seres humanos.
ximadamente 5 Kg. O Brasil produz 240.000 tonela-
das de lixo por dia e, mundialmente, os números são Mercúrio
assustadores.
Os impactos ambientais causados ao longo dos Utilizado em válvulas, baterias, interruptores,
diferentes processos de produção e serviços envolvem lâmpadas, agrotóxicos, barômetros, cosméticos, tintas,
praticamente todos os empreendimentos. Hoje todos catalisadores e em muitos outros produtos do dia-a-dia,
são poluidores em potencial e responsáveis pelo que o mercúrio é um material extremamente volátil, libe-
produzem, bem como pelo destino que dão aos resídu- rando vapor metálico inodoro e incolor à temperatura
os de seus processos. acima de 12ºC. Ele causa prejuízo ao meio ambiente e
A área odontológica e médica geram diversos ti- aos seres vivos, pois é o único metal que se encontra
pos de resíduos, sejam na forma de sólidos ou efluentes na forma líqüida na natureza.
e os comuns, especiais e de serviços de saúde. Alguns Nos serviços de saúde, o mercúrio é utilizado
resíduos produzem maior impacto e contaminação, em termômetros clínicos e de estufas, em esfignoma-
como os efluentes dos processamentos radiográficos nômetros e no amálgama odontológico.
(revelador e fixador), resíduos de amálgama, xilol, ace- Na verdade, o amálgama dental é um dos mate-
tona e álcool. Eles apresentam características tóxicas, riais restauradores mais utilizados nas clínicas odontoló-
inflamáveis e reativas. gicas nos últimos 170 anos, embora o mercúrio seja um
A situação é crítica, pois, muitas vezes, esses ma- metal altamente tóxico, cujo processo de contaminação
ocorre por descuido na utilização e descarte inadver- de resíduos x 1000 = 216.000 gramas ano (216 Kg), ou
tido nos lixos, terra, água e ar. Por ser volátil a baixas seja, 108.000 gramas de mercúrio (108 Kg). Se a proje-
temperaturas, o mercúrio promove a contaminação das ção for realizada para dez anos, a contaminação será
nuvens. Estas, por sua vez, promovem, à longa distân- na ordem de 1.080 Kg de mercúrio jogado no meio
cia, chuvas tóxicas. Dessa forma, as águas contaminadas ambiente”.
depositam-se no solo, nos rios, lagos e oceanos. Existem estudos realizados sobre o amálgama
Conforme Windholz et al (1994); Saquy et al odontológico que direcionam para uma melhor forma
(1997), muitas doenças têm como causa a contamina- de evitar a contaminação do consultório e a melhor ma-
ção por mercúrio. Com relação à cavidade bucal, o efei- neira de manipular o trabalho com mercúrio. Dentre es-
to do mercúrio pode desencadear sangramento gengi- tes, os de Saquy, Pécora (1996) enumera alguns procedi-
val, perda do osso alveolar, perda dos dentes, excesso mentos básicos como: a. evitar derrame de mercúrio no
de salivação, mau hálito, gosto metálico, leucoplasias, piso e nos móveis do consultório; b. manipulação com
estomatites e pigmentação dos tecidos. mão enluvada, uso de máscara e de óculos; c. consul-
Quando se faz uma restauração, após o preparo tório dotado de alta exaustão; d. reduzir a relação mer-
do amálgama, a sobra é de cerca de 30% do que é amal- cúrio/limalha; e. não utilizar amalgamadores com fuga
gamado. Ela é resultante do excesso manipulado, bem de mercúrio; f. não utilizar condensadores automáticos;
como das raspas produzidas pela escultura do amálga- g. evitar falha no sistema de alta sucção do consultório;
ma. Preparam-se, em média, dois gramas de amálgama h. uso de alta sucção durante a remoção de uma res-
para fazer uma restauração, sendo que a sobra corres- tauração e utilizar brocas novas e água gelada para este
ponde a 30%, ou seja, 0,6 gramas. procedimento. Além disso é fundamental colocar os re-
Conforme dados no site do Lagro, levando-se síduos em recipientes inquebráveis e hermeticamente
em consideração que “um cirurgião-dentista clínico pro- fechados e encaminhá-los rapidamente para um labo-
mova 30 restaurações de amálgama por mês, ele produ- ratório de reciclagem.
zirá 18 gramas/resíduo/mês e 216 gramas/resíduo/ano. “Em nossa faculdade, somente nos primeiros me-
Isto significa 108 gramas de mercúrio descartado no ses de 2003, a clínica II produziu 781 gramas de resíduo
meio ambiente. de amálgama. Nos anos de 2002/2003, o Lagro reciclou
Assim, para cada cidade que possui 1.000 ci- 3.366 gramas de resíduo, retirando, assim, 1.683 gramas
rurgiões-dentistas clinicando, os cálculos de contami- de mercúrio que seriam desprezadas no meio ambien-
nação do meio ambiente são alarmantes: 216 gramas te”, informa Pécora.
Dando seqüência ao
sucesso e à grande repercus-
são da edição anterior, o IN
2007 promete transformar o
encontro em referência na-
cional em atualizações clínica
e científica em Implantodon-
tia e áreas afins. Segundo
Luiz Antonio Gomes, diretor
científico do evento, o foco
principal da programação de
cursos e conferências será a
abordagem realista e prag-
mática sobre a importância
de um planejamento cuida-
doso e detalhado com a fina-
lidde de obter os resultados
positivos esperados. “A partir
Auditório lotado no IN 2006: segunda edição promete mais atualização e diversificação.
dessa premissa, serão deta-
lhados todos os aspectos de
um planejamento correto para cada caso, com todas as do outro tipo de planejamento: administrativo-finan-
suas especificidades e dificuldades”, explica Gomes. ceiro, de investimentos, de marketing, entre outros. Ao
Para abordar o tema central, “Planejamento em todo serão três cursos internacionais, 24 conferências
Implantodontia: a chave para o sucesso”, estão sendo especiais, seis mesas-redondas, 36 conferências sobre
convidadas as maiores autoridades no assunto, no Brasil tecnologia aplicada e painéis científicos.
e no exterior. Com participação já confirmada e prome- O IN 2007 – Encontro Internacional de Leitores
tendo ser um dos cursos mais concorridos está o norte- ImplantNews acontecerá entre os dias 22 e 24 de no-
americano Carl Drago, membro do Centro Médico Lu- vembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São
terano Gundersen e professor assistente da Faculdade Paulo/SP. A taxa única de adesão contempla todas as
do Odontologia da Universidade do Texas. Com vasta atividades do evento, pasta do congressista e coffee
produção científica internacional, Drago também esta- break, além de acesso livre aos estandes da Exposição
rá lançando, durante o IN 2007, o livro “Restaurações Promocional Paralela. Membros do PEP – Programa de
implanto-suportadas - Um guia passo a passo”, pela Edi- Excelência Profissional – Implantodontia já estão auto-
tora Santos e cuja tradução tem a consultoria de Hiron maticamente inscritos no IN 2007.
Andreaza Cunha.
Complementando a programação científica e vi-
sando oferecer novas informações para o dia-a-dia dos
profissionais, o IN 2007 irá oferecer também uma série Para mais informações e inscrições, ligue para
inédita de palestras e workshops com temas envolven- (11) 2168-3400 ou acesse www.implantnews.com.br
Interdentais previnem
placa bacteriana
Pesquisas divulgadas no Scandi-
navian Journal e no Journal of Periodon-
tal Research afirmam que “o controle de
placa interdental é mais eficiente usando
as interdentais do que fio dental associa-
do ao uso da escovação habitual.” A par-
tir dessa premissa, a TePe Munhygien-
produkter AB, companhia sueca, está
dando ênfase promocional à sua linha
de escovas interdentais.
São três linhas (interdentais, in-
terdentais extramacias e interdentais
proximais), com diâmetros diversos, identificados para proteger a escova ou alongar o cabo.
por cores variadas e alegres. Os filamentos metálicos Complementando a linha de escovas, a TePe
são revestidos com fina camada plástica para ofere- oferece ainda duas linhas de palitos com flúor. Em
cer maior conforto, evitar choques galvânicos e não formato triangular e apresentados em dois tamanhos
danificar implantes. Cada embalagem contém oito (fino e extrafino), eles limpam e liberam flúor nos espa-
escovas e uma capa plástica que pode ser utilizada ços interdentais.
Especialização em Periodontia
Cursos em entidades e instituições de ensino reconhecidos
pelo Conselho Federal de Odontologia - CFO
Importante: caso de dúvida, entre em contato com a redação pelo imagens/figuras. Antes de postar, confira se o trabalho
1 – Envie seu trabalho apenas pelo correio, em envelope telefone (11) 2168-3400. está de acordo com esses limites no item 3, Apresenta-
com: • impressos completos do trabalho enviado, do Termo ção, das Normas de Publicação.
• CD, identificado, contendo o texto gravado nos for- de Cessão de Direitos Autorais, assinado, e do Termo de 4 – Dados para envio dos trabalhos:
matos DOC ou RTF (Word for Windows ou editores de Consentimento do Paciente, se for o caso. Para
texto compatíveis), e as imagens (se houver) nos forma- 2 – Os trabalhos devem conter, imprescindivelmente, PerioNews
tos JPG ou TIF, em alta resolução (300 dpi). Atenção: todos os dados para contato com o autor principal (en- Att. Ana Lúcia Zanini Luz
apenas o texto do trabalho deve estar no formato DOC dereço, telefones e e-mails). Editora-Assistente – Caderno Científico
(Word ). Em hipótese nenhuma, as imagens devem estar 3 – Todos os trabalhos enviados devem respeitar os li- Rua Capitão Rosendo, 33 – Vila Mariana
contidas em um arquivo DOC ou PPT (PowerPoint). Em mites máximos de tamanho de texto e quantidade de 04120-060 – São Paulo – SP
NORMAS DE PUBLICAÇÃO a sua aceitação. Os nomes dos relatores/avaliadores co com identificação do paciente deverão conter o Termo
permanecerão em sigilo e estes não terão ciência dos de Consentimento do Paciente, assinado por este.
1. OBJETIVO autores do trabalho analisado.
A revista PerioNews, de periodicidade trimestral, 2.7. O trabalho deverá ser entregue juntamente com o 3. APRESENTAÇÃO
destina-se à publicação de trabalhos inéditos de Termo de Cessão de Direitos Autorais, assinado pelo(s) 3.1. Estrutura
pesquisa aplicada, eminentemente clínicos, bem autor(es) ou pelo autor responsável. 3.1.1. Trabalhos científicos (pesquisas, artigos e te-
como artigos de atualização, relatos de casos clíni- 2.7.1. Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais ses) – Deverão conter título em português, nome(s)
cos e revisão de literatura nas áreas de Periodontia e [Local e data] do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo,
Cariologia e de especialidades multidisciplinares que Eu (nós), [nome(s) do(s) autor(es)], autor(es) unitermos, introdução e/ou revisão da literatura,
compreendam ambas. do trabalho intitulado [título do trabalho], o qual proposição, material(ais) e método(s), resultados,
submeto(emos) à apreciação da revista PerioNews discussão, conclusão, título em inglês, resumo em
2. NORMAS para nela ser publicado, declaro(amos) concordar, inglês (abstract), unitermos em inglês (key words)
2.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser por meio deste suficiente instrumento, que os direi- e referências bibliográficas.
inéditos, não sendo permitida a sua apresentação si- tos autorais referentes ao citado trabalho tornem-se Limites máximos: texto com, no máximo, 35.000 ca-
multânea em outro periódico. propriedade exclusiva da revista PerioNews a partir racteres, 4 tabelas ou quadros, 4 gráficos e 16 figu-
2.2. Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente da data de sua submissão, sendo vedada qualquer re- ras/imagens.
via correio, gravados em CD, em formato DOC ou RTF produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou 3.1.2. Revisão de literatura – Deverão conter título em
(Word for Windows), acompanhados de uma cópia em meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s)
papel, com informações para contato (endereço, tele- prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou propo-
fone e e-mail do autor responsável). junto à revista PerioNews. No caso de não-aceitação sição, revisão da literatura, discussão, conclusão, título
2.2.1. O CD deve estar com a identificação do autor para publicação, essa cessão de direitos autorais será em inglês, resumo em inglês (abstract), unitermos em
responsável, em sua face não gravável, com etiqueta automaticamente revogada após a devolução definitiva inglês (key words) e referências bibliográficas.
ou caneta retroprojetor (própria para escrever na su- do citado trabalho, mediante o recebimento, por parte Limites máximos: texto com, no máximo, 25.000 carac-
perfície do CD). do autor, de ofício específico para esse fim. teres, 4 tabelas ou quadros, 4 gráficos e 16 figuras.
2.3. O material enviado, uma vez publicado o trabalho, [Data/assinatura(s)] 3.1.3. Relato de caso(s) clínico(s) – Deverão conter título
não será devolvido. 2.8. As informações contidas nos trabalhos enviados em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s)
2.4. A revista PerioNews reserva todos os direitos au- são de responsabilidade única e exclusiva de seus autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou proposi-
torais do trabalho publicado. autores. ção, relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão, conclu-
2.5. A revista PerioNews receberá para publicação 2.9. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais são, título em inglês, resumo em inglês (abstract), uniter-
trabalhos redigidos em português. de ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto refe- mos em inglês (key words) e referências bibliográficas.
2.6. A revista PerioNews submeterá os originais à rências à aprovação pelo Comitê de Ética. Limites máximos: texto com, no máximo, 18.000 carac-
apreciação do Conselho Científico, que decidirá sobre 2.10. Os trabalhos que se referirem a relato de caso clíni- teres, 2 tabelas ou quadros, 2 gráficos e 32 figuras.