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LEITURA E

PRODUÇÃO
TEXTUAL NA
ALFABETIZAÇÃ
O
Formadoras Elielson Teixeira e Sueli
Melo
NTE 20 – Vitória da Conquista

õ es :
Contribuiç
d r ã o e K á tia Matheó
Ione Pe
PARA INICIAR A PROSA...

 Porque o professor deve escrever pelos


alunos/as?

 Como o texto pode ser revisado?


Para que se ensina;

O que se ensina;
Para que as crianças aprendem, o que
aprendem.
(GERALDI, 1984 apud GUSMÃO, 2015, p. 107).
...O conhecimento e a opção por uma
concepção de linguagem irão nortear o
professor nas respostas a para que se ensina
, o que se ensina e, a sua correlata, para que
as crianças aprendem, o que aprendem.
(GERALDI, 1984 apud GUSMÃO, 2015, p. 107).
O que se ensina na escola, está longe de se
constituir um espaço dialógico para
produção de sentidos, transforma o texto
escrito em um objeto fechado em si mesmo.

(LEAL, 2015, p.53-54).


MAIS UMA REDAÇÃO SOBRE AS
FÉRIAS ...
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM E ENSINO
APRENDIZAGEM DA ESCRITA

Bakhtin e Vygotsky enfatizaram o aspecto


processual da aquisição da linguagem e o papel
ativo do sujeito na construção do conhecimento
numa dimensão social.
(GUSMÃO, 2015, p. 112).
CONCEPÇÃO SOCIOINTERACIONISTA DA
LINGUAGEM
O “NOVO” PAPEL DO PROFESSOR E DO
ALUNO
 A partir do momento em que se concebe a linguagem como
forma de interação e se observam as relações humanas que
ela perpassa, é necessário que o professor reconsidere o que
vai ensinar, o como vai ensinar, para que e para quem
precisa ensinar;
 Implica considerar o caráter dialógico do ato de escrever,
o dizer do texto como objeto de atenção, e o leitor como
sujeito que constrói sentidos a partir de pistas o texto;
 O aluno deve ser visto como um sujeito histórico social
que constrói e reconstrói a cultura, transformando-a e sendo
por ela transformado e num processo interlocutivo-
dialógico.
(SOARES, 2003 apud GUSMAO, 2015, p. 121/122)
DE QUE FALAMOS AFINAL?

Estamos reiterando a necessidade de que aquele que ensina a


escrever e que, portanto, é o leitor privilegiado dos textos
produzidos pelos aprendizes possa fazê-lo com os olhos da
compreensão, isto é reconhecer que o texto, como instâncias
discursivas individualizadas, são atravessados por um conjunto
de fatores ou de determinantes. (...) saber detectar nos textos a
marca deste determinante é poder começar a receber a palavra
do “outro” (do “aprendiz”), para poder realizar a atitude
responsiva ativa (LEAL, 2015, p. 56).
VAMOS ENTÃO
REFLETIR...

O que é produzir um texto?

O que é processo de reescrita?


Pensar o ensino de produção de texto requer
pensar, em primeiro lugar, que um texto
produzido por um aprendiz manifesta-se como
um produto de um sujeito que, a seu modo,
através das diversas possibilidades e formas
de linguagem, busca estabelecer um
determinado tipo de relação com o seu
interlocutor (LEAL, 2015, p. 54).
 Geraldi, como idealizador da proposta
sociointeracionista da linguagem, nomeia-a como
um trabalho de análise linguística e propõe o seu
ensino/aprendizagem através das etapas de
reestruturação de textos e posterior reescrita dos
textos corrigidos.

(GUSMÃO, 2015, p. 136)


PISTAS PARA REESTRUTURAÇÃO DO
TEXTO
 Leitura dos textos produzidos pelos alunos;
 Seleção de um texto representativo para trabalhar a reestruturação;
 Transcrição do texto original no quadro de giz, papel madeira, etc;
 Correção do texto com os alunos, observando aspectos como “erros”
gramaticais;
 Questionamento a classe para:
a) Busca de novas informações que completam o texto: o quê? quem? quando?
onde?
b) Eliminação de redundâncias; que palavras, expressões, ideias se repetem?
Fazem falta? Podemos substituí-las? Como?
c) Substituição de palavras repetidas por sinônimos e/ou pronomes.
d) Pontuação correta: que ponto se coloca aqui? Por quê?

(GERALDI, 1988 apud GUSMÃO, 2015, p. 136)


REESCRITA

 realizada pelo professor e aluno ou aluno e


colegas;
 leitura da primeira versão do texto escrito;
 reflexão interativa/dialógica sobre o discurso;
 Observar aspectos internos e externos;
 variedade padrão da língua;
 escrita de uma nova versão de texto
(aperfeiçoamento do texto).

(GUSMÃO, 2015, p. 106).


CONDIÇÕES DIDÁTICAS CONSIDERADAS PARA
PLANEJAR

 texto como evento comunicativo (para quê escrever, para quem, o


que e como);
 Realizar situações de leitura de diferentes textos de um mesmo
gênero;
 Utilizar estratégias de planejamento e revisão nas situações de
produção coletiva;
 Favorecer a participação de todos da classe durante a produção;
 Favorecer a aprendizagem de conteúdos relacionados ao que
consiste um “ato de escrita” para “escritores experientes”;
 Realizar atividades de revisão de texto, na presença e com a
participação dos alunos, que priorizem análise e reflexão sobre a
língua e não apenas a “correção”.
INTERVENÇÃO DO
PROFESSOR

 Explicitar os propósitos de escrita dos textos


pelos alunos;
 Favorecer a análise e a reflexão sobre as
características do gênero textual pelos alunos;
 Registrar textualmente as propostas dos alunos
para que seja possível analisá-las, elegendo a
melhor forma ou elaborando coletivamente outras;
 Estabelecer um diálogo com os alunos durante a
produção (incentivando-os e orientando-os em sua
produção)...
QUANDO O ALUNO ESCREVE ELE APRENDE:

 Repetir palavras ou expressões literais do texto original;


 Diferenciar a atividade de contar, da atividade de ditar (não se diz a
mesma coisa quando fala e quando escreve);
 Retomar o texto escrito pelo professor , a fim de saber o que já está
escrito e o que ainda falta escrever.
 Considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza do
texto para que ele possa compreender a mensagem;
 Diferenciar o que o texto diz e a intenção que se teve antes de
escrever;
 Realizar várias versões do texto sobre o qual se trabalha,
produzindo alterações que podem afetar tanto o conteúdo como a
forma que foi escrito.
INTERVENÇÃO ALUNO/SITUAÇÃO
DIDÁTICA

 Enfrentar e resolver múltiplos problemas relativos aos


processos envolvidos na produção de texto, na medida
em que participam de atos de escrita e atuam como
“escritores”;
 Enfrentar problemas vinculados às características dos
textos que estão produzindo e utilizar fórmulas e léxico
próprios;
 Discutir com outro e construir coletivamente soluções,
possibilitando observar aspectos do texto que não
conseguimos observar sozinhos...
 Nas atividades de escrita, parte-se do pressuposto
que as crianças se apropriam dos conteúdos,
transformando-os em conhecimento próprio em
situações de uso, quando têm um problema a resolver
e precisam colocar em jogo tudo que sabem para
fazer o melhor que podem.
O conhecimento sobre a natureza e o funcionamento
do Sistema de Escrita Alfabética (SEA) precisa ser
construído pela criança com ajuda do Professor.
O Professor precisa considerar as ideias das crianças
ao planejar e orientar atividades didáticas.
ATITUDE DE COMPREENSÃO

Se revela no quanto o professor está disposto a,


cooperativamente ajudar o seu aluno, à medida
que, diagnosticando os saberes e
reconhecimentos linguísticos revelados no texto,
possa transformá-los (...) em fontes muito ricas e
apropriadas para o professor monitorar o seu
trabalho e o desenvolvimento do diálogo ativo
com os sujeitos aprendizes (LEAL, 2015, p. 64-
65).
Concluindo:
Como nos formamos leitores e produtores de texto?

É na relação com o outro. Não é no rigor do


olhar, nem na benevolência, nem nos atos de
indiferença que se encontra a saída. Ela está,
fundamentalmente, no quanto aquele ensina e
aquele que aprende se abrem, cada vez mais,
para a compreensão ativa (LEAL, 2015, p. 67).
SEJAMOS GIRASSÓIS!
REFERÊNCIAS

CEDAC. Referencial de Formação de Professores. “Por que o professor deve


escrever pelos alunos? ” IN: Guia de estudo para o horário de trabalho coletivo.
São Paulo: CEDAC/Centro de Educação para a Ação Comunitária 2002. p. 163-
170.
DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e
dificuldades de aprendizagem. Campinas, SP: Mercado de letras, 2010.
GUSMÃO, Maria Aparecida Pacheco. Linguagem e prática pedagógica reflexiva
no ensino-aprendizagem da (re)escrita. IN: GUSMÃO, Maria A. Pacheco. A
(re)escrita de textos: a prática pedagógica da professora Maria. Vitória da
Conquista: Edições UESB, 2015. p. 107 a 119.
LEAL, Leiva de F. Viana. A formação do produtor de texto escrito na escola:
uma análise das relações entre os processos interlocutivos e os processos de
ensino. IN: VAL, Maria da Graça. Reflexões sobre práticas escolares de
produção de texto: o sujeito-autor. Belo Horizonte:
Autêntica/CEALE/FaE/UFMG, 2008. p. 53-67.
MORAIS, Artur Gomes. O sistema de escrita alfabética. São Paulo:
Melhoramentos, 2012. (Como eu ensino).
ROCHA, Gladys. O papel da revisão na apropriação de habilidades
textuais pela criança. IN: VAL, Maria da Graça. Reflexões sobre
práticas escolares de produção de texto: o sujeito-autor. Belo
Horizonte: Autêntica/CEALE/FaE/UFMG, 2008. p. 69-83.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução: Claudia Schilling.
Porto Alegre: Penso, 1998.

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