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Compreensão leitora
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que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Os dados das avaliações oficiais voltadas para os anos iniciais do ensino fundamental têm trazido evidências de
que o desempenho dos alunos brasileiros em leitura continua aquém do esperado. Então, para que saibamos
como contribuir com o aprimoramento da compreensão leitora dos nossos alunos, nesta webaula iremos saber
quais são as diferentes capacidades de leitura e refletir quanto aos procedimentos para o seu ensino.
Capacidades de leitura
Conforme Rojo (2004, p. 2), para ser letrado na vida, ou seja, para participar das diversas práticas sociais de
linguagem, o indivíduo deve interpretar os textos não de forma literal, mas “colocando-os em relação com outros
textos e discursos, de maneira situada na realidade social”. Uma vez que as práticas de leitura na sociedade são
diversas e estão atreladas a um contexto, para se compreender o que se lê, no âmbito dessas práticas, exigem-se
capacidades leitoras também diversas.
Para uma leitura cidadã, Rojo afirma ser necessário a escola ampliar o ensino das diversas capacidades de leitura.
Para a autora, as que são ensinadas e avaliadas pela escola estão atreladas, basicamente, às de localização e cópia
de informações em textos, como se apenas estas fossem suficientes para avaliar a compreensão daquilo que se lê.
Fonte: Shutterstock
Rojo (2004) afirma que o conhecimento atualmente disponível sobre os diversos tipos de letramento e sobre as
diversas práticas de leitura exige que a escola incorpore em sua proposta pedagógica o ensino das diversas
capacidades de leitura que, combinadas entre si, permitem aos alunos compreender o que leem e,
consequentemente, ter sucesso em seu progresso como leitor.
A seguir, serão apresentadas as capacidades de leitura sistematizadas por Rojo. Primeiramente, destacamos as
capacidades de compreensão também conhecidas como estratégias de leitura:
Checagem de hipóteses
Comparação de informações
Generalização
Agora, saiba quais são as capacidades de apreciação e réplica do leitor em relação ao texto, conforme Rojo (2004):
Segundo a orientação de Cafiero (2010), ao se planejar uma aula de leitura, o professor deve, de antemão, refletir
sobre o que o aluno já sabe a respeito do texto a ser lido e quais procedimentos adotar para que ele “construa um
conjunto de conhecimentos importantes para a compreensão” (CAFIERO, 2010, p. 87).
Outro aspecto destacado por Cafiero (2010) diz respeito ao uso que a escola faz dos materiais de leitura. Em geral,
disponibilizando aos alunos cópias de textos para que todos tenham um exemplar em mãos, no entanto, tal
“ [...] prática pode fazer o aluno perder o contato desejável e salutar com os textos configurados
como eles circulam socialmente, se não for tomado o devido cuidado de pelo menos mostrar ao
aluno o suporte onde originalmente os textos circulam. Trabalhar com a leitura na sala de aula,
visando contribuir para aumentar o grau de letramento do aluno, exige uma atenção cuidadosa
à seleção e indicação de suportes de leitura [...]. É no sentido de proporcionar a ampliação do
”
universo de leituras do aluno que é preciso cuidar da seleção dos suportes.
— CAFIERO, 2010, p. 95.
Para essa autora, em uma aula de leitura não cabem improvisos. A eficiência da mediação de leitura está atrelada
ao conhecimento por parte do professor do texto a ser trabalhado e dos saberes de seus alunos ante a leitura a
ser apresentada.
Leitura colaborativa
Entre os procedimentos didáticos que o professor pode utilizar visando à formação leitora dos alunos, destaca-se
aqui a leitura colaborativa (BRASIL, 1997), ocasião em que o docente, ao ler o texto com a classe, provoca
situações para que o grupo faça uso das capacidades de compreensão e das capacidades de apreciação e réplica
do leitor em relação ao texto.
Fonte: Shutterstock.
Como orientar o aluno que demonstra não compreender o que está lendo?
Para Solé (1198), o professor deve ensinar o aluno a “inferir, a fazer conjecturas, a se arriscar e a buscar verificação
para suas hipóteses” (SOLÉ, 1998, p. 130) e a reler o trecho não compreendido. No caso de uma palavra
desconhecida, por exemplo, o professor deve analisar junto com o aluno o contexto em que a palavra aparece e
mostrar formas de se proceder antes de procurá-la no dicionário.
Considerando que o objetivo é que os alunos ganhem autonomia leitora, o professor deve ser a referência para
que eles se tornem leitores ativos, por isso as situações de leitura devem ser planejadas, buscando o
desenvolvimento das capacidades de leitura.
Fluência leitora
Para finalizar, é preciso ressaltar que a leitura como prática social também envolve a fluência leitora, portanto, ler
para praticar a leitura em voz alta ajuda nessa fluência, porém é preciso preparação prévia, o que envolve ensaio
(leitura e releitura), visando não só cuidar da pronúncia, como dar mais ênfase a determinados trechos e escolher
o ritmo da leitura.
Fonte: Shutterstock.
É primordial que “o professor ou um leitor fluente [atue] como modelo, lendo em voz alta” (BATISTA, 2010, p. 14)
para o aluno, pois, ao ler em voz alta, evidenciam-se para o ouvinte os elementos prosódicos e os sinais de
pontuação, necessários à compreensão leitora.