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LIVRO
ANÁLISE DE DISCURSO
Princípios e Procedimentos
I O DISCURSO
** CONCEITO DA ANÁLISE DE DISCURSO:
A Análise de Discurso, como seu próprio nome indica, não trata a língua, não trata da
gramática, embora todas as coisas lhe interessem. Ela trata do discurso. E a palavra discurso,
etimologicamente, tem em si a idéia de curso, de percurso, de correr por, de movimento. O
discurso é assim palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso
observa-se o homem falando.(pg. 15)
A Análise de Discurso se propões construir escutas que permitam levar em conta esses
efeitos e explicitar a relação com esse “saber”que não se aprende, não se ensina mas que
produz seus efeitos. Essa nova prática de leitura que é discursiva, consiste em considerar o
que é dito em um discurso e o que é dito em outro, procurando escutar o não dito naquilo que
é dito, como uma presença de uma ausência necessária.(pg. 34)
c) Condições de produções:
Compreendem o sujeito e a situação.
Também a memória faz parte da produção do discurso, através da maneira como
for acionada.
As condições de produções incluem o contexto sócio-histórico, ideológico.
a) contexto: amplo, que traz elementos para as considerações dos efeitos de
sentidos.
b) História: produção de acontecimentos que significam a maneira como as coisas
estão relacionadas.
c) Memória: tratada como interdiscurso (fala antes em outro lugar independente).
Disponibiliza dizeres que afeta o modo com está o sujeito em uma dada
situação.
d) Palavra: não é só de um sujeito; ela significa pela história e pelo sujeito. “O sujeito
diz, pensa que sabe o que diz, mas não tem acesso ou controle sobre o modo pelo qual os sentidos se constituem
nele. (pg. 32)”
b) interpretação:
A interpretação aparece em dois momentos da análise:
b.1) a interpretação faz parte do objeto de análise, ou seja, o sujeito que fala
interpreta e o analista deve procurar descrever este gesto de interpretação.
Sentido submetido a análise.
b.2) não descrição sem interpretação e o próprio analista está envolvido nesta
interpretação.
A interpretação, segundo a autora, precisa ultrapassar o efeito de
transparência da linguagem, literalidade do sentido e da onipotência do
sujeito.
Não há análise do discurso sem sua mediação teórica permanente, em todos os
passos da análise, trabalhando a intermitência entre descrição e
interpretação que constituem, ambas, o processo de compreensão do analista. ..[ ]
...Não há discurso fechado em si mas um processo discursivo do qual se
podem recortar e analisar estados diferentes.(pg. 62)