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COESÃO EM PORTUGUÊS
SEMANTICA-PRAGMATICA-S INTAXE
Dissertação de Doutoramento
em L i n g u í s t i c a Portuguesa
apresentada ã Faculdade de
Letras da Universidade do
Porto
PORTO
1981
(i)
Joaquim Fonseca
(11)
Bernard P o t t i e r
.1.
PLANO GOBAL
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA PARTE
A noção de coesão
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
A coesão do Enunciado
QUARTA PARTE
A coesão do Texto
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
.2.
INTRODUÇÃO
.3.
INTRODUÇÃO
1.
O presente trabalho tem por objecto de estudo a coesão em por-
tuguês
lex1a) coesao
a p l i c a r - s e - á quer ao sistema l i n g u í s t i c o (ã configuração g l o -
bal de uma língua como sistema) quer aos produtos verbais projectados em
discurso em cada acto de f a l a .
2-
Foi com referência a este último domínio - coesão sintagmãtica
ou coesao em LN - que a noção que nos ocupa se afirmou, crescentemente, na
descrição-explicação l i n g u í s t i c a . É justamente da coesão sintagmãtica -
que tomarei como o domínio próprio da coesão - que t r a t a r e i neste t r a b a l h o .
o que se convencionou chamar Defesa da Língua - conceito onde não cabe ho-
j e a contemplação de falsas questões de "purismo" ou de "hegemonia", antes
aponta para uma consequente integração de um " p l u r i l i n g u i s m o i n t e r n o " em
que se consumam v i r t u a l i d a d e s amplamente abertas da língua.
a.
Se tomarmos, por exemplo, o plano fónico de uma l í n g u a , e mais
estritamente o sistema fonemãtico, nele vemos recortadas zonas de fonemas
fortemente i n t e r l i g a d o s face a outras em que estas entidades se i n t e r - r e -
lacionam menos intimamente. Cabem nas primeiras os fonemas que a i n v e s t i -
gação fonológica d i s t r i b u i por uma mesma s é r i e , uma mesma ordem e , em par-
t i c u l a r , por uma correlação ou f e i x e c o r r e l a t i v o . Corresponde esta d i s t n
buição, como se sabe, ao reconhecimento de laços apertados entre os fone-
mas, laços estabelecidos na base do grau de semelhança que os reúne, r e f e -
rida aqui ã p a r t i c i p a ç ã o em comum de determinados traços d i s t i n t i v o s . Quan-
to mais elevado f o r o número de traços d i s t i n t i v o s comuns a um dado comple-
xo de fonemas tanto mais fortemente estes se i n t e r l i g a m . As correlações f o -
nológicas, que assentam, como é sabido, na r e p a r t i ç ã o regular de um ou de
vários traços d i s t i n t i v o s por d i f e r e n t e s fonemas, configuram num dado s i s -
tema uma área "bem i n t e g r a d a " , ou um centro - de que distam, mais ou menos,
os fonemas nelas não i n s c r i t o s , dos quais se d i r á que estão "menos bem i n -
tegrados" ou que se situam numa zona p e r i f é r i c a do sistema, numa p e r i f e r i a .
Um sistema fonológico " i d e a l " s e r i a , p o i s , aquele em que todos os fonemas se
revelassem "bem i n t e g r a d o s " , o que se t r a d u z i r i a na sua i n s c r i ç ã o em c o r r e i a
.8.
b.
Ao nível do plano s i g n i f i c a t i v o (ou do plano do conteúdo) da
organização de uma LN, tem também validade a oposição acima caracterizada
entre um centro e uma p e r i f e r i a . Neste domínio, l i g a - s e a p e r i f e r i a tudo o
que se apresenta como " i r r e g u l a r " ou "anómalo" num dado conjunto de unida-
des reunidas num paradigma - mas também tudo o que se revele como quebra ou
sub-aproveitamento da "produtividade" que o sistema, enquanto complexo de
"possibi1 idades em a b e r t o " , teoricamente comporta.
Por outro lado, dado que as mesma relações que se dão entre
uma certa entidade e os diversos paradigmas a que pertence resultam a f i n a l
em relações entre os mesmos paradigmas (o de /s z s z/ com o de / f v/),que
assim entram a c o n s t i t u i r paradigmas mais extensos (o de /s z s z f v / ) , do
mesmo grau de intimidade dessas relações sucessivas (de entidade para entj^
dade, de paradigma para paradigma) está imediatamente dependente o grau de
coesão interna do sistema t o t a l " (Carvalho, J . G. Herculano, 1973, 408-409).
.11.
NOTAS
PRIMEIRA PARTE
A NOÇÃO DE COESÃO
.14
A NOÇÃO DE COESÃO
PLANO
2- Coesão
2< Coerência
Notas
.15.
A NOÇÃO DE COESÃO
1 . COESÃO
1.1.
Num trabalho recente, M.A.K. Halliday e R. Hasan ( H a l l i d a y -
-Hasan, 1976) ^4^ reúnem sob a designação de " t e x t u r e " ( t e x t u r a ) um comple
xo de propriedades que tomam como caracterizadoras do Texto: "The concept
of TEXTURE i s e n t i r e l y appropriate to express the property of 'being a
t e x t ' . A t e x t has t e x t u r e , and t h i s i s what distinguisnes i t from some-
t h i n g that is not a t e x t . I t derives t h i s t e x t u r e from tha f a c t t h a t it
.16.
1.2.
Reconhecem os Autores uma "textura externa" ( a ) e uma"textura
interna" (b).
a.
Cabe na " t e x t u r a externa" tudo o que respeita a "the external
factors a f f e c t i n g the l i n g u i s t i c choices that the speaker or w r i t e r makes",
o que tem a ver com "the nature of the audience, the medium, the purpose
of the communication and so on" (p.21).
- coesão
resources that language has for creating text, in the sense in which we have
been using the term all along: for being operationnaly relevant and cohering
within itself and with the context of situation" (p. 27).
1.3.
De entre os " t e x t - f o r m i n g resources" de uma língua avultam, na
perspectiva de Halliday-Hasan, os que realizam a coesão. Os Autores atribuem-
- l h e uma s i n g u l a r r e l e v â n c i a , a ponto de em muitas formulações'tomarem a
parte pelo todo', ou s e j a , a ponto de cometerem em exclusividade ã coesão o
papel diferenciador entre t e x t o e " n ã o - t e x t o " : "Cohesion i s the set of
meaning r e l a t i o n s . . . t h a t distinguishes t e x t from ' n o n - t e x t ' ..." (p.26).
(Formulações análogas abundam ao longo do t r a b a l h o ) .
1.3.1.
Numa formulação genérica, Halliday-Hasan reúnem sob a designa-
ção de coesão todos os nexos semânticos que se estabelecem entre os ENs por
que se r e a l i z a o t e x t o . Têm, porem, consciência do carácter extremamente va_
go de uma t a l asserção: "To say t h a t two sentences cohere by v i r t u e of
r e l a t i o n s i n t h e i r meaning i s not by i t s e l f \iery p r e c i s e . P r a c t i c a l l y any
two sentences might be shown t o have something to do w i t h each other as f a r
as t h e i r meaning i s concerned" ( p . 1 1 ) . Muitos desses modos de i n t e r - r e l a -
cionação são deveras f l u i d o s - pensam Halliday-Hasan - e não s e r i a f á c i l
dar deles uma caracterização o b j e c t i v a s a t i s f a t ó r i a . Escapariam, assim, a
uma sistematização c l a r a , e o seu papel na estruturação do t e x t o seria d i -
fícil de a v a l i a r em termos precisos. Ao lado destes laços há, porém, - con^
tinuam os Autores - "one s p e c i f i c kind of meaning r e l a t i o n t h a t i s critical
for the creation of t e x t u r e : t h a t i n which ONE ELEMENT IS INTERPRETED BY
REFERENCE TO ANOTHER. What cohesion has to do w i t h i s the way i n which the
meaning of the elements i s i n t e r p r e t e d . Where the i n t e r p r e t a t i o n of any item
i n the discourse requires making reference to some other item i n the discourse,
.20.
1.3.2.
Fica patente que a dimensão básica contida na noção de coesão
desenvolvida por Halliday-Hasan e a da dependência semântica e x p l i c i t a m e n -
te assinalada entre os ENs por que se r e a l i z a o t e x t o - dependência semân-
t i c a no sentido e s t r i t o j ã acima assinalado e que interessa sublinhar de
novo: "Cohesion occurrs where the INTERPRETATION o f some element i n the
discourse is dependent on t h a t of another. The one PRESUPPOSES the o t h e r ,
i n the sense that i t cannot be e f f e c t i v e l y decoded except by recourse to
i t . When t h i s happens, a r e l a t i o n of cohesion i s set up, and the two e l e -
ments, the presupposing and the presupposed, are thereby at l e a s t p o t e n t i -
a l l y integrated into a text" (p.4).
a.
Os laços coesivos realizados por r e f e r e n c i a , por s u b s t i t u i ç ã o
e por e l i p s e (que c o n s t i t u i uma " s u b s t i t u i ç ã o por zero") esgotam-se, sem
dúvida, numa conexão de dependência semântica no sentido enunciado; os ele_
mentos "pressuponentes" são d i a f õ r i c o s (anafóricos ou c a t a f o r i c o s nos dois
primeiros casos, anafóricos no t e r c e i r o ) e colhem a sua interpretação em
outro(s) elemento(s) verbalizados, no c o - t e x t o .
Aos laços coesivos estabelecidos por conjunção aplica-se também
o p r i n c í p i o da dependência semântica, mas em termos inequivocamente d i v e r -
sos. Repare-se: "They [ " c o n j u n t i v e elements"] are not p r i m a r i l y devices
f o r reaching out i n t o the preceding (or f o l l o w i n g ) t e x t , but they express
c e r t a i n meanings which presuppose the presence of other components i n the
discourse" (p.226). Atente-se: aqui o elemento "pressuponente" não surge
(ao c o n t r a r i o do que vimos ocorrer nos casos acima r e f e r i d o s ) como termo
a i n t e r p r e t a r , antes como termo que estabelece, pelo seu próprio s i g n i f i -
cado, uma relação a cumprir entre os ENs que a r t i c u l a . Pois que as "conjun
t i v e r e l a t i o n s are not ' p h o r i c ' " (p.321), em r i g o r nelas não se consuma uma
dependência semântica nos termos e s t r i t o s em que Halliday-Hasan a c o n f i g u -
ram. SÓ, p o i s , em sentido algo d i l a t a d o poderemos ver desenhada através das
"conjuntive r e l a t i o n s " uma conexão de dependência semântica. Isso não esca-
pa aos Autores, que, confrontando a coesão realizada por conjunção com a que
se consuma por . r e f e r ê n c i a , s u b s t i t u i ç ã o e e l i p s e , concluem: "With conjun-
c t i o n . . . we move i n t o a d i f f e r e n t type of semantic r e l a t i o n , on which i s
no longer any kind of search i n s t r u c t i o n , but a s p e c i f i c a t i o n of the way i n
which what is t o follow i s s y s t e m a t i c a l l y connected t o what has gone before"
(p.227). Esta caracterização não conduz, porém, Halliday-Hasan a renunciar
ao p r i n c í p i o e x p l i c a t i v o da dependência semântica, que mantêm como v á l i d o
nos seguintes termos: por conjunção "some r e l a t i o n i s established between
the meanings of two continuous passages of t e x t , such t h a t the i n t e r p r e t a -
t i o n of the second i s dependent on the r e l a t i o n i n which i t stands t o the
first" (p.308; o sublinhado e meu).
b.
A dependência semântica estabelecida pela via de uma "pressu-
posição r e s o l v i d a " no c o - t e x t o não tem cabimento como p r i n c í p i o e x p l i c a t i -
vo dos nexos semânticos que Halliday-Hasan congregam na coesão l e x i c a l es-
t r i t a ou "coesão l e x i c a l p u r a " , i s t o e , a que se manifesta como "a f u n c t i o n
simply of the co-occurence of l e x i c a l items" de algum modo i n t e r l i g a d o s no
sistema, e independentemente de qualquer t i p o de " r e l a t i o n of reference"
(p.283). Na verdade, em qualquer das manifestações da "coesão puramente le_
x i c a l " (quer por r e i t e r a ç ã o , nas suas d i f e r e n t e s modalidades, j á acima es-
p e c i f i c a d a s , quer por " c o l l o c a t i o n " ) não hã l u g a r ã "resolução de uma pres-
suposição", no sentido que j ã conhecemos.
Observe-se que são justamente estes laços que não envolvem iden-
tidade de designado ou de referência que são convocados na coesão l e x i c a l pu-
ra de Halliday-Hasan, tornando-se, p o i s , desnecessário invocar a todo o cus-
t o a conexão de dependência semântica - que, de resto (como j u l g o t e r ficado
demonstrado) não tem aqui aplicação.
( i ) no que concerne ã reiteração - que ela não é " i n any way dependent
on the r e l a t i o n of reference" (p.283);
.24.
1.4.
As considerações desenvolvidas nos números precedentes p e r m i t i -
ram j ã , a par de algumas anotações c r í t i c a s , deixar caracterizada de modo
suficientemente c l a r o a noção de coesão proposta por Halliday-Hasan, e as-
s i n a l a r a sua especificidade entre os " t e x t - f o r m i n g resources" de um s i s t e -
ma l i n g u í s t i c o .
1.5.
Antes de prosseguir com a referência a alguns outros aspectos do
trabalho de Halliday-Hasan que interessam ainda ã caracterização da noção de
coes
ã o , convirá determo-nos um pouco numa avaliação c r í t i c a de algumas das di
mensões atrás assinaladas.
a.
Importa, em primeiro l u g a r , e x p l i c i t a r que considero "excessiva"
a demarcação que estabelecem os Autores entre "o que o t e x t o s i g n i f i c a " e as
conexões semânticas que perfazem a sua noção de coesão. É que, quanto a mim,
os nexos coesivos são parte i n t e g r a n t e do que o t e x t o s i g n i f i c a , onde.deres^
t o , alguns deles assumem um relevo p a r t i c u l a r . £ certo que se t r a t a de u m s i -
gnificado eminentemente r e l a c i o n a l ou relacionador, mas sempre fortemente fun
dido com os "substantive meanings" do t e x t o . Tenham-se em conta, a este res-
p e i t o , particularmente as conexões estabelecidas por conjunção e as que p r e -
enchem a coesão l e x i c a l .
b.
Em segundo l u g a r , é", quanto a mim, insustentável a t r i b u i r â coe-
são ( t a l como a concebem Halliday-Hasan, na base da consideração e s t r i t a da
sintagmãtica imanente do t e x t o - ver acima) o papel f u l c r a l de garantia da
unidade semântica do t e x t o , da sua continuidade de sentido. (Relembremos:
"When we consider cohesion . . . we are i n v e s t i g a t i n g the l i n g u i s t i c means
whereby a t e x t is enable to f u n c t i o n as a s i n g l e meaningful u n i t " p.28-30).
.27.
c.
Halliday-Hasan partem, como se assinalou em 1 . 1 . , de uma adequa-
da caracterização do t e x t o e das relações EN-texto. No entanto, esta perspec-
t i v a eminentemente t e x t u a l (que respeita a caracterização de uma sequencia de
ENs a p a r t i r da, na base da consideração de uma unidade semântica global ade-
quadamente agregada a uma situação de comunicação) é , em r i g o r , abandonada na
análise da coesão: como se v i u , os Autores apenas atendem ao que, na sintagmã-
t i c a imanente do t e x t o , surge e x p l í c i t a e imediatamente como instrumento de
ligação entre ENs. Sendo assim, a perspectiva tomada na caracterização da coe-
são e mais propriamente c o - t e x t u a i , j á que o que esta em causa não e senão um
sub-conjunto de aspectos da configuração e x p l í c i t a de cada EN de uma sequencia,
decorrentes justamente da sua co-textualização ( t a i s como a projecção de r e l a -
tores, de e l i p s e , de instrumentos d i a f õ r i c o s . Ver ainda adiante 1 - 8 . ) . 0 que
se afirmou parece valer mesmo para o enfoque que e dado ãs dimensões da coesão
l e x i c a l pura: na sua consideração - f e i t a , de r e s t o , de modo muito breve - nun-
ca e explicitamente adoptada uma perspectiva que parta do t e x t o como unidade
semântica g l o b a l .
d.
Finalmente, atentas as dimensões focadas por Halliday-Hasan, l o -
go se torna s a l i e n t e a ausência de qualquer referência ãs categorias verbais
de tempo e aspecto, e a todos os outros elementos de localização temporal. 0
funcionamento do sistema verbal no t e x t o , em a r t i c u l a ç ã o com outros localize
dores temporais, c o n s t i t u i uma dimensão central na configuração daquela u n i -
dade l i n g u i s t i c a - dimensão sistematicamente ignorada pelos Autores.
.30.
1-6.
Como f i c o u v i s t o , Halliday-Hasan reservam a noção de coesão em
sentido e s p e c í f i c o para um dado complexo de relações semânticas i n t e r - E N s ,
que atras ficaram caracterizadas. T r a t a - s e , p o i s , como também j i se assina-
l o u , de relações entre unidades l i n g u í s t i c a s sintacticamente independentes,
ou s e j a , não congregadas por nexos que respeitam ã configuração de uma cons-
trução gramatical (em termos de Halliday-Hasan, relações entre u n i d a d e s l T í i -
guTsticas não reunidas por conexão de " e s t r u t u r a " ) .
ra1 a
" q u e eventualmente se juntam relações coesivas atinentes aos items
l e x i c a i s ou realizadas por r e f e r ê n c i a , s u b s t i t u i ç ã o , e l i p s e e conjunção
(Note-se que estas quatro modalidades da coesão gramatical sõ podem pro-
j e c t a r - s e entre sintagmas c o n s t i t u i n t e s do EN, não no seio de cada um de-
l e s : a última delas (conjunção) está envolvida na configuração do EN compos-
t o ou complexo).
1.7.
Halliday-Hasan inscrevem também na " t e x t u r a i n t e r n a " dimensões
especificas da organização do EN considerado " i n i t s r o l e as the r e a l i z a t i o n
of t e x t " (p.326) - dimensões que apresentam em termos de "theme systems" e
"information systems" (ver acima 1.2.b. ( i i ) ( 1 3 ) . T r a t a - s e , segundo os Au-
t o r e s , de dimensões da estruturação do EN que representam a " s t r u c t u r a l coun-
.33.
que nesse domínio cabe àqueles mecanismos (ou mais rigorosamente ao que e
conhecido pela a r t i c u l a ç ã o tema / rema). Halliday-Hasan reconhecem-lhes
também esse papel, mas acabam por o secundarizar ao cometerem ã coesão no
sentido e s t r i t o em que a tomam (e de que, em verdade, excluem aquelas d i -
mensões) a função c r u c i a l na configuração da continuidade semântica entre
os ENs por que se r e a l i z a o t e x t o . Ficam, p o i s , elas incluídas no r o l da-
quelas outras relações semânticas que Halliday-Hasan reconhecem como "asso_
c i a t e d w i t h a t e x t " mas que "are not embodied" no conceito de coesão (p. 13).
1.8.
Se me alonguei numa análise c r í t i c a da noção de coesão propos-
ta em Halliday-Hasan, 1976 ^ ' , f o i porque considero este trabalho e x t r e -
mamente representativo (de r e s t o , no quadro j a por si o r i g i n a l da visão de
Halliday do sistema l i n g u í s t i c o de uma LN - quadro globalmente conhecido
por Gramática Sistémica) como t e n t a t i v a de f o c a r , de modo integrado ã r e -
flexão sobre o EN e as unidades i n t r a - E N , o que respeita ã c o n s t i t u i ç ã o do
t e x t o . Por outro lado, esse trabalho propõe dimensões inequivocamente impo£
tantes que r e t e r e i na noção de coesão que desenvolverei neste meu estudo,
e ainda pistas bastantes sugestivas que importaria explorar ^ ' , como também,
f i n a l m e n t e , considerações e perspectivas de enfoque que convém, sem dúvida,
superar.
.35.
(i ) por junção
ou relatores
combinação ("conjuntive relations")
continuidade
semântica
inter-ENs - referência
substituição
( i i ) por equi valência - elipse
1.9.
Na base da consideração deste sub-conjunto de nexos inter-ENs,
de recorte n í t i d o na sintagmática imanente do t e x t o , pensam Halliday-Hasan
poder a v a l i a r objectivamente o grau de coesão desta unidade l i n g u í s t i c a . Na
verdade, sublinham adequadamente os Autores que a coesão do textoéuma ques-
tão de "mais ou menos", não uma questão de "sim ou não". (Anote-se que na
consideração do EN e das unidades sintagmiticas suas c o n s t i t u i n t e s é também
possível reconhecer graus de coesão, que em devido tempo serão analisados).
1.10.
Ao longo desta exposição, f i c o u devidamente sublinhada a posição
c r í t i c a por mim assumida em relação a noção de coesão proposta por H a l l i d a y -
-Hasan - sem com isso i n v a l i d a r alguns aspectos inequivocamente p o s i t i v o s
propostos pelos Autores.
2- COERÊNCIA
2-1.
Divulga a ( j á vastíssima) b i b l i o g r a f i a ( 2 0 ) no domínio da L i n -
g u í s t i c a de Texto toda uma s é r i e de argumentos (de índole diversa e de va-
.39.
2-2.
Mais do que proceder ã avaliação dos vários argumentos invoca-
dos em favor de uma L i n g u í s t i c a de Texto, mais do que procurar averiguar da
.40.
2.2.1.
Numa primeira aproximação ã coerência do t e x t o , situar-me-ei pre_
ferentemente do ângulo do l o c u t o r , suscitando uma intenção comunicativa g l o -
bal que, a f i n a l , só nos é dada, só se nos torna d i s p o n í v e l , como se sabe, no_
e pelo t e x t o .
22.2.
0 o b j e c t i v o de ' c o n t i n u a r ' " s i g n i f i c a n t l y " um t e x t o , a p a r t i r de
um dado momento do seu desenvolvimento, será alcançado se se v e r i f i c a r e m , cu
mulativamente, as condições gerais seguintes: (Para o bom entendimento das
formulações que se seguem, t e r s e á presente a observação que abre o número
precedente 2 2 . 1 • ) •
.42.
2-2.3.
A 'continuação' adequada de um t e x t o a p a r t i r de um dado momen-
to do seu desenvolvimento envolve, a i n d a , uma outra condição, de natureza
diversa das anteriormente estabelecidas. Poderei condensá-la na seguinte f o r -
mulação:
2-2.4.
Por força do contido na formulação ( i ) de 2 - 2 - 2 - » configura-se
num t e x t o um campo temático i n t e g r a d o , delimitado precisamente pela t o t a l i -
dade de s i g n i f i c a ç ã o intendida pelo l o c u t o r , pois esta determina os designa-
dos possTveis, e as suas relações (que perfazem o universo de d i s c u r s o ) , a
manifestar num acto v e r b a l . A l i n e a r i z a ç ã o desta t o t a l i d a d e de s i g n i f i c a ç ã o ,
se desenvolvida nos termos da condição ( i i ) - e mais estritamente nos da sua
alínea 0 (ver 2 - 2 . 2 . ) - p r o j e c t a r á uma continuidade temática que, percorren-
do todo o t e x t o , suporta a sua unidade e v i a b i l i z a o desenho de um "sentido
global".
Dada a centralidade que o campo temático i n s t i t u í d o num t e x t o
ocupa na configuração do seu "sentido g l o b a l " , e dada ainda a força u n i f i c a -
dora que representa a continuidade temática v e r i f i c a d a entre os sucessivos
ENs que realizam o t e x t o , não surpreende que a coerência t e x t u a l seja i n s i s -
tentemente r e f e r i d a a estes aspectos. Por i s s o , não raro ela é designada
- . - . (27}
coerência temática v ; .
B. P o t t i e r sublinha aqueles aspectos unificadores e v i a b i l i z a -
dores do t e x t o quando escreve: "Le discours se déroule normalement avec une
certaine c o n t i n u i t é thématique ( i s o t o p i e ) : sinon on « s a u t e du c o q - a - l ' â n e » ,
on f a i t un j e u de mots, on s ' o r i e n t e vers des quiproquos" (B. P o t t i e r , 1974,
p.36 - o sublinhado é meu).
A t e n t a s , porém, as dimensões que f i z congregar em designado (ver
acima último parágrafo de 2 - 2 . 2 . ) , i n t e r e s s a observar que a continuidade temá-
t i c a engloba, não apenas a adequada vinculação dos "objectos" e "predicações"
entre si e com a t o t a l i d a d e de s i g n i f i c a ç ã o em desenvolvimento, mas também a
"homogeneidade" do que se chamara rumo d i s c u r s i v o (ou a i n t e r l i g a ç ã o adequada
de rumos discursivos diversos compresentes num mesmo texto) - e que tem a ver
com as f i n a l i d a d e s globais da comunicação em curso, com o entrosamento das f o r -
.46.
ças ilocutórias projectadas, com o modo como o locutor assume o seu discur-
so .. . (aspectos não raro ignorados, ou pelo menos insuficientemente con-
templados na caracterização da coerência).
2-2.5
De acordo com o exposto,a totalidade de significação, IntenjJjdiL
pelo locutor representa o grande princípio ordenador da construção do texto.
(Repare-se que continuo a perspectivar a coerência do angulo do locutor: ve-
ja-se a observação que abre 2-2.1.)• 0 designado comportado em cada um dos
ENs que realizam o texto é sempre "dominado" pela configuração global da in-
tenção comunicativa, a que dá realização local, e a que está articulado por
uma relação do tipo "parte-todo". Este "domínio" penetra as relações do tipo
"parte-parte" que (ainda no que respeita ao conteúdo designativo - ao comuni-
cado - por cada um veiculado) os ENs mantêm entre s i , de tal modo que esse coin
teúdo representa o lugar de intersecção da totalidade de significação intendi -
da com o manifestado no(s) EN(s) antecedente(s), a que dá 'continuação'.
E basicamente este complexo de interdependências em que mergulha
cada EN do texto - interdependências desenhadas, como se viu, num plano verti-
cal (com a intenção comunicativa global ) e num plano horizontal (com o mani-
festado no contexto verbal antecedente) - que configura a progressão 'homogé-
nea' , ' l i g a d a ' , da mensagem veiculada no todo textual.
Uma representação gráfica permitirá visualizar adequadamente es-
te complexo de interdependências que suportam o texto (no esquema que se segue,
tome-se EN como "conteúdo designativo manifestado em EN").
intenção comunicativa
Texto
.47.
2-2.6.
2-2.6.1.
A exigência de não contradição e de não t a u t o l o g i a revel a-se, a
primeira v i s t a , deveras elementar, pois que, em condições " h a b i t u a i s " ou "nor
mais" de comunicação, não sÕ não diremos num dado EN o " c o n t r á r i o " do que f i -
cou r e f e r i d o num EN antecedente, como também não diremos sucessivamente "o
mesmo acerca das mesmas coisas" (ainda que, eventualmente, "por outras pala-
v r a s " ) . Decorreriam da contradição e da t a u t o l o g i a , respectivamente, uma r u -
ptura e uma redundância excessiva, que justamente v i r i a m c o n t r a r i a r o desen-
volvimento consequente da mensagem, a sua continuidade.
2-2.6.2. (i)
Quanto a norma de r e l e v â n c i a , mais do que problematizar a noção
complexa que cabe sob t a l denominação (nos seus aspectos l ó g i c o s , pragmáti-
cos e semânticos: ver elementos e referências em van D i j k , 1977), interessa
sobretudo aqui toma-la de modo singelamente o p e r a t ó r i o , e r e f e r i - l a ao aces-
so que, sempre no quadro de uma t o t a l i d a d e de s i g n i f i c a ç ã o que "domina" uma
dada produção v e r b a l , reciprocamente se dão os f a c t o s , os acontecimentos, as
situações . . . manifestados nos sucessivos ENs de um t e x t o . Tal se consubstan-
cia em
relações de ordem (seriação cronológica, inclusão de c o n c e i t o s , i m p l i -
cação l ó g i c a ) , ou, em termos mais correntes (se bem que conceptualmente mais
complexos), em relações de causalidade, desdobrável em conexões de necessida-
de, p o s s i b i l i d a d e , p r o b a b i l i d a d e , condição, f i n a l i d a d e ( 3 1 ) . (Ver também nú-
mero seguinte).
Muitas das conexões por que se manifesta este mútuo acesso entre
"mundos" não são explicitamente marcadas, surgindo então como i m p l í c i t a s : são
suportadas por i n f e r ê n c i a s e assumpções retiradas ou tomadas na base do con-
teúdo das expressões actualizadas ou do conteúdo global vasado num EN ( l o g o ,
disponíveis para os falantes na base do conhecimento da organização especí-
f i c a da língua em que se manifesta o texto) e/ou na base do conhecimento da
situação p a r t i c u l a r da produção v e r b a l , e do seu tema, e ainda do conhecimen-
.50.
2-2.6.2. (ii)
Os "objectos" (e o que deles se predique) envolvidos nos f a c t o s ,
acontecimentos, situações . . . recriados nos sucessivos ENs do t e x t o devem
também dar-se mutuamente acesso. Tal é conseguido na base das m ú l t i p l a s vias
que estabelecem conexões de co-referência e cross-referência (ver acima, par-
ticularmente nota 18 e o texto a que ela se r e f e r e ) . Na verdade, a repetição
do j a comunicado é um traço imediatamente s a l i e n t e em todo o t e x t o . Reparar-
- s e - a , no e n t a n t o , que muito regularmente na " r e p e t i ç ã o " não se consuma uma
mera retoma: na paráfrase, na sinonímia, na parasinonîmia, na designação meta-
f ó r i c a , na metonimização . . . incrustam-se "elementos novos", em p a r t i c u l a r se-
mas a v a l i a t i v o s , modalizadores; na propria retoma por pro-formas (substitutos
l e x i c a i s ) algumas "informações novas" podem ser projectadas (exemplo f l a g r a n -
te c o n s t i t u i r á a indicação de "reunião num conjunto" de termos i n i c i a l m e n t e
introduzidos numa enumeração:
2 .2.6.3.
Segundo uma terminologia j á consagrada no âmbito da L i n g u í s t i c a
de Texto (e que se vem adoptando mesmo fora d e l a ) , os ENs que realizam o t e x -
to (cumulativamente com as representações semânticas que lhes correspondem)
perfazem ou constituem a(s) sua(s) micro-estrutura(s).
22.7.
A representação dada nos números antecedentes da construção do
text0 el
P ° locutor revelase demasiado esquemática. A insistência que foi
posta nas articulações EN a EN oculta a constatação empírica imediata de que
não interpretamos linearmente um texto, antes o fazemos pela integração su
cessiva das representações semânticas que convêm a conjuntos de ENs no inte
rior do todo textual (ver 22.10).
2-2.8.
2-2.9.
A abordagem da coerência do ângulo de compreensão do t e x t o (do
ângulo do receptor) permite observar que não apenas são i n t e g r á v e i s numa da_
da macro-estrutura os f a c t o s , os acontecimentos . . . reciprocamente relevan-
t e ^ em termos de conexões de ordem ou de causalidade, (no sentido d e f i n i d o
acima em 2 - 2 . 6 . 2 . ) , mas também f a c t o s , acontecimentos . . . ligados simples-
mente por uma relação de compatibilidade. Com e f e i t o , a condição acima f o r -
mulada que exigia uma conexão de mútua relevância entre os f a c t o s , os acon-
tecimentos . . . recriados no t e x t o revela-se demasiado r í g i d a , ignorando ar-
ticulações consequentes em termos de mera compatibilidade, i s t o é , de não
recíproca exclusão numa dada situação.
2-2.10.
A compreensão do t e x t o c o n s t i t u i um processo complexo que, f u n -
damentalmente, se desenvolve pela integração dos conteúdos vasados em ENs
subsequentes numa representação lõgico-conceptual global (num "agregado" con-
.57.
™i w2 ã3 ^~*"
J J i i
comprehension comprehension
A s/ B comprehension
comp. I
./
^^ comp. Z
comp. I I
v
compréhension f i n a l e " ,
.58.
CONCEPTUAL
Língua
Discurso
Emissor Receptor
(produção) (compreensão)
2-2.11.
É esta interdependência ou interacção t e x t o / situação / conheci-
mento do mundo que Petbfi põe em destaque ao c a r a c t e r i z a r , do angulo p r i v i l e -
giado da compreensão, a coerência textual nos seguintes termos: "The coheren-
ce of a t e x t i s based on the inseparable u n i t y of the s t r u c t u r e of the u t t e -
red s t r i n g of language elements, information and/or hypotheses about the ex-
t r a l i n g u i s t i c context of the utterance, and the common knowledge that can/
must be connected w i t h the uttered s t r i n g in question" ( P e t b f i , 1978, apud
.63.
2-2.12.
Esta continuada interdependência t e x t o / situação / conhecimen-
to do mundo mostra que aquela unidade l i n g u í s t i c a convém uma caracterização
em termos eminentemente comunicativo - pragmáticos e não em termos e s t r i t a -
mente idiomáticos. Em p a r t i c u l a r - e como decorre das considerações antes de
senvolvidas - a coerência do texto (apresentada, como se v i u , no âmbito da
L i n g u í s t i c a de Texto como o l i m i a r que separa esta unidade de uma a r b i t r á -
r i a sequência de ENs) só nesta base ê adequadamente equacionãvel e capta-
vel W .
2-2.13.1.
Voltando ao problema central que nos vem ocupando - a coerência
-
textual importa sublinhar que, dependendo e l a , poderosamente, do universo
de conhecimento de que dispõem os i n t e r l o c u t o r e s , e da sua e f e c t i v a capaci-
dade de o p r o j e c t a r sobre os instrumentos verbais actualizados, e l i near que
d i f e r e n t e s indivíduos num mesmo momento ou em momentos d i v e r s o s , ou ainda,
que um mesmo indivíduo em ocasiões d i f e r e n t e s , experimentem flutuações no
julgamento, na avaliação da coerincia de um mesmo t e x t o . Traduzirão estas
flutuações d i f i c u l d a d e s , l i m i t a ç õ e s , quando não mesmo a impossibilidade da
compreensão desse t e x t o . (Ver acima 2 - 2 . 1 0 . ) .
2.2.13.2.
A r e l a t i v i d a d e da coerência do t e x t o pode ser perspectiva de um
outro angulo.
2-2.14.
Encerrarei com algumas notas f i n a i s a análise que me vem ocupan-
do da noção de coerência, t a l como a i n t e r p r e t o a p a r t i r de alguns dos t r a -
balhos mais representativos que sobre ela se debruçam.
1.
Vem-se afirmando crescentemente uma caracterização da coerência
textual sob uma Óptica eminentemente pragmática que atende ã dimensão a c c i o -
nai da linguagem, sendo, então, o t e x t o representado como uma sequência de
actos de discurso ("speech a c t s " ) , cada um dos quais - e o todo do acto de
discurso que globalmente perfazem - postulam condições próprias de projecção.
Nesta perspectiva, a coerência t e x t u a l r e s u l t a da observância das "condições
de f e l i c i d a d e " suscitadas pelos actos de discurso e pela sua adequada conca-
tenação.
2.
Os termos em que, acima, f o i caracterizada a coerência t e x t u a l
valem generalizadamente para todos os tipos de t e x t o .
v
palavra" por parte de cada um dos dialogantes .
3.
É indesmentível que a coerência t e x t u a l toca de perto a questão
genérica do "bom processamento" da comunicação, tendo a ver com juízos for-
mulados sobre os textos em termos c o r r e n t e s , t a i s como " c l a r o " , "ordenado",
"bem organizado", "bem ordenado" (ou seus eintõnimos). Os aspectos deste modo
avaliados referem-se, v i s i v e l m e n t e , as macro-estruturas do t e x t o (ã sua coe-
rência m a c r o - e s t r u t u r a l ) , e o seu enfoque cabia j á na Retórica c l á s s i c a , como
cabe inequivocamente no âmbito das Máximas de Grice (ver r e f e r ê n c i a s , nos nú-
meros a n t e r i o r e s , a estas Máximas).
4.
Para além das e s t r u t u r a s semantico-sintãticas e semãntico-pra-
gmaticas, outros tipos de e s t r u t u r a percorrem, como se sabe, o t e x t o - es-
t r u t u r a s n a r r a t i v a s , argumentativas, r e t ó r i c a s , e s t i l í s t i c a s ...
2-3.
Uma reflexão atenta sobre as dimensões básicas que vimos congre
gar-se na noção de coerência aplicada ao t e x t o dará lugar a algumas observa
coes imediatas que convirá r e t e r (para as q u a i s , de r e s t o , apontam j á , mais
ou menos e x p l i c i t a m e n t e , muitas das formulações contidas nos números an-
teriores) .
c
- coincide com a "conformidade" que todos os produtos verbais,
em qualquer l í n g u a , devem revelar com p r i n c í p i o s gerais que
presidem ao conhecimento do mundo e ao exercício do pensamen-
to - ou s e j a , converge com a "não ruptura" do mundo recriado
nos produtos verbais com o mundo cognitivamente ordenado pe-
los falantes enquanto seres i n t e l i g e n t e s (atentas, n a t u r a l -
mente, as diferenciações h i s t õ r i c o - s o c i a l e culturalmente
configuradas em cada comunidade, em cada um dos seus e s t á -
dios de vida c o l e c t i v a ) .
2-4.1.
Os " o b j e c t o s " , f a c t o s , acontecimentos, situações . . . que reco-
nhecemos no mundo em que estamos mergulhados surgem-nos não como realidades
isoladas, antes i n t e r l i g a d a s por um complexo de relações. Tal decorre da
apreensão cognitiva»da organização i n t e l e c t i v a a que submetemos o mundo, ou
s e j a , da conceptualização do que nos rodeia e do que experimentamos, em s u -
ma, da construção do conhecimento.
2-4.2.
a.
De acordo com o exposto, torna-se visível que a coerência dos
produtos verbais não e uma dimensão idiomática desses produtos, ou seja que
ela se agrega ao funcionamento da linguagem verbal em geral, e não especi-
ficamente ao funcionamento de cada LN entendida estritamente como s i s t e -
ma formal de entidades ideais, de oposições funcionais e princípios "in-
ternos" da sua projecção em discurso. Por outras palavras: a coerência
respeita aos produtos verbais (que se revelam, obviamente, em signos i n t e -
grantes de uma LN particular, pois que falar é sempre falar (n)uma dadalín
.77.
b.
Na t e o r i a l i n g u í s t i c a de B. P o t t i e r (de que basicamente me r e c l £
mo neste t r a b a l h o ) , a descrição-explicação dos produtos v e r b a i s , das soluções
f o r m a i s , específicas a cada l í n g u a , que nelas se revelam, sistematicamente
suscita um plano equivalente ( v e r , porém, mais abaixo) ao do saber e l o c u c i o -
nal de E. Coseriu. Esse plano é o plano do conceptual ( v e r , a q u i , numa p r i -
meira r e f e r e n c i a , 2 - 2 . 1 0 . ) que corresponde precisamente ã apreensão c o g n i t i -
va do mundo, i s t o é , a representação i n t e l e c t i v a dada, num certo espaço sõcio-
- c u l t u r a l e h i s t ó r i c o , quer aos objectos e as propriedades que lhes convém,
as relações entre eles e n t r e t e c i d a s , quer aos f a c t o s , acontecimentos . . . no
que toca tanto aos protagonistas e aos papéis que estes neles desempenham,
como ã sua p r e v i s í v e l sequencia e entrosamento.
si A a g i t mal
<
s alors X punit A " (B. P o t t i e r , 1974, p.80i ver também
B. P o t t i e r , 1976, 7 - 1 1 , e 1974a).
1974, p.10) - e ë nesse suporte que radica a coerência dos produtos ver-
bais» que mais não é , i n s i s t a - s e , que a conformidade do que neles é çomu-
n
içado com o mundo cognitivamente organizado, para que remetem.
2-4.3.
Na base do que se tem vindo a considerar, a combinação dos i n s -
trumentos verbais integrantes de uma dada LN que conduz ãs unidades que co-
nhecemos como Sintagma, Nucleus, ENunciado e Texto é suportada imediatamen-
te (e sempre) por p r i n c í p i o s g e r a i s , " e x t e r i o r e s " ã organização dessa l í n -
gua, que garantem a sua coerência. Ou s e j a , a combinação das lexias no S i n -
tagma, Nucleus e EN, e a combinação de ENs no Texto têm os seus l i m i t e s na
própria realidade (cognitivamente ordenada) para que essas mesmas unidades
remetem. Ê precisamente da salvaguarda desses l i m i t e s í ', impostos pelas
relações d i s c e r n í v e i s na organização i n t e l e c t i v a do mundo, que decorre a
coerência dos produtos verbais.
Como sempre,
Ontem, na sala
adormeceu
Apesar do c a l o r , durante a tarde
Pedro trabalhou
Apesar do cansaço, com d i f i c u l d a d e
aguardou o amigo
Lendo um l i v r o , serenamente
Cantarolando,
SV
v v
v
Marginal Nucleus
V
ENunciado
jantar de gala
espectáculo esquecer
para
recordar
preparou
vestuário que o João apreciou
censurou
\y
Substanti vo FA
TR
-/
SN
2.4.4.
As observações desenvolvidas em 2 - 4 . 3 . mostram as limitações de
uma descrição-explicação l i n g u í s t i c a f e i t a em termos estritamente i d i o m á t i -
cos. Por i s s o , os modelos l i n g u i s t i c o s correntes (que se cingem ao idiomá-
t i c o , ao que nos produtos verbais - ou melhor, nas unidades frasicas e i n -
t r a f r ã s i c a s , de que exclusivamente tratam - releva da e s t r i t a competência
l i n g u í s t i c a dos f a l a n t e s ) falham em aspectos tão elementares como os que
passei em breve r e v i s t a , ou s e j a , na captação adequada da combinação de
instrumentos l i n g u í s t i c o s nas unidades sintagmáticas e s i n t á c t i c a s , já
que, como se v i u , alguns dos aspectos desta combinação relevam directamen-
te da conveniência entre designados e não da e s t r i t a compatibilidade entre
significados.
2-4.5.
A superação do estritamente idiomático - pela abertura a consi-
deração das condições de uso das línguas, do seu funcionamento real em con-
textos de comunicação e do seu suporte conceptual, cognitivo (que assinala
a estreita interligação entre as LNs e o exercício do pensamento, a apreen_
são intelectiva do mundo) ganha uma particular acuidade no que respeita a
uma adequada caracterização do Texto, e imediatamente no que se refere ãca_
ptação dos princípios que suportam a combinação consequente dos ENs porque
aquele se realiza. Tal ficou já devidamente demonstrado nas considerações
desenvolvidas sobre a noção de coerência textual.
5.1.
Em sentido p r ó p r i o , f i c o u d e f i n i d a a coesão como propriedade es-
p e c í f i c a dos signos l i n g u í s t i c o s extensos, resultantes da combinação de e l e -
mentos l i n g u í s t i c o s livres.
a
(i) inseparabilidade dos morfemas envolvidos;
5.2.
Caso algo diverso - que convirá s i t u a r preferentemente numa ZJD-
na_marginal ou p e r i f é r i c a da coesão ao nível microsintagmãtico - g o desê^
nhado pela l e x i a composta e , sobretudo, pela l e x i a complexa. Na sua c o n f i -
guração como lexias ( l o g o , como unidades memorizadas em competência, aptas
a serem actualizadas em discurso como pedra angular da construção sintagmá-
(55
t i c a e da construção s i n t á t i c a ) ) intervém um processo de integração l é -
xica que conhece graus diversos de desenvolvimento.
desenvolvimento
do processo de
integração l é x i c a lexia lexia
complexa composta
grau de coesão +
—>
círculo vicioso
* c í r c u l o inegável vicioso
estátuas de mármore
"coefficient
de cohérence
Disponibilité le cheval
en 100 le cheval-vapeur
LANGUE le cheval de f r i s e
le cheval de course
/ / / / / ///// (zone d ' i n c e r t i t u d e )
Reunion f o r t u i t e de
DISCOURS l e cheval de Jean"
a.
Anunciou-se na Introdução (ver aí nota 1) que a avaliação da
coesão das unidades sintagmáticas c o n f l u i em traços gerais com a demarca-
ção entre um centro e uma p e r i f e r i a reconhecível na estruturação sintagma_
t i c a dos signos l i n g u í s t i c o s (oposição a que se r e f e r i u , naquela mesma se£
ção deste t r a b a l h o , a coesão paradigmática de uma LN, tomada como língua
funcional).
b.
Ao nível do sintagma stricto sensu (isto ê, das unidades da mi-
crosintagmãtica) toma-se, num sentido imediato, e corrente, como centro um
dado termo constitutivo, obrigatório, a roda do qual gravitam outros com
ele combinados e com o qual perfazem um "grupo natural" no eixo das sucessi-
vidades; sobre a categoria sintáctica desse termo constitutivo central as-
.98.
tos (ou, eventualmente esse/esses ENs) poderão também ser considerados co-
mo o centro do texto - em relação ao qual se estabelecerá também os termos
a f i g u r a r na p e r i f e r i a .
NOTAS
(6) Para a exploração destes aspectos, os Autores remetem para Hal l i day,
Macintosh, Strevens, 1964, e para H a l l i d a y , 1974. Ver também H a l l i d a y ,
1967/68.
(8) Esta dimensão da " t e x t u r a i n t e r n a " surge, quanto a mim, nela mal i n t e -
grada. Disso parece dar testemunho Halliday num outro trabalho (Hal l i -
day, 1977) em que explicitamente refere que "the generic s t r u c t u r e is_
outside the l i n g u i s t i c system: i t i s language as the p r o j e c t i o n of a
h i g h e r - l e v e l semiotic s t r u c t u r e " (p.193; o sublinhado é meu). Nessetra
balho, Halliday apenas i n c l u i na " t e x t u a l component" do sistema l i n g u í s
t i c o os aspectos que na sequencia do t e x t o assinalo em ( i i ) e ( i i i ) .
(14) Pela minha p a r t e , devo confessar que, depois de uma intensa reflexão
sobre o assunto e de uma demorada consulta da vastíssima b i b l i o g r a f i a
sobre o mesmo, acabei por renunciar 5 exploração destes aspectos nes-
te estudo. Estas dimensões mereceriam uma monografia específica - que
não poderã t e r lugar no seio do presente t r a b a l h o . Por i s s o , nada mais
d i r e i sobre elas - o que c o n s t i t u i r á lacuna n o t õ r i a , pois considero a
a r t i c u l a ç ã o tema / rema uma dimensão fortemente operante na coesão do
t e x t o . Em T y l , Z. (ed.) 1970 pode encontrar-se uma recolha dos p r i n c i
pais trabalhos no domínio, a que se tem vindo a j u n t a r muitos outros.
Alguns deles serão mencionados na B i b l i o g r a f i a ; a outros fazem alusão
alguns dos trabalhos nela averbados. Entre todos os dados d i s p o n í v e i s ,
c o n v i r i a s a l i e n t a r os que se referem ao que F. Danes chama "progressão
temática", que se desenvolve no t e x t o segundo tipos diferenciados.de
que se tem ocupado em diversas publicações (em e s p e c i a l , ver Danes,
1970, 1974, 1976). (Para uma aplicação a textos em francês - s i m p l i f i -
cada e em larga medida i n c i p i e n t e - ver, por ex, Combettes, 1978). A
diversidade da terminologia u t i l i z a d a - e ã não coincidência das rea-
lidades que se pretende capturar - junta-se uma ampla controvérsia no
que tange ao i n f l u x o r e l a t i v o a a t r i b u i r ao co-texto e ao contexto no
recorte dos segmentos em que o EN se a r t i c u l a , segundo esta ó p t i c a . Por
outro lado, apesar de insistentemente se apontar que a repartição no EN
dos "blocos i n f o r m a t i v o s " tem que ser considerada em íntima conexão
com o co-texto e o contexto, não raro a analise é desenvolvida sobre
ENsdesco(n)textualizados.
(15) Repare-se que apenas me debrucei sobre a noção de coesão globalmente con
siderada, não tendo entrado em comentários sobre o tratamento que os Au-
tores dão a cada uma das categorias de nexos coesivos que reconhecem -
.105.
(16) Ver, por ex, p.4, e também ps. 332-333. Algumas dessas pistas eram j ã su-
geridas em H a l l i d a y , 1964. E na e s t e i r a deste trabalho que W. Gutwinski
(Gutwinski, 1976) tenta explorar os modos segundo os quais d i f e r e n t e s Au
tores u t i l i z a m nos seus textos os nexos coesivos, tomando esses modos co
mo elemento de caracterização do " e s t i l o " desses textos / desses Autores.
Gutwinski aplica-se sobre um corpus extremamente reduzido (dois fragmen-
t o s , c u r t o s , de Henry James e de E. Hemingway) - o que, desde logo, d i -
minui o alcance das suas conclusões. 0 Autor retoma basicamente (embora
com alguns ajustamentos) as categorias coesivas sistematizadas em Hal-
l i d a y , 1964, tentando congregá-las com uma análise que se inscreve no
mode1
° " e s t r a t i f i c a c i o n a l " de H.A. Gleason, J r ; daí r e s u l t a o traço mais
marcante da o r i g i n a l i d a d e do seu t r a b a l h o , a saber, a t e n t a t i v a de a r t i -
cular as categorias coesivas com a(s) e s t r u t u r a ( s ) n a r r a t i v a ( s ) subjacen
t e ( s ) ao t e x t o (na concepção de Gleason, J r . ) : "The discourse features . . .
have to be seen against the background of the deeper, semologic s t r u c t u r e
underlying discourse. The discussion of the s t r a t a l systems - and especi-
a l l y of the semologic stratum - allows us to perceive the nature of co-
hesive r e l a t i o n s and gives them a place i n a comprehensive model of l a n -
guage" (p. 53) .
(23) Ver, porem, algumas notas c r í t i c a s ao longo desta exposição. Para a dis^
puta recentemente levantada entre "defensores" e "contestadores" da L i n -
g u i s t i c a de T e x t o " , ver, por ex, Dascal, M. / M a r g a l i t , A . , 1974, e
Petõfi / Rieser, 1976.
(28) Anotarei desde j á que as condições de coerência valem também para a cons
trução do EN composto ou complexo. (De r e s t o , van D i j k , por ex, absorve
na coerência textual a a r t i c u l a ç ã o consequente necessariamente também
projectada entre o designado por cada um dos ENs c o n s t i t u i n t e s do EN
composto ou complexo - a r t i c u l a ç ã o que designa especificamente como
"connectedness"; ver van D i j k , 1977, p.93). Visivelmente, a coerência
não é uma dimensão exclusiva do t e x t o , pois ela também tem lugar nes-
tas unidades f r ã s i c a s complexas ou compostas. Mais que i s s o - e como
j á f o i anunciado, e como t e r e i a oportunidade de mostrar - a coerência
aplica-se a todos os produtos verbais que se manifestem como signos ex-
tensos. Ver adiante, em e s p e c i a l , 2 - 3 . e 2 - 4 .
(36) Sendo assim, parece c l a r o que a coerência do t e x t o não pode tomar-se co-
mo equivalente a sua "boa formação"; ainda menos sustentável é dizer-se
(como, por vezes, efectivamente, se diz) que a coerência representa, ao
nível do t e x t o , o que a gramatical idade representa ao nível da frase
.112.
A : O.K."
SEGUNDA PARTE
COESÃO AO NlVEL DA MICROSINTAGMÂTI CA
.119.
CAPÍTULO I
PLANO
1- Preliminares
2- A coesão do SN
2 - 2 . 1 . Incidência d i r e c t a e integração do FA
2 - 2 . 2 . Dependencia-continuidade semânticas
2 - 2 . 2 . 1 . Dependência semântica
A
B- incidência indirecta dupla do FA
Notas
.122.
1. PRELIMINARES
1 - 1 . A e s t r u t u r a geral do SN
SN ► + G.Subst. + FA
(Leiase: + - elemento o b r i g a t ó r i o ;
+ = elemento f a c u l t a t i v o ;
G.Subst. = grupo s u b s t a n t i v a i ;
FA = functema a d j e c t i v a l )
12. A e s t r u t u r a geral do FA
a FA NAT
b. FA TR
(iii) A
F pp *■ SN isolado no EN por demarca dor fõnico (zero
f ó n i c o , assinalado na e s c r i t a por v í r g u l a ou
travessão), configurando o que aqui se chama
ra aposição.
(Na caracterização que darei adiante da aposição, verseã que qualquer FA
pode p r o j e c t a r s e em construção a p o s i t i v a : esta não é , p o i s , exclusiva da
realização agora introduzida do FA ™).
o l i v r o , obraprima de a r r a n j o g r á f i c o , ...
o l i v r o obraprima de arranjo g r á f i c o ...
.124.
a.
0 modo de articulação do FA ã sua base substantivai no interior
do SN configura duas construções diversas: a atribuição e a aposição.
b.
A relacionação GSubst x FA pode, porém, ser contraída por uma
outra v i a , que envolve a projecção de um nexo v e r b a l . Neste caso, a r e l a -
ção actualizada entre GSubst e FA será heterosintagmãtica: estes termos não
perfazem, então, SN.
(i) o Pedro j? i n t e l i g e n t e
(a) (b)
Nuvens pesadas acumulavam-se no céu . . . Essas nuvens (pesadas) . . .
(i) (ii)
corpulentos, os touros surgiram na arena . . . 0 p ú b l i c o , entusiasmado,
vibrava intensamente
b.
Qualquer dos elementos facultativos do SN pode, por sua vez,
apresentar uma configuração mais ou menos complexa, que não precisará de
ser ilustrada. 0 mesmo se dirá do próprio centro do GSubst.: este pode rea^
1izar-se por substituto funcional (eu, mim, nos ...) ou por substituto le-
xical (ele, algo ...) ou por congregação destes ou de substantivos (por
coordenação).
c.
Como termos constituintes do SN, todos estes elementos são
imediatamente percorridos por uma relação de formação ou constituição (ver
acima). Esta relação básica cumula-se com outras, imediatamente suscitadas,
nomeadamente uma relação de compatibilidade sintáctica e semântica entre
os termos, e uma relação de posição. Os diversos sintactemas desenhados tes^
temunham directamente estas relações básicas:
o amigo
o meu amigo
este meu grande amigo
o meu grande amigo de infância
estes meus três grandes amigos de infância
Det Substantivo
FA
.128,
d.
Anotarei que na análise da coesão do SN me centrarei na sua
e s t r u t u r a genérica, simples, atendendo aí basicamente ã conexão substan-
t i v o x FA. Só incidentalmente me r e f e r i r e i - e sempre de modo sumário - a
configurações mais complexas derivadas dos aspectos referenciados nas a l i
neas a. e b. a n t e r i o r e s .
2- A COESÃO DO SN
- o p r i n c í p i o da i n c i d ê n c i a ;
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.131.
Base Predicado
a.
A esquematização dada em 22.1. do processo integrativo envol
vido na adjectivação no seio do SN permitiu assinalar que a incidência di
recta (do FA N A T ) representa uma integração fortemente conseguida.
A este estádio mais desenvolvido do processo integrativo, pró
prio do FA N A T em incidência directa sobre a sua base, não é indiferente a
ordenação linear dos FAs quando mais que um se constróem em dependênci a so
bre uma mesma base: numa ordenação banal, não marcada, segue imediatamente
o suporte o FA N A T e, depois, o FA TR . C omparemse:
0 FA em inci d
NAT ' ê i c i a d i r e c t a sobre o seu suporte pode, de um modo
era1
9 » antepor-se-lhe ou pospor-se-lhe ^ 4 ) . Em termos de crono-logia. a que se
pode r e f e r i r o processo i n t e g r a t i v o , a antepôsição do FANAT à sua base repre
senta o grau máximo do desenvolvimento daquele processo. Â esquematização in
troduzida acima (ver 2 - 2 . 1 . ) c o n v i r á , p o i s , j u n t a r este momento específico do
processo i n t e g r a t i v o :
.134.
Base Predicado
Comparem-se:
estruturação + integração f o r t e
■ * * ■ • *
homogénea do SN
anteposição presença de incidências
do FA no seio do FA
t r a n s i t i v i d a d e do adjec
tivo
mediatização f í s i c a da
incidência por adjunto
do a d j e c t i v o (por ex.
quantificador)
complexidade i n t e r n a dos
adjuntos ou complementa
dores do a d j e c t i v o
t r a n s i t i v i d a d e da base
da adjectivação (ver no
ta 5.)
.137.
a.
Não raro as "propriedades" a que o FA dá expressão são n a t u r a l -
mente compreendidas na configuração sémica da base s u b s t a n t i v a i ; numa outra
p e r s p e c t i v a , d i r - s e - ã que não raro o FA enuncia propriedades "inerentes" ao
designado pelo substantivo. Configura-se, então, uma adjectivação inerente
ou localizada no domínio da inerência do designado na base s u b s t a n t i v a l . A
redundância assim i n s t i t u í d a i f a c t o r de reforço da coesão Subst x FA, e
abre-se ã manifestação de valores expressivos:
a neve f r i a
a lebre veloz
as ovelhas mansas
a raposa matreira
a lua maviosa
.138.
nariz aquilino
mulher cjrãvida
cheia
coelha
prenhe
d.
O FA constitui, no seio do SN, uma extensão da sua base de inci-
dência, isto é, do núcleo do sintagma.
e.
Nem todos os elementos s u b s t a n t i v a i s suportam uma incidência d i -
recta de FA. Ou s e j a , nem sempre é possível a realização de FAwflT em i n c i d e n -
v
cia d i r e c t a no seio do SN '.
o irreverente João
o João irreverente
.141.
2 - 2 . 2 . 2 . Continuidade semântica
a.
P a r t i c u l a r evidência desta continuidade semântica c o n s t i t u i o
j á assinalado caracter homofuncional do FA com o seu suporte.
.142.
b.
A necessária salvaguarda de isossemias r e f e r i d a s aos traços genê-
ricos do
substantivo e do a d j e c t i v o em combinação no seio de SN desencadeia
"transformações metassimicas" ( t r a n s f e r ê n c i a s de i s o t o p i a ) , sempre quê não ha
j a conveniência " o r i g i n á r i a " entre os classemas daqueles termos.
+ Humano + Humano
indivíduo alegre
- Humano - Humano
cao alegre
- Humano - Humano
arvore alegre
.144.
c.
Configuram uma continuidade semântica fortemente pronunciada co-
locações ("collocations" na terminologia anglo-saxónica: Ver Primeira Parte,1.)
habituais, de elevado grau de emprego corrente, de substantivo x adjectivo.
Indiciam estas colocações uma predisposição mais ou menos acentuada de certos
substantivos a congregarem-se com certos adjectivos, e inversamente.
Instituem-se deste modo virtualidades combinatórias de alto grau
de actualização previsível; quando efectivamente projectadas em discurso, re-
dundam em forte relacionação sintagmãtica:
erro crasso
noite escura
d.
A combinação habitual de certos subtantivos com certos adjectivos
pode dar ocasião ao desenvolvimento de integração léxica, a que corresponde uma
combinatória ou já fixada e memorizada em competência ou em vias de fixação e
de es tabilização. Como já se viu, tal processo conduz a configuração de lexias
compostas ou de lexias complexas (Ver Primeira Parte, 5.2):
guerra fria
zona residencial
.145.
a.
Nos sintagmas nominais
rapariga de cabelos l o i r o s
jovem de i n t e l i g ê n c i a aguda
b.
A "adjectivação o b r i g a t ó r i a " surge também incidente sobre substajn
t i v o que c o n s t i t u i complementador o b j e c t i v o (O-,) de um verbo t r a n s i t i v o fraco
.146.
s o r r i r urn s o r r i s o t r i s t e
g r i t a r um g r i t o aflito
s o f r e r penas duras
c.
S i m i l a r "obrigatoriedade" da adjectivação nominal é i l u s t r a d a nos
seguintes sintagmas:
(i) f a t o de corte impecável
A
adjectivação i n e r e n t e , ou s e j a , a expressão em FA de " p r o p r i e -
dades" reconhecidas na compreensão da base ou a p a r t i r dela i n f e r i d a s (ver
acima 2 - 2 . 2 . 1 . ) é inequivocamente não s e l e c t i v a :
a neve f r i a
Deus eterno
* municipal postura
* o Pedro abnegado
o abnegado Pedro
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.154.
2 - 3 . 1 . A incidência i n d i r e c t a do FA
Ilustrarei :
FA FA
TR
(i ) incidência i n d i r e c t a simples
a. AF ■« FA TR
(i i) incidência i n d i r e c t a dupla:
a. AF * FA NA T
6. AF ► FATR
(Base) (Predicado)
A- A incidência i n d i r e c t a simples do FA
A a r t i c u l a ç ã o do F A ^ em i n c i d ê n c i a i n d i r e c t a simples é media-
tizada por demarcador f o n i c o ou, em casos e s p e c í f i c o s , por r e l a t o r . Exclui-se,
p o i s , aqui a congregação demarcador fonico x r e l a t o r .
a.
A demarcação por zero fSnico ocorre ou por opção do locutor ou
por força da natureza do elemento substantivai sobre que incide o FA n T , ou,
_ NAT
finalmente, por força da natureza inerente da adjectivaçao projectada.
a l g o , i m p r e v i s í v e l , nos aguardava
b.
A mediatização da a r t i c u l a ç ã o substantivo x FA^AT P ° r r e l a t o r
(sistematicamente de) ocorre quando a base do SN é preenchida pelos s u b s t i -
tutos l e x i c a i s algo e nada (ver acima 2 - 2 . 2 . 1 . - 2 . e . ( i i ) ) .
nada de novo
algo de imprevisível
.158.
algo, imprevisível.
Comparem-se:
a l g o , imprevisível
algo de imprevisível
* a l g o , de i m p r e v i s í v e l )
a.
0 r e l a t o r de t i p o preposicional (de, com, sem, em . . . ) introduz
um SN e ocasiona uma adjectivação por subordinação, marcada, de 19 grau (ver
acima).
Deus de misericórdia
(não selecção)
Base Predicado
3
- Incidência simples mediatizada por demarcador fonico x r e l a t o r
^descritivas (b(i))
r e l a t i v a s apositivas n. ~ ,,,..>,
~~ ^explicativas (b(n))
A
B- incidência i n d i r e c t a dupla do FA
a.
Numa primeira modalidade, e o FA que preside a relação, que dele
se d i r i g e para o Predicado. Actualiza-se regularmente, então, um nexo de í n -
dole causal :
.162.
FA Base Predicado
FA
o advogado, a r g u t o , r e p l i c o u
a
moça, que dançou toda a n o i t e , estava feliz
Tem, porém, também aqui lugar uma outra realização do FA, a sa-
ber, em FANAT introduzido pelo r e l a t o r de. Actualiza regularmente um valor
œusal , fortemente marcado:
2 - 3 . 2 . i n c i d ê n c i a i n d i r e c t a e integração do FA
a.
A cumulação de elementos mediatizadores da articulação do FA ã
sua base(concretamente, a congregação demarcador fénico x relator) afrouxa a
força integrativa. Este abrandamento é agravado em todos os casos em que o FA
ocorre como FA TR , dada a presença de um percurso derivativo, a que já me re-
.165.
b.
FA FA
NAT TR FATR
c.
A estruturação interna do FA em incidência i n d i r e c t a sobre a
sua base pode apresentar uma maior ou menor complexidade, uma maior ou me-
nor coes_ão própria. Tal facto afectará também, mitigando-a, a força integra^
ti va que o reúne i sua base. (Ver acima algumas referências genéricas sobre
esta questão).
d.
Nos casos em que o FA.,AT apresenta mobilidade no seio do EN, a
maior distância que o separa da sua base substantivai corresponde uma menor
força i n t e g r a t i v a . Retome-se o exemplo dado acima:
e.
Finalmente, a incidência dupla do FA, e as fortes r e s t r i ç õ e s da
sua co-ocorrência no EN (vejam-se as conexões específicas em que fica envol-
vido quer com a Base que com o Predicado do EN) apontam imediatamente para
um elevado grau de integração, logo, para a configuração de um forte grau de
coesão do bloco r e s u l t a n t e .
f.
Resulta globalmente do exposto que se reconhecerá na e s t r u t u r a
çao heterogénea do SN uma integração mais fraca do FA construído em aposição
face a uma integração menos fraca do FA construído em a t r i b u i ç ã o . No seio da
construção a p o s i t i v a , demarcase como a de mais débil integração a que respei
ta a aposição de índole e x p l i c a t i v a (marcada pela i n c i d ê n c i a dupla do FA ,como
se v i u ) .
—\
descritiva explicativa
(dupla i n c i dencia
do FA )
.168.
a.
Recorrência de semas genéricos e dos que tangem aos taxemas de
gene_ro e número projectam-se, naturalmente, na estruturação heterogénea do
SN sempre que o FA se actualiza como FANAT (em a d j e c t i v o ) .
l i v r o de capas azuis
i i
b.
A conveniência entre designados actua igualmente ao nível do SN
que r e a l i z a FATR em aposição mediatizada por zero f õ n i c o . Correspondendo esta
.169.
EQUAT.
I
Pedro, o estudante mais aplicado da turma,
EQUAT.
i
0 Medi terràneo - um autêntico lago - ...
EQUAT.
I
Este manifesto, um g r i t o de r e v o l t a , ...
c.
A presença de r e l a t o r a i n t r o d u z i r um FATR (de cujo TR ê j u s t a -
mente índice) i n s t i t u i também uma continuidade semântica no seio do SN por
combinação: em t a l redunda efectivamente a mediatização funcional realizada
por elemento de relação.
.170.
d.
Já f i c o u suficientemente sublinhado o complexo de dependências-
-continuidade semânticas de índole p a r t i c u l a r que se instauraram na c o n s t r u -
ção a p ó s i t i va e x p l i c a t i v a (marcada pela incidência dupla do FA).
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X X X X X X X X
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NOTAS
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Atentese no v a l o r anafÕrico do a r t i g o .
CAPÍTULO II
PLANO
]_. Apresentação do SV
a. Auxiliares de desenvolvimento (W n )
b. Auxiliares de modalidade (W M )
3- A estrutura geral do SV
6- A coesão do SV
A. 0 complementador 0,
B. Os complementadores 0 o , 0
2' n
1.
Certos verbos comportam um reduzido valor predicativo. Revelam-
-se, por isso, incapazes de constituirem por si mesmos Predicado de um EN, e
de presidirem ã estruturação de uma unidade formal que assuma esta função.
Projectam-se antes como elemento articulador a uma base nominal de um FA ou
de um FN, que realizam o Predicado do EN. Surgem, assim, no EN particularmen-
te como índice verbal (B. Pottier, 1972, p. 110), oferecendo-se como suporte
de categorias especificas (de modo, tempo, aspecto, pessoa-número) que marcam
necessariamente a função predicativa, ou seja, como sede da função verbal in-
dispensável a viabilidade do EN' '.
eixo de
predica-
bilidade
ser parecer (5) tornar-se
de WP
desembaraçado
João Estativo
parece um homem
desembaraçado
João tornou-se Evolutivo
um homem
Esquematizando:
eixo de
+
predica- —>
ser parecer tornar-se
bilidade
de Wp
eixo de
auxilia-
rização do
Predicado
(a)
era astucioso
o rapaz parecia aplicado
tornava-se
(b)
com fome
o rapaz parecia sem tino
em pânico
.183.
com fome
o rapaz parecia estar sem tino
em pânico
esta
ficou
permanece triste
o miúdo continua em silêncio
anda uma simpatia
veio
vai
estar estar^
ficar ficar?
FA comple-
NAT/TR
permanecer-, predi- permanecer, mentaïïor
+ < ^ cativos + nominal
continuar.1 do s u ~ continuar,, locativo
FN
andar jeito andar,,
1
vi rn vir.
"ir-, ir.
.186.
esteve
o tempo ficou chuvoso
uma maravilha
vem
esteve
^ tempo f i cou
vem
estarv, estar em
algum lugar
ficar,, ficar por
.187.
Comparem-se:
*o dia ficou
eixo de
"predicabil idade Jl +
deU:
parecer tornar-se
P ser
estar-,
ficar
ru permanecer
continuar
1
andar
1
lr
l
vir
1
eixo de
auxiliarização +
do Predicado
esta
com fome
o rapaz continua
em dificuldades
vai
esteve
Pedro na rua (durante) uma hora em dei Tri o
ficou
ficou
João em casa triste
esteve
verbos
eixo de • absolutos
predicabil idade "* ~
wwp i
i
ser parecer tornar-se i
estar, estar,,
i J
ficar-, ficar-
M permanecer i "3
permanecer^
continuar-. ( à
continuar-J
ir i
l ir
3
vir-, vir 3
i
eixo de au- i
xiliarizaçao <+ - i
do Predicado I
I
seu amigo
João considera Pedro inteligente
em dificuldade
0 Pedro// é feli;
t 1
eixo de pre-
, | verbos
dicabilidade de W p ! absolutos
ser parecer tornar-se i
i
i
estar, estar..
ficar, ficar-
i «Í
permanecer. permanecer,
1
i
considerar,
julgar2
tornar
i
i
eixo de au-
xiliarização do Pre- +
diçado
a. Considere-se:
estuda a lição
o rapaz atento
trabalha
saiu de casa
o miúdo triste
ficou em casa
estuda a lição
o rapaz atentamente
trabalha
saiu de casa
o miúdo (12)
tristemente
ficou em casa
(13)
0 verbo auxi!iadov ' surge sistematicamente numa forma "nao
pessoal" (infinitivo, particípio, gerúndio), pelo que cabe aos auxiliares
a assumpção das categorias constitutivas da lexia verbal, a saber, modo,
tempo, pessoa-número. Desenha-se por esta via uma forte interdependência
(coesão) entre auxiliar x auxiliado, que configura numa unidade formal e
semãntico-funcional particular.
.196.
a.
Auxiliares de desenvolvimento (W Q )
antes , / I depois
dias, tenho
corrigido (tenho
provas dito)
tenho estado
a corrigir
provas
.198.
(ii) despertados
Pedro tem os amigos ãs 7 horas
despertos
quer
pode
(auxiliar de modalidade:
João deve
sair concordância de actante-, )
deseja
receia
sabe
.201.
deixa
ve (verbo modal : discordân
João sair o irmão
sente cia de actante, )
ouve
\
V
FN FV «D 1
i
1
+V FN i
+ Base + Predicado
FN FV
Pedro quer
partir
.202.
auxiliares do Predicado
Verbos auxiliares (W p )
de modalidade
auxiliares adjuntos TO
de desenvolvimento
_
0<n)
3.1.
0 SV e formado imediatamente por um grupo verbal (GV), obriga-
tório, a que eventualmente (logo, como constituinte facultativo) se articu-
la um FA de incidência verbal (FA 1 ).
Esquematizando:
+ FA'
V int. V trans.
/s
FA (predicativo do objecto)
V + FN V + FN + V, FN + FA
t t FN (predicativo do objecto)' l
locati (predi-
objecti- vo pre- cativo
vo pre- dicativo do su-
dicativo jeito)
falar claramente
falar claro
falar inteligentemente
*falar inteligente
discursar de improviso
Adjectivaçao
(a confrontar com:
Adjectivaçao)
32
A estruturação apresentada respeita ao SV que poderei dizer
simples.
.206.
3-3-
Convirá, finalmente, nao ignorar a possibilidade de projecção
de certos elementos no interior do SV, em incidência sobre um ou outro dos
termos de GV. Refiro-me a elementos que cabem na classe das formulações:
negação (não, nunca ...) ; relatividades (já, ainda, sempre); quantificação
(muito, pouco ...) - (Ver B. Pottier, 1974, p. 157-222, e 1969, § 12.15.).
4.2.
A década de 60 foi, como se sabe, decisiva na constituição e
desenvolvimento da semântica "científica" que, por várias vias e em quadros
teóricos diversificados, se mostra extremamente sensível aos problemas da
combinatória entre unidades lexicais. As virtualidades combinatórias destas
passam, então, a ser perspectivadas como uma sua dimensão caracterizadora,
em pé de igualdade com outros traços definidores, estritamente paradigmáti-
cos.
.208.
4-3.
Nas suas investigações semânticas (que constituem, como é
reconhecido, o verdadeiro arranque da análise semi ca na Europa), desde
cedo B. Pottier avalia adequadamente as virtualidades de combinatória
semântico-sintagmãtica e semantico-sintãctica dos elementos lexicais co-
mo uma dimensão básica da sua definição.
l\. 3.1.
0 signo linguístico surge como um complexo significado + si
gnificante reunidos por uma solidariedade bilateral:
Significado Significante
1 <£
1 <= =>
.211.
substancia \ forma
•» i >
<=^>
Signo:
-v
Significado Significante
<s= =>
1 >
2
.212.
4.3.2.
No desenvolvimento da sua teoria linguística, B. Pottier che-
ga a caracterização de dimensões semânticas específicas que afectam as uni-
dades lexicais. Cada uma destas está envolvida num complexo de relações
actanciais, quer porque as suscita da parte de outra(s) que com ela se com-
binam - caso da unidade lexical verbal ou (quando afectados por transitivi-
dade) do substantito e do adjectivo - ou porque a elas e afectada (caso do
substantito, ou melhor, dos elementos nominais).
erg ac dat.
0 modulo da lexia verbal dar surge, pois, como
bo-nominal).
Complementador Complementador
extramodular extramodular ho- Complementadores
heterosintagmã- mos intagmâtico integrativos ho-
tico de V (Mar- de V mosintagmáticos
ginal do EN) de V.
Complementador
integrativo he-
terosintagmãti-
co de V (selec-
cionado para
Base de predica-
ção no EN)
.219.
Complementador
integrativo he-
terosintagmãti-
co de V
(seleccionado
P a r a Base de
predicação
no EN)
alguém <nadar
Esquematicamente:
o miúdo corre
João le o livro
i|.3.3.
Através da caracterização apresentada e sua ilustração fica
patente a Íntima conexão entre as indicações especificadas ao nível da
zona de indicações semântico-sintãcticas do modulo e os dados apontados
como integrantes do semema e da forma do significado de uma unidade le-
xical verbal: por um lado, a combinatória de categorias (indicação
que cabe na forma do significado) conflui com as informações do módulo
respeitantes ao estatuto categorial e número de complementadores, seu
modo de conexão e de construção, sua ordenação teórica; por outro lado,
a selecção co-textual desses complementadores no que tange a acordos
em semas genéricos envolve a substância do significado (ao nível do clas-
sema).
4.3.4.
Sendo, então, o módulo semântico o elementos básico do se-
m a n t 1 s m o da
unidade lexical, é previsível que a ele possa ser referido
o complexo fenómeno da polissemia.
íj.3.5.
Semanticamente necessários ou obrigatórios em competincia
Iporgue memorizados com V ) , os complementadores integrativos ou modula-
res estão necessairamente compresentes com V em discurso. Esta compre-
sença pode, porém, ser explícita (os complementadores estão concreta-
mente realizados) ou meramente implícita. Neste último caso, direi que
estão ou foram economizados.
COMPETÊNCIA DISCURSO
impiTcita + modulo
(implicação
em compe-
tência)
o
suportada <
por í co~texto /
contexto
(implicação
em discur-
so")
4.3.6.
0 que se acabou de expor mostra que a oposição obrigató-
rio / facultativo releva, no que tange aos complementadores de V, de
níveis diferentes a que é referida a estruturação das unidades linguís-
ticas (competência/discurso) e que ela se deixa matizar, no âmbito do
termo obrigatório, pelo contraste entre economizãvel/não economizável.
.232.
• - -,(40)
nao economizavelv '
obrigatório VS facultativo
economizavel
(Economia) (Elipse)
~~~v v-
modular Não modular
_/
-^~
Competência
^^
Discurso
_/
^^~ v^
Discurso Competência
.233.
4.3.7.
Deve tomar-se a economia (de complementadores integrati-
5 como
vo ) redução em discurso do módulo semântico de V. Trata-se de
uma
adução de actância, projectada através de uma operação enuncia-
tiva
(q ue t o m a Justamente aquele nome). A não saturação ou o não pre-
enchimento explícito em discurso das relações semântico-funcionais
instituídas por V e dos seus pólos (os actantes) não atenta contra o
ja estabelecido carácter fixo desses termos, para cada V, pois, (como
ficou visto) mesmo quando economizados eles estão compresentes em to-
das as actualizações de V, necessariamente reconstruídos com ele em
competência (embora não necessariamente reconstruídos sobre o contex-
to e / ou o co-texto).
.234.
4.3.8
Entre as indicações que comporta o modulo inscrevem-se
(ao nível da zona que designei de "indicações semântico-sintãcticas")
as que respeitam ao número e natureza dos complementadores integrati-
vos, o modo da sua articulação a V, a sua ordenação teórica, even-
tuais condicionamentos de realização formal dos complementadores ho-
mosintagmãticos de V.
a.
A primeira questão poe de imediato o problema da demarca-
ção entre os complementos de V e os chamados "complementos de frase",
em suma, a delimitação clara entre o que aqui chamo complementadores
integrativos homosintagmãticos de V e complementadores não integrati-
vos heterosintagmáticos de V (que perfazem o Marginal do EN). Esta de-
limitação, que é feita em termos genericamente satisfatórios (com o
reconhecimento de zonas de hesitação, de transição, entre uns e outros;
ver também aqui, particularmente 6-3.1.1.3.) conduz a classificação co-
nhecida das lexias verbais em monovalentes (ou mono-actanciais, de
valência -, ) , bivalentes (bi-actanciais, de valência ? )» travilentes
(tri-actanciais, valência 3 ), segundo comportem, respectivamente, re-
gência de um actante (heterosintaqmãtico de V ) , ou, para além deste,
de um ou dois actantes (homosintagmãticos de V - actantes 2 e 3).
b.
A oposição obriqatório/facultativo é, na investigação da
valência, circunscrita aos complementadores actanciais homosintagmati-
cos de V. Nesta base, os verbos bivalentes etrivalentessão subcatego-
rizados de acordo com a possibilidade de, em condições co-textuais e/
ou contextuais adequadas, se verem projectados em discurso sem algum
ou alguns ou todos os seus complementos (homosintagmãtigos).
c.
Isso mesmo é cabalmente comprovado pelo reconhecimento de
"variação da valência de um verbo", questão também constantemente re-
tomada pelos continuadores directos de Tesnière. Haveria, assim, que
reconhecer, ao lado de verbos de "valência fixa", verbos de "valência
variável", que se distribuem por todas as classes acima referenciadas
- dos avalentes aos polivalentes, susceptíveis de apresentarem, nos
próprios termos de Tesnière, uma "variação do número de actantes".
Os avalentes e os monovalentes poderiam ver-se projectados com "au-
mento da valência", enquanto que os bivalentes poderiam surgir com
"valência aumentada" (por projecção de construção causativa) ou com
"valência reduzida" (por exemplo, por "empregos intransitivos");
quanto aos tri vai entes, comportariam apenas "redução de valência".
(Ver Busse, 1974 a, p. 259, e Busse, 1974 b, p. 43-46).
4.3.9.
Como é sabido, Fillmore introduz em 1968 (Fillmore, 1968)
um modelo casual da estrutura da frase ("sentence") que, sofrendo em-
bora sucessivos alargamentos e reformulações (em Fillmore, 1969 e 1971)
não ê substancialmente alterado. (Tenho aqui em conta, exclusivamente,
aspectos centrais da configuração deste modelo casual, nomeadamente os
que em seguida são referenciados criticamente - e não todo o modelo,
globalmente considerado, que, sem dúvida, foi objecto de alterações
substanciais).
a.
Para além da não coincidência entre o número de Casos
reconhecidos e, mais do que isso, da não coincidência no que respei-
ta ã realidade capturada em cada um deles, sublinharei imediatamente
a condensação que faz Fillmore num "mesmo" verbo de diferentes con-
figurações semântico-casuais. Tal equivale a estabelecer a variabi-
lidade tanto do número de complementadores conectados a V como das
suas relações casuais, e, por outro lado, a não consignar uma orde-
nação linear teÕrica, de base, destes complementadores.
b.
A atribuição por Fillmore de uma correspondência regu-
lar entre casos e semas genéricos dos elementos em combinatória (ver
acima (v) ) é incomportável em B. Pottier, porque não se verifica
no funcionamento de uma língua. Pottier fala preferentemente em "pre-
disposição", a levantar na base de dados estatísticos.(Constituem ex-
cepção, porém, os casos do Instrumental e do Agentivo, realizados
regularmente em elementos afectados, respectivamente, por [-Anima-
do! e r+Anjmadol . Ver adiante 5-3.1.1. - e nota 79 - a. relevân-
cia destes semas na diferenciação destes dois complementadores).
.245.
c.
Tudo parece indicar, a partida, que a caracterização dos
verbos através dos "case frames" conduz ã assumpção por parte de Fill-
more da centralidade de v' ' na constituição do EN (da frase). Ora
tal e, porem, desmentido: fiel ã lógica da Gramática Gerativo-Trans-
formacional (ver referência já feita e restrições assinaladas no que
respeita a essa fidelidade), Fillmore acaba por considerar a inser-
ção de V^ °' como dependente dos "case frames", isto é, em suma, dos
nomes com que V surge combinado - tal como em Chomsky, 1965, a in-
serção de V é comandada pelos elementos que o subcategorizam (sub-
categorização estrita e subcategorização por selecção).
5-1.
Como se sabe, a chamada "Gramática Tradicional" apresenta
a transitividade como propriedade que se consubstancia na "passagem"
da "acção" enunciada por certos verbos de um "agente" sobre ou para
um "paciente" imediata (objecto directo de V) e / ou para um ou mais
"pacientes" imediatos (objecto(s) indirecto(s) de V ) , uns e outros actua-
lizados em elementos nominais. (Veja-se que a própria designação "transi-
tividade" sugere esta noção de "passagem").
5-2.
Aparentemente - e o que se vem escrevendo aqui parece não
o contradizer - a transitividade apresenta-se como categoria discreta,
absoluta. No entanto, o funcionamento real da língua exige inequivoca-
mente o reconhecimento de graus de transitividade. (Ver B. Pottier,
1967).
Intransiti transitividade
vidade
b. Confrontem-se:
Outro exemplo:
algo
perder-, : perder
alguém
o tino
perder,, perder
(transitividade o juízo
fraca)
c. Comparem-se ainda:
lerg: João ja lê
(transitivi-
dade virtual)
falar-, : de algo_
alguém <falar>
sobre alguém
(transitividade
virtual)
um cigarro
fumar João fuma
1
um charuto
(transitividade
virtual)
.253.
alguém
gostar gostar de
algo
f.
ferir : ferir
cortar cortar alguém
matar matar
6- A COESÃO DO SV.
auxiliarização V (x complementador(es)
a integrativo(s) )
adjectivação
6-1.1.
A caracterização dos auxiliares adjuntos (ver acima 2.2.2.)
permitiu ja referenciar um conjunto de laços particulares que suportam
a construção, que aqueles desenham com o auxiliado, de uma unidade for-
mal e semântico-funcional (o GV do SV).
tenho saído
saindo
vou sair
a —► sair
quero sair
grau de +
auxi 1 iarização "*""
auxiliar de auxi1iar de
desenvolvimento modalidade
^\_
fortemente gra-
matical izados outros
(ter, haver)
articulação
a subjectivi-
dade do locu-
tor
grau de coesão
do complexo
+
auxi1iar x au- •<—
xiliado
estar a
começar a fazer algo
acabar de
A
tenho viajado
quero viajar
estou a viajar
6-2.1.
De acordo com o esquematizado em 3-> tomam-se aqui como
adjectivadores os elementos que no SV veiculam determinações (de ín-
dole nocional, espacial, temporal) não consignificadas por V. Trata-
-se, pois, de termos facultativos do SV, de que realizam extensão
sintagmãtica de Tndole circunstancial.
brinca alegremente
trabalha com gosto
João corre em casa
recebe os amigos de manhã
com frequência
.261.
ainda
desde a passada semana
João está a trabalhar hoje
*amanhã
*na próxima semana
6.2.1.1.
Alguns deles realizam uma adjectivação que direi de índole
gualificadora: enunciam "propriedades" atribuídas ao processo verbal ,
que caracterizam como "modalidades internas"; funcionam em relação a V
de modo similar ao que ocorre no SN entre um FA e um substantivo:
.262.
inteligentemente
conversa inteligente conversar
com inteligência
rapidamente
corrida rápida correr
com rapidez
com brilho
João prossegue a sua carreira
brilhantemente
Brilhantemente ,
João prossegue a sua carreira
Com brilho .
liberdade +
sintáctica **~
coesão - +
<—. ^
.264.
6.2.1.2.
Nao comportam carácter de qualificação os adjectivadores
de índole dimensional (espacial e temporal): eles realizam adjectiva-
çao determinadora, situando o processo enunciado em V em relação a
certos pontos de referência, apreendidos como "exteriores" ao mesmo
processo:
de manha
João conversa com o amigo
na rua
muitas vezes
João sai
frequentemente
muitas vezes
João sai
frequentemente
Muitas vezes.
João sai
Frequentemente.
6.2.1.3.
0 modo de construção (em dependência, não em actãnciaK o
modo de articulação por incidência indirecta (nos casos em que intervém
um relator) do FA' a V apontam, pois, inequivocamente para uma coesão
frágil entre estes termos no seio do SV. Este quadro é, porém, matizado
com a intervenção de um outro factor analisado - o grau de liberdade
sintáctica que afecta o FA': ao lado de adjectivadores, em número res-
trito, que só podem projectar-se sintacticamente ligados a V. a grande
maioria deles revelam-se aptos a serem projectados como sintacticamente
desligados de V; na razão directa da nitidez do efeito semântico obti-
do se poderá escalonar a força coesiva que reúne o FA' a V no seio do
SV.
b.
Por outro lado, o FA' TR projecta-se, quando na articulação
intervém um relator (Tndice do mesmo TR), em incidência indirecta; além
disso, porém, todo o TR envolve regularmente um dado percurso derivati-
vo, que acompanha a passagem de uma categoria, por natureza situada
num dado nível, a um outro nTvel. Este percurso mediatiza também a cone-
xão, e enfraquece-a: no capítulo anterior caracterizei jã as dimensões
do enfraquecimento da coesão a que dá lugar o TR (ver Segunda Parte,
Cap. 1. 2-2.1 - 2.a.; ver também abaixo).
6.2.1.5.
Reter-se-ã o essencial do que foi focado nos números refe-
rentes ã coesão do complexo V x adjectivadores na seguinte representa-
ção global :
.269.
coesão
V x adjectivadores
adjectivaçao adjectivaçao de
qualificadora terminadora (par
ticularmente a de
Tndole dimensional)
liberdade
sintáctica ■#
do adjectivador
modo de arti
culação do
FA' a V incidência incidência incidência incidência
dl rec
' ta indirecta directa indirecta
62.2.
Ficou visto nos números imediatamente anteriores que ao ca
rácter extramodular dos adjectivadores de V corresponde um grau fraco de
coe
são do complexo que desenham com V. Este complexo contrasta de imedia
to com o que ê configurado por V e seus complementadores integrativos
(de Tndole objectiva ou circunstancial), a que atribuo, genericamente,
um forte grau de coesão (a analisar em 6.3.). Este escalonamento pode
ser representado como segue:
eixo de
coesão V x complementa
dores homosintagmãticos
complementa complementadores
dores integrativos não integrativos
. /\
qual i f i localv
cadores zadores
.270.
coesão
V x compl emen-
+
tadores
FA'
™ NAT complement, situa- localizadores
de incidência dos na zona de espaciais e
verbal transitividade
temporais
(a) (b)
(c)
A. 0 complementador 0-,.
1.
Reserva-se aqui o estatuto de paciente para o complementa-
dor objectivo que e claramente afectado ou transformado no/pelo proces-
so significado em V. Este processo surgirá como particularmente dinâmi-
co (dir-se-ã, então, que o verbo e fortemente activo) e suscita um actan-
te, agente ou autor da afectação ou transformação desenhada por V. Esta
configuração global e própria dos verbos transformativos (ver B. Pottier,
1974, - p. 208-210) ou causativos - tomados justamente como verbos cu-
jo significado envolve uma modificação do seu complementador 0, (que é
atingido na sua natureza, nas suas propriedades características . . . ) .
.275.
cortou
Paulo o dedo
feriu
I I
erg + ac
I milho
ceifar (solidariedade lexical
trigo . .,. _ ,
I *- por implicação)
apanhar a azeitona
(solidariedade lexical
arrancar a batata por selecção)
2.
Todos os nexos acabados de especificar (com excepção dos
que tangem ãs solidariedades lexicaisÏ se re-encontram no caso da pro-
jecção de um complementador 0-j effectum, sendo, então, mesmo reforça-
dos pela conveniência particular entre o processo enunciado em V
(que poderei catalogar de verbo causativo existencial (ver Lyons, 1970,
p. 337), e o resultado que suscita:
.277.
desenhou
João um quadro
pintou
criou
Paulo uma personagem controversa
construiu
I I
erg ac
intensidade
da relação +
ac1 2 _
ac
V x 0-,
effectum affectum
grau de ergati
vidade do
actante 1
grau de acti-
vidade de V
intensidade
da correlação
e transfert
de Potencia
entre actante 1/
actante 2
intensidade
ac ac ac loc.noc.
da relação
effectum affectum pólos sobre que se
V x 0,
v aplica o processo
de enunciado em verbos
verbos causativos
"não causativos"
modo de
N^ y \y
articulação
incidência
V X On incidência directa
indirecta
(relator 0)
(relator)
grau de er-
gatividade
do actante
1
grau de acti
vidade de V
intensidade
da correlação
e transfert
de Potência
entre actante-.-
actante-
.281.
4.
Convirá demorarmo-nos um pouco na análise da construção
V x 0-j locativo nocional. Detectar-se-ão neste domínio situações mui-
to diversas, que interessa focar particularmente do ângulo que aqui
se privilegia - o do levantamento da intensidade dos nexos V x comple-
mentador. Ao lado de verbos que apresentam uma única configuração mo-
dular (em que cabe o relator) reconhecer-se-ão outros que, sob o
mesmo significante léxico, comportam dois ou mesmo três módulos.
alguém
falar : alguém falar de
algo
alguém
sonhar : alguém sonhar com
algo
alguém
gostar : alguém gostar de
algo
loc.noc.
de
em
em
(falar sobre ; reflectir
sobre )
a respeito de
a propósito de
.282.
\ ca rg;i semi ca
do relator ++ +++
\
... ^.
Número de
relatores
1 gostar de
sonhar com
simpatizar com
2 refletir em
sobre
de
5 falar
err sobre a respeito de
eixo da in a propósito de
tegração s e + — > ■
m â n t i c a V x R •<—
x(complementador)
.283.
b.
Alguns significantes léxicos albergam, como se anunciou
acima, uma estrutura bimodular, intervindo numa delas um relator (al-
gumas vezes comutãvel com outro ou outros de conteúdo semântico mais
vincado). Esquematizarei como segue a diferença da integração desenha-
da nestes casos:
ac
sobre
a propósito de algo
discutir. discutir
ã roda de alguém
a respeito de
j
++
loc.noc.
(i) (ii
em
pensar. pensar algo alguém
sobre
++
ac
loc. noc.
eixo da integração
V x (R) x 0
loc. noc.
ac
voz activa
tratar? de algo/alguem
V x Loc Noc
loc noc
V x Ac I I
ac
voz activa
enterder? de algo
V x Loc Noc
loc noc
5.
Destacaram-se nos números e alíneas precedentes alguns as-
pectos directamente envolvidos na coesão do complexo V x 0-, decorren-
tes da intervenção de relator como elemento mediatizador da conexão en-
tre aqueles termos.
a.
Para alem das variáveis sublinhadas atrás - construção de
V com um mesmo relator/construção de V com mais que um relator (entre
(74)
si comutáveis)v ' ; carga semântica do relator mais ou menos forte -
uma outra está generalizadamente presente: a profundidade e intensidade
ou extensão de acordos semânticos (referidos a semas genéricos) projec-
tados entre V e o relator. E claro que esses acordos têm lugar: o facto
de um verbo se combinar com R-|/R2 ... mas não com R testemunha justa-
mente uma selecção, que acautela a conveniência semântica entre os dois
elementos.
b.
Introduzindo um complementador, o relator mantém natural-
mente também com ele conexões específicas. Sublinhei já a sua condição
de Tndice da marca casual que afecta o complementador que apresenta:
esse seu papel traduz a sua intervenção na configuração da relação se-
mãntico-funcional que liga o complementador a V (como se escreveu, o
relator chama a si, pelo seu conteúdo semântico próprio, a expressão de
parte da relação semântico-funcional V x complementador).
B. Os complementadores
r 0o, 0 .
í n
1.
Reconheceremos como inequivocamente consignificado por
certos verbos um complementador objectivo que constitui o "destinatá-
rio" do processo neles enunciado. Afecta esse complementador o traço
casual DATIVO (de que e Tndice regular o relator a^ - implícito em subs-
titutos funcionais e em substitutos lexicais, tais como me, te, se,
lhe):
dat.
atribuir
alguém censurar algo a alguém atribuir-se algo
1 permitir censurar-se algo
permitir-se algo
.291.
+ 0, °2"
coesão
V x complementadores
AC/ LOC.NOC. DAT.
FONTE
2.
Um outro complementador objectivo é o que refere o actan-
te beneficiário do complexo significado em V x 0-, :
.292.
dar
vender
algo a alguém para alguém
enviar i i i 1 i 1
pedir ac dat. ben.
3
'
Um número nao muito amplo de verbos suscita um complemen-
tador afectado pelo traço casual ORIGEM (ou CAUSA):
causa
causa
causa (complementador mo-
(Marginal do EN) dular de V)
.294.
4.
Um outro complementador de V se situará também numa zona
de transição entre o objectivo e o circunstancial - o complementador fi-
nal (afectado por traço casual FIM ou FINALIDADE) suscitado (nem sempre
inequivocamente) por certos verbos:
5.
De acordo com o tipo de processo que enunciam, alguns ver-
bos causativos consignificam (mas de modo não rigorosamente estrito)
um complementador instrumental (afectado por traço casual INSTRUMENTAL).
.295.
abriu
Pedro a porta (com a chave)
fechou I I
inst.
(homosintagmãtico de V)
inst.
(Marginal do EN)
sociativo
almoçou
João com Pedro
trabalhou i i
sociativo
.297.
7.
Finalmente, uma breve referência deve ser feita ao comple-
mentador agentivo (afectado por caso AGENTIVO). A sua projecção em
discurso estS articulada ã construção invertida ("passiva"),em que se se-
lecci ona
" Base de predicação de um EN o complementador modular de um ver-
bo afectado ã função actancial ACUSATIVO, não o complementador modular
afectado ã função actancial ERGATIVO ou NOMINATIVO. (Para a caracteri-
zação da Passiva como construção invertida projectada a partir de um
verbo marcado no seu módulo pelo complexo
ERG [
x AÇUS.
NOM
ver B. Pottier, por exemplo, 1974, 1978; ver també"m aqui, Terceira Par-
te):
nom. agentivo
.298.
nom ac
8.
Retomando o esquema introduzido mais acima (ver 2.), a ele
anexarei os complementadores posteriormente considerados^ '. (Para não
sobrecarregar a representação, e dado também o estatuto particular do
agentivo, este não será inscrito no esquema a apresentar). Obter-se-á,
assim, uma primeira imagem global da coesão V x complementadores em aná-
lise:
coesão +
V x Compl.
°1 °2 °n
AC.LOC.NOC DAT. BEN FIM INST
FONTE SOCIAT-, CAUSA
\
v
complementação complementação circuns-
integrativa tancial (ou na área de
objectiva transição entre o inte-
grativo e o não integra-
tivo, e entre o objecti-
vo e o circunstancial)
DATIVO
x Ac Loc Noc
BENF. CAUSA
iPCIAT FIM (SOCIAL,)
incidên-
cia di- incidência indirecta
recta
—s
"vc
em actancia
^">w
v
(primária) (secundária)
1.
Como ficou ja visto, mais acima, as determinações circuns-
tanciais (de Tndole nocional, espacial, temporal) do processo significa-
do por um verbo podem constituir parte integrante do semantismo desse
verbo (sendo, pois, por ele consignificadas, logo, com ele memorizadas
em competência) ou surgir como exteriores ã sua configuração semântica,
ã sua estrutura modular.
V x complemento circunstancial
V x adjunto circunstancial
Teremos, pois,
complemento circunstancial
(complementação integra-
(homosintagmãtico de V)
tiva, na área da tran-
tividade de V)
V x
VS
J I
oposição de Tndole oposição de Tndole
semântica sintáctica
.304.
2.
A previsibilidade a partir do próprio verbo de uma comple-
mentação circunstancial constitiu um índice mais ou menos seguro do seu
carácter integrativo, permitindo, pois, uma primeira indicação da sua
integração a V, da sua condição de elemento por ele consignificado.
Teremos, assim:
(i ) + Direcção "1
(ii ) [- Direcção 1
ir
sair a algum lugar
dirigir-se
passar em
passear por algum lugar
correr através de
loc. espac.
ir
até
passear algum lugar
para
correr
loc. esp.
ir
partir a^
sair de algum lugar
1 para algum lugar?
dirigir-se até i '
I
passear loc. esu.
loc. esp.
correr
vir
chegar
de algum lugar
voltar
regressar
loc. esp.
chegar
voltar de algum lugar-, a algum lugar«
regressar I I I I
loc. esp. loc. esp,
.307.
estar
residir
em algum lugar
ficar I I
permanecer
loc. esp.
de dificuldades
sair do silencio
do bom caminho
I I
loc. noc.
regressar ao silêncio
voltar ao bom caminho
~L_. I
loc. noc.
.308.
dificuldades
passar por
maus bocados
I I
loc. noc.
A.2.
Nos verbos locativos cujo semema comporta o traço [+ Apli-
cação temporal ] - verbos locativos temporais - reconhecem-se também as
oposições básicas atrás levantadas. Daí a representação similar:
V locativos temporais
durar
(por) ! algum momento
prolongar-se 1
I 1
loc temp.
durar
até algum momento
prolongar-se
loc. temp.
ficar
para algum momento
adiar 1 I
loc. temp.
loc. temp.
estar
ficar (por) algum momento
permanecer
loc. temp.
trabalhou
João três horas
dormiu i 1
loc temp,
extramodular de V
.311.
colocar
algo
pôr em algum lugar
alguém
meter
ac loc esp.
enviar algo
de algum lugar-, para algum lugar?
remeter (alguém)
loc esp. loc esp.
ac
.313.
tirar algo
de algum lugar
retirar alguém
I I loc. esp.
ac
ter
algo
reter em algum lugar
alguém i 1
guardar I l loc. esp.
ac
colocar em dificuldades
pôr alguém em sarilhos
meter no bom caminho
i i
ac
loc. noc.
algo
relegar para segundo plano
alguém
I I J
ac loc. noc.
tirar da angústia
alguém
retirar da indiferença
ac loc. noc.
(por)
prolongar
(durante)
continuar algo rilgum momento
atrasar (ao longo de) I I
(até) l o c . temp.
ac
j para
adiar algo j ,~ j um dado momento
ac loc. temp.
.315.
Vx
°i
3.1.
A distinção entre a complementação circunstancial integra-
de V e a
— complementação circunstancial alheia ao semantismo de V
(noutros termos, que jã conhecemos, entre complementos circunstanciais
e
^ adjuntos circunstanciais) surge-me como fundamental para a cor-
recta captação do funcionamento em discurso dos determinadores circuns-
tanciais. Ela e imediatamente necessária para a assumpção adequada da
noção de transitividade verbal, que não se esgota na aptidão de um ver-
bo para a complementação objectiva, antes respeita igualmente a sua
aptidão para a complementação circunstancial.De uma tal distinção decor-
re também a correcta interpretação do caracter necessariamente homosin-
tagmatico de V que é próprio do complemento circunstancial ~ condi-
ção que comporta inequívocas indicações semântico-funcionais (estatuto
de termo integrativo do semantismo de V) e semantico-sintãcticas (esta-
tuto de termo constitutivo, obrigatório - se bem que economizavel - do
SV). ~
Coesão
V x Compl. Circ. "* >
complementos adjuntos cir- adjuntos
circunstanciais cunstanciais circunstan-
integrativos de V ciais do Nú-
N cleo do EN
~ Ny (Marginal do EN)
homosintagmãti cos de V N — v /
heterosinta-
gmáticos de V
3.2.
Observar-se-á que éjustamente em termos de "coesão" que
Chomsky introduz, na versão standard da Gramática Gerativo-Transforma-
cional, a analise das relações dos complementadores circunstanciais
com o verbo de que dependem. 0 problema é posto de modo mais geral,
isto ê, ê referido a todos os "complementos" de V, entre os quais ca-
bem os circunstanciais, nomeadamente os de Tempo e Lugar (Chomsky,
1965, trad, portuguesa, 1975, p. 188-191).
algo
ensinar : ensinar algo a alguém ( sobre _ )
alguém
à
informar : informar algo a aiguém
3 v(
+
sobre }Q0_ )
- alquem
algo
aprender : aprender algo (_ sobre
alguém
I
loc. noc.
construção do SV ! construção do EN
mitigação da transitividade
1.
Por via do desenvolvimento de uma complementação objectiva
"interna", certas lexias verbais revelam-se portadoras de uma configura-
ção bimodular. 0 módulo 1 (que se tomará como "originário", de base) e
afectado por [- transitividade 1 , e o Predicado por ele desenhado num
EN, reúne-se ao actante, por relação de voz atributiva.
.322.
0
acesso ã transitividade, que conduz ã configuração de
um modulo,,, envolve a instauração de uma relação de voz activa entre
o actantej tomado como Base do Predicado que o complexo verbonominal
realiza num EN:
Ilustrarei :
morrer,
viver,
dormi r
(87)
dormi r. dormir um sono profundo
chorar
tossir
1
chover
1
trovejar,
nevar
loc. noc.
2.
A lexia complexa verbo-nominal resulta de um processo de
integração léxica cujo ponto de partida é um verbo "originariamente"
marcado por transitivação efectiva. Não se configurará, pois, aqui (ao
contrário do que sucede nos casos considerados em 1.) um outro modulo
para estes verbos, apenas se alterando - por redução - a força da tran-
sitivação "inicial", em virtude do processo integrativo que anula, ou
minora substancialmente, a individualidade semantico-funcional do com-
plementador (a ponto de não ser mais legítimo considerá-lo pêlo de mar-
ca casual - ver B. Pottier, 1974, § 139):
.325.
o encanto
quebrar algo quebrar
I I o feitiço
ac
medo
ganhar algo ganhar
confiança
ac
o medo
perder algo perder
o juTzo
ac
dormi r
1
ac
a aos arames
ir algum lugar ir
para 1 l para o diabo
3.
0 complementador "interno" e o que resulta "integrado"
(em lexia complexa) mantém com o verbo de que dependem uam relação
particularmente dinâmica porque assimiladora ou aglutinadora desses
elementos a V: apontam para tal, do lado do complementador "interno",
a sua condição de extensor do significado do lexema verbal (não raro
cumulada com a remota do próprio significante léxico), e, do lado do
complementador "integrado", a perda da sua individualidade ou autono-
mia semãntico-funcional (nos termos analisados acima).
.326.
Transitividade
Intransitividade fraca forte +
1
+
dinamismo da relação
v x complementadores
6.3.2.1.
0 SV que se constrói sobre verbo transitivo predicativo
apresenta uma configuração semantico-sintactica característica, em que
os elementos compresentes se interligam por um conjunto específico de
nexos instauradores de um elevado grau de coesão.
distraído
Pedro corisidera o colega em perigo
1 1
um fardo
°1 l i
base - predicativo de 0,
construção do SV
1 1
Base SV
QO LU * rred içado
construção do E N
6-3.2.2.
A predicação de 0-. consubstancia-se ou (i) na consignação
a um elemento nominal de uma "qualificação" (vasada em F A N A T / T R ) OU
um criminoso
(ii) João acha o Pedro
um adversário
.(89)
nomeadamente as modo-temporais-aspectuais
é
Pedro
'0 um adolescente
parece
(91 )
(iii) Para João, Pedro é um adolescente'' ' - (Predicação
do sujeito)
.330.
acha
declara sente João
Pedro João distraído / Pedro distraído
pressente
sabe
cre
i i
6.3.2.3.
Efectivamente, a maior parte dos verbos transitivos predi-
cativos enunciam processos apreendidos como estreitamente ligados ã su-
bjectividade do seu actante-, (e /ou do sujeito de enunciação). Configu-
ram-se, assim, como verbos afectados por traço de modalidade. Significa-
tivamente, alguns desses verbos tomam o mesmo significante léxico de au-
xiliares modais (já acima caracterizados), o que nos situa de novo no pro-
blema da polimodulização. (Ver acima; ver também adiante).
querer
desejar
quero quero-o_
um café, mas bem quente
desejo desejo-o
ver
crer
sentir
julgar
pressentir
supor
ouvir
considerar
reconhecer
achar
saber
notar
tomar por
ter como
ve
dizer
declarar
chamar
apelidar
apodar
declara
Pedro João doente
diz
nomear
constituir
designar
destituir
empossar
nomeia
João desiqna Pedro delegado do grupo
constitui
fazer
pôr
colocar
.333.
faz
João o seu amigo distraído
põe
nomeia
João constitui Pedro presidente da Associação
faz
ac~
erg
um autentico
João considera Pedro homem
um verdadeiro
6-3.2.4.
Como se referiu no número anterior, a grande maioria dos
verbos transitivos ob.iectivos predicativos apresentam-se marcados por
traço de modalidade, dada a forte intervenção do EU, da subjectividade
do sujeito do enunciado (e /ou da enunciação), que introduz a sua vi-
são, o seu juízo (que afecta todo o EN). Julgo que eles configuram, ine-
quivocamente, a zona central do fenómeno da predicação de Cs.
fresco
0 João tem o quarto
em desalinho
mantém limpa
0 povo a aldeia
conserva em sossego
toma
0 Pedro o leite frio
bebe
(i) João tem arrumados os livros (ii) João tem os livros arrumados
desenvolvimento do
processo na fase de
realização resultado
termo do
desenvolvimento
.336.
o quarto fresco
0 João tem a casa agradável
os livros arrumados
6-3.2.5.
A análise dos verbos transitivos predicativos revela-nos
claramente que, na sua grande maioria, eles representam uma das configu-
rações modulares albergadas por um mesmo significante léxico.
algo
acharg (transitivo
alguém achar x Predicativo
predicativo) alguém
ver, (auxiliar de -
3 :
modalidade) João ye_ entrar o amigo
querer0 (transitivo : al
, u e -m al
. x
„ .. ,_.
predicativo) 9 querer 9° Predicativo
querer., (auxiliar de , -
3 : a1
modalidade) 9 u e m querer fazer a1
9°
V absoluto V auxiliar
transitivo transitivo
predicativo
viu
João reconheceu o amigo doente
considerou
.339.
(i) SN + V + SN
a b
D + N + FA
epíteto (atributo)
(ii ) SN + V + SN, + FA
a D Predicativo de S
\
D + N
viu
João reconheceu o amigo doente
considerou
(ia) A
(Tia) B
João o 4rmgo
visão,
— » ■ juízo doente
do EU
(traço de
modalidade)
.340.
viu
João reconheceu o amigo doente
considerou
6.3.2.6.
Consignificando o verbo transitivo objectivo predicativo
ao mesmo tempo o 0 ] e o predicativo, fã-lo, naturalmente, de modo selec-
tivo, ou seja, o verbo impõe restrições de selecção a estes seus comple-
mentadores.
simpático
acha
agradável
João considera o seu amigo
alegre
julga
imbecil
arrogante
*simpatico
*agradável
João infamou o seu amigo de *alegre
imbecil
arrogante
.342.
Comparem-se ainda:
agradável
João acha o leite quente
doce
*agradãvel
João bebe o leite quente
doce
6.3.2.7.
Sendo consignificado por V como complementador específico
em resposta a uma insuficiência semântica de índole algo diversa da que
suscita o 0-j, o termo predicativo mantém em face de 0-, uma autonomia
semântico-funcional e também sintáctica. Quer dizer, o predicativo,
embora estreitamente ligado, pelos laços jã levantados, ao suporte no-
minal 0-j, é exterior ao SN que este desenha, e, logo, ao papel semânti-
co-funcional que este assume no EN. Noutros termos, o predicativo é
um complementador de V do mesmo "nível" de 0,, não uma adjectivagão que
expande o SN em que se molda O-i. A sua situação é, a este respeito, si-
milar ã que corresponde aos complementadores Op» 0 , que, embora compre-
sentes no SV com 0-,, e com eles relacionados, não formam um único SN:
V SN1
SV
Î
adjectivo
SN x V x SN, x Adj
construção de SV
centrado sobre V
OU
transitivo predi-
SN. cativo
SN. x V x
d
Adj
(Ver, porém:
a. Focalização.
(i) do predicativo
(ii) do SN-Ol
b. Tematização.
(i ) do predicativo
(ii) do SN-0]
6-3.2.8.
Atribuí acima um alto grau de coesão ao SV construído
sobre verbo transitivo predicativo. Levantei ao longo dos últimos nú-
.347.
meros todo um complexo de nexos que respondem por esta forte integração,
a par de algumas variáveis que a atenuam de algum modo. Entre elas, si-
tuase a que tange ã presença de relator a mediatizar a conexão V-objecto
x predicativo, cujo alcance já conhecemos. Um outro aspecto está, porém,
ligado a esta presença de relator: um eventual acordo, em marca casual,
entre 0, e predicativo (realizado em FN) esta correlacionado, visivelmen-
te, com a intervenção ou não intervenção de relator na articulação (jus-
tamente elemento de relação e Tndice da afectação casual). Comparem-se:
ac loc.noc.
NOTAS
belíssimo .
este espectáculo, uma maravilha
/
para esquecer
(3) Ver acima, texto e nota 1. Tomar-se-ão aqui como configuração neu-
tra ou não marcada do Predicado os casos em que nele está presente
a função verbal ; constituirão configuração marcada os casos, especi-
ficados na nota 1, que não comportam a função verbal.
ser
João parece triste
estar
(11) Mais adiante, analisarei com alguma demora estas conexões como mo-
mento particular da coesão do SV centrado sobre tal tipo de verbos.
óptimo
estan
optimamente
o Pedro vai1 excelente
continua
1 excelentemente
(20) Escrevi índice, não marca: o mesmo elemento poderá incidir sobre
FA, actualizando-se, então, (por TR) como quantificador: individuo
extraordinariamente forte (indivíduo exuaordinariamente *forte)
2
.353.
(23) Mais adiante, retomarei alguns dos aspectos centrais da teoria se-
mântica de B. Pottier.
Nos dois últimos casos, actua, pois, entre termos solidários uma
combinatória particularmente cerrada (ver Coseriu, 1977, p. 156-
159). Convirá anotar que a conceituação desenvolvida por Coseriu
das solidariedades léxicas representa a re-interpretação e apro-
fundamento do que Porzig explorou, desde 1934, como "nexos essen-
ciais de significação" de índole sintagmãtico-sintãctica (ver Porzig,
1934). Para uma visão (em parte coincidente com a conceituação das
solidariedades léxicas de Coseriu) de "relações sintagmáticas" in-
tegradas na configuração sémica de uma unidade lexical, ver B.
Pottier, 1974, p. 101-103). Para alem das referências dadas consi-
derem-se ainda Trier (noção de "Wortbund"),,Grebe (noção de "liga-
ção de sentido" - "Sinnkopplung") e Leisi (noção de "congruência
semântica").
(29) Este pode ser nulo (no caso de verbos ditos an-actanciais: chover,
nevar, trovejar ...) ou positivo (no caso dos verbos ditos mono-
-actanciais ou poli-actanciais, tais como, respectivamente, correr,
nadar .../ obedecer, dar . . . ) .
(37) A economia do termo genérico não deve ser confundida com o que cor-
rentemente se designa "emprego intransitivo" ou "absoluto" de "ver-
bo transitivo". Ver adiante a noção de transitividade (5.) e mais
imediatamente a nota 41 e o texto a que esta respeita.
.356.
escreve
João ja
H
fala
(43) Comparem-se:
(47) Essa herança comum não impede uma matização de linhas de desenvolvi-
mento, que se revela imediatamente em certos distanciamentos ou mes-
mo na reformulação ou re-interpretação da própria noção de valência.
Ver texto e notas seguintes.
.358.
(49) Não se pode, entretanto, ignorar que Tesnière tenta uma caracteri-
zação dos "actants" em termos semânticos (ver Tesnière, 1959, Libre
B). No entanto, é clara e inequívoca a prevalência concedida aos
aspectos morfo-sintãcticos da valência, secundarizando-se o complexo
semântico-funcional que, em profundidade (e de acordo com o que se
vem aqui defendendo) suporta as conexões sintãctico-dependenciais.
(50) Ver acima ^.3.5. e 4-3.6.. Esta formulação parece aproximar o con-
ceito de economia atrás caracterizado da omissibilidade apontada
por Busse (e, em geral, pelos investigadores da valência) para os
complementadores "valenciais". No entanto, a correspondência é ape-
nas superficial. Ver texto.
(60) Alguns destes pontos de vista (ou similares) e algumas destas desi-
gnações (ou similares) perduram ainda hoje em descrições linguísti-
cas a que, pelo menos genericamente, não convirá o qualificativo
de "tradicionais".
(61) Ver, por exemplo, M. Gross, 1969, para quem "les notions de "transi-
tif" et "objet direct" sont complètement inutiles pour les descriptions
grammaticales, elles ne correspondent ã aucun phénomème linguisti-
que précis" (p. 72), posição radical que, face ã caracterização desen-
volvida aqui, me dispenso de comentar. Observarei tão somente que
esta tão arreigada crença de M. Gross nos critérios formais se coadu-
na com a concepção que subjaz aos seus trabalhos (e aos de seus dis-
cípulos) das relações entre semântica e sintaxe. Dessa concepção,
.361.
despertados
João tem os amigos
despertos,
o destaque que lhe advêm não apenas no seio do SV, como também no
seio do EN e do "alem - EN".
(70) Esta formulação deve ser generalizada, pois vale não apenas para a
realização V x 0-, mediatizada por relator, mas também para todos os
casos em que um elemento de relação intervém na conexão V x comple-
mentador. Verá mais abaixo.
(71) Anotarei, no entanto, que o 0-, acusativo que venho considerando como
polo sobre que se aplica o processo significado por verbo "não causa-
tivo" nem sempre se constrói (ao contrario do que acontece com o 0-|
suscitado por verbo causativo) em contiguidade imediata com V. Na
verdade, projecta-se como variante livre uma combinação mediatizada
por relator (sistematicamente a). Esta presença opcional do relator
não altera a relação semãntico-funcional que 0-, mantém com V (e,
através deste, com o actante 1 ) , apenas o distancia, no sentido ma-
terial, de V, (incidência indirecta). Em português, são escassos os
verbos que admitem esta variante de combinação, que, de resto, se
vê actualizada quase exclusivamente em nível (diastrãtico e diafã-
sico) "elevado" do uso da língua. Por outro lado, essa variante circuns-
creve-se a casos em que O-i e marcado pelo sema genérico [+ Humano ] :
por Pedro
1
agentivo
João foi ferido
por um automóvel
I i
inst.
algo
saber algo de alguém sobre
i 1 I i alguém
aprender
ac, fonte loc.noc
algo
ensinar algo a alguém sobre
i l l i alguém
L
anteposição
linear: Ã escola, chegará João amanhã
(em contexto configurador de contraste).
(83) Os exemplos dados nestes números mostram que alguns verbos locati-
vos se revelam aptos ã complementação tanto de índole espacial, co-
mo de índole nocional ou temporal. Não raro, esses complementadores
são projectados cumulativamente. Veja-se:
em casa (loc.noc)
ficar
em delírio (loc.noc)
permanecer (por) duas horas (loc. temp)
(84) Como ja se viu, o relator pode estar implícito ou (nos casos em que
o complementador locativo é realizado em substituto lexical) "incor-
porado" nesse mesmo complementador: aqui, agora, ontem, assim ...
pesar x quilos
medir x metros
.369.
comprimento
ter x metros de 'Vi medir x metros,
largura
horas
de desespero
viver dias
difíceis
momentos
chorar, (intransitivo)
algo
chorar.
alguém
algo
chorar., por
alguém
de
:horag se algo
por
(89) A afectação destas relações predicativas por verbo (que legitima, pelo
dinamismo que lhe é característico, que se fale de processo predicativo)
separa claramente a predicação da atribuição, enquanto vias de conexão
de uma adjectivação a uma base ou suporte nominal (ver capítulo ante
rior):
predicação de 0,
(90) Esta afinidade não deve fazer ignorar, no entanto, que os dois
processos predicativos se opõem frontalmente:
(91) Observe-se que a expressão Para João salvaguarda em (iii) uma dimen-
são semântica de considerar (traço de modalidade). Ver numero seguin-
te.
TERCEIRA PARTE
COESÃO AO NTVEL DA MESOSINTAGMÂTICA
.374
A COESfíO DO ENUNCIADO
PLANO
1. A estrutura geral do EN
3- A coesão do EN simples
5. Graus de coesão do EN
Notas
.375.
1. A ESTRUTURA GERAL DO EN
n3
•I—
4>
+ Núcleo ± A djunto circunstancial
<<a
E
O)
cn
(O
s
l/l
+ Base + Predicado
d)
+ FN
o
<+-
(O
i-
+>
s s/—
+■>
l/> + Nucleus ± E l . Marginal
.376.
+ Base + Predicado
+ FN + FV
+ GV + FN
QUE
(nominalizador) EN
+ Núc. Marg,
+ Base + Predicado
+ FN + FV
+ GV + FN ±FN
i i
i i
i i
João quer que Pedro va ao no domingo 0
cinema
.377.
2-1
2.1.1
a.
Uma primeira dimensão de centralidade de V no EN surge como
independente do seu valor predicativo, pois não se identifica com esse
valor nem dele decorre. Respeita esta dimensão ao exercício de uma fun-
ção verbal que afecta ao Predicado (e, como veremos, também a todo o EN)
marcas particulares (nomeadamente, modo-temporais-aspectuais) que lhe
conferem a condição de unidade essencialmente dinâmica. Este dinamismo
decorre justamente de V, enquanto configurador de um processo.
b.
Esta primeira dimensão da centralidade de V prolonga-se por
um outro aspecto: aquelas categorias de modo, tempo, aspecto (e ainda ou
trás igualmente ligadas ã configuração de um processo por V, como as de
yoz,pessoa-número), manifestando-se embora no verbo, afectam, na realida^
de, todo o EN.
2.1.2.
Cumula-se com a primeira dimensão da centralidade do verbo
no EN (no duplo aspecto assinalado) uma segunda, a saber, a que tange
ao exercício por V de uma função coesiva "qui est d'organiser en une
structure complète les éléments de l'énoncé" (Benveniste, 1966, p. 154).
Reparar-se-a que esta noção de coesão é convergente corn a que e dada em
Blinkemberg, 1960;ver capítulo anterior), para quem ela representa uma
força unificadora específica que "change l'alignement pur et simple -
- qui est juxtaposition inorganique - en une structure syntaxique" (Bliji
kemberg, 1960, p. 18). Reparar-se-ã ainda que aquela função cometida por
.379.
2-1.2.1.
Decorre imediatamente do processo configurado no verbo (in-
dependentemente do valor predicativo por ele comportado, ou seja, do
complexo sémico que perfaz a substância do significado do seu lexema)
o recorte de uma serie de forças coesivas básicas, actuantes no todo
do EN. Trata-se de um complexo de configurações relacionais que se ori-
ginam em V, não por força do seu conteúdo semântico ' ', mas tão sõ por
força do carácter de processo que marca a sua significação categorial
(a classe formal verbo).
a.
Desenhando um processo, o verbo viabiliza a afectação dos
FNs compresentes no EN (como termos da construção sintáctica, quer nu-
cleares quer extranucleares) a papéis semantico-funcionais (aqui iden-
tificados, como se sabe, em termos casuais).
Observe-se que o que pretendo sublinhar aqui é, como ficou
escrito, a viabilidade, que é da responsabilidade do verbo, de os FNs
serem afectados por uma marca casual. Não se trata agora da especifi-
cação dessa marca por parte de V: esta especificação tem também, efecti-
vamente, lugar a partir dele, mas apenas, em rigor, quando se trate de
verbo absoluto e a respeito de termos nominais por este consignifica-
dos - o que constitui um outro aspecto, indissociável, como se nota,
.380.
gost(a) o
s de cinema
mos
+ Base + Predicado
_^s_
FN + V + FN
-o
-s gost(a) de cinema
-mos
(Perspectiva de
Presente-Futuro)
(Perspectiva de
Presente-Passado)
.382.
João quis
que viesses
queria
2-1.2.2.
Como se anunciou linhas acima (ver nota 3 ) , alguns aspectos
da função coesiva do verbo no EN são indissociáveis do conteúdo semântico
por ele veiculado. Respeitarão, pois, em_rigor, a um verbo absoluto e pro
jectar-se-ao no interior do Núcleo centrado sobre tal tipo de verbos (7) .
accompany it, what the relations of these nouns to it will be, and how
(9)
these nouns will be semantically specified" (p. 97) . Por isso, o ver-
bo constitui, na visão deste Autor, "the control center of a sentence ,
determining by its own internal specification what the rest of the sentence
will contain" (p. 165) (10\
2-1.2.3.
Dado o seu reduzido valor predicativo, o auxiliar do Predica-
do nao comporta os aspectos que perfazem as dimensões coesivas referencia-
das em 2-1.2.2. (Tenha-se, porém, em conta o que ficou exposto sobre os
graus de predicabilidade do auxiliar do Predicado).
2-1.3.
Uma terceira dimensão da centralidade de V no EN respeita ã
sua
Participação na predicação, perspectivada agora do ângulo do conteú-
do semântico, lexemãtico, vasado em V e endossado (como aporte ou parte
do aporte) a uma Base (suporte). (Para as designações aporte e suporte e
e seu conteúdo, ver B. Pottier, 1974).
2-1.4.
Poderei condensar na seguinte formulação os aspectos fundamen
tais em que se consubstancia a centralidade do verbo no EN, de acordo com
o exposto anteriormente:
2.2.
0 Núcleo centrado sobre verbo absoluto representa, como se a-
notou, a actualização do módulo semântico do verbo ^12^. Trata-se da pro-
jecção em discurso de um esquema virtual, de um modelo construcional memo-
rizado em competência desenhado pelo módulo de V.
.389.
2-2.1.
A estrutura semantico-sintáctica projectada resulta de uma ope-
ração enunciativa - a operação de predicação - que se consubstancia na se-
lecção do actante único dos verbos mono-actanciais ou do actante, dos ver
bos bi ou poli-actanciais como Base do processo predicativo ^13^.
Esta selecção comporta a instauração de uma visão desenhada a
partir de (com base em) o termo escolhido do complexo modular, termo que
e
P ° s t 0 como elemento que suporta, que serve de suporte da predicação ^14^.
Ilustro brevemente.
módulo de correr FN
N0M < c o r r e r >
módulo de oferecer FN
ERG < 0 f e r e c e r > FN
AC FN
DAT
1. Predicação com base FN E R G - oferecer - FN A c FN Q A T
em FN a
(FV)
\j Base x Predicado
EN João ofereceu o 1ivro ao Pedro
operação
enunciativa de predicação
.390.
2.2.2.
Observarei que a afectação de um dos actantes (ou do actante
único do verbo mono-actancial ) ao papel de Base de predicação lhe confere
uma inequívoca demarcação em relação ao complexo originário desenhado pe-
lo modulo, logo, em relação ao(s) outro(s) termo(s) com ele compresente(s)
no Núcleo (onde realiza(m) o Predicado).
3. A COESÃO DO EN SIMPLES
4-1
A coesão do Núcleo centrado sobre verbo absoluto radica na
configuração semântica deste elemento: o modulo semântico de um verbo
absoluto constitui-se o grande agente unificador, integrador, do Núcleo.
4.1.1.
Estão com V no Núcleo, e como seus termos constitutivos (obri_
gatÕrios, embora alguns sejam economizáveis, segundo ja ficou anotado),
os elementos por ele consignificados. A ocorrência destes termos é, pois,
indissociável de V, que explicitamente os põe. Enquanto complementadores
de V, estes, por sua vez, necessariamente o pressupõem. Resulta, assim,
uma relação altamente coesiva de mútua suscitacão, de interdependência
semântica e formal.
4.1.2.
A consignificação determina uma natural compatibilidade entre
os termos envolvidos - compatibilidade referida tanto ã forma do signifi-
cado como â substância do significado.
.393.
4.1.3.
a.
As conexões analisadas reforçam-se por uma relação de inci-
dência: o verbo comporta por natureza uma visão de dependência semânti-
ca, que se manifesta na sua incidência sobre os complementadores inte-
grativos que suscita:
b.
As forças coesivas r e f e r i d a s juritam-se, eventualmente, ou-
t r a s , que cabem no âmbito das solidariedades l e x i c a i s . Estas podem d i -
zer respeito ã conexão ( i ) verbo x complementador o b j e c t i v o ou ã l i g a -
ção ( i i ) actante-) x verbo:
0 milho
( i ) os a g r i c u l t o r e s ceifam
0 trigo
segam a erva
apanham a azei tone
arrancam a batata
(ver c a p í t u l o a n t e r i o r , 6 - 3 . 1 . 1 . 1 . - A 1.)
( i i ) o homem f a l a
o cavalo relincha
o cão ladra
o papagaio paira
o leão ruge
o lobo uiva
* por um segundo
* em duas horas
.395.
[ + duração"] [ + duração ~j
para amanhã
* para ontem
adiar
Vejam-se os acordos:
[+ aplicaçao temporal ]
4.1.4.
Uma dimensão funcional junta-se ãs inter-relações analisadas:
os actantes ligam-se a V e, através deste, entre si, por configurações
relacionais que traduzem os papéis semantico-funcionais (casuais) que
lhes cabem na unidade que perfazem com V (no Núcleo).
ÍJ.l .5.
0 actante ergativo surge regularmente actualizado como ponto
de origem ou ponto inicial de um "événement", ou seja, de um processo
que se perfaz na sua orientação sobre um complementador objectivo (resul-
tado ou paciente desse processo).
Por sua vez, o actante nominativo de verbo mono-actancial ou
de verbo bi ou poli-actancial locativo apresenta-se, também regularmente,
como ponto inicial de um processo "não"événementiel", antes eminentemente
descritivo (20) , ou seja, de um processo que, nao suscitando outro comple
mentador alem do actante -, (verbo mono-actancial) ou suscitando complemeji
tador(es) circunstancial(ais) (verbo bi ou poli-actancial transitivo lo-
cativo), se orienta globamente sobre aquele termo inicial.
Constitui esta orientação do processo significado em V um no
vo nexo, de natureza semântica, actuante no Núcleo. Trata-se da relação
de voz pre-figurada no módulo de V, respectivamente, activa(a) e atribu-
tiva (b)- que conecta Base e Predicado:
loc.esp.
voz
atributiva
.398.
i
Pedroi contempla a paisagem
nom. ac.
gosta de cinema
voz activa loc.noc.
4-2.
A consideração da relação de voz pré-figurada no verbo abso-
luto situa-nos na perspectiva de enfoque da estruturação do Núcleo que
atende ã sua condição de unidade mínima de comunicação, que necessaria-
mente realiza uma predicação, um processo predicativo.
4.2.1.
Base e Predicado são termos constitutivos, obrigatórios, do
Núcleo. Percorre-os uma relação básica de mútua suscitacão, de interde-
pendência semântica, que poderei representar assim
í|.2.2.
Na qualidade de termos que perfazem uma unidade formal hie-
rarquicamente superior (o Nucleus) os blocos sintagmáticos em que se va-
sam Base e Predicado são reunidos por uma relação de formação (ou parte-
-todo), que suscita uma relação (parte-parte) de compatibilidades uma
outra de posição.
.399.
4.2.3
Como ficou visto, o elemento verbal constitutivo do EN é uma
forma pessoal, isto é, comporta em si mesmo, em morfema gramatical, a
expressão da categoria de pessoa, a que se associa, solidariamente, a
categoria número.
FN a x V + FN. ... FN
s P n
JI FV J
H.3. .
A realização dos complementadores actanciais de um verbo em
EN transferido a FN ocasiona a projecção de fenómenos particulares que
explicitam a dependência destes termos a V. Estes fenómenos constituem
momentos de coesão, que interessa levantar.
4.3.1.
A transferência de EN a FN constitui um fenómeno de subor
denação, isto é, de transposição de uma unidade de nTvel mais elevado
(na hierarquia das unidades formais de uma dada língua) a uma unidade
de nTvel mais baixo. No caso em análise (transferência de EN a FN), a
subordenação atinge a unidade hierarquicamente mais elevada (justamen
te o EN).
(Tndi
çêllo ( E N VN
TRno ac.
minãTi
zador)
^.3.2
tivesse vindo
tivesses vindo
.403.
Zj.3.3.
Um outro nexo, igualmente originado em V, respeita ã regên-
cia modal desenhada por semas do seu lexema. Comparem-se:
'quero
( i i ) quero
(il) a.
presumo
(o locutor instaura
uma visão fortemente
hipotética)
b.
presumo
suspeito
+ +
(o locutor instaura
uma visão menos
fortemente hipoté-
tica, tendencial-
mente constativa)
^
_,
querer presumir constatar
esperar suspeitar confirmar
pretender duvidar prometer
4.3.4.
Alguns verbos determinam uma via particular (infinitivização)
para a transferência do seu complementador realizado em EN. Trata-se do
condicionamento da realização em infinitivo do verbo do EN transferido ^25^
vi
fiz
mandei
o abrir a porta
deixei
lizada no EN infinitivizado.
vi-o sair
vi-os sair
sente triste
(ii) Pedro vê o amigo
faz alegre
(i) quer
João deseja ir ao cinema
sabe
(ii)
pode
João deve ir ao cinema
costuma
Em
(i) a infini ti vizaçao sÓ se projecta em caso de concordân-
cia de actante ^ , sendo, então, obrigatória:
5-1.
0 Núcleo em que opera um auxiliar do Predicado surge, na pa
radigmãtica das realizações desta unidade, como termo "marcado" - situa
çao configurada pelo estatuto particular do elemento verbal (W p ).
c.
Enquanto Base e Predicado (que neles se moldam), reúne-os
uma interdependência semântico-funcional ( B a s e < = > P r e d i c a d o ) , e ainda
uma relação de voz ( a t r i b u i t i v a : B a s e < = Predicado).
d.
No caso de o Predicado se realizar em FA N A T , a relação de
compatibilidade formal que o articula a Base é prolongada por um nexo
de compatibilidade semântica referido a semas genéricos, e ainda por
uma relação de concordância em género e número. (Para alguns aspectos
desta concordância, ver adiante 5-3.2.). As recorrências semicas assim
desenhadas revelam-se, como sabemos, factor de coesão ^ '.
5.2.
Não terá passado despercebido o facto de as relações que
enumerei se referirem exclusivamente aos functemas, deixando ã margem
o elemento verbal que os conecta. E que na projecção deste tipo de Nú-
cleo, aqueles functemas (ou melhor, os elementos que os integram) são
seleccionados pelo locutor independentemente do elemento verbal, pois
este não os consignifica. A sua compresença com o verbo não decorre,
pois, deste. Direi que, na derivação deste tipo de Núcleo, os termos
que preenchem os functemas que o perfazem "pré-existem" ao verbo que
surge a reuni-los. Por outras palavras, a operação enunciativa de pre-
dicação não se aplica aqui sobre o complexo modular de um verbo, de
que "extrai" um dos termos v ': o elemento verbal não estabelece aqui
os termos a envolver na predicação, antes é chamado a reunir elementos
seleccionados pelo locutor, que afecta um deles (necessariamente de
índole nominal, por natureza ou por transfert) ao papel de Base. (Deve-
ra, porém, relativizar-se esta formulação, tomando-se em consideração o
grau de predicabilidade que acima se reconheceu aos auxiliares do Predi-
cado).
5-3.
Porque já suficientemente caracterizadas nos números referi
dos (ver também a formulação síntese em 2-1.4.), torna-se desnecessário
retomar cada uma das forças coesivas que partem do auxiliar do Predicado
no Núcleo. Focarei apenas alguns aspectos particulares que se congregam
àquelas dimensões.
5-3.1.
Como vimos, todo o verbo, enquanto configurador de um proces-
so, viabiliza a afectação dos FNs com ele compresentes como termos da
construção semãntico-sintãctica a um papel semântico-funcional.
(1) e
Pedro parece um bom estudante Equativo
i i i- 1 '
nom. está nom.
tornou-se
(ii) está em
i
casai Situativo
Pedroi loc.esp.
i
loc.noc.
ai saída1 será ao
i
meio dia1
nom. loc. temp.
Referiram-se já (ver capítulo anterior, 2.2.1.) outros qua-
dros semãntico-funcionais em que se desdobra o situativo nocional :
eixo do grau ^ ~
de equivalência identidade similitude afinidade
(i) (ii) (iii)
eixo da coesão +
b.
No Situativo, a força coesiva que reúne os termos e menor
que a que se instaura no Equativo: nele não se estabelece uma equiva-
lência, a construção do FN-Predicado faz-se em dependência (não em
actãncia), e envolve a presença de um relator. (Ver os exemplos dados
acima).
5.3.2.
a.
A concordância em número entre Base e o verbo auxiliar do
Predicado (aquela categoria manifesta-se neste elemento solidariamente
.414.
5.3.3.
A Base e o Predicado que o auxiliar liga podem surgir realj[
zados em EN s transferidos a FN.
a.
A sub-ordenação de um EN em FN envolve a perda da sua inde-
pendência construcional, sintáctica. A dependência formal que agora lhe
advém junta-se uma dependência funcional : termo da construção do Núcleo,
é afectado a um papel semântico-funcional. E" o verbo que, como se defen
deu acima, viabiliza, enquanto configurador de um processo, esta afecta
ção de um FN a um papel semântico-funcional: por isso, ele está na ori-
gem da configuração deste nexo funcional.
A partida
quando todos quiserem
5.4.
Os ENs ditos Passivos representam uma solução formal projec
tada por inversão dos actantes 1 e 2(este último necessariamente complê
mentador objectivo acusativo de V). Tomo, pois, aquelesENs,como constru-
ção invertida, em relação de paráfrase (e de parasinomîmia) com os ENs
que assentam sobre o módulo do mesmo verbo absoluto projectado em cons-
trução directa por afectação do actante 1 ao papel de Base. A designação
invertida (ou inversa) sugere, assim, que a ordenação teórica, de base,
dos elementos no complexo modular de uma unidade lexical verbal será a
tomar como "ordenação natural", vizinha da apreensão cognitiva imediata
de um processo e seus actantes.
quer como
quer como
1. Predicação com
base em FN a
7 Base x Predicado
EN
1 operação João feriu Pedro
enunciativa de predicação
.419.
2. Predicação com
base em FN
esquema predicado 2 FN
5oM - W P X FA" FN
AG
(ferir)
V ' ^ \/
V Base x Predicado
EN 2 operação Pedro foi ferido por João
enunciativa de predicação
6- GRAUS DE COESÃO DO EN
mente no âmbito da análise que serã dada a cada um dos ENs que realizam
um texto sobre que irei debruçar-me: ver na secção seguinte 2- A COESÃO
DO TEXTO A. I. Nexos coesivos ao nTvel dos ENs) terei a oportunidade de
referenciar dimensões coesivas do EN, e de segmentos intra-EN, que agora
não foram contempladas.
NOTAS
(11) Cito de novo hl. Chafe: "The difference between semanticist and
syntacticist position ... is the s/ery difference as to where the
well-formedness of linguistic utterances id determined - whether
it is in semantic structure or in a fancied deep structure lying
somewhere between semantic structure and surface structure" (W.
Chafe, 1970, p. 65).
(17) Como deixei anotado no capitulo anterior, é Tesniêre quem pela pri-
meira vez rompe com a análise da frase em SNxSV, que valoriza a
relação de formação sintagmãtica e ignora o "grupo natural" recor-
tado por V e seus actantes, em bloco. A estrutura dependência! que
se desenha imediatamente entre V e actantes repete-se no interior
de outros "grupos naturais". Em todos eles, surge regularmente um
termo "superior" (regente) - que configura um nó - e um ou dois
termos "inferiores" (subordinados, dependentes). A frase surge,
assim, como o complexo de "conexões estruturais" deste tipo, de-
senvolvidas a partir de V, "nó dos nós". Os stemmas visualizam
estas relações de dependência:
"chante
fort"
ir hoje ao cinema
creio
que vou hoje ao cinema
QUARTA PARTE
COESfiO AO NTVEL DA MACROSINTAGMATICA
.430.
ANEXO
TEXTO A
Campanha de Ea
Porque
apoio Eanes _ Escândal
Sophia de Mello Brenner Andersen
Apoio a candidatura do general Ramalho Eanes
porque esta candidatura representa para mim a nossa
e veio ae
forma de resistir aos estratagemas dòs habilidosos. O escândalo a que o semanárk
Porque num país que precisa de austeridade para colunas, na sua primeira págin
p o d e viver com independência e dignidade, Eanes quinta-feira, chama-se «Transfi
propõe a austeridade como um estilo cultural mais vá- de c back-projections», francês,
lido do que o novo-riquismo dominante. Porque, p a r a no nosso país.
além de acidentais inabilidades de expressão ou for- Ajudando o leitor que, even-
mulação, Eanes é uma garantia da democracia, o pre- tualmente, nâo tenha lido o P
«Tempo» de ontem, dir-se-á d
sidente que sempre respeitará as maiorias e nunca per- f(
seguirá as minorias. que este semanário, dirigido
por Nuno Rocha escrevia: «Um P
Tendo exercido o seu m a n d a t o nas circunstâncias escândalo à volta da candidatu- C
mais difíceis, cercado pelo contínuo «tricot» de intri- ra de Ramalho Eanes parecia d'
gas que é a vida política actual, ele soube defender a estar para rebentar ontem nos E
sua independência e ser diferente dos seus inimigos. meios ligados à Televisão Por- ta
tuguesa. Efectivamente, soube- R
Assediado por miseráveis c«...panhas de calúnias, rc
se que os tempos de antena da
mentiras, deturpações e especulações ele soube não campanha do Presidente da n
descer ao nível daqueles que o atacavam. República foram gravados em m
E apoio a candidatura do general Ramalho Eanes «video-tape» usando até «cro- P;
porque para mim ele é um exemplo daquela coragem makey», o que só poderia ter si- P'
do feito em Portugal nos estú- 01
frontal sem a qual os povos e a liberdade não podem
dios da RTP ou, então, com
sobreviver. Nos momentos difíceis da luta contra as d(
um carro de exteriores.*
tentativas do poder totalitário, sempre o general Eanes éi
esteve na linha de fogo, no lugar do perigo, do risco, d a O «Tempo» acerta ao escre- P;
decisão. Como aconteceu a 25 de Novembro. ver que «as gravações não fo- le
ram efectuadas na RTP nem «b
E não esquecerei aquele dia no aeroporto de S. Mi- ocupado qualquer dos seus car- PO
guel em que, cercado por u m a multidão de provocado- ros de exteriores», mas erra lo- go
res separatistas, Eanes avançou sozinho e perguntou: go a seguir, ao concluir (por ig-
— Quem lhes pagou? norância, má-fé, descuido ou Ct
qualquer outro motivo) que de
Por isso o meu apoio à candidatura do general Ra- «tudo indica ter sido utilizado
malho Eanes significa para mim a defesa de uma de- Pr
um carro de exteriores que é foi
mocracia aberta para o futuro e a defesa de valores tra- propriedade do Estado-Maior- nu
dicionais que garantem a unidade e a dignidade do po- General das Forças Armadas e gr
vo português. está adstrito ao Conselho da bé
Revolução». ou
A COESÃO DO TEXTO
PLANO
1. Preliminares
2- A coesão do Texto A
2- A coesão do Texto A
1. Observações introdutórias
2- A coesão do Texto A
III. A coesão global
]
' ° esquema lógico-conceptual que suporta globalmente o Texto A
2. 0 recorte de poios de informação, e suas relações, que orga-
nizam o Texto A
A COESÃO DO TEXTO
1 . PRELIMINARES
1.1.
Como ficou já devidamente assinalado na Primeira Parte deste
trabalho, o Texto constitui uma unidade semântica global (como tal fun-
cionando numa dada situação de comunicação em que adequadamente se ins-
creve), e realiza-se numa sequência de ENs interligados. (Abandonam-se,
uma vez mais, os casos em que o Texto se realiza num único EN, ou em
unidade menor).
situação de comum'cagão
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.439
2. A COESÃO DO TEXTO A
El^:
I 2 i
candidatura
6
porque i i
i i
i
l
J
1.2 esta candidatura candidatura mim nossa candidatura
2 3 5 6
.441.
2.1.
a.
0 semantismo de apoiar (em 1.1.) comporta directamente o en-
volvimento de dois actantes (módulo semântico de apoiar: A <apoiar> B).
No entanto, o quadro conceptual típico de apoiar convoca também o dese-
nho de um bloco face a outro bloco. Represento este complexo ligado ao
semantismo de apoiar do seguinte modo:
A <apoiar> B (vs C)
v v ' > v /
bloco 1 bloco 2
A+ B . . . C
Ou seja:
A + B vs adversários
b.
Para além dos aspectos assinalados, o semantismo de apoiar
comporta ainda o sema de modalidade (ou de formulação comunicativa mo-
dal) / declaração/. Este sema marca a presença do locutor (eu) no seu
discurso, e mais do que isso, o modo como ele o assume.(Avaliarei adi-
ante o alcance para o Texto A, globalmente considerado, da presença
deste sema - Ver 2*111.8). Aparentemente ausente em superfície, esta
.443.
2.2. Por sua vez, o segmento 1.2.do EN, comporta um complexo de antino
mias, elemento decisivo da sua coesão, e gerador também de nexos coesi
vos com J.1.. Vejamos:
X <resistir> a Y
DaT
(Li) (hl)
V
v
v '
' v ^
X vs Y
1.2. A + B <resistir> aC
+
■<
/ transparência /
/ dignidade /
/ + transparência /
/ + dignidade /
.446.
Daï, a antinomia
/ + dignidade / / - dignidade /
+
maioria minoria
(i) (11)
+
«« : fr>
1.1. A <apoiar> B vs C
maioria minoria
N5s
.r Eu + GRE (A+B) vs
1^- 'C ^-massa
m ^ < ; a anA^ntP
apoiante adversários
maioritária
maioria minoria
+
M
1.1 1.2
| RAZÃO '
(quase) NECESSIDADE
Se p, então q.
.448.
Ou seja:
1.1 1.2,
ou, de preferencia,
PORQUE
para A, B | C
+
IO CM
CVJ
V
to ro
O) •i—
■a IO O CU
O (O cu c ^. X)
4> to ■o CU 4> <<D CU
O ro •r— S c S T3 i ro
<D ^~ r— cu o cu ro (O O T
i CU 03 +> "O t> cu Q "O "O $
'r Q 3 • ■ C Q l/l XJ to •r— ro O
"O +J to CU COi C C D ) T
O i~ (O 4> CU tO ro ro CD CU ro
<D T~ to S CU to S
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o
a. D.
ro
O
p O
■r •1—
cu O O
•< T3 Ci
3 ro
to
.451.
EN2:
num
ULL P a ï s que precisa de austeridade para poder viver
b.
condição necessária _^ objectivo
ou ou
via, meio finalidade
1. Presença de antinomias:
+ austeridade
austeridade
> J estilo cultural
D
novo riquisirar -
a.2.
2.2.1. 2.2.2.
num pais que precisa de austeridade ... Eanes propõe a austeridade como
estilo cultural mais valido ...
.454.
1.
[GRE] Eanes
Eu
D paTs )
Eanes
[apoio-candi- propõe
datura
(i) d)
(i) um nexo de associação reúne o conteúdo destas
lexias.
+ +
.456
ou, de preferência,
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.458.
b
- A s virtualidades negativas dos adversários de Eanes não
surgem no EN 2 de modo explicito. Decorrem, porém, das for
mulações contidas tanto no adjunto circunstancial como em
LL_2_^2_. , e-ainda (e talvez sobretudo) do contraste entre
Eanes e seus opositores evidenciado não apenas no EN 2 como
em todo o texto, e suscitado pelas expectativas ligadas ao
conhecimento do contexto (ou dele parte integrante).
A <apoiar> B (vs C)
PORQUE
B circunstâncias amplificadoras de
+
B e indutoras de C
+ -
EN 3 :
ou formulação,
a. Presença de antinomias:
sempre ^ nunca
respeitar t perseguir
maiorias í minorias
b. Presença de equivalências:
+ +
3.2.2.a. 3.2.2.b.
3.2.1. 3.2.2.
razão
(porque)
c i (qua se)necessidade
d.
+ +
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.465.
A <apoiar> B (vs C)
PORQUE
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+ +
e indutoras de C
EN,
soube defender a sua independência e (soube) ser diferente dos seus inimiqos
■ * — — — _ _ _ _ _ _ ^
cercado
defender
inimigos
(3)
D
4.2.1., adjunto circunstancial incidente sobre 4.2.2., enuncia
circunstâncias dificultadoras da acção de Eanes no exercício
do seu mandato, permitindo a contraposição valorativa do seu
comportamento (especificado em 4.2.2.). Instaurase assim o
eixo semântico onde recorrem e se opõem (+) ():
(ii) 1 porque 1
:
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.471.
A realização dos dois últimos termos do esquema semântico
■sintactico que suporta o EN.
A <apoiar> B (vs C)
PORQUE
B ! C | circunstâncias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
ENr
deturpações e especulações,
adversários Eanes
/ dignidade/ vs /+ dignidade/
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.475.
A <apoiar> B (vs C)
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e indutoras de C
EIV:
a. 6J 6.2
Eu - mim
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b.
(1)
c. h porque
3
- Os p5los de informação (e suas relações) que organizam o conteúdo do
ENg podem esquematizar-se como segue:
.477.
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.478.
Sendo assim reterei uma vez mais a fórmula que condensa tam-
bém a mensagem carreada no EHC:
A <apoiar> B (vs C)
PORQUE
B circunstancias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
EN-
Nos momentos ... sempre o GRE esteve na linha de fogo, no lugar do perigo.
Loc. Loc. verbo Loc. LOC
tem tem
P- P- joç. nocional 'nocional
Y luta v .. - .
A
Y •«—»• momentos difíceis
vs
circunstancias adversas
0 termo X (actante 1) não está especificado. Deve tomar-se
como senérLço, envolvendo a maioria do povo português (inferência na ba-
se do conhecimento da situação, evocada no EN, vivida em Portugal no que
correntemente se denomina "verão quente" de 1975) e incluindo Eanes (in-
troduzido explicitamente em 7 ^ . ) . Por sua vez, o termo Y (actante 2) es
ta especificado. Daí, o laço coesivo, gerado a partir do semantismo de
luta» que percorre 7J.. (X lutra contra Y x momentos difíceis) e se es-
tende a 7^2., onde, como se acabou de referir, é introduzido Eanes - mem-
bro integrante e representativo da maioria (complexo tomado como o actan-
te 1 de luta-r) opositora ãs 'tentativas totalitárias'.
totalitãrio
7.1. 7.2.
risco
1 I
a
b c
Eanes circunstâncias adversários
+ valorizadoras de a
e indutoras de c virtualidades negativas
virtualidades
(■*.=>ausência de
positivas: • a dificuldade
coragem exemplar
da luta e seu
• coragem
ai cance *— ameaças
t
exemplar
V_ totalitárias
B circunstâncias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
(a) "o 25 de Novembro" constituiu o momento alto da luta contra "as t > •
tativas do poder totalitário" (informação disponível a partir do co-
nhecimento da situação polTtico-social vivida em Portugal em 1975). A
referência a este momento representa, pois, uma ilustração particular
das circunstâncias adversas invocadas no EN ? ;
I
a
Eanes circunstancias adversários
valorizadoras de a_
e indutoras de c virtualidades negativas
virtual idades
^> ausência de
positivas: a dificuldade
coragem exemplar
coragem da luta e seu
exemplar alcance *—ameaças
totalitãrias
L
B circunstancias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
EN 9 :
9 2 2
- - - Eanes avançou sozinho e perguntou: Quem lhes pagou?
9.2.1. 9.2.2.
(Eanes) Eanes
(Base de cercado,
manifestada no
morfema de acor-
do - pj
9.2.1. 9.2.2.
(i) na contraposição
9.2.1 9.2.2.
circunstâncias adversas vs atitude de coragem
"cercado por uma mui ti- "avançou sozinho e perguntou:
dão de provocadores se- Quem lhes pagou?"
paratistas"
l
.Ê.-
circunstancias adversários
Eanes
amplificadoras de a^
+
e indutoras de c
suas virtualidades
positivas
(ver (2) acima) (ver (1) acima) (ver (3) acima)
B circunstâncias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
.489.
EN10: Por isso, o meu apoio a candidatura do GRE significa para mim a
= '|0 5 5 6 i
português.
defesa - defesa
povo português.
+
.490.
V
.491.
A <apoiar> B (vs C)
PORQUE
B C circunstancias amplificadoras de B
+ +
e indutoras de C
-
to 1 1
o ro ro i
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.493.
2. A COESÃO DO TEXTO A
1. Observações introdutórias
E N
{ 1 — E N 2 ~ E N 3 — . . . « ENn
a. por relator;
mação; por outro lado, na análise da coesão global do Texto A (ver 2-HI)
terei necessidade de voltar 5 consideração dessas recorrências (e de al-
gumas outras). Tornar-se-ia, pois, amplamente redundante uma analise des
ses aspectos - redundância que ocasionaria uma ainda mais alongada expo-
sição (que pretendo evitar).
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ais - eu/mim - ou em soluções formais
diferentes - (eu) apoio/(o meu) apoio;
garantia/garantem; defesa/defender . . . ) ;
- oposição;
- inclusão;
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2- A COESÃO DO TEXTO A
1
• 0 esquema logico-conceptual que suporta globalmente o Texto A
B— C — Circunstâncias
+
particulares
.523.
PORQUE
B C— Circunstâncias
particulares
como
actante-circunstante afectado por marca casual CAUSA ou ORIGEM, e
situado, em crono-logia. num ANTES. Este complexo será, então, visto
como dimensão integrada no semantismo de apoiar, conduzindo ao desenho
de um FACTITIVO que marca profundamente todo o Texto A. (Ver adiante
10).
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.526.
Quanto ao termo c do mesmo pólo 2, ele surge realizado de modo muito di-
verso. Reúne, porém, as circunstâncias invocadas o facto de regularmente
surgirem, como já se anotou, como amplificadoras das virtualidades posi-
t1 vas de
' Eanes e como indutoras de virtualidades negativas atribuídas
aos seus opositores. Inscrevem-se, desse modo, como elemento de contraste
entre B e C - logo, harmoniosamente integradas no complexo global desenhado.
Título x Texto
EN. co-especificação
EN, de Porque (Para o estatuto de
CAUSA ou ORIGEM que
EN, cabe ao termo espe-
EN, cificador das "ra-
zões do apoio", e
EN- para a sua 'anteri-
EN; oridade' em crono-
EN, -logia, ver adiante
2.III.10)
10
genérico especîfi co •«
inclusão 1
.528.
Título x Texto
4 A
- omnipresença de Eanes como referente central do Texto A
apoia
eu Eanes
jLT£- ac.
ob.jecto do
do apoio apoio
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.531.
(Anote-se que, por via de (iii), e também por traços particulares que
marcam o Adjunto Circunstancial, o esquema semântico-sintãctico do EN-,
aproxima-se do que suporta os ENs que analisarei em seguida).
(i) [<A <apoiar> B>] <Razão> <Adj. C i r o <B Fazer Algo> (EN2)
(ii) [<A <apoiar> B>]<Razão> <Adj. C i r o <B Saber Fazer Algo> (EN4 e ENJ
(Modal.)
b. equivalências semânticas:
Repare-se:
1. As sequências Textuais
1.1. ST 1
1.2. ST 2
EN 5 : "Assediado ..."
EI
V "Assediado ... ele soube"
.538.
Ad.junto
EN
4 : "Tendo exercido ... cercado pelo contTnuo <tricot> de intrigas ..."
EN
5: "Assediado por miseráveis campanhas de calúnias,
mentiras ..."
Núcleo
EN
4 : "ele soube ... ser diferente dos seus inimigos"
EN
5 : "ele soube não descer ao nTvel dos que o atacavam"
1.3. ST 3
I
ilustração co-especificação
provatória da exemplaridade
da coragem
ilustração EN-
EN
provatória 8
EN,
co-especificação da
ST, exemplaridade da
coragem enunciada no ENfí
co-especi-
ficação de
PORQUE
1.4. ST 4
ST| presente
Presente
ST 2 passado recente ou imediato
♦+
Passado
ST passado mais longTnquo
ST,
ST.
apelo 5 inteligência apelo a sensibilidade
(argumentos de ïndole (argumentos de ïndole
intelectiva) emotiva)
.543
ressonância
emotiva
Passado
ST
3
1
• O Texto A como texto_persuasivo. A configuração de um acto
de persuasão
Se p, então q
ou seja,
ST ST ST
1 2 3
crescendo de ressonância
emoti va
alargamento da audiência
1. o estatuto do locutor;
1. 0 estatuto do Locutor
Se p, então,q
ou seja,
EN,-: ... ele soube não descer ao nível dos que o atacavam.
.556.
democracia separatistas
maiorias/minorias povo português
vida política candidatura
liberdade mandato
poder totalitário presidente
independência
••• ...
estratagemas coragem
hábil idosos luta
austeridade/novo-riquismo resistir
dignidade risco
respei tar/persegui r decisão
intrigas dignidade
calúnias pagar (em "Quem lhes pagou?"
do ENg)
mentiras
deturpações valores
inimigos
atacar
assediar
nível (de estatura moral)
A <apoiar> B em oposição a C
el ipse). (Averbou-se que sõ nos ENs 7, 8, 9, tal complexo não está pre-
sente).
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O
.563.
JL
causa + ergativo+ acusativo
ou
origem
.564
Se p, então q
PREMISSA CONCLUSÃO
+ + +
.566.
CONCLUSÃO
.567.
ã la r é a l i t é s o c i a l et à l a cognition humaine" ( V e r s c h u e r e n , J . ,
1980, 274).
l i t y " e " s i t u a t i o n a l i t y " , na verdade separados uns dos outros de modo que
se me a f i g u r a , como acima e s c r e v i , excessivamente a r t i f i c i a l .
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INDICE
598
PLANO GLOBAL 1
INTRODUÇÃO 2
PRIMEIRA PARTE
A NOÇÃO DE COESÃO 13
2- Coesão 15
2- Coerincia 38
NOTAS 101
SEGUNDA PARTE
CAPITULO 1
no interior do SN 124
2- A coesão do SN 128
599
do FA 154
NOTAS 174
CAPITULO 2
de transitividade 246
6- A coesão do SN 255
6- 3 . 1 . 1 . 1 . A complementação o b j e c t i v a de V 274
B. Os complementadores 0 2 , 0 289
6 - 3 . 1 . 1 . 2 . A complementação c i r c u n s t a n c i a l de V 301
B. Verbos ( t r a n s i t i v o s ) o b j e c t i v o - ! o c a t i v o s 311
NOTAS 349
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
1 . Preliminares 434
2- A coesão do Texto A
EN1 440
EN2 451
EN3 459
EN4 465
EN5 471
EN6 475
EN7 478
ENg 482
ENg 484
EN10 489
2- A coesão do Texto A
1. Observações i n t r o d u t õ r i as 493
2- A coesão do Texto A
5. A recorrência i n s i s t e n t e de esquemas s e m â n t i c o - s i n t ã c t i c o s .
A proeminência do esquema | A <apoiar> B <Razão>
B^X | 531
EQUAT.
1.2. ST 2 537
1.3. ST 3 538
1.4. ST 4 541
CONCLUSÃO 566
BIBLIOGRAFIA 574