Não quero ficar mais em frente àquele ecrã, parece um
livro de histórias para adormecer. Tenho de fazer este texto... Já comecei, já é bastante bom. Não estou com muita inspiração é verdade, mas alguma coisa se há-de aproveitar. Sobre o que vou escrever?! Também não sei. Pretendo deitar para aqui o momento. Não quero pensar, não quero programar, não quero nada, quero apenas o agora. Levanto-me e sento-me, levanto-me e sento-me, não consigo ficar quieta! Olho, distraio-me no olhar! Há pó, há sujidade, há desorganização! É da própria casa, é do próprio eu, é do próprio olhar! Um olhar suave, que não tem a noção do que olha ou do que vê. Tudo isto (que olho) não é nada, mas no fundo é tudo. Vivo assim (agora), no mundo da preguiça, no mundo do errado. Mas o que está errado afinal? Nada está mal, apenas eu. A meu ver tudo é perfeição, menos eu. Eu não me vejo! Não me consigo ver! Há dias em que olho para tudo nesta casa velha e irrito-me. Pelo pó, pelas fendas, por tudo o que nela existe. E então irrito me comigo própria, pelo simples facto de SER! O QUE SOU?! Respondam-me! O que faço aqui? Mas respondam-me bem, não me façam OUVIR apenas palavras. Façam-mas sentir! Não me façam dizer que as entendi sem nunca as ter entendido. Assim, como viver por ter de viver e fazer por ter de fazer! NÃO! Quero mais, quero PERCEBER O PORQUÊ disso tudo! E sentir, e aí, fazer-me à vida! Não me apetece escrever mais, desejo sentir o sol e dispensar este calor artificial. Ao OLHAR o que escrevi, vejo que está tudo errado. Não consegui passar para vocês o meu agora, não consegui, mas eu consigo. MAS NÃO CONSEGUI. Apetece me rasgar e riscar e apagar tudo, TUDO! Viver num mundo a preto e branco, dar um toque de luz à minha cara, apetece-me TUDO E NADA! Sei que tudo que escrevi não tem sentido, não tem parágrafos, tem erros, está errado! Mas o que escrevi afinal???!!!! Perdi a noção. Não me apetece falar a ninguém, porque não sei o que falar, apetece-me fugir para o meu mundo mais uma vez. UM ADEUS (sem sentido).