Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I - INTRODUÇÃO
Não deve existir qualquer tipo de “acordos” entre custodiados e servidores, tais
como: o custodiado não dá problema e a Direção do estabelecimento penal não o
incomoda. É preciso que haja procedimentos na rotina diária para combater o tráfico de
drogas, inibir a entrada de objetos não permitidos, inibir extorsões de custodiados e
visitantes, feitas por quadrilhas que agem no interior dos estabelecimentos penais.
Caso a disciplina seja quebrada, é preciso, de imediato, dar uma resposta para
que seja contida a crise, restabelecida a ordem e para garantir que tal fato não se alastre
por outras áreas do estabelecimento penal. Seus causadores devem ser responsabilizados
legalmente, a fim de acabar com a sensação de impunidade.
Para tanto, faz-se necessário manter um grupo tático bem treinado e equipado,
pois assim teremos resultados excelentes, uma vez que a filosofia de trabalho é o uso da
força escalonada e moderada, com o intuito de preservar o máximo a integridade do
custodiado com a utilização dos Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO)
_______________________________________________________________________________________
Página 2
Apostila de Intervenção prisional
_______________________________________________________________________________________
Página 3
Apostila de Intervenção prisional
Com isso, vidas são poupadas e há uma diminuição dos danos ao patrimônio
público, e o Estado mantém o controle, que é sua responsabilidade. Essa atuação de
grupos de intervenção gera uma real sensação de segurança para os custodiados, dando
aos mesmos, a opção de fazer ou não parte de facções, visto que a pessoa presa não
estará sujeita a coação do crime organizado. Essa presença do Estado diminui e muito o
poder do crime organizado
Não letais:
Munição de borracha monobloco com o som de um tiro real cal.12;
Munição de borracha com três bolas com o som de tiro real cal.12;
Munição de borracha 38.1mm;
Munição de gás lacrimogêneo carga múltipla 38.1;
Munição de gás lacrimogêneo carga singular 38.1;
Munição de gás lacrimogêneo detonante calibre.12.
Munição de jato direto lacrimogêneo.
Munição de jato direto OC-pimenta. Granadas de feito moral:
Granadas GL 304efeito moral;
Granadas GLl305 gás lacrimogêneo;
Granadas GL 307 luz e som;
Granadas MB 900;
Granadas fumigena gás lacrimogênea GL 301;
_______________________________________________________________________________________
Página 4
Apostila de Intervenção prisional
Sprays:
Spray 108 OC
Spray 108 OC Max.
Spray 108 OC-espuma
Operações específicas
TASER: 01(um) para cada 6 servidores.
O cálculo de viaturas deve levar em conta o efetivo, lembrando que deve haver
pelo menos duas viaturas sobressalentes para o caso de pane daquelas que estão em uso.
_______________________________________________________________________________________
Página 5
Apostila de Intervenção prisional
a) Do uniforme:
O uniforme de grupos de intervenção é de cor preta, por ser uma cor que impõe
e gera intimidação quando há a aproximação, ou mesmo o camuflado, que passa a
impressão de que o número de servidores é muito superior ao que realmente é, ou seja,
faz a presença de 10 (dez) agentes parecer bem mais.
b) Da Intervenção:
A intervenção será feita com técnicas próprias desenvolvidas e utilizadas pela
DPOE nas ações realizadas em estabelecimentos penais. A equipe de intervenção deve
ser formada por, no mínimo, 12 (doze) agentes e a de contenção por 5 (cinco) ou 6 (seis)
agentes.
_______________________________________________________________________________________
Página 6
Apostila de Intervenção prisional
c) Da Equipe de Intervenção:
Deve ser empregado um efetivo acima de dez servidores para cada cem
custodiados, diretamente dentro do pátio de banho de sol, nas galerias ou nos locais de
concentração de custodiados.
Uma outra equipe com média de 15 a 20 agentes poderá adentrar em pátios com
mais de duzentos custodiados. Todos os agentes poderão ter em seus coletes e utilizar
equipamentos não letais, tais como: granadas, sprays e taser, o que decorre da
obrigatoriedade do treinamento e especialização de todos os integrantes para o uso de tais
equipamentos.
É de grande importância os agentes estarem bem equipados, haja vista o
trabalho a ser realizado com pouco efetivo e grande quantidade de custodiados.
Observações:
Poderão fazer parte da equipe de intervenção servidores operacionais
acompanhados de cães. Os cães deverão ser utilizados para a proteção dos
_______________________________________________________________________________________
Página 7
Apostila de Intervenção prisional
_______________________________________________________________________________________
Página 8
Apostila de Intervenção prisional
Observação:
A depender do número de agentes que compõe a equipe de intervenção,
poderão ser realizados procedimentos de segurança interna no percurso que vai do pátio
até a entrada da galeria.
_______________________________________________________________________________________
Página 9
Apostila de Intervenção prisional
e) Da técnica de sanfona:
Ao invadir o pátio, os agentes devem formar a linha dividindo o pátio em partes
iguais. Se houver alguma reação dos custodiados, deverá a equipe fechar, ficando ombro
a ombro, formando uma muralha de fogo lado a lado, sempre para o lado da porta.
Essa técnica pode ser usada também quando é necessário avançar para
resgatar pessoas que estejam lutando com os custodiados na iminência de se tornar reféns,
para resgatar custodiados com risco de morte ou retirada rápida da equipe.
_______________________________________________________________________________________
Página 10
Apostila de Intervenção prisional
_______________________________________________________________________________________
Página 11
Apostila de Intervenção prisional
_______________________________________________________________________________________
Página 12
Apostila de Intervenção prisional
_______________________________________________________________________________________
Página 14
Apostila de Intervenção prisional
Preso com arma de fogo: Caso o agressor esteja colocando vidas em risco, ele será
neutralizado com força proporcional. Nesta hipótese será utilizado um atirador com munição
letal para neutralizar o agressor. Existindo ocorrência com reféns poderá ser utilizado o tiro
de comprometimento a depender da situação.
Intervenções em caso de rebelião: serão adotados os procedimentos de intervenção e
contenção visando a imediata tomada ou retomada do telhado no local de crise e os
ambientes contaminados. Essa atitude forçará os custodiados a recuar e se render o mais
rápido possível.
Intervenção em caso de fuga: as equipes de intervenção adentram para conter os
custodiados do local onde ocorreu a fuga e outra equipe faz o cerco do perímetro,
objetivando manter os custodiados em fuga numa determinada área para posterior
varredura no intento de recapturá-los.
_______________________________________________________________________________________
Página 15
Apostila de Intervenção prisional
O cerco aos foragidos não pode ser desfeito até que se tenha plena certeza de que os
custodiados não estejam na área cercada, podendo aumentar o perímetro de cerco
conforme o tempo e a necessidade.
No caso de fuga, enquanto a operação de cerco do perímetro está em andamento, a equipe
de investigação faz os levantamentos da qualificação dos foragidos, e conforme o tempo
em que ocorreu a fuga, começam a trabalhar os endereços dos foragidos e familiares com
o objetivo de prendê-los caso tenham furado o perímetro de cerco.
m) Tomada de ala com custodiados fora das celas:
Deverão ser adotados alguns procedimentos de segurança para a retomada da
ala ou galeria, como a aproximação da equipe em formação em coluna, portando escudo
para evitar ataque com pedras e tiros. Chegando próximo à entrada da ala ou galeria será
dada voz de comando para os custodiados retornarem para dentro das celas.
O custodiado que não atender o comando será considerado ameaça e será feito
o uso da força diferenciada. O comando será o seguinte: “atenção custodiados, todos
para dentro das celas. Quem permanecer fora será considerado ameaça e será
neutralizado!”. Deve se observar se os comandos foram atendidos por todos os
custodiados ou por parte deles. Provavelmente alguns atenderão e outros não.
Nesse momento será necessário mostrar força, e para tanto, será usada uma
granada de efeito moral, na entrada da ala, próximo a porta de entrada desta, com intuito
de obrigar os custodiados a recuarem e retornarem à cela. Provavelmente cederão e
retornarão às celas.
Depois de fazer com que voltem para celas será dado um novo comando, ainda
sem entrar na ala: “atenção custodiados, todos deverão estar sentados no fundo da
cela com as mãos na cabeça, de costas para a porta. Aquele que não estiver nessa
posição será considerado uma ameaça e será neutralizado!”
Depois desse comando será iniciada a entrada, tomando cela a cela,
observando se os comandos foram executados pelos custodiados e se os mesmo estão na
posição determinada. Estando dentro do procedimento deverá dar o comando para o
próximo agente avançar para a próxima cela. Comando: “limpo, vai!”
O servidor que avançar para a próxima cela deverá dar o seguinte comando:
“para o fundo da cela, mãos na cabeça, de costas para a porta!” Verificado que a cela
está sob controle, será realizado o mesmo procedimento nas seguintes até que todas
estejam controladas. Retomado o controle da ala serão tomadas as medidas necessárias
para cada cela e individualizados os casos a fim de buscar a responsabilização dos
provocadores do evento crítico.
Agindo com essa visão o Estado estará respeitando a pessoa presa e isso faz
com que os próprios custodiados respeitem os agentes.
Não se pode confundir energia com violência. Em muitas ações de intervenção
ou contenção de situações críticas é preciso ser enérgico nas operações de entrada, a fim
de desarmar os custodiados violentos e sob efeito de drogas, os quais deverão ser
extraídos do local da crise, isolados e responsabilizados.
Essas medidas de isolamento diminuem muito as ocorrências e visam acabar
com o controle que criminosos e facções criminosas possam vir a exercer sobre outros
custodiados. Vale observar que, para manter a disciplina nos estabelecimentos penais, é
necessário que os agentes sejam bem treinados e valorizados. Isso porque existem
algumas ocorrências de alto risco geradas por um só custodiado.
São os casos, por exemplo, de custodiados portadores de HIV que se lesionam,
outros que cobrem todo o corpo com fezes, com o mesmo objetivo, de evitar a aproximação
dos agentes para imobilização. Existem ainda outros custodiados que misturam fezes com
sangue ou água para arremessá-las contra os agentes.
Em situações dessa natureza poderão ser utilizados água, spray de agentes
químicos, escudo, luvas, bem como outros equipamentos que permitam imobilizar o
agressor. A utilização de recursos de proteção individual e coletiva é muito importante para
evitar contaminação com materiais orgânicos e proteger contra eventuais ataques com
pedras ou outros sólidos pesados.
Cabe ressaltar ainda que o lema da nossa bandeira nacional “Ordem e
Progresso” é fundamental para o desempenho do sistema prisional do nosso país, ou seja,
sem ordem não há como se falar em ressocialização, reeducação ou reinserção, haja vista
que locais de custódia onde a tensão é constante, não há clima para preparar o custodiado
e devolvê-lo a sociedade como um cidadão recuperado, ideal defendido pela Execução
Penal brasileira.
_______________________________________________________________________________________
Página 18