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Atividade referente a Matéria Direito Civil VII ministrada pela professora Laine Reis para

avaliação de progressão de ensino dos alunos, Giselle Dutra Santos, Gláucia Geórgia
Souza Pellegrini Ferreira, João Vitor Moreira Lima, Lisa Beatriz Moreno de Jesus e e para
avaliação de 1a unidade do semestre letivo

Itabuna - Bahia, 28 de fevereiro de 2024

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Julgado proposto para observação e exposição jurídica detalhada quanto aos fatos e
classificação doutrinária.

Na espécie, restou consignado pelo Tribunal de Justiça que, embora diretamente provocado o
acidente por ato doloso de terceiro - a vítima foi empurrada para fora de ônibus em movimento
por seu companheiro, com quem discutia - contribui para o resultado o fato de que o veículo se
deslocava com a porta traseira aberta, a configurar hipótese de omissão e negligência
imputáveis à pessoa jurídica de direito privado prestadora do serviço público de transporte
coletivo de passageiros, porque "concorrendo com culpa para a consumação do acidente fatal". 5.
No julgamento do RE 591.874/MS (DJe-237 18.12.2009), o Plenário do Supremo Tribunal Federal
consagrou, à unanimidade, sob o rito da repercussão geral, o entendimento de que, a teor do art.
37, § 6°, da Constituição da República, presente o nexo de causalidade entre o ato
administrativo e o dano causado ao terceiro, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público é objetiva em relação a usuários e não usuários do
serviço. (...) Nessa linha, a jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
evoluiu no sentido de que a responsabilidade objetiva do art. 37, 56°, da Lei Maior alcança atos
comissivos e omissivos. (...) Na mesma linha enuncia, ainda, a Súmula 87/STE, (...).

Obtendo entendimento dos fatos anteriormente expostos faz-se de suma


necessidade inicial explicar o que é responsabilidade civil para melhor compreensão
do objetivo dessa exposição no qual visa de modo claro e acessível detalhar as
problemáticas das ações e omissões e as consequências jurídicas acarretadas no
campo do direito cível. A responsabilidade civil pode ser de modo simplificado
definido como a área na qual analisa os agentes causadores das ações jurídicas
protegidas e ações e omissões ocorridas durante o fato em análise no qual a partir
deles pode-se concluir o sujeito no qual deverá arcar legalmente pelo dano obtido
por outrem e por ele de modo objetivo ou subjetivo praticado. Nesse viés é
imprescindível exibir a dissemelhança entre as duas classificações sendo elas
divididas entre objetiva e subjetiva.

Obtendo em análise a responsabilidade civil objetiva expõe-se que a


responsabilidade é objetiva quando os atos efetuados pelos agentes públicos
resultam em prejuízos ou danos a terceiros, sendo o agente público considerado
então responsável mesmo que sem culpa ou subjetiva, quando basta demonstrar o
dano provocado pelo agente do Estado, e o nexo causal. A responsabilidade
subjetiva também ocorre quando o Estado deveria agir, porém não obtém uma
atitude quanto ao tema, sendo consequentemente omisso, ou quando os danos
são causados por atos de terceiros ou fenômenos da natureza. Nessas hipóteses é
necessário comprovar que houve culpa, podendo ela ser omissão por imprudência,
imperícia, negligência ou dolo do agente. Caso o Estado seja responsabilizado, tem
direito de entrar com ação contra os causadores do dano. A responsabilidade do
Estado pode ser afastada nos seguintes casos: caso fortuito ou força maior, estado
de necessidade ou culpa exclusiva da vítima.

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Havendo conhecimento que o fato ocorre em um veículo referente a um prestador
de serviços no qual obtinha o encargo legal e previsto na ANTT ( Agência Nacional
de Transportes Terrestres) de conceder aos seus utilizadores boas condições tal
como segurança durante a utilização do meio de transporte expõe-se os artigos
previstos na ANTT referente a problemática em questão:

OBRIGAÇÕES QUANTO AO PASSAGEIRO

I - receber serviço adequado;

VI - ser transportado com pontualidade, segurança, higiene e conforto, do


início ao término da viagem

XX - estar garantido pelo Seguro de Responsabilidade Civil contratado pela


transportadora, que prevê a cobertura para garantir a liquidação de danos
causados aos passageiros, em virtude de acidente quando da realização da
viagem em ônibus, discriminados nas respectivas apólices, que operam os
serviços, sem prejuízo da cobertura do seguro obrigatório de danos pessoais
(DPVAT), a que se refere a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974;

Nesse sentido salienta-se a culpabilidade pela imprudência e negligência por parte


da equipe da transportadora de prosseguir naturalmente a viagem apesar de ser de
fácil previsão e senso comum que diante as situações poderia ocorrer uma
fatalidade ocasionando lesões ou morte do passageiro. Diante aos fatos expostos é
necessário salientar que apesar de inicialmente ter ocorrido uma discussão entre
dois dos utilizadores dos serviços da agência de turismo no qual em uma única ação
o cônjuge da viajante a empurra com dolo, ou seja, com a intenção clara de
ocasionar um trágico fim a companheira, a falta de atitude quanto a problemática da
porta se sobressai em relação a atitude do passageiro não afetado pois se a porta
estivesse nas devidas condições assim de acordo com os requisitos declarados na
ANTT não haveria o trágico resultado. Desse modo, expõe-se que a ação indevida
por parte de um não exclui a ação indevida pela outra parte ou a falta dela como no
caso da agência de turismo.

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Obtendo compreensão do exposto faz se de suma relevância expor que, de acordo
com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a responsabilidade civil
das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
em relação a usuários e não usuários do serviço, ou seja, se houver nexo de
causalidade entre o ato administrativo e o dano causado a terceiros, a empresa é
responsável independentemente de culpa. Essa responsabilidade objetiva abrange
tanto atos comissivos quanto omissivos trazendo essa afirmação maiores
explicações quanto ao tema. Em conclusão a jurisprudência consolidada reconhece
que a empresa de transporte coletivo deve responder pelos danos causados em
decorrência de sua atuação, seja por ação ou omissão, conforme previsto no artigo
37, § 6o, da Constituição da República e reforçado na súmula 87/STF. e

Diante a isto, a doutrina reconhece a aplicação da responsabilidade civil objetiva do


Estado em casos de omissão e negligência. Nesse sentido, dois doutrinadores
imprescindíveis para maior conhecimento quanto a problemática em questão são:

- Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra "Responsabilidade Civil", aborda a


responsabilidade objetiva do Estado em casos de omissão e negligência,
destacando que a jurisprudência brasileira tem reconhecido cada vez mais a
aplicação desse tipo de responsabilidade em situações onde o Estado deixa
de agir quando deveria, causando danos a terceiros.

- Sérgio Cavalieri Filho, em seu livro "Programa de Responsabilidade Civil",


também discorre sobre a responsabilidade civil objetiva do Estado,
enfatizando que ela abrange tanto os atos comissivos quanto os omissivos,
ou seja, tanto as ações praticadas pelo Estado quanto aquelas em que ele
deixa de agir quando deveria.

REFERÊNCIAS
ROBERTO GONÇALVES, Carlos - Responsabilidade Civil. São Paulo, Saraiva jur, 2021.
CAVALIERI FILHO,Sérgio - Programa de responsabilidade civil objetiva do Estado.
São Paulo, Malheiros, 1999

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