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A responsabilidade civil do Estado surge quando alguém sofre um dano civil em decorrência de
uma ação/omissão de um agente estatal. Se o dano decorrer de uma relação contratual, a
responsabilidade será regulada pela Lei de Licitação. Entretanto, se o dano não decorrer de uma relação
contratual (a parte não possui vínculo jurídico com a Administração), a responsabilidade estatal será
regulada com base no art. 37, §6º da CR/88. Portanto, é uma responsabilidade
EXTRACONTRATUAL.
Evolução Histórica
1ª FASE – Irresponsabilidade Estatal (séc. XVIII): Nessa fase, a figura do Rei era
representativa do próprio Estado. O Rei era escolhido por Deus, e a igreja o nomeava com um
Poder Divino. Assim, o pensamento dava-se da seguinte forma: considerando que Deus nunca
comete erros, e o Rei era a figura de Deus na Terra, então o Rei não erra. Nessa fase, o Estado
não indenizava por qualquer de seus erros.
3ª FASE – Responsabilidade Objetiva Estatal, CF/88: Nessa fase, que é a atual, ela
independe de comprovação de dolo ou culpa do agente público, o berço da responsabilidade
objetiva se dá na França.
OBS: A teoria adotada pelo Código Civil de 1916 era a responsabilidade subjetiva e veio a
Constituição Federal de 1988 com a responsabilidade objetiva.
1) Conduta: uma ação (ato comissivo) do agente que está atuando em nome da
Administração Pública. A pessoa jurídica será responsabilizada com base na Teoria do Órgão.
Atenção!! Para o dano ser reparável precisa ser anormal (não decorre da vida em
sociedade) e específico (é possível determinar quem foi atingido).Dessa forma, deve-se ater ao
dano e não a licitude da ação, pois tanto atos ilícitos quanto lícitos podem ensejar reparação do
dano.
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-> Agentes públicos nessa qualidade?
Significa que os agentes públicos (pessoas naturais) estão no exercício de suas funções
ou a pretexto de exercê-la. (Informativos 370 e 421 do STJ). Não importa se o agente está de
folga, desde que esteja atuando em razão de sua função.
O terceiro é a vítima e não importa se ela era usuária ou não do serviço público.
a) Danos Nucleares;
OBS: Não há indenização a ser paga pelo Município, em relação a um carro que está
estacionado em uma área com pagamento para estacionamento (estacionamento rotativo - tipo
área azul), e este veículo é furtado. O formato de estacionamento rotativo existe não para garantir
segurança diferenciada para veículos, mas sim para garantir uma rotatividade de estacionamento.
Não haverá responsabilização civil nem mesmo por parte do Estado.
OBS: Uma empresa pública ou sociedade de economia mista pode explorar atividade
econômica ou ainda ser prestadora de serviços públicos. Assim, quando:
Ex: Uma pessoa compra um lote e constrói uma chácara. Posteriormente, ao lado do
imóvel, constrói-se uma estação de saneamento básico, e tudo ali fica cheirando esgoto,
havendo, assim, uma desvalorização dessa chácara. A desvalorização do imóvel decorre da
supremacia do interesse público sobre o interesse particular, e esse dano causado ao particular,
é chamado de “dano justo”. Portanto, são danos não são passíveis de responsabilização, e dessa
forma, não haverá qualquer indenização por parte do Estado.
Requisitos:
1) Falta de conduta;
2) Nexo de Causalidade;
3) Dano;
4) Descumprimento de dever legal de agir. O STF entende que é preciso que seja possível
a Administração cumprir a determinação legal. Por isso, tem-se a reserva do possível.
Ex.: O Estado deve garantir a segurança pública a todos, mas a Administração não
consegue evitar todos os crimes.
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Fato omissivo = falha estatal, uma omissão do agente, vai acontecer a responsabilidade
objetiva na prestação mal feita de um serviço público.
Ex: Um preso de alta periculosidade vai ser transferido do presídio A para o presídio B.
Durante o procedimento, há uma omissão na escolta, o preso consegue fugir e pratica um
homicídio. Por ter havido uma falha na prestação do serviço, uma vez que a fuga ocorreu em
razão da omissão durante o procedimento no trajeto de escolta, haverá por parte da
Administração (Estado) um dever de indenizar o homicídio ocorrido (indenização à família da
vítima), haja vista a sua responsabilidade objetiva (e clara).
Ex: No caso de um indivíduo vir a praticar um homicídio em via pública, não se poderá
levar à responsabilização objetiva estatal, tendo em vista que, neste caso, não havia serviço
algum sendo prestado pelo Estado. Não há como a Poder Público, através de agentes de
segurança pública, estarem presentes em cada rua de um município.
A ação de indenização é a ação que a vítima move em relação à Pessoa Jurídica. Nesta
ação, a responsabilidade da Administração é objetiva.
A ação de regresso é ação que a pessoa jurídica move em relação ao agente público que
causou o dano. Neste caso, a responsabilidade do agente será subjetiva.
Teoria da Dupla Garantia: a vítima não pode escolher demandar o agente público. A
vítima tem como garantia ajuizar uma ação de reparação do dano, em face da Pessoa Jurídica,
sem necessitar provar dolo/culpa. Já o agente público tem como garantia que somente será
demandado se agir com dolo/culpa. Essa dupla garantia (da vítima e do agente) dão nome à
teoria.
Prazo prescricional
- Ação de Regresso (interposta pela Pessoa Jurídica em desfavor de seu agente): existem
dois posicionamentos
-> Minoritário: 03 anos
-> Majoritário: 05 anos, de acordo com a CR/88
OBS: A ação de regresso pode ser imprescritível? Sim, desde que ação do agente
público tenha sido praticada de forma dolosa e configure ato de improbidade administrativa
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previsto na própria Lei. Porém, só há de se falar em imprescritibilidade do ressarcimento ao erário
quando a lesão aos cofres públicos decorrer de um ato de improbidade que tenha sido assim
caracterizado numa decisão judicial transitada em julgado e proferida dentro dos prazos definidos
pela nova Lei de Improbidade Administrativa.
Controle da Administração
CONCEITO:
“Pode-se definir o controle da Administração Pública como o poder de fiscalização e correção que
sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de
garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo
ordenamento jurídico”. Di Pietro
Existe uma relação hierarquizada quando a relação se da dentro da mesma pessoa jurídica, mas
existe uma possibilidade do ente federativo “ficar de olho” ter supervisão em relação àquela outra
entidade; seria uma supervisão ministerial, ou poder de tutela, controle finalístico, isso é um
controle interno, por ser um poder em si mesmo, ex. do poder executivo vigiando suas próprias
entidades, isso é chamado de “interno exterior” e é sinônimo de controle que a administração
direta exerce sobre as entidades da sua própria administração indireta.
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• EXTERNO – controle de um Poder sobre o outro que praticou o ato. Ex. de um controle externo,
quando o judiciário anula um ato da administração; o poder legislativo julgando as contas do
poder executivo, também outro exemplo do controle externo
• EXTERNO POPULAR – controle exercido pela sociedade sobre os atos da Admin. Pública.
(Art.31, §3º, CR)
Além dessa possibilidade de falar do controle quanto à sua extensão, também há o controle
quanto ao momento em que ele é exercido.
QUANTO AO MOMENTO:
QUANTO A NATUREZA:
• MÉRITO – já o controle de mérito, tem relação com a discricionariedade do ato, ou seja, verifica
o juízo de oportunidade e conveniência para a prática dos atos discricionários. O controle de
mérito é limitado, a administração quando toma uma decisão de mérito, não pode ter esse mérito
examinado pelo poder judiciário. O judiciário pode anular um ato administrativo quando ele tem
vício na sua legalidade; eventualmente ao fazer escolhas desacertadas quanto a oportunidade e
conveniência a administração pode ferir o interesse público e como o interesse público é a
finalidade do ato, a gente teria aí o controle em função da legalidade, ou seja, um ato com desvio
de finalidade, também chamado de desvio de poder, acaba gerando uma ilegalidade desse ato.
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• CONTROLE ADMINISTRATIVO
• Processo Administrativo: qualquer assunto relacionado à processo está ligado a controle adm.
• DIREITO DE PETIÇÃO (Art. 5º, XXXIV da CR)
• PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
• RECURSO HIERÁRQUICO
• RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO
• REVISÃO (vedação de reformatio in pejus)
• REPRESENTAÇÃO
• RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA (Dec. 20.910/32)
CONTROLE POLÍTICO
O Poder Legislativo aprecia os atos e decisões da Administração Pública nos termos e limites
previstos na Constituição.
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HIPÓTESES
• Pedidos escritos de informações: tal pedido é feito pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado, dirigidos aos Ministros de Estado ou de quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República, que deverão responder no prazo de 30 dias, sob pena
de crime de responsabilidade. (art. 50 da CR)
CONTROLE INTERNO
Art.74 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de:
- atos políticos: São atos praticados por agentes do Governo que possuem liberdade de
apreciação da conveniência e/ou oportunidade de sua realização. São exemplos de atos políticos
o veto de projeto de lei pelo Poder Executivo; a rejeição do veto pelo Poder Legislativo, dentre
outros.
- atos legislativos: Os atos legislativos propriamente ditos – leis no sentido estrito –, são
atacáveis por instrumentos específicos: Ação Direta de Inconstitucionalidade, etc.
- atos interna corporis: aqueles que dizem respeito à economia interna da corporação legislativa
e, portanto, afastam o controle Judicial. Entretanto, se existir inconstitucionalidade, ilegalidade ou
infringência regimental nestes atos, poderá ocorrer a apreciação dos mesmos pelo Poder
Judiciário.
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania;
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;