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Curso: Teórico CFO PMGO


Disciplina: Direito Administrativo

Atos Administrativos

1- Conceito de ato administrativo

Ato administrativo é a declaração unilateral de vontade da administração pública ou de que


lhe faça as vezes, no uso de prerrogativas públicas, destinada a cumprir concretamente a lei e
sujeita a controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

Declaração unilateral: Basta uma vontade. Basta o atuar da administração pública para que
o ato seja perfeito, ou seja, para que o ato exista. O ato administrativo, para que ele exista, não
depende da anuência do destinatário/particular. Gera obrigação, mas não precisa da anuência da
outra parte para que ela se materialize.

Tem que ter vontade. Se não é vontade, não é ato. Por isso é que existe uma diferença
entre ato e fato administrativo. O ato administrativo tem a manifestação de vontade de pelo
menos uma das partes, que é a administração pública. O fato é uma consequência que traz
repercussão no direito administrativo. Nem todo fato administrativo, decorre de um ato
administrativo, mas todo ato administrativo gera um fato administrativo.

Ex.: Morte natural de um servidor: Se um servidor vem a óbito por causas naturais, isso
gera repercussão no direito administrativo. Gera vacância do cargo, efeitos de pensão aos seus
descendentes. Isso não decorreu de um ato da administração, não foi ela quem matou o servidor.

Praticada pela administração pública: Pode ser tanto pela administração pública direta,
quanto pela administração pública indireta ou; de quem lhe faça as vezes, que são os particulares
que prestam serviço público, como por exemplo, os concessionários, os permissionários, são os
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delegatórios de serviço público. Esse ato administrativo vai ocorrer internamente ou
externamente, mas é necessário um vínculo com a administração pública.

No uso de prerrogativas públicas: Regida pelo direito público. É o regime jurídico


administrativo. O conjunto de normas que vão reger esse ato administrativo. Por isso que ato
administrativo tem prerrogativas que o ato privado não tem.A administração pública, que está
atuando no interesse coletivo, vai poder valer a sua supremacia sobre o interesse particular.

A cumprir concretamente a lei: A lei vai estabelecer os requisitos do ato administrativo,


para que ele seja válido.

Sujeita a controle de legalidade do Poder Judiciário: A administração pública não tem um


poder absoluto sobre o particular, mas sim um poder supremo. O Poder Judiciário pode anular o
ato administrativo por vício de ilegalidade, pois o administrador não respeitou os limites expressos
na lei.

2- Atos administrativos e atos da administração

A administração pública é vista sobre o aspecto SUFOR ou FUMO. Significa que a


administração pública pode ser os seus sujeitos ou a própria função administrativa.

Esses sujeitos e função administrativa, em regra, são materializados pelo Poder Executivo.
Então, é o Poder Executivo que representa a administração pública.

2.1- Atos da administração que não são atos administrativos

Nem todo ato que o Executivo vai praticar é configurado como ato administrativo.

São eles:

a) Atos regidos pelo direito privado: Todo ato administrativo é regido pelo direito público.
Logo, se o ato praticado pela administração pública for regido pelo direito privado, ele não é ato
administrativo.

Ex.: A administração pública vai efetuar a locação de determinado imóvel privado, que está
em um anúncio. Entra em contrato com o proprietário e a acerta a locação. A lei que vai reger
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essa locação é a Lei n. 8.2045/91 (lei de locação). Essa lei é do direito privado, portanto, não é
um ato administrativo.

b) Atos políticos (ou atos de governo): Tem respaldo na CF.

Ex.: Anistia, indulto, veto de uma lei, intervenção federal.

c) Atos materiais: São atos esvaziados de vontade, não tem manifestação de vontade. É
a mera execução de ordens, de procedimentos.

2.2- Atos administrativos que não são atos da administração

São atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo ou Poder Judiciário.

Os Poderes são criados para o exercício de uma função típica. A função típica do Poder
Legislativo é a edição de leis. A função típica do Poder Executivo é o cumprimento da lei. A
função típica do Poder Judiciário é a fiscalização e o controle da lei e da legalidade.

Contudo, por muitas vezes, esses poderes podem exercer funções atípicas.

O Poder Legislativo e o Poder Judiciário podem praticar atos administrativos, quando eles
estiverem no exercício de suas funções atípicas, mas que são típicas do Poder Executivo e
enquadram nos atos administrativos.

Tipicamente, quem pratica o ato administrativo é o Poder Executivo, mas, em caráter


excepcional, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário também pode praticar ato administrativo.

Ex. 1: Legislativo realizando um concurso público.

Ex. 2: Poder Judiciário instaurando um processo administrativo para punir um servidor.

3 - Perfeição, eficácia e validade do ato administrativo

3.1- Perfeição

Significa que o ato administrativo foi concluído, está pronto, completou o ciclo necessário
para a sua formação.
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O ato teve início, meio e fim. Ele está pronto. Ele existe no mundo jurídico.

Quando se fala em perfeição, não tem nada a ver com o ato ser legal. Não há análise de
conformidade com a lei. Na perfeição o ato só está pronto.

3.2- Validade

No pressuposto de validade observa-se o ato foi editado de acordo com a lei.

Para saber um negócio jurídico é válido deve ser observado o art. 104, CC, o qual
preconiza que deve ter: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e;
forma prescrita ou não defesa em lei.

No direito administrativo também temos os requisitos de validade dos atos administrativos.


O objeto, a forma, o motivo e a finalidade têm que ser de acordo com a lei.

Nesse sentido, a lei vai trazer requisitos, os chamados elementos do ato administrativo.
Portanto, para o ato administrativo ser válido, ele precisa ter todos os elementos/requisitos, que
vão versar sobre a validade do ato.

3.3- Eficácia

Eficácia é a produção de efeito.

Essa produção de efeito pode ser imediata ou postergada (quando tiver uma condição
suspensiva, como por exemplo, vacatio legis).

Eficaz
Válido
Ineficaz
Perfeito
Eficaz
Inválido
Ineficaz
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Significa que os requisitos são independentes. Portanto, o ato tem que existir para poder
analisar e o ato é valido ou inválido, se ele é eficaz ou ineficaz.

Mas não é porque o ato é inválido que ele não produz efeito e, também, não é porque o ato
é válido que ele produz efeito, pois são pressupostos diferentes. Um analisa se foi praticado de
acordo com a lei e outro se o ato já produz efeito no mundo jurídico.

4- Atributos do ato administrativo

São qualidades, adjetivos, características do ato administrativo.

Se faltar um dos atributos nada acontece com o ato administrativo. Pois a presença ou
ausência de um atributo não invalida o ato administrativo.

Não confundir atributo com elemento. Elemento é pressuposto de validade. Atributo não,
são adjetivos do ato administrativo.

Ex.: Marta, morena, cabelo cacheado. Paula, loira, olhos azuis, 1,80 m. isso são
características. Porque a Paula tem olhos azuis e 1,80 m, isso não anula Núbia, não a torna
inexistente ou inválida enquanto outra mulher. Existem pessoas com características diferentes, da
mesma forma acontece com os atos administrativos.

Os atributos que estudaremos são características que a maioria dos atos administrativos
terão.

4.1- Presunção de legitimidade, legalidade ou veracidade

Os atos administrativos são presumidamente verdadeiros, reais.

Essa presunção é relativa, chamada de juris tantum, ou seja, aquela que admite prova em
contrário.

Significa que o ato administrativo se presume legal, legítimo, para impor cumprimento. Se
ele fosse presumidamente ilegal, ninguém ia cumprir o ato administrativo.

Ex.: Chega uma autuação de multa para você. Até que você prove o contrário, ela é
legítima. Se você não recorrer, ela vai virar uma multa e vai impor cumprimento.
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A consequência prática é que a partir da prática do ato pela administração pública, ele já
começa a gerar, produzir efeitos.

O destinatário só eximirá do cumprimento se provar a ilegalidade do ato. Se não provar,


ele é autoexecutável.

4.2- Imperatividade ou coercibilidade

É o chamado poder extroverso do Estado, que é aquele poder que vincula o destinatário
independentemente da sua anuência, da sua vontade. Por isso, o ato administrativo é unilateral.

Essa característica não está presente em todos os atos administrativos. Ela é presente
eminentemente em ato administrativo derivado do poder de polícia.

Assim sendo, existem atos que só são praticados porque o particular concorda/anui.

Ex.: Licenças, autorizações, admissões. Todas dependem de ato de anuência/vontade do


particular.

4.3 –Autoexecutoriedade

Atributo que permite à Administração executar seus atos sem necessidade de recorrer ao
Poder Judiciário para isso.

Ex.: embagar obras, recolher alimentos, rebocar um carro, etc.

Essa execução pode ocorrer de duas formas (por meios diretos ou indiretos).

- Meios Diretos: são a regra

- Meios Indiretos: exceção

 Espécies de Autoexecutoriedade:

a) Executoriedade: quando a Administração utiliza de meios diretos de execução. Ex. aplicar


multa, rebocar veículo estacionado em local proibido, etc.
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b) Exigibilidade: quando a Administração utiliza de meios indiretos de execução.

Ex.: Cobrança de multas pecuniárias aplicadas e não pagas.

Neste caso, a Administração poderá optar entre duas condutas: recorrer ao judiciário para
executar a dívida ou se utilizar de meios indiretos de coação para fazer cumprir o ato. Dessa
forma, o Estado, pode, condicionar alguns atos ao pagamento da dívida.

Ex.: o não pagamento de multa de trânsito, impede a emissão do documento de


licenciamento do veículo com multas pendentes de pagamento.

5 – Elementos do Ato Administrativo (Requisitos de validade do ato)

A ausência de um dos elementos/requisitos tem como consequência a invalidade do ato,


ou seja, a validade do ato está condicionada a existência de todos os elementos.

COM FI FOR M OB

1) Competência: refere-se ao sujeito que pratica o ato. É medida de poder, quem pode
praticar o ato administrativo.Conferida por lei, é limite de Poder dado ao agente. Caso o agente
atue fora dos limites estabelecidos pela lei, haverá excesso de poder e o ato administrativo será
nulo. Atenção!! Este é um poder-dever. O agente não pode ficar inerte, pois tem uma obrigação a
ser cumprida. A inércia também pode configurar abuso de poder, não por excesso de poder, mas
por desvio.

A competência sempre será elemento vinculado. A lei irá disciplinar a competência de


forma taxativa (quem, quando, sobre o que, até quando). A lei estabelecerá os limites da
competência.

Características da Competência:

a) Irrenunciável: o agente não pode abrir mão de sua competência. É possível, entretanto,
que haja delegação da competência.

Delegação significa atribuição provisória de competência a terceiro nos limites da lei. A


delegação é parcial e não exige relação de hierárquica para sua realização.
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Art. 12, Lei 9784/99: Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
A avocação, diferentemente da delegação, exige relação hierárquica. Significa a tomada
temporária de atribuição de um inferior hierárquico.

Art. 15. Lei 9784/99: Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

Atenção!! Existem atos que são indelegáveis.

E DE MEX

1) Edição de ato normativo

2) Decisão de Recurso Administrativo

3) Matérias de Competência Exclusiva

Art. 13.Lei 9.784/99 - Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

b) Improrrogabilidade: a competência não será alterada por vontade das partes.O


administrador não pode transacionar sobre a competência, pois a competência tem sua fonte na
lei, ou seja, somente a lei altera ou extingue.

c) Imprescritibilidade: a competência não prescreve pelo não exercício. O agente, ainda


que inerte, pode ser responsabilizado pela omissão.

2) Finalidade:resultado esperado com a prática do ato. Sempre será elemento vinculado,


pois sempre será de interesse público.
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A finalidade é considera como elemento mediato do ato administrativo, pois é alcançada ao
final do ato.
3) Forma: é como o ato administrativo é exteriorizado. Sempre será estabelecida por lei,
por isso tem-se o Princípio da Solenidade das Formas. Por isso é um elemento vinculado do ato.

Ex.: Decreto: Decreto é a forma como o ato se apresenta ao seu destinatário.

Se a lei for silente quanto à forma, em regra o ato administrativo será escrito.

4) Motivo: situação de fato ou de direito que levou a edição do ato administrativo. Poderá
ser vinculado ou discricionário.

Quando for consubstanciado por fato, será elemento discricionário. Isso significa que a lei
conferiu certa flexibilidade àquele ato. Atenção!! Atos Discricionários são praticados dentro dos
limites da lei.

Quando for consubstanciado em direito, será elemento vinculado. Isso significa que a lei
conferiu apenas uma conduta, que é obrigatória.

Portanto, o motivo pode ser vinculado ou discricionário.

 Teoria dos Motivos Determinantes

Todo ato administrativo deve ser motivado. O motivo estará na lei ou nas razões fáticas
(conveniência e oportunidade) apresentadas pelo administrador.

A Teoria dos Motivos Determinantes vincula o administrador público aos motivos


declarados para a prática do ato. Caso o motivo declarado não exista (seja falso), o ato será
inválido.

Esta teoria condiciona a validade do ato ao motivo apresentado.

5) Objeto:é o conteúdo do ato administrativo. (Para que serve o ato administrativo)

É elemento imediato do ato administrativo.


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O objeto não pode ser confundido com a finalidade. Está é o resultado que se espera
alcançar com o ato, enquanto aquele é como se chegará ao resultado.

Ex.: decreto (forma), regulamento (conteúdo do decreto)

6. Classificação dos Atos Administrativos

a) Quanto a margem de liberdade:

Ato vinculado: é ato taxativo, em que todos os elementos estão taxativamente descritos em
lei.

Ato discricionário: Possui todos os elementos, mas alguns destes estão previstos de forma
flexível na lei, ou seja, há margem de liberdade para o administrador público escolher/alterar.

Atenção!! Somente objeto e motivo podem ser discricionários.

O mérito administrativo só existe em ato discricionário, pois o mérito administrativo é a


flexibilidade de escolha com base na conveniência e oportunidade.

O Poder Judiciário pode controlar o mérito administrativo? Não, pois o controle é apenas
de legalidade de atos praticados pela Administração Pública.

Atenção! O Poder Judiciário pode fazer o controle de mérito de seus próprios atos. Isso
porque, o controle do mérito é interno.

7. Extinção do Ato Administrativo

a) Anulação: Ocorre por ilegalidade do ato. Possível anulação de atos vinculados ou


discricionários. Quais efeitos da anulação? Extunc. Retroage a edição do ato. A anulação pode
ser interna (feita pela Administração) ou externa (feita pelo Poder Judiciário).

b) Revogação: Ocorre por falta de conveniência e oportunidade. Possível apenas em atos


discricionários. Quais efeitos da revogação: Ex nunc. Não retroage, os efeitos acontecem a partir
da revogação. Somente a Administração Pública pode revogar seus atos.
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Existem alguns atos que não podem ser revogados, como, por exemplo, atos vinculados,
atos que já produziram seus efeitos ou que irão ferir direito adquirido.

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