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Atos Administrativos
Declaração unilateral: Basta uma vontade. Basta o atuar da administração pública para que
o ato seja perfeito, ou seja, para que o ato exista. O ato administrativo, para que ele exista, não
depende da anuência do destinatário/particular. Gera obrigação, mas não precisa da anuência da
outra parte para que ela se materialize.
Tem que ter vontade. Se não é vontade, não é ato. Por isso é que existe uma diferença
entre ato e fato administrativo. O ato administrativo tem a manifestação de vontade de pelo
menos uma das partes, que é a administração pública. O fato é uma consequência que traz
repercussão no direito administrativo. Nem todo fato administrativo, decorre de um ato
administrativo, mas todo ato administrativo gera um fato administrativo.
Ex.: Morte natural de um servidor: Se um servidor vem a óbito por causas naturais, isso
gera repercussão no direito administrativo. Gera vacância do cargo, efeitos de pensão aos seus
descendentes. Isso não decorreu de um ato da administração, não foi ela quem matou o servidor.
Praticada pela administração pública: Pode ser tanto pela administração pública direta,
quanto pela administração pública indireta ou; de quem lhe faça as vezes, que são os particulares
que prestam serviço público, como por exemplo, os concessionários, os permissionários, são os
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delegatórios de serviço público. Esse ato administrativo vai ocorrer internamente ou
externamente, mas é necessário um vínculo com a administração pública.
Esses sujeitos e função administrativa, em regra, são materializados pelo Poder Executivo.
Então, é o Poder Executivo que representa a administração pública.
Nem todo ato que o Executivo vai praticar é configurado como ato administrativo.
São eles:
a) Atos regidos pelo direito privado: Todo ato administrativo é regido pelo direito público.
Logo, se o ato praticado pela administração pública for regido pelo direito privado, ele não é ato
administrativo.
Ex.: A administração pública vai efetuar a locação de determinado imóvel privado, que está
em um anúncio. Entra em contrato com o proprietário e a acerta a locação. A lei que vai reger
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essa locação é a Lei n. 8.2045/91 (lei de locação). Essa lei é do direito privado, portanto, não é
um ato administrativo.
c) Atos materiais: São atos esvaziados de vontade, não tem manifestação de vontade. É
a mera execução de ordens, de procedimentos.
Os Poderes são criados para o exercício de uma função típica. A função típica do Poder
Legislativo é a edição de leis. A função típica do Poder Executivo é o cumprimento da lei. A
função típica do Poder Judiciário é a fiscalização e o controle da lei e da legalidade.
Contudo, por muitas vezes, esses poderes podem exercer funções atípicas.
O Poder Legislativo e o Poder Judiciário podem praticar atos administrativos, quando eles
estiverem no exercício de suas funções atípicas, mas que são típicas do Poder Executivo e
enquadram nos atos administrativos.
3.1- Perfeição
Significa que o ato administrativo foi concluído, está pronto, completou o ciclo necessário
para a sua formação.
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O ato teve início, meio e fim. Ele está pronto. Ele existe no mundo jurídico.
Quando se fala em perfeição, não tem nada a ver com o ato ser legal. Não há análise de
conformidade com a lei. Na perfeição o ato só está pronto.
3.2- Validade
Para saber um negócio jurídico é válido deve ser observado o art. 104, CC, o qual
preconiza que deve ter: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e;
forma prescrita ou não defesa em lei.
Nesse sentido, a lei vai trazer requisitos, os chamados elementos do ato administrativo.
Portanto, para o ato administrativo ser válido, ele precisa ter todos os elementos/requisitos, que
vão versar sobre a validade do ato.
3.3- Eficácia
Essa produção de efeito pode ser imediata ou postergada (quando tiver uma condição
suspensiva, como por exemplo, vacatio legis).
Eficaz
Válido
Ineficaz
Perfeito
Eficaz
Inválido
Ineficaz
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Significa que os requisitos são independentes. Portanto, o ato tem que existir para poder
analisar e o ato é valido ou inválido, se ele é eficaz ou ineficaz.
Mas não é porque o ato é inválido que ele não produz efeito e, também, não é porque o ato
é válido que ele produz efeito, pois são pressupostos diferentes. Um analisa se foi praticado de
acordo com a lei e outro se o ato já produz efeito no mundo jurídico.
Se faltar um dos atributos nada acontece com o ato administrativo. Pois a presença ou
ausência de um atributo não invalida o ato administrativo.
Não confundir atributo com elemento. Elemento é pressuposto de validade. Atributo não,
são adjetivos do ato administrativo.
Ex.: Marta, morena, cabelo cacheado. Paula, loira, olhos azuis, 1,80 m. isso são
características. Porque a Paula tem olhos azuis e 1,80 m, isso não anula Núbia, não a torna
inexistente ou inválida enquanto outra mulher. Existem pessoas com características diferentes, da
mesma forma acontece com os atos administrativos.
Os atributos que estudaremos são características que a maioria dos atos administrativos
terão.
Essa presunção é relativa, chamada de juris tantum, ou seja, aquela que admite prova em
contrário.
Significa que o ato administrativo se presume legal, legítimo, para impor cumprimento. Se
ele fosse presumidamente ilegal, ninguém ia cumprir o ato administrativo.
Ex.: Chega uma autuação de multa para você. Até que você prove o contrário, ela é
legítima. Se você não recorrer, ela vai virar uma multa e vai impor cumprimento.
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A consequência prática é que a partir da prática do ato pela administração pública, ele já
começa a gerar, produzir efeitos.
É o chamado poder extroverso do Estado, que é aquele poder que vincula o destinatário
independentemente da sua anuência, da sua vontade. Por isso, o ato administrativo é unilateral.
Essa característica não está presente em todos os atos administrativos. Ela é presente
eminentemente em ato administrativo derivado do poder de polícia.
Assim sendo, existem atos que só são praticados porque o particular concorda/anui.
4.3 –Autoexecutoriedade
Atributo que permite à Administração executar seus atos sem necessidade de recorrer ao
Poder Judiciário para isso.
Essa execução pode ocorrer de duas formas (por meios diretos ou indiretos).
Espécies de Autoexecutoriedade:
Neste caso, a Administração poderá optar entre duas condutas: recorrer ao judiciário para
executar a dívida ou se utilizar de meios indiretos de coação para fazer cumprir o ato. Dessa
forma, o Estado, pode, condicionar alguns atos ao pagamento da dívida.
COM FI FOR M OB
1) Competência: refere-se ao sujeito que pratica o ato. É medida de poder, quem pode
praticar o ato administrativo.Conferida por lei, é limite de Poder dado ao agente. Caso o agente
atue fora dos limites estabelecidos pela lei, haverá excesso de poder e o ato administrativo será
nulo. Atenção!! Este é um poder-dever. O agente não pode ficar inerte, pois tem uma obrigação a
ser cumprida. A inércia também pode configurar abuso de poder, não por excesso de poder, mas
por desvio.
Características da Competência:
a) Irrenunciável: o agente não pode abrir mão de sua competência. É possível, entretanto,
que haja delegação da competência.
Art. 15. Lei 9784/99: Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
E DE MEX
Se a lei for silente quanto à forma, em regra o ato administrativo será escrito.
4) Motivo: situação de fato ou de direito que levou a edição do ato administrativo. Poderá
ser vinculado ou discricionário.
Quando for consubstanciado por fato, será elemento discricionário. Isso significa que a lei
conferiu certa flexibilidade àquele ato. Atenção!! Atos Discricionários são praticados dentro dos
limites da lei.
Quando for consubstanciado em direito, será elemento vinculado. Isso significa que a lei
conferiu apenas uma conduta, que é obrigatória.
Todo ato administrativo deve ser motivado. O motivo estará na lei ou nas razões fáticas
(conveniência e oportunidade) apresentadas pelo administrador.
Ato vinculado: é ato taxativo, em que todos os elementos estão taxativamente descritos em
lei.
Ato discricionário: Possui todos os elementos, mas alguns destes estão previstos de forma
flexível na lei, ou seja, há margem de liberdade para o administrador público escolher/alterar.
O Poder Judiciário pode controlar o mérito administrativo? Não, pois o controle é apenas
de legalidade de atos praticados pela Administração Pública.
Atenção! O Poder Judiciário pode fazer o controle de mérito de seus próprios atos. Isso
porque, o controle do mérito é interno.