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Curso de direito
Common LAW civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
“a obrigação — entendida como a relação
p.1 jurídica patrimonial que vincula o credor ao
devedor — é um liame economicamente
funcional, por meio do qual se efetiva a
circulação de bens e direitos no comércio
jurídico..”
p.1 “a relação obrigacional obedece a um ciclo
que se encerra com a sua extinção, que se
dá, geralmente, por meio do pagamento.”
p.1 “Entretanto, pode ocorrer que a obrigação
não seja cumprida, em razão de atuação
culposa ou de fato não imputável ao
devedor.”
“Se o descumprimento decorreu de desídia,
negligência ou, mais gravemente, por dolo
do devedor, estaremos diante de uma
p.1 situação de inadimplemento culposo no
cumprimento da obrigação, que determinará
o consequente dever de indenizar a parte
prejudicada”
“Por outro lado, se a inexecução
obrigacional derivou de fato não imputável
ao devedor, enquadrável na categoria de
p.1 caso fortuito ou força maior, configurar-se-á
o inadimplemento fortuito da obrigação,
sem consequências indenizatórias para
qualquer das partes”
“Em algumas situações, todavia, a própria lei
admite que a ocorrência de evento fortuito
p.1 não exclui a obrigação de indenizar. Uma
delas, analisada logo abaixo, ocorre quando
a própria parte assume a responsabilidade
de responder pelos prejuízos, mesmo tendo
havido caso fortuito ou força maior (art. 393
do CC-02 e art. 1.058 do CC-16).
“Também em caso de mora poderá o
devedor responsabilizar-se nos mesmos
p.1 termos (art. 399 do CC-02 e art. 957 do CC-
16), se retardar, por sua culpa, o
cumprimento da obrigação.”
p.1 “o inadimplemento não se opera com os
mesmos matizes sempre, variando de
acordo com a natureza da prestação
descumprida.”
“Finalmente, quanto às obrigações
negativas, a própria lei dispõe que “o
p.1
devedor é havido por inadimplente desde o
dia em que executou o ato de que se devia
abster” (art. 390 do CC-02 e art. 961 do CC-
16). É o caso do sujeito que, obrigando-se a
não levantar o muro, realiza a construção,
tornando-se inadimplente a partir da
dataem que realizou a obra.”
Civil law (sistema romano VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
germânico): 2013.
“O inadimplemento tratado pela norma do
art. 389 é o denominado absoluto, ou seja,
aquele queimpossibilita o credor de receber
a prestação devida (ex.: a destruição do
p.2 cereal que seria entreguepelo devedor), seja
de maneira total, seja parcialmente (quando
há pluralidade de objetos e apenasparte
deles se inviabiliza), convertendo-se a
obrigação, na falta de tutela jurídica
específica, emobrigação de indenizar”
Direito público e direito privado COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São : Saraiva, 2013.
Quem infringe dever jurídico lato sensu fica
obrigado a reparar o dano causado. Esse
deverpassível de violação pode ter, assim,
como fonte, tanto uma obrigação imposta
por um dever geral dodireito ou pela própria
p.3 lei quanto por um negócio jurídico
preexistente. O primeiro caso caracteriza
aresponsabilidade civil aquiliana, enquanto o
segundo, a responsabilidade civil contratual
Três elementos diferenciadores podem ser
destacados, a saber, a necessária
p.3
preexistência deuma relação jurídica entre
lesionado e lesionante; o ônus da prova
quanto à culpa; e a diferença quanto à
capacidade
3. INADIMPLEMENTO FORTUITO DA
OBRIGAÇÃO
CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO
CULPOSO DA OBRIGAÇÃO
p.90 OBRIGAÇÃO
transgressor da norma.
,
Mas, com relação ao lucro cessante, o
mesmo já não se dá”. E a
.
Quanto mais envelhece uma lei, maior serão
desafio do intérprete. Com isso, o intérprete
p.90 passa a tirar conclusões de dispositivos
legais, às vezes não imaginadas pelo
legislador. O
Código é consequência de racionalismo
dedutivo e não se adapta a sistemas que
p.91 têm como direito uma amálgama de religião
e costumes, como já estudamos
Constitucionalidade COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São : Saraiva, 2013.
Vale mencionar ainda que todo e qualquer
dano, para ser considerado indenizável,
deverá
p.56
conjugar os seguintes requisitos:
a) compensatórios;
b) moratórios.
poupador.
Foi a Constituição norte-americana a
primeira a ostentar declarações de direitos
fundamentais, por meio das emendas feitas,
a partir de 1791, com o objetivo de
p.56 promover sua vigência, por meio da adesão
mínima de nove dos treze Estados que a
haviam proclamado, alguns anos antes, na
Convenção de Filadélfia
Constitucionalismo é um movimento de
largo espectro que orientou juridicamente
não só a luta da burguesia contra o
p.57 absolutismo da burguesia contra o
absolutismo feudal, na Europa, como
também a emancipação das colônias
europeias na América como nações
independentes.
Desde o século XX, as Constituições
contemplam normas não só sobre a
p.57 organização do poder político do Estado,
mas também sobre os direitos e garantias
fundamentais e a disciplina da ordem
econômica e social.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Pessoa natural civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
O Direito regula e ordena a sociedade. Não
existe sociedade sem Direito, não existe
p.127 Direito sem sociedade.
A sociedade é composta de pessoas. São
essas pessoas que a constituem. Os animais
e as coisas podem ser objeto de Direito, mas
p.127 nunca serão sujeitos de Direito, atributo
exclusivo da pessoa
O estudo do Direito deve começar pelo
conhecimento e compreensão das pessoas,
p.127 os sujeitos de direito, porque são elas que se
relacionam dentro da sociedade.
[...] um homem só em uma ilha deserta não
está subordinado, como regra geral, a uma
ordem jurídica. No momento em que
p.127 aparece um segundo homem nessa ilha,
passam a existir relações jurídicas, direitos e
obrigações que os atam, que serão os
sujeitos da relação jurídica
[...] em qualquer instituto jurídico que se
estude, em qualquer situação jurídica, deve-
se partir de um ponto fundamental,
questionando-se: qual é a relação jurídica
p.127 existente? Quem faz parte dessa relação
jurídica? Quais são os sujeitos de direito
dessa relação? O ser humano é a destinação
de todas as coisas no campo
do Direito.
[...] o termo pessoa passou a representar o
próprio sujeito de direito nas relações
jurídicas, como se todos nós fôssemos atores
p.128 a representar um papel dentro da sociedade.
O fato é que em nosso conhecimento vulgar
designamos pessoa a todo ser humano. No
sentido jurídico, pessoa é o ente suscetível
de direitos e obrigações.
No direito moderno, consideram-se pessoas
tanto o homem, isoladamente, como as
entidades personificadas, isto é, certos
p.128 grupos sociais que se denominam pessoas
jurídicas; os romanos levaram muito tempo
para conceber tais pessoas como entidades
diversas de seus componentes, isto é, as
pessoas humanas que no campo jurídico
hoje denominamos pessoas físicas ou
pessoas naturais.
Os romanos não possuíam termo específico
para designar os sujeitos de direito, pois
persona é usado nos textos com a
p.128 significação de ser humano em geral,
aplicando-se também aos escravos que não
eram sujeitos da relação jurídica; eram
considerados coisas (res).
Portanto, a personalidade, conjunto de
atributos jurídicos ou aptidões, no Direito
Romano e em todas as civilizações antigas,
p.128 não era atributo de todo ser humano. A
personalidade era considerada privilégio que
exigia certas condições.
No vigente Código: ''Toda pessoa é capaz de
direitos e deveres na ordem civil." Anterior
redação do Projeto do Código Civil de 2002,
levando em consideração a absoluta
p.128 igualdade de direitos das pessoas na
Constituição atual, substituiu a palavra
homem por ser humano (art. 1 º). Essa
alteração era meramente cosmética, pois
sempre se entendeu que a referência a
Homem, genericamente, diz respeito a toda
a humanidade.
Basta para tanto que o homem tenha
nascido com vida (art. 2Q) para que se lhe
atribua personalidade, passando a ser
p.128 sujeito de direito. Mesmo o nascituro, isto é,
aquele concebido, mas ainda não nascido,
apesar de ainda não ter personalidade,
como veremos, já terá, em nosso direito
positivo, resguardados seus direitos.
Sabe-se que no Direito Romano os textos
aludem à forma humana. Quem não tivesse
forma humana não era considerado ser
humano; mas os antigos romanos não
descreviam o que era forma humana.
p.128 Acreditavam na possibilidade de alguém
nascer de mulher com alguma característica
de animal e não consideravam humanos os
que nascessem com deformações
congênitas, tais como a acefalia (ausência de
cabeça), ausência de membros. No entanto,
os romanos já protegiam os direitos do
nascituro.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Personalidade jurídica civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
Personalidade jurídica, pois, deve ser
entendida como a aptidão para adquirir
p.128 direitos e contrair obrigações.
A capacidade jurídica dá a extensão da
personalidade, pois, à medida que nos
aprofundarmos nos conceitos, veremos que
p.128-129 pode haver capacidade relativa a certos atos
da vida civil, enquanto a personalidade é
terminologia genérica
[...] distingue-se a capacidade de direito ou
jurídica, aquela que gera a aptidão para
p.129 exercer direitos e contrair obrigações da
capacidade de fato, que é a aptidão
"pessoal" para praticar atos com efeitos
jurídicos.
O homem maior de 18 anos entre nós, na
plenitude de sua capacidade mental, tem
ambas as capacidades, a de direito e a de
fato, pode ser sujeito de direito, podendo
praticar pessoalmente atos da vida civil; já o
p.129 alienado mental, interdito por decisão
judicial, não deixa de ter personalidade,
como ser humano que é, possuindo
capacidade jurídica, podendo figurar como
sujeito de direito, porém necessita de que
alguém, por ele, exercite a capacidade de
fato que não possui, por lhe faltar o devido
discernimento.
Capacidadededireitoedefato COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Toda pessoa natural ostenta o atributo da
personalidade. Está, assim, autorizada a
p.175 praticar qualquer ato jurídico que deseja,
salvo se houver proibição expressa
Nem toda, porém, ostenta o atributo da
capacidade. De algumas o direito suprime a
p.175 possibilidade de disporem e administrarem
seus bens e interesses diretamente.
As pessoas físicas, por outras palavras,
dividem-se em capazes e incapazes. As
p.175 capazes podem praticar os atos e negócios
jurídicos sem o auxílio ou a intervenção de
outra pessoa.
Já as incapazes não podem praticar atos e
negócios jurídicos a não ser com o auxílio ou
p.175 a intervenção de mais alguém. A tecnologia
civilista sempre distinguiu esses dois
atributos da pessoa física, embora
empregando designações variadas para
identificá-los.
Paolo Gallo (2000:95/100) fala da
capacidade jurídica (“capacidade de ser
p.175 titular de direitos e deveres”) em
contraposição à capacidade de agir
(“capacidade de dispor, de assumir
obrigações etc.”).
Arnoldo Wald (2002:137) e Silvio Rodrigues
(2002:39), entre outros, separam a
capacidade de direito ou de gozo (“ter
direitos subjetivos e contrair obrigações”) da
p.175-176 capacidade de fato ou de exercício (poder
“praticar pessoalmente os atos da vida civil,
sem necessidade de assistência ou de
representação”), adotando nomenclatura
que parece ser a predominante na doutrina
brasileira
Orlando Gomes (1957:165/166), por sua vez,
ressalta que a capacidade de direito tema
p.176 mesma significação de personalidade. É
certo que se deve evitar que variações nas
designações de institutos jurídicos turvem a
sua compreensão.
Para os que consideram sinônimos sujeito de
direito e pessoa, a personalidade jurídica
p.176
(também chamada capacidade de direito) é
a aptidão genérica para titularizar direitos e
deveres.
Para os que, como eu, distinguem sujeito de
direito de pessoa e consideram como
p.176 categoria conceitual própria os sujeitos
despersonificados, a aptidão para titularizar
direitos e deveres é atributo de todos os
sujeitos, personificados ou não.
Direitosdapersonalidade COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
A partir do fim do século XIX, em especial da
contribuição do civilista alemão Otto von
Gierke, determinados direitos passaram a
p.199 ser catalogados como direitos da
personalidade (Gallo, 2000:110).
1957:148/153
É corriqueiro deparar-se, em estudos sobre
o tema, com paralelos entre esses direitos (à
vida, ao nome, à imagem, sobre o corpo e
suas partes e outros) e os fundamentais do
p.199-200 ser humano, declarados em momentos
históricos expressivos, como a declaração de
independência norte-americana (1776), a
declaração dos direitos do homem na
Revolução Francesa (1789) ou a Carta de São
Francisco (1948).