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VENOSA, Sílvio de Salvo.

Curso de direito
Common LAW civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
“a obrigação — entendida como a relação
p.1 jurídica patrimonial que vincula o credor ao
devedor — é um liame economicamente
funcional, por meio do qual se efetiva a
circulação de bens e direitos no comércio
jurídico..”
p.1 “a relação obrigacional obedece a um ciclo
que se encerra com a sua extinção, que se
dá, geralmente, por meio do pagamento.”
p.1 “Entretanto, pode ocorrer que a obrigação
não seja cumprida, em razão de atuação
culposa ou de fato não imputável ao
devedor.”
“Se o descumprimento decorreu de desídia,
negligência ou, mais gravemente, por dolo
do devedor, estaremos diante de uma
p.1 situação de inadimplemento culposo no
cumprimento da obrigação, que determinará
o consequente dever de indenizar a parte
prejudicada”
“Por outro lado, se a inexecução
obrigacional derivou de fato não imputável
ao devedor, enquadrável na categoria de
p.1 caso fortuito ou força maior, configurar-se-á
o inadimplemento fortuito da obrigação,
sem consequências indenizatórias para
qualquer das partes”
“Em algumas situações, todavia, a própria lei
admite que a ocorrência de evento fortuito
p.1 não exclui a obrigação de indenizar. Uma
delas, analisada logo abaixo, ocorre quando
a própria parte assume a responsabilidade
de responder pelos prejuízos, mesmo tendo
havido caso fortuito ou força maior (art. 393
do CC-02 e art. 1.058 do CC-16).
“Também em caso de mora poderá o
devedor responsabilizar-se nos mesmos
p.1 termos (art. 399 do CC-02 e art. 957 do CC-
16), se retardar, por sua culpa, o
cumprimento da obrigação.”
p.1 “o inadimplemento não se opera com os
mesmos matizes sempre, variando de
acordo com a natureza da prestação
descumprida.”
“Finalmente, quanto às obrigações
negativas, a própria lei dispõe que “o
p.1
devedor é havido por inadimplente desde o
dia em que executou o ato de que se devia
abster” (art. 390 do CC-02 e art. 961 do CC-
16). É o caso do sujeito que, obrigando-se a
não levantar o muro, realiza a construção,
tornando-se inadimplente a partir da
dataem que realizou a obra.”
Civil law (sistema romano VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
germânico): 2013.
“O inadimplemento tratado pela norma do
art. 389 é o denominado absoluto, ou seja,
aquele queimpossibilita o credor de receber
a prestação devida (ex.: a destruição do
p.2 cereal que seria entreguepelo devedor), seja
de maneira total, seja parcialmente (quando
há pluralidade de objetos e apenasparte
deles se inviabiliza), convertendo-se a
obrigação, na falta de tutela jurídica
específica, emobrigação de indenizar”

“Tal não se confunde com o inadimplemento


relativo, uma vez que, nessa hipótese, a
prestaçãoainda possível de ser realizada, não
foi cumprida no tempo, lugar e forma
p.2 convencionados, havendo,por outro lado, o
interesse do credor de que seja adimplida,
sem prejuízo de exigir uma
compensaçãopelo atraso causado.”

“Ora, quando um sujeito, guiando


imprudentemente o seu veículo, choca-se
contra um muro,causando danos ao
proprietário desse imóvel, fica claro que
p.2 também descumpriu uma obrigaçãoanterior,
embora de natureza eminentemente legal
(“não causar dano a outrem”).”

Direito público e direito privado COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São : Saraiva, 2013.
Quem infringe dever jurídico lato sensu fica
obrigado a reparar o dano causado. Esse
deverpassível de violação pode ter, assim,
como fonte, tanto uma obrigação imposta
por um dever geral dodireito ou pela própria
p.3 lei quanto por um negócio jurídico
preexistente. O primeiro caso caracteriza
aresponsabilidade civil aquiliana, enquanto o
segundo, a responsabilidade civil contratual
Três elementos diferenciadores podem ser
destacados, a saber, a necessária
p.3
preexistência deuma relação jurídica entre
lesionado e lesionante; o ônus da prova
quanto à culpa; e a diferença quanto à
capacidade

“Com efeito, para caracterizar a


responsabilidade civil contratual, faz-se
mister que a vítima e o autor do dano já
tenham se aproximado anteriormente e se
vinculado para o cumprimento de uma ou
p.3 mais prestações, sendo a culpa contratual a
violação de um dever de adimplir, que
constitui justamente o objeto do negócio
jurídico, ao passo que, na culpa aquiliana,
viola-se um dever necessariamente
negativo, ou seja, a obrigação de não causar
dano a ninguém.”

“Justamente por tal circunstância é que, na


responsabilidade civil aquiliana, a culpa deve
ser sempre provada pela vítima, enquanto,
na responsabilidade contratual, ela é, de
regra, presumida, invertendo-se o ônus da
p.3 prova, cabendo à vítima comprovar, apenas,
que a obrigação não foi cumprida, restando
ao devedor o onus probandi, por exemplo,
de que não agiu com culpa ou que ocorreu
alguma hipótese excludente do elo de
causalidade.”

3. INADIMPLEMENTO FORTUITO DA
OBRIGAÇÃO

“O descumprimento da obrigação também


pode decorrer de fato não imputável ao
p.4
devedor. Diz-se, nesse caso, ter havido
inadimplemento fortuito da obrigação, ou
seja, não resultante de atuação dolosa ou
culposa do devedor, que, por isso, não
estará obrigado a indenizar.

“Fatos da natureza ou atos de terceiro


poderão prejudicar o pagamento, sem a
participação do devedor, que estaria diante
p.4 de um caso fortuito ou de força maior.
Imagine que o sujeito se obrigou a prestar
um serviço, e, no dia convencionado, é
vítima de um sequestro. Não poderá, em tal
hipótese, em virtude de evento não
imputável à sua vontade, cumprir a
obrigação avençada.”

“[...]entendemos que a característica básica


da força maior é a sua inevitabilidade,
mesmo sendo a sua causa conhecida (um
terremoto ou uma erupção vulcânica, por
exemplo); ao passo que o caso fortuito, por
pp.4-5 sua vez, tem a sua nota distintiva na sua
imprevisibilidade, segundo os parâmetros do
homem médio. Nesta última hipótese,
portanto, a ocorrência repentina e até então
desconhecida do evento atinge a parte
incauta, impossibilitando o cumprimento de
uma obrigação (um atropelamento, um
roubo).”

“O inadimplemento relativo, por sua vez,


ocorre quando a prestação, ainda passível
de ser realizada, não foi cumprida no tempo,
p.7 lugar e forma convencionados,
remanescendo o interesse do credor de que
seja adimplida, sem prejuízo de exigir uma
compensação pelo atraso causado.”

“Este retardamento culposo no


cumprimento de uma obrigação ainda
realizável caracteriza a mora, que tanto
p.7 poderá ser do credor (mora accipiendi ou
credendi), como também, com mais
frequência, do devedor (mora solvendi ou
debendi).“

MORA DO DEVEDOR (“SOLVENDI” OU


“DEBENDI”)

“Sem dúvida, esta é a mais freqüente


espécie de mora. Ocorre quando o devedor
retarda culposamente o cumprimento da
p.8 obrigação. Na hipótese mais comum, o
sujeito se obriga a pagar a quantia de R$
100,00, no dia 15, e, chegado o vencimento,
simplesmente não paga.”

“Posto isso, com base no ensinamento de


CLÓVIS BEVILÁQUA, podemos apontar os
pp.8-9
seguintes requisitos da mora do devedor:

a)a existência de dívida líquida e certa —


b)o vencimento (exigibilidade) da dívida
c) a culpa do devedor”
MORA DO CREDOR (“ACCIPIENDI” OU
“CREDENDI”)

“Embora menos comum do que a mora do


devedor, nada impede que o próprio sujeito
p.10
ativo da relação obrigacional, recusando-se a
receber a prestação no tempo, lugar e forma
convencionados, incorra em mora.”

PURGAÇÃO E CESSAÇÃO DA MORA

“A purgação ou emenda da mora consiste no


ato jurídico por meio do qual a parte
neutraliza os efeitos do seu retardamento,
p.12 ofertando a prestação devida (mora
solvendi) ou aceitando-a no tempo, lugar e
forma estabelecidos pela lei ou pelo título da
obrigação (mora accipiendi).”

“Por parte do devedor, a purgação da mora


efetiva-se com a sua oferta real, devendo
abranger a prestação mais a importância dos
p.12 prejuízos decorrentes do atraso (juros de
mora, cláusula penal, despesas realizadas
para a cobrança da dívida etc. Tratando-se
de prestação pecuniária deverá ser corrigida
monetariamente, caso seja necessário (art.
401, I, do CC-02 e art. 959, I, do CC-16)”

“.Por parte do credor, a emenda se dá


oferecendo-se este a receber o pagamento,
e sujeitando-se aos efeitos da mora até a
p.12 mesma data. Esses efeitos foram vistos
acima, ao analisarmos o art. 400 do CC-02
(art. 958 do CC-16). Não esqueça que o
credor deverá indenizar o devedor por todos
os prejuízos que este experimentou por
força de seu atraso (art. 401, II, do CC-02 e
art. 959, II, do CC-16).”

CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO
CULPOSO DA OBRIGAÇÃO

[...] ÁLVARO VILLAÇA AZEVEDO pontifica que


“a expressão perdas e danos, que não se
p.16
apresenta com a felicidade de exprimir o seu
exato conceito, nada mais significa do que os
prejuízos, os danos, causados ante o
descumprimento obrigacional”
o direito do trabalho, por fim, trata das
relações empregatícias. Outros
p.26 desdobramentos do direito privado são o
autoral, securitário, bancário, agrário etc.
Em razão do critério subjetivo de
classificação fundamental do direito, pode-
p.26 se afirmar que o Estado e as autarquias são
pessoas de direito público, enquanto as
demais (“físicas” ou “jurídicas”) são de
direito privado.
O regime de direito privado funda-se na
igualdade entre as pessoas; ou seja, se os
sujeitos privados são iguais do ponto de vista
econômico, terão as mesmas prerrogativas e
p.28 restrições jurídicas; e, se diferentes, o mais
fraco receberá prerrogativas jurídicas que
neutralizem sua debilidade econômica (e o
torne, por assim dizer, “igual” ao mais forte).
Já o regime de direito público alicerça-se na
desigualdade: ao Estado e suas autarquias
(pessoas de direito público) são concedidas
p.28 consideráveis prerrogativas jurídicas,
negadas às pessoas de direito privado,
porque lhes cabe zelar por interesses mais
importa
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Codificação e descodificação civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
Após transformar os costumes em leis, o
legislador parte para ambição mais elevada:
p.89 reunir em texto único e conexo todo o
direito em vigor. Trata-se da criação de um
código.
As codificações, portanto, só surgem quando
o Direito de um povo se encontra
devidamente amadurecido. Poucos foram os
p.89 chefes de governo que lograram viver essas
épocas e puderam ver a tarefa da
codificação concluída.
O Direito é um contínuo e permanente
acumular de experiências. Código algum
p.89 pode surgir do nada
Há necessidade de um profundo substrato
estrutural para uma codificação, de um
conjunto de leis anterior, de maturidade
p.89 para a tarefa, bem como de técnicos capazes
de captar as necessidades jurídicas de seu
tempo.
Toda lei já nasce sob certos aspectos
defasada. Isso porque o legislador tem como
laboratório a História, seu próprio passado.
p.90 Programa leis para os fatos sociais que o
cercam, e é cada vez mais difícil prever
condutas.
[...] a grandeza de uma codificação reside,
entre outros aspectos, justamente no fato
de poder adaptar-se, pelo labor diuturno dos
p.90 juízes e doutrinadores, aos fatos que estão
no porvir.
Aí está o caráter de permanência de um
código, que contribuirá para a aplicação
ordenada do Direito, em busca da paz e da
p.90 adequação social, fins últimos da Ciência do
Direito.
Uma codificação, por outro lado, é custosa e
trabalhosa. Por sua própria essência, deve
ser meticulosa e, em virtude disso,
p.90 geralmente é demorada. Isso, porém, não
deve ser motivo de crítica. E natural que
assim seja.
A experiência está a demonstrar a todo
momento, mormente em nosso país e na
época em que vivemos, que leis açodadas,
da mais simples à mais complexa, trazem
p.90 resultados desastrosos e dificultam suas
respectivas aplicações pelos tribunais e, com
isso, perdem a finalidade de atribuir certeza
a condutas jurídicas que pretendem reger.
CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO
CULPOSO DA

p.90 OBRIGAÇÃO

Com muita propriedade, ÁLVARO VILLAÇA


AZEVEDO pontifica que “a expressão perdas
e

danos, que não se apresenta com a


felicidade de exprimir o seu exato conceito,
nada mais significa

do que os prejuízos, os danos, causados ante


o descumprimento obrigacional”

De fato, aprendemos que a obrigação, vista


sob um prisma dinâmico, encontra o seu
termo no

pagamento, com a consequente satisfação


do credor.
Nada impede, outrossim, possa quedar-se
descumprida.

Se o descumprimento derivar de atuação


culposa do devedor, causadora de prejuízo
material ou

moral, será obrigado a compensar civilmente


o credor, indenizando-o.

Pagar “perdas e danos”, afinal de contas,


significa isso: indenizar aquele que
experimentou um

prejuízo, uma lesão em seu patrimônio


material ou moral, por força do
comportamento ilícito do

transgressor da norma.

Veremos futuramente que, no camp


(...)a lei deve ser uma obra rara, pomposa e
solene, pois perderia todo seu prestígio se se
modificasse constantemente. A lentidão na
p.90 elaboração toma-se necessária.
Nós já sabemos que essa expressão traduz o
prejuízo ou dano material ou moral, causado
por

p.90 uma parte à outra, em razão do


descumprimento da obrigação.
Em outras palavras, as perdas e danos
devidas ao credor deverão compreender o
dano emergente
p.90
(o que efetivamente perdeu) e o lucro
cessante (o que razoavelmente deixou de
lucrar).

Com referência ao dano emergente, o culto


AGOSTINHO ALVIM pondera ser “possível

estabelecer, com precisão, o desfalque do


nosso patrimônio, sem que as indagações se
perturbem por

penetrar no terreno hipotético.

,
Mas, com relação ao lucro cessante, o
mesmo já não se dá”. E a

respeito do lucro cessante, assevera

“Finalmente, e com o intuito de assinalar,


com a possível precisão, o significado do
termo

razoavelmente, empregado no art. 1.059 do


Código, diremos que ele não significa que se
pagará

aquilo que for razoável (ideia quantitativa) e


sim que se pagará se se puder,
razoavelmente,

admitir que houve lucro cessante (ideia que


se prende à existência mesma de prejuízo).
contém uma restrição, que serve para
nortear o juiz acerca da prova do prejuízo
em sua existência,

e não em sua quantidade. Mesmo porque,


admitida a existência do prejuízo (lucro
cessante), a

indenização não se pautará pelo razoável, e


sim pelo provado”

.
Quanto mais envelhece uma lei, maior serão
desafio do intérprete. Com isso, o intérprete
p.90 passa a tirar conclusões de dispositivos
legais, às vezes não imaginadas pelo
legislador. O
Código é consequência de racionalismo
dedutivo e não se adapta a sistemas que
p.91 têm como direito uma amálgama de religião
e costumes, como já estudamos
Constitucionalidade COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São : Saraiva, 2013.
Vale mencionar ainda que todo e qualquer
dano, para ser considerado indenizável,
deverá
p.56
conjugar os seguintes requisitos:

a) efetividade ou certeza — uma vez que a


lesão ao bem jurídico, material ou moral,
não poderá

ser, simplesmente, hipotética. O dano


poderá ter até repercussões futuras, a
exemplo do sujeito que

perdeu um braço em virtude de acidente,


mas nunca poderá ser incerto ou abstrato;

b) subsistência — no sentido de que se já foi


reparado, não há o que indenizar;

c) lesão a um interesse juridicamente


tutelado, de natureza material ou moral —
obviamente que o

dano deverá caracterizar violação a um


interesse tutelado por uma norma jurídica,
quer seja material

(um automóvel, uma casa), quer seja moral


(a honra, a imagem).
JUROS JUROS
3.1. Conceito e espécies
A doutrina não diverge muito
quanto à conceituação dos juros.
ARNOLDO WALD, especialista em
Direito Bancário, define os juros
como “o rendimento do
capital, preço do seu uso, preço
locativo ou aluguel do dinheiro,
prêmio pelo risco corrido
decorrente do empréstimo,
cabendo aos economistas o estudo
de sua incidência, da taxa normal
em
determinada situação e de suas
repercussões na vida do país”
18
.
Trata-se, pois, sob o prisma
eminentemente jurídico, de um
fruto civil correspondente à
remuneração devida ao credor em
virtude da utilização do seu capital
Em linhas gerais, os juros fixados, legais
(determinados por lei) ou convencionais
(fixados pelas
p.56
próprias partes), subdividem-se em:

a) compensatórios;

b) moratórios.

Os primeiros objetivam remunerar o credor


pelo simples fato de haver desfalcado o seu

patrimônio, concedendo o numerário


solicitado pelo devedor. Os segundos, por
sua vez, traduzem

uma indenização devida ao credor por força


do retardamento culposo no cumprimento
da obrigação.
Por esse largo conceito de Constituição, até
mesmo os Estados governado por
p.56 monarquias absolutistas, no século XVII,
podem ser considerados
Numa perspectiva histórica, a Constituição
surge, no século XVIII, como o instrumento
de equilíbrio de poderes conflitantes.
p.56 Naquele tempo, a burguesia estava
consolidando o seu processo de afirmação,
enquanto classe social com interesses
próprios e condições de fazê-los prevalecer,
em diversas partes da Europa.
Entrava em choque, naturalmente, com as
classes dominantes do arcaico mundo feudal
e, por vezes, com o poder real. Com as
p.56 Constituições, nesse período, procuravam-se
limitar os poderes do Rei e assegurar alguns
para representantes dos segmentos
organizados da sociedade
o Supremo Tribunal

Federal, ao editar a Súmula 596, firmou


p.56 entendimento no sentido de que “as
disposições do Decreto-

Lei n. 22.626 não se aplicam às taxas de


juros e aos outros encargos cobrados nas
operações

realizadas por instituições públicas ou


privadas, que integram o Sistema Financeiro
Nacional”.

Em nosso entendimento, sob o argumento


de que a atividade financeira é
essencialmente

instável, e que a imobilização da taxa de


juros prejudicaria o desenvolvimento do
País, inúmeros

abusos são cometidos, em detrimento


sempre da parte mais fraca, o correntista, o
depositante, o

poupador.
Foi a Constituição norte-americana a
primeira a ostentar declarações de direitos
fundamentais, por meio das emendas feitas,
a partir de 1791, com o objetivo de
p.56 promover sua vigência, por meio da adesão
mínima de nove dos treze Estados que a
haviam proclamado, alguns anos antes, na
Convenção de Filadélfia
Constitucionalismo é um movimento de
largo espectro que orientou juridicamente
não só a luta da burguesia contra o
p.57 absolutismo da burguesia contra o
absolutismo feudal, na Europa, como
também a emancipação das colônias
europeias na América como nações
independentes.
Desde o século XX, as Constituições
contemplam normas não só sobre a
p.57 organização do poder político do Estado,
mas também sobre os direitos e garantias
fundamentais e a disciplina da ordem
econômica e social.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Pessoa natural civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
O Direito regula e ordena a sociedade. Não
existe sociedade sem Direito, não existe
p.127 Direito sem sociedade.
A sociedade é composta de pessoas. São
essas pessoas que a constituem. Os animais
e as coisas podem ser objeto de Direito, mas
p.127 nunca serão sujeitos de Direito, atributo
exclusivo da pessoa
O estudo do Direito deve começar pelo
conhecimento e compreensão das pessoas,
p.127 os sujeitos de direito, porque são elas que se
relacionam dentro da sociedade.
[...] um homem só em uma ilha deserta não
está subordinado, como regra geral, a uma
ordem jurídica. No momento em que
p.127 aparece um segundo homem nessa ilha,
passam a existir relações jurídicas, direitos e
obrigações que os atam, que serão os
sujeitos da relação jurídica
[...] em qualquer instituto jurídico que se
estude, em qualquer situação jurídica, deve-
se partir de um ponto fundamental,
questionando-se: qual é a relação jurídica
p.127 existente? Quem faz parte dessa relação
jurídica? Quais são os sujeitos de direito
dessa relação? O ser humano é a destinação
de todas as coisas no campo
do Direito.
[...] o termo pessoa passou a representar o
próprio sujeito de direito nas relações
jurídicas, como se todos nós fôssemos atores
p.128 a representar um papel dentro da sociedade.
O fato é que em nosso conhecimento vulgar
designamos pessoa a todo ser humano. No
sentido jurídico, pessoa é o ente suscetível
de direitos e obrigações.
No direito moderno, consideram-se pessoas
tanto o homem, isoladamente, como as
entidades personificadas, isto é, certos
p.128 grupos sociais que se denominam pessoas
jurídicas; os romanos levaram muito tempo
para conceber tais pessoas como entidades
diversas de seus componentes, isto é, as
pessoas humanas que no campo jurídico
hoje denominamos pessoas físicas ou
pessoas naturais.
Os romanos não possuíam termo específico
para designar os sujeitos de direito, pois
persona é usado nos textos com a
p.128 significação de ser humano em geral,
aplicando-se também aos escravos que não
eram sujeitos da relação jurídica; eram
considerados coisas (res).
Portanto, a personalidade, conjunto de
atributos jurídicos ou aptidões, no Direito
Romano e em todas as civilizações antigas,
p.128 não era atributo de todo ser humano. A
personalidade era considerada privilégio que
exigia certas condições.
No vigente Código: ''Toda pessoa é capaz de
direitos e deveres na ordem civil." Anterior
redação do Projeto do Código Civil de 2002,
levando em consideração a absoluta
p.128 igualdade de direitos das pessoas na
Constituição atual, substituiu a palavra
homem por ser humano (art. 1 º). Essa
alteração era meramente cosmética, pois
sempre se entendeu que a referência a
Homem, genericamente, diz respeito a toda
a humanidade.
Basta para tanto que o homem tenha
nascido com vida (art. 2Q) para que se lhe
atribua personalidade, passando a ser
p.128 sujeito de direito. Mesmo o nascituro, isto é,
aquele concebido, mas ainda não nascido,
apesar de ainda não ter personalidade,
como veremos, já terá, em nosso direito
positivo, resguardados seus direitos.
Sabe-se que no Direito Romano os textos
aludem à forma humana. Quem não tivesse
forma humana não era considerado ser
humano; mas os antigos romanos não
descreviam o que era forma humana.
p.128 Acreditavam na possibilidade de alguém
nascer de mulher com alguma característica
de animal e não consideravam humanos os
que nascessem com deformações
congênitas, tais como a acefalia (ausência de
cabeça), ausência de membros. No entanto,
os romanos já protegiam os direitos do
nascituro.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Personalidade jurídica civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
Personalidade jurídica, pois, deve ser
entendida como a aptidão para adquirir
p.128 direitos e contrair obrigações.
A capacidade jurídica dá a extensão da
personalidade, pois, à medida que nos
aprofundarmos nos conceitos, veremos que
p.128-129 pode haver capacidade relativa a certos atos
da vida civil, enquanto a personalidade é
terminologia genérica
[...] distingue-se a capacidade de direito ou
jurídica, aquela que gera a aptidão para
p.129 exercer direitos e contrair obrigações da
capacidade de fato, que é a aptidão
"pessoal" para praticar atos com efeitos
jurídicos.
O homem maior de 18 anos entre nós, na
plenitude de sua capacidade mental, tem
ambas as capacidades, a de direito e a de
fato, pode ser sujeito de direito, podendo
praticar pessoalmente atos da vida civil; já o
p.129 alienado mental, interdito por decisão
judicial, não deixa de ter personalidade,
como ser humano que é, possuindo
capacidade jurídica, podendo figurar como
sujeito de direito, porém necessita de que
alguém, por ele, exercite a capacidade de
fato que não possui, por lhe faltar o devido
discernimento.
Capacidadededireitoedefato COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Toda pessoa natural ostenta o atributo da
personalidade. Está, assim, autorizada a
p.175 praticar qualquer ato jurídico que deseja,
salvo se houver proibição expressa
Nem toda, porém, ostenta o atributo da
capacidade. De algumas o direito suprime a
p.175 possibilidade de disporem e administrarem
seus bens e interesses diretamente.
As pessoas físicas, por outras palavras,
dividem-se em capazes e incapazes. As
p.175 capazes podem praticar os atos e negócios
jurídicos sem o auxílio ou a intervenção de
outra pessoa.
Já as incapazes não podem praticar atos e
negócios jurídicos a não ser com o auxílio ou
p.175 a intervenção de mais alguém. A tecnologia
civilista sempre distinguiu esses dois
atributos da pessoa física, embora
empregando designações variadas para
identificá-los.
Paolo Gallo (2000:95/100) fala da
capacidade jurídica (“capacidade de ser
p.175 titular de direitos e deveres”) em
contraposição à capacidade de agir
(“capacidade de dispor, de assumir
obrigações etc.”).
Arnoldo Wald (2002:137) e Silvio Rodrigues
(2002:39), entre outros, separam a
capacidade de direito ou de gozo (“ter
direitos subjetivos e contrair obrigações”) da
p.175-176 capacidade de fato ou de exercício (poder
“praticar pessoalmente os atos da vida civil,
sem necessidade de assistência ou de
representação”), adotando nomenclatura
que parece ser a predominante na doutrina
brasileira
Orlando Gomes (1957:165/166), por sua vez,
ressalta que a capacidade de direito tema
p.176 mesma significação de personalidade. É
certo que se deve evitar que variações nas
designações de institutos jurídicos turvem a
sua compreensão.
Para os que consideram sinônimos sujeito de
direito e pessoa, a personalidade jurídica
p.176
(também chamada capacidade de direito) é
a aptidão genérica para titularizar direitos e
deveres.
Para os que, como eu, distinguem sujeito de
direito de pessoa e consideram como
p.176 categoria conceitual própria os sujeitos
despersonificados, a aptidão para titularizar
direitos e deveres é atributo de todos os
sujeitos, personificados ou não.
Direitosdapersonalidade COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil.
Vol I. 6ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
A partir do fim do século XIX, em especial da
contribuição do civilista alemão Otto von
Gierke, determinados direitos passaram a
p.199 ser catalogados como direitos da
personalidade (Gallo, 2000:110).
1957:148/153
É corriqueiro deparar-se, em estudos sobre
o tema, com paralelos entre esses direitos (à
vida, ao nome, à imagem, sobre o corpo e
suas partes e outros) e os fundamentais do
p.199-200 ser humano, declarados em momentos
históricos expressivos, como a declaração de
independência norte-americana (1776), a
declaração dos direitos do homem na
Revolução Francesa (1789) ou a Carta de São
Francisco (1948).

Esses paralelos pincelam de coloração


publicista os direitos do homem e de
privatista, os da personalidade (Juglart-
p.200 Pièdelièvre- Pièdelièvre, 1999:94/95). São,
assim, direitos basilares das relações civis,
derivados da própria dignidade ínsita ao ser
humano.
Os direitos da personalidade são tão
intimamente ligados à pessoa que os
titulariza que se chegou mesmo a propor
p.200 que, neles, sujeito e objeto se fundiriam (ver
Gomes,
[...] os direitos da personalidade não são
destacáveis, já que todos os homens e
p.200 mulheres sempre os titularizam
Os direitos da personalidade são essenciais
às pessoas naturais, porque não há quem
p.200 não os titularize: direito ao nome, à imagem,
ao corpo e suas partes, à honra etc.
Nomecivil VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
O nome atribuído à pessoa é um dos
principais direitos incluídos na categoria de
direitos personalíssimos ou da
p.196 personalidade. A importância do nome para
a pessoa natural situa-se no mesmo plano
de seu estado, de sua capacidade civil e dos
demais direitos inerentes à personalidade.
Ao nascermos, ganhamos um nome que não
tivemos a oportunidade de escolher.
Conservaremos esse nome, em princípio por
p.196 toda a vida, como marca distintiva na
sociedade, como algo que nos rotula no
meio em que vivemos, até a morte.
Após a morte, o nome da pessoa continua a
ser lembrado e a ter influência, mormente
se essa pessoa desempenhou atividade de
p.196 vulto em vida. Ainda que assim não tenha
ocorrido, o nome da pessoa falecida
permanece na lembrança daqueles
que lhe foram caros.
O nome é, portanto, uma forma de
individualização do ser humano na
sociedade, mesmo após a morte. Sua
p.196 utilidade é tão notória que há a exigência
para que sejam atribuídos nomes a firmas,
navios, aeronaves, ruas, praças, acidentes
geográficos, cidades etc.
O nome, afinal, é o substantivo que
distingue as coisas que nos cercam, e o
nome da pessoa a distingue das demais,
juntamente com outros, atributos da
p.196 personalidade, dentro da sociedade. E pelo
nome que a pessoa fica conhecida no seio da
família e da comunidade em que vive. Trata-
se da manifestação mais expressiva da
personalidade.
Como não é dado ao recém-nascido escolher
seu próprio nome, é enorme a
responsabilidade dos pais ao fazerem-no,
p.196 uma vez que, por vezes, do nome decorrerá
o sucesso ou o insucesso da pessoa, sem que
com isso se afirme que o nome seja
essencial para o bom ou mau conceito de
alguém
[...]o direito ao nome é um daqueles direitos
da personalidade ou personalíssimos. O art.
p.196 16 do atual Código estatui: ''Toda pessoa
tem direito ao nome, nele compreendidos o
prenome e o sobrenome." .
Alguns veem, no entanto, como forma de
direito de propriedade, mas a posição é
insustentável, porque o nome situa-se fora
p.199 de seu patrimônio (visto exclusivamente o
termo do ponto de vista econômico), e é
inalienável e imprescritível.
Outros veem no nome um direito sui
generis, como uma instituição de polícia
civil, justificada pela necessidade de
p.199 identificar os indivíduos (Colin,
Capitant,1934:370). Para outros, é sinal
distintivo da filiação; outros entendem o
nome como um sinal revelador da
personalidade, como é a posição de
Washington de Barros Monteiro (2005, v.
1:107).
Limongi França (1964:153),[...] acaba por
concluir que o nome é um "direito da
personalidade" e aduz que esse é um direito
p.199 dentro da categoria dos direitos "inatos",
pressuposto da personalidade. Serpa Lopes
(1962, v. 1:297) filia-se à mesma posição
dizendo que o nome "constitui um dos
direitos mais essenciais dos pertinentes à
personalidade".
Portanto, o nome é um atributo da
personalidade, é um direito que visa
p.199 proteger a própria identidade da pessoa,
com o atributo da não patrimonialidade.
Como direito da personalidade, o nome
guarda suas principais características:
indisponibilidade, inalienabilidade,
p.199 imprescritibilidade, intransmissibilidade,
irrenunciabilidade, entre outras. [...]é
atributo obrigatório de todo ser humano,[...]
em nosso meio, é, em princípio, imutável,
ressalvadas as exceções.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Estado de natureza civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
No Direito Romano eram três os status: o de
liberdade (libertatis), o de cidadania
(civitatis) e o familiar (familiae). [...] cada
pessoa se relaciona em um âmbito de
p.168 atividade dentro da sociedade, de
determinada maneira. Podemos conceituar
estado da pessoa como o conjunto de
atributos que ela detém e desempenha
dentro da sociedade. Todos nós temos nosso
próprio estado pessoal ou civil.
Levando em conta que, segundo a
constituição atual, o estado de liberdade só
pode ser perdido pela condenação à pena
privativa de liberdade,[...] pois hoje, ao
p.168-169 menos nas nações civilizadas, não há que se
falar em escravidão, importa fixar o estado
de cidadania e o estado familiar e seus
reflexos na conduta e direitos do indivíduo.
“Como ensina Orlando Gomes (1983: 180),
estado é uma qualificação "que encerra
elementos de individualização da
personalidade". A pessoa posiciona-se na
p. 169 sociedade de três formas: em relação a sua
posição na sociedade política, em relação a
sua posição na sociedade familiar e em
relação a sua condição física. Falamos,
assim, do estado político, estado familiar e
do estado individual.”
Os atributos da pessoa na sociedade,
colocada à margem a situação do condenado
p.169 ao cárcere, são irrenunciáveis, inalienáveis e
imprescritíveis.
O indivíduo não pode renunciar ao estado de
filho, por exemplo. Pode mudar de estado
por força da adoção, mas isso implica
p.169 inserir-se em outro estado de filiação. A
pessoa não pode pura e simplesmente abrir
mão do estado de filiação, como não
podemos abrir mão dos deveres do pátrio
poder.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Registro civil civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
A Lei dos Registros Públicos trata, portanto,
do registro civil das pessoas naturais e
jurídicas, do registro de títulos e
p.172 documentos e do registro de imóveis. Há
outros registros, como o registro de
comércio, por exemplo, que não são
tratados pela lei.
[...]no tempo do Império, atribuía-se à
religião o registro de casamento. Não existia
registro de nascimento para as pessoas
p.172-173 católicas, já que tal era suprido pelo assento
de batismo, no qual se declaravam os nomes
do pai e mãe legítimos.
Até hoje, as pessoas nascidas anteriormente
à secularização do Registro Civil fazem prova
de idade, mediante a apresentação do
p.173 batistério, que tem valor probatório. A
separação do registro civil da Igreja ocorreu
pelo Decreto nº 9.886, de 7-3-1888; a partir
daí várias leis regularam a matéria.
O art. 9º de nosso Código Civil estatui:
"Serão inscritos em registro público:
I - os nascimentos, casamentos, e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou
p.173 por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta
ou relativa;
IV - a sentença declaratória da ausência e de
morte presumida."
O registro civil da pessoa natural, além das
finalidades gerais dos registros públicos já
delineadas, apresenta a utilidade para o
p.174 próprio interessado em ter como provar sua
existência, seu estado civil, bem como um
interesse do Estado em saber quantos
somos e qual a situação jurídica em que
vivemos.
O registro civil também interessa a terceiros
que veem ali o estado de solteiro, casado,
separado etc. de quem contrata, para
p.174 acautelar possíveis direitos. No Registro Civil
encontram-se marcados os fatos mais
importantes da vida do indivíduo:
nascimento, casamento e suas alterações e
morte.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Extinção da pessoa natural civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
A existência da pessoa natural termina com
a morte (art. 6°). Como com a morte termina
a personalidade jurídica (mors omniasolvit, a
morte tudo resolve), é importante
estabelecer o momento da morte ou fazer
sua prova para que ocorram os efeitos
p.161 inerentes ao desaparecimento jurídico da
pessoa humana, como a dissolução do
vínculo matrimonial, o término das relações
de parentesco, a transmissão da herança
etc.
A regra geral é que se prova a morte pela
certidão extraída do assento de óbito. Em
sua falta, é preciso recorrer aos meios
p.161 indiretos, à prova indireta. Não devemos
confundir, entretanto, a prova indireta da
morte com a ausência, em que existe apenas
a certeza do desaparecimento, sem que
ocorra presunção de morte.
O art. 88 da Lei dos Registros Públicos (Lei nº
6.015/73) permite uma modalidade de
justificação judicial de morte, ''para assento
de óbito de pessoas desaparecidas em
p.161 naufrágio, inundação, incêndio, terremoto
ou qualquer outra catástrofe, quando estiver
provada a sua presença no local do desastre
e não for possível encontrar-se o cadáver
para exame".
Não temos também a denominada morte
civil, embora haja resquício dela, como, por
exemplo, no art. 157 do Código Comercial e
p.162 no art. 1.816 do atual Código Civil. Por esse
dispositivo do Código Civil, os excluídos da
herança por indignidade são considerados
como se mortos fossem: seus descendentes
herdam normalmente.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Curso de direito
Comoriência civil:Parte geral. 13ed. São Paulo: Atlas,
2013.
O art. 8Q do Código Civil reza que, "se dois
ou mais indivíduos falecerem na mesma
ocasião, não se podendo averiguar se algum
p.166 dos comorientes precedeu aos outros,
presumir-se-ão simultaneamente mortos".
[...]a pré-morte de um casal, por exemplo,
tem implicações no direito sucessório. Se
faleceu primeiro o marido, transmitiu a
herança à mulher; se ambos não tivessem
p.167 descendentes ou ascendentes e a mulher
falecesse depois, transmitiria a herança a
seus herdeiros colaterais. O oposto ocorreria
se se provasse que a mulher faleceu
primeiro.
A situação prática pode ocorrer em
catástrofes, acidentes ou mesmo em
situações de coincidência. Na dúvida sobre
p.167 quem tenha falecido anteriormente, o
Código presume o faLecimento conjunto
.

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