Você está na página 1de 57

2

SVOC ARQUITETURA E PERÍCIA.

AS VIDEOAULAS QUE ACOMPANHAM ESSA APOSTILA SÃO


GRATUITAS E ESTÃO DISPONÍVEIS NO MEU CANAL DO YOUTUBE
SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ, NA PLAYLIST CURSO DE
PERÍCIA TÉCNICA JUDICIAL PARA ARQUITETOS E ENGENHEIROS

PERÍCIA TÉCNICA
JUDICIAL.
ÁREA ENGENHARIA
SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ

O MEU CANAL DO YOUTUBE TEM COMO PRINCIPAL


FINALIDADE MELHORAR A VIDA DOS PROFISSIONAIS
ARQUITETOS E ENGENHEIROS, MOSTRANDO AS ÁREAS DE
MAIOR DEMANDA DESSES DOIS SEGMENTOS, BEM COMO,
PASSAR CONTEÚDO TÉCNICO ADQUIRIDO EM QUASE
TRINTA ANOS DE CANTEIRO DE OBRAS, PROJETOS
PARTICULARES, LICITAÇÃO, FISCALIZAÇÃO DE OBRAS E
EXECUÇÃO DE LAUDOS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
ENSINA O CAMINHO PARA O SUCESSO PROFISSIONAL, NÃO
COM FÓRMULA MÁGICA, MAS COM ESTRATÉGIA.

A ARQUITETA SHEILA ATUA NA ÁREA DE PERÍCIA DESDE 2010.


3

1º MÓDULO.

SUMÁRIO.

1º MÓDULO:
1) O porquê da necessidade do perito no Poder Judiciário.
2) As funções do perito.
3) Os pré- requisitos para ser um perito.
4) Como é feita a sua nomeação.
5) Como peticionar a proposta de honorários.
6) Como marcar a perícia.
7) Como proceder na perícia.
8) Como redigir um laudo pericial.
9) Modelo de laudo.
4

1.O porquê da necessidade do perito no Poder Judiciário.

No Poder Judiciário existem as diversas Varas Judiciárias que são


repartições onde se situa o magistrado (juiz).
Cada juiz resolve em média 7,3 processos por dia e mesmo assim os
resultados são demorados e a tramitação muito lenta.
Magistrados sobrecarregados e resultados longe de serem o ideal.
Sendo assim, o perito fica cada vez mais necessário em toda essa formatação
jurídica, já que muitos desses processos, possuem como objeto, matéria técnica
desconhecida do juiz. Dessa forma, o profissional com qualificação técnica e boa
experiência, se torna fundamental em toda essa dinâmica.
O juiz tem formação em direito, portanto, ele desconhece outras áreas
profissionais e mesmo que, por acaso, ele tenha outra formação, fica impedido
pela lei de exercer esse conhecimento nos processos, pois ele tem que se ater
ao seu papel de magistrado, julgando, que é a sua atribuição.
Quando o processo a ser julgado tem como objeto uma matéria que envolve
construção civil, por exemplo, o juiz precisará de um engenheiro ou arquiteto.
Quando o objeto tratar de matéria que envolve área da medicina, será
necessária a perícia executada por um médico e assim sucessivamente.
Acredito que agora deu para entender, o porquê da necessidade do perito
judicial, não é?
Vamos passar ao próximo tópico.
5

2. As funções do perito.

O perito tem como função elucidar uma questão de ordem técnica que faz parte
do objeto de um processo.
Seu papel é o de auxiliar o juiz em uma matéria desconhecida por ele.
As informações técnicas serão fornecidas de forma concisa e simples, sem o
uso de um linguajar muito complexo, para que todos os envolvidos no processo
possam entender facilmente, além do juiz.
O laudo deve ter todas as informações observadas na diligência/perícia, com
as devidas análises feitas pelo profissional de forma que toda a narrativa fique
bem fundamentada. Mesmo assim, já é de praxe que haja impugnação por parte
dos advogados, principalmente pelo que representa a parte "prejudicada" pelo
laudo.
Por exemplo:
Um processo onde o autor argumenta ter sofrido prejuízo financeiro e moral ao
contratar uma construtora, que executou a construção de sua casa e essa, um
ano depois, apresenta trincas e fissuras nas paredes, pilares e vigas.
A construtora/ré, nega os erros construtivos.
Ora, como o juiz irá analisar os fatos se ele desconhece a matéria?
Como proferirá uma sentença sem subsídios?
Impossível, não é mesmo?
E é aí que entrará o perito.
Ele trará ao juiz as informações técnicas que serão conclusivas e determinantes
na sentença final.
É o conceito do Direito chamado de nexo causal ou nexo de causalidade.
Trata de uma relação de causa e efeito, onde a conduta do agente causou um
crime, no caso a construtora. E certamente, após o laudo mostrar as evidências
de erro construtivo, o advogado da parte ré irá impugnar o laudo e o perito terá
que dar a resposta, chamada de réplica.
6

3. Os pré- requisitos para ser um perito.


Para ser um perito judicial é preciso que se tenha geralmente, formação
superior e no mínimo dois anos de experiência, pois como o próprio título já
menciona, é necessária "perícia" naquela área profissional e isso só se adquiri
com a prática. Eu disse, "geralmente formação superior", porque é a situação
mais comum, no entanto, acontecem casos onde a lide possui objeto, cujo teor,
exige profissional expert no assunto sem nível superior. Como exemplo podemos
citar uma questão envolvendo um instrumento musical, que se danificou de
forma questionável e o reclamante processa o fornecedor. Para se saber se o
instrumento estava mal fabricado, seria necessário um profissional especialista
em montagem de instrumentos, que é o luthier. Esse é um caso típico da
necessidade de um perito sem nível superior.
Mas enfim, na maioria dos casos, a perícia é executada por um profissional de
nível superior, como arquitetos, engenheiros, médicos, dentistas, contadores,
etc...
Na maioria dos casos não é exigido ter curso específico de perícia, no entanto,
para se ter o cadastro na Divisão de Perícia do Rio de Janeiro e poder contar
com a ajuda de custos nos processos JG(Justiça Gratuita), é necessário ter
cursado no mínimo 21 horas de curso na área, preferencialmente, o curso do
ESAJ(Escola Superior de Administração Judiciária do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro).
7

4. Como é feita a sua nomeação.


A nomeação é sempre feita através do juiz.
Ele(a), o fará assim que ficar constatado que o objeto do processo só terá uma
conclusão se houver a ajuda de um profissional tecnicamente qualificado para
esclarecer os fatos da lide.
Ele dará um despacho no processo comunicando a nomeação do profissional
de sua confiança ou encontrado no cadastro de peritos do Tribunal de Justiça.
Seu despacho é geralmente no formato abaixo:
" Nomeio o Dr. Marcos Aurélio Oliveira como perito nesse processo."
"intime-se" o perito para que, em aceitando o encargo, apresente a
proposta de honorários".
Após receber esse comunicado no processo, se ele for eletrônico, você
visualizará no site do Tribunal(os detalhes estarão melhor explicados no tópico
do processo eletrônico).
Se o processo ainda for físico, um funcionário do cartório ligará avisando ou
enviará um e-mail.
8

5. Como peticionar a proposta de honorários.


A proposta de honorários deve ser feita sempre em UFIR, pois o tempo de
duração do processo pode ser, em muitos casos, longo, portanto, o valor sendo
dado dessa forma, ficará sempre atualizado.
Vamos ao exemplo abaixo para servir de base. Não é um "modelo" a ser
seguido e sim algo para servir de referência para que você possa montar o
próprio documento.
É importante salientar que só se deve apresentar a proposta de honorários após
as partes terem formulado os quesitos*.
* Os quesitos são "perguntas" elaboradas pelas partes, com intuito de
esclarecimento dos fatos e das consequências do objeto do processo.
Por exemplo:
no caso de um processo onde o autor/reclamante, acusa o réu/reclamado, que
é uma construtora, de ter cometido erros construtivos em seu imóvel, com o
aparecimento de fissuras e trincas nas vigas e pilares.
Os quesitos serão formulados ao perito para que isso fique esclarecido. Abaixo
exemplo dos quesitos nesse caso específico:
1) As trincas aparecem em todos os elementos estruturais?
2) Existe evidência de ausência das armaduras ou dimensionamento errado
delas, se existirem?
3) As trincas/fissuras/rachaduras são diagonais, ou formam ângulo reto com o
plano horizontal?
4) Existe indício de ter ocorrido alguma obra nova na residência, após sua
construção original?
5) Existe indício de ter ocorrido alguma obra no vizinho confrontante?
Enfim...esses são alguns exemplos de perguntas que podem supostamente
serem elaboradas ao perito.
9

EXEMPLO DE PETIÇÃO DE PROPOSTA DE HONORÁRIOS.

Excelentíssimo(a), Sr(a) Juiz(a) de Direito, da Quarta Vara Cível de


Jacarepaguá.

Processo n° .......
AUTOR:
RÉU:

Sheila Vieira de Oliveira e Cruz, perita técnica judicial, inscrita no


CAU/RJ sob o n° (...), perita nomeada no processo em epígrafe, vem informar
que ACEITA O ENCARGO para o qual foi nomeada, ofertando desde logo a
PROPOSTA DE HONORÁRIOS PERICIAIS, conforme planilha abaixo:
10

DESCRIÇÃO HORAS
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DOS AUTOS DO PROCESSO,
COMPOSTOS DE DIVERSOS VOLUMES/ANEXOS 04

PLANEJAMENTO DAS ETAPAS DO TRABALHO 02


ELABORAÇÃO DE PETIÇÕES E/OU CORRESPONDÊNCIAS
PARA OBTER INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS 02
REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS, EXAMES DOS DOCUMENTOS
E DADOS OBTIDOS 20

REUNIÃO COM AUXILIARES 04

RESPOSTA AOS QUESITOS 06

REVISÃO FINAL 02

TOTAL GERAL 40
11

Considerando-se a complexidade da matéria, bem como a amplitude da


quesitação, arbitra-se o valor da hora pericial em R$ 750,00, condizente com
a elaboração de trabalho pericial qualificado, totalizando assim o equivalente
a R$ 750,00 x 40h => R$ 30.000,00 (11.062,35 Ufir-RJ).

Caso as partes resolvam apresentar quesitação suplementar, o total


dos honorários supramencionados terá de ser acrescido proporcionalmente,
pois implicará em novas horas de trabalho do perito, além daquelas acima
estimadas.

Assim, pugna a Vossa Excelência que, julgue procedente, após


intimadas as partes quanto a esta peça, homologar os honorários periciais
acima indicados, quando então poderei dar início aos trabalhos.

Termos em que
Pede deferimento.

(nome e assinatura)

(É BOM TER UM FORMULÁRIO PRÓPRIO, COM CABEÇALHO E RODAPÉ


INDICANDO FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO, TÍTULOS, ETC).
12

6. Como marcar a perícia.


A petição para marcar a perícia não tem mistério e é importante salientar que
é o perito quem escolhe data e hora dessa diligência. Não importando se isso
ocorrer em dia de semana, feriado ou final de semana. Ele fará isso de acordo
com a sua disponibilidade de tempo.
Abaixo exemplo de petição para marcar data e hora da perícia.
13

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DE JACAREPAGUÁ.

REF.: PROCESSO N0 2009.203.0......

AUTOR.: LEONARDO CARDOSO

RÉU.: EMPRESA MUNDIAL.....

SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ, ARQUITETA, portadora da


carteira CAU ......, Perita, devidamente qualificada,vem respeitosamente através
dessa petição, requerer que V.EXª se digne, em julgar procedente, a
convocação das partes envolvidas, e determinação da Perícia para o dia 4 de
novembro de 2010 as 13:00h , para que todos tenham tempo de se programar e
comparecer na data determinada.

Sem mais,

Estarei a disposição de V.Exª para maiores esclarecimentos.

SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ


14

7. Como proceder na perícia.


Bom, o procedimento no dia da diligência/perícia deve ser o mais tranquilo
possível. O perito deve agir naturalmente e com postura profissional. Se
apresentar para as partes que provavelmente estarão presentes e começar as
observações no objeto da perícia, registrando tudo com fotos e depoimentos das
partes envolvidas. É recomendável que ao final, as partes assinem um papel
registrando sua presença, para que o perito tenha uma prova da
participação de todos.
No caso das partes ou uma delas, ter um assistente técnico, é importante que
esse profissional participe dessa avaliação, porém, sem atrapalhar o trabalho do
perito. Ele pode fazer perguntas e dar sugestões, dentro da ordem e do bom
senso, pois os quesitos já estarão presentes no processo, portanto, se houver a
necessidade de novos questionamentos, não contidos no processo, é preciso
que o perito avalie e avise, se for o caso, que seus honorários serão acrescidos.
Eu recomendo que o perito escreva essa situação na hora e peça ao assistente
técnico ou quem tiver fazendo as novas perguntas, que assine dando ciência do
pedido de acréscimo de honorários.
Tudo na Justiça tem que ser comprovado, portanto, tudo aquilo que for de
relevância deve ser registrado e anexado ao laudo.
No caso de briga entre as partes, na hora da perícia, o perito deve com
educação, pedir calma e controle a todos, mostrando que seu trabalho fica
inviável, diante de tumulto, tendo inclusive, a prerrogativa de pedir que se retire
do local, aquele que tiver fazendo confusão.
O perito é um auxiliar do juiz e portanto, o representa no momento da perícia e
possui assim, as atribuições legais, para conduzir a perícia como entender ser
correto, logicamente dentro dos princípios éticos, morais, profissionais, sem
abuso de poder e sempre com bom senso, pois cada caso tem as suas
peculiaridades que devem ser tratadas com inteligência.
15

8. Como redigir um laudo pericial.


A narrativa do laudo deve ser executada como qualquer texto, com introdução,
meio e fim, prestando atenção ao português e tomando cuidado para não
cometer erros na escrita. Na dúvida consulte para ter certeza da maneira correta
de escrever as palavras.
Os termos muito técnicos devem ser evitados, a menos que não tenha jeito.
Nesse caso, é recomendável que se explique o seu significado, para que tanto
o juiz, assim como as partes, possam entender.
Por exemplo, usar frases como:
" a laje flambou, a transversina apresenta trincas e a estrutura mostra
riscos de colapsar".
Fica um pouco complicado do magistrado entender. Se tiver assistente técnico,
somente esse compreenderá. Os advogados e juiz, ficarão totalmente confusos.
Porém, essa frase "enigmática" para o leigo na área, pode e deve ser substituída
por:
" o teto está cedendo, a viga apresenta trincas e a construção mostra risco
de cair".
Ou se preferir, pode colocar a primeira frase com os termos técnicos, mas logo
em seguida, em parênteses, escreve da outra forma mais simples.
Portanto, a clareza e a objetividade devem prevalecer no laudo.
Imaginem o juiz, que já está sobrecarregado de processos, assim como, seus
assessores, ter que ler um laudo extremamente longo e complexo. Ninguém
merece!
Vamos a seguir, mostrar um exemplo de laudo onde o autor entrou com
processo contra uma grande empresa de departamentos, onde foi comprado um
armário que ao ser montado cedeu e apresentou uma série de defeitos.
O departamento jurídico do réu (empresa), alega que o móvel foi destruído pelo
comprador e que os montadores executaram o serviço corretamente.
Bom, os advogados estão fazendo a parte deles, o juiz, idem, quando nomeia
um arquiteto que entenda bem de marcenaria para fazer a perícia.
Cabe ao perito mostrar o que ocorreu e fazer o seu laudo.
Acontece que os advogados impugnaram, pois alegaram que o perito não
comprovou que os danos do móvel não foram causados pelo comprador.
16

Que "sinuca de bico"!!! Como é que o perito irá provar isso?? Ele não estava
na hora que o armário foi montado. Pois é, mas tem como sair dessa situação.
Vou mostrar o laudo e depois a resposta à impugnação no próximo tópico.

9.Modelo de laudo.
Nesse tópico darei um exemplo de laudo e de resposta de impugnação,
conforme mencionei na página anterior.
Vamos lembrar da situação desse hipotético processo.
AUTOR DO PROCESSO: O autor do processo, isso é, aquele que abriu o
processo na vara cível do fórum, reclama que comprou um armário de uma
grande empresa e esse móvel após sua montagem, apresentou uma série de
problemas se tornando inviável ao uso. Ele pede o ressarcimento da quantia
paga e danos morais.
RÉU(EMPRESA): alega que o móvel saiu perfeito da loja e que foi montado
corretamente e que os defeitos foram provocados por mau uso ou atos
premeditados do comprador.
Vamos, primeiramente ao laudo e depois à réplica à impugnação.
EXEMPLO DE LAUDO.
17

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DE JACAREPAGUÁ.

LAUDO DE PERÍCIA TÉCNICA


PROCESSO Nº 2009.203.....
AUTOR.: ......
RÉU.: .................
ENDEREÇO.: Estrada dos Bandeirantes, 83......

OBJETIVO DA AVALIAÇÃO TÉCNICA.:


Restituição da quantia paga/ Responsabilidade do Fornecedor C/C Dano
Moral Outros - Cdc.
18

A perícia foi realizada no dia 28.02.11 as 13:00hs na residência do


RECLAMANTE.
Estavam presentes.:
A perita, ARQ.SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ, que subscreve a
presente, a parte AUTORA Sr. ..........
A parte RÉ não compareceu à Perícia e nem enviou seus advogados ou
quaisquer outros representantes.

1- CARACTERÍSTICAS DO MÓVEL ANALISADO.:

a) Armário Santos Andira Elite 2 portas BRMA


b) Armário Santos Andira Elite 1 porta BRMA
c) Ponte cas Santos Andira Elite 5P8PR BRMA
d) Closet Santos Andira Elite 2 portas EG BRMA
19

2-CONDIÇÕES DO MÓVEL.:

O Estado do móvel, objeto deste Processo, é péssimo. Fundamento a seguir:

1º) Prateleiras envergando, embarrigando.


20

2º) O armário foi montado de maneira inadequada, com todas as portas


desalinhadas.
21

3º) Algumas portas foram mal colocadas e caíram, pois não foram sequer
fixadas .
22

4º) As ferragens estão além de amassadas, soltando.


23
24

5º) As corrediças das gavetas estão totalmente amassadas.


25

6º) As laterais estão fora do prumo e fora de alinhamento.


26

7º) As travessas estão soltas assim como a cornija.


27

3-CONCLUSÃO.:
De acordo com todos os fatos apurados na Perícia concluo que :
O móvel está danificado, mal montado, e é impossível a sua utilização e
aproveitamento.

4-RESPONSÁVEL TÉCNICO.:

SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ


Arquiteta e Perita técnica.
CAU:.......
28

Isto posto, acreditando ter cumprido a determinação de V.Exa., finalizo o


Parecer técnico.
Nestes termos,
Estarei a disposição de V.Exa. para maiores esclarecimentos.
Rio de Janeiro, 30 de março de 2011.

SHEILA VIEIRA DE Oliveira e Cruz


ARQUITETA E PERITA TÉCNICA
29

Esse laudo foi impugnado pela parte ré(empresa) alegando que a perita não
provou que os defeitos foram provocados pelo mau uso ou má fé do comprador,
que poderia ter danificado o móvel de forma premeditada, para receber posterior
indenização.
Os profissionais de arquitetura que conhecem bem a marcenaria, assim como,
todo o processo de montagem dos móveis, sabem identificar quando os
problemas são causados por erro de montagem ou por movimentos aleatórios
de alguém. As características dos danos, são totalmente diferentes nos dois
casos. É aí que entra o conhecimento técnico do profissional de perícia. Se é
alguém inexperiente, não conseguiria sair desse questionamento capcioso dos
advogados.

Vamos à réplica da impugnação.


30

EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DE


JACAREPAGUÁ.

RÉPLICA À IMPUGNAÇÃO DO LAUDO DE PERÍCIA TÉCNICA.

PROCESSO Nº ......
AUTOR.: ......
RÉU.: ................

OBJETIVO.:
Restituição da quantia paga .
Em resposta à impugnação do Laudo Pericial, venho a presença de V. Exª.,
apresentar minha réplica aos termos da Impugnação constante na folha 129,
apresentada pelo Réu, pelos fatos e motivos a seguir expostos:

O Laudo de Perícia avaliou todos os fatos relevantes e necessários para


que V. Exª. possa ter informações objetivas para proferir a sentença:

1-FUNDAMENTAÇÃO:
31

Os danos encontrados nos móveis, objeto deste processo, não são


caracterizados por atos provocados por uma pessoa que não tenha participação
na montagem, e sim, defeitos que já vieram com ele, e problemas causados por
falhas na própria montagem. Fundamento a seguir:

a) O desalinhamento das portas são impossíveis de ser provocados por quem


comprou o móvel, e sim pelo profissional que monta na hora da execução,
pois isso ocorre devido ao fato de se ignorar uso de ferramentas, tais como,
nível de bolha, capazes de indicar o nivelamento horizontal das peças .

b) As prateleiras envergando, é causada por má fixação das mesmas também


na hora da montagem e a ausência de vigotas de apoio para reforço.

c) As laterais estão desalinhadas entre si por falta do uso da ferramenta


chamada prumo, que permite a observação do alinhamento vertical formando
um ângulo de 90º com o piso.

d) As travessas horizontais estão absolutamente soltas, porque novamente, não


foram fixadas pelos parafusos adequados, que possuem garras que se
abrem na hora em que são atarraxados e se fecham quando são soltos com
chave de fenda adequada. Esses parafusos fixam de maneira conveniente e
segura todos os elementos do móvel sem danificar a resistência do MDF.
32

2-CONCLUSÃO:
É tecnicamente impossível que tais defeitos tenham sido provocados
pelo RECLAMANTE, AUTOR deste processo. As características do móvel
denotam a consequência de montagem errada e nunca de movimentos
aleatórios provocados, supostamente, pelo reclamante, autor desse
processo, conforme dúvida dos advogados da ré. Todos os indícios
sinalizam erros notórios de montadores de móveis.

Isto Posto, venho requerer a improcedência da impugnação, não


concordando com os argumentos apresentados pelo Doutor, e reiterando o
meu Laudo.

Nestes termos,
Estarei a disposição de V.Exª para maiores esclarecimentos.

SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ


ARQUITETA E PERITA TÉCNICA.
33

Aqui finaliza a apostila de perícia MÓDULO 1.


.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)


"Art 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico".
"Art 473
inciso 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos
podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo
informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de
terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas,
mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao
esclarecimento do objeto da perícia".

Obs.: Os laudos de perícia colocados nessa apostila não são "modelos" a serem
seguidos. Cada perito pode e deve desenvolver o seu próprio estilo, dependendo
de cada situação e de cada caso.
A intenção é esclarecer e elucidar as dúvidas de quem procurou essa apostila,
pois, sei que no início da carreira, ficamos meio perdidos e precisamos de um
parâmetro a ser seguido.
Dessa forma, mostrei os exemplos para clarear o início da vida profissional de
vocês.
Espero ter ajudado.
Abraços e boa sorte!!
34

SVOC ARQUITETURA E PERÍCIA.

PERÍCIA TÉCNICA
JUDICIAL.
ÁREA ENGENHARIA
SHEILA VIEIRA DE OLIVEIRA E CRUZ
35

SUMÁRIO.

2º MÓDULO:
1) Os prazos para resposta dos peritos e das partes.
2) O assistente técnico.
3) O processo físico
4) O processo eletrônico.
5) O processo sem gratuidade de justiça.
6) O processo com gratuidade de Justiça(JG)
7) Exemplo de laudo.
36

1.Os prazos para resposta dos peritos e das partes.

A partir da nomeação do perito


a) quinze dias, contados a partir do despacho da intimação/nomeação do perito,
para as partes indicarem assistente técnico, formularem os quesitos e arguir
impedimento do perito, se for o caso.
obs,: a indicação de assistente técnico é facultativa.
b) Quinze dias para o perito escusar-se do encargo da nomeação.
c) Cinco dias para aceitar e
- apresentar proposta de honorários;
-currículo com comprovação de especialização;
-contatos profissionais para onde irão as intimações pessoais(processo
físico).
d) Trinta dias para a entrega do laudo. Porém, aqui, nesse item é preciso
atenção, pois o magistrado não tem noção do tempo necessário para os
trabalhos do perito, por desconhecer a matéria, portanto, se o perito observar
que esse tempo é inadequado, pode e deve fazer uma petição ao juiz
fundamentando o tempo necessário para a execução do serviço.
37

2. O assistente técnico.
O assistente técnico, diferente do perito, não é auxiliar do juízo.
Esse profissional não é nomeado pelo juiz como o perito, ele é contratado
pela parte. O pagamento dos honorários fica por conta da parte que o contratou.
Ele não pode interferir no trabalho do perito e sim acompanhar em favor do
cliente, explicando e auxiliando. A presunção é de que esse profissional atua em
favor do contratante e é parcial, só que, isso não quer dizer que deva mentir ou
ludibriar, pois acima de tudo está o juramento profissional, a ética e a moral,
porém, ele não está sujeito aos mesmos impedimentos ou suspeições do perito.
CPC
Art 466 O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi
cometido,independentemente de termo de compromisso.
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não
estão sujeitos a impedimento ou suspeição.

O assistente técnico não interfere na condução dos trabalhos do perito.


Art 473 § 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários,ouvindo testemunhas,
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte,
de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com
planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.

É importante a boa comunicação entre o perito e o assistente técnico para evitar


futuro pedido de nulidade da perícia.
38

3.O processo físico.


O processo físico está gradativamente sendo substituído pelo processo
digitalizado e pelo processo eletrônico.
Esse tipo de processo exige mais trabalho para os profissionais envolvidos nas
tramitações do Poder Judiciário, como os advogados e peritos, pois as petições
precisam ser entregues e protocoladas no PROGER dos Fóruns, de forma
presencial, pessoalmente ou por procurador.
O perito quando é nomeado tem que dar carga no processo, isso é, buscar no
cartório para que possa ler e se inteirar dos fatos da lide.
Cada vez que ocorre uma petição envolvendo o seu trabalho, como as
impugnações, por exemplo, ele precisa ir novamente ao cartório para tomar
ciência lá mesmo ou levar o processo para o seu escritório.
Toda a comunicação entre o cartório e o perito tem que ser feita por telefone
ou e-mail.
Tudo é mais trabalhoso e muito mais demorado.
39

4.O processo eletrônico.


Existem dois tipos de processo:
o processo digitalizado - que é aquele que começou físico e foi escaneado e
se tornou "eletrônico"/ digitalizado.
o processo eletrônico- é aquele que já começou desde seu surgimento, de
forma eletrônica.
Esse tipo de processo veio, digamos, para salvar o mundo Jurídico, pois com
o seu surgimento a celeridade começou a acontecer e os prazos intermináveis
para o trânsito em julgado dos processos, se tornou algo bem mais admissível.
Resolução do STF nº 427, de 20 de abril de 2010:

(...) Art. 2º Processo eletrônico, para os fins desta Resolução, é o conjunto de


arquivos eletrônicos correspondentes às peças,documentos e atos processuais
que tramitam por meio eletrônico, nos termos da Lei nº 11.419, de 19 de
dezembro de 2006.

No processo eletrônico tudo muda e não se torna mais necessária a ida do


perito em todas as etapas do processo. Na verdade ele só precisará estar
fisicamente no local, dia e hora da perícia, agendada por ele. No restante, nas
petições ele só precisa entrar na área do perito no site do Tribunal de Justiça e
fazer a entrega/upload, dos arquivos que precisam ser no formato PDF, inclusive
o laudo. Para isso só é necessário que ele tenha feito a sua senha no Cadastro
Presencial, na Vara respectiva.
Diferente do advogado, ele não precisa de token, somente da senha.

Para que o perito possa visualizar as peças do processo eletrônico, é


necessário que o funcionário do órgão, no qual ocorreu a sua nomeação, realize
o seu cadastramento, utilizando o número do seu CPF no sistema.

Lei 11.419/2006 de 19 de dezembro de 2006

Dispõe sobre a informatização do processo judicial, bem como a orientação e


recomendação do Conselho Nacional de Justiça para a implantação do processo
eletrônico nos diversos tribunais.
40

5. O processo sem gratuidade de justiça.


No processo sem gratuidade de justiça, as partes estão pagando todas as
custas judiciais, inclusive os honorários do perito.
Nesse caso, o perito recebe seus honorários após a entrega do laudo.
Ele se comunica com o juiz através de petição no processo, avisa que efetuou
a entrega do laudo e pede que o magistrado efetue o mandado de pagamento.
Com esse mandado, ele encaminha ao banco, onde o dinheiro já está
depositado e recebe o valor pessoalmente ou através de transferência bancária.
41

6. O processo com gratuidade de Justiça(JG)


Vamos abordar aqui, agora, o processo com gratuidade de justiça(JG).
Esse é aquele que uma das partes ou ambas, tem gratuidade de justiça, isso
é, não pagam as custas judiciais.
O andamento do trabalho do perito ocorre normalmente da mesma forma que
o processo sem gratuidade de justiça, o que muda é o recebimento dos
honorários.
A proposta é peticionada do mesmo jeito, porém, nesse caso, o perito só
receberá os honorários na sucumbência do processo. A parte não beneficiária
da assistência judiciária gratuita, arcará com os honorários periciais
homologados pelo juiz, no caso da parte com gratuidade de justiça GANHAR.
Se perder, o perito não recebe os honorários.
No estado do Rio de Janeiro, quem tiver com cadastro ativo na Divisão de
Perícia, no Tribunal de Justiça, recebe uma ajuda de custos após a entrega do
laudo, de mais ou menos R$400,00. Se a parte com JG, ganhar, o perito devolve
esse valor da ajuda ao Tribunal, já que receberá os honorários. A serventia
judicial intimará o perito para que este realize o reembolso do valor anteriormente
recebido, através do recolhimento de GRERJ.
Voltando ao caso em que o beneficiário da gratuidade de justiça perder o
processo e o perito não receber os honorários, existe a hipótese de recorrer ao
Estado para pagamento. Isso deve ser feito em até 5 anos após o trânsito em
julgado do processo, em um Juizado Especial da Fazenda Pública.
Lei Estadual RJ n° 5.781/2010
"Art. 4º. O acesso aos Juizados Especiais Cíveis e de Fazenda Pública, em
primeira instância independe do pagamento de custas, taxas ou quaisquer
despesas".
42

Mais um exemplo de laudo judicial.


Nesse caso, o processo se refere à NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA-
DIREITO DE VIZINHANÇA.
O que ocorre nesse processo é bastante comum e provavelmente, vocês
candidatos à peritos, receberão esse tipo de perícia para fazer. Portanto, é bom
prestar bastante atenção aos fatos dessa lide.
Uma construtora X foi contratada por uma pessoa Y para fazer a reforma
de sua casa, com acréscimo de área construída.
Ocorre que, uma parte desse imóvel faz divisa com outra casa, cuja
garagem e quarto ficam encostados.
A empresa contratada, em primeiro lugar, nesses casos, deve fazer uma
vistoria nos imóveis confrontantes, registrar, tirar fotos, para avaliar a situação e
concluir se poderá usar ferramentas que causam grande impacto em seus
arredores, como é o caso do martelete, compactadores de solo, tipo sapo, bate
estacas, etc.
Em segundo lugar, se é feita essa vistoria nos imóveis vizinhos evita-se
que aconteçam situações desagradáveis como atribuição de culpa de
rachaduras preexistentes nos vizinhos à obra. Se essa avaliação é feita antes do
início, muitos problemas podem ser evitados, como os danos nas construções
confrontantes e levar a culpa por algo que não fez.
Nessa situação, o empreiteiro não executou a vistoria prévia e a vizinha Z,
alega fissuras e trincas em sua residência, provocadas pelo uso do martelete,
que trabalhou bem perto de suas sapatas e respectivos pilares.
A perícia ocorreu e ao que tudo indica, os danos foram de fato, provocados
pela construtora, pois as anomalias aparecem exatamente na garagem e quarto
encostados no imóvel que sofreu a obra. Inclusive, a avaliação mostra que o
imóvel está em bom estado de conservação, apesar de ser construção antiga.
Isso, por si só, já é uma das evidências de que a vizinha não está usando de má
fé, pois se fosse assim, o restante da casa, que não faz divisa com a obra,
apresentaria irregularidades.
Enfim, todas essas análises devem ser feitas pelo perito, pois são essas
"pistas", que levarão a uma conclusão exata da verdade dos fatos.
Vamos ao laudo.
43

Excelentíssimo(a), Sr(a) Juiz(a) de Direito, da Quarta Vara Cível


de Jacarepaguá.

Sheila Vieira de Oliveira e Cruz, arquiteta, CAU ........, perita do juízo, nos
Autos da Ação Nunciação de Obra Nova- Direito de Vizinhança, baseada na
análise das informações acostadas nos Autos, vistoria técnica (diligência),
realizada no local da lide, vem agora apresentar o seu laudo de perícia técnica.

PROCESSO Nº:............
AUTOR: Z
PRIMEIRO RÉU: Y
SEGUNDO RÉU: X
1) Dos fatos:
Trata-se de Nunciação de Obra Nova- Direito de Vizinhança, onde a autora do
processo, Srª Z, alega que a obra na residência do Sr. Y, executada pela
construtora X, usou de forma indevida a ferramenta conhecida como martelete,
provocando avarias em sua estrutura, especificamente, dois pilares e uma viga
de sustentação do quarto superior, cômodo que faz divisa e é confrontante com
a residência do sr. Y, onde ocorreu uma obra de reforma com acréscimo de área
construída.
Os réus negam a culpa pelas avarias na casa da autora.
2) Características dos imóveis.
A residência da autora, assim como do primeiro réu, é terreno em declive e
ambas as duas casas são antigas, porém, em estado regular de conservação.
Os dois imóveis encostam, parede com parede, onde situa a garagem da
autora e um dos quartos, situado em cima da garagem. Sendo a laje de teto da
garagem, a laje de piso do quarto superior. Do lado do sr. Y, se situa a sala e
cozinha da casa.
Abaixo, planta da casa da autora, onde isso fica evidenciado.
AQUI PODE SE COLOCAR A PLANTA DO IMÓVEL, CASO O PERITO PENSE
SER RELEVANTE AO ENTENDIMENTO DO MAGISTRADO.
44

3) Perícia:
A perícia ocorreu no dia.......às.....horas.
Estavam presentes, o representante da construtora X com o seu
advogado......., o dono do imóvel cuja obra ocorreu, sr.Y com o seu
advogado........ e a reclamante srª Z, com a sua advogada............ e a perita que
subscreve a presente.
Na diligência foram ouvidas todas as partes e foram feitas as análises técnicas
na residência da autora onde foi observado, de fato, trincas na viga e nos dois
pilares. Além disso, o réu X, confirmou o uso do martelete, modelo D25980.
Também foram pedidos pela perita os seguintes documentos:
Para a construtora X.
- Vistoria preliminar no imóvel da autora. Isso é, fotos e informações da casa,
como ela se encontrava antes da obra do sr.Y.
- Modelo do martelete usado.
- Assinatura de ART do responsável técnico da obra.
Para o sr. Y.
-Planta do imóvel.
- Projeto com a responsabilidade técnica do arquiteto.
- Projeto com responsabilidade técnica do cálculo estrutural e projeto da
estrutura.
- Documentos da aprovação de projeto e Alvará da Obra emitidos pela prefeitura.
45

4) CONSIDERAÇÕES:
Quanto aos documentos requisitados:
Segundo réu, Construtora X.
O documento referente à vistoria preliminar nos imóveis confrontantes à obra,
não foi fornecido pela construtora X, pois, conforme o representante desta, não
foram executadas. Não houve avaliação dos imóveis vizinhos antes da reforma.
O modelo do martelete foi fornecido, sendo martelo demolidor D25980,
assim como também, foi comunicado o responsável técnico pela obra.
Arquiteto...........
Primeiro réu, sr. Y.
Foram entregues as plantas de arquitetura com a assinatura do responsável
técnico, que seguem em anexo nesse laudo.
AQUI DEVEM SER COLOCADAS AS INFORMAÇÕES CITADAS ACIMA,
COMO A PLANTA E O NOME DO(A) ARQUITETO(A) AUTOR(A) DO
PROJETO.
46

5) CONCLUSÃO.
De acordo com as avaliações e respondendo aos quesitos das partes, tenho
a concluir que:
a) as trincas/fissuras indicam sim evidências de terem sido causadas pela obra
dos réus.
Fundamentação:
As trincas somente existem na casa da autora, na garagem e quarto que
encostam na casa onde ocorreu a obra.
Abaixo fotos que demonstram os fatos:
FOTO DE UM DOS PILARES ATINGIDOS. A CERÂMICA SE SOLTOU E
ROTACIONOU.
47
48

FOTO DA FISSURA NA VIGA DE SUSTENTAÇÃO DO QUARTO SUPERIOR.


49

FOTO ONDE APARECE O PONTO DE ENCONTRO ENTRE AS DUAS CASAS.


A DA ESQUERDA, CASA DA AUTORA.
A DA DIREITA, CASA DO PRIMEIRO RÉU.

O martelete usado, sendo o seu modelo fornecido pelo segundo réu, provocam
grande vibração, reverberando e podendo sim, danificar construções vizinhas,
50

como é o caso da residência da autora. Conforme relato dos próprios réus, o


martelete foi usado para demolição de parte da construção antiga, o que
corrobora para a conclusão de que houve dano na estrutura da residência da
autora.
O segundo réu, construtora X, possui o conhecimento da engenharia, por ser
uma empresa especializada e no entanto, as evidências mostram a falta de
cuidado ao usar uma ferramenta de grande impacto perto da fundação e
estrutura da casa vizinha.
Além disso, a construtora X, conforme seu representante, ele próprio informou,
não efetuou a vistoria preliminar, tomando para si a responsabilidade das
consequências, pois se tivesse feito, teria como provar que não foi a responsável
pelas avarias na casa da autora, conforme ele alega, o que já mostra por si só,
a falta de comprometimento com a sua atribuição.

b) O segundo réu alega que as fissuras eram preexistentes na casa da autora


e não foram provocadas pela obra executada por ele. Que a residência da autora
é uma construção com mais de cinquenta anos e por isso apresenta as
anomalias.
Como ele pode afirmar isso se nunca havia entrado na casa da autora antes,
inclusive para fazer aquilo que seria tecnicamente correto, a vistoria preliminar?
Fundamentação.
A casa da autora é de fato, construção antiga, porém, o restante da residência
foi examinada por mim e constatado o bom estado, não sendo encontrada
nenhuma rachadura/fissura/trinca. Somente aparecem nos cômodos
confrontantes com o imóvel do sr.Y. Esse fato corrobora com a conclusão de que
a estrutura foi danificada pela obra, objeto dessa lide. Se a casa da autora tivesse
com problemas devido á idade, outros cômodos, certamente apresentariam as
mesmas anomalias. Porém, elas aparecem, como dito, somente na garagem e
quarto superior encostados na casa do sr Y.
De acordo com as fotos e as evidências no local da lide, as fissuras
apresentam características, não de desgaste devido ao tempo de existência e
sim provocadas por impacto.
Erros sucessivos foram cometidos pela construtora X. Primeiro a ausência da
vistoria preliminar;

segundo, o uso do martelete em uma construção antiga(casa do primeiro réu sr


Y), em um tipo de laje bi apoiada, com agravante de uma fundação e estrutura
da casa vizinha encostadas na obra. A demolição deveria ter sido executada
51

manualmente com uso de marreta. A obra duraria mais tempo e talvez esse
tenha sido o motivo do uso do martelete. Porém, o tempo de duração deveria ter
vindo em segundo lugar, pois em primeiro, vem a responsabilidade profissional
e a segurança das pessoas envolvidas. Construção civil mata e cabe àquele que
a conduz zelar pela segurança e eficiência da obra.

Isto posto, acreditando ter cumprido a determinação de V.Exª.,finalizo esse


laudo técnico.

___________________________________________________________
Sheila Vieira de Oliveira e Cruz.
Arquiteta
CAU:A25....
Obs.: Os laudos de perícia colocados nessa apostila não são "modelos" a serem
seguidos. Cada perito pode e deve desenvolver o seu próprio estilo, dependendo
de cada situação e de cada caso.
A intenção é esclarecer e elucidar as dúvidas de quem procurou essa apostila,
pois, sei que no início da carreira, ficamos meio perdidos e precisamos de um
parâmetro a ser seguido.
Dessa forma, mostrei os exemplos para clarear a vida profissional de vocês.
Espero ter ajudado.
Abraços e boa sorte!!

ARTIGOS DO CPC QUE INTERESSAM À PERÍCIA JUDICIAL


52

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes


prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o
pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito
reconhecido no título.

§ 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal
da ordem jurídica.

§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.

Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente
distribuídas entre eles as despesas.

Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá,


por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.

Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.

§ 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela


Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão
orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.

§ 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos


honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o
processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público.

Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado,
sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a
perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.

§ 1o O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do
perito deposite em juízo o valor correspondente.

§ 2o A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será corrigida


monetariamente e paga de acordo com o art. 465, § 4o.

§ 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade


da justiça, ela poderá ser:

I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor
do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;
53

II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal,


no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do
tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.

§ 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão final, oficiará a


Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das
despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a
utilização de servidor público ou da estrutura de órgão público, observando-se, caso o
responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto
no art. 98, § 2o.

§ 5o Para fins de aplicação do § 3o, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio


da Defensoria Pública.

Do Perito

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.

§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos


técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz
está vinculado.

§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos
técnicos interessados.

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do


cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência
dos peritos interessados.

§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos


arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao
juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.

§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a


nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz,
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da


suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.

§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos


documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja
distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2
54

(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Da Prova Pericial

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia,


determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade.

§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz,


sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.

§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na


área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o
prazo para a entrega do laudo.

§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de


nomeação do perito:

I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;

II - indicar assistente técnico;

III - apresentar quesitos.

§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:

I - proposta de honorários;

II - currículo, com comprovação de especialização;

III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.

§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se


no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes
para os fins do art. 95.
55

§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários
arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas
ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.

§ 5o Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração


inicialmente arbitrada para o trabalho.

§ 6o Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à


indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.

Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.

§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento


ou suspeição.

§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento


das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos,
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.

Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.

Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação,


nomeará novo perito.

Art. 468. O perito pode ser substituído quando:

I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;

II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.

§ 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional


respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o
possível prejuízo decorrente do atraso no processo.

§ 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo


trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5
(cinco) anos.

§ 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2o, a parte que tiver realizado
o adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos arts.
513 e seguintes deste Código, com fundamento na decisão que determinar a devolução do
numerário.

Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que
poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos
autos.

Art. 470. Incumbe ao juiz:

I - indeferir quesitos impertinentes;

II - formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.


56

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante
requerimento, desde que:

I - sejam plenamente capazes;

II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.

§ 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos


para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente
anunciados.

§ 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres


em prazo fixado pelo juiz.

§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito
nomeado pelo juiz.

Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos
elucidativos que considerar suficientes.

Art. 473. O laudo pericial deverá conter:

I - a exposição do objeto da perícia;

II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;

III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser


predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;

IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo
órgão do Ministério Público.

§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com


coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.

§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se


de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como
instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.

Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo
perito para ter início a produção da prova.

Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar mais de um assistente
técnico.

Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo,
o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
57

Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20
(vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do


juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes,
em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.

§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:

I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão
do Ministério Público;

II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande


intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento,
formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

§ 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos
10 (dez) dias de antecedência da audiência.

Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento
ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos
estabelecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos,
bem como do material sujeito a exame.

§ 1o Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão


cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido.

§ 2o A prorrogação do prazo referido no § 1o pode ser requerida motivadamente.

§ 3o Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poderá
requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas e, na falta
destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do documento lance
em folha de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.

Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando
na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do
laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.

Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova


perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.

§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e
destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

§ 3o A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e
de outra.

Esse material contém direitos autorais de Sheila Vieira de Oliveira e Cruz


Proibida a sua distribuição e cópia.

Você também pode gostar