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✓ É imprescindível que o perito leia o processo judicial quantas vezes for necessário para que tenha pleno e total

conhecimento do que está sendo discutido na ação, poderá até mesmo ir marcando as páginas que entenda
serem necessárias para elaboração do laudo ou mereçam maior atenção e estudo;

✓ Lembre-se que o laudo pericial deve ser dirigido ao juiz nomeante, e que ele poderá fundamentar a sentença do
processo com trechos do seu laudo, então muito CUIDADO COM ERROS DE PORTUGUÊS e vícios de linguagem.
Um bom laudo irá render novas nomeações e contratações como assistente técnico judicial e sua importância é
tamanha que poderá decidir uma vida, a falência de uma empresa, a condenação de um inocente, a manutenção
de algum individuo preso, enfim o laudo pericial poderá acarretar completa reviravolta em um processo já em
andamento;

✓ Não responder quesitos que fogem de sua competência técnica;

✓ Na ausência de quesitação, o perito deverá utilizar todo seu conhecimento técnico ou científico e deverá abordar
de maneira original os assuntos polêmicos que deram origem a prova técnica;

✓ Se surgiu alguma questão técnica no decorrer do trabalho pericial, o perito deverá abordar em seu relatório;

✓ Poderá mencionar no laudo, pareceres de outros especialistas, ou notáveis para reforçar suas alegações técnicas;

✓ Poderá inserir no fechamento do laudo a liberação do pagamento de seus honorários periciais.


Estrutura do Laudo Pericial

1) Abertura

Trata-se da introdução da peça técnica pericial, ou seja, a


parte destinada ao relatório pericial
2) Identificar as partes do processo e a do perito, com sua qualificação
completa, inclusive formação, inscrição no Órgão de Classe, se houver, e os
motivos que ensejaram o litígio.
3) Objetivo da perícia
Neste tópico é importante descrever os principais pontos controversos do
processo, o motivo técnico/científico que objetivou a demanda judicial. Ex.: uma
falha na prestação de serviços médicos, odontológicos, estéticos; uma fórmula de
medicamento que trouxe danos a alguém; um projeto de engenharia que causou
danos à estrutura de uma edificação; uma fraude em rede de computadores ou
em programa de computador, etc.
4) Metodologia da Perícia
O artigo 473, em seu item III determina que um laudo deve obrigatoriamente
conter a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual
se originou.
5) A diligência pericial
Na imensa maioria das perícias, há a necessidade da realização da vistoria/exame/avaliação pericial. O CPC
permite que a diligência seja agendada de diversas maneiras, quais sejam: primeiramente peticione nos autos do
processo, com no mínimo de 45(quarenta cinco) dias de antecedência , permitindo, assim, que os serventuários
processem a petição e encaminhe para o juiz notifique as partes sobre a data, horário e local do ato.
O perito poderá, também, além de peticionar nos autos, entrar em contato com os advogados das partes,
através de e-mails, telefone ou mensagem eletrônica, avisando-os sobre o referido agendamento. O
peticionamento sobre o agendamento da perícia, via processo, evita que as partes tentem impugnar os trabalhos
do perito por não terem sido avisados sobre a diligência.
As partes que não estiveram presentes também devem ser registradas no laudo. De maneira alguma, o perito
deve enviar um representante à vistoria pericial, por ser um ato pessoal e intransferível.

6) Histórico resumido
É importante que o perito traga no seu laudo um breve resumo das principais peças do processo – Petição
inicial, Contestação e Réplica – informando inclusive as páginas dos autos nas quais se localizam. Neste histórico
o perito deve lançar as alegações das partes em suas peças processuais, permitindo, assim, que as partes e o
juízo tenham a certeza que o expert estudou o processo e conhece a dinâmica técnica objeto do processo.
7) Respostas aos quesitos
Por certo, as respostas aos quesitos é um dos pontos mais importantes do laudo pericial. O Artigo 473 do
CPC, determina que o laudo pericial deve conter resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados
pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público, se for o caso.
A ordem de resposta aos quesitos é sempre: 1º. Responda os quesitos do juiz; 2º. Responda os quesitos
do autor e por último responda os quesitos do réu.

8) Conclusões:

Neste tópico o perito deve informar ao magistrado tudo de importante que foi abordado no laudo
pericial. Lembre-se que os juízes têm uma elevada carga de trabalho e, na maioria das vezes são
obrigados a iniciar a leitura do laudo pela conclusão. Os juízes, costumam, inclusive, utilizar trechos
importantes dos laudos periciais para justificarem suas convicções lançadas em sentença terminativa. É
sempre aconselhável que o perito redija uma conclusão concisa, responsável e ética, abordando o
objetivo da perícia, a descrição do objeto da perícia e as principais respostas dos quesitos.
9) Encerramento:
No encerramento do laudo perícia, o perito deve registrar o número de
folhas do laudo e caso existam anexos, informar a quantidade de anexos
presentes e adotar a forma de numeração das páginas, mencionando o
número total de folhas de seu laudo (3/63..4/63...), evitando, assim que
qualquer folha se perca. Importante destacar, também, a desnecessidade de
afirmação, por parte do perito, sobre qual das partes deverá agir em relação
a outra. Ex.: ”O Autor foi o causador do dano e, portanto, ele deve indenizar o
réu, no valor de Y” . Quem tem o poder de decisão é o juiz e não o perito,
pois este último informa tecnicamente o que ocorreu para o magistrado
decidir quem será o condenado na referida sentença.

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