EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

ALPHA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n.

(...), com endereço em (...), vem por meio de seu procurador
(procuração em anexo) com escritório em (...), diante de vossa
excelência, nos termos da alínea l, inc. I, do art. 102 da CF c/c
inc. III, do art. 988, do CPC, apresentar

RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

em face da AUTORIDADE MUNICIPAL, pessoa jurídica de

direito público, inscrita no CNPJ n. (...), com endereço em (...),
pelos seguintes motivos:

I - DA TEMPESTIVIDADE

I.I. Do objeto

A Autoridade Municipal responsável pela fiscalização e regulamentação do

transporte do município Beta continua em desconformidade com o inc. III, do art. 988,
do CPC, aplicando a Lei n. XX/XXXX considerada inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal.

I.II. Da legitimidade ativa

Nos termos do art. 988 do CPC, caberá reclamação da parte interessada. A

empresa de transporte intermunicipal ALPHA, por possuir uma frota considerável de
veículos, se sente prejudicada pela conduta da Autoridade Municipal.
I.III. Da legitimidade passiva

A Autoridade Municipal continua aplicando a Lei n. XX/XXXX que prorroga o

prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário intermunicipal por um
ano, contrariando a decisão deste Tribunal.

II - DOS FATOS

A Autoridade Municipal responsável pela fiscalização e regulamentação do

transporte continua aplicando a Lei Federal n. XX/XXXX, considerada inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal.
A empresa de transporte intermunicipal ALPHA, possui uma frota considerável
de veículos e depende da correta aplicação das regras para o pleno funcionamento
de suas atividades. Ocorre que o Autoridade Municipal continua aplicando a lei que
prorroga o prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário
intermunicipal por um ano, contrariando a decisão deste Tribunal.
Considerando o efeito vinculante produzido pelas decisões definitivas de
mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado,
se faz imprescindível a presente Reclamação Constitucional ante o seu
descumprimento.

III - DO DIREITO

Trata-se de uma decisão do Supremo Tribunal Federal de controle

concentrado de uma lei federal que invadiu a esfera de competência legislativa
reservada aos estados-membros, uma vez que, a Lei n. XX/XXXX regula matéria de
competência residual dos estados-membros, ao prorrogar o prazo de validade dos
bilhetes de transporte coletivo rodoviário intermunicipal por um ano.
Segundo o inciso XI, art. 22, da CF, é competência privativa da União legislar
sobre trânsito e transportes e conforme o inc. XII, art. 21, da CF, explorar, diretamente
ou mediante autorização, concessão ou permissão, serviços de transporte rodoviário
interestadual e internacional. Aos municípios, nos termos do inc. V, do art. 30, da CF,
organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial. Restando, assim, aos estados-membros a competência para explorar e
regulamentar a prestação de serviço de transporte intermunicipal de passageiros,
previsto no § 1º, do art. 25, da CF.
Em razão da violação da competência residual conferida aos estados-
membros, a Lei Federal n. XX/XXXX foi declarada inconstitucional com efeito
vinculante por não seguir a distribuição de competências prevista na Constituição
Federal.
A Autoridade Municipal ao não cumprir a decisão judicial, continuando a
aplicar a Lei Federal n. XX/XXXX contrária o inc. III, do art. 988, do CPC, cabendo
assim, reclamação da parte interessada para garantir a observância da decisão do
Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade.

IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA

Segundo o inc. II, art. 989, do CPC o relator suspenderá o ato impugnado para
evitar dano irreparável. A empresa de transporte intermunicipal ALPHA por possuir
uma frota considerável de veículos será prejudicada com a prorrogação do prazo de
validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário intermunicipal por um ano.
Diante disso, se faz necessário a suspensão da aplicação da Lei n. XX/XXXX.

V - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

A concessão de tutela de urgência, nos termos do art. 300 c/c inc. II, art. 989
ambos do CPC, determinando que a Autoridade Municipal suspenda
imediatamente a aplicação da Lei n. XX/XXXX no âmbito intermunicipal, em
respeito à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de
multa diária a ser fixada por Vossa Excelência;

A citação da Autoridade Municipal para, querendo, apresentar contestação,

sob pena de revelia e confissão;
 Julgar procedente o pedido, declarando-se a ilegalidade da aplicação da Lei
Federal n. XX/XXXX no âmbito intermunicipal, em consonância com a decisão
do Supremo Tribunal Federal;

A condenação da Autoridade Municipal ao pagamento das custas processuais

e honorários advocatícios;

A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a juntada

dos documentos, em anexo, que instruem a presente inicial.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 1,000 (mil reais) para fins legais.

Termos em que pede deferimento.

Local e Data

Advogado
OAB