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Concurso PÚBLICO E
@natalia.soller DELEGAÇÃO
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REINERT CENSI - 07200421944
Art. 236 da Constituição Federal
CF, Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos
praticados pelos serviços notariais e de registro.
Divergência doutrinária:
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DELEGAÇÃO
Serviço púbico
“Os serviços de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos em caráter privado por
delegação do Poder Público – serviço público não privativo. Os notários e os registradores exercem
atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo
público. Não são servidores públicos, não lhes alcançando a compulsoriedade imposta pelo
mencionado art. 40 da CF/1988 – aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade.”
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DELEGAÇÃO
Responsabilidade exclusiva - (primária) (g.n) - e objetiva do Estado (art. 37, §6º), pelos atos dos
tabeliães e registradores que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, com dever de
regresso contra o responsável, no caso de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
RE 842.846
Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
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Incompatibilidades
Exercício da advocacia
O notário e/ou registrador que desejarem exercer mandato eletivo deverão se afastar do exercício do
serviço público delegado desde a sua diplomação. (art. 1º, do Prov. nº 78/2018)
O Provimento permite que o notário ou registrador exerça o cargo de vereança (ofício do vereador)
cumulativamente à atividade notarial ou registral, havendo compatibilidade de horários. (art. 1º, §1º, do
Prov. Nº 78/2018);
Nota-se que tal permissão derivou da medida cautelar parcialmente deferida, nos idos de 1999 que,
por maioria, determinou “sem redução de texto, dar interpretação conforme à Constituição Federal ao
§2º da Art. 25, da Lei nº 8.935, de 18/11/1994, para excluir de sua incidência a hipótese do art. 38, III,
Primeira Parte, da Carta Magna”. (ADI 1531 MC, Relator(a): Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, julgado
em 24/06/1999, DJ 14-12-2001)
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Provimento nº 78 do CNJ
Em 2019, foi proposta a ação direta de inconstitucionalidade nº 1.531, pelo Partido Progressista
Brasileiro – PPB, no sentido de declarar inconstitucional o art. 25, §2º, da Lei nº 8.935/1994,
sustentando ofensa ao art. 38, inciso II, da CF que autoriza o servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional investido no mandato de Vereador, a continuar recebendo as vantagens de
seu cargo efetivo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, se houver compatibilidade de
horários.
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Provimento nº 78 do CNJ
I. O artigo 38, inciso II da Constituição Federal não tem aplicação no caso dos notários e registradores,
na medida em que não são servidores públicos, não são titulares de cargo púbico. Sendo assim, os
oficiais de registro e tabeliães exercem atividades em caráter privado por delegação do poder público,
estando sujeitos à legislação específica, isto é, à lei nº 8.935/1994.
II. O mandamento legal criado pela União se compatibiliza com a diretriz do art. 54 da Constituição
Federal, que estabelece a “nítida intenção de vedação, como regra, do exercício de atividade
parlamentar e o desempenho de funções, de natureza pública ou particular, que envolvam a
administração ou o gerenciamento de bens e valores públicos.”
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Provimento nº 78 do CNJ
III. embora o titular de cartório extrajudicial não ocupe cargo público, exerce atividade típica de Estado
por delegação. Sua remuneração é decorrente da percepção de emolumentos, os quais possuem
natureza jurídica tributária de taxa, receita pública, atraindo a incidência das incompatibilidades
previstas no art. 54 da Constituição.
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Provimento nº 78 do CNJ
Conclusão: O Relator Gilmar Mendes, seguido pelos outros Ministros, entendeu que “o art. 25, § 2º, da
Lei 8.935/94 não apresenta qualquer incompatibilidade com o texto constitucional, seja por se
encontrar dentro da esfera de competência da União para estabelecer condições e incompatibilidades
para o exercício da atividade notarial e de registro, seja por estar em consonância com a norma material
que estabelece, como regra geral, a impossibilidade de exercício de mandato eletivo com qualquer
outra função estatal”. Sendo assim, foi declarada improcedente a ação direta de inconstitucionalidade.
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CONCURSO
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CONCURSO
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CONCURSO
• Prática jurídica
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Provas
• Provimento (2/3)
• Remoção (1/3)
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Provas
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Títulos – art. 8º Resolução 81 do CNJ
7.1. O exame de títulos valerá, no máximo, 10 (dez) pontos, com peso 2 (dois), observado o seguinte:
I – exercício da advocacia ou de delegação, cargo, emprego ou função pública privativa de bacharel em Direito, por um
mínimo de três anos até a data da primeira publicação do edital do concurso (2,0);
II – exercício de serviço notarial ou de registro, por não bacharel em direito, por um mínimo de dez anos até a data da
publicação do primeiro edital do concurso (art. 15, § 2º, da Lei n. 8.935/1994) (2,0); (Alteração dada pela Resolução nº
187, de 24 de fevereiro de 2014)
III – exercício do Magistério Superior na área jurídica pelo período mínimo de 5 (cinco) anos:
a) mediante admissão no corpo docente por concurso ou processo seletivo público de provas e/ou títulos (1,5);
b) mediante admissão no corpo docente sem concurso ou processo seletivo público de provas e/ou títulos (1,0);
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TÍTULOS – ART. 8º RESOLUÇÃO 81 DO CNJ
V – exercício, no mínimo durante 1 (um) ano, por ao menos 16 horas mensais, das atribuições de conciliador voluntário em unidades
judiciárias, ou na prestação de assistência jurídica voluntária (0,5); (Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014)
VI – período igual a 3 (três) eleições, contado uma só vez, de serviço prestado, em qualquer condição, à Justiça Eleitoral (0,5). Nas
eleições com dois turnos, considerar-se-á um único período, ainda que haja prestação de serviços em ambos.
https://vfkeducacao.com/portal/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-titulos-no-concurso-de-cartorio/
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TÍTULOS – QUESTÕES
Por que o critério etário é o último do desempate se o Estatuto do Idoso o coloca como prioritário? Por que o exercício na
função de jurado é “melhor” do que o critério etário?
Trata-se de opção normativa apenas. Critério eleito pela Resolução 81 do CNJ, prestigiando o desempenho nas
avaliações componentes do certame. A preferência pelo exercício da função de jurado se enquadra nesse mesmo
comentário.
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TÍTULOS – QUESTÕES
É razoável que o exercício de delegação tenha os mesmos status da advocacia por um mínimo de 3 anos para
valer 2 pontos?
A pontuação do exercício da atividade notarial e registral, embora cercada de controvérsia, parece
extremamente justa. Trata-se de valorar a experiência na realização da função, o que ocorre em vários
outros certames. Isso não significa interpretar pelo reconhecimento da atividade como “carreira jurídica”,
visto que de acordo com o entendimento sedimentado do STF a regra de transição impediria tal
delimitação. No entanto, é possível vislumbrar pontuação considerando a delegação como item apartado,
não condicionado ao atributo de função privativa à bacharel. Foi esse, inclusive, o entendimento
prevalecente no CNJ, quando da apreciação da Reclamação nº 0004751-93.2019.2.00.0000, sob Relatoria
do Ministro Luiz Fux.
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TÍTULOS – QUESTÕES
Reclamação nº 0004751-93.2019.2.00.0000
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TÍTULOS – QUESTÕES
1. O tema debatido neste procedimento é relacionado ao cômputo de pontos na fase de títulos do concurso público de
provas e títulos para a outorga de delegação de notas e de registro. Envolve a pontuação a ser conferida para o
candidato que tenha exercido a mesma atividade em razão de investidura em delegação de notas ou registro anterior,
conforme o disposto no regulamento do certame e previsão do item 7.1, I, da minuta de edital anexa à Resolução CNJ
nº 81/2009.
2. Ainda que precedentes tenham variado na interpretação dessa norma administrativa, o entendimento deste
Conselho Nacional de Justiça evoluiu para reconhecer devido o cômputo dos pontos nela previstos aos candidatos que,
ao tempo da primeira publicação do edital do concurso, houvessem exercido delegação de notas ou registro anterior por
três anos e fossem concomitantemente bacharéis em Direito.
3. A possibilidade de participação no certame por candidato não bacharel em Direito, na forma do art. 15, § 2º, da Lei
nº 8.935/1994, escapa ao mérito da questão discutida e não impede a pontuação aos que tenham exercido
anteriormente a atividade delegada de notas ou de registro, tal como expressamente previsto na normativa de 2009,
cumprindo que o exame da norma parta de perspectiva diversa, pena de ofensa ao princípio da isonomia inerente aos
concursos públicos.
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TÍTULOS – QUESTÕES
4. Deve ser assegurado o equilíbrio e a igualdade de tratamento entre os candidatos, o que não se conforma com a
sobrevalorização de algumas carreiras jurídicas, ou profissionais do direito, em detrimento de outros, sem qualquer
justificativa plausível para essa distinção.
5. Para o Supremo Tribunal Federal, a aprovação em concurso para atividade notarial e de registro pode ser valorada
como título e isso não incorre em violação da norma constitucional, “desde que atribuída semelhante pontuação às
demais carreiras jurídicas” (Rcl 6.748, AgR Ministro Ricardo Lewandowiski, Tribunal Pleno – RTJ vol. 220-01 PP-00246).
No mesmo sentido, assentou a Suprema Corte que “o princípio constitucional da isonomia é atendido pela atribuição
proporcional de pontos, revelando-se equivocada a decisão que determina a extirpação total de pontos referentes aos
títulos obtidos pelo exercício daquela atividade” (AI 830.011 AgR., Relator Ministro Luiz Fux, j. 26.06.2012, 1ª Turma
DJe de 14.08.2012).
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TÍTULOS – QUESTÕES
7. Entendimento que doravante fica consolidado, por meio dos enunciados aprovados, que visam uniformizar a
interpretação dessa regra para todos os concursos públicos dessa natureza no país, em andamento ou futuros,
mantidas as situações de fato já consolidadas pela efetiva outorga das respectivas delegações, quer sejam no sentido
ou não deste julgado, o que busca preservar a segurança jurídica.
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