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AÇÕES CONSTITUCIONAIS

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA – FAPAL (aula 13)


Prof. LEONARDO MATHEUS B. BATISTA
AÇÕES CONSTITUCIONAIS:

➢ HABEAS CORPUS (ART. 52, LXVIII)

- Habeas corpus é o instrumento processual constitucional, isento de custas, colocado ao dispor de


qualquer pessoa física ameaçada de sofrer violência ou coação em sua liberdade ambulatória.

- Liberdade ambulatória ou de locomoção: é livre a locomoção no território nacional em tempo de


paz. Tanto os brasileiros natos ou naturalizados como os estrangeiros, residentes ou não no Brasil,
podem, observadas as exigências legais, entrar, permanecer ou sair com seus bens, sem qualquer
cerceamento. Locomover significa andar, sair, passear, transitar, parar, ir, vir, ficar, estacionar, correr.
Numa acepção ampla, é o mesmo que circular. Consequentemente, o Poder Público não poderá
cercear o livre trânsito, salvo em hipóteses excepcionais. Exemplos: interdição ou isolamento de
uma via afetada ao uso público, impedimento de passagem em local sujeito a obras de melhoria,
aplicação de infrações penais, casos de infecções e doenças de massa infectocontagiosas etc.
Trata-se de uma garantia fundamental, das mais importantes, pois sem a liberdade de ir, vir e ficar
outras não se realizam. Aliás, o velho e bom habeas corpus — germe de várias leis inestimáveis que
só o tempo veio a aprimorar — encontra-se sempre atual. Entra ordenamento, sai ordenamento,
sua presença é marcante nas constituições dos povos.

- Origem do habeas corpus: Nascimento efetivo do instituto — na realidade, a origem do habeas


corpus está na Magna Charta Libertatum, outorgada na Inglaterra, nos campos de Runnymed, em
1215, pelo Rei João, filho de Henrique II, sucessor de Ricardo Coração de Leão, que se tornaria, mais
tarde, o legendário João Sem Terra. Foi no Capítulo XXIX dessa Magna Charta Libertatum "que se
calcaram, através das idades, as demais conquistas do povo inglês para a garantia prática, imediata
e utilitária da liberdade física" (Pontes de Miranda, História e prática do “habeas corpus", p. 9).
- Ao pé da letra, a velha e bárbara fórmula latina habeas corpus significa “tome o corpo” e submeta
o paciente ao juiz para que examine a coação e o liberte, se for o caso.
Daí a Constituição de 1988 proclamar: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 5-, LXVIII).

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EVOLUÇÃO DO HABEAS CORPUS NO BRASIL:
• Previsão implícita na Carta de 1824 — todas as nossas Constituições previram o remédio heroico,
até mesmo a Carta imperial de 1824, ainda que implicitamente. Eis a cronologia: Constituição de
1824, implícito no art. 179, § 8ª; Constituição de 1891, art. 72, § 22; Constituição de 1934, art. 113,
n. 23; Constituição de 1937, art. 122, n. 16; Constituição de 1946, art. 141, § 23; Constituição de
1967, art. .50, § 20; Constituição de 1988, art. 5a, LXVIII.
• Habeas corpus no Brasil-lmpério — o remédio heroico surgiu no Brasil de modo pálido, antes
mesmo da Carta de 1824. Foi o Código Criminal do Império, de 1830, que o previu pela primeira
vez (arts. 183 a 188), sendo reforçado, de modo vigoroso, no Código de Processo Criminal, de 29-11
-1832 (art. 341). Em seguida, a Lei n. 2.033, de 20-9-1871, estendeu-o aos estrangeiros (art. 18, §
1ª).

- PERFIL DO HABEAS CORPUS:


Pessoas jurídicas não podem utilizá-lo — pessoa jurídica não pode ser beneficiária de habeas
corpus, porquanto não tem liberdade de locomoção a ser protegida. A medida é privativa do ser
humano.
NATUREZA DO HABEAS CORPUS — trata-se de uma AÇÃO PENAL POPULAR, de berço constitucional
e procedimento sumário. Ora assume o posto de ação cautelar, declaratória ou constitutiva (CPP, art.
648, I a V), ora de ação rescisória constitutiva negativa (CPP, art. 648, VI e VII). Não é em todo e
qualquer caso que o remédio heroico pode ser usado, visto que somente serve para tutelar a
liberdade ambulatória.
FINALIDADE DO HABEAS CORPUS— evitar ou fazer cessar a violência ou coação à liberdade
ambulatória, pela prática de ato ilegal ou por abuso de poder. Concretiza-se mediante ordem dada
pelo juiz ou tribunal ao coator, assegurando ao indivíduo o direito de ir, vir e ficar. A “impetração do
habeas corpus, com desvio de sua finalidade jurídico-constitucional, objetivando satisfazer, ainda
que por via reflexa, porém de modo ilegítimo, os interesses da acusação, descaracteriza a essência
desse instrumento exclusivamente vocacionado na proteção da liberdade individual”, decidiu a Corte
Excelsa (STF, H C 75.347- 8/M G, Rei. Min. Carlos Velloso, DJ, 1, de 5-11-1997).
• GRATUIDADE DO HABEAS CORPUS (CF, art. 52, LXXVII) — o constituinte de 1988, inovando a ordem
jurídica brasileira, isentou o remédio heroico do pagamento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
• HABEAS CORPUS de ofício — a jurisprudência da Corte Excelsa tem admitido que se conceda
habeas corpus de ofício ainda que o pedido original não possa ser conhecido. Nisso o Poder Judiciário
pode atuar no tocante à extensão da ordem, deferindo-a aquém ou além do pedido. Precedentes:
STF, RT, 650:331; 2*T„ STF, HC 69.172-2/RJ, Rei. Min. Marco Aurélio, D), 1, de 21-8-1992. p. 12784-
12785; STF, 2*1., H C 69.421/SP, Rei. Min. Marco Aurélio, D), 1, de 28- 8-1992. p. 13455.

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• HABEAS CORPUS repressivo (ou liberatório) -— faz cessar o desrespeito à liberdade de ' locomoção
do paciente.
• HABEAS CORPUS preventivo (ou salvo-conduto) — impede a provável prisão ou detenção do
paciente, que se encontra ameaçado de sofrer violência ou coação na sua liberdade ambulatória,
por ato ilegal ou abuso de poder. Nesse sentido: STJ, 6ªT., HC 1.,288-3/PB, Rei. Min. José Cândido, v.
u., DJ, 1, de 16-11-1992, p. 21163.
• DESVINCULAÇÃO À CAUSA DE PEDIR E AOS PEDIDOS FORMULADOS — entende o Supremo
Tribunal Federal que, ao apreciar habeas corpus, o órgão competente para seu julgamento não está
vinculado à causa de pedir nem aos pedidos formulados. Desde que se forme a convicção sobre a
existência de ato ilegal não veiculado pelo impetrante, cumpre-lhe afastá-lo, mesmo que isso
implicar concessão de ordem em sentido diverso do pleiteado (CPP, art. 654, § 22). Precedente: STF,
2ªT„ HC 69.421/SP, Rei. Min. Marco Aurélio, v. u., Dl, 1, de 28-8-1992, p. 13455.

- PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS DE IMPETRAÇÃO - dois requisitos apregoados pelo art. 52,


LXVIII
VIOLÊNCIA OU COAÇÃO À LIBERDADE DE SE LOCOMOVER:
- VIOLÊNCIA é o uso da força física, que contraria ou domina o exercício regular de um direito.
Já a COAÇÃO é o constrangimento, direto ou indireto, à liberdade de ir, vir ou ficar. Qualquer
um deles enseja o cabimento do habeas corpus.

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ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER:
ILEGAL é o ato comissivo ou omissivo contrário ao direito. Verificamo-lo sempre que: (i)
houver lei rechaçando a sua prática; (ii) ele próprio extrapolar os limites legais, contrariando lei
expressa, regulamento ou princípio constitucional; (iii) usurpar funções, mediante vícios de
competência ou invasão de atribuições. O ABUSO DE PODER, por sua vez, consiste na prática de atos
autoritários, imoderados, desproporcionais, arbitrários, violentos, desviados do seu fim. Por isso,
recai num ato ilícito, quer pelo excesso de sua utilização, quer pelo desvio de seu objetivo.

LEGITIMIDADE ATIVA NO HABEAS CORPUS

Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, analfabeta, menor ou incapaz, bem
como pelo Ministério Público, sem a necessidade de habilitação legal ou representação de
advogado.

AÇÃO PENAL POPULAR COM LEGITIMIDADE UNIVERSAL

“Vê-se, portanto, que a legitimidade ativa para o ajuizamento da ação de habeas corpus reveste-
se de caráter universal o que torna prescindível, até mesmo, a outorga de mandato judicial que
autorize o impetrante a agir em favor de quem estaria sujeito, alegadamente, a situação de injusto
constrangimento em sua liberdade de locomoção, física” (STF, HC 100.000-MC/SP, Rei. Min. Celso de
Mello, D JE de 5-8-2009).
INFORMATIVO STF Nº 516.

HC: Impetração em favor de Pessoa Jurídica e Não Conhecimento – 1:


A pessoa jurídica não pode figurar como paciente de habeas corpus, pois jamais estará em jogo a
sua liberdade de ir e vir, objeto que essa medida visa proteger. Com base nesse entendimento, a
Turma, preliminarmente, em votação majoritária, deliberou quanto à exclusão da pessoa jurídica do
presente writ, quer considerada a qualificação como impetrante, quer como paciente. Tratava-se, na
espécie, de habeas corpus em que os impetrantes-pacientes, pessoas físicas e empresa, pleiteavam,
por falta de justa causa, o trancamento de ação penal instaurada, em desfavor da empresa e dos
sócios que a compõem, por suposta infração do art. 54, § 2º, V, da Lei 9.605/98. Sustentavam, para
tanto, a ocorrência de bis in idem, ao argumento de que os pacientes teriam sido responsabilizados
duplamente pelos mesmos fatos, uma vez que já integralmente cumprido termo de ajustamento de
conduta com o Ministério Público Estadual. Alegavam, ainda, a inexistência de prova da ação
reputada delituosa e a falta de individualização das condutas atribuídas aos diretores.
HC 92921/BA, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19.8.2008. (HC-92921)

HC: Impetração em favor de Pessoa Jurídica e Não Conhecimento – 2:


Enfatizou-se possibilidade de apenação da pessoa jurídica relativamente a crimes contra o meio
ambiente, quer sob o

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ângulo da interdição da atividade desenvolvida, quer sob o da multa ou da perda de bens, mas não
quanto ao cerceio da liberdade de locomoção, a qual enseja o envolvimento de pessoa natural.
Salientando a doutrina desta Corte quanto ao habeas corpus, entendeu-se que uma coisa seria o
interesse jurídico da empresa em atacar, mediante recurso, decisão ou condenação imposta na ação
penal, e outra, cogitar de sua liberdade de ir e vir. Vencido, no ponto, o Min. Ricardo Lewandowski,
relator, que, tendo em conta a dupla imputação como sistema legalmente imposto (Lei 9.605/98,
art. 3º, parágrafo único) - em que pessoas jurídicas e naturais farão, conjuntamente, parte do pólo
passivo da ação penal, de modo que o habeas corpus, que discute a viabilidade do prosseguimento
da ação, refletiria diretamente na liberdade destas últimas -, conhecia do writ também em relação à
pessoa jurídica, dado o seu caráter eminentemente liberatório.
HC 92921/BA, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19.8.2008. (HC-92921)

LEGITIMIDADE PASSIVA NO HABEAS CORPUS


- Delegados de polícia, promotores, juízes de direito, tribunais, particulares etc.
Dirige-se contra a autoridade coatora, que é aquela sob as ordens de quem se encontra preso o
paciente ou que determinou a restrição à liberdade ambulatória.
*ATO DE PARTICULAR
O habeas corpus também pode ser impetrado contra ato de particular sempre que houver constrição
à liberdade ambulatória.
Habeas corpus — Cabimento contra ato de particular: "Desde que a Constituição da República não
faz distinção entre coação exercida por autoridade pública e por particular, não será lícito fazê-lo
jurisprudencialmente, sob pena de restrição indevida a DIREITO E GARANTIA FUNDAMENTAL DO
CIDADÃO" (TJSP, 3- Câm. Crim., RHC 137.873-3/Votuporanga, Rei. Des. Luiz Pantaleão, decisão de
12-3-1993, JTI (SP), Lex, 142:375). No mesmo sentido: TJSP, RF, 767:269; RT, 63:649 e 65:477.
Ex.: constrangimento praticado por hospitais que negam alta a seus pacientes em virtude do não
pagamento de despesas.
Posição do TJSP: o Tribunal de Justiça de São Paulo, unanimemente, entendeu que "o particular pode,
em casos especiais, praticar ato ilegal, sanável pelo remédio heroico do habeas corpus. É o caso de
constrangimento ilegal (art. 146) e do cárcere privado (art. 148), ambos do CP" (TJSP, RT, 548:339).

ATO DE TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS OU TRIBUNAIS ESTADUAIS

ATO ILEGAL IMPUTADO A PROMOTOR DE JUSTIÇA


Compete ao Tribunal de Justiça, em razão da pessoa e com base nos arts. 96, III, e 125, § l s , da
Carta Magna, processar e julgar habeas corpus contra ato ilegal imputado a promotor de justiça,
posicionamento tranquilo na jurisprudência do Pretório Excelso. Precedentes: STF, 1-T., RE 141.209-

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7, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, DJ, 1, de 20-3-1992; STF, 2i T., RE 141.311-5/SP, Rei. Min. Marco
Aurélio, v. u., Dl, 1, de 11-12-1992, p. 23665; STF, 2a T„ RE 141.211-9/SP, Rei. Min. Néri da Silveira,
Dl, 1, de 28-8-1992, p. 13456; STF, 2a T., RE 187.725-1/RJ, Rei. Min. Néri da Silveira, Dl, 1, de 17-10-
1997, p. 52506

ATO DE TURMA RECURSAL DE JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS


A competência para julgar ato de turma recursal de Juizados Especiais Criminais pertence ao Tribunal
de Justiça do Estado, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal no HC 86.834/SP, que
cancelou a sua Súmula 680 “Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento
de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais”.
ATO DE JUIZ ESPECIAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Compete ao Tribunal de Justiça dos Estados processar e julgar os habeas corpus contra ato judicial,
nos Juizados Especiais Criminais, pois a Carta Magna disciplina o julgamento de recursos por turmas
de juizes de primeiro grau (art. 9 8 ,1).
Já aos Tribunais Regionais Federais competirão o processo e o julgamento dos habeas corpus contra
atos de magistrados federais (CF, art. 108, I, d) que atuem nos Juizados Especiais, isso porque a
Constituição, ao prever tais Juizados na órbita federal, não vedou essa possibilidade (art. 98, § 1º).

PUNIÇÕES DISCIPLINARES MILITARES


Ano cabe habeas corpus em relação às punições disciplinares militares (CF, art. 142, § 22).
Significa dizer que o mérito, os motivos de fato que ensejaram as decisões proferidas em sede de
transgressão militar não comportam o remédio heroico quanto às punições disciplinares aplicadas
aos militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios.
- O Texto de 1988, contudo, não impediu o exame pelo Poder Judiciário dos pressupostos de
legalidade, conexos à hierarquia, ao poder disciplinar, ao ato ligado à função e à pena suscetível de
ser aplicada disciplinarmente.
Precedentes: STF, HC 70.648-7/RJ, DJ de 4-3-1994, p. 3289; STJ, Lex, 75:216, v. u., D/ de 18- 4-1990
(o ST) admitiu a concessão de habeas corpus em caso de prisão disciplinar de bombeiro, por 30 dias,
imposta pelo Conselho de Disciplina, à luz do que dispõe o Regulamento Disciplinar do Corpo de
Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro).

Liminar em habeas corpus


A liminar no habeas corpus será expedida para repelir possível constrangimento à liberdade de
locomoção. Sujeita-se aos parâmetros da medida cautelar excepcional, quais sejam, o periculum in

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mora — probabilidade de dano irreparável — e o fumus boni juris — indica a ilegalidade no
constrangimento.

EMPATE NO HABEAS CORPUS: FAVORECIMENTO AO PACIENTE


Havendo empate no julgamento do remédio heroico, prevalece â decisão mais favorável ao paciente,
seja em sede de ação ordinária, seja em recurso ordinário constitucional, recurso especial ou recurso
extraordinário.
Nesse sentido: STF, 1ST., H C 72.445-1/DF, Rei. Min. Marco Aurélio, Dl, 1, de 22-9-1995, p. 30592; STF,
2*T., H C 74.750-7/PB, Rei. Min. Marco Aurélio, DJ, 1, de 26-11-1999, p. 84.

HABEAS CORPUS E RECURSO ORDINÁRIO: AJUIZAMENTO SIMULTÂNEO


Ainda que articulem os mesmos fatos e busquem a mesma situação jurídica, são plenamente
conciliáveis a impetração de habeas corpus e a interposição do respectivo recurso ordinário -
referentes ao mesmo ato. E que essa providência não é vedada pelo legislador ordinário e,
tampouco, pelas normas constitucionais. Ao invés, a liberdade de locomoção é uma garantia
fundamental. Por isso, ambos podem ser apreciados. Eventualmente, um julgamento pode
repercutir no outro. Nesse sentido: STJ, 65T., H C 1.527-6/RS, Rei. Min. Vicente Cernicchiaro, v. u.,
decisão de 27- 10-1992, Dl, 1, de 5-4-1993, p. 5859.
A concomitância do habeas corpus com qualquer recurso é admitida pela jurisprudência. Nada
obsta que medidas sejam tomadas para prevenir ou fazer cessar a violência ou coação. Precedentes:
STJ, 6ª T., HC 1.053/PE, Rei. Min. Vicente Cernicchiaro, v. u., D/, 1, de 9-3-1992, p. 2592; STJ, 5*T.,
RHC 1.951-0/SP, Rei. Min. Costa Lima

HABEAS CORPUS E SUBSTITUIÇÃO DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


Pela Carta de 1988, é possível a substituição do recurso ordinário constitucional contra a decisão
denegatória do habeas corpus, dada em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais estaduais, pelo HABEAS CORPUS originário, perante o Superior Tribunal
de Justiça. Todavia, a análise de eventual recurso apresentado fica prejudicada.
Nesse sentido: STJ, 5-T., RHC 1.729/SP, Rei. Min. Costa Lima, v. u., Dl, 1, de 9-3-1992, p. 2589-2590.
Registre-se, ainda, a possibilidade, em tese, do pedido de habeas corpus contra acórdão do Superior
Tribunal de Justiça denegatório de outro habeas corpus. Nessa hipótese, compete originariamente
ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL processá-lo e julgá-lo (CF, art. 102,1, i). Nada impede, contudo, a
interposição de recurso ordinário para o próprio Supremo Tribunal Federal contra a denegação do
remédio heroico (CF, art. 102, II, a). Decerto que sua mera interposição não enseja, de imediato, a
tutela ao direito de locomoção. Nesse sentido: STF, 1ª T., HC 73.605-0, Rei. Min. Néri da Silveira, v.
u., Dl, 1, de21-6-1996, p. 22293.

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