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INVALIDADE DO CASAMENTO
REGIME DE BENS
- Obedece o domicílio dos nubentes. Se for diverso, o primeiro domicílio conjugal
- Evidentemente que o direito do país do domicílio dos nubentes ou do primeiro
domicílio conjugal é o da época de sua celebração ou estabelecimento. Se está o
casal domiciliado no Brasil, aplica-se o direito brasileiro vigente na data da
celebração do matrimônio, não o direito brasileiro atual (que poderá ter sido alterado,
modificado etc.).
- -Críticas: Valadão e Edgar Carlos Amorim: deficiente e sem qualquer sentido técnico
ou social, uma vez que a regra do primeiro domicílio conjugal (que só surge ali se o
deles for diverso)é a o princípio universal e clássico, escolhido pelos cônjuges e não
pelos noivos; também é falho pela possibilidade de fraude pois É claro que os
nubentes podem dizer que irão fixar domicílio nesse ou naquele país e, no final, não
irem. O regime de bens no casamento segue a lex loci celebrationis, Melhor seria
que, em caso de diversidade de domicílios, o regime de casamento seria aquele
determinado pela lei do lugar da celebração do ato
- O regime de bens é de escolha dos nubentes
- A LINDB, por fim, possibilita ao estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro,
mediante expressa anuência de seu cônjuge, que requeira ao juiz, no ato de entrega
do decreto de naturalização, que se apostile ao mesmo “a adoção do regime de
comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção
ao competente registro”
-
DIVÓRCIO
- A aceitação fica a cargo da lei nacional dos cônjuges. Por tal princípio, deixa-se de
observar a lei do domicílio. Rege-se pela lei do local, a menos que a lei nacional dos
conjuges se opnha à instituição do divorcio.
- Ex.: O estrangeiro divorciado que vier para o Brasil verá reconhecidos os efeitos
pessoais e patrimoniais de tal sentença, salvo de bens imóveis que eventualmente
tenha no Brasil.
- Já o brasileiro que retornar do estrangeiro divorciado só terá homologada a
respectiva sentença, pelo Superior Tribunal de Justiça, após o cumprimento das
exigências nacionais.
- Em resumo: regra do local, exceto se a lei nacional for divergente.
- Os casais (nacionais ou estrangeiros) que contraíram núpcias no Brasil e aqui se
domiciliam terão – salvo eleição de foro estrangeiro, com a anuência de ambos – de
submeter-se à competência da autoridade brasileira para aqui se divorciar.
- Casais domiciliados no Brasil que tenham se casado fora podem eleger a
competência brasileira para o divórcio. O paíse de celebração também tem
competência. No Brasil, Ao juiz, porém, poderão aparecer duas questões de DIPr a
serem, de plano, verificadas: a relativa à validade do ato realizado no estrangeiro (à
luz da regra locus regit actum) e a relativa à regra aplicável ao regime de bens
(LINDB, art. 7º, § 5º).
- Se o divórcio acontecer no estrangeiro, sendo um ou ambos conjuyges brasileiros:
dispõe o art. 7º, § 6º, da LINDB, que o “só será reconhecido no Brasil depois de 1
(um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação
judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato
- Divórcio consensual consular: fim de autorizar às autoridades consulares brasileiras
que também celebrem a separação e o divórcio consensuais de brasileiros no
exterior. Crítica: entende indispensável o advogado, pois estar-se-ia diante de uma
autoridade consular e porque seria mais coerente que os patronos pudessem agir
diretamente no Brasil.
- Divórcio consencual puro e qualificado: Há muito se discutia sobre a necessidade de
homologação no Brasil das sentenças estrangeiras de divórcio consensual, para o
fim de operar efeitos em território nacional. Atualmente, não há dúvidas de que o
divórcio consensual realizado no exterior independe de homologação pelo STJ para
valer no Brasil, a teor do que expressamente dispõe o art. 961, § 5º, do CPC/2015:
- ATENÇÃO: somente há dispensa nos divórcios consensuais puros, isto é, quando a
sentença não discuta outras questões para além a mera dissolução do vínculo
conjugal. Se o divórcio for qualificado, será necessária a prévia homologação da
sentença pelo STJ para que possa operar efeitos no Brasil.
-
ESPONSAIS
- crítica: Muitos autores criticam a norma do art. 10, caput, da LINDB, sob o
argumento de ser irreal e abandonada pela prática em vários países. A
jurisprudência também vem mitigando o art. 10 da LINDB
- Valladão diz que o dispositivo deixou de funcionar pois existem muitas exceções na
prática. “o princípio de um critério único euniversal para a sucessão, ‘qualquer que
seja a natureza e a situação dos bens’, é faca que não corta, também no Brasil”. A
lei única é destruída, e as pessoas precisam fazer várias inventários ou vários
testamentos.
- Na prática: a universalidade sucessória ficaria circunscrita tão somente aos bens
localizados no Brasil, não contemplando quaisquer bens sitos no exterior.
- certo é que aberta a sucessão no Brasil de pessoa aqui domiciliada, deveria o juiz
local colacionar todos os bens deixados pelo falecido, independentemente de sua
situação, como, v.g., os imóveis localizados na Itália, na França, em Portugal, nos
Estados Unidos etc. Já se viu, porém, que o STJ tem mitigado a aplicação do art. 10,
caput, da LINDB, em razão da pluralidade de juízos sucessórios. (Ex.: jurisprudência
de casa alemã. Netos aqui no BRasil, filha do casal na alemanha)
- Para resolver a questão, o entendimento (doutrinário e jurisprudencial) é no sentido
de que a Justiça brasileira não terá, a priori, o poder de decidir sobre imóveis sitos
em país estrangeiro, dada a regra nacional de que “[s]ó à autoridade judiciária
brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil”
(LINDB, art. 12, § 1º). Excepciona-se, aqui, o princípio da universalidade sucessória
- -Já se viu, porém, que há hipóteses em que pode a Justiça brasileira decidir sobre
imóveis sitos no exterior, desde que presente alguma das condições de exercício da
jurisdição nacional (v.g., quando o réu for domiciliado no Brasil) e que a decisão aqui
proferida possa ser devidamente reconhecida no país de situação dos bens,
especialmente se a demanda se fundar em direito pessoal (v. Parte I, Cap. VII, item
1.1.2, supra).
- Sucessão de bens estrangeiros situados no país: Regra importante é a do art. 10, §
1º, da LINDB, segundo a qual “[a] sucessão de bens de estrangeiros, situados no
País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus”. Tem-se, portanto, outra exceção a regra do local regit actum.
Qual serai a lei pessoal: a do domicílio.
- Crítica: De fato, sabe-se que a grande maioria dos estrangeiros que têm bens no
Brasil são também aqui domiciliados, pelo que não faria qualquer sentido ter a
Constituição aberto exceção à “lei pessoal do de cujus” se se entendesse que tal lei
seria, exclusivamente, a lei de seu domicílio. Não haveria, portanto, salvo na
escassa minoria dos casos, qualquer lei mais benéfica a ser eventualmente aplicada
ao caso concreto, o que foge à lógica e ao espírito do contemporâneo DIPr, que
pretende cada vez mais uniformizar as relações jurídicas em harmonia com a
Constituição. Isso faz com que Mazzuoli entenda que Tal argumento bastaria para
demonstrar que a vontade do texto constitucional não foi outra senão entender como
“lei pessoal” a lei tanto do domicílio ou residência quanto da nacionalidade
- CAPACIDADE PARA SUCEDER: Lei do domicílio do herdeiro. trata-se de
capacidade de fato. Também chamado de capacidade para receber. Não pretender
regular a capacidade para ser herdeiro, mas a aptidão para receber a herança.
- CAPACIDADE DE SUCESSÃO / CAPACIDADE PARA SER HERDEIRO: verifica-se
quem deve ser herdeiro.
- Capacidade de receber: capacidade de fato e verificada depois de conhecida toda a
cadeira sucessória. Rege-se pela lei do domicílio do herdeiro Vs Capacidade de
Sucessão: capacidade de direito do herdeiro ou legatário. Rege-se pela lei do
domicílio do de cujus
- Autopnomia da vontade: No direito brasileiro atual, a opinião corrente é a de que
subsiste a autonomia da vontade no direito sucessório, permitindo-se ao testador,
portanto, escolher outra lei para a regência do testamento, desde que o faça nos
limites da lei geral de sucessão, que é, na LINDB, a lei domiciliar.
- A regra da LINDB de que a sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do
país em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens (móveis e imóveis), fica mais uma vez
excepcionada se houver créditos locais privilegiados, como, v.g., dos credores com
garantia real ou da Fazenda Pública.
- De fato, não há possibilidade jurídica de o juízo sucessório (a) exigir de um credor
com garantia real ou da Fazenda Pública que persiga o respectivo crédito no
estrangeiro, nos casos de bens situados no exterior, ou (b) aplicar a lei do último
domicílio do de cujus à resolução da contenda, nos casos de bens situados no país.
- -crítica: Como destaca Haroldo Valladão, especialmente no que toca “aos impostos
de transmissão de propriedade, a sua territorialidade é incontestável, sendo
inadmissível que um Estado deva, para receber os impostos de sucessão devidos
sobre bens sitos no seu território, ir se habilitar em processo de inventário e partilha,
aberto no estrangeiro, e que fique sujeito, no assunto, à disposição de leis
estrangeiras, quer substantivas, quer adjetivas”
→ sucessão testamentária:
- Para que uma disposição de última vontade se execute plenamente no país, deve
estar válida sob os aspectos extrínseco e intrínseco. Sem essa dupla regularidade
não poderá a manifestação de última vontade ser confirmada no Brasil, nos termos
previstos pelo art. 23, II, do CPC/2015
- Capacidade de testar: lei pessoal do de cujus. No caso do Brasil, aregra do
domicílio. A capacidade para suceder é estabelecida pela lei do domicílio do
herdeiro ou legatário.
- Formalidade: regra do lugar do ato.
- crítica: Amilcar de Castro, sem razão, entende ser possível negar validade a formas
testamentárias imperativamente proibidas pelo direito brasileiro
- Caso famoso: cantora brasileira que fez testamento na itália.
- Pergunta: qual a diferença entre habilitação de ser herdeiro e capacidade de ser
herdeiro? A habilitação para ser herdeiro ou capacidade para recber ou ter a ver
com a capacidade da pessoa de ser herdeira, capacidade fa to etc (rege-se pela lei
do domicílio do herdeito). Já a capaidade de ser herdeiro ou capacidade para
suceder rege-se pelo domicílio do de cujus: trata-se da capacidade de direito.
- Testamento conjuntivo (proibido no Brasil): Certo é que a liberdade de testar –
princípio essencial da manifestação de última vontade no direito brasileiro –
qualifica-se como questão substancial no Código Civil, regendo-se, portanto, pela lei
do último domicílio do de cujus (v. item 7.2, infra). Assim, se o último domicílio do de
cujus for no Brasil, não se poderá aceitar o testamento conjuntivo realizado alhures,
por ser tal forma testamentária proibida entre nós; se, por sua vez, for o último
domicílio do de cujus país que o admite ao tempo do falecimento, sua validade no
Brasil será de rigor. Neste último caso, somente não será aceito se houver corte de
efeitos em razão de fraude à lei; não se vislumbra, por sua vez, ofensa à ordem
pública brasileira na elaboração de testamento conjuntivo, contra a regra da
“liberdade de testar” do Código Civil. Destaque-se que o STJ, no julgamento do já
citado Caso Susemihl, aceitou a validade de testamento conjuntivo feito na
Alemanha, mesmo sendo no Brasil o último domicílio da autora da herança
- - A aceitação pelo juiz nacional do ato de última vontade realizado no estrangeiro
dá-se mediante confirmação, nos termos do citado art. 23, II, do CPC/2015. Uma vez
confirmado o ato, determinará o juiz o seu registro e observância, momento a partir
do qual servirá de documento-chave para o inventário e a partilha dos bens deixados
pelo de cujus aos herdeiros.