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CASAMENTO

- regra: locus regit actum


- sistema analítico/plural: lei do domicílio conjugal para relações entre cônjuges e
situação da coisa para bens. ADOTADO PELO BRASIL: domicílio para casal e lugar
para imóveis do país.

- Sistema unitário: uma única regra

- Capacidade: lei pessoal de cada um dos noivos. Impedimentos: lei do local.


- Casamento por procuração: direito permite, mas não em embaixadas.
- Casamento no consulado: se ambos tiverem a mesma nacionalidade. Impedimentos
e formalidades do direito brasileiro. Deve ser registrado no Brasil
- Casamento consular de estrangeiros no brasil: ambos com a mesma nacionalidade.
Respeita-se a lei nacional.
- Poderiam, contudo, dois italianos (que são também brasileiros em razão de dupla
nacionalidade) casar-se perante autoridade consular italiana no Brasil? A resposta é
negativa.
- Nulidades: se tiverem domicílio diverso, regerá a lei do primeiro domicílio conjugal.
Crítica: o casamento é feito com base em lei local, não faz sentido que a nulidade
seja em local diverso.
- Para a realização do casamento devem ser plenamente esgotadas as chamadas
formalidades habilitantes e celebrantes; as primeiras são as que antecedem as
núpcias, e as segundas as que presidem sua própria celebração
- Todas as formalidades habilitantes e celebrantes serão exclusivamente regidas pela
lei brasileira (LINDB, art. 7º §1º)
- CAPACIDADE PARA CASAR: lei pessoal do nubente | questões formais: Lei
brasileira
- Crítica (Mazzuoli): parece irrazoável exigir do estrangeiro que faça prova de que,
segundo a sua lei pessoal, está habilitado a se consorciar no Brasil; que comprove
presentes todas as formalidades (habilitantes e celebrantes) exigidas pelo país de
domicílio para que o casamento se realize. A intenção da LINDB é evitar qualquer
tipo de fraude e proteger o instituto do casamento
- Casamento no exterior: bilateralização da lei Brasileira. Aplica-se a lei do local de
celebração. Respeitada a lei local, será, repita-se, plenamente válido no Brasil o
matrimônio contraído no estrangeiro, seja qual for a modalidade de sua celebração.
Obrigação de registro no Brasil dos casamentos realizados fora.
- Casamento por procuração: Se se entender tratar-se de questão substancial, ligada
à capacidade, à manifestação da vontade para casar, de aplicar-se a lex causae e
considerar que o casamento não foi regularmente celebrado, devendo ser
invalidado; se, por outro lado, for a questão qualificada como de forma de
celebração do matrimônio, de aplicar-se a lex loci celebrationis, lei brasileira, para a
qual é plenamente válida a forma da celebração matrimonial por procurador
- Se a procuração foi outorgada em país (domicílio) que não admite o casamento por
procuração para surtir efeitos em país que o admite, não caberá à lei deste último
(lex fori) determinar a sua validade, senão à do país (domicílio) em que foi a
procuração outorgada (lex causae). Ademais, o impedimento da lex causae de haver
casamento por procuração não viola a nossa ordem pública, devendo, por isso, a
autoridade brasileira observá-la.
- Efeitos pessoais do casamento: Não obstante a falta de disposição expressa da
LINDB sobre os efeitos pessoais do casamento, certo é que pela regra geral da
mesma LINDB deveriam submeter-se à lei domiciliar comum dos cônjuges. Se o
domicílio for diverso, a lei aplicável é a do primeiro domicílio conjugal.

INVALIDADE DO CASAMENTO

- estabelece a LINDB – no criticável § 3º do art. 7º – que a sua regência dar-se-á à luz


da lei do primeiro domicílio conjugal, se tiverem os nubentes domicílio diverso.79
A norma se afastou da boa regra do Código Bustamante, que dizia que a nulidade
do matromônio deve regular-se pela mesma lei a que estiver submetida a condição
intrínseca ou extrínseca que a tiver motivado
- Portanto, segundo a norma conflitual brasileira, se tiverem os nubentes mesmo
domicílio, será a lei do domicílio comum a competente por reger a invalidade
matrimonial, independentemente de onde foi o casamento celebrado; sendo diversos
os domicílios, de aplicar-se a lei do primeiro domicílio conjugal, também
independentemente de onde foram celebradas as núpcias.
- crítica: se um casaa contrai núpcias em um país e logo se fixam em outro, a lei do
segundo (que pode ter legislação extremamente diversa da do local do casmneto)
deve ser aplicado. Normas incongruente. “não é lógico, tampouco aceitável, alguém
se casar em certo Estado sob as determinações de suas regras legais e, ao
retirar-se imediatamente para morar em território de outro, como é possível
acontecer, só possa discutir a invalidade do ato com fulcro na lei do país de sua
nova moradia”. Valladão critica: a LINDB “adotou, absurdamente, para reger
invalidade de matrimônio de nubentes de domicílio diverso uma lei estranha… ao ato
e da livre escolha pelos interessados, a lei do primeiro domicílio conjugal, ficando,
pois, a validade de um ato da importância do casamento dependente de lei que não
presidiu a ele, doutra lei, posterior, adrede procurada para o anular…”. Almicar de
Castro diz que a redação é infeliz pois, no lugar de cuidar da validade do casamento,
cuida da sua invalidade. sob quatro aspectos substanciais, a saber: Em primeiro
lugar, porque nenhum casamento pode ser celebrado num país… para valer apenas
fora desse país; em toda parte o legislador cuida da apreciação jurídica dos atos
realizados no país, para aí serem válidos; e para que o casamento realizado no
Brasil seja válido aqui mesmo, basta seja feito de acordo com o direito brasileiro. Em
segundo lugar, porque a resolução de fixar domicílio conjugal no estrangeiro pode
surgir logo após a celebração do matrimônio. Em terceiro lugar, porque não se
encontra justificativa para a distinção entre cônjuges que tenham o mesmo domicílio
e que tenham domicílios internacionais diversos. Em quarto lugar, porque não se
pode realizar o casamento por um direito, e anulá-lo por outro: se a nulidade, ou a
anulação, é sanção aplicável por inobservância de certo direito, parece claro que
não pode um ato ser praticado validamente de acordo com uma ordem jurídica, e
depois ser anulado, porque não foi observada outra, diferente, inaplicável por
ocasião de sua realização; e deste princípio firme, e irrecusável, de jurisprudência
não pode afastar-se o § 3º do art. 7º da Lei de Introdução ao Código Civil. Autor: não
é possível transferir para outro ordenamento jurídico, com o qual não teve o
matrimônio qualquer relação, a competência para invalidação ad initio. Ora, se o
casamento foi validamente realizado à luz de certa ordem jurídica, não poderá a lei
de terceiro Estado determinar a regência de sua possível invalidade.
- O que diz o STF? Por todos esses motivos é que o STF, em 1972, declarou como
não escrita a regra do art. 7º, § 3º, da LINDB, ao entender que a lei-regente da
invalidade do casamento só poderá ser a lex loci celebrationis, mesmo para eventos
ocorridos depois das núpcias
- Doutrina fala em erros intrinsecos e extrinsecos as nupcias. julgado do STF: Não se
pode anular se se tratar de questão posterior às nupcias, ex.: local de morada do
casal.
- - Qual, em suma, a lei aplicável à invalidade matrimonial? Dolinger diz que “o de
que a lei que rege o casamento determina as regras sobre sua eventual nulidade ou
anulação”. Classifica em invalidade formal e invalidade substancial. Do que ficou
acima assentado, concluímos que se o casamento tiver sido celebrado no exterior e
uma parte, com legítimo interesse, pleitear a invalidade do casamento em foro
brasileiro, teríamos que atentar para a lei do local de celebração em tudo o que diz
respeito à forma de celebração do matrimônio em conformidade com a regra locus
regit actum, de aceitação universal. Se a pretensão à invalidade se referir a aspectos
substanciais do casamento, o mais apropriado será aplicar as regras da lei indicada
pelo sistema conflitual do local em que o casamento foi celebrado ( Mazzuolli diz que
é injurídica a segunda solução: Fosse assim, um casamento realizado na Itália (que
adota o critério da nacionalidade para a determinação do estatuto pessoal) poderia
ter sua invalidade regida por lei chinesa (lei de nacionalidade dos nubentes) uma vez
plantada a questão perante o Judiciário brasileiro. Se se critica o dispositivo por
distanciar a regra de regência do local da celebração do matrimônio, imagine-se,
então, as críticas cabíveis quando se pretendesse aplicar, para a invalidade
matrimonial, as regras da lei indicada pela norma de DIPr do local da celebração do
casamento…)
- Para Mazzuoli, a lei para invalidade matrimonial É TÃO SOMENTE A DO LUGAR
DA CELEBRAÇAÕ DO CASAMENTO.

REGIME DE BENS
- Obedece o domicílio dos nubentes. Se for diverso, o primeiro domicílio conjugal
- Evidentemente que o direito do país do domicílio dos nubentes ou do primeiro
domicílio conjugal é o da época de sua celebração ou estabelecimento. Se está o
casal domiciliado no Brasil, aplica-se o direito brasileiro vigente na data da
celebração do matrimônio, não o direito brasileiro atual (que poderá ter sido alterado,
modificado etc.).
- -Críticas: Valadão e Edgar Carlos Amorim: deficiente e sem qualquer sentido técnico
ou social, uma vez que a regra do primeiro domicílio conjugal (que só surge ali se o
deles for diverso)é a o princípio universal e clássico, escolhido pelos cônjuges e não
pelos noivos; também é falho pela possibilidade de fraude pois É claro que os
nubentes podem dizer que irão fixar domicílio nesse ou naquele país e, no final, não
irem. O regime de bens no casamento segue a lex loci celebrationis, Melhor seria
que, em caso de diversidade de domicílios, o regime de casamento seria aquele
determinado pela lei do lugar da celebração do ato
- O regime de bens é de escolha dos nubentes
- A LINDB, por fim, possibilita ao estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro,
mediante expressa anuência de seu cônjuge, que requeira ao juiz, no ato de entrega
do decreto de naturalização, que se apostile ao mesmo “a adoção do regime de
comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção
ao competente registro”
-
DIVÓRCIO
- A aceitação fica a cargo da lei nacional dos cônjuges. Por tal princípio, deixa-se de
observar a lei do domicílio. Rege-se pela lei do local, a menos que a lei nacional dos
conjuges se opnha à instituição do divorcio.
- Ex.: O estrangeiro divorciado que vier para o Brasil verá reconhecidos os efeitos
pessoais e patrimoniais de tal sentença, salvo de bens imóveis que eventualmente
tenha no Brasil.
- Já o brasileiro que retornar do estrangeiro divorciado só terá homologada a
respectiva sentença, pelo Superior Tribunal de Justiça, após o cumprimento das
exigências nacionais.
- Em resumo: regra do local, exceto se a lei nacional for divergente.
- Os casais (nacionais ou estrangeiros) que contraíram núpcias no Brasil e aqui se
domiciliam terão – salvo eleição de foro estrangeiro, com a anuência de ambos – de
submeter-se à competência da autoridade brasileira para aqui se divorciar.
- Casais domiciliados no Brasil que tenham se casado fora podem eleger a
competência brasileira para o divórcio. O paíse de celebração também tem
competência. No Brasil, Ao juiz, porém, poderão aparecer duas questões de DIPr a
serem, de plano, verificadas: a relativa à validade do ato realizado no estrangeiro (à
luz da regra locus regit actum) e a relativa à regra aplicável ao regime de bens
(LINDB, art. 7º, § 5º).
- Se o divórcio acontecer no estrangeiro, sendo um ou ambos conjuyges brasileiros:
dispõe o art. 7º, § 6º, da LINDB, que o “só será reconhecido no Brasil depois de 1
(um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação
judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato
- Divórcio consensual consular: fim de autorizar às autoridades consulares brasileiras
que também celebrem a separação e o divórcio consensuais de brasileiros no
exterior. Crítica: entende indispensável o advogado, pois estar-se-ia diante de uma
autoridade consular e porque seria mais coerente que os patronos pudessem agir
diretamente no Brasil.
- Divórcio consencual puro e qualificado: Há muito se discutia sobre a necessidade de
homologação no Brasil das sentenças estrangeiras de divórcio consensual, para o
fim de operar efeitos em território nacional. Atualmente, não há dúvidas de que o
divórcio consensual realizado no exterior independe de homologação pelo STJ para
valer no Brasil, a teor do que expressamente dispõe o art. 961, § 5º, do CPC/2015:
- ATENÇÃO: somente há dispensa nos divórcios consensuais puros, isto é, quando a
sentença não discuta outras questões para além a mera dissolução do vínculo
conjugal. Se o divórcio for qualificado, será necessária a prévia homologação da
sentença pelo STJ para que possa operar efeitos no Brasil.
-

ESPONSAIS

- Rege-se pela responsabilidade civil. No Brasil, não há nenhuma consequência


jurídica se o noivado não seguir em frente.
- REgra lex loci delitici commissi. Limite: violação à ordem pública.
- Maristela fala de duas regras: local de constituição da obrigação ou local de
cometimento do ato. Defende que o juiz deve analisar os efeitos das obrigações
apra definir qual a lei aplicável.
- Ponto de atenção: Se aplica A LEI DO LUGAR EM QUE QUEBRADO O
COMPROMISSO DE NOIVADO. NÃO É LEI PESSOAL. Sendo responsabilidade
extracontratual, afasta-se a regra da LINDB. Justificativa: não há importância o
domicílio das pessoas, mas sim o o local em que o dano ocorreu.

DIREITO DAS SUCESSÕES


- Sucessão é a sequência de fenômenos ou fatos / Herança é o que passa do morto a
outra pessoa. Sucessão é o direito e a herança é o acervo de bens (Bevilaqua)
- Lei pessoal do de cujus vs Lei da situação dos bens
- Regra: jus rei sitae em matéria de sucessão causa mortis. Exceção: bens imóveis
(rege-se pela lei do local do imóvel)
- Domicílio: usada nos bens móveis. USADO NO BRASIL. Usa-se o último domicílio
do falecido

Princípio da universalidade sucessória: Lei única (ultrapassada)

- crítica: Muitos autores criticam a norma do art. 10, caput, da LINDB, sob o
argumento de ser irreal e abandonada pela prática em vários países. A
jurisprudência também vem mitigando o art. 10 da LINDB
- Valladão diz que o dispositivo deixou de funcionar pois existem muitas exceções na
prática. “o princípio de um critério único euniversal para a sucessão, ‘qualquer que
seja a natureza e a situação dos bens’, é faca que não corta, também no Brasil”. A
lei única é destruída, e as pessoas precisam fazer várias inventários ou vários
testamentos.
- Na prática: a universalidade sucessória ficaria circunscrita tão somente aos bens
localizados no Brasil, não contemplando quaisquer bens sitos no exterior.
- certo é que aberta a sucessão no Brasil de pessoa aqui domiciliada, deveria o juiz
local colacionar todos os bens deixados pelo falecido, independentemente de sua
situação, como, v.g., os imóveis localizados na Itália, na França, em Portugal, nos
Estados Unidos etc. Já se viu, porém, que o STJ tem mitigado a aplicação do art. 10,
caput, da LINDB, em razão da pluralidade de juízos sucessórios. (Ex.: jurisprudência
de casa alemã. Netos aqui no BRasil, filha do casal na alemanha)
- Para resolver a questão, o entendimento (doutrinário e jurisprudencial) é no sentido
de que a Justiça brasileira não terá, a priori, o poder de decidir sobre imóveis sitos
em país estrangeiro, dada a regra nacional de que “[s]ó à autoridade judiciária
brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil”
(LINDB, art. 12, § 1º). Excepciona-se, aqui, o princípio da universalidade sucessória
- -Já se viu, porém, que há hipóteses em que pode a Justiça brasileira decidir sobre
imóveis sitos no exterior, desde que presente alguma das condições de exercício da
jurisdição nacional (v.g., quando o réu for domiciliado no Brasil) e que a decisão aqui
proferida possa ser devidamente reconhecida no país de situação dos bens,
especialmente se a demanda se fundar em direito pessoal (v. Parte I, Cap. VII, item
1.1.2, supra).
- Sucessão de bens estrangeiros situados no país: Regra importante é a do art. 10, §
1º, da LINDB, segundo a qual “[a] sucessão de bens de estrangeiros, situados no
País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus”. Tem-se, portanto, outra exceção a regra do local regit actum.
Qual serai a lei pessoal: a do domicílio.
- Crítica: De fato, sabe-se que a grande maioria dos estrangeiros que têm bens no
Brasil são também aqui domiciliados, pelo que não faria qualquer sentido ter a
Constituição aberto exceção à “lei pessoal do de cujus” se se entendesse que tal lei
seria, exclusivamente, a lei de seu domicílio. Não haveria, portanto, salvo na
escassa minoria dos casos, qualquer lei mais benéfica a ser eventualmente aplicada
ao caso concreto, o que foge à lógica e ao espírito do contemporâneo DIPr, que
pretende cada vez mais uniformizar as relações jurídicas em harmonia com a
Constituição. Isso faz com que Mazzuoli entenda que Tal argumento bastaria para
demonstrar que a vontade do texto constitucional não foi outra senão entender como
“lei pessoal” a lei tanto do domicílio ou residência quanto da nacionalidade
- CAPACIDADE PARA SUCEDER: Lei do domicílio do herdeiro. trata-se de
capacidade de fato. Também chamado de capacidade para receber. Não pretender
regular a capacidade para ser herdeiro, mas a aptidão para receber a herança.
- CAPACIDADE DE SUCESSÃO / CAPACIDADE PARA SER HERDEIRO: verifica-se
quem deve ser herdeiro.
- Capacidade de receber: capacidade de fato e verificada depois de conhecida toda a
cadeira sucessória. Rege-se pela lei do domicílio do herdeiro Vs Capacidade de
Sucessão: capacidade de direito do herdeiro ou legatário. Rege-se pela lei do
domicílio do de cujus
- Autopnomia da vontade: No direito brasileiro atual, a opinião corrente é a de que
subsiste a autonomia da vontade no direito sucessório, permitindo-se ao testador,
portanto, escolher outra lei para a regência do testamento, desde que o faça nos
limites da lei geral de sucessão, que é, na LINDB, a lei domiciliar.
- A regra da LINDB de que a sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do
país em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens (móveis e imóveis), fica mais uma vez
excepcionada se houver créditos locais privilegiados, como, v.g., dos credores com
garantia real ou da Fazenda Pública.
- De fato, não há possibilidade jurídica de o juízo sucessório (a) exigir de um credor
com garantia real ou da Fazenda Pública que persiga o respectivo crédito no
estrangeiro, nos casos de bens situados no exterior, ou (b) aplicar a lei do último
domicílio do de cujus à resolução da contenda, nos casos de bens situados no país.
- -crítica: Como destaca Haroldo Valladão, especialmente no que toca “aos impostos
de transmissão de propriedade, a sua territorialidade é incontestável, sendo
inadmissível que um Estado deva, para receber os impostos de sucessão devidos
sobre bens sitos no seu território, ir se habilitar em processo de inventário e partilha,
aberto no estrangeiro, e que fique sujeito, no assunto, à disposição de leis
estrangeiras, quer substantivas, quer adjetivas”

→ sucessão testamentária:
- Para que uma disposição de última vontade se execute plenamente no país, deve
estar válida sob os aspectos extrínseco e intrínseco. Sem essa dupla regularidade
não poderá a manifestação de última vontade ser confirmada no Brasil, nos termos
previstos pelo art. 23, II, do CPC/2015
- Capacidade de testar: lei pessoal do de cujus. No caso do Brasil, aregra do
domicílio. A capacidade para suceder é estabelecida pela lei do domicílio do
herdeiro ou legatário.
- Formalidade: regra do lugar do ato.
- crítica: Amilcar de Castro, sem razão, entende ser possível negar validade a formas
testamentárias imperativamente proibidas pelo direito brasileiro
- Caso famoso: cantora brasileira que fez testamento na itália.
- Pergunta: qual a diferença entre habilitação de ser herdeiro e capacidade de ser
herdeiro? A habilitação para ser herdeiro ou capacidade para recber ou ter a ver
com a capacidade da pessoa de ser herdeira, capacidade fa to etc (rege-se pela lei
do domicílio do herdeito). Já a capaidade de ser herdeiro ou capacidade para
suceder rege-se pelo domicílio do de cujus: trata-se da capacidade de direito.
- Testamento conjuntivo (proibido no Brasil): Certo é que a liberdade de testar –
princípio essencial da manifestação de última vontade no direito brasileiro –
qualifica-se como questão substancial no Código Civil, regendo-se, portanto, pela lei
do último domicílio do de cujus (v. item 7.2, infra). Assim, se o último domicílio do de
cujus for no Brasil, não se poderá aceitar o testamento conjuntivo realizado alhures,
por ser tal forma testamentária proibida entre nós; se, por sua vez, for o último
domicílio do de cujus país que o admite ao tempo do falecimento, sua validade no
Brasil será de rigor. Neste último caso, somente não será aceito se houver corte de
efeitos em razão de fraude à lei; não se vislumbra, por sua vez, ofensa à ordem
pública brasileira na elaboração de testamento conjuntivo, contra a regra da
“liberdade de testar” do Código Civil. Destaque-se que o STJ, no julgamento do já
citado Caso Susemihl, aceitou a validade de testamento conjuntivo feito na
Alemanha, mesmo sendo no Brasil o último domicílio da autora da herança
- - A aceitação pelo juiz nacional do ato de última vontade realizado no estrangeiro
dá-se mediante confirmação, nos termos do citado art. 23, II, do CPC/2015. Uma vez
confirmado o ato, determinará o juiz o seu registro e observância, momento a partir
do qual servirá de documento-chave para o inventário e a partilha dos bens deixados
pelo de cujus aos herdeiros.

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