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DIREITO INTERNACIONAL
PRIVADO E OS CASAMENTOS DE
ESTRANGEIROS
DO CONFLITO DE LEIS NO ESPAÇO ENVOLVENDO
DIREITO DE FAMÍLIA
■ O artigo 7º da Lei de Introdução disciplina que a lei do país em que domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família.
Afasta-se o nosso sistema jurÍdico do elemento de conexão nacionalidade que é o preferido em países
europeus.
Do elemento de conexão no Direito de Família
Internacional à luz da Norma Brasileira ( e o Código
de Bustamante).
O artigo 27 do Código Bustamante submete à lei pessoal tanto a capacidade de exercício
como a de direito. Mas há as restrições de ordem pública que devem ser aplicadas.
A determinação do início da personalidade natural será dada pela lex domicilii dos pais. A
lex domicilii ainda determinará as normas sobre o fim da personalidade, as presunções de
morte, a comoriência e a ausência.
Do casamento e seus efeitos no Direito
Internacional Privado.
A capacidade matrimonial rege-se pela lei domiciliar dos nubentes, como
se explicita no Código Bustamante, artigo 36, primeira parte.
Artigo 36. As partes contratantes estarão sujeitas ao seu direito pessoal
em tudo o que se refira à capacidade para celebrar o casamento, ao
consentimento ou conselho dos pais, aos impedimentos e à sua dispensa.
A lei do país em que for domiciliada a pessoa casada determinará as
normas relativas ao direito de família.
Nas relações de paternidade, maternidade, filiação decorrente do
matrimônio, reconhecimento e adoção, aplica-se no conflito de leis no
espaço a lex domicilii dos pais.
Dos filhos e da adoção no âmbito do
Direito Internacional Privado.
Os filhos, havidos ou não, do casamento, têm os mesmos direitos, artigo 227, § 6º da
Constituição de 1988, que é norma de aplicação cogente na matéria.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (...)
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Do procedimento de adoção
No Brasil, qualquer estrangeiro aqui domiciliado pode adotar, à luz do artigo 7º da Lei
de Introdução, obedecidos os termos e prescrições legais na matéria, como se lê dos
artigos 31; 39, parágrafo único; 46, § 2º; 51, § primeiro, primeira parte; 51, § 1º,
segunda parte; artigo 51, § 2º; 51, § 3ª; 51, § 4º, todos da Lei 8.069/90.
■ § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido
no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por
igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para
a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação
de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos
legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
■ § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
■ § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele
em que se encontre.
Do Casamento celebrado no Exterior
■ O casamento celebrado no exterior, segundo as formalidades legais, será reconhecido
como válido no Brasil, ante o princípio do respeito do direito adquirido no estrangeiro,
ressalvados os casos de ofensa à ordem pública brasileira e fraude à lei nacional, se não
se observar os impedimentos dirimentes fixados legalmente, como se lê do artigo 40 do
Código Bustamante.
Art. 40. Os Estados contratantes não estão obrigados a reconhecer o casamento
celebrado em qualquer deles, por seus nacionais ou por estrangeiros, que contrarie
suas disposições quanto à necessidade de dissolução de casamento anterior, aos graus
de consanguinidade ou de afinidade com relação a do qual existe um impedimento
absoluto, à proibição de casamento estabelecida para os culpados de adultério em
virtude do qual o casamento de um deles foi dissolvido e a mesma proibição para o
responsável pelo atentado contra a vida de um dos cônjuges com o sobrevivente, ou
qualquer outra causa de nulidade intransponível.
Da validade do casamento em face do Direito
Internacional Privado.
“em toda parte como válido, quanto à forma, o matrimônio celebrado na que
estabeleça como eficazes as leis do país em que se efetua. Contudo, os Estados, cuja
legislação exigir uma cerimonia religiosa, poderão negar validade aos matrimônios
contraídos por seus nacionais no estrangeiro sem a observância dessa
formalidade”.
Dos impedimentos do Casamento no
plano do Direito Internacional
Privado.
■ Existem impedimentos ao casamento no plano do
Direito Internacional Privado que, por seu turno,
podem ser classificados como:
impedimentos dirimentes absolutos,
impedimentos dirimentes relativos, e
impedimentos impedientes.
Dos Impedimentos Dirimentes Absolutos
■ Os impedimentos dirimentes absolutos impedem o
casamento da pessoa com qualquer outra.
■ São impedimentos dirimentes absolutos:
a) a idade inferior a 16 anos;
b) a demência notória e a interdição ou inabilitação por
anomalia psíquica; e
c) o casamento anterior não dissolvido.
Dos Impedimentos dirimentes relativos