1) Um casal requer a alteração do regime de bens de comunhão parcial para separação total de bens.
2) Eles alegam que as atividades profissionais diferentes, com riscos para o marido comerciante, geram insegurança para a esposa servidora pública.
3) Pedem intimação do Ministério Público, publicação de edital e homologação judicial da alteração e partilha dos bens.
1) Um casal requer a alteração do regime de bens de comunhão parcial para separação total de bens.
2) Eles alegam que as atividades profissionais diferentes, com riscos para o marido comerciante, geram insegurança para a esposa servidora pública.
3) Pedem intimação do Ministério Público, publicação de edital e homologação judicial da alteração e partilha dos bens.
1) Um casal requer a alteração do regime de bens de comunhão parcial para separação total de bens.
2) Eles alegam que as atividades profissionais diferentes, com riscos para o marido comerciante, geram insegurança para a esposa servidora pública.
3) Pedem intimação do Ministério Público, publicação de edital e homologação judicial da alteração e partilha dos bens.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...
) VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE (...)
(...) e (...), por seu Advogado que esta subscreve (mandato
incluso), vem perante Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS
observando-se o procedimento previsto nos arts. 719 a 725 do Novo Código de
Processo Civil, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
DOS FATOS
Os requerentes contraíram matrimônio em (...), tendo adotado o
regime da comunhão parcial de bens, conforme demonstra certidão de casamento anexa (Doc.).
Na época do casamento, o casal apenas seguiu as orientações do
Oficial do Cartório de Registro Civil, não tendo real entendimento sobre o alcance de cada um dos regimes de bens previstos no Código Civil.
Hoje cada um dos cônjuges exerce atividades de natureza
diferente; a mulher é servidora pública, enquanto o varão tenta firmar-se como comerciante. As atividades profissionais do varão estão sujeitas aos riscos normais de quem explora atividade econômica comercial, enquanto, por sua vez, a mulher goza da segurança do serviço público.
A volatilidade das atividades do requerente traz desassossego
para sua mulher, que teme que as atividades desenvolvidas pelo esposo possam, de algum modo, comprometer os bens que ambos adquiram após o casamento; afinal, como se sabe, os bens comuns respondem pelas obrigações do devedor, conforme arts. 391 do Código Civil e 789 do Novo Código de Processo Civil.
Assim motivados, os requerentes pretendem alterar o regime de
bens, passando da atual comunhão parcial de bens para a separação total de bens.
DO DIREITO
O Código Civil vigente dá, no seu artigo 1.639, § 2º, arrimo à
pretensão dos requerentes:
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o
casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
(...)
§ 2º. É admissível alteração do regime de bens, mediante
autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Observe-se, ademais, que o fato do casamento dos requerentes
ter ocorrido sob a égide do Código Civil de 1916 não representa, segundo majoritária jurisprudência, óbice à pretensão do casal. Pede-se vênia para citar- se algumas ementas:
CASAMENTO – REGIME DE BENS – PRETENSÃO DA
MUDANÇA DE COMUNHÃO PARCIAL PARA SEPARAÇÃO DE BENS – Alteração com base no art. 1.639, § 2º do CC de 2002 – Casamento celebrado sob a égide do CC de 1916, que preservava o regime de bens – Possibilidade – As partes deverão proceder ao inventário e à partilha de bens – Homologação pelo juiz, antes da expedição do mandado de averbação ao registro civil de pessoas naturais – Necessidade – Separação de bens que passa a vigorar daqui para adiante, não retroagindo à época da celebração do casamento – Recurso provido (Apelação Cível nº 499.981-4/6-00 – Lucélia – 1ª Câmara de Direito Privado – Relator Paulo Eduardo Razuk, 19-6-07, v.u., voto nº 14.795).
APELAÇÃO. REGIME DE BENS. ALTERAÇÃO. VIABILIDADE.
Viável a alteração do regime de bens dos casamentos celebrados na vigência do Código Civil de 1916. Precedentes jurisprudenciais. Preenchidas as condições para, no caso concreto, permitir aos apelantes que alterem o regime de bens pelo qual casaram. DERAM PROVIMENTO (TJRS, Apelação nº 70012999900, Nova Prata, oitava Câmara Cível, Relator Desembargador Rui Portanova).
Sobre o tema, segue o entendimento jurisprudencial dos nossos
Tribunais:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE
REGISTRO IMOBILIÁRIO. ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS NO CASAMENTO DECRETA A RETROAÇÃO DOS SEUS EFEITOS ATÉ A DATA DO CASAMENTO. Há de haver um só regime de bens vigente durante toda a existência de sociedade conjugal, havendo apenas uma exceção: quando o casal se divorcia, sob um regime de bens, e volta a casar, sob um novo regime de bens. Isso porque há uma interrupção de sociedade conjugal, que se encerra. E se os mesmos divorciados decidem casar novamente um com o outro, constituem nova sociedade conjugal. O regime de bens desse segundo casamento não alcança o primeiro. Diferente do pedido de retificação do regime de bens, na constância da mesma sociedade conjugal, que necessariamente retroage até a data do casamento. Não havendo demonstração de vício formal ou de vontade no ato de alteração do regime de bens, deve ser mantida a sentença. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70053854014, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alex Gonzalez Custodio, Julgado em 15/06/2016).
Do inventário e partilha dos bens
Até aqui, o casal logrou adquirir os seguintes bens:
(Especificar todos os bens adquiridos até o momento, com detalhes)
Os bens referidos no item retro serão partilhados da seguinte
forma:
(Detalhar a partilha, informando com quem ficará cada bem)
O casal NÃO POSSUI dívidas em aberto; ou seja, não há
empréstimos bancários, nem débitos junto a operadoras de cartão de crédito (documentos anexos). A empresa do varão ainda não está formalizada, contudo registra-se que não há qualquer pendência.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, considerando que a pretensão dos requerentes
encontra arrimo no art. 1.639 do Código Civil, requerem:
a) intimação do representante do Ministério Público para que acompanhe o
feito (art. 178 do NCPC);
b) a publicação de edital a fim de dar conhecimento a eventuais terceiros
interessados sobre a pretensão do casal, a fim de que, querendo, apresentem contestação;
c) seja alterado o regime de bens do casal, passando do atual comunhão
parcial para separação total de bens, expedindo-se o competente mandado de averbação para o Cartório de Registro Civil desta Comarca;
d) homologação da partilha dos bens do casal, expedindo-se o competente
mandado para o (...) Cartório de Registro de Imóveis da Comarca, a fim de fazer-se regularizar o registro do imóvel matriculado sob nº (...).
DAS PROVAS
Provarão o que for necessário, usando de todos os meios
permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), oitiva de testemunhas e perícia contábil. DO VALOR DA CAUSA