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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE XXX DO ESTADO DE XXX.

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

xxxx, brasileira, casada, profissao, portadora do RG. nº xxx e inscrita no CPF/MF nº xxxx,
residente e domiciliada na xxx, n. xx, apartamento xxx, Bairro: xx, Cidade xx, estado xx, Cep.
xxx, por intermédio de sua advogada, vem respeitosamente perante V.Exa., com
fundamento nos artigos 461[1] e 300[2] do Có digo de Processo Civil e, 186 e 187 do Có digo
Civil ajuizar a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPARAÇÃO DE DANOS E TUTELA ANTECIPADA
em face de (i) xxxx MOVEIS PLANEJADOS, inscrita no CNPJ/MF sob o nº XXXX, com
endereço na Avenida XXX, XXX, XXX/XX, CEP.: XXX-XXX pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos.
I.| DOS FATOS

1. A Autora contratou junto a primeira Requerida XXXXX mó veis planejados de alto padrã o
com para seu apartamento situado (INSERIR ENDEREÇO)
2. A pessoa de contato na loja é o projetista Sr. XX, que apó s receber todas as medidas por
telefone, agendou para o dia XXX a reuniã o na loja para o, nesta oportunidade, houve
assinatura do pedido/projeto (Doc.6).
3. Na referida reuniã o de fechamento e demais detalhes, a Autora compareceu
acompanhada de seu esposo XXX .
4. O valor total do projeto sob medida foi de R$ XXX (XXX) em 4 parcelas iguais e
sucessivas no valor de R$ XXX, sendo a primeira parcela com vencimento em XXX.
5. O Sr. Maia no momento da venda informou que o primeiro vencimento do boleto seria
apó s a entrega e instalaçã o dos mó veis, demonstrando naquele momento boa-fé, ou seja, a
Ré deveria ter entregue e instalados todos os móveis até o dia XXX já que o primeiro
boleto teve seu vencimento e foi devidamente pago no dia XXX.
6. Entretanto, até o momento, houve entrega e montagem apenas de parte móveis
contratados (Doc.6), sendo certo que a Ré deveria ter instalado todos os mó veis a contento
até o dia XXX.
7. Nã o fosse suficiente o descumprimento da primeira Requerida quanto ao prazo
contratado, temos que os mó veis entregues e instalados já apresentam defeitos de
instalaçã o, nã o correspondem ao projeto original, possuem ferragens inferiores ao
contratado, em alguns casos simplesmente nã o possuem ferragens, conforme descrito
abaixo:
Banheiro quarto suíte/casal
(i) gavetã o aramado
(ii) troca de corrediças com amortecedores
(iii) As gavetas já apresentam problemas para abrir e fechar;
(iv) Falta entregar e instalar os espelhos bisotê de 5mm (cinco milímetros) na medida de
1,39 de altura x 1,73 comprimento
a) Dormitório Casal
(i) Falta entregar e instalar a cabeceira da cama de casal em capitone suede medidas 1,10
de altura x 2,98 comprimento
(ii) troca de corrediças com amortecedores nas gavetas do mó vel “gaveteiro”
(iii) troca de corrediças com amortecedores nas portas de espelho do guarda-roupa
(iv) troca de corrediças com amortecedores das gavetas de dentro do guarda roupa
b) Banheiro quarto solteiro
(i) gavetao aramado
(ii) troca de corrediças com amortecedores nas gavetas
(iii) As gavetas já apresentam problemas para abrir e fechar;
(iv) guarniçã o.acabamento interno da porta de correr.
(v) Porta de correr de acordo com o projeto
(v) Falta entregar e instalar os espelhos bisote de 5mm (cinco milímetros) na medida de
1,39 de altura x 1,59 comprimento
c) Quarto de Solteiro
(i) baú entregue sem puxador e sem amortecedores
(ii) Porta de correr de acordo com o projeto
(iii) troca de corrediças com amortecedores das gavetas de dentro do guarda roupa
(iv) troca de corrediças com amortecedores das portas de espelho do guarda-roupa

d) Sala – espaço TV.Home theater (DOC x)


(i) Porta oculta do painel de TV , modelo distinto daquele apresentado e escolhido na loja. A
porta de correr é extremamente fina; dificuldades ao abrir e fechar; a porta nã o está “firme”
e apresenta frouxidã o no manuseio;
(ii) troca de corrediças com amortecedores nas gavetas
(iii) layout-desenho do painel de TV entregue com desenhos/motivos que nã o
acompanham os desenhos da porta oculta ou vice e versa. Trocar porta oculta ou trocar o
painel.
e) Sala – espaço jantar:
(i) baú s entregues com amortecedores nã o seguram as tampas ao fechar, causando lesoes
nas mã os quando do fechamento, será necessá rio instalar amortecedores de dupla açã o
para utilizaçã o dos baú s.
(iv) faltam assentos de suede na mesa de jantar + faltam encostos de capitone, suede
“estofado banco alemã o”
(v) Falta entregar e instalar espelhos bisote de 5mm (cinco milímetros) em 2 paredes da
sala de jantar nas medidas – 1.parede porta oculta 2,30 de altura por 2,85 comprimento e 2.
Parede caixa de luz 2,30 de altura por 1,83 comprimento
f) Cozinha:
(i) Falta entregar e instalar corrediças com amortecedores em 2 gavetas e ajustar corrigir o
correto funcionamento e deslizamento de todas as gavetas e basculantes.
.
g) Area de Serviço
(i) Gabinete entregue sem amortecedores;
(ii) o gabinete está apresentando defeitos e desmontando
(iii) Amortecedor basculante
(iv) Corrediças com amortecedor
k) Emitir Nota Fiscal. A Autora nã o recebeu a Nota Fiscal
8. Em razã o das pendências acima, além de ser impossível utilizar com segurança tais
mó veis, ou mesmo pelas dificuldades no manuseio para utilizaçã o no diaadia em razã o da
baixa qualidade dos materiais entregues, temos que o sócio da primeira requerida, a fim
de justificar o atraso na entrega dos demais itens faltantes do projeto, informou que não
possuía condições financeiras para adquirir a matéria prima para entrega dos
móveis!!!, exatamente Excelência, conforme depreende-se da conversa gravada em mídia e
que será juntada aos autos.
9. Nesta esteira, a parte autora tem sido muito paciente, mas ante o quadro fático
noticiado, considerando que falta apenas mais uma parcela para quitação do projeto,
a parte autora possui grande risco de pagar a integralidade e não receber o que
contratou, tampouco ter a reparação dos móveis entregues em desconformidade.

10. Assim, torna-se imperiosa a intervençã o do Poder Judiciá rio a fim de resguardar os
direitos da parte autora, que na qualidade de consumidora se vê hipossuficiente na relaçã o
e entende necessá ria suspensã o da exigibilidade da ú ltima parcela considerando a quebra
de contrato pela primeira Requerida.

II.| – TUTELA DE URGÊNCIA


11. A tutela de urgência está prevista no art. 300 do referido diploma legal.
Art 50. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
12. É cediço que o requisito da probabilidade do direito equivale ao fumus boni iuris, ou
seja, tudo indica que o direito alegado pelo demandante é plausível e verossímil, e, por sua
vez, o requisito de perigo de dano ou risco ao resultado ú til do processo, também
conhecido como periculum in mora, corresponde a probabilidade de dano que a ele poderá
ser causado.
13. Ora, Excelência, conforme exposto alhures, a Autora adquiriu mó veis planejados que
foram parcialmente entregues, a RÉ , através de seu só cio proprietá rio confessou à Autora
nã o ter condiçõ es financeiras de entregar os produtos pendentes, a BANCO por sua vez
emitiu financiamento sem a anuência da AUTORA, ainda há 1 parcela vincenda que a
AUTORA busca suspensã o do pagamento até que a RÉ entregue e instale corretamente
todos os produtos vendidos.
14. Em resumo temos que (i) o valor total do negó cio foi de R$ XXX (Doc. 6.); (ii) houve
entrega parcial dos mó veis; (iii) há divergência dos mó veis entregues versus o projeto
(Docs. 2,3,4,5, 6 e 7); (iv) a Autora pagou até a presente data o valor total de R$ XXXX, Doc.
8, resta ainda para pagamento uma parcela vincenda no valor de R$ 9XXX, que terá seu
vencimento em XXXX, (Doc.9).
15. A Autora possui reputação ilibada e seu nome não possui qualquer restrição
junto aos serviços de proteção ao crédito, conforme anexo, mas tem ciência de que a
XXX certamente incluirá seu nome nos órgãos de proteção ao crédito, no caso de não
pagamento, está configurada a existência de uma situação de perigo que necessita de
medida jurisdicional urgente sem a qual há grande possibilidade de dano
irreparável.
16. Logo, justifica-se o deferimento da TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA para
determinar que o segundo Réu (BANCO SE HOUVER) e o Réu loja de PLANEJADOS se
abstenham de realizar a cobrança da parcela vincenda, boleto bancá rio no valor de R$ xxxx,
com vencimento em xxx, có digo de barras xxxx (DOC. 9), que também se abstenham de
proceder a qualquer tipo de protesto, negativaçã o ou outras medidas relacionadas à
(inexistente) inadimplência da Autora, enquanto perdurar a mora contratual, fixando-se
ainda pena de multa diá ria em caso de descumprimento, na forma dos artigos 536 e 537 do
Có digo de Processo Civil .
17. Requer ainda, que a r. decisã o, em caso de deferimento do pleito antecipatório, sirva
como ofício a ser encaminhado pela Autora ao Requerido.

II.1.| DA OBRIGAÇÃO DE FAZER


Excelência, em atençã o ao princípio da boa -fé e certa de que a determinaçã o de
providencias requeridas por este MM. Juízo alcançarã o o resultado prá tico é que se requer
a obrigaçã o de fazer da primeira Ré para que entregue e viabilize a montagem de todos os
mó veis contratados de acordo com o projeto, observando-se a qualidade dos materiais, as
ferragens que devem compor os mó veis e em perfeitas condiçõ es de uso a finalidade que se
destinam.
O artigo 84 do CDC preceitua que:
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do
Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Neste sentido, requer seja a primeira requerida compelida a entregar os mó veis de acordo
com o projeto no prazo de 07 (sete) ú teis contados da intimaçã o da decisã o que concede a
tutela antecipató ria ou da sentença, sob pena multa diá ria a ser arbitrada por este MM.
Juízo.
3.| DO DIREITO
3.1| DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DA
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA A PRIMEIRA REQUERIDA

20. O instituto da responsabilidade civil e defesa do consumidor, nas relaçõ es que o


envolve, advém da Constituiçã o Federal Brasileira, assim, o art. 170, da Carta Magna, caput
e inciso V, dispõ e:
Art. . A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
(....)
V- defesa do consumidor.
...,
21. O exercício de qualquer atividade em proveito pró prio implica em riscos que devem ser
assumidos por aqueles que a desenvolvem, do qual se origina o princípio do risco da
atividade.
22. Assim, atrelado a esse princípio está o princípio da solidariedade, o qual concede
ao consumidor, que sofreu algum dano, o direito de chamar em juízo todos aqueles
que possuem vínculo com o negócio jurídico realizado.
23. Consoante dispõ e o pará grafo ú nico do art. 7º, do Có digo de Defesa do Consumidor,
“tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos
danos previstos nas normas de consumo” , e ainda, o art. 14 do mesmo diploma assim prevê:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes e inadequadas sobre sua fruição e riscos.
24. Sobre isso, Artur Alvim, sabiamente, comenta que “cada responsável solidário responde
pela totalidade dos danos, estando obrigado cada um individualmente a responder pela
completa indenização”, sendo assegurado a eles o direito de regresso.
25. Passados tais esclarecimentos, inequívoca a responsabilidade civil dos Requeridos.
3.2| DO CONTRATO DE ADESÃO
Já o Artigo 6º, incisos III e V da lei em comento, estabelece como direitos bá sicos do
consumidor, primeiro, o acesso a informaçã o adequada e clara acerca dos diferentes
produtos e serviço, disposiçã o vá lida no caso especialmente no que tange à s suas
características.
Depois, no inciso V do Art. 6º institui a vedaçã o das clá usulas contratuais que estabeleçam
prestaçõ es desproporcionais ou sua revisã o em razã o de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas.
Excelência, percebe-se totalmente desproporcional e desarrazoada o pará grafo primeiro
item 2 do contrato de compra e venda constante do verso do pedido dos produtos, vez que
obriga o consumidor ao pagamento integral independente do faturamento das mercadorias
ou finalizaçã o do serviços!!!.
É inadmissível que a Requerida ao mesmo tempo que se compromete a entregar os moveis
em 30 dias exige que o cliente o pague pontualmente independente de ter honrado o prazo
contratual, e patente prejuízo ao consumidor que no final ficará sem a prestaçã o do serviço
e sem dinheiro para contratar o mesmo serviço em outra empresa!
Nã o fosse suficiente, na clá usula 14, a Requerida xxxtransfere o risco do seu negó cio ao
consumidor, vez que obriga a parte autora a permanecer responsá vel pelo pagamento dos
haveres da contratada, se os produtos de venda nã o forem suficientes para quitaçã o, bem
como dos demais tributos e encargos, senã o vejamos:

Ante o exposto, patente o desequilíbrio da relaçã o contratual em nítido prejuízo a parte


autora, requer seja reconhecida a nulidade e inexigilidade de referidas clausulas, a fim de
torna-las sem efeito.

3.3| DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


26. A Autora se enquadra no conceito de consumidora, nos termos do artigo 2º do Có digo
de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) 13, por ser destinatá ria final dos serviços
contratados com a xxx
27. Por esta razã o, incidem no caso todas as diretrizes e proteçõ es constantes na lei
consumerista, em especial a inversã o do ô nus da prova (artigo 6º, inciso VIII do CDC).
28. Sendo assim, com fundamento no art. 6º, inciso VIII, do Có digo de Defesa do
Consumidor, requer a inversã o do ô nus da prova, incumbindo os Requeridos a
demonstraçã o de que cumpriram o contrato firmado com a Autora, assim como prestes
informaçõ es a este juízo, se necessá rio
3.4.|REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS
E ainda, em permanecendo a desídia da Requerida, requer-se a conversã o da obrigaçã o de
fazer em perdas e danos, em valor nã o inferior ao da contrataçã o dos mó veis planejados.
29. O fornecedor de produtos e serviços é o responsá vel pelos produtos e serviços que sã o
objetos de sua atividade nas relaçõ es de consumo. Assim, a montagem de todos os mó veis é
uma obrigaçã o de resultado esperado, em que os contratantes esperam pela perfeiçã o
técnica do serviço, bem como de ver realizado um sonho de ter uma residência como
sempre a Autora desejou. Assim, em caso de inadimplemento, configura-se devida a
reparaçã o de danos.
30. A desídia da primeira Requerida acarretou inú meros infortú nios e indisposiçõ es a parte
autora que superam o mero dissabor, de modo que merece reparaçã o por dano moral.
21. Conforme descrito alhures, a Autora, na época, contratou a xxx para mobiliar o imó vel
que havia adquirido. Acontece que, levianamente a xx incluiu a Banco no negó cio jurídico.
22. Nã o há duvidas que o adimplemento contratual era possível, por razõ es desconhecidas,
a xxx preferiu voluntariamente desrespeitar todo o sistema de proteçã o ao consumidor e
tornar inequívoca sua intençã o de nã o proceder à montagem na forma pactuada.
23. Nesse passo, é de ser rechaçada qualquer alegaçã o de que a AUTORA nã o tenha sofrido
danos morais, pois enfrentou nos ú ltimos meses um terror com os problemas diá rios
causados pelos prepostos da xxx.
24. Com efeito, houve, portanto, MÁ PRESTAÇÃ O DO SERVIÇO, gerando na Autora uma
grande frustraçã o em suas legítimas expectativas de que teria sua residência com todos os
mó veis montados devidamente e conforme o projeto previamente elaborado e com os
materiais combinado.
25. O fatos ultrapassaram claramente o mero dissabor cotidiano e alcançam o patamar do
dano moral já que a Autora procurou uma empresa especializada para mobiliar seu local de
moradia da forma que sempre sonhou e no fim se tornou um pesadelo, incluindo
ilegalidades na contrataçã o de financiamento sem a anuência da Autora.
26. A xx deve arcar com a indenizaçã o de dano moral com relaçã o ao inadimplemento
contratual e desgaste físico e mental diá rio que causou à Autora.
27. A xxx deverá indenizar a AUTORA por ter emitido contrato de financiamento sem a
anuência da AUTORA e tã o pouco ter existido transparência na composiçã o do preço
constante do pedido de compra.
28. Temos que a quantificaçã o dos danos morais deve observar o princípio da ló gica
razoá vel, devendo a indenizaçã o ser proporcional ao dano e compatível com a
reprovabilidade da conduta ilícita, da intensidade e duraçã o dos transtornos observados
pelo consumidor, assim como a capacidade econô mica da causadora dos danos e as
condiçõ es sociais da pessoa ofendida.
29. Assim, diante de todo o transtorno causado à Requerente já exposto alhures, necessá ria
a reparaçã o pelos danos morais em quantia a ser arbitrada por este M.M. Juízo, valor esse
que servirá de puniçã o à s Requeridas, dissuadindo-as a nã o realizar novas prá ticas do
mesmo tipo danoso, ainda que nã o seja o suficiente à compensar a lesã o causada à
Requerente.
30. Destarte, o pará grafo ú nico do art. 927 do Có digo Civil, está justamente inserido de
forma a representar o Có digo de Defesa do Consumidor em sua previsã o legal, ao
mencionar que o causador do dano deve reparar a lesã o independentemente de culpa, nos
casos previstos em lei. Esta Lei, no presente caso, é justamente o CDC nos seus arts. 12 e 14.
31. Diante do exposto, requer sejam as requeridas condenadas ao pagamento de
indenizaçã o por danos morais parte autora em valor nã o inferior a cinco mil reais e, em
havendo conversã o em perdas e danos, requer a condenaçã o das Rés em valor nã o inferior
ao do contrato sub judice.
3.5|. DA RESPONSABILIDADE DA SEGUNDA REQUERIDA - DAS REGRAS DO BANCO
CENTRAL DO BRASIL PARA EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS

32. A Resoluçã o CMN 1.559, de 1988, cujo inciso IX, com redaçã o dada pela Resoluçã o CMN
3.258, de 2005, exige que as operaçõ es de crédito SEJAM FORMALMENTE
CONTRATADAS, POR MEIO DE TÍTULO ADEQUADO REPRESENTATIVO DA DÍVIDA; e a
Circular 2.905, de 1999, cujo art. 8º, com redaçã o dada pela Circular 2.936, de 1999,
estabelece a obrigatoriedade de os contratos de concessão de crédito conterem
informações a respeito de todos os encargos e despesas incidentes no curso normal
da operação, discriminando a taxa de juros, o índice de preços ou a base de
remuneração, caso pactuado, os tributos, contribuições, tarifas e qualquer outra
despesa, e os respectivos valores.
33. Conforme consta do pedido de compra n. 01126 (Doc.6), o valor total da compra foi de
R$ xxxx. A Financeira xxxx emitiu, frise-se sem a anuência da AUTORA, 4 boletos no valor
de R$ xxx cada um, sendo a xxxx (banco) a pró pria beneficiá ria destes pagamentos.
34. NÃ O CONSTOU do pedido de compra ou dos boletos a informaçã o sobre o Custo Efetivo
Total (CET) que deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os
encargos e despesas das operaçõ es de empréstimo. É impossível existir financiamento
sendo o valor final do financiamento o mesmo valor dos produtos!!! Talvez a xxx tenha
decidido trabalhar de forma gratuita para a xxx Incrível !!! na transaçã o financeira entre a
xx e a xx tudo indica que isto ocorreu, já que os boletos (Docs. 8 e 9) totalizam o valor total
dos produtos (Doc. 6).
35. Diante disso, a Autora busca o socorro judicial para assegurar o seu direito de (i)
receber os produtos e serviços contratos com a xxx; (i) a devoluçã o dos valores pagos a
título do Custo Efetivo Total (CET), juros e todos os encargos atrelados um contrato de
financiamento, já que nunca contratou com a xxx financiamento destes mó veis , assim
como o pagamento de indenizaçã o pelos danos morais ocasionados.
36. E, acaso tenha havido cessã o de créditos entre as requeridas, muito embora a princípio,
todo e qualquer crédito pode ser objeto de cessã o de direito, esteja ele vencido ou nã o.
Porém, o art. 286 do Có digo Civil faz uma ressalva:
37. Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
E ainda, a notificaçã o do devedor acerca da cessã o de crédito é exigência legal prevista no
artigo 290 do Có digo Civil com finalidade distinta:
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este
notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se
declarou ciente da cessão feita.
Ante o exposto, em relaçã o a segunda Requerida, requer seja julgada procedente o pedido
apenas para reconhecer a ausência de contrato de financiamento que tenha por objeto o
contrato sub judice , ou ainda, que declare a inexistência de cessã o de credito com
consentimento da parte autora.
4.|DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer seja a presente açã o julgada TOTALMENTE


PROCEDENTE para que:
1. Seja deferida a TUTELA DE URGÊNCIA pleiteada para que o Requerido suspenda a
cobrança do boleto bancá rio no valor de R$ xxx (xxx), com vencimento em xxx, até o
cumprimento da obrigaçã o de fazer pela primeira Requerida, bem como nã o prossigam
com qualquer tipo de protesto, negativaçã o ou outras medidas relacionadas envolvendo o
nome e CPF da Autora, sob pena de multa diá ria a ser fixada por Vossa Excelência; Medida
que deverá perdurar até o adimplemento contratual por parte da xxx
2. Seja realizada a citaçã o do Requerido por carta de citaçã o, na forma artigo 246, inciso I
do Có digo de Processo Civil, para que respondam sob pena de revelia (artigo 344 do Có digo
de Processo Civil).
3. Seja realizada perícia nos mó veis instalados com o objetivo de constatar a (i) divergência
com o projeto, (ii) instalaçã o de peças e acessó rios de péssima qualidade, (iii) mó veis com
defeito;
4. A xx seja compelida a adimplir com os termos do contrato, devendo constar de forma
expressa o termo inicial e termo final para conclusã o, sob pena de multa diá ria;
5. A xx seja compelida a apresentar o lastro de comunicaçã o prévia ao financiamento entre
a Autora e os prepostos da xx;
6. A xx seja compelida a prosseguir com a juntada das vias ORIGINAIS do contrato de
financiamento para perícia grafotécnica; ou ainda, comprovar a ciência da parte autora em
envetual cessã o de credito entre as Rés;
7. Prova pericial, incluindo perícia grafotécnica, nos documentos apresentados pelas
Requeridas;
8. Seja deferida a inversã o do ô nus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do Có digo de
Defesa do Consumidor;
9. Sejam as Rés condenadas ao pagamento de indenizaçã o por danos morais no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais) e se convertida a açã o de obrigaçã o de fazer em perdas em danos,
seja a primeira compelida ao pagamento de valor nã o inferior ao do contrato dos mó veis
planejados.
10. Sejam, as Requeridas, condenadas ao pagamento dos honorá rios advocatícios no
percentual de 20% sobre o valor da condenaçã o, nos termos do art. 85, do novo Có digo de
Processo Civil.
11. Que todas as publicaçõ es sejam realizadas em nome da patrona da Autora, a saber:
xxxxx, OAB/SP xxx, nos termos do art. 77, inciso V, do Có digo de Processo Civil, sob pena
de nulidade
12. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, sem
exceçã o.
Dá -se à causa o valor de R$ xxx (xxx).
Termos em que,
Pede deferimento.

ANEXO I – Relação de documentos que instruem a Petição Inicial.

[1] Art. 461. CPC: Na açã o que tenha por objeto o cumprimento de obrigaçã o de fazer ou
nã o fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigaçã o ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prá tico equivalente ao do
adimplemento. (Redaçã o dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994).
[2] Art. 300. CPC: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do
processo.

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